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domingo, 16 de setembro de 2018

Quanto tempo deveria durar uma Missa? e a homilia? Confira o que opina o Papa Francisco

O Papa Francisco. Foto: © Vatican Media/ACI Prensa. Todos os direitos reservados
PALERMO, 16 Set. 18 / 07:47 am (ACI).- Falando aos fiéis reunidos na Piazza Armerina na região italiana da Sicília, o Papa Francisco revelou quanto deveriam durar a Missa e a homilia em sua opinião.
Diante de uma multidão de pessoas presentes na Piazza Europa e depois de cumprimentar as autoridades locais, o Santo Padre contou que costumava ouvir de alguns fiéis que deixavam de ir à missa porque só a homilia do celebrante durava 40 minutos, e expressou: “quarenta minutos deve durar a Missa inteira e a homilia não mais de oito minutos”.
O Pontífice fez esta afirmação ao refletir sobre a Igreja como comunidade eucarística: “dali, da Eucaristia, tomamos o amor de Cristo para levá-lo às ruas do mundo, para ir com Ele ao encontro com os irmãos”.
“Com Jesus, com Ele –este é o segredo– se pode consagrar a Deus toda realidade, fazer que Seu rosto se imprima nos rostos, que Seu amor encha os rostos de amor”, indicou o Papa.
“No que diz respeito à participação na Santa Missa, especialmente na dominical, é importante não estar obcecados pelos números: os exorto a viver a bem-aventurança da pequenez, de ser o grãozinho de mostarda, um pequeno rebanho, um punhado de levedura, uma flama tenaz, um grão de sal”.
O Santo Padre disse então: “Quantas vezes escutei: ‘Ah, padre, eu rezo, mas não vou a Missa. Não vou’. Mas, por que? ‘Porque a homilia me deixa entediado, dura quarenta minutos’ Não! Quarenta minutos deve durar a Missa inteira e a homilia não mais de oito minutos”.
Não é a primeira vez que o Papa Francisco se refere à duração da homilia. Em uma Audiência Geral em fevereiro deste ano, o Santo Padre pediu aos sacerdotes que “a homilia seja breve, mas que esteja bem preparada. E como se prepara uma homilia, queridos sacerdotes, diáconos, bispos? Como se prepara?”.
“Com a oração, com o estudo da Palavra de Deus e fazendo uma síntese clara e breve; não tem que durar mais de dez minutos, por favor”, ressaltou o Pontífice naquela ocasião.
ACI Digital

Papa Francisco: Uma fé que se reduz a fórmulas pré-fabricadas é uma fé míope

Euronews
Vaticano, 16 Set. 18 / 08:05 am (ACI).- O Papa Francisco afirmou que a profissão de fé em Cristo e no Evangelho deve materializar-se em gestos concretos de amor a Deus e ao próximo, e advertiu que “uma fé que se reduz a fórmulas pré-fabricadas é uma fé míope”.
Durante a oração do Ângelus na praça de São Pedro, neste domingo 16 de setembro, o Santo Padre recordou como o Senhor interpela seus discípulos e lhes pergunta o que as pessoas falam dele.
Jesus “sabe que os discípulos são muito sensíveis à popularidade do Mestre. Por isso expõe a pergunta: quem dizem que sou eu? Daí emerge que Jesus é considerado pelo povo como um grande profeta”.
“Mas, em realidade, a Jesus não lhe interessa a sondagem dos falatórios do povo. Nem aceita que seus discípulos respondam às suas perguntas com fórmulas pré-fabricadas, citando personagens famosos da Sagrada Escritura, porque uma fé que se reduz às fórmulas é uma fé míope”.
Francisco explicou que “o Senhor quer que seus discípulos de ontem e de hoje estabeleçam com Ele uma relação pessoal, e o acolham assim no centro de suas vidas. Por este motivo os exorta a ficar com toda a verdade diante de si mesmos e lhes pergunta: ‘E vós, quem dizeis que eu sou?’. Jesus, hoje, volta-nos a dirigir esta pergunta tão direta e confidencial a cada um de nós: ‘Quem sou eu para você?’”.
“Cada um de nós está chamado a responder, em seu coração, deixando-se iluminar pela luz que o Pai nos dá para conhecer seu Filho Jesus. E pode nos suceder o mesmo que sucedeu a Pedro, e afirmar com entusiasmo: ‘Tu és o Cristo’”.
Entretanto, “quando Jesus lhes diz claramente aquilo aos discípulos, quer dizer, que sua missão se cumpre não no amplo caminho do triunfo, e sim na árdua via do Servo sofredor, humilhado, rejeitado e crucificado, então pode nos suceder também como a Pedro, e nós protestemos e nos rebelemos porque esse caminho contrasta com nossas expectativas”.
Nesses momentos, “também merecemos as palavras do Jesus: ‘afasta-te de mim, Satanás! Porque não pensas como Deus, mas como os homens”.
O Pontífice sublinhou que “a profissão de fé em Jesus não pode ficar em palavras, mas exige uma autêntica escolha e gestos concretos, de uma vidamarcada pelo amor a Deus e ao próximo. Jesus nos diz que, para segui-lo, para ser seus discípulos, é preciso negar-nos a nós mesmos, quer dizer, deixar de lado o orgulho egoísta e carregar com a cruz”.
E Jesus nos oferece uma regra fundamental: “‘Quem quer salvar sua vida, a perderá, mas quem perde sua vida por minha causa e pela causa do Evangelho, então a salvará’”.
“Para entender este paradoxo é necessário recordar que nossa vocação mais profunda é o amor, porque estamos feitos à imagem de Deus, que é amor”.
“Com frequência na vida, por tantos motivos, equivocamo-nos de caminho, procurando a felicidade nas coisas, ou nas pessoas que tratamos como se fossem coisas. Mas só encontramos a felicidade quando o amor, o verdadeiro, sai ao nosso encontro, nos surpreende e nos faz mudar”, concluiu o Papa Francisco.
ACI Digital

quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Ano Nacional do Laicato na Arquidiocese de Brasília


(2017-2018)

Ano Nacional do Laicato na Arquidiocese de Brasília

O Ano Nacional do Laicato foi instituído pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e motivado pelo Conselho Nacional do Laicato no Brasil (CNLB), em resposta a um pedido do Santo Padre, o Papa Francisco: fazer crescer “a consciência da identidade e da missão dos leigos na Igreja”.
Na Arquidiocese de Brasília, o ano dedicado aos leigos foi aberto oficialmente na manhã do domingo, dia 26/11/17, durante Santa Missa presidida pelo cardeal Sergio da Rocha, arcebispo de Brasília e presidente da CNBB, na Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida.
Neste ano tão especial, o Papa Francisco concede indulgências plenárias sob as condições pré-estabelecidas.
Veja abaixo:
  • Como obter as Indulgências Plenárias:
  • Confessar-se
  • Comungar
  • Rezar pelo Papa
  • Obras Espirituais:
  • Fazer peregrinação a um templo dedicado a Nossa Senhora Aparecida
  • Fazer uma prece a Nossa Senhora Aparecida
  • Para quem Obter?
  • Para si mesmo
  • Para uma alma
  • Não pode obter para outra pessoa viva
  • Quantas indulgências posso obter?
  • Uma a cada dia
  • Arquidiocese de Brasília

"Hoje em dia é preciso ter coragem para casar-se", afirma Papa Francisco

Papa saúda jovens recém-casados. Foto: Daniel Ibáñez / ACI Prensa
VATICANO, 12 Set. 18 / 06:30 pm (ACI).- O Papa Francisco afirmou na manhã de hoje, durante a Audiência Geral, que os recém-casados “são corajosos, porque hoje em dia é preciso ter coragem para casar-se. Eles são admiráveis!”, assegurou.
Toda quarta-feira, no final da catequese realizada durante a Audiência Geral no Vaticano, o Papa dirige algumas palavras aos recém-casados, aos jovens, aos idosos e aos doentes, e em seguida, saúda cada um. Entretanto, hoje pronunciou esta mensagem breve dirigida a eles de maneira especial.
Os casais jovens e recém-casados ​​sempre estiveram em um lugar especial no trabalho pastoral do Papa Francisco no seu pontificado.
No último dia 14 de julho, o Santo Padre surpreendeu um guarda suíço e a sua noiva, ao presidir a cerimônia de seu casamento na igreja de Santo Stefano degli Abissini, nos Jardins Vaticanos.
Em janeiro deste ano, durante sua viagem apostólica ao Peru e ao Chile, Francisco celebrou o casamento de dois tripulantes do avião que o transladava de Santiago à cidade de Iquique.
ACI Digital

Papa Francisco acolhe pedido de renúncia

Papa Francisco acolhe pedido de renúncia
A Nunciatura Apostólica no Brasil comunicou na manhã desta quarta-feira, 12 de setembro, a decisão do papa Francisco em acolher o pedido de renúncia ao governo pastoral da diocese de Formosa (GO), apresentado por dom José Ronaldo Ribeiro e manteve como Administrador Apostólico da sede vacante Formosa, dom Paulo Mendes Peixoto, Arcebispo Metropolitano de Uberaba (MG).
Biografia

Dom José Ronaldo nasceu no dia 28 de fevereiro de 1957, em Uberaba (MG). Estudou Filosofia e Teologia no Seminário Maior Nossa Senhora de Fátima, em Brasília (DF). Foi ordenado presbítero no dia 5 de maio de 1985, também em Brasília. Tomou posse como pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição, em Sobradinho, no dia 1º de junho de 1985. Por lá desempenhou várias iniciativas e realizações.
Foi nomeado bispo de Janaúba (MG) em 6 de junho de 2007. Recebeu a ordenação episcopal no dia 28 de julho de 2007, em Sobradinho (DF) e tomou para si o lema : “In corde legem meam” – Minha lei no coração (Jr. 31, 31-34). Sua posse na diocese se deu em 25 de agosto de 2007.
Em setembro de 2014, dom José Ronaldo foi nomeado bispo de Formosa (GO). Tomou posse na diocese no dia 22 de novembro do mesmo ano.
CNBB

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Santa Maria La Antigua

REDAÇÃO CENTRAL, 09 Set. 18 / 06:00 am (ACI).- Neste dia 9 de setembro, o Panamá, sede da próxima Jornada Mundial da Juventude (JMJ), celebra a festa solene de sua padroeira, Santa Maria La Antigua.

Conta a história que a imagem da Virgem estava em uma capela lateral da Catedral de Sevilha (Espanha), a qual foi reconstruída no século XIV e só se conservou a parede onde estava  a imagem. Por isso, chamou-se Santa Maria La Antigua.
Em 1510, em honra a esta devoção, Vasco Núñez de Balboa e Martín Fernández de Enciso fundaram a cidade de Santa Maria la Antigua del Darién, chegando a ser a primeira diocese em terra firma na América, desde 9 de setembro de 1513.
Desde 1513, Santa Maria La Antigua é padroeira da Catedral e da Diocese do Panamá; mas, foi recentemente, em 9 de setembro de 2000, Ano Santo Jubilar, que a Conferência Episcopal Panamenha a proclamou padroeira do país e, em 27 de fevereiro de 2001, a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos acolheu a solicitação de declará-la oficialmente padroeira do país.
ACI Digital

domingo, 9 de setembro de 2018

23º Domingo do tempo Comum: Criai ânimo, não tenhais medo!

+ Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
Neste mês dedicado especialmente à Palavra de Deus, o Evangelho segundo Marcos nos apresenta Jesus tocando os ouvidos e a boca de um homem surdo que tinha dificuldade para falar (Mc 7,31-37). Esta passagem nos faz pensar nas vezes em que os nossos ouvidos e os nossos lábios estão fechados perante Deus e os irmãos. Quando somos batizados, a Igreja repete o gesto e as palavras de Jesus, dizendo a cada um de nós – “Efata”, “Abre-te”. Porém, ao longo da vida, corremos o risco de tantas vezes não ouvir a voz de Deus, assim como de fechar os ouvidos aos irmãos que necessitam de nós. Deixamos de anunciar a Palavra de Deus e de ajudar o irmão a vivê-la. Por isso, somos continuamente necessitados do encontro com Cristo que liberta-nos da incapacidade de ouvir a sua Palavra e de anunciá-la com coragem. O Efata é um convite  a sair do fechamento e do comodismo para uma vida nova.
O evangelista ressalta que foram as pessoas que levaram aquele homem a Jesus e suplicaram por ele. Há muitos que necessitam de nossa ajuda fraterna e de nossa oração para serem libertados da sua condição espiritual de surdos-mudos. Não podemos ficar acomodados ou indiferentes perante a situação triste de quem não se abre para o encontro com Cristo. Ele renova e transforma aqueles que dele se aproximam, com pecados e sofrimentos. Mas é preciso ajudar os irmãos a caminharem até Jesus, na Igreja, sempre que possível indo com eles e acolhendo-os fraternalmente na comunidade. Devemos ajudá-los com nossas palavras, proximidade fraterna e orações. A Igreja missionária escuta e anuncia a Palavra a todos, especialmente aos que mais sofrem. Somos todos participantes da missão evangelizadora da Igreja, cada um segundo a sua vocação.
Para isso, necessitamos de comunidades orantes e fraternas, que acolham a todos, com especial atenção aos pobres, que jamais devem ser menosprezados, conforme nos adverte a Carta de São Tiago (Tg 2,1-5), hoje proclamada na segunda leitura.
Aos tristes e desanimados, Isaías anuncia a esperança e a alegria (Is 35,4-7). “Criai ânimo, não tenhais medo”, diz o profeta também a nós, indicando-nos a razão desta atitude: Deus vem ao nosso encontro para trazer vida nova. Nele, encontramos o ânimo, a esperança e a alegria.
Com o Salmo 145, nós bendizemos a Deus pelo seu amor pelos que mais sofrem, sentindo-nos por ele amados e procurando levar o seu amor misericordioso para todos.
Lembre-se, neste Mês da Bíblia, de escutar com mais atenção a Palavra de Deus nas missas e procure fazer a leitura orante da Bíblia em sua casa. Leia a Bíblia, reze e medite a Palavra de Deus como o verdadeiro “pão de cada dia”, alimento que não pode faltar.
O Povo de Deus / Arquidiocese de Brasília

Do Sermão sobre as Bem-aventuranças, de São Leão Magno, papa


(Sermo 95,6-8: PL 54,464-465)      (Séc.V)

A sabedoria cristã
Em seguida diz o Senhor: Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça porque serão saciados (Mt 5,6). Esta fome nada tem de corpóreo. Esta sede não busca nada de terreno. Mas deseja ser saciada com a justiça e, introduzida no segredo mais oculto, anseia por ser repleta do próprio Senhor.  
Feliz espírito, faminto do pão da justiça e que arde por tal bebida. Na verdade não teria disso nenhuma cobiça, se não lhe houvesse provado a doçura. Ouvindo o espírito profético que lhe diz: Provai e vede como é suave o Senhor (Sl 33,9), tomou uma porção da altíssima doçura e inflamou-se pelo amor das castíssimas delícias. Abandonando todo o criado, acendeu-se-lhe o desejo de comer e beber a justiça e experimentou a verdade do primeiro mandamento: Amarás o Senhor Deus de todo o teu coração, com toda a tua mente, com todas as tuas forças (Dt 6,5; cf. Mt 22,37). Porque não são coisas diferentes amar a Deus e amar a justiça.  
Por fim, como o interesse pelo próximo se une ao amor de Deus, também aqui o desejo da justiça é acompanhado pela virtude da misericórdia, e se diz: Bem-aventurados os misericordiosos porque deles terá Deus misericórdia (Mt 5,7).  
Reconhece, ó cristão, a dignidade de tua sabedoria e entende de que modo engenhoso foste chamado ao prêmio. A misericórdia te quer misericordioso, a justiça, justo, para que em sua criatura transpareça o Criador e no espelho do coração do homem refulja a imagem de Deus expressa pelas linhas da imitação. Firme é a fé dos que assim agem, teus desejos te acompanham e daquilo que amas gozarás sem fim.
Já que pela esmola tudo se faz puro para ti, chegas à bem-aventurança que é prometida como consequência. Diz o Senhor: Bem-aventurados os puros de coração porque verão a Deus (Mt 5,8). Imensa felicidade, caríssimos, para quem se prepara tão grande prêmio. Que é, então, ter o coração puro? Entregar-se às virtudes acima descritas. Que inteligência poderá conceber e que língua proclamar quão grande seja a felicidade de ver a Deus? E, no entanto, isto acontecerá quando a natureza humana for transformada, de sorte que não mais em espelho ou enigma, mas face a face (1Cor 13,12), verá aquela Divindade que homem algum pôde ver tal qual é. E obterá o que os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem subiu ao coração do homem (1Cor 2,9), pelo gáudio indizível da eterna contemplação.

Responsório Sl 30(31),20; 1Cor 2,9a

R. Como é grande, ó Senhor, vossa bondade
que reservastes para aqueles que vos temem,
* Para aqueles que em vós se refugiam.
V. O que os olhos não viram nem ouvidos ouviram
nem jamais penetrou na mente humana
foi o que Deus preparou para todos que o amam.
* Para aqueles.

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sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Do Sermão sobre as Bem-aventuranças, de São Leão Magno, papa

(Sermo 95,2-3: PL 54,462)                 (Séc.V)

Bem-aventurados os pobres de espírito
Não há dúvida de que os pobres alcançam mais facilmente que os ricos o bem da humildade; estes, nas riquezas, a conhecida altivez. Contudo em muitos ricos encontra-se a disposição de empregar sua abundância não para se inchar de soberba, mas para realizar obras de benignidade; e assim eles têm por máximo lucro tudo quanto gastam em aliviar a miséria do trabalho dos outros.  
A todo gênero e classe de pessoas é dado ter parte nesta virtude, porque podem ser iguais na intenção e desiguais no lucro; e não importa quanto sejam diferentes nos bens terrenos, se são idênticos nos bens espirituais. Feliz então a pobreza que não se prende ao amor das coisas transitórias, nem deseja o crescimento das riquezas do mundo, mas anseia por enriquecer-se com os tesouros celestes.
Exemplo de fidalga pobreza foi-nos dado primeiro, depois do Senhor, pelos apóstolos que, abandonando igualmente todas as posses à voz do Mestre celeste, se transformaram, por célebre conversão, de pescadores de peixes em pescadores de homens (cf. Mt 4,19). Eles tornaram a muitos outros semelhantes a si, à imitação de sua fé, quando nos filhos da Igreja primitiva era um só o coração de todos e uma só a alma dos que criam (cf. At 4,32). Desapegados de todas as coisas e de suas posses, pela pobreza sagrada enriqueciam-se com os tesouros eternos. Segundo a pregação apostólica, alegravam-se por nada ter do mundo e tudo possuir com Cristo.  
O santo apóstolo Pedro, subindo ao templo, respondeu ao entrevado que lhe pedia esmola: Prata e ouro não possuo; mas o que tenho te dou: Em nome de Jesus Cristo Nazareno, levanta-te e anda (At 3,6). Que de mais sublime do que esta humildade? E mais rico do que esta pobreza? Não tem os auxílios do dinheiro, mas tem os dons do espírito. Saíra ele paralítico do seio de sua mãe; com a palavra Pedro o curou. Quem não deu a efígie de César na moeda, reformou no homem a imagem de Cristo. 
Com este rico tesouro não foi socorrido só aquele que recuperou o andar, mas ainda as cinco mil pessoas que naquele momento creram na exortação do Apóstolo por causa do milagre da cura (cf. At 4,4). E o pobre que não tinha para dar a um mendigo, distribuiu com tanta largueza a graça divina! Da mesma forma como estabeleceu a um só homem em seus pés, assim curou a tantos milhares de fiéis em seus corações e tornou saltitantes em Cristo aqueles que encontrara entrevados.

Responsório Mt 5,1b-3; Is 66,2b

R. Os discípulos se achegaram a Jesus;
ele, então, pôs-se a falar e os ensinava:
* Felizes os pobres em espírito,
porque deles é o Reino dos céus.
V. O pobre é que atrai os meus olhares,
o aflito e o de espírito abatido,
quem perante minha palavra estremece. * Felizes.

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domingo, 2 de setembro de 2018

Dos Sermões de Santo Agostinho, bispo

(Sermo 23A,1-4: CCL 41,321-323)                 (Séc.V)

O Senhor se compadeceu de nós
Felizes de nós, se o que ouvimos e cantamos também executamos. A audição é nossa semeadura, e nossos atos, frutos da semente. Disse isto de antemão para exortar vossa caridade a não entrardes sem fruto na igreja, ouvindo tantas coisas boas sem realizá-las. Porque por sua graça fomos salvos, assim diz o Apóstolo, não por nossas obras, não aconteça alguém se ensoberbecer (Ef 2,8-9) pois por sua graça fomos salvos (Ef 2,5). Pois não precedeu nenhuma vida virtuosa que Deus pudesse amar e dizer: “Ajudemos, socorramos estes homens porque vivem bem”. Desagradava-lhe nossa vida, desagradava-lhe em nós tudo o que fazíamos, mas não lhe desagradava o que ele mesmo fez em nós. Por isto, o que nós fizemos, ele o condenará; o que ele próprio fez, ele o salvará.  
Não éramos bons. Mas ele se compadeceu de nós e enviou seu Filho para morrer não pelos bons, mas pelos maus, não pelos justos, mas pelos ímpios. Na verdade Cristo morreu pelos ímpios (Rm 5,6). E como continua? Mal se encontra alguém que morra por um justo, pois talvez alguém se atreva a morrer por um bom (Rm 5,7). Quiçá haja alguém que ouse morrer por um bom. Mas pelo injusto, pelo ímpio, pelo iníquo, quem quererá morrer? Só Cristo, para que, justo, justifique até mesmo os injustos.  
Não tínhamos, meus irmãos, nenhuma obra boa, mas todas eram más. E sendo tais os atos dos homens, sua misericórdia não abandonou os homens. Deus enviou seu Filho, para remir-nos, não por ouro, não por prata, mas ao preço de seu sangue derramado, cordeiro imaculado levado como vítima pelas ovelhas maculadas, se é que só maculadas e não totalmente corrompidas! Recebemos então esta graça. Vivamos de modo digno dessa graça e não façamos injúria à grandeza do dom que recebemos. Tão grande médico veio a nós e perdoou todos os nossos pecados. Se quisermos recair na doença, não só nos prejudicaremos a nós mesmos, mas seremos ingratos ao próprio médico.
Sigamos os caminhos que ele próprio indicou, muito em especial a via da humildade, via que ele mesmo se fez por nós. Mostrou-nos pelos preceitos o caminho da humildade e criou-o padecendo por nós. Com o intuito de morrer por nós – e sem poder morrer – o Verbo se fez carne e habitou entre nós (Jo 1,14), para poder morrer por nós, aquele que não podia morrer. E com sua morte matar nossa morte.  
Fez isto o Senhor, isto nos concedeu. O excelso humilhou-se, humilhado foi morto e, ressurgindo, foi exaltado, a fim de não nos deixar mortos nas profundezas, mas de exaltar em si na ressurreição dos mortos aqueles que já agora exaltou pela fé e o testemunho dos justos. Deu-nos então a humildade como caminho. Se nos agarrarmos a ela, confessaremos o Senhor e com toda razão cantaremos: Nós te confessaremos, Senhor, confessaremos e invocaremos teu nome (Sl 74,2).

Responsório Sl 85(86),12-13a; 117(118),28

R. Dou-vos graças com toda a minha alma,
sem cessar louvarei vosso nome.
* Vosso amor para mim foi imenso.
V. Vós sois meu Deus, eu vos bendigo e agradeço!
Vós sois meu Deus, eu vos exalto com louvores!
* Vosso amor.

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF