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sábado, 2 de novembro de 2019

Hoje a Igreja recorda os Fiéis Defuntos

REDAÇÃO CENTRAL, 02 Nov. 19 / 05:00 am (ACI).- Após comemorar a Solenidade de Todos os Santos, os católicos celebram neste 2 de novembro os Fiéis Defuntos, recordando todos aqueles que já deixaram este mundo.

A celebração dos Fiéis Defuntos é oferecida, em particular, pelas almas do purgatório, onde estão para expiar os pecados veniais ou para satisfazer a pena temporal devida aos seus pecados.
Catecismo da Igreja Católica recorda que os que morrem em graça e amizade de Deus, mas não perfeitamente purificados, passam depois de sua morte por um processo de purificação, para obter a completa formosura de sua alma.
A Igreja chama de Purgatório essa purificação e, para falar que será como um fogo purificador, apoia-se na frase de São Paulo: “A obra de cada um aparecerá. O dia (do julgamento) demonstra-lo-á. Será descoberto pelo fogo; o fogo provará o que vale o trabalho de cada um”. (1Cor 3, 13).
Por isso, os fiéis na terra podem ajudar as almas do purgatório pelas orações, esmolas e especialmente pelo sacrifício da Missa, para que possam ir para o céu em breve.
A prática de rezar pelos defuntos é extremamente antiga. O segundo livro dos Macabeus no Antigo Testamento diz: “Eis por que ele pediu um sacrifício expiatório para que os mortos fossem livres de suas faltas” (2Mac 12, 46).
Seguindo esta tradição, a Igreja desde os primeiros séculos, tem o costume de rezar pelos defuntos.
São Gregório Magno afirma: “Se Jesus Cristo disse que há faltas que não serão perdoadas nem neste mundo nem no outro, é sinal de que há faltas que sim são perdoadas no outro mundo. Para que Deus perdoe os defuntos das faltas veniais que tinham sem perdoar no momento de sua morte, para isso oferecemos missas, orações e esmolas por seu eterno descanso”.
Sobre a oração pelos defuntos, também São Francisco de Sales dizia: “Vós que chorais inconsoláveis a perda de vossos entes queridos, eu não vos proíbo de chorar, não. Mas, procurai adoçar vossas lágrimas com o suave bálsamo da oração, que pode concorrer para as aliviar”.
O próprio Jesus, certa vez, dirigiu a Santa Gertrudes as seguintes palavras: “Muitíssimo grata me é a oração pelas almas do purgatório, porque por ela tenho ocasião de libertá-las das suas penas e introduzi-las na glória eterna”.
O Senhor prometeu à santa que seriam libertas mil almas do Purgatório cada vez que esta oração fosse rezada com fervor:
“Eterno Pai, ofereço o Preciosíssimo Sangue de Vosso Divino Filho Jesus, em união com todas as missas que hoje são celebradas em todo o Mundo, por todas as santas Almas do Purgatório, pelos pecadores, em todos os lugares, pelos pecadores, na Igreja Universal, pelos da minha casa e meus vizinhos. Amém”.
ACI Digital

Padre Fortea: Para evangelizar a Amazônia, não é necessário romper tratados dogmáticos

Amazônia. Crédito: Eduardo Berdejo / ACI Prensa
REDAÇÃO CENTRAL, 01 Nov. 19 / 01:30 pm (ACI).- O famoso teólogo espanhol José Antonio Fortea fez uma profunda reflexão sobre o recém-concluído Sínodo da Amazônia e garantiu que, para evangelizar esta região, não é necessário uma “ruptura” com a “escolástica medieval nem com os grandes tratados dogmáticos de meados do século XX".
Em um artigo intitulado "Minha reflexão pessoal pós-sinodal", Padre Fortea questionou se, por acaso, "nos anos 70 e 80 não se favoreceu uma certa ruptura? Os grupos eclesiais que não se submeteram a uma evangelização mais humana não foram perseguidos? Claro que sim”.
“E os resultados agora estão à vista de todos. Onde a ruptura foi maior, maiores foram os frutos desta ruptura. Eu o vi com meus próprios olhos nessas terras”, disse.
O sacerdote espanhol destacou que "não estou dizendo: ‘Exaltemos os tradicionalistas’. De maneira nenhuma. Mas se escutássemos a opinião externa dos veneráveis patriarcas ortodoxos, tiraríamos muita luz de como eles veem esta situação”.
Em seguida, Padre Fortea indicou que “os evangélicos fizeram a pesca mais impressionante que podemos imaginar nessas terras amazônicas. Também de suas pregações, tiraríamos muita luz para entender por que as almas preferiram aqueles que pregavam a Palavra àqueles que ficavam mais no humano”.
Em seu artigo, o sacerdote também apontou que “é falsa” a visão de que o Sínodo da Amazônia seja “uma reunião maligna dos que querem destruir a Igreja”.
“Eu sei que os bispos da Amazônia são indivíduos simples que amam os outros e defendem a fé católica; ninguém é herege, até que se prove o contrário”, acrescentou.
No entanto, disse, o clamor de vozes contrárias ao Sínodo "de nenhuma maneira pode ser desprezado", por isso perguntou: "O que aconteceu para que o Sínodo seja visto como uma traição à Igreja?".
Para o sacerdote, “é ridículo pensar que todos os bispos da Amazônia são ultraprogressistas. Mas, dado que esta reação hostil tem sua origem na maneira como se percebe o esquema mental dos bispos progressistas – que certamente os há – é necessário que seja alguém de fora, alguém de fora desse esquema, que explique aos criticados por que eles são criticados".
“Os criticados demonstraram bem claramente sua incapacidade de construir pontes para essa massa de fiéis que passaram da rejeição à amarga hostilidade. A crítica não é unidirecional, mas agora tenho que me concentrar na recepção da crítica por parte dos bispos amazônicos. Ou melhor, por parte de certa tendência presente em não poucos bispos amazônicos”.
O sacerdote espanhol indicou que “aqui nos colocamos a defender a ecologia e o vejo muito bem. Mas é verdade que havia uma grande luta de fundo, uma imensa disputa entre mentalidades eclesiásticas, sobre como focar a evangelização em sua totalidade, lá e em qualquer lugar do mundo”.
"E deve-se notar que, dependendo de como seria o enfoque do Sínodo, segundo uma mentalidade ou outra, os resultados iam ser muito diferentes”, disse.
“Recordemos que a Cúria Romana tinha todos os esquemas preparados para o começo do Vaticano II. Uma mudança nos instrumentos de trabalho de cada documento e na organização dos grupos significou uma mudança radical nas conclusões”, afirmou.
“O que aconteceu para que um sínodo se torne um motor de tensões? Não é que houvesse tensões e o sínodo as evidenciou. O próprio sínodo se tornou motor e gerador de divisão!”.
“No passado, existiam tensões e um sínodo ou um concílio era um instrumento para superá-las. O sínodo sempre foi visto como um símbolo de unidade e instrumento para ela. Mas, neste caso, a Igreja, toda a Igreja, sai muito mais dividida em seus sentimentos do que era antes”, lamentou.
Padre Fortea destacou que "minhas palavras não significam: 'Precisamos ouvir os conservadores e abominar os progressistas'. Não é isso. Conheço bispos da Amazônia abertos a tudo que é nobre, a tudo que é bom. Mas a tudo que é bom inscrevendo-se na corrente dos santos padres”.
O teólogo espanhol alertou que, “globalmente, os fiéis da Igreja estão agora muito divididos em seus sentimentos. Reuni-los apresenta-se como a mais urgente das tarefas”.
ACI Digital

sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Solenidade de Todos os Santos

REDAÇÃO CENTRAL, 01 Nov. 19 / 05:00 am (ACI).- Neste dia 1° de novembro, a Igreja Católica se enche de alegria ao celebrar a Solenidade de Todos os Santos, os que foram e os que não foram canonizados, mas que, com sua vida, são exemplo de que a santidade é possível.

Diz o Catecismo da Igreja Católica: “Todos os fiéis cristãos, de qualquer estado ou ordem, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade. Todos são chamados à santidade: ‘Deveis ser perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito’ (Mt 5,48)”.
Cada cristão carrega dentro de si o dom da santidade dado por Deus, como diz a Carta de São Paulo aos Efésios: “Deus nos escolheu em Cristo, antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis, diante de seus olhos” (Ef 1,4).
O culto aos santos por parte dos cristãos remonta aos primeiros séculos, começando pelos mártires. Ao viver essa tradição, a Igreja convida cada um a contemplar essas pessoas, exemplos de fé, esperança e caridade, e lançar o olhar ao Alto.
“Hoje estamos imersos com o nosso espírito entre esta grande multidão de santos, de salvos, os quais, a partir do ‘justo Abel’, até a quem neste momento talvez esteja a morrer em qualquer parte do mundo, nos fazem coroa, nos dão coragem, e cantam todos juntos um poderoso coro de glória Aquele a quem os Salmistas chamam justamente ‘o Deus meu Salvador’ e ‘o Deus que é a minha alegria e o meu júbilo’”, afirmou São João Paulo II em uma data como esta de 1980.
A Solenidade de Todos os Santos foi instaurada como consequência da Grande Perseguição do Imperador Diocleciano, no princípio do século IV, pela grande quantidade de mártires causados pelo poder romano.
O Papa Gregório III a fixou para 1º de novembro no século VIII, como resposta à celebração pagã do “Samhain” ou ano novo celta, celebrada na noite de 31 de outubro. Mais tarde, Gregório IV estenderia esta festividade a toda a Igreja.
A Solenidade de Todos os Santos antecede o Dia de Finados, 2 de novembro, data que recorda aqueles que já estão salvos, mas que ainda precisam ser purificados.
Ao celebrar esta data em 2014, o Papa Francisco indicou como devem ser vividos esses dois dias: com esperança, seguindo os exemplos dos santos.
“Esta é a esperança que não cria desilusão. Hoje e amanhã são dias de esperança. A esperança é como o fermento que faz ampliar a alma. Mas também existem momentos difíceis na vida, mas com a esperança, a alma vai adiante. Olha o que te espera”, disse.
ACI Digital

quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Todos os Santos, “Halloween vs. Holywins” e Comemoração dos Fiéis Defuntos

Fiéis Defuntos | CNBB
Redação (Segunda-feira, 28-10-2019, Gaudium PressEm poucos dias, precisamente no dia 1º de novembro, viveremos a solenidade de Todos os Santos e no dia seguinte a Comemoração dos Fiéis Defuntos. Ambos momentos sofreram a penetração do costume anglo-saxão de celebrar, na noite do dia 31 deste mês, Halloween -"All hallow's eve", que significa: "Véspera de Todos os Santos". Véspera, como veremos, não muito "santa".
Noite de bruxas, fantasmas, terror, refletindo antigo costume pagão, que tira o sentido religioso de tão especiais circunstâncias. Introdução por trás dele, escondida, a ação preternatural do demônio.
Esta pseudo celebração dos antigos Celtas, que eram povoadores da Europa Central e Ocidental pelo século VI a.C., que praticavam rituais obscuros, adoravam a natureza, que lhe atribuíam qualidades sobrenaturais e exerciam a prática de sacrifícios. Não todos os celtas, ao receber a religião cristã, tiveram uma autêntica conversa, conservaram costumes, mantendo superstições. Entre elas a adoração ao "senhor da morte" ou "Samhain", invocado para pedir prosperidade, saúde, saber do futuro. Influência que degenerou em uma celebração que mantêm a festa da morte. Os sacerdotes celtas, os "druidas", de grande influência, eram feiticeiros, magos, videntes. O festival ao deus da morte se realizava no dia 31 de outubro, com sacrifícios de animais e, em ocasiões especiais, de humanos, para poder adivinhar o futuro. Tenebroso, como podemos ver, é a origem do Halloween.
Imigrantes irlandeses foram os que introduziram o grotesco costume nos Estados Unidos, hoje em grande dia festivo não religioso. Difundido em alguns países da América espanhola, no México chega a realizar-se um mega desfile dos mortos, com altares e comidas típicas, dia dos fiéis defuntos.
Não podia deixar de estar presente o consumismo, e não poucos colégios obrigam a celebrá-lo incentivando crianças a irem de casa em casa cantando rimas, fantasiadas de diabos, mortos, monstros e vampiros dizendo "Trick or treat" (Travessuras ou gostosuras). Hollywood contribuiu muito para sua difusão, através de filmes, com violência e assassinatos, e promovendo o negócio da venda de fantasias, máscaras, maquiagens, doces, etc.
Anton LaVey, fundador da primeira igreja satânica nos EUA, disse que uma das festas mais importantes para eles é o dia 31 de outubro. Noite por excelência para o oculto, para os bruxos, o qualificam como o ‘aniversário' de Satanás.
Como vemos, é uma festa que surge banhada de algo tenebroso, e como algo que não exalta a Deus. Dias antes se reportam em partes do mundo o desaparecimento de crianças, também gatos que são mortos nos rituais. Festa na qual, podemos dizer, se abrem as portas para a entrada do demônio.
Em sentido oposto, na Diocese de Alcalá de Henares, da Espanha -assim como em numerosos lugares- se incentiva as crianças a se vestirem de Santos, recordando suas vidas através de testemunhos e canções. É o que chamam de ‘Holywins', jogo de palavras que significa "a santidade vence". No dizer do comunicado da Diocese: "se pretende ajudar a festa cristã de Todos os Santos, diante do eclipse cada vez maior que está sofrendo pela potente implantação da festa pagã do Halloween". Singular controvérsia que nos mostra o entrechoque, cada vez mais intenso, entre o Bem e o mal.
Voltemos agora nossos olhares até Todos os Santos e nossos Fiéis Defuntos. O culto a todos os Santos abarca o culto a todas as almas que estão no Céu, mesmo as que não estão canonizadas, rezando à elas para pedir proteção, logicamente as que tenham uma relação mais especial conosco. É a oportunidade de nos encomendarmos a elas neste dia. Recordamos também aos Patriarcas, que foram semente; aos Profetas que rasgaram inspirados o véu misterioso do porvir; as Almas Inocentes, que aumentam o coro dos anjos; aos Apóstolos que lançaram os fundamentos da Santa Igreja; aos Mártires, que ganharam a palma derramando seu sangue; aos Monges que combateram em claustros silenciosos; aos Doutores cujas plumas chegaram ricos tesouros do saber; aos Soldados do Exército de Cristo; a todos os Santos e Santas. Que quantidade maravilhosa de intercessores aos quais poderemos pedir na solenidade de Todos os Santos!
No dia seguinte a Igreja comemora os Fiéis Defuntos, as Santas Almas do Purgatório, aqueles que, tendo falecido em estado de graça, tem que cumprir a pena temporal, esta purificação final que é completamente distinta do castigo dos condenados. Terrível sofrimento, com a esperança do Céu. "Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas imperfeitamente purificados, sofrem depois de sua morte uma purificação, afim de obter a santidade necessária para entrar na alegria do Céu" (Catecismo da Igreja, 1030).
Neste dia, estas almas se beneficiam com as Santas Missas que se celebram em todo lugar, especialmente nos cemitérios, e por nossas orações. Conta Santo Agostinho que a única coisa que sua mãe, Santa Mônica, lhe pediu antes de morrer foi: "Não se esqueça de oferecer orações por minha alma". Que agrado da parte de nossos defuntos, falecidos em graça de Deus, de receber nossas orações! Chegando ao Céu, intercederão por nós.
"Se reduzirmos o homem exclusivamente à sua dimensão horizontal -nos dizia o Papa Emérito Bento XVI-, à qual se pode perceber empiricamente, a própria vida perde seu sentido profundo. O homem necessita da eternidade, e qualquer outra esperança para ele é demasiadamente breve, demasiadamente limitada. O homem pode explicar-se somente se existe um Amor que supera todo isolamento, também o da morte, em uma totalidade que transcenda também o espaço e o tempo. O homem pode se explicar, encontra seu sentido mais profundo, somente se existe Deus" (2-11-2011).
Rezemos por nossos defuntos, façamos também pelas almas do purgatório que estejam mais abandonadas e pelas quais ninguém reza.
Por Padre Fernando Gioia, EP
(Publicado originalmente em La Prensa Gráfica, 27 de outubro de 2019)
Traduzido por Emílio Portugal Coutinho
www.reflexionando.com

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

São Judas Tadeu, padroeiro das causas impossíveis

REDAÇÃO CENTRAL, 28 Out. 19 / 05:00 am (ACI).- A Igreja celebra neste dia 28 de outubro a festa de São Judas Tadeu, apóstolo e mártir, conhecido como padroeiro das causas impossíveis e é um dos santos mais populares no Brasil.

São Judas Tadeu é um dos doze apóstolos e não se trata de Judas Iscariotes. Ele era primo de Jesus e irmão de Tiago Menor. Foi ele quem, na Última Ceia, perguntou a Jesus: “Senhor, como é possível que tenhas de te manifestar a nós e não ao mundo?” (Jo 14,22).
É autor de uma epístola que leva o seu nome, na qual ataca os agnósticos e diz que os que têm fé, mas não fazem obras boas, são como nuvens que não têm água, árvores sem fruto e ondas só de espumas, e que os que se dedicam aos pecados de impureza e a fazer atos contrários à natureza sofrerão a pena de um fogo eterno.
Sua festa é celebrada juntamente com a de São Simão, com quem pregou na Pérsia. Ambos foram martirizados.
Santa Brígida conta em suas Revelações que Nosso Senhor lhe recomendou que quando desejasse conseguir certos favores os pedisse por meio de São Judas Tadeu.
São Judas Tadeu é representado com uma imagem de Cristo no peito, por causa do seu parentesco com o Senhor, de quem a tradição conta que era muito parecido. Também é representado segurando um machado, uma clava, uma espada ou uma alabarda, por sua morte ter ocorrido por uma dessas armas.
São Judas Tadeu é um santo muito popular no Brasil e, no Rio de Janeiro, por exemplo, a devoção ao santo tem um fator extra – que também já se espalhou pelo Brasil –, pois São Judas é considerado o padroeiro do Flamengo, um dos times do futebol carioca com mais torcedores no país.
Segundo relato do site oficial do Flamengo, a devoção ao santo das causas impossíveis começou na década de 1950, quando o time estava há muitos anos sem ganhar uma competição. O santo foi apontado como responsável pelo tricampeonato estadual de 1953, 1954 e 1955, após o pároco da Igreja de São Judas Tadeu, do Cosme Velho, ir até a Gávea,  local da sede do clube, e rezar uma Missa, pedir fé aos jogadores e aconselhar que fossem até a Igreja e acendessem uma vela ao santo. Nos três anos, o padre disse que o time levaria o troféu e o fato se concretizou.
“Em troca da ‘profecia concretizada’ do pároco, São Judas Tadeu, o santo das causas impossíveis, ganhou a devoção da Nação Rubro-Negra e virou um dos santos mais populares do Rio de Janeiro”, afirma o site.
Neste dia dedicado ao santo mártir, trazemos a oração de São Judas Tadeu para recordá-lo:
São Judas Tadeu, apóstolo escolhido por Cristo, eu vos saúdo e louvo pela fidelidade e amor com que cumpristes vossa missão. Chamado e enviado por Jesus, sois uma das doze colunas que sustentam a verdadeira Igreja, fundada por Cristo. Inúmeras pessoas, imitando vosso exemplo e auxiliadas por vossa oração, encontram o caminho para o Pai, abrem o coração aos irmãos e descobrem forças para vencer o pecado e superar todo o mal. Quero imitar-vos, comprometendo-me com Cristo e com sua Igreja, por uma decidida conversão a Deus e ao próximo, especialmente o mais pobre. E, assim convertido, assumirei a missão de viver e anunciar o Evangelho, como membro ativo de minha comunidade.  Espero, então, alcançar de Deus a graça que imploro confiando na vossa poderosa intercessão. (Faça o pedido da graça a ser alcançada…).
São Judas Tadeu, rogai por nós!
Amém!
ACI Digital

domingo, 27 de outubro de 2019

Padres sinodais aprovam todos os 120 pontos do Documento Final da Assembleia Especial para a Região Pan-amazônic

Synod.va
Defesa dos povos indígenas, rito amazônico, novos ministérios, diaconato das mulheres, inculturação e ecologia integral são alguns dos temas que passaram hoje, dia 26 de outubro, pela aprovação da assembleia do Sínodo para Amazônia, depois de três semanas de discussões.

Todos os 120 pontos do Documento foram aprovados. O quórum mínimo de aprovação era de 120 votos a favor, dois terços do total de 181 padres sinodais votantes. Os pontos que receberam menos votos foram o do sacerdócio de homens casados, com 128 votos, e o do diaconato para mulheres, com 137.
O texto final do Documento aprovado ainda será publicado na próxima semana, o texto em circulação é uma versão de trabalho.
Veja, abaixo, os principais assuntos aprovados:
Sacerdócio
O Documento final propõe “estabelecer critérios e regras por parte da autoridade competente, para ordenar sacerdotes homens idôneos e reconhecidos pela comunidade, que tenham um diaconato permanente fecundo e recebam uma formação adequada para o presbiterado, permitindo ter uma família legitimamente constituída e estável, para promover a vida da comunidade cristã através da pregação da Palavra e da celebração dos sacramentos nas áreas mais remotas da região amazônica”. Deve-se especificar que “a propósito, alguns se expressaram a favor de uma abordagem universal ao argumento”.
Participação da mulher / diaconato
A assembleia optou por continuar as reflexões e acompanhar a “Comissão de estudo sobre o diaconato das mulheres”, criada em 2016 pelo Papa Francisco, e “aguardar seus resultados”. O Sínodo evidencia que em inúmeras consultas na Amazônia foi solicitado “o diaconato permanente para as mulheres”, tema muito presente durante os trabalhos no Vaticano.
O Documento dedica amplo espaço à presença das mulheres. Como sugere a sabedoria dos povos ancestrais, a mãe terra tem um rosto feminino e no mundo indígena as mulheres são “uma presença viva e responsável na promoção humana”. O Sínodo pede que a voz das mulheres seja ouvida, que sejam consultadas, participem de modo mais incisivo na tomada de decisões, contribuam para a sinodalidade eclesial, assumam com maior força sua liderança dentro da Igreja, nos conselhos pastorais ou “também nas instâncias de governo”. Protagonistas e custódias da criação e da casa comum, as mulheres são com frequência “vítimas de violência física, moral e religiosa, inclusive de feminicídio”. O texto reitera o empenho da Igreja em defesa dos seus direitos, de modo especial em relação às mulheres migrantes. Enquanto isso, se reconhece a “ministerialidade” confiada por Jesus à mulher e se deseja uma “revisão do Motu Proprio Ministeria quædam de São Paulo VI, para que também as mulheres adequadamente formadas e preparadas possam receber os ministérios do leitorado e do acolitato, entre outros que podem ser desempenhados”. No específico, nesses contextos em que as comunidades católicas são guiadas por mulheres, se pede a criação do “ministério instituído de mulher dirigente de comunidade”.
Diaconato permanente
Foram definidos como urgentes a promoção, a formação e o apoio aos diáconos permanentes. O diácono, sob a autoridade do bispo, está a serviço da comunidade e deve hoje promover a ecologia integral, o desenvolvimento humano, a pastoral social e o serviço a quem se encontra em situações de vulnerabilidade e pobreza, configurando-o a Cristo. Portanto, é importante insistir numa formação permanente, marcada pelo estudo acadêmico e prática pastoral, na qual sejam envolvidos também esposas e filhos do candidato. O currículo formativo, explica o Sínodo, deverá incluir temas que favoreçam o diálogo ecumênico, inter-religioso, intercultural, a história da Igreja na Amazônia, a afetividade e a sexualidade, a cosmovisão indígena e a ecologia integral. A equipe dos formadores será composta por ministros ordenados e leigos. Deve ser encorajada a formação de futuros diáconos permanentes nas comunidades que habitam às margens dos rios indígenas.
Formação dos sacerdotes
A formação dos sacerdotes deve ser inculturada: a exigência é preparar pastores que vivam o Evangelho, conheçam as leis canônicas, sejam compassivos como Jesus: próximos às pessoas, capazes de escuta, de curar e consolar, sem buscar se impor, manifestando a ternura do Pai. Também no âmbito da formação ao sacerdócio, se deseja a inclusão de disciplinas como a ecologia integral, a ecoteologia, a teologia da criação, as teologias indígenas, a espiritualidade ecológica, a história da Igreja na Amazônia, a antropologia cultural amazônica. O Sínodo recomenda que os centros de formação sejam preferencialmente inseridos na realidade amazônica e que seja oferecida a jovens não amazônicos a oportunidade de participar de sua formação na Amazônia.
As dores da Amazônia: o grito da terra e o grito dos pobres
O texto não reprime as muitas dores e violências que hoje ferem e deformam a Amazônia, ameaçando sua vida: a privatização de bens naturais; modelos de produções predatórias; desmatamento que atinge 17% de toda a região; a poluição das indústrias extrativistas; mudanças climáticas; narcotráfico; alcoolismo; tráfico de seres humanos; a criminalização de líderes e defensores do território; grupos armados ilegais. É extensa a página amarga sobre migração, que na Amazônia articula-se em três níveis: mobilidade de grupos indígenas em territórios de circulação tradicional; deslocamento forçado de populações indígenas; migração internacional e refugiados. Para todos esses grupos, é necessário um cuidado pastoral transfronteiriço capaz de incluir o direito à livre circulação. O problema da migração, lê-se, deve ser enfrentado de maneira coordenada pelas Igrejas de fronteira. Além disso, um trabalho pastoral permanente deve ser pensado para os migrantes vítimas do tráfico de pessoas. O Documento sinodal convida a prestar atenção ao deslocamento forçado de famílias indígenas nos centros urbanos, sublinhando como esse fenômeno requer uma “pastoral conjunta nas periferias”. Daí a exortação à criação de equipes missionárias que, em coordenação com as paróquias, cuidem desse aspecto, oferecendo liturgias inculturadas e favorecendo a integração dessas comunidades nas cidades.
Conversão pastoral
A referência à natureza missionária da Igreja também é central: a missão não é algo opcional, lembra o texto, porque a Igreja é missão e a ação missionária é o paradigma de toda obra da Igreja. Na Amazônia, ela deve  ser “samaritana”, ou seja, ir ao encontro de todos; “Madalena”, ou seja, amada e reconciliada para anunciar com alegria o Cristo ressuscitado; “Mariana”, ou seja, geradora de filhos para a fé e “inculturada” entre os povos a que serve. É importante passar de uma pastoral “de visita” a uma pastoral “de presença permanente” e, para isso, o Documento sinodal sugere que as Congregações religiosas do mundo estabeleçam pelo menos um posto missionário em um dos países da Amazônia.
O sacrifício dos missionários mártires
O Sínodo não esquece os muitos missionários que deram a vida para transmitir o Evangelho na Amazônia, cujas páginas mais gloriosas foram escritas pelos mártires. Ao mesmo tempo, o Documento lembra que o anúncio de Cristo na região realizou-se muitas vezes em conivência com os poderes opressores das populações. Por esse motivo, hoje a Igreja tem “a oportunidade histórica” de se distanciar das novas potências colonizadoras, ouvindo os povos amazônicos e exercendo sua atividade profética “de forma transparente”.
Diálogo ecumênico e inter-religioso
Nesse contexto, foi dada grande importância ao diálogo ecumênico e inter-religioso: “Caminho indispensável da evangelização na Amazônia”, afirma o texto sinodal, ele deve partir, no primeiro caso, da centralidade da Palavra de Deus para iniciar verdadeiros caminhos de comunhão. No âmbito inter-religioso, o Documento incentiva um maior conhecimento das religiões indígenas e dos cultos afrodescendentes, a fim de que cristãos e não cristãos possam agir juntos em defesa da Casa comum. Por esse motivo, são propostos momentos de encontro, estudo e diálogo entre as Igrejas na Amazônia e os seguidores das religiões indígenas.
Urgência de uma pastoral indígena e de um ministério juvenil
O Documento também recorda a urgência de uma pastoral indígena que tenha um lugar específico na Igreja: é necessário criar ou manter, de fato, “uma opção preferencial pelas populações indígenas”, dando também maior impulso missionário às vocações autóctones, porque a Amazônia também deve ser evangelizada pelos amazônicos. Depois, dar espaço aos jovens amazônicos, com suas luzes e sombras. Divididos entre tradição e inovação, imersos numa intenda crise de valores, vítimas de realidades tristes como a pobreza, violência, desemprego, novas formas de escravidão e dificuldade de acesso à educação, muitas vezes acabam na prisão ou em mortos por suicídio. E, no entanto, os jovens amazônicos têm os mesmos sonhos e as mesmas esperanças que os outros jovens do mundo e da Igreja. Chamada a ser uma presença profética, deve acompanhá-los em seu caminho, para impedir que sua identidade e sua autoestima sejam prejudicadas ou destruídas. Em particular, o Documento sugere “um renovado e ousado ministério juvenil”, com uma pastoral sempre ativa e centrada em Jesus. De fato, os jovens, lugar teológico e profetas da esperança, querem ser protagonistas e a Igreja na Amazônica quer reconhecer o seu espaço. Por isso, o convite a promover novas formas de evangelização também através das mídias sociais e ajudar os jovens indígenas a alcançar uma interculturalidade saudável.
Pastoral urbana e as famílias
O texto conclusivo do Sínodo se detém no tema da pastoral urbana, com um foco particular nas famílias: nas periferias da cidade, elas sofrem pobreza, desemprego, falta de moradia, além de vários problemas de saúde. Torna-se, portanto, necessário defender o direito de todos à cidade como desfrute justo dos princípios de sustentabilidade, democracia e justiça social. É preciso lutar, lê-se no texto, a fim de que os direitos fundamentais básicos sejam garantidos nas “favelas” e nas “villas misérias”. Central deve ser também o estabelecimento de um “ministério de acolhimento” para uma solidariedade fraterna com migrantes, refugiados e sem-teto que vivem no contexto urbano. Nesse âmbito, uma ajuda válida vem das Comunidades Eclesiais de Base, “um presente de Deus para as Igrejas locais da Amazônia”. Ao mesmo tempo, as políticas públicas são convidadas a melhorar a qualidade de vida nas áreas rurais, a fim de evitar a transferência descontrolada de pessoas para a cidade.
Conversão cultural
A inculturação e a interculturalidade são instrumentos importantes, prossegue o Documento, para alcançar uma conversão cultural que leva o cristão a ir ao encontro do outro para aprender com ele. Os povos amazônicos, de fato, com seus “perfumes antigos” que contrastam o desespero que reina no continente e com seus valores de reciprocidade, solidariedade e senso de comunidade, oferecem ensinamentos de vida e uma visão integrada da realidade, capaz de entender que toda a criação está interligada e, portanto, garantir uma gestão sustentável. A Igreja compromete-se a ser aliada das populações indígenas, reitera o texto sinodal, sobretudo para denunciar os ataques perpetrados contra suas vidas, os projetos de desenvolvimento predatórios etnocidas e ecocidas e a criminalização dos movimentos sociais.
Defender a terra é defender a vida
“A defesa da terra”, lê-se no documento, “não tem outro objetivo a não ser a defesa da vida” e se baseia no princípio evangélico da defesa da dignidade humana. Portanto, devemos respeitar os direitos à autodeterminação, à delimitação dos territórios e à consulta prévia, livre e informada dos povos indígenas. Um ponto específico é dedicado às populações indígenas em isolamento voluntário (Piav) ou em Isolamento e contato inicial (Piaci) que hoje, na Amazônia, somam cerca de 130 unidades e são muitas vezes vítimas de limpeza étnica: a Igreja deve empreender dois tipos de ação, pastoral e outra “de pressão”, para que os Estados protejam os direitos e a inviolabilidade dos territórios dessas populações.
Teologia indígena e piedade popular
Na perspectiva da inculturação, isto é, da encarnação do Evangelho nas culturas indígenas, é dado espaço à teologia indígena e à piedade popular, cujas expressões devem ser valorizadas, acompanhadas, promovidas e às vezes “purificadas”, pois são momentos privilegiados de evangelização que devem conduzir ao encontro com Cristo. O anúncio do Evangelho, de fato, não é um processo de destruição, mas de crescimento e consolidação daquela semeadura Verbos presente nas culturas. Daí a clara rejeição de uma “evangelização colonial” e do “proselitismo”, em favor de um anúncio inculturado que promova uma Igreja de rosto amazônico, em pleno respeito e igualdade com a história, a cultura e o estilo de vida das populações locais. A este respeito, o Documento sinodal propõe que os centros de pesquisa da Igreja estudem e recolham as tradições, as línguas, as crenças e as aspirações dos povos indígenas, encorajando o trabalho educativo a partir da sua própria identidade e cultura.
Criar uma Rede de Comunicação Eclesial Panamazônica
Também na área da saúde – continua o Documento – este projeto educativo deverá promover o conhecimento ancestral da medicina tradicional de cada cultura. Ao mesmo tempo, a Igreja se compromete a oferecer assistência de saúde lá onde o Estado não chega. Há também um forte apelo a uma educação à solidariedade, baseada na consciência de uma origem comum e de um futuro partilhado por todos, assim como a uma cultura da comunicação que promova o diálogo, o encontro e o cuidado da “casa comum”. Concretamente, o texto sinodal sugere a criação de uma Rede de comunicação eclesial pan-amazônica, de uma rede escolar de educação bilíngue e de novas formas de educação também à distância.
Conversão ecológica
Diante de “uma crise social e ambiental sem precedentes”, o Sínodo apela a uma Igreja amazônica capaz de promover uma ecologia integral e uma conversão ecológica segundo a qual “tudo está intimamente conectado”.
Ecologia integral, único caminho possível
A esperança é que, reconhecendo “as feridas causadas pelo ser humano” ao território, sejam procurados “modelos de desenvolvimento justo e solidário”. Isto traduz-se numa atitude que colega o cuidado pastoral da natureza à justiça para com as pessoas mais pobres e desfavorecidas da terra. A ecologia integral não deve ser entendida como um caminho extra que a Igreja pode escolher para o futuro, mas como a única forma possível para salvar a região do extrativismo predatório, do derramamento de sangue inocente e da criminalização dos defensores da Amazônia. A Igreja, como “parte de uma solidariedade internacional”, deve promover o papel central do bioma amazônico para o equilíbrio do planeta e encorajar a comunidade internacional a fornecer novos recursos econômicos para sua proteção, fortalecendo os instrumentos da Convenção-Quadro sobre Mudança Climática.
Defesa dos direitos humanos é uma necessidade de fé
Defender e promover os direitos humanos, além de ser um dever político e uma tarefa social, é uma exigência de fé. Diante deste dever cristão, o Documento denuncia a violação dos direitos humanos e a destruição extrativista; assume e apoia, também em aliança com outras Igrejas, as campanhas de desinvestimento das empresas extrativistas que causam danos sociais e ecológicos à Amazônia; propõe uma transição energética radical e a busca de alternativas; propõe também o desenvolvimento de programas de formação para o cuidado da “casa comum”. Pede-se aos Estados que deixem de considerar a região como uma dispensa inesgotável, ao mesmo tempo que apelam a um “novo paradigma de desenvolvimento sustentável” socialmente inclusivo que combine conhecimentos científicos e tradicionais. Os critérios comerciais, é a recomendação, não devem estar acima dos critérios ambientais e dos direitos humanos.
Igreja aliada das comunidades amazônicas
O apelo é à responsabilidade: todos somos chamados à custódia da obra de Deus. Os protagonistas do cuidado, proteção e defesa dos povos são as próprias comunidades amazônicas. A Igreja é sua aliada, caminha com eles, sem impor um modo particular de agir, reconhecendo a sabedoria dos povos sobre a biodiversidade contra todas as formas de biopirataria. Pede-se que os agentes pastorais e os ministros ordenados sejam formados a esta sensibilidade socioambiental, seguindo o exemplo dos mártires da Amazônia. A ideia é criar ministérios para o cuidado da casa comum.
Defesa da vida
O Documento reafirma o empenho da Igreja em defender a vida “desde a concepção até o seu fim” e em promover o diálogo intercultural e ecumênico para conter as estruturas de morte, pecado, violência e injustiça. Conversão ecológica e defesa da vida na Amazônia se traduzem para a Igreja em um chamado a “desaprender, aprender e reaprender para superar qualquer tendência a assumir modelos coloniais que tenham causado danos no passado”.
Pecado ecológico e direito à água potável
Proposta a definição de “pecado ecológico” como “ação ou omissão contra Deus, contra o próximo, a comunidade, o meio ambiente”, as futuras gerações e a virtude da justiça. Para reparar a dívida ecológica que os países têm com a Amazônia, sugere-se a criação de um fundo mundial para as comunidades amazônicas, a fim de protegê-las do desejo predatório das empresas nacionais e multinacionais. O Sínodo recorda “a necessidade urgente de desenvolver políticas energéticas que reduzam drasticamente as emissões de dióxido de carbono (CO2) e de outros gases ligados à mudança climática”, promove as energias limpas e chama a atenção para o acesso à água potável, ao direito humano básico e condições para o exercício de outros direitos humanos. Proteger a terra significa incentivar a reutilização e a reciclagem, reduzir o uso de combustíveis fósseis e plásticos, mudar hábitos alimentares como o consumo excessivo de carne e peixe, adotar estilos de vida sóbrios, plantar árvores. Neste contexto, está incluída a proposta de um Observatório Social Pastoral Amazônico que trabalhe em sinergia com CELAM, CLAR, CARITAS, REPAM, episcopados, igrejas locais, universidades católicas e atores não eclesiais. Também foi proposta a criação de um escritório amazônico dentro do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral.
Novos caminhos de conversão sinodal
Superar o clericalismo e as imposições arbitrárias, reforçar uma cultura do diálogo, da escuta e do discernimento espiritual, responder aos desafios pastorais. São essas as características sobre as quais se deve fundar uma conversão sinodal à qual a Igreja é chamada para avançar em harmonia, sob o impulso do Espírito vivificante e com audácia evangélica.
Sinodalidade, ministerialidade, papel ativo dos leigos e vida consagrada
O desafio é interpretar à luz do Espírito Santo os sinais dos tempos e identificar o caminho a seguir a serviço do desenho de Deus. As formas de exercício da sinodalidade são várias e deverão ser descentralizadas, atentas aos processos locais, sem enfraquecer o elo com as Igrejas irmãs e com a Igreja universal. Sinodalidade se traduz, em continuidade com o Concílio Vaticano II, em corresponsabilidade e ministerialidade de todos, participação dos leigos, homens e mulheres, considerados “atores privilegiados”. A participação do laicato, seja na consulta, seja na tomada de decisões na vida e missão da Igreja – explica o Documento Final – deve ser reforçada e ampliada a partir da promoção e concessão de “ministérios a homens e mulheres de modo équo”. Evitando personalismos, talvez com encargos em rodízios, “o bispo pode confiar, com um mandato com prazo determinado, na ausência de sacerdotes, o exercício do cuidado pastoral das comunidades a uma pessoa não imbuída do caráter sacerdotal, que seja membro da própria comunidade”. A responsabilidade desta última, especifica-se, permanecerá a cargo do sacerdote. O Sínodo aposta ainda numa vida consagrada com rosto amazônico, a partir de um reforço das vocações autóctones: entre as propostas, se destaca o caminhar junto aos pobres e excluídos. Pede-se ainda que a formação seja centralizada na interculturalidade, inculturação e diálogo entre as espiritualidades e as cosmovisões amazônicas.
Organismo eclesial regional pós-sinodal e Universidade Amazônica
O Sínodo propõe projetar novamente a organização das Igrejas locais de um ponto de vista pan-amazônico, redimensionando as vastas áreas geográficas da diocese, reagrupando Igrejas particulares presentes na mesma região e criando um Fundo amazônico para a promoção da evangelização a fim de enfrentar o “custo da Amazônia”. Nesta ótica, se insere a ideia de criar um Organismo eclesial regional pós-sinodal, articulado com a Repam e o Celam, a fim de assumir muitas das propostas que emergiram no Sínodo. Em âmbito formativo, se invoca a instituição de uma Universidade Católica Amazônica baseada na pesquisa interdisciplinar, na inculturação e no diálogo intercultural e fundada principalmente na Sagrada Escritura, no respeito dos costumes e das tradições das populações indígenas.
Rito amazônico
Para responder de modo autenticamente católico ao pedido das comunidades amazônicas de adaptar a liturgia valorizando a visão do mundo, as tradições, os símbolos e os ritos originários, se pede a este Organismo da Igreja na Amazônia de constituir uma comissão competente para estudar a elaboração de um rito amazônico que “expresse o patrimônio litúrgico, teológico, disciplinar e espiritual da Amazônia”. Este se acrescentaria aos 23 ritos já presentes na Igreja Católica, enriquecendo a obra de evangelização, a capacidade de expressar a fé numa cultura própria, o sentido de descentralização e de colegialidade que a Igreja Católica pode expressar.  Também se faz a hipótese de acompanhar os ritos eclesiais com o modo com os quais os povos cuidam do território e se relacionam com as suas águas. Por fim, com a finalidade de favorecer o processo de inculturação da fé, o Sínodo expressa a urgência de formar comitês para a tradução e a elaboração de textos bíblicos e litúrgicos nas línguas dos diferentes locais, “preservando a matéria dos sacramentos e adaptando-os à forma, sem perder de vista o essencial”. Também deve ser encorajado em nível litúrgico a música e o canto. No final do Documento, se invoca a proteção da Virgem da Amazônia, Mãe da Amazônia, venerada com vários títulos em toda a região.
Manuela Castro – Cidade do Vaticano
Com informações do Vatican News
CNBB

30º Domingo do Tempo Comum - Ano C: O FARISEU E O PUBLICANO

+ Dom Sérgio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
No último domingo, o Evangelho nos convidava a “rezar sempre e nunca desistir” (Lc 18,1). Hoje, nós continuamos a refletir sobre como rezamos, escutando a parábola contada por Jesus para os que “confiavam na sua própria justiça e desprezavam os outros” (Lc 18,9). Jesus fala de dois homens que foram ao templo para orar. Um pertencia ao grupo religioso dos fariseus. Eles procuravam cumprir rigorosamente os preceitos da Lei e, por isso, se achavam superiores aos demais nos campos moral e religioso. O outro era um cobrador de impostos, também denominado “publicano”. Os cobradores de impostos tinham fama de desonestos; eram colaboradores do Império Romano e considerados impuros pelos fariseus. Os dois homens rezavam de modo muito diferente um do outro. O fariseu se julgava justo, merecedor da salvação, achando-se superior ao outro. O publicano, ao contrário, suplicava humildemente a misericórdia de Deus, dizendo: “meu Deus, tem piedade de mim, que sou pecador” (Lc 18, 14).
O erro do fariseu foi achar que as suas boas obras fossem a causa da sua justificação. Ele fez a lista dos seus méritos. Quando sinceras e vividas na humildade, as nossas boas obras são a nossa resposta ao amor de Deus e a nossa acolhida da salvação, como dom gratuito de Deus. O fariseu se achava tão bom que não precisava da salvação. O pecador que se reconhece como tal, como fez o publicano, acolhe a salvação, pois Jesus veio para chamar os pecadores (cf Lc 5,32). Isto exige, além da fé, a humildade, cuja importância é tão grande que a parábola se conclui com uma séria advertência: “quem se eleva será humilhado e quem se humilha será elevado” (Lc 18,14).
Estamos concluindo a leitura da segunda Carta a Timóteo, meditando um trecho comovente considerado como um testamento de S. Paulo. Ele fala de sua vida como oferta a Deus, mencionando as dificuldades que superou, por graça de Deus, e colocando-se em atitude de serena espera do término de sua missão. A atitude de S. Paulo é muito diferente daquela do fariseu (2 Tm 4,17). A confiança dele não está nas obras que realizou, mas brota da fé em Cristo.
Neste domingo conclui-se o Sínodo Especial para a Amazônia. Com ação de graças, humildade e confiança em Deus, nós continuamos a rezar pela Igreja na Amazônia, em comunhão com o Papa Francisco, procurando ser mais solidários com as suas comunidades e com os missionários. No dia 31 de outubro, conclui-se o Mês Missionário Extraordinário, com o envio missionário, pois somos “batizados e enviados”. Participe da missa, às 20 h, na Catedral. Nossa Arquidiocese seja sempre mais Igreja missionária, contando com a sua participação!
Arquidiocese de Brasília / O Povo de Deus

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Bíblias acorrentadas?

Written by Veritatis Splendor


·         Autor: Pe. Arthur W. Terminiello
·         Fonte: Livro “The 40 Questions Most Frequently Asked about the Catholic 
       Church by Non-Catholics” (1956) / Site “Una Fides, One Faith” (http://net2.netacc.net/~mafg)
·         Tradução: Carlos Martins Nabeto

– Não é verdade que a Igreja acorrentava Bíblias na Idade Média?

A Igreja acorrentava Bíblias na Idade Média pelo mesmo motivo que as Companhias Telefônicas amarravam as listas telefônicas nos seus balcões [e cabines telefônicas]: para impedir que as pessoas as roubassem.
Devemos lembrar que cada Bíblia era copiada à mão e um monge levava a vida inteira para fazer isso. Segundo os padrões atuais, cada uma dessas Bíblias valeria cerca de US$ 10.000 dólares.
Há registros que demonstram que existiam uns 5.000 livros acorrentados em 11 bibliotecas protestantes e 2 católicas. Vemos assim que os reformadores [protestantes] também acorrentaram suas Bíblias nas suas igrejas por pelo menos 300 anos, de modo que os católicos não foram os únicos a acorrentar Bíblias [na Idade Média].

Veritatis Splendor

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF