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quinta-feira, 12 de março de 2020

Posse de Dom Sergio como arcebispo de Salvador já tem data

+ Dom Sérgio Cardeal da Rocha
A Cerimônia de Posse de Dom Sergio da Rocha como arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil ocorrerá no dia 05 de junho, às 19h, na Catedral Metropolitana Transfiguração do Senhor.
À frente da Arquidiocese de Brasília desde 6 de agosto de 2011, quando tomou posse, Dom Sergio foi o escolhido pelo Papa Francisco para assumir as funções de Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger, que apresentou renúncia por limite de idade em 2018.
A nomeação de Dom Sergio da Rocha e a acolhida do pedido de renúncia de Dom Murilo Krieger foram divulgados em um mesmo ato, na manhã desta quarta-feira, 11/03.
Aos 76 anos, Dom Murilo, agora arcebispo emérito, deve seguir como administrador apostólico até a data da posse do novo arcebispo.
Já Dom Sergio, aos 61, continua com os trabalhos pastorais na Igreja de Brasília, também como administrador apostólico, e se preparando para a nova missão designada pelo Papa Francisco.
Em breve traremos mais informações sobre a posse de Dom Sergio.
Clique aqui e veja a biografia completa de Dom Sergio da Rocha.

Por Gislene Ribeiro
Arquidiocese de Brasília

São Luís Orione, fundador da Pequena Obra da Divina Providência

REDAÇÃO CENTRAL, 12 Mar. 20 / 05:00 am (ACI).- São Luís Orione, cuja festa é celebrada neste dia 12 de março, costumava dizer: “Não  é entre as palmeiras que eu quero viver e morrer, mas no meio dos pobres que são Jesus Cristo”. Ele é fundador da assim chamada Pequena Obra da Divina Providência e de outras congregações dedicadas aos mais necessitados.

Dom Orione, como é popularmente conhecido, nasceu na Itália em 1872. Em sua adolescência, foi aluno de São João Bosco no Oratório de Valdocco de Turim. “Nós seremos sempre amigos”, disse Dom Bosco ao jovem.
Mais tarde, ingressou no seminário de Tortona e abriu o primeiro oratório para cuidar da educação cristã dos jovens. Depois, com 21 anos, abriu um colégio para crianças pobres do bairro de São Bernardino.
Em 1895, foi ordenado sacerdote e celebrou sua primeira Missa rodeado por crianças. Com o tempo, abriu novas casas em diferentes partes da Itália. Aos poucos, uniram-se a ele clérigos e sacerdotes. Dedicou-se ao ensino dos jovens, à pregação, à visita aos pobres e aos doentes.
Em 1903, o bispo de Tortona reconheceu canonicamente os Filhos da Divina Providência (sacerdotes, irmãos coadjutores e eremitas), a congregação masculina da Pequena Obra da Divina Providência, dedicada a colaborar para levar os pequenos, os pobres e o povo à Igreja e ao Papa, através de obras de caridade.
Trabalhou ativamente na liberdade, unidade da Igreja e a cristianização dos trabalhadores. Socorreu heroicamente as vítimas do terremoto em 1908, em que 90 mil pessoas morreram.
Fundou a Congregação das Pequenas Irmãs Missionárias da Caridade, as Irmãs Sacramentinas Adoradoras cegas e depois as Contemplativas de Jesus Crucificado.
Organizou grupos Leigos: as Damas da Divina Providência, os Ex-Alunos e os Amigos. Posteriormente, tomou corpo o Instituto Secular Orionita e o Movimento Laical Orionita.
Depois da Primeira Guerra Mundial, multiplicaram-se o número de escolas, colégios, colônias agrícolas, obras caritativas e sociais. Dom Orione criou os “Pequenos Cotolengos”, que atendiam os mais sofredores e abandonados nas periferias das grandes cidades.
Enviou várias expedições missionárias para diversas partes do mundo, viajando inclusive ele mesmo a países da América Latina como Argentina, Brasil, Uruguai e Chile. Tinha a estima dos Papas São Pio X, Bento XV, Pio XI e Pio XII, que lhe confiaram resolver problemas dentro e fora da Igreja.
Construiu os santuários de Nossa Senhora da Guarda, em Tortona, e Nossa Senhora de Caravaggio, em Funo. Rodeado pelo amor de seus religiosos, partiu para a Casa do Pai no dia 12 de março de 1940, suspirando: “Jesus! Jesus! Estou indo”.
ACI Digital

quarta-feira, 11 de março de 2020

Papa aceita renúncia de Dom Murilo e nomeia Cardeal Sérgio da Rocha Arcebispo de Salvador

Dom Murilo Krieger e Cardeal Sérgio da Rocha / Fotos: CNBB
Vaticano, 11 Mar. 20 / 09:04 am (ACI).- O Papa Francisco aceitou nesta quarta-feira, 11 de março, a renúncia de Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger como Arcebispo de São Salvador da Bahia e Primaz do Brasil e nomeou para substitui-lo o Cardeal Sérgio da Rocha, até então Arcebispo de Brasília.

Dom Murilo Krieger foi o 27º Arcebispo de Salvador, tendo assumido o cargo em 2011. Após completar 75 anos em outubro de 2018, apresentou seu pedido de renúncia ao Santo Padre, conforme estabelecido pelo Código de Direito Canônico.
Dentre as diversas atividades desenvolvidas ao longo de seu ministério episcopal, serviu como vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) de 2005 a 2018. Além disso, o agora Bispo emérito de Salvador coordenou o processo de canonização de Santa Dulce dos Pobres, a qual se tornou santa em 16 de outubro de 2019.
Já o novo Arcebispo de Salvador, Cardeal Sérgio da Rocha, nasceu em Dobrada (SP), em 21 de outubro de 1959. Estudou Filosofia no Seminário Diocesano de São Carlos e Teologia no Instituto de Teologia da Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Também possui licenciatura em Teologia Moral pela Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, em São Paulo, e Doutorado na mesma disciplina na Academia Alfonsiana de Roma.

Foi ordenado sacerdote em 14 de dezembro de 1984, sendo incardinado na Diocese de São Carlos, onde serviu como pároco em Água Vermelha, vigário paroquial da Catedral e de Nossa Senhora de Fátima, em São Carlos; reitor da Capela São Judas Tadeu em São Carlos; responsável diocesano pela juventude; responsável diocesano pelo Serviço Vocacional; coordenador diocesano de Pastoral.
Desempenhou também as funções de diretor espiritual da Casa de Teologia em Campinas; reitor do Seminário Maior de Filosofia; reitor do Seminário Maior de Teologia; professor de filosofia no Seminário Diocesano; membro da equipe de formação para o Diaconato Permanente; membro do Conselho Presbiteral e do Colégio de Consultores; professor de Teologia Moral na Pontifícia Universidade Católica de Campinas.
Foi eleito Bispo auxiliar de Fortaleza (CE) em 13 de junho de 2001, tendo recebido a ordenação episcopal em 11 de agosto do mesmo ano. Em seguida, foi nomeado Bispo coadjutor de Teresina (PI), em 31 de janeiro de 2007, e se tornou Arcebispo em 3 de setembro de 2008. Em 15 de junho de 2011, foi transferido como Arcebispo metropolitano de Brasília.
Dom Sérgio da Rocha também foi presidente do Departamento de Vocações e Ministérios do Conselho Episcopal da América Latina (CELAM). Na CNBB, foi secretário e responsável pela Juventude e pelas Vocações do Regional Nordeste 1; presidente do Regional Nordeste 4; membro da Comissão Episcopal para a Doutrina da Fé, da Comissão Episcopal para a superação da miséria e da fome, da Comissão Episcopal para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada e do Conselho Permanente. De 2015 a 2019, foi presidente da conferência do episcopado brasileiro.
Foi criado Cardeal pelo Papa Francisco no consistório de 19 de novembro de 2016. É membro da Congregação para o Clero, do Conselho Ordinário da Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos e da Pontifícia Comissão para a América Latina.
Ao divulgar a notícia da nomeação de Cardeal Sérgio da Rocha como novo Arcebispo de São Salvador da Bahia, Dom Murilo Krieger publicou uma nota na qual expressa seus votos de que “o Senhor Bom Jesus do Bonfim, que com seus braços abertos acolhe todos os que sobem a Colina Sagrada, acolha este irmão que vem para a Bahia”.
“Nossa Senhora da Conceição da Praia, Padroeira deste Estado, interceda por este seu filho! E Santa Dulce dos Pobres seja para o Cardeal Dom Sérgio um exemplo de como ‘amar e servir’”, completou.
Por sua vez, o Cardeal Sérgio da Rocha enviou uma mensagem à Arquidiocese de Salvador, na qual ressaltou três palavras que expressam seus sentimentos: “agradecer, amar e servir”.
O Purpurado agradeceu a Deus, que o confia “a nova missão”, ao Papa Francisco, pela nomeação, a Dom Murilo, “pelo seu fraterno apoio e por sua generosa dedicação”, e “a todos os irmãos e irmãs que têm se dedicado ao serviço da Arquidiocese de São Salvador da Bahia, pelo grande amor à Igreja”.
Além disso, declarou que desde a nomeação, voltou “o olhar e o coração para Salvador como minha nova família”. “Com amor de pai, irmão e amigo, assumo esta nova missão com esperança e alegria”, disse.
Por fim, assinalou que “quem ama a Igreja, participa de suas alegrias e dores e coloca-se ao seu serviço com generosidade” e, colocando-se como “servidor do Povo de Deus”, afirmou esperar “servir sempre, de coração, a Igreja de Salvador, valorizando o caminho que tem sido percorrido e apoiando as iniciativas pastorais em andamento”.
ACI Digital

domingo, 8 de março de 2020

Dos Sermões de São Leão Magno, papa

São Leão Magno

(Sermo 51, 3-4.8: PL 54, 310-311.313)            (Séc.V)

Por meio de Moisés foi dada a Lei, mas a graça e a verdade nos chegaram através de Jesus Cristo
 O Senhor manifesta a sua glória na presença de testemunhas escolhidas, e de tal modo fez resplandecer o seu corpo, semelhante ao de todos os homens, que seu rosto se tornou brilhante como o sol e suas vestes brancas como a neve.
A principal finalidade dessa transfiguração era afastar dos discípulos o escândalo da cruz, para que a humilhação da paixão, voluntariamente suportada, não abalasse a fé daqueles a quem tinha sido revelada a excelência da dignidade oculta de Cristo. Mas, segundo um desígnio não menos previdente, dava-se um fundamento sólido à esperança da santa Igreja, de modo que todo o Corpo de Cristo pudesse conhecer a transfiguração com que ele também seria enriquecido, e os seus membros pudessem contar com a promessa da participação daquela glória que primeiro resplandecera na Cabeça.
A esse respeito, o próprio Senhor dissera, referindo-se à majestade de sua vinda: Então os justos brilharão como o sol no Reino de seu Pai (Mt 13,43). E o apóstolo Paulo declara o mesmo, dizendo: Eu entendo que os sofrimentos do tempo presente nem merecem ser comparados com a glória que deve ser revelada em nós (Rm 8,18). E ainda: Vós morrestes e a vossa vida está escondida com Cristo, em Deus. Quando Cristo, vossa vida, aparecer, então vós aparecereis também com ele, revestidos de glória (Cl 3,3-4).
Entretanto, aos apóstolos que deviam ser confirmados na fé e introduzidos no conhecimento de todos os mistérios do Reino, esse prodígio ofereceu ainda outro ensinamento.
Moisés e Elias, isto é, a Lei e os Profetas, apareceram conversando como Senhor, a fim de cumprir-se plenamente, na presença daqueles cinco homens, o que fora dito: Será digna de fé toda palavra proferida na presença de duas ou três testemunhas (cf. Mt18,16).
Que pode haver de mais estável e mais firme que esta palavra? Para proclamá-la, ressoa em uníssono a dupla trombeta do Antigo e do Novo Testamento, e os testemunhos dos tempos passados concordam com o ensinamento do Evangelho.
Na verdade, as páginas de ambas as alianças confirmam-se mutuamente; e o esplendor da glória presente mostra, com total evidência, Aquele que as antigas figuras tinham prometido sob o véu dos mistérios. Porque, como diz João, por meio de Moisés foi dada a Lei, mas a graça e a verdade nos chegaram através de Jesus Cristo (Jo 1,17). Nele cumpriram-se integralmente não só a promessa das figuras proféticas, mas também o sentido dos preceitos da lei; pois pela sua presença mostra a verdade das profecias e, pela sua graça, torna possível cumprir os mandamentos.
Sirva, portanto, a proclamação do santo Evangelho para confirmar a fé de todos, e ninguém se envergonhe da cruz de Cristo, pela qual o mundo foi redimido.
Ninguém tenha medo de sofrer por causa da justiça ou duvide da recompensa prometida, porque é pelo trabalho que se chega ao repouso, e pela morte, à vida. O Senhor assumiu toda a fraqueza de nossa pobre condição e, se permanecermos no seu amor e na proclamação do seu nome, venceremos o que ele venceu e receberemos o que prometeu.
Assim, quer cumprindo os mandamentos ou suportando a adversidade, deve sempre ressoar aos nossos ouvidos a voz do Pai, que se fez ouvir, dizendo: Este é o meu filho amado, no qual pus todo o meu agrado. Escutai-o (Mt 17,5).

Carta de São João Paulo II às Mulheres

Pintura à óleo da artista polonesa Izabela Delekta-Wicińska
Neste Dia Internacional da Mulher, parabenizamos a todas as mulheres, que são exemplos de força, garra e coragem. Que a exemplo de Maria Santíssima as mulheres de todo o mundo se conscientizem de seu papel grandioso para a humanidade: gerar vida nova e disseminar a ternura e a esperança de que em Deus teremos dias melhores.
Como uma singela homenagem, separamos  um pequeno trecho da Carta às Mulheres, escrita pelo Papa João Paulo II em 1995:
Obrigado a ti, mulher-mãe, que te fazes ventre do ser humano na alegria e no sofrimento de uma experiência única, que te torna o sorriso de Deus pela criatura que é dada à luz, que te faz guia dos seus primeiros passos, amparo do seu crescimento, ponto de referência por todo o caminho da vida.
Obrigado a ti, mulher-esposa, que unes irrevogavelmente o teu destino ao de um homem, numa relação de recíproco dom, ao serviço da comunhão e da vida.
Obrigado a ti, mulher-filha e mulher-irmã, que levas ao núcleo familiar, e depois à inteira vida social, as riquezas da tua sensibilidade, da tua intuição, da tua generosidade e da tua constância.
Obrigado a ti, mulher-trabalhadora, empenhada em todos os âmbitos da vida social, econômica, cultural, artística, política, pela contribuição indispensável que dás à elaboração de uma cultura capaz de conjugar razão e sentimento, a uma concepção da vida sempre aberta ao sentido do mistério, à edificação de estruturas econômicas e políticas mais ricas de humanidade.
Obrigado a ti, mulher-consagrada, que, a exemplo da maior de todas as mulheres, a Mãe de Cristo, Verbo Encarnado, te abres com docilidade e fidelidade ao amor de Deus, ajudando a Igreja e a humanidade inteira a viver para com Deus uma resposta esponsal, que exprime maravilhosamente a comunhão que Ele quer estabelecer com a sua criatura.
Obrigado a ti, mulher, pelo simples fato de seres mulher! Com a percepção que é própria da tua feminilidade, enriqueces a compreensão do mundo e contribuis para a verdade plena das relações humanas.
Parabéns a todas as mulheres!!
– Para ler a carta de São João Paulo II na íntegra, clique aqui.

*A imagem é uma foto da pintura à óleo da artista polonesa Izabela Delekta-Wicińska, intitulada “Totus tuus”, que é o lema que São João Paulo II escolheu e que significa “Todo teu”.

Por Lilian da Paz
Arquidiocese de Brasília

2º DOMINGO DA QUARESMA - Ano "A": LEVANTAI-VOS E NÃO TENHAIS MEDO

+ Dom Sérgio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
A passagem bíblica da Transfiguração do Senhor ilumina a nossa vivência quaresmal. Somos chamados a responder “sim” à voz do Pai que nos convida a escutar Jesus Cristo: “Este é o meu Filho amado, no qual eu pus todo o meu agrado. Escutai-o” (Mt 17,5).
Para compreender bem o sentido da Transfiguração, é preciso recordar-se de que os discípulos tinham ficado escandalizados com o anúncio da paixão feito por Jesus, pois eles não podiam admitir que o Messias pudesse sofrer e morrer na cruz. A contemplação de Cristo transfigurado anima a fé dos discípulos, preparando-os para abraçarem a cruz e participarem da paixão. Necessitamos, hoje, refazer a experiência de Pedro, Tiago e João para poder dizer: “Senhor, é bom ficarmos aqui!” (Mt 17.4). Fazemos isso, de modo especial, por meio da oração pessoal e comunitária, da escuta da Palavra e do encontro com Cristo na Eucaristia. Contudo, para isso, é preciso dispor-se a subir “a alta montanha” (Mt 17,1), conforme a expressão empregada por Mateus, o que exige esforço e perseverança. Esta tarefa não condiz com acomodação ou preguiça na vida espiritual.
Embora seja necessário o empenho de cada um, o discípulo não sobe a montanha da Transfiguração contando somente com suas forças. “Sobe”, primeiramente, porque o Senhor o “tomou consigo”, isto pela graça de Deus que precede e acompanha a subida. Além disso, é preciso subir juntos a alta montanha, aceitando os outros discípulos como companheiros de caminhada. Os discípulos que vivem da oração, da escuta da Palavra e da Eucaristia são discípulos em comunhão, pela vivência da unidade eclesial, a começar da comunidade local.
Aqueles que sobem a montanha, uma vez encontrando-se com o Senhor transfigurado, não podem se instalarem comodamente, ainda que seja sincero o desejo de construir tendas para permanecer com ele. É preciso descer a montanha para evangelizar, contando com o Senhor Ressuscitado que acompanha e sustenta os seus discípulos na missão. Por isso, Jesus afirma: “levantai-vos e não tenhais medo” (Mt 17,7). E eles desceram em direção à multidão, especialmente, ao encontro dos doentes e sofredores. Ao invés do desânimo ou do medo, quem reza encontra sempre esperança e forças para caminhar, para dar testemunho da fé, para amar e servir.
Nesta Quaresma, a oração e a meditação devem ocupar um lugar muito especial na nossa vida. Ao mesmo tempo, a oração deve ser sempre acompanhada do amor fraterno e da disposição em servir os irmãos, especialmente os que mais sofrem.
Folheto: O Povo de Deus/Arquidiocese de Brasília

Igreja celebra hoje o segundo Domingo da Quaresma

REDAÇÃO CENTRAL, 08 Mar. 20 / 05:00 am (ACI).- Neste dia 8 de março, a Igreja celebra o segundo Domingo da Quaresma. O Evangelho do dia corresponde à leitura de Mateus 17,1-9, que relata o momento da Transfiguração do Senhor, quando os discípulos puderam ter uma experiência da glória de Cristo.

A seguir, leia e reflita o Evangelho deste segundo domingo da Quaresma:
Mt 17,1-9
Naquele tempo, 1 Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, e os levou a um lugar à parte, sobre uma alta montanha. 2 E foi transfigurado diante deles; o seu rosto brilhou como o sol e as suas roupas ficaram brancas como a luz. 3 Nisto apareceram-lhe Moisés e Elias, conversando com Jesus.
4 Então Pedro tomou a palavra e disse: “Senhor, é bom ficarmos aqui. Se queres, vou fazer aqui três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”. 5 Pedro ainda estava falando, quando uma nuvem luminosa os cobriu com sua sombra. E da nuvem uma voz dizia: “Este é o meu Filho amado, no qual eu pus todo o meu agrado. Escutai-o!”
6 Quando ouviram isto, os discípulos ficaram muito assustados e caíram com o rosto em terra. 7 Jesus se aproximou, tocou neles e disse: “Levantai-vos e não tenhais medo”.
8 Os discípulos ergueram os olhos e não viram mais ninguém, a não ser somente Jesus. 9 Quando desciam da montanha, Jesus ordenou-lhes: “Não conteis a ninguém esta visão até que o Filho do Homem tenha ressuscitado dos mortos”.
ACI Digital

São João de Deus, padroeiro dos que trabalham em hospitais

REDAÇÃO CENTRAL, 08 Mar. 20 / 07:00 am (ACI).- Hoje a Igreja Católica celebra a Festa de São João de Deus, Fundador da Comunidade dos Irmãos Hospitaleiros, padroeiro dos que trabalham em hospitais e dos que propagam livros religiosos.

Nasceu e morreu em 8 de março. Nascido em Portugal, em 1495, faleceu em Granada, Espanha, em 1550, aos 55 anos de idade. De família pobre, mas muito piedosa, sua mãe morreu quando ele era muito jovem e seu pai morreu como religioso em um convento.
Em sua juventude, foi um pastor, muito apreciado pelo proprietário da fazenda onde trabalhou, o qual propôs que se cassasse com sua filha e assim seria herdeiro daqueles bens. Mas, o santo decidiu ficar livre de compromissos econômicos e conjugais porque queria se dedicar a trabalhos mais espirituais.
Foi também soldado sob as ordens do gênio da guerra, Carlos V, em batalhas muito famosas e a vida militar o fez forte, resistente e sofrido.
Depois de deixar o exército, decidiu se render à vida apostólica, vendendo livros religiosos nas ruas. Ele chegou a Granada, na Espanha, cidade onde, em 1538, depois de ter ouvido um inflamado sermão de São João d’Ávila contra a vida de pecado, começou a gritar: “misericórdia, Senhor, sou um pecador”.
Confessou-se com São João d’Ávila e propôs como penitência fingir-se de louco para que as pessoas o humilhassem e o fizessem sofrer.
Distribuiu entre os pobres tudo o que tinha em sua pequena livraria, começou a vagar pelas ruas da cidade pedindo misericórdia a Deus por todos os seus pecados e, como as pessoas acreditavam que era louco, começaram a atacá-lo com pedras e golpes.
João de Deus foi levado para o hospício onde foi tratado com crueldade e todo sofrimento era oferecido pela conversão dos pecadores.
Depois de sair do hospício, fundou um hospital e ensinou, por exemplo, que a certos enfermos se deve curar primeiro a alma se quiser obter depois a cura do corpo.
Em uma ocasião, seu hospital se incendiou e, sem questionar-se, São João de Deus entrou várias vezes para resgatar os pacientes. Quando passou em meio às chamas, não sofreu nenhuma queimadura, conseguindo salvar a vida de todos os pobres a quem se dedicava com tanto amor.
Em 8 de março de 1550, sentindo que se aproximava a sua morte, ajoelhou-se e exclamou: “Jesus, Jesus, em suas mãos me encomendo”, e nesse momento faleceu.
Após sua morte, recebeu de Deus muitos milagres para seus devotos e foi declarado santo em 1690.
Atualmente, os irmãos Hospitaleiros de São João de Deus se dedicam a cuidar dos doentes em suas centenas de casas localizadas em diferentes partes do mundo. Atendem os enfermos em todos os continentes e com grandes e maravilhosos resultados, empregando sempre os métodos da bondade e da compreensão, em vez do rigor e da tortura.
ACI Digital

sábado, 7 de março de 2020

Santas Perpétua e Felicidade, mulheres guerreiras e mártires da fé

REDAÇÃO CENTRAL, 07 Mar. 20 / 05:00 am (ACI).- “Permanecei firmes na fé e guardai a caridade entre vós; não deixeis que o sofrimento se converta em pedra de escândalo”, disse Santa Perpétua antes de morrer com a amiga Santa Felicidade. Com coragem, essas mulheres guerreiras se tornaram mártires e sua festa é neste dia 7 de março.

Perpétua era filha de uma família nobre e tinha um filho recém-nascido. Felicidade era escrava e estava grávida. As duas foram presas, no norte da África, na época em que o imperador Severo havia decretado pena de morte para os cristãos.
Na prisão, Felicidade obteve a graça que tanto pedia, de que seu filho nascesse antes da sua execução. Ao gemer com as dores do parto, respondeu ao guarda que a perturbava: “O que sofro agora é fruto da natureza, mas quando for atacada pelas feras, não estarei sofrendo sozinha, Cristo sofrerá por mim!”.
As duas mulheres se mantiveram firmes e fizeram questão de ser batizadas mesmo na prisão.
De acordo com as atas dessas santas, no dia de seu martírio, Perpétua e Felicidade foram jogadas a uma vaca selvagem, que atacou primeiro Perpétua. A santa se sentou imediatamente e arrumou sua túnica e seu cabelo para que as pessoas não achassem que estava com medo. Em seguida, aproximou-se de Felicidade, que estava no chão.
Pessoas gritavam que isso bastava e os guardas as retiraram pela porta dos gladiadores vitoriosos. Perpétua voltou a si de uma espécie de êxtase e perguntou se já iria enfrentar as feras. Quando lhe contaram o que havia acontecido, a santa não podia acreditar.
Em seguida, a multidão pediu que as mártires comparecessem novamente. Depois que as santas se deram um beijo da paz, Felicidade foi decapitada pelos gladiadores.
O carrasco de Perpétua estava nervoso e errou o primeiro golpe. Então, Perpétua ofereceu o pescoço ela mesma e, dessa maneira, também morreu pela fé. Naquele dia também deram suas vidas outros mártires valentes.
ACI Digital

Como viver a Quaresma na era do totalitarismo digital e das redes?

Imagem referencial: Pixabay domínio público
Roma, 06 Mar. 20 / 05:00 am (ACI).- O jornal do Vaticano, L’Osservatore Romano, apresentou em sua edição de 19 de fevereiro de 2018 um artigo intitulado ‘Totalitarismo digital’, que destaca a importância da solidão, do silêncio e do jejum para viver a Quaresma na era das redes sociais .
A autora do artigo é Antonella Lumini, que recorda que, “a cada ano, o tempo litúrgico da Quaresma convida a viver momentos de recolhimento, de deserto e, se a solidão, o silêncio, o jejum, na era das redes sociais, podem parecer completamente impraticáveis, na verdade são sempre mais necessários para proteger o equilíbrio psicofísico do indivíduo”.
“Não se trata de incentivar a fuga do mundo ou de demonizar certos instrumentos, mas de reencontrar a medida certa. Em uma época na qual prevalece o consumo descontrolado de tudo, em que é normal o comportamento convulsivo para a interação nas redes, seria bom redescobrir a solidão e o jejum como caminhos a percorrer para voltar às profundezas”.
Lumini recordou que Santo Agostinho convidava a não “se dispersar, mas voltar a si mesmo, porque a verdade que desejamos está no profundo de nós”.
A autora também escreve que, “enquanto estamos sobrecarregados por tudo o que consumimos, incluindo o excesso de alimentos e o uso excessivo das redes sociais, não poderemos perceber a sede de infinito na nossa alma: assim se torna impossível penetrar neste misterioso mundo interior que constitui a verdadeira riqueza que nenhuma coisa externa poderá substituir”.
“A solidão permite que a pessoa experimente isso sozinha, desmascarando, despindo, favorecendo a relação com o Espírito, com esse fundo luminoso no qual o ego se abre à consciência, expande-se para o insondável. O ‘eu’ se abre ao ‘Eu Sou’, o nome revelado de Deus assumido por Jesus, ou se fecha tornando-se o centro de si mesmo”, assinalou.
Nesse sentido, “o jejum, entendido não só como abstinência de comida, mas também do celular e das conexões digitais, torna-se um meio capaz de impedir os círculos viciosos que causam dependência”.
Na relação pessoal com Deus, continua Antonella Lumini, o “sujeito é encorajado a crescer espiritualmente. Ao contrário, a interação constante com a rede intensifica o processo de massificação e homologação das consciências e produz uma regressão (...) na qual a individualidade se perde”.
Entre os riscos de não responder à sua sede interior, Lumini adverte que a pessoa pode cair na “agressividade, na violência, na tristeza, na depressão e no mal-estar físico”.
“Uma forma alterada e excessiva de relações sem uma verdadeira interação humana anestesia as consciências, produz uma escravidão tortuosa, sedutora, que não é imediatamente reconhecível, que está camuflada. Mas essa escravidão do totalitarismo digital não se compara com a dos regimes totalitários que privam de toda liberdade”.
Diante dessa situação, incentiva, “é hora de acordar do entorpecimento. A solidão e o jejum revelam o vazio interno e é por isso que nos dão medo”.
Lumini conclui o artigo afirmando que, “como ensinam os padre e as madres do deserto, os demônios são vícios, círculos viciosos que prendem em uma corrente da qual já não podemos sair. Às vezes, o vício é apresentado como uma virtude. Então, o silêncio, a solidão e o jejum são o antídoto.
Antonella Lumini reside em Florença (Itália) e há cerca de 30 anos vive como “eremita urbana”.
Em 2016, escreveu com o Vaticanista Paolo Rodari o livro ‘A custódia do silêncio’, no qual compartilha suas reflexões sobre o tema.
Na opinião de Rodari, “a mensagem fundamental de Antonella Lumini é que o Espírito fala em todos os lugares e sempre fala, basta saber ouvi-lo. Para aprender a ouvi-lo é necessário aprender a ficar em silêncio”.
ACI Digital

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF