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segunda-feira, 30 de março de 2020

Como será a Semana Santa na Arquidiocese de Brasília

A12.com
O Cardeal,  Dom Sergio da Rocha , Administrador da Arquidiocese de Brasília, orienta por nota, como organizar os ritos do momento central para a fé cristã , a Semana Santa, em tempos de COVID-19.

SEMANA SANTA NA ARQUIDIOCESE DE BRASÍLIA
Continuam em vigor, na Arquidiocese de Brasília, as normas e orientações pastorais para a
prevenção do coronavirus (Covid 19), divulgadas no dia 19 de março, seguindo as orientações e deliberações das autoridades competentes.
Portanto, continuam suspensas as missas presenciais e demais celebrações litúrgicas na
Arquidiocese de Brasília. A retomada das celebrações litúrgicas presenciais dependerá da evolução do cenário da pandemia, devendo ser oportunamente comunicada. Infelizmente, no momento, não é possível prever essa data. Por isso, reafirmamos a importância de continuar a dar a assistência espiritual aos paroquianos, seguindo as orientações sobre os cuidados a serem adotados para evitar a propagação do coronavirus.
Na Semana Santa, as igrejas continuarão abertas para a oração pessoal, mas não se deve
favorecer a aglomeração dos fiéis. Os fiéis sejam incentivados a permanecerem em oração, em suas casas, através das missas transmitidas pelos meios de comunicação (rádio, TVs, redes sociais), bem como, da leitura orante da Bíblia, do rosário de Nossa Senhora e da Via Sacra, dentre outras formas de oração. Na Semana Santa, de modo especial, torna-se ainda mais importante a transmissão das celebrações por redes sociais ou outros meios. O atendimento das confissões e a assistência aos enfermos necessitam ser organizados de tal modo a preservar a saúde dos sacerdotes e dos fiéis, mas não estão cancelados.
A Páscoa não pode ser transferida. Por isso, apesar das restrições em vigor, vamos procurar celebrá-la do melhor modo possível. Considerando o disposto no Decreto da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos (N. 154/20) e as indicações da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, no contexto da pandemia de Covid-19, apresentamos as seguintes orientações pastorais para a Semana Santa.
1. DOMINGO DE RAMOS
Para a celebração do Domingo de Ramos, “nas igrejas paroquiais e em outros lugares” seja adotada a terceira forma prevista pelo Missal Romano. Portanto, não há a benção e a procissão de ramos. A coleta para a Campanha da Fraternidade não ocorrerá, como de costume, no Domingo de Ramos; será transferida para uma data a ser oportunamente divulgada.
2. MISSA DO CRISMA
A Missa do Crisma, com a benção dos Santos Óleos, a consagração do óleo do Crisma e a renovação das promessas sacerdotais, na Arquidiocese de Brasília, não será celebrada, como de costume, na manhã da Quinta-feira Santa. Está sendo transferida para outra data, tão logo seja possível reunir novamente grande número de pessoas. Os santos óleos abençoados, no ano passado, continuarão a ser utilizados até a celebração da Missa do Crisma, cuja data será oportunamente divulgada.
3. QUINTA-FEIRA SANTA
“O Lava-Pés, já opcional, é omitido. No final da Missa na Ceia do Senhor, a procissão também é omitida e o Santíssimo Sacramento é mantido no tabernáculo”.
4. SEXTA-FEIRA SANTA
Na Celebração da Paixão do Senhor, às 15 h, na Oração Universal deve ser acrescentada uma prece especial “pelos que padecem a pandemia do Covid-19”. Esta prece formulada pela Conferência Episcopal encontra-se, em anexo.
A coleta para os Lugares Santos será transferida para uma data a ser oportunamente divulgada.
5. VIGÍLIA DA PÁSCOA
No início da Vigília Pascal (Celebração da Luz), “omite-se o acender do fogo; acende-se o círio e, omitindo a procissão, segue-se o precônio pascal (Exsultet)”. Na Liturgia Batismal não serão celebrados batismos; permanecerá apenas a renovação das promessas batismais. A Liturgia da Palavra e a Liturgia Eucarística sejam realizadas, como de costume, conforme o Missal Romano. Esclarecemos que está suspensa a impressão do folheto litúrgico O Povo de Deus, da Arquidiocese de Brasília. Contudo, o texto estará disponível no site da Arquidiocese de Brasília para os que desejarem. Durante o período de suspensão da distribuição do folheto litúrgico, encontra-se suspenso o respectivo pagamento dos folhetos pelas paróquias.
Agradeço a compreensão e os esforços de todos, neste tempo de sofrimento. Procuremos viver santamente a Semana que traz no seu nome o apelo à santidade. A precaução com a transmissão do coronavirus jamais nos leve a descuidar da caridade para com os doentes, os pobres e as pessoas em maior situação de vulnerabilidade social. Há muitas famílias pobres necessitadas de solidariedade e partilha. Necessitamos olhar, com especial atenção, para os irmãos que se encontram enfermos e pelos mais pobres. Permaneçamos unidos, em oração, sendo mais solidários, especialmente com aqueles que mais sofrem as consequências da pandemia. Apesar das limitações pastorais em vigor, celebremos a Páscoa, de coração, com a esperança e a paz do Senhor Ressuscitado. Sejamos
testemunhas da esperança ancorada na fé em Cristo!
Arquidiocese de Brasília

Especialista publica ensaio sobre Coroa de Espinhos e “redescoberta de seu simbolismo”







Jesus na cruz com a Coroa de Espinho /
Crédito: Cortesia Fábio Tucci Farah
REDAÇÃO CENTRAL, 28 Mar. 20 / 06:00 am (ACI).- O especialista em relíquias sagradas, Fábio Tucci Farah, publicou recentemente um ensaio sobre a Coroa de Espinhos de Jesus e o seu simbolismo, no qual aponta que a coroa teria o formato de um turbante de espinhos, o qual remeteria ao Sumo Sacerdote.
Fábio Tucci Farah é perito em relíquias sagradas da Arquidiocese de São Paulo, além de curador adjunto da Regalis Lipsanotheca, em Fátima (Portugal) e diretor do Departamento de Arqueologia Sacra da Academia Brasileira de Hagiologia. Seu ensaio, intitulado “A Coroa de Espinhos de Nosso Senhor Jesus Cristo – Do estudo arqueológico da relíquia à redescoberta de seu simbolismo”, é baseado em uma pesquisa arqueológica e historiográfica.
Em declarações à ACI Digital, Farah explicou que “as relíquias da Paixão revelam detalhes significativos da história de nossa salvação”, por isso, “é fundamental estudar cada uma delas”.
Entretanto, assinalou que, “nas últimas décadas a Santa Síndone atraiu a atenção da maior parte dos pesquisadores. Qualquer novidade sobre a Santa Síndone ganha os noticiários. Na realidade, os sindonologistas enxergam as demais relíquias da Paixão como sombras na mortalha de Cristo”.
Assim, indicou, “a Coroa de Espinhos já foi descrita como um capacete, um gorro, uma carapuça, o que não faria sentido algum do ponto de vista simbólico. Por que os soldados confeccionariam uma coroa em formato tão prosaico?”, questionou-se.
“Resolvi me aprofundar no estudo da Coroa de Espinhos na tentativa de compreender seu real significado. Isso me fez enxergar um novo aspecto no episódio central de nossa salvação, um aspecto fantástico. Digo que o estudo da Coroa me fez resgatar um simbolismo que já havia se perdido, apesar de estar amplamente enraizado nas Sagradas Escrituras”, acrescentou.
Em seu ensaio, Farah explica que “desde os primórdios da arte cristã”, a Coroa de Espinhos de Jesus Cristo “é retratada como uma réplica – em ramos espinhosos – da corona triumphalis romana”.
Entretanto, pontua, “o testemunho de São Vicente de Lérins e estudos recentes acerca da Santa Síndone – ou Santo Sudário de Turim – lançam uma nova luz sobre a Coroa de Espinhos. Para a confecção desse instrumento de suplício, os soldados romanos poderiam ter buscado inspiração em um acessório sagrado da maior autoridade dos judeus: o Sumo Sacerdote”. Assim, a Coroa de Espinhos “não representaria uma autoridade terrena”.
O perito se refere à relíquia da Coroa de Espinha “custodiada na Catedral de Notre-Dame de Paris até o incêndio em abril de 2019”, a qual “consistia em um círculo de juncos trançados, desprovido de espinhos, com 21 centímetros de diâmetro”.
Em seguida, evoca as “palavras de São Vicente de Lérins”, segundo o qual “a Coroa de Espinhos era em forma de píleo, uma espécie de barrete semi-oval de feltro, usado em Roma, que recobria a cabeça”.
Farah, então, cita diversos estudos e especialistas que demonstram como a Coroa de Espinhos tinha um formato diferente da coroa triunfal romana. Segundo ele, pesquisas da Santa Síndone mostram que, “na mortalha de linho de Nosso Senhor, a imagem da parte de trás da cabeça é repleta de ferimentos, revelando que a vítima recebera um objeto que não fora inspirado em uma coroa romana. Seria em forma de píleo, como observado por São Vicente de Lérins, pois cobria-lhe ‘por todos os lados’”.
Além disso, citando os Evangelhos, o perito observa que, ao coroar Jesus com espinhos, “os soldados romanos desejavam fazer uma paródia de investidura real”. Mas, se “tivessem utilizado a corona triumphalis como modelo para a Coroa de Espinhos, estariam tripudiando sobre a autoridade de Roma”, quando o objetivo “era ultrajar Cristo – e o povo judeu”.
O especialista recorda, assim, a figura do Sumo Sacerdote Caifás e assinala que, “aos soldados, aquele homem que ocupava a posição de chefe da corte suprema e conduzia as maiores solenidades no Templo de Salomão se assemelharia mais ao monarca do povo judeu”.
“Uma evidência favorável a essa tese é o formato da Coroa de Espinhos. Ela não representaria um píleo – sem significado ao simulacro da investidura real –, mas remeteria a um dos mais significativos símbolos da maior autoridade religiosa do povo judeu”.
Dessa forma, observa, “a Coroa de Espinhos era formada por um círculo de junco sobre o qual haviam sido dispostos os ramos espinhosos. As duas partes remetem ao adorno que o Sumo Sacerdote usava sobre a cabeça, como sinal de consagração a Deus, durante as solenidades no Templo de Salomão. O círculo de junco representaria a tiara sacerdotal – ou coroa – e os ramos espinhosos assumiriam a forma do turbante sacerdotal. O modelo para a Coroa de Espinhos de Jesus Cristo seria, portanto, a tiara/coroa e o turbante do Sumo Sacerdote”.
Assim, afirma que à pergunta de Pilatos a Jesus, “Você é rei?”, a resposta “seria esboçada pelos soldados romanos, que trajaram Cristo como Sumo Sacerdote – não um rei deste mundo”. Esta resposta seria ainda “aprofundada por um estranho episódio ocorrido durante a crucificação”.
Nesse sentido, recorda as citações evangélicas segundo as quais “o véu do Santuário se rasgou de cima a baixo no instante em que Cristo entregou o espírito, expirou”,
“Esse véu era a cortina que fechava o Santo dos Santos, o lugar em que Deus habitava. Apenas o Sumo Sacerdote podia entrar naquele espaço sagrado – e somente uma vez por ano, no Dia da Expiação. Na solenidade, os pecados do povo judeu eram expiados diante do Senhor. A tradição cristã enxergou no rasgar do véu a supressão da Antiga Aliança. Com o sacrifício na cruz, Cristo redimira os pecados da humanidade e abrira, definitivamente, o caminho para o Reino dos Céus. À luz do simbolismo da Coroa de Espinhos aqui proposto, uma nova dimensão se abre na interpretação do véu rasgado do Templo no instante da morte de Cristo”, ressalta Tucci Farah em seu ensaio.
Ou seja, “no momento em que expirou, Cristo teria entrado no Santo dos Santos como Sumo Sacerdote. E vítima sacrificial”.
Por fim, cita que, “na carta em que discorreu sobre o sacerdócio de Cristo, São Paulo revelou a amplitude do sacerdócio celestial de Cristo: ‘Cristo, porém, veio como Sumo Sacerdote dos bens vindouros. Ele atravessou uma tenda maior e mais perfeita, que não é obra de mãos humanas, isto é, que não pertence a esta criação. Entrou uma vez por todas no Santuário, não com sangue de bodes e de novilhos, mas com o próprio sangue, obtendo redenção eterna’ (Hb 9,11-12)”.
“O simbolismo da Coroa de Espinhos aqui desvelado ajuda a enxergar o caminho que Cristo percorreu para levar à Antiga Aliança à plenitude antes de se assentar ‘à direita do trono da Majestade nos céus’ (Hb 8,1)”, concluiu.
ACI Digital

São João Clímaco, monge e mestre espiritual

REDAÇÃO CENTRAL, 30 Mar. 20 / 05:00 am (ACI).- São João Clímaco foi um monge cristão, mestre espiritual e autor do livro “Escada do Paraíso”, que chegou a ser muito popular na Idade Média. O nome desta obra é a fonte do nome deste santo, já que é uma transliteração latina do termo grego klímakos, que significa “da escada”.

O santo “da escada” nasceu na Palestina em 575 e sua vida se desenvolveu quando Bizâncio, capital do Império romano do Oriente, estava em decadência ante as invasões bárbaras e a perda de território
Desde muito pequeno, formou-se lendo os livros de São Gregório Nazianzeno e São Basílio. Aos 16 anos, decidiu ser monge e partiu para o Monte Sinais (Egito).
Segundo os escritos do monge Daniel de Raito, Clímaco teve como mestre o abade Martírio (superior do mosteiro) e, depois de quatro anos de preparação, foi admitido como religioso.
Aos 20 anos, escolheu viver como eremita em uma gruta aos pés de um monte localizado a oito quilômetros do atual mosteiro de Santa Catarina (Monte Sinais).
Desde então, dedicou-se por 40 anos à meditação da Bíblia, oração e alguns trabalhos manuais. Assim, tornou-se um dos maiores sábios da Bíblia e diretor espiritual de dezenas de monges no Oriente.
Em sua velhice, os monges o elegeram abade do mosteiro do Monte Sinais. Naquele tempo, escreveu diversos textos e a “Escada do Paraíso”, um tratado de vida espiritual que descreve o caminho do monge desde a renúncia ao mundo até a perfeição do amor.
No livro, distingue-se três fases sucessivas para alcançar esta perfeição do amor: a primeira é a ruptura com o mundo a fim de voltar ao estado de infância evangélica; a segunda é constituída pela combate espiritual contra as paixões; e a terceira é a perfeição cristã.
São João Clímaco morreu por volta do ano 650. A Igreja o comemora no dia 30 de março.
ACI Digital

Papa Francisco incentiva a reagir diante da pandemia de coronavírus

Papa Francisco na Missa na Casa Santa Marta. Foto: Vatican Media
VATICANO, 30 Mar. 20 / 08:35 am (ACI).- O Papa Francisco assinalou que atualmente existem muitas pessoas "que não conseguem reagir" diante da pandemia de coronavírus, COVID-19, por isso incentivou-as a reerguer-se "para o bem de toda a sociedade".
Assim indicou o Santo Padre nesta segunda-feira, 30 de março, no início da Missa na Casa Santa Marta.
“Rezemos hoje pelas muitas pessoas que não conseguem reagir: permanecem amedrontadas com esta epidemia. Que o Senhor as ajude a reerguer-se, a reagir para o bem de toda a sociedade, de toda a comunidade”, pediu o Papa.
Além disso, durante sua homilia, o Pontífice refletiu sobre as leituras da Liturgia do dia, para incentivar os fiéis católicos a não se envergonharem por estarem na Igreja, mas se envergonharem por serem pecadores.
Referindo-se às duas narrativas diferentes das Sagradas Escrituras, que narram duas mulheres como protagonistas e também descrevem as reações das pessoas que contemplam a cena, o Santo Padre explicou o que o Senhor faz com cada personagem.
"O que o Senhor faz com essas pessoas?", perguntou o Pontífice, que explicou: “À mulher inocente, a salva, lhe faz justiça. À mulher pecadora, a perdoa. Aos juízes corruptos, os condena; aos hipócritas, os ajuda a converter-se".
Por essa razão, o Santo Padre lembrou que “cada um de nós tem as próprias histórias. Cada um de nós os próprios pecados. E se não se recorda, pense um pouco: os encontrará”, alertou.
"Agradeça a Deus se os encontra, porque se não os encontra, você é um corrupto. Cada um de nós tem os próprios pecados. Olhemos para o Senhor que faz justiça, mas que é tão misericordioso. Não nos envergonhemos de estar na Igreja: envergonhemo-nos de ser pecadores”.
Nesta linha, o Papa enfatizou: “A Igreja é mãe de todos. Agradeçamos a Deus por não sermos corruptos, por ser pecadores. E cada um de nós, olhando como Jesus age nestes casos, confie na misericórdia de Deus. E reze, confiante na misericórdia de Deus, porque o Senhor guia pelo justo caminho”.
Antes de concluir a Missa, o Santo Padre rezou novamente em silêncio diante do Santíssimo Sacramento e concedeu a Bênção Eucarística.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
ACI Digital

domingo, 29 de março de 2020

Reflexão para o V Domingo da Quaresma

Cristo
Cristo
Ele disse: “Quem crê em mim, ainda que morra viverá, e quem vive e crê em mim, não morrerá para sempre.”

Padre Cesar Augusto dos Santos, SJ

“Senhor como fonte da Vida”
O tema da liturgia deste domingo é o Senhor como fonte da Vida, como a própria Vida.
Este relato é uma catequese sobre a ressurreição. Faz parte do tradicionalmente chamado Livro dos Sinais, do qual é o sétimo e o último sinal realizado por Jesus, segundo o Evangelho de João.

A primeira leitura fala da reverificação de ossos ressequidos e o evangelho nos apresenta a belíssima cena conhecida como ressurreição de Lázaro. O Senhor mostra seu poder não para intimidar o ser humano, mas para salvá-lo, para trazê-lo à vida e devolver a alegria à sua família.

Se prestarmos bastante atenção nos gestos de Jesus, ele não restringe sua ação aos momentos limites como a morte, mas ele age trazendo a saúde, recuperando pessoas envolvidas com situações de morte, enfim perdoando os pecados. Ele, a Vida, recupera o que estava perdido.

Por isso, supliquemos ao Senhor da Vida que traga harmonia àquele casal que está com dificuldades no relacionamento conjugal, àquele jovem que perde sua vida nas drogas, àquele pai de família que gasta o dinheiro do sustento familiar nos jogos de azar, àquela moça que destrói sua vida através da prostituição.

Apresentemos ao Senhor aquelas mães que pensam em abortar a vida que Deus colaborou para que gerassem, aqueles médicos que desejam aliviar o sofrimento de seus pacientes agindo diretamente contra o dom divino da vida, e tantos outros casos que conhecemos. Só Deus poderá iluminar essas pessoas, mostrando-lhes o verdadeiro sentido da vida e dando-lhes coragem para enfrentar com fé, esperança e caridade essas situações dificílimas.

O Senhor quer nos libertar de todas essas mortes e também daquela que leva nosso corpo para o cemitério, quer sinalizar que pode muito mais, que pode nos libertar da morte definitiva. Ele disse: “Quem crê em mim, ainda que morra viverá, e quem vive e crê em mim, não morrerá para sempre.”

A segunda leitura da liturgia de hoje nos apresenta Paulo dizendo que não morremos porque, no batismo, assumimos essa vida dada a nós, por Jesus, em sua cruz e ressurreição. A partir do batismo, da profissão de fé em Jesus, viveremos, mesmo que, aparentemente, estejamos mortos. Aí não será uma reanimação do corpo ou revivificação como em Lázaro, que voltou à vida e depois morreu de novo, mas ressurreição, ou seja, Jesus nos dá a vida sem fim e plena, sem doenças, sem drogas, sem desavenças.

Ele nos dará aquilo que desejamos: vida saudável, ao lado das pessoas queridas que amamos, ao lado do Pai, de Maria, de todos os santos, e para sempre. Essa vida já pode começar agora, se colocarmos em prática a renúncia à cultura de morte, renúncia feita no batismo e, simultaneamente, colocarmos também em prática a profissão de fé na cultura de vida trazida por Jesus.

Que a graça de Deus nos conduza à opção pela Vida, em todos os momentos de nossa caminhada. Que nossa religiosidade nos leve a colocar em prática a ordem de Jesus: “Desatai-o e deixai-o ir”. Desatemos os laços de morte que amarram a nós e a nossos irmãos, e caminhemos juntos para a vida, como filhos do mesmo Pai, como destinatários que somos todos nós da salvação trazida por Cristo Jesus, nosso Redentor!

Vatican News

5º Domingo da Quaresma - Ano "A": SIM, SENHOR, EU CREIO!

Cardeal Dom Sérgio da Rocha
Administrador Apostólico da
Arquidiocese de Brasília
Neste Tempo Quaresmal, a Liturgia da Palavra tem nos apresentado Jesus como a Água viva (3º Domingo) e a Luz do mundo (4º Domingo).  Neste 5º Domingo da Quaresma, a catequese batismal em preparação para a Páscoa se completa com a passagem da “ressurreição de Lázaro”, apresentando-nos Jesus como “a Ressurreição e a Vida”.  No centro da narrativa joanina, está a palavra de Jesus: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim não morrerá jamais” (Jo 11,25-26). A pergunta de Jesus à Marta, irmã de Lázaro, se dirige também a nós: “Crês isto?” Nós somos chamados a repetir com ela: “Sim, Senhor, eu creio firmemente que tu és o Messias, o Filho de Deus, que devia vir ao mundo” (Jo 11,27).  Esta profissão de fé, manifestada por Marta, deve estar no coração e nos lábios de cada discípulo de Cristo, especialmente nos momentos mais difíceis, como aquele da morte de Lázaro.
Na cena da ressurreição de Lázaro, destacam-se a ação de Jesus e a colaboração das pessoas. Lázaro recebe a vida por meio de Jesus, que o chama: “Lázaro, vem para fora!” (Jo 11,43). Ninguém sai sozinho do “sepulcro”! Somos libertados do pecado e da morte por Cristo.  Entretanto, Jesus quis contar com a colaboração das pessoas, conforme as suas palavras: “tirai a pedra!” (Jo 11,39) e “desatai-o e deixai-o caminhar!” (Jo 11,44). Hoje, há muitos “Lázaros” necessitados da “Ressurreição e a Vida”. E Jesus continua a dizer: “vem para fora”, sai do túmulo! Contudo, faltam, muitas vezes, pessoas dispostas a “tirar a pedra” e a desatar as amarras para que “Lázaro” possa voltar à vida e caminhar. É preciso mais amor fraterno, misericórdia e solidariedade. O cristão, ao dizer “Sim, Senhor, eu creio!”, se torna portador da esperança ancorada na fé e traduzida em gestos concretos de compaixão e serviço, conforme o lema da Campanha da Fraternidade deste ano: “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele”.
Estamos chegando ao final do Tempo da Quaresma. O próximo domingo será o Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor. Procure refletir sobre como tem transcorrido a sua Quaresma e aproveite bem o tempo que resta para preparar-se melhor para a Páscoa, através da oração, da penitência e do amor fraterno. Procure reconciliar-se com Deus e com os irmãos para poder celebrar bem a Páscoa. No Domingo de Ramos, ocorre a Coleta da Campanha da Fraternidade, que é um gesto concreto de comunhão e partilha de toda a Igreja no Brasil. Participe!
Folheto: O Povo de Deus/Arquidiocese de Brasília

Hoje a Igreja celebra o Quinto Domingo da Quaresma

REDAÇÃO CENTRAL, 29 Mar. 20 / 05:00 am (ACI).- A Igreja celebra neste dia 29 de março o quinto Domingo da Quaresma. O Evangelho de hoje, retirado de João 11,1-45, traz a história da ressurreição de Lázaro, apresentando questões como o dom da vida, a fé e a ressurreição.

No texto, ao falar com Marta, Cristo afirma: “Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, não morrerá jamais. Crês isto?”. Frase que neste dia dirige a cada um e leva a refletir.
A seguir, leia o Evangelho deste quinto Domingo da Quaresma:
Naquele tempo, 1havia um doente, Lázaro, que era de Betânia, o povoado de Maria e de Marta, sua irmã. 2Maria era aquela que ungira o Senhor com perfume e enxugara os pés dele com seus cabelos. O irmão dela, Lázaro, é que estava doente. 3As irmãs mandaram então dizer a Jesus: “Senhor, aquele que amas está doente”.
4Ouvindo isto, Jesus disse: “Esta doença não leva à morte; ela serve para a glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela”. 5Jesus era muito amigo de Marta, de sua irmã Maria e de Lázaro. 6Quando ouviu que este estava doente, Jesus ficou ainda dois dias no lugar onde se encontrava. 7Então, disse aos discípulos: “Vamos de novo à Judeia”.
8Os discípulos disseram-lhe: “Mestre, ainda há pouco os judeus queriam apedrejar-te, e agora vais outra vez para lá?” 9Jesus respondeu: “O dia não tem doze horas? Se alguém caminha de dia, não tropeça, porque vê a luz deste mundo. 10Mas se alguém caminha de noite, tropeça, porque lhe falta luz”. 11Depois acrescentou: “O nosso amigo Lázaro, dorme. Mas eu vou acordá-lo”. 12Os discípulos disseram: “Senhor, se ele dorme, vai ficar bom”. 13Jesus falava da morte de Lázaro, mas os discípulos pensaram que falasse do sono mesmo. 14Então Jesus disse abertamente: “Lázaro está morto. 15Mas por causa de vós, alegro-me por não ter estado lá, para que creiais. Mas vamos para junto dele”. 16Então Tomé, cujo nome significa Gêmeo, disse aos companheiros: “Vamos nós também para morrermos com ele”. 17Quando Jesus chegou, encontrou Lázaro sepultado havia quatro dias. 18Betânia ficava a uns três quilômetros de Jerusalém. 19Muitos judeus tinham vindo à casa de Marta e Maria para as consolar por causa do irmão.
20Quando Marta soube que Jesus tinha chegado, foi ao encontro dele. Maria ficou sentada em casa. 21Então Marta disse a Jesus: “Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido. 22Mas mesmo assim, eu sei que o que pedires a Deus, ele te concederá”. 23Respondeu-lhe Jesus: “Teu irmão ressuscitará”. 24Disse Marta: “Eu sei que ele ressuscitará na ressurreição, no último dia”. 25Então Jesus disse: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá. 26E todo aquele que vive e crê em mim, não morrerá jamais. Crês isto?”
27Respondeu ela: “Sim, Senhor, eu creio firmemente que tu és o Messias, o Filho de Deus, que devia vir ao mundo”. 28Depois de ter dito isto, ela foi chamar a sua irmã, Maria, dizendo baixinho: “O Mestre está aí e te chama”. 29Quando Maria ouviu isso, levantou-se depressa e foi ao encontro de Jesus. 30Jesus estava ainda fora do povoado, no mesmo lugar onde Marta se tinha encontrado com ele. 31Os judeus que estavam em casa consolando-a, quando a viram levantar-se depressa e sair, foram atrás dela, pensando que fosse ao túmulo para ali chorar. 32Indo para o lugar onde estava Jesus, quando o viu, caiu de joelhos diante dele e disse-lhe: “Senhor, se tivesses estado aqui, o meu irmão não teria morrido”. 33Quando Jesus a viu chorar, e também os que estavam com ela, estremeceu interiormente, (Jesus) ficou profundamente comovido 34e perguntou: “Onde o colocastes?” Responderam: “Vem ver, Senhor”. 35E Jesus chorou. 36Então os judeus disseram: “Vede como ele o amava!”
37Alguns deles, porém, diziam: “Este, que abriu os olhos ao cego, não podia também ter feito com que Lázaro não morresse?” 38De novo, Jesus ficou interiormente comovido. Chegou ao túmulo. Era uma caverna, fechada com uma pedra. 39Disse Jesus: “Tirai a pedra!” Marta, a irmã do morto, interveio: “Senhor, já cheira mal. Está morto há quatro dias”. 40Jesus lhe respondeu: “Não te disse que, se creres, verás a glória de Deus?”
41Tiraram então a pedra. Jesus levantou os olhos para o alto e disse: “Pai, eu te dou graças porque me ouviste. 42Eu sei que sempre me escutas. Mas digo isto por causa do povo que me rodeia, para que creia que tu me enviaste”. 43Tendo dito isso, exclamou com voz forte: “Lázaro, vem para fora!” 44O morto saiu, atado de mãos e pés com os lençóis mortuários e o rosto coberto com um pano. Então Jesus lhes disse: “Desatai-o e deixai-o caminhar!” 45Então, muitos dos judeus que tinham ido à casa de Maria e viram o que Jesus fizera, creram nele.
ACI Digital

sábado, 28 de março de 2020

Da Constituição pastoral Gaudium et Spes, do Concílio Vaticano II

(N.37-38)
(Séc.XX)

Toda a atividade humana deve ser purificada no mistério pascal
A Sagrada Escritura, confirmada pela experiência dos séculos, ensina à família humana que o progresso, grande bem para o homem, traz também consigo uma enorme tentação. De fato, quando a hierarquia de valores é alterada e o bem e o mal se misturam, os indivíduos e os grupos consideram somente seus próprios interesses e não o dos outros.
Por esse motivo, o mundo deixa de ser o lugar da verdadeira fraternidade, enquanto o aumento do poder da humanidade ameaça destruir o próprio gênero humano.
Se alguém pergunta como pode ser vencida essa miserável situação, os cristãos afirmam que todas as atividades humanas, quotidianamente postas em perigo pelo orgulho do homem e o amor desordenado de si mesmo, precisam ser purificadas e levadas à perfeição por meio da cruz e ressurreição de Cristo.
Redimido por Cristo e tornado nova criatura no Espírito Santo, o homem pode e deve amar as coisas criadas pelo próprio Deus. Com efeito, recebe-as de Deus; olha-as e respeita-as como dons vindos das mãos de Deus.
Agradecendo por elas ao divino Benfeitor e usando e fruindo das criaturas em espírito de pobreza e liberdade, é introduzido na verdadeira pose do mundo, como se nada tivesse e possuísse: Tudo é vosso, mas vós sois de Cristo, e Cristo é de Deus (1Cor 3,22-23).
O Verbo de Deus, por quem todas as coisas foram feitas, que se encarnou e veio habitar na terra dos homens, entrou como homem perfeito na história do mundo, assumindo-a e recapitulando-a em si. Ele nos revela que Deus é amor (1Jo 4,8) e ao mesmo tempo nos ensina que a lei fundamental da perfeição humana, e, portanto, da transformação do mundo, é o novo mandamento do amor.
Aos que acreditam no amor de Deus, ele dá a certeza de que o caminho do amor está aberto a todos os homens e não é inútil o esforço para instaurar uma fraternidade universal. Adverte-nos também que esta caridade não deve ser praticada somente nas grandes ocasiões, mas, antes de tudo, nas circunstâncias ordinárias da vida.
Sofrendo a morte por todos nós pecadores, ele nos ensina com o seu exemplo que devemos também carregar a cruz que a carne e o mundo impõem sobre os ombros dos que procuram a paz e a justiça.
Constituído Senhor por sua ressurreição, Cristo, a quem foi dado todo poder no céu e na terra, age nos corações dos homens pelo poder de seu Espírito. Não somente suscita o desejo do mundo futuro, mas anima, purifica e fortalece por esse desejo os propósitos generosos com que a família humana procura melhorar suas condições de vida e submeter para este fim a terra inteira.
São diversos, porém, os dons do Espírito. Enquanto chama alguns para testemunharem abertamente o desejo da morada celeste e conservarem vivo esse testemunho na família humana, chama outros para se dedicarem ao serviço terrestre dos homens e prepararem com esse ministério a matéria do reino dos céus.
A todos, porém, liberta para que, renunciando ao egoísmo e empregando todas as energias terrenas em prol da vida humana, se lancem decididamente para as realidades futuras, quando a própria humanidade se tornará uma oferenda agradável a Deus.

Responsório 2Cor 5,15; Rm 4,25

R. Cristo por todos morreu,
* Para que aqueles que vivem não vivam mais para si,
mas vivam, sim, para aquele que por eles morreu
e ressurgiu dentre os mortos.
V. Foi entregue por nossos pecados,
ressurgiu para justificar-nos. * Para que aqueles.

Do Livro dos Números: 20,1-13; 21,4-9

As águas de Meriba e a serpente de bronze
Naqueles dias, 20,1 toda a comunidade dos filhos de Israel chegou ao deserto de Sin, no primeiro mês, e o povo permaneceu em Cades. Ali morreu Maria e ali mesmo foi sepultada.
2Como não havia água para o povo, este juntou-se contra Moisés e Aarão, 3e, levantando-se em motim, disseram: “Antes tivéssemos morrido, quando morreram nossos irmãos diante do Senhor! 4Para que trouxestes a comunidade do Senhor a este deserto, a fim de que morrêssemos, nós e nossos animais? 5Por que nos fizestes sair do Egito e nos trouxestes a este lugar detestável, em que não se pode semear, e que não produz figueiras, nem vinhas, nem romãzeiras, e, além disso, não tem água para beber?”
6Deixando a comunidade, Moisés e Aarão foram até a entrada da Tenda da Reunião, e prostraram-se com a face em terra. E a glória do Senhor apareceu sobre eles. 7O Senhor falou, então, a Moisés, dizendo: 8“Toma a tua vara e reúne o povo, tu e teu irmão Aarão; na presença deles ordenai à pedra e ela dará água. Quando fizeres sair água da pedra, dá de beber à comunidade e aos seus animais”.
9Moisés tomou, então, a vara que estava diante do Senhor, como lhe fora ordenado. 10Depois, Moisés e Aarão reuniram a assembleia diante do rochedo, e Moisés lhes disse: “Ouvi, rebeldes! Poderemos, acaso, fazer sair água desta pedra para vós?” 11E, levantando a mão, Moisés feriu duas vezes a rocha com a vara, e jorrou água em abundância, de modo que o povo e os animais puderam beber.
12Então o Senhor disse a Moisés e a Aarão: “Visto que não acreditastes em mim, para manifestar a minha santidade aos olhos dos filhos de Israel, não introduzireis este povo na terra que lhe vou dar”. 13Estas são as águas de Meriba, onde os filhos de Israel disputaram contra o Senhor, e ele lhes manifestou a sua santidade.
21,4 Os filhos de Israel partiram do monte Hor, pelo caminho que leva ao mar Vermelho, para contornarem o país de Edom. Durante a viagem o povo começou a impacientar-se, 5esse pôs a falar contra Deus e contra Moisés, dizendo:“Por que nos fizestes sair do Egito para morrermos no deserto? Não há pão, falta água, e já estamos com nojo desse alimento miserável”.
6Então o Senhor mandou contra o povo serpentes venenosas, que os mordiam; e morreu muita gente em Israel. 7O povo foi ter com Moisés e disse: “Pecamos, falando contra o Senhor e contra ti. Roga ao Senhor que afaste de nós as serpentes”. Moisés intercedeu pelo povo, 8e o Senhor respondeu: “Faze uma serpente abrasadora e coloca-a como sinal sobre uma haste; aquele que for mordido e olhar para ela viverá”. 9Moisés fez, pois, uma serpente de bronze e colocou-a como sinal sobre uma haste. Quando alguém era mordido por uma serpente, e olhava para a serpente de bronze, ficava curado.

Responsório             Jo 3,14.15.17

R. Como Moisés ergueu na haste a serpente no deserto,
assim o Filho do Homem há de ser levantado.
* Para que, quem nele crer, não pereça para sempre,
mas possua a vida eterna.
V. Deus enviou seu Filho ao mundo,
para que o mundo seja salvo
e não para julgá-lo. * Para que.

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF