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quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Imersão ou infusão?


Written by Veritatis Splendor

·         Autor: Pe. Arthur W. Terminiello
·         Fonte: Livro “The 40 Questions Most Frequently Asked about the Catholic Church by Non-Catholics” (1956) / Site “Una Fides, One Faith” (http://net2.netacc.net/~mafg)
·         Tradução: Carlos Martins Nabeto

– Por que a Igreja [Católica] não batiza por imersão como todas as outras igrejas?
A Igreja reconhece uma das três formas de batismo como válidas:
1) Imersão – ou mergulho.
2) Infusão – ou derramamento.
3) Aspersão – ou pingamentos.
De qualquer forma, é necessário que o ministro tenha a intenção apropriada, ou seja, a de remover o pecado original.
A Igreja emprega a infusão por razões práticas, pois seria impossível mergulhar um bebê, uma pessoa na prisão ou uma pessoa num hospital…
Embora seja verdade que até o século XIII, a Igreja geralmente batizava por imersão, encontramos autoridade para DERRAMAR água num dos livros mais antigos do Cristianismo, a “Didaqué” ou “Doutrina dos Doze Apóstolos”, que remonta ao ano 98. Neste livro, lemos:
 “Batiza em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo em água corrente. Se não tiveres água corrente, batiza com outra água; se não puder ser fria, então quente. Mas se não houver nem uma nem outra, derrama água na cabeça três vezes, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”.

Veritatis Splendor

Coroa do Advento

REDAÇÃO CENTRAL, 28 Nov. 19 / 06:00 am (ACI).- A Igreja se prepara para iniciar o tempo do Advento no próximo domingo, 1º de dezembro. Como é tradição, os fiéis se reunirão para rezar e acender a primeira vela da Coroa do Advento.

Confira a seguir, 5 detalhes que todo cristão deve saber sobre a Coroa.
1. É exemplo da cristianização da cultura
A Coroa do Advento tem a sua origem em uma tradição pagã europeia, que consistia em prender velas durante o inverso para representar o fogo do deus sol e pedir-lhe que voltasse com sua luz e calor.
Os primeiros missionários aproveitaram esta tradição para evangelizar as pessoas e lhes ensinaram que deviam aproveitar esta Coroa do Advento como meio para esperar Cristo, celebrar seu nascimento e lhe pedir que infunda sua luz em suas almas.
2. Sua forma circular é sinal do amor de Deus
O círculo é uma figura geométrica que não tem princípio nem fim. A Coroa do Advento recorda que Deus também não tem princípio nem fim, por isso reflete sua unidade e eternidade. É sinal do amor que se deve ter pelo Senhor e pelo próximo, o qual deve se renovar constantemente e nunca acabar.
3. Os ramos verdes representam Cristo vivo
Verde é a cor da esperança e da vida. Os ramos significam que Cristo está vivo entre nós. A cor verde também recorda a vida de graça, o crescimento espiritual e a esperança que devemos cultivar durante o Advento. O desejo mais importante deve ser querer chegar a uma união mais forte com Deus, nosso Pai, assim como a árvore e seus ramos.
4. As quatro velas representam cada domingo do Advento
As velas permitem refletir sobre a escuridão provocada pelo pecado, o qual deixa o homem cego e o afasta de Deus. Depois da primeira queda do homem, Deus foi dando pouco a pouco uma esperança de salvação que iluminou todo o universo, como as velas da Coroa.
Neste sentido, assim como as trevas se dissipam com cada vela que acendemos, os séculos foram se iluminando cada vez mais com a proximidade da chegada de Cristo ao mundo.
As quatro velas colocadas na Coroa de Advento são acesas semana a semana, nos quatro domingos do Advento e com uma oração especial.
5. Uma das velas é rosa
Tradicionalmente as velas da Coroa de Advento são três roxas e uma rosa, esta é acesa no terceiro Domingo do Advento. Este dia é conhecido também como “Domingo Gaudete”, ou da alegria, devido à primeira palavra do prefácio da Missa: Gaudete (regozijem-se).
A cor roxa representa o espírito de vigilância, penitência e sacrifício que devemos ter para nos prepararmos adequadamente para a chegada de Cristo. A cor rosa representa a alegria que sentimos diante da proximidade do nascimento do Senhor.
Em alguns lugares, todas as velas da Coroa são substituídas por velas vermelhas e, na Noite de Natal, é colocada no centro da coroa uma vela branca, simbolizando Cristo como centro de tudo que existe.
Sugestões
a) Recomenda-se fazer a coroa de Advento em família, aproveitando a ocasião para ensinar as crianças o sentido e o significado de tal símbolo do Natal.
b) A coroa deverá estar em um lugar especial da casa, de preferência onde seja facilmente visível por todos, recordando assim a vinda cada vez mais próxima do Senhor Jesus e a importância de se preparar bem para este momento.
c) É conveniente fixar um horário para se fazer a liturgia da Coroa do Advento de maneira que seja uma ocasião familiar e ordenada, com a participação consciente de todos.
d) Recomenda-se repartir as funções de cada membro da família durante a liturgia. Um acende a vela, outro lê a passagem bíblica, outro faz algumas preces, a fim de que todos possam participar e que seja uma ocasião de encontro familiar.
ACI Digital

Santa Catarina Labouré, vidente da Medalha Milagrosa

REDAÇÃO CENTRAL, 28 Nov. 19 / 05:00 am (ACI).- Em 28 de novembro, a Igreja celebra Santa Catarina Labouré, vidente da Medalha Milagrosa, a quem a Virgem disse: “Deus quer te confiar uma missão; te custará trabalho, mas vencerás se pensar que o fará para a glória de Deus”.

Santa Catarina Labouré nasceu na França em 1806, em uma família camponesa. Ficou órfã de mãe aos nove anos e pediu à Virgem que fosse sua mãe. Sua irmã foi admitida como religiosa vicentina e Catarina teve que se ocupar das tarefas do lar e, por isso, não pôde aprender a ler nem escrever.
Mais tarde, pediu ao seu pai que permitisse que ela se tornasse religiosa em um convento, mas ele negou. Então, pedia ao Senhor que lhe concedesse este desejo. Tempos depois, viu em sonhos um sacerdote idoso que lhe disse: “um dia irá me ajudar a cuidar dos enfermos”.
Aos 24 anos, visitou sua irmã religiosa e, no convento, viu a imagem de São Vicente de Paulo e percebeu que ele era o sacerdote que viu em seus sonhos. Desde então, propôs-se a ser religiosa vicentina e não se deteve até ser aceita na comunidade.
Foi enviada a Paris, onde realizou os ofícios mais humildes e esteve cuidou dos idosos da enfermaria. Em 27 de novembro de 1830, a Virgem Maria apareceu a ela na capela do convento e lhe pediu que cunhasse a Medalha de acordo com o que estava vendo na aparição.
Com o tempo e diante da intercessão do confessor da Santa, o Arcebispo de Paris permitiu que se fabricasse a medalha e começaram os milagres, tal como a Virgem havia prometido.
Com a morte de seu confessor, que sabia tudo sobre as aparições, substituiu-o outro que, ao escutar os fatos extraordinários, não a compreendeu. Enquanto isso, Santa Catarina guardava em segredo sua história com a Virgem até que lhe renovaram o confessor.
A Santa sabia que se aproximava o tempo de partir e, depois de pedir o conselho à Virgem, confiou seu segredo à superiora, que conseguiu que fosse erguida no altar uma estátua que perpetuasse a recordação das aparições.
Partiu para a Casa do Pai aos 70 anos, em 31 de dezembro de 1876. Quando abriram a sua sepultura, 56 anos depois, para o reconhecimento oficial de suas relíquias, encontraram seu corpo incorrupto. Foi beatificada por Pio XI, em 1933, e canonizada por Pio XII, em 1947.
ACI Digital

quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Nossa Senhora das Graças, a Virgem da Medalha Milagrosa

REDAÇÃO CENTRAL, 27 Nov. 19 / 05:00 am (ACI).- “Fazei cunhar uma medalha conforme este modelo. Todos os que a usarem, trazendo-a ao pescoço, receberão grandes graças. Estas serão abundantes para aqueles que a usarem com confiança”, disse Nossa Senhora a Santa Catarina Labouré, no dia 27 de novembro de 1830.

Foi nesse ano de 1830 que a Virgem Maria apareceu para a Irmã Catarina Labouré, da Congregação das Filhas da Caridade, primeiramente na noite de 18 de junho. Um anjo despertou a religiosa e a conduziu até a capela, onde encontrou a Mãe de Deus e conversou com ela por mais de duas horas, ao final da qual Maria lhe disse: “Voltarei, minha filha, porque tenho uma missão para te confiar”.
No dia 27 de novembro do mesmo ano, a Santíssima Virgem voltou a aparecer para Catarina. A Mãe de Deus estava com uma veste branca e manto azul. Conforme relatou a religiosa, era de uma “beleza indizível”. Os pés estavam sobre um globo branco e esmagavam uma serpente.
Suas mãos, à altura do coração, seguravam um pequeno globo de ouro, coroado com uma pequena cruz. Levava nos dedos anéis com pedras preciosas que brilhavam e iluminavam em toda direção.
A Virgem olhou para Santa Catarina e lhe disse: “O globo que vês representa o mundo inteiro, especialmente a França e cada alma em particular. Estes raios são o símbolo das graças que Eu derramo sobre as pessoas que me pedem. As pérolas que não emitem raios são as graças das almas que não pedem”.
O globo de ouro que a Virgem Maria estava segurando se desvaneceu e seus braços se estenderam abertos, enquanto os raios de luz continuavam caindo sobre o globo branco dos pés.
Nesse momento, formou-se um quadro oval em torno de Nossa Senhora, com as seguintes palavras em letras douradas: “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós”.
Então, Maria pediu que Catarina mandasse cunhar a medalha, segundo o que estava vendo.
A aparição girou e no reverso estava a letra “M” encimada por uma cruz que tinha uma barra em sua base, a qual atravessava a letra. Embaixo figurava o coração de Jesus, circuncidado com uma coroa de espinhos, e o coração de Nossa Senhora, transpassado por uma espada. Ao redor havia doze estrelas.
A manifestação voltou a acontecer por volta do final de dezembro de 1830 e princípio de janeiro de 1831.
Em 1832, o Bispo de Paris autorizou a cunhagem da medalha e assim se espalhou pelo mundo inteiro. Inicialmente a medalha era chamada “da Imaculada Conceição”, mas quando a devoção se expandiu e se produziram muitos milagres, foi chamada “Medalha Milagrosa”, como é conhecida até nossos dias.
Para celebrar este dia em que recordamos Nossa Senhora das Graças, confira a seguir a oração para pedir o auxílio da Virgem:
Lembrai-vos, ó puríssima Virgem Maria, do poder ilimitado que vos deu o vosso divino Filho sobre o seu coração adorável. Cheio de confiança na vossa intercessão, venho implorar o vosso auxílio. Tendes em vossas mãos a fonte de todas as graças que brotam do Coração amantíssimo de Jesus Cristo; abri-a em meu favor, concedendo-me a graça que ardentemente vos peço. Não quero ser o único por vós rejeitado; sois minha Mãe, sois a soberana do coração de vosso divino Filho.
Sim, ó virgem santa, não esqueçais as tristezas desta terra; lançai um olhar de vontade aos que estão no sofrimento, aos que não cessam de provar o cálice das amarguras da vida. Tende piedade dos que se amam e que estão separados pela discórdia, pela doença, pelo cárcere, pelo exílio ou pela morte. Tende piedade dos que choram dos que suplicam e dai a todos o conforto, a esperança e a paz! Atendei, pois, à minha humilde súplica e alcançai-me as graças que agora fervorosamente vos peço por intermédio de vossa santa Medalha Milagrosa!
Amém.
ACI Digital

terça-feira, 26 de novembro de 2019

“Tarde de Amei!” De Santo Agostinho, uma das mais arrebatadoras orações de todos os tempos.

Santo Agostinho
“Et ecce intus eras et ego foris et ibi te quaerebam, et in ista formosa quae fecisti deformis irruebam…”

     1. Tarde Te amei, ó Beleza tão antiga e tão nova… Tarde Te amei! Trinta anos estive longe de Deus. Mas, durante esse tempo, algo se movia dentro do meu coração… Eu era inquieto, alguém que buscava a felicidade, buscava algo que não achava… Mas Tu Te compadeceste de mim e tudo mudou, porque Tu me deixaste conhecer-Te. Entrei no meu íntimo sob a Tua Guia e consegui, porque Tu Te fizeste meu auxílio.

    2. Tu estavas dentro de mim e eu fora… “Os homens saem para fazer passeios, a fim de admirar o alto dos montes, o ruído incessante dos mares, o belo e ininterrupto curso dos rios, os majestosos movimentos dos astros. E, no entanto, passam ao largo de si mesmos. Não se arriscam na aventura de um passeio interior”. Durante os anos de minha juventude, pus meu coração em coisas exteriores que só faziam me afastar cada vez mais d’Aquele a Quem meu coração, sem saber, desejava… Eis que estavas dentro e eu fora! Seguravam-me longe de Ti as coisas que não existiriam senão em Ti. Estavas comigo e não eu Contigo…


  3. Mas Tu me chamaste, clamaste por mim e Teu grito rompeu a minha surdez… “Fizeste-me entrar em mim mesmo… Para não olhar para dentro de mim, eu tinha me escondido. Mas Tu me arrancaste do meu esconderijo e me puseste diante de mim mesmo, a fim de que eu enxergasse o indigno que era, o quão deformado, manchado e sujo eu estava”. Em meio à luta, recorri a meu grande amigo Alípio e lhe disse: “Os ignorantes nos arrebatam o céu e nós, com toda a nossa ciência, nos debatemos em nossa carne”. Assim me encontrava, chorando desconsolado, enquanto perguntava a mim mesmo quando deixaria de dizer “Amanhã, amanhã”… Foi então que escutei uma voz que vinha da casa vizinha… Uma voz que dizia: “Pega e lê. Pega e lê!”.

     4. Brilhaste, resplandeceste sobre mim e afugentaste a minha cegueira. Então corri à Bíblia, abri-a e li o primeiro capítulo sobre o qual caiu o meu olhar. Pertencia à carta de São Paulo aos Romanos e dizia assim: “Não em orgias e bebedeiras, nem na devassidão e libertinagem, nem nas rixas e ciúmes. Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo” (Rm 13,13s). Aquelas Palavras ressoaram dentro de mim. Pareciam escritas por uma pessoa que me conhecia, que sabia da minha vida.


    5. Exalaste Teu Perfume e respirei. Agora suspiro por Ti, anseio por Ti! Deus… de Quem separar-se é morrer, de Quem aproximar-se é ressuscitar, com Quem habitar é viver. Deus… de Quem fugir é cair, a Quem voltar é levantar-se, em Quem apoiar-se é estar seguro. Deus… a Quem esquecer é perecer, a Quem buscar é renascer, a Quem conhecer é possuir. Foi assim que descobri a Deus e me dei conta de que, no fundo, era a Ele, mesmo sem saber, a Quem buscava ardentemente o meu coração.

    6. Provei-Te, e, agora, tenho fome e sede de Ti. Tocaste-me, e agora ardo por Tua Paz. “Deus começa a habitar em ti quando tu começas a amá-Lo”. Vi dentro de mim a Luz Imutável, Forte e Brilhante! Quem conhece a Verdade conhece esta Luz. Ó Eterna Verdade! Verdadeira Caridade! Tu és o meu Deus! Por Ti suspiro dia e noite desde que Te conheci. E mostraste-me então Quem eras. E irradiaste sobre mim a Tua Força dando-me o Teu Amor!


      7. E agora, Senhor, só amo a Ti! Só sigo a Ti! Só busco a Ti! Só ardo por Ti!…

     8. Tarde te amei! Tarde Te amei, ó Beleza tão antiga e tão nova! Tarde demais eu Te amei! Eis que estavas dentro, e eu, fora – e fora Te buscava, e me lançava, disforme e nada belo, perante a beleza de tudo e de todos que criaste. Estavas comigo, e eu não estava Contigo… Seguravam-me longe de Ti as coisas que não existiriam senão em Ti. Chamaste, clamaste por mim e rompeste a minha surdez. Brilhaste, resplandeceste, e a Tua Luz afugentou minha cegueira. Exalaste o Teu Perfume e, respirando-o, suspirei por Ti, Te desejei. Eu Te provei, Te saboreei e, agora, tenho fome e sede de Ti. Tocaste-me e agora ardo em desejos por Tua Paz!

Santo Agostinho, Confissões 10, 27-29.

Veritatis Splendor

O que é o Advento e como podemos vivê-lo?

Advento (ACI Digital)
REDAÇÃO CENTRAL, 26 Nov. 19 / 05:00 am (ACI).- O Advento é o tempo de preparação para celebrar o Natal e começa quatro domingos antes desta festa. Além disso, marca o início do novo Ano Litúrgico católico e em 2019 começará no domingo, 1º de dezembro.

Advento vem do latim “ad-venio”, que quer dizer “vir, chegar”. Começa com o domingo mais próximo da festa de Santo André (30 de novembro) e dura quatro semanas.
O Advento está dividido em duas partes: as primeiras duas semanas servem para meditar sobre a vinda do Senhor quando ocorrer o fim do mundo; enquanto as duas seguintes servem para refletir concretamente sobre o nascimento de Jesus e sua irrupção na história do homem no Natal.
Nos templos e casas são colocadas as coras do Advento e se acende uma vela a cada domingo. Do mesmo modo, os paramentos do sacerdote e as toalhas do altar são roxos, como símbolo de preparação e penitência. A exceção é o terceiro domingo, o Domingo Gaudete (da alegria), no qual pode se usar a cor rósea.
A fim de fazer sensível esta dupla preparação de espera, durante o Advento, a Liturgia suprime alguns elementos festivos. Na Missa, não é proclamado o hino do Glória.
O objetivo desses simbolismos é expressar de maneira tangível que, enquanto dura a peregrinação do homem, falta-lhe algo para seu gozo completo. Quando o Senhor se fizer presente no meio do seu povo, a Igreja terá chegado à sua festa completa, representada pela Solenidade do Natal.
Muitos católicos sabem do Advento, mas talvez as preocupações no trabalho, as provas na escola, os ensaios com o coral ou teatro de Natal, a arrumação do presépio e a compra dos presentes fazem com que se esqueçam do verdadeiro sentido deste tempo. Por isso, é preciso recordar que a principal preparação neste período deve ser interior, na espera da vinda de Jesus.
No tempo do Advento, faz-se um apelo aos cristãos, a fim de que vivam de maneira mais profunda algumas práticas específicas, como: a vigilância na fé, na oração, na busca de reconhecer o Cristo que vem nos acontecimentos e nos irmãos; a conversão, procurando consertar os próprios caminhos e andar nos caminhos do Senhor, para seguir Jesus em direção Reino do Pai; o testemunho da alegria que Jesus traz, através de uma caridade paciente e carinhosa para com os outros; a pobreza interior, de um coração disponível para Deus, como Maria, José, João Batista, Zacarias, Isabel; a alegria, na feliz expectativa do Cristo que vem e na invencível certeza de que Ele não falhará.
Fonte: ACI Digital

segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Cardeal propõe as "bem-aventuranças" da Virgem Maria para o Advento

Imagem referencial. Crédito: Pixabay.
MADRI, 25 Nov. 19 / 04:00 pm (ACI).- Por ocasião do Advento, o Cardeal Carlos Osoro, Arcebispo de Madri, propôs uma série de “bem-aventuranças” ou “características fundamentais” que Nossa Senhora viveu e que explicam a grandeza de sua entrega ao Senhor.
Em uma carta pelo Advento intitulada "A Mãe e nosso encontro com Ela", publicada em dezembro de 2018, mas que mantêm sua atualidade para 2019, o Cardeal propôs "oito características fundamentais que, contemplando a Virgem Maria, descubro como bem-aventuranças que o Senhor quer nos entregar”.
Nesse sentido, explicou que a bem-aventurança "da grandeza brota em Maria pela fé em Deus, mesmo em momentos de escuridão". Porque, como destacou, "Ela prefere confiar em Deus, um Deus que nos ama incondicionalmente, um Deus que quis estabelecer sua presença entre os homens e que deseja mantê-la através da Igreja".
Outra está relacionada com “a grandeza que brota também de seu amor: nunca deixou de amar, nunca esteve contra ninguém. Inclusive quando viu com seus próprios olhos como seu Filho Jesus Cristo morria na cruz, continuou amando. Pediu-lhe que fosse a mãe de todos os homens e Ela o tornou visível no apóstolo João”.
Além disso, mencionou a bem-aventurança da “grandeza que brota de sua simplicidade”, porque “tornou natural aquilo que era sobrenatural, fácil o que era difícil, simples o que era complicado, ordinário o que era extraordinário” e “da grandeza que brota de sua humildade: sua escolha para ser Mãe de Deus não foi motivo para vangloriar-se, esqueceu e nunca levou em consideração o que fizeram com ela, como, por exemplo, fechar-lhe as portas quando ia dar à luz”.
Também destacou como bem-aventurança “a grandeza que brota de sua obediência, pois não pretendeu determinar a forma de seguir a Deus, mas deixou que Deus se dispusesse dela como quisesse”. E também a relacionada com “a grandeza que brota de sua fidelidade, mesmo a custa de grandes sofrimentos. Sofreu tudo que humanamente se pode sofrer sem se queixar”.
O Cardeal também se referiu à “bem-aventurança da grandeza que brota de sua força: foi capaz de carregar uma cruz, cantar o magnificat e falar com tranquilidade sobre outras coisas”; e a que brota de “saber manter-se junto à Cruz de seu filho, da forma como pedia seu coração de Mãe, de pé”.
O Cardeal Osoro também incentiva a deixar-se "questionar por Deus tendo adiante à Virgem Maria”, e incentiva a recitar o Magnificat antes de se fazer as perguntas transcendentais da vida.
Do mesmo modo, exorta "a viver como filho de Deus e irmão de todos os homens" para experimentar "a grande bênção de Deus que é viver com, por e a partir do amor de Deus" e deixar que Deus diga "Alegra-te, o Senhor está contigo" e aproximar a nossa Mãe de nossa vida, colocar-se ao lado dela e escutar junto com ela “essas palavras que enchem a vida de um ser humano de alegria, percebendo que Deus conta contigo; ama-te, deseja que lhe faças presente neste mundo”.
O Arcebispo de Madri também incentivou a não temer, porque, da mesma forma como Deus fez com a sua Mãe, “vai te ajudar com a sua graça e com seu amor, concederá a ti a sua força para fazer o que, para a tua razão, parece impossível. É preciso apenas que te coloques diante de Deus como Maria, diga-lhe assim: ‘Aqui me tens Senhor, confio em Ti, confio em tua Palavra’”.
ACI Digital

domingo, 24 de novembro de 2019

SOLENIDADE DE CRISTO REI - Ano C

+ Dom Sérgio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
Celebramos, com toda a Igreja, a solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo. Na oração do Pai Nosso, ensinada por Jesus, nós suplicamos ao Pai: “venha a nós o vosso Reino”. Contudo, nem sempre prestamos a devida atenção às palavras que repetimos tantas vezes. A Liturgia da Palavra desta solenidade nos mostra como é este Rei em quem nós cremos e como é o seu Reino. O Evangelho nos revela o rosto deste Rei do Universo, ao narrar a sua paixão e morte na cruz. Somos convidados a contemplar Jesus coroado de espinhos para entender bem o significado de sua realeza, que não pode ser entendia segundo os parâmetros dos reis e dos reinos presentes na história. Na cruz, Jesus se revela o verdadeiro rei, o Senhor, que vem para dar a vida pela salvação do seu povo. Ao invés de cercar-se de honrarias, Jesus é o rei que se faz servo, doando a sua vida por nós. A narrativa da paixão, segundo Lucas (Lc 23,35-43), ressalta a misericórdia de Jesus. Na cruz, ele oferece o perdão ao malfeitor arrependido, prometendo-lhe o paraíso. Além disso, em outra passagem, Lucas narra que Jesus rezou, na cruz, suplicando ao Pai o perdão àqueles que o crucificavam. Jesus não é apresentado como um rei dominador, mas como o rei-servo que constrói o seu Reino sobre o perdão e a doação.
No prefácio da missa desta solenidade, louvamos ao Pai porque o Reino de Jesus é um “reino eterno e universal: reino da verdade e da vida, reino da santidade e da graça, reino da justiça, do amor e da paz”. É este o Reino que pedimos ao Pai, todas as vezes que rezamos o Pai Nosso. Com o belo hino de louvor da Carta de S. Paulo aos Colossenses, nós damos graças ao Pai que “nos recebeu no reino de seu Filho amado” (Cl 1,13) e porque quis “por ele reconciliar consigo todos os seres, os que estão na terra e no céu, realizando a paz pelo sangue da sua cruz” (Cl 1,20).
Em todo o Brasil celebramos hoje o dia nacional dos cristãos leigos e leigas, chamados a participarem ativamente da vida e da missão evangelizadora da Igreja, especialmente, pelo testemunho cristão nos diversos ambientes da sociedade. Nós bendizemos a Deus e agradecemos os fiéis leigos que se dedicam generosamente ao serviço da Igreja nas diversas pastorais, movimentos e serviços, bem como, pela participação responsável na construção da sociedade. Torna-se cada vez mais necessária a atuação dos cristãos leigos nos diversos campos da vida social, como “sal da terra” e “luz do mundo”. Nossas comunidades paroquiais necessitam também de um número maior de leigos e leigas para as diversas pastorais, movimentos e serviços. Somos todos “batizados e enviados” em missão!
Arquidiocese de Brasília / O Povo de Deus

Padre Donizetti é proclamado Beato: “figura exemplar de sacerdote”

Padre Donizetti Tavares de Lima /
Foto: Santuário Nossa Senhora Aparecida de Tam
baú
SÃO PAULO, 23 Nov. 19 / 11:55 am (ACI).- Foi beatificado neste sábado, 23 de novembro, o brasileiro Padre Donizetti Tavares de Lima, “figura exemplar de sacerdote, completa do ponto de vista humano, espiritual e social, que se distinguiu ao viver em plenitude o Evangelho”.
Missa de beatificação de Pe. Donizetti foi presidida pelo prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, Cardeal Angelo Becciu, em Tambaú, Diocese de São João da Boa Vista (SP), com a presença de milhares de fiéis, além de religiosos, seminaristas, sacerdotes e bispos.
Em sua homilia, o Cardeal Becciu ressaltou o “exemplo concreto e vivo de sacerdote zeloso, homem de oração e ação, que viveu a doutrina social da Igreja”, deixado por Pe. Donizetti.
“Na sua grande humildade, ele se considerou o último dos padres, mas a Igreja agora o coloca como modelo para todos os sacerdotes”, sublinhou, acrescentado que o novo beato “nos encoraja, os pastores de almas, a dedicarmos nossa vida totalmente ao ministério, nos tornando voz de quantos não têm voz na sociedade, defendendo os indefesos e apoiando os abandonados”.
Nesse sentido, deixou um convite especial aos “seminaristas que se preparam para o sacerdócio”, para que descubram no Pe. Donizetti “o modelo de discernimento vocacional que os leve a se tornarem luz e sal da terra no contexto do mundo e da sociedade hodierna com os seus desafios”.
Além disso, afirmou o agora beato “representa um exemplo luminoso de vida evangélica também para os fiéis leigos, chamados a colocar os próprios talentos a serviço da evangelização, em particular, como lembrou o Concílio Vaticano II, animando com o espírito cristão as realidades temporais”.
“Trata-se de se empenhar com coragem nos vários âmbitos culturais, sociais e políticos, atuando a doutrina social da Igreja e portando a mensagem vivificante do Evangelho”, completou.
De acordo com o Purpurado, “no Beato Donizetti Tavares de Lima brilha a imagem de Cristo Bom Pastor, preocupado por ir à procura da ovelha perdida, de curar as feridas, de tratar os que estão doentes, apascentando o rebanho segundo a justiça”.
“Ele realizou um fecundo ministério sacerdotal centrado na oração, no trabalho apostólico, no sofrimento até a doação total de si mesmo”, explicou, ao citar as obras que realizou em favor dos pobres, dos doentes, dos operários, das famílias.
Segundo assinalou, “como pároco, não se poupou no serviço à sua gente, ninguém era excluído da sua atenção” e, “em todas as criaturas sofredoras, via o rosto de Cristo”.
Frente às suas obras, indicou o Cardeal Becciu, pode-se perguntar: “Onde encontrou tanta energia para viver uma missão tão vasta e extraordinária?”. “Antes de tudo, na oração. As testemunhas referem que rezava muito, celebrava com fervor, ficava frequentemente em oração diante do Santíssimo Sacramento”.
Além disso, Pe. Donizetti “nutria uma devoção filial a Nossa Senhora, venerada como Nossa Senhora Aparecida”, recordou. “Frente às graças e ajudas celestes que obtinha com a sua oração, repetia: ‘Eu não sou ninguém, mas posso obter de Deus, através de Nossa Senhora’”.
Assim, observou o Purpurado, “foi através de sua intensa vida interior, da sua relação íntima com Jesus que se desencadeou o heroísmo sempre demonstrado no dar-se aos irmãos, também aceitando as perseguições para defender o direito e a justiça”.
“A esperança no prêmio eterno reservado aos trabalhadores da justiça e da paz estava de tal modo radicada em seu ânimo que o tornava preparado para enfrentar as provas cotidianas com calma, serenidade e abandono à divina vontade”, afirmou.
Ao final da celebração, o Bispo da Diocese de São João da Boa Vista, Dom Antônio Emídio Vilar, agradeceu, na pessoa do Cardeal Becciu, ao Papa Francisco “por inscrever o venerável servo de Deus Donizetti Tavares de Lima no número dos bem-aventurados da Santa Igreja”.
“Se para os devotos do Pe. Donizetti ele sempre foi considerado santo, hoje chegou o dia tão esperado em que a própria hierarquia da Igreja confirma e declara oficialmente a santidade do Beato Donizetti”, expressou o Bispo, ressaltando que “hoje é dia de louvarmos e agradecermos a Deus pelo dom, o presente de Deus, do bem-aventurado Donizetti”.
Dom Vilar ressaltou que “o Pe. Donizetti foi o apóstolo da acolhida, um verdadeiro pastor com cheiro de ovelhas”, o qual “nos deixou o exemplo da cultura do encontro e de uma Igreja em saída, que tanto nos pede o Papa Francisco”.
“Hoje, o clero diocesano recebe de Deus seu exemplo de santidade e carisma a ser imitado”, salientou o Prelado.
Por fim, a se referir à imagem de Pe. Donizetti, Dom Vilar observou que, “como padre diocesano, seu gesto firme de bênção nos comunica a salvação de Cristo em sua cruz. É um gesto de bênção que, em nome da Santíssima Trindade, nos cumula de graças divinas”.
“Sua imagem nos deixa esse legado, uma mão a abençoar e a outra mão junto ao peito, sobre o coração, como sinal do coração sacerdotal de Jesus, fonte de toda bênção”, completou.
ACI Digital

Solenidade de Cristo Rei do Universo

REDAÇÃO CENTRAL, 24 Nov. 19 / 05:00 am (ACI).- “Sim, eu sou rei. É para dar testemunho da verdade que nasci e vim ao mundo” (Jo 18,37). Com a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, a Igreja Católica conclui o Ano Litúrgico recordando aos fiéis e ao mundo que ninguém e nenhuma lei está acima de Deus.

A Solenidade de Cristo Rei foi instituída pelo Papa Pio XI em 1925 e celebra Cristo como o Rei bondoso e singelo que, como pastor, guia sua Igreja peregrina para o Reino Celestial e lhe outorga a comunhão com este Reino para que possa transformar o mundo no qual peregrina.
Por ocasião desta solenidade, em 2012, ao presidir a Santa Missa, o Papa Bento XVI explicou que “neste último domingo do Ano Litúrgico, a Igreja nos convida a celebrar Jesus Cristo como Rei do universo; chama-nos a dirigir o olhar em direção ao futuro, ou melhor em profundidade, para a meta última da história, que será o reino definitivo e eterno de Cristo”.
A possibilidade de alcançar o Reino de Deus foi estabelecida por Jesus Cristo ao nos deixar o Espírito Santo que nos concede as graças necessárias para obter a santidade e transformar o mundo no amor. Essa é a missão que Jesus deixou à Igreja ao estabelecer seu Reino.
Em um mundo onde prima a cultura de morte e o crescimento de uma sociedade hedonista, a festividade anual de Cristo Rei anima uma doce esperança nos corações humanos, já que impulsiona à sociedade a voltar-se para Salvador.
Conforme declarou Bento XVI, “com o seu sacrifício, Jesus abriu-nos a estrada para uma relação profunda com Deus: nele nos tornamos verdadeiros filhos adotivos, participando assim da sua realeza sobre o mundo. Portanto, ser discípulos de Jesus significa não se deixar fascinar pela lógica mundana do poder, mas levar ao mundo a luz da verdade e do amor de Deus”.
E, recordando a oração do Pai Nosso, o agora Papa Emérito sublinhou “as palavras ‘Venha a nós o vosso reino’, que equivale a dizer a Jesus: Senhor, fazei que sejamos vossos, vivei em nós, reuni a humanidade dispersa e atribulada, para que em Vós tudo se submeta ao Pai da misericórdia e do amor”.
ACI Digital

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF