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sexta-feira, 10 de abril de 2020

Como enfrentar o luto pela morte de um familiar por coronavírus? Especialista explica

Imagem referencial. Crédito: Pixabay.
MADRI, 09 Abr. 20 / 12:00 pm (ACI).- No mundo, mais de 88 mil pessoas morreram devido ao coronavírus COVID-19; e as medidas de segurança impediram que muitos dos familiares pudessem se despedir de seus seres queridos, o que torna o luto pela perda muito difícil.
O religioso camiliano José Carlos Bermejo, diretor do Centro de Humanização da Saúde São Camilo, especialista em humanização da saúde, aconselhamento e luto, em Madri (Espanha), deu uma entrevista à Revista Ecclesia, onde explicou como é possível enfrentar a morte.
"É muito difícil. Muitas pessoas se prometeram fidelidade ‘na saúde e na doença, nas alegrias e tristezas, todos os dias de suas vidas’. E agora, nesta crise, os motivos da saúde comunitária nos obrigam a estar separados na maior dor: a separação final, a morte. Expressamos no cuidado recíproco a natureza do nosso amor, do nosso vínculo. E, agora, somos privados dessa chave de ouro do amor: a presença na morte”, expressa.
Por isso, nesta entrevista, incentivou “a reagir com criatividade e reforçar o sentimento comunitário. No coração, passar confiança aos cuidadores profissionais, transmitir-lhes mensagens que possam levar aos doentes isolados, fazê-las chegar com as tecnologias de comunicação que sejam possíveis, substituir o carinho físico pelo carinho emocional e espiritual”.  
“A palavra também tem o poder de acariciar. A ausência de ritos e solidariedade nos primeiros momentos do luto é outra variável de sofrimento que pode dificultar o trabalho de elaboração da dor pela perda de um ser querido. Há pessoas que estão reagindo com criatividade e criando assembleias virtuais e orações, e ritos que são seguidos na comunidade virtual. São oportunidades de expressão da solidariedade em tempos de distância física", afirmou o religioso camiliano.
Ele também enfatizou que para superar o luto é necessário “o dinamismo da esperança. É próprio da esperança se lamentar, em um primeiro momento. Quem lamenta é porque deseja que as coisas não sejam do jeito que são, mas de uma maneira diferente. Agora, aquele que se instala na lamentação não dá início ao dinamismo de trabalhar para que o seu desejo se torne realidade. Por isso, é doloroso recriar-se no drama”.
“É saudável desabafar e expressar os sentimentos, também os de desânimo; mas, ao mesmo tempo, precisamos nos comprometer responsavelmente com o que é desejado, confiando em nossos recursos, nos demais, nos recursos do coração, no próprio Deus", assegurou.
Nesse sentido, explicou à revista Ecclesia que "não poder estar no final e naquilo que rodeia a morte, antes e depois da ocorrência, é um fator que pode aumentar a vulnerabilidade a um luto complicado".
"A ausência não impede apenas o contato físico, mas, às vezes, impede a expressão direta de chaves de fechamento, como são os agradecimentos, pedir perdão, verificar visivelmente a dor da separação, contemplar a natureza da morte como processo, presenciar a verdade imposta pela natureza, que é a transformação de um ser vivo em um cadáver...”, indicou.
E, frente à possibilidade de passar por "duelos complicados", Bermejo incentivou "ter a coragem de pedir ajuda com naturalidade aos principais especialistas no acompanhamento de luto complicado, como os Centros de Escuta de São Camilo, que existem na Espanha desde o primeiro, fundado em 1997”.
Em toda essa dor, o religioso camiliano lembrou que “Deus está mais visível do que nunca, se possível. Estamos vendo-o em sua bondade e misericórdia no batalhão de profissionais de saúde e de assistência em centros maiores, que, em circunstâncias extremas e sem recursos de proteção suficientes, demonstram a ternura de Deus e sua presença saudável: que dá saúde e cuidado. Deus está mais visível do que nunca, como sempre esteve, na pessoa que sofre e está crucificada em sua cama, em sua casa, na residência ou no hospital, esperando que outro ser humano tenha o suficiente e necessário para cuidar dele dignamente. Deus sofre naquele sofre, cura através do cuidador”.
Também explicou que “a dimensão espiritual é um fator que protege a resiliência, a possibilidade de crescer na situação traumática. O dinamismo da esperança, próprio do ser humano e muito particular do fiel, reforça o compromisso pelo bem e a paciência na adversidade”.
“O dinamismo de cura da esperança constrói comunidade e esforço para ajudar-nos uns aos outros, fisicamente, emocionalmente e espiritualmente. A fé em Deus nos permite cultivar a interioridade e o relacionamento pessoal com a parte mais íntima de nós mesmos, e nos direcionar, do mais profundo, para Aquele que sempre esteve e estará do nosso lado e conosco”, destacou.
“Se em outro momento o silêncio era o melhor companheiro do carinho físico e da presença, agora pode ser o contrário. A palavra pode ser o melhor veículo para dizer o que a pele diria. Dizer obrigado, eu te amo, adeus, pedir perdão, resumir o que significou um para o outro ou pedir um legado espiritual, se o outro puder fazer isso, são as chaves para estar nos momentos de despedida, quando isso seja possível", reforçou.
Nesse sentido, José Carlos Bermejo também garantiu que “um dos aprendizados da crise do coronavírus é a conscientização do valor do contato físico. O próprio Jesus valorizou isso, como o descobrimos nas narrações dos milagres da cura”.
“O olhar, nesses momentos, reforça seu valor, pois a possibilidade de contato físico é restrita. O olhar também pode acariciar”, afirmou.
"Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

quinta-feira, 9 de abril de 2020

Hoje é celebrada a Quinta-feira Santa, dia da instituição da Eucaristia

REDAÇÃO CENTRAL, 09 Abr. 20 / 05:00 am (ACI).- A Igreja celebra hoje a Quinta-feira Santa. Neste dia, durante a Última Ceia, Jesus instituiu dois sacramentos: a Eucaristia e a Ordem Sacerdotal.

Esta data é comemorada pela Igreja com uma eucaristia especial. Nela, o sacerdote lava os pés de doze pessoas que representam os apóstolos, repetindo assim o gesto de Jesus Cristo.  Com esta ação, Jesus transmite a mensagem da caridade, quando diz: “Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz”.
Dessa forma, o Senhor Jesus dá um testemunho idôneo da vocação ao serviço do mundo e da Igreja que todos os fiéis devem seguir.
Por outro lado, também é celebrada a instituição do Sacramento da Ordem sacerdotal por Cristo e a instituição da Eucaristia.
A Santa Missa é então a celebração da Ceia do Senhor, na qual Jesus, na véspera da sua paixão, “enquanto ceava com seus discípulos, tomou pão...”.
Ele quis que, como em sua última Ceia, seus discípulos se reunissem e recordassem-no abençoando o pão e o vinho: “Fazei isto em memória de mim”.
Neste dia, há alegria e a Igreja rompe a austeridade quaresmal cantando o “Glória”: é a alegria de quem se sabe amado por Deus; porém, ao mesmo tempo, é sóbria e dolorida, porque é conhecido o preço que Cristo pagou por nós.
Hoje inicia a festa da "crise pascoal", isto é, da luta entre a morte e a vida, já que a vida nunca foi absorvida pela morte mas sim combatida por ela. A noite do sábado de Glória é o canto à vitória, porém tingida de sangue, e hoje é o hino à luta, mas de quem vence, porque sua arma é o amor.
Acompanhe também nosso recurso sobre a Semana Santahttp://www.acidigital.com/fiestas/semanasanta/

Os símbolos da Quinta-feira Santa

REDAÇÃO CENTRAL, 09 Abr. 20 / 09:00 am (ACI).- Com a Santa Missa da Ceia do Senhor, nesta Quinta-feira Santa, tem início o Tríduo Pascal. Ao recordar a Última Ceia de Jesus com os discípulos, celebra-se a instituição da Eucaristia. Além disso, ocorre o rito do lava-pés, repetindo o gesto de Cristo que lavou os pés dos seus discípulos, deixando a todos um testemunho da vocação ao serviço do mundo e da Igreja.

Conheça alguns símbolos da liturgia desta Quinta-feira Santa:
O pão e o vinho
São os elementos naturais que Jesus toma não para que simbolizem, mas sim para que se convertam em seu Corpo e seu Sangue e o façam presente no sacramento da Eucaristia.
Jesus os assume no contexto da ceia pascal, onde o pão ázimo da páscoa judaica que celebrava com seus apóstolos fazia referência a essa noite no Egito em que não havia tempo para que a levedura fizesse seu processo na massa (Ex 12,8).
O vinho é o novo sangue do Cordeiro sem defeitos que, posto na porta das casas, evitou aos israelitas que seus filhos morressem na passagem de Deus (Ex 12,5-7). Cristo, o Cordeiro de Deus (Jo 1,29), ao que tanto se refere o Apocalipse, salva-nos definitivamente da morte por seu sangue derramado na cruz.
Os símbolos do pão e o vinho são próprios da Quinta-feira Santa quando, durante a Missa vespertina da Ceia do Senhor, celebramos a instituição da Eucaristia, da qual encontramos alusões e alegorias ao longo de toda a Escritura.
Mas como esta celebração vespertina é o princípio do Tríduo Pascal, é necessário destacar que a Eucaristia dessa Quinta-feira Santa, celebrada por Jesus sobre a mesa-altar do Cenáculo, era a antecipação de seu Corpo e seu Sangue oferecidos à humanidade no “cálice” da cruz, sobre o “altar” do mundo.
O lava-pés
O Evangelho de São João é o único que nos relata este gesto simbólico de Jesus na Última Ceia e antecipa o sentido mais profundo do “sem-sentido” da cruz.
Um gesto incomum para um Mestre, próprio dos escravos, converte-se na síntese de sua mensagem e dá aos apóstolos uma chave de leitura para enfrentar o que virá.
Em uma sociedade onde as atitudes defensivas e as expressões de autonomia se multiplicam, Jesus humilha nossa soberba e nos diz que abraçar a cruz, sua cruz, hoje, é estar a serviço dos outros. É a grandeza dos que sabem fazer-se pequenos, a morte que conduz à vida.
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quarta-feira, 8 de abril de 2020

A história de Santo Sudário

Em nossos dias o Santo Sudário desperta interesse tão ou mais significativos que nos primeiros séculos, sobretudo por causa das incógnitas que apresenta e que nem a ciência moderna consegue desvendar inteiramente.
Em nossos dias o Santo Sudário desperta interesse tão ou mais significativos que nos primeiros séculos, sobretudo por causa das incógnitas que apresenta e que nem a ciência moderna consegue desvendar inteiramente.

Redação (Terça-feira, 07-04-2020, Gaudium Press) Quando Jesus disse: “consummatum est” e expirou, José de Arimateia teve a “audácia de ir a Pilatos” (Mc 15, 43) pedir o corpo de Jesus para proceder ao sepultamento conforme o costume.
Os Evangelhos nos contam que, uma vez concedida a licença, Jesus foi envolto num lençol e depositado num sepulcro novo. São Mateus fala de um pano limpo de linho e São Lucas de um lençol de linho.
O que é o Santo Sudário?
O que conhecemos hoje como Sudário é um lençol de linho, de tecido firme e forte, de cor sépia, e de grandes dimensões (4,36m de comprimento por 1,10m de largura), que traz milagrosamente estampado, de frente e de costas em tamanho natural, a figura de um homem de barba com idade calculada entre 30 e 35 anos, de aproximadamente 1,80m de altura e pesando mais ou menos 80 quilos, que foi torturado, flagelado e crucificado. Conserva-se há mais de quatro séculos na cidade italiana de Turim.
Um lenço com o qual se enxugava o suor do rosto designava-se: sudário. Depois, com o tempo essa terminologia passou a ser usada para designar o lençol ou mortalha utilizada para envolver cadáveres nos sepultamentos. Com o mesmo significado, temos em grego a palavra “sidon“, daí vem sindonologia que quer dizer: estudo do sudário.
Desde o momento em que José de Arimateia saiu do Pretório, às pressas, para adquirir o lençol no mercado de Jerusalém, iniciou-se uma história que atravessaria os séculos. Em nossos dias ela desperta interesse tão ou mais significativos que nos primeiros séculos, sobretudo por causa das incógnitas que apresenta e que nem a ciência moderna consegue desvendar inteiramente.

O Santo Sudário ao longo da história

Foi um longo período, marcado por aparecimentos e desaparecimentos que vai desde o ano 30 de nossa era até 1356, quando é entregue por Godofredo de Charny I aos cônegos de Lirey, na França. A partir daí a história do Santo Sudário é bem conhecida e está devidamente documentada.
Em 1356, Godofredo de Charny I -cavaleiro cruzado- entrega aos cônegos de Lirey o Sudário, que estava em seu poder há pelo menos três anos.
Difícil saber, entretanto, como o Sudário foi parar na França porque Godofredo jamais revelou como entrou na posse dele. Acreditam alguns historiadores que tenha sido na época em que Constantinopla caiu nas mãos dos bizantinos.
Em 1390, duas bulas tratando do Sudário foram editadas pelo antipapa de Avignon, Clemente VII.
Não se ouviu falar do Sudário até 1418, quando Humberto, Conde de La Roche, que se casara com Margarida de Charny, recebeu o Santo Sudário dos cônegos de Lirey, para guardá-lo por um certo período em que ocorriam guerras e desordens. O Conde de La Roche, entretanto, veio a falecer sem ter restituído a relíquia aos cônegos de Lirey.
Em 8 de maio de 1443, Margarida de Charny, neta de Godofredo de Charny, foi intimada em juízo a devolver o Sudário aos cônegos de Lirey, quando alegou “ser ele de sua propriedade por direito de conquista feita em guerra por seu avô”.
Em 1453, no dia 22 de março, Margarida entrega o Sudário à mulher do duque Ludovico de Sabóia, Ana de Lusignano. Em 1457, no dia 30 de maio, Margarida foi apenada com excomunhão pelo tribunal eclesiástico de Besançon. Em 7 de outubro de 1459, Margarida de Charny faleceu.
Em 1464, no dia 6 de fevereiro, o duque Ludovico de Sabóia, (que estava na posse do lençol), nega-se a atender um pedido de restituição da relíquia, feito pelos cônegos de Lirey, que se consideravam os legítimos proprietários do lençol. Em 1502, o Sudário foi levado à Sacra Capela do castelo, em Chambéry, especialmente construída para ele.

Liturgia do Santo Sudário

Em 1506, o Papa Júlio II aprova a Liturgia do Santo Sudário, com festa anual no dia 4 de maio. Desde 1453 até 1506 o Sudário esteve na posse da família Sabóia, em Chambéry, como objeto privado.

Incêndio danifica o Santo Sudário

Um violento incêndio, ocorrido na noite de 3 para 4 de dezembro de 1532 na sacristia da Sacra Capela, atingiu seriamente o Sudário lá guardado dentro de uma urna de prata. O cônego Lambert, ajudado por dois franciscanos e um ferreiro, conseguiu salvá-lo lançando grande quantidade de água sobre a urna, já incandescente e começando a fundir-se. Felizmente os danos, embora irreversíveis, não prejudicaram totalmente as imagens impressas. Como o lençol estava dobrado dentro da urna, as bordas das dobras, que estavam em contato com uma lateral incandescente, ficaram chamuscadas. Algumas gotas da prata fundida também o perfuraram e a água, utilizada para debelar o incêndio, produziu manchas em forma de losango, tanto na imagem frontal, como na dorsal.
Em 1534, no período de 15 de abril a 2 de maio, as irmãs Peronette Rosset, Marie de Barre e Collete Rochete, aplicaram remendos triangulares nos furos, costurando-os pelo avesso do lençol, porque ali não há nenhuma imagem.
Em 1535, por motivo de guerra, o Sudário foi levado para outras cidades da Itália e da França. Saiu de Chambéry, passou por Turim, Vercelli, Milão, Nice, novamente Vercelli. Em 1561, a relíquia retornou a Chambéry. O traslado para Turim deu-se por um ato de piedade do então Cardeal Carlos Borromeu.

Santo Sudário e a Catedral de Turim

Em 1578, no dia 8 de outubro, o Sudário foi trasladado para a Catedral de Turim. Nesse ano, o Cardeal de Milão, hoje São Carlos Borromeu, fez um voto de ir a pé, de Milão a Chambéry, em peregrinação para adorar o Sudário, caso a epidemia de peste desaparecesse de sua cidade. Alcançada a graça, o Cardeal iniciou a caminhada. Para poupá-lo da penosa viagem através dos Alpes, o duque Emanuel Filiberto de Sabóia mandou levar o Sudário até Turim, metade do caminho entre Milão e Chambéry. Desde então, permanece o Santo Sudário em Turim até nossos dias.
Por Padre David Francisco, EP

Abençoam Jerusalém com relíquia da Cruz de Cristo

Dom Pierbattista Pizzaballa abençoando a cidade de Jerusalém /
Crédito: Patriarcado Latino de Jerusalém
JERUSALÉM, 07 Abr. 20 / 04:00 pm (ACI).- Diante da impossibilidade de dirigir a procissão tradicional do Domingo de Ramos, Dom Pierbattista Pizzaballa, Administrador Apostólico do Patriarcado Latino de Jerusalém, abençoou a cidade em 5 de abril com uma relíquia da Vera Cruz, a cruz onde, segundo a tradição, Cristo morreu no Monte Calvário.
A procissão anual, que recorda a entrada de Cristo na cidade e o começo da Semana Santa, foi cancelada em Israel como parte dos esforços internacionais para conter a propagação do coronavírus COVID-19.
"Decidimos, já que não podemos ter a procissão de ramos, ter um momento de oração nesta tarde", disse Dom Pizzaballa, no domingo. O Arcebispo dirigiu um breve "momento de oração" multilíngue em Dominus Flevit, uma igreja localizada no Monte das Oliveiras.
A igreja tem forma de lágrima e dela é possível ver a cidade. Foi construída para marcar o relato evangélico de Jesus chorando enquanto imaginava a destruição de Jerusalém.
A liturgia terminou com Dom Pizzaballa levantando uma relíquia da Vera Cruz para abençoar a cidade.
Jerusalém, disse Dom Pizzaballa, “é um símbolo da igreja, o símbolo também da humanidade. É a casa de oração para todas as pessoas, de acordo com as Escrituras".
"Então, quando choramos por Jerusalém, junto com Jesus, choramos por toda a nossa fraternidade humana, por este momento difícil que estamos vivendo, por este triste Domingo de Ramos, por esta Páscoa que temos que celebrar”, afirmou.
Dom Pizzaballa disse que a tristeza por não poder celebrar as festas litúrgicas da Semana Santa é real, mas "talvez, de certa forma, é muito essencial".
“Hoje não celebramos a bela e solene entrada de Jesus na cidade de Jerusalém como todos os anos, com fiéis de todas as paróquias da diocese e com peregrinos de todo o mundo. Não levantamos as nossas palmas e ramos de oliveira para gritar 'Hosana' ao nosso rei, Jesus Cristo”, disse Dom Pizzaballa durante o momento de oração.
No entanto, o Arcebispo pediu aos católicos da Terra Santa e de todo o mundo que considerem o que o Senhor poderia estar tentando dizer durante esses tempos.
Assinalou que, enquanto o povo de Jerusalém no Evangelho saudava Jesus com aplausos no Domingo de Ramos, Ele sabia que "vinha a Jerusalém, não para estar no trono como Davi, mas para ser executado".
"O significado que Jesus atribui à sua 'entrada triunfal' é diferente do significado que o povo de Jerusalém viu n’Ele", disse.
“Talvez essa seja a lição que Jesus deseja nos ensinar hoje. Voltamo-nos para Deus quando há algo que nos fere. Quando estamos com problemas, e de repente todos queremos fazer perguntas grandes e difíceis", acrescentou.
Embora as pessoas possam estar rezando pelo fim da pandemia do COVID-19, como costumamos fazer por soluções para outros problemas, o Arcebispo disse que "Jesus responde do seu jeito" a essas orações.
"Precisamente porque Jesus diz 'sim' aos nossos desejos mais profundos, terá que dizer 'não' aos nossos desejos imediatos", disse.
Ao fazer comparações entre o Domingo de Ramos deste ano e o Domingo de Ramos bíblico durante a vida terrena de Cristo, Dom Pizzaballa disse que a história da entrada de Jesus em Jerusalém “é uma lição da discrepância entre nossas expectativas e a resposta de Deus".
A multidão que saudou Jesus estava decepcionada porque sua salvação não foi imediata, disse Dom Pizzaballa, mas "a entrada de Jesus em Jerusalém é realmente o momento em que nasce a salvação".
"Os 'Hosanas' foram justificados, embora não tenha sido pelas razões que os habitantes de Jerusalém haviam suposto”, disse.
Isso continua sendo verdade hoje, explicou. Embora pareça que Deus não está respondendo as orações e deixa as pessoas “decepcionadas”, isso ocorre em parte porque “nossas expectativas permanecem sem uma resposta aparente”.
O cristianismo, disse, "baseia-se na esperança e no amor, não na certeza".
“E aqui hoje, apesar de tudo, às portas da Sua e nossa cidade, declaramos que realmente queremos dar-lhe as boas-vindas como nosso Rei e Messias, e segui-lo em seu caminho para seu trono, a cruz. Mas também, pedimos que nos dê a fora necessária para levá-lo com seu próprio e frutífero amor”, concluiu Dom Pizzaballa.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

O que é o jejum e por que é importante esta prática na Semana Santa?

Imagem referencial / Foto: domínio público
REDAÇÃO CENTRAL, 08 Abr. 20 / 05:00 am (ACI).- O que é o jejum e por que é importante para os cristãos, especialmente durante o tempo da Quaresma e da Semana Santa? Pe. Donato Jiménez, membro da Ordem dos Agostinianos Recoletos, explicou para que serve esta prática de penitência e qual é o seu propósito.
O jejum, explica Pe. Donato Jimenez ao Grupo ACI, “é uma forma de abster-se de alimentos corporais, e é uma forma de penitência e de oração. Jesus praticou o jejum em momentos importantes, antes de rezar, antes de escolher os apóstolos e em muitas ocasiões”.
“E a Igreja faz o jejum desde o século IV de forma regular”, assinala.
“É uma maneira de ajudar a oração, de purificar o nosso corpo e, assim, nos dispormos melhor para a escuta de nossa oração por Deus”.
A Igreja, continua o Pe. Jiménez, nos recorda “o jejum no tempo da Quaresma e do Advento, especialmente na terça e na sexta-feira, como faziam tradicionalmente em muitas comunidades”.
Atualmente, indica, a obrigação do jejum se mantem “na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira Santa”.
O sacerdote explicou que “o jejum é fazer apenas uma refeição por dia, ou se comemos duas ou três vezes por dia deve ser uma alimentação frugal. Isso seria o jejum que a Igreja quer”.
Quem deve jejuar?
Segundo indica o Código de Direito Canônico, no número 1252, à lei do jejum “estão sujeitos todos os maiores de idade até terem começado os sessenta anos. Todavia os pastores de almas e os pais procurem que, mesmo aqueles que, por motivo de idade menor não estão obrigados à lei da abstinência e do jejum, sejam formados no sentido genuíno da penitência”.
Quem não jejua?
Além das pessoas que não jejuam devido à sua idade, pessoas com problemas mentais, doentes, mulheres grávidas ou lactantes, trabalhadores de acordo com as suas necessidades, convidados a refeições que não podem ser justificadas sem ofender gravemente ou outras situações morais ou impossibilidade física de manter o jejum.

terça-feira, 7 de abril de 2020

VOCÊ SABIA QUE A IGREJA CATÓLICA É CONSTITUÍDA POR 24 IGREJAS AUTÔNOMAS?

Front Católico

O ramo ocidental é representado pela tradição latina da Igreja Católica Apostólica Romana. É chamado “ocidental” por conta da localização geográfica de Roma e não porque a sua presença se restrinja a países do Ocidente: na verdade, a Igreja Católica de rito romano está presente no mundo inteiro e tem dioceses em todos os continentes, de Portugal ao Japão, do Brasil à Rússia, de Angola à China, do Canadá à Nova Zelândia.


As Igrejas católicas orientais também têm fiéis espalhados pelo mundo, mas, por razões históricas, estão mais fortemente presentes nos lugares onde surgiram. Possuem tradições culturais, teológicas e litúrgicas diferentes, bem como estrutura e organização territorial própria, mas professam a mesma e única doutrina e fé católica, mantendo-se, portanto, em comunhão completa entre si e com a Santa Sé.

Todas as 24 Igrejas que compõem a Igreja Católica são consideradas Igrejas “sui juris”, ou seja, são autônomas para legislar de modo independente a respeito de seu rito e da sua disciplina, mas não a respeito dos dogmas, que são universais e comuns a todas elas e garantem a sua unidade de fé – formando, na essência, uma única Igreja Católica obediente ao Santo Padre, o Papa, que a todas preside na caridade.

A legislação de cada Igreja “sui juris” é estudada e aprovada pelo seu respectivo sínodo, ou seja, pela reunião dos seus bispos sob a presidência do seu arcebispo-maior ou patriarca. Por exemplo, a Igreja Melquita é presidida por Sua Beatitude o Patriarca Youssef I Absi; a Igreja Greco-Católica Ucraniana, por Sua Beatitude o Arcebispo-Maior Dom Sviatoslav Shevchuk. O rebanho dos fiéis católicos de rito latino é guiado diretamente pelo Papa Francisco, bispo de Roma, que é também o líder de toda a grande comunhão da Igreja Católica em suas diversas tradições.

É muito comum até hoje, em especial no Ocidente, confundir a Igreja Católica com o rito latino, um erro que vem acontecendo há séculos e que, ao longo da história, já causou sérios prejuízos aos católicos de ritos orientais. O que é preciso entender é que todos os católicos latinos são, obviamente, católicos; mas nem todos os católicos são católicos latinos. E esta é mais uma das tantíssimas riquezas do infinito tesouro da Igreja que é Una, Santa, Católica e Apostólica!


O Concílio Vaticano II reconheceu que todos os ritos aprovados pelas Igrejas que formam a Igreja Católica têm a mesma dignidade e direito e devem ser preservados e promovidos.
Aliás, por falar em rito, outra confusão frequente é feita entre o rito latino e o rito romano: os termos costumam ser usados como sinônimos, mas, tecnicamente, além do rito romano, também existem outros ritos latinos de certas Igrejas locais, como o ambrosiano, e os de algumas ordens religiosas, além do rito tridentino. Mas eles não estão vinculados a Igrejas autônomas “sui juris“, sendo diferentes ritos dentro da mesma tradição latina da Igreja Católica. Quanto aos ritos orientais, as diferenças são mais marcadas pela diversidade de tradições e há vínculos históricos entre os ritos e as Igrejas “sui juris” específicas que os adotam: são eles o alexandrino ou copta, o bizantino, o antioqueno ou siríaco ocidental, o caldeu ou siríaco oriental, o armênio e o maronita.

Mas quais são, afinal, as Igrejas “sui juris” que formam a Igreja Católica? Eis a impressionante lista:

DE RITO OCIDENTAL
Tradição litúrgica latina ou romana:
1.           Rito latino da Igreja Católica Apostólica Romana (sede em Roma)
DE RITOS ORIENTAIS
Tradição litúrgica alexandrina:
2. Igreja Católica Copta (patriarcado; sede no Cairo, Egito)
3. Igreja Católica Etíope (metropolitanato; sede em Adis Abeba, Etiópia)
4. Igreja Católica Eritreia (metropolitanato; sede em Asmara, Eritreia)

Tradição litúrgica bizantina:

5. Igreja Greco-Católica Melquita (patriarcado; sede em Damasco, Síria)
6. Igreja Católica Bizantina Grega (eparquia; sede em Atenas, Grécia)
7. Igreja Católica Bizantina Ítalo-Albanesa (eparquia; sede na Sicília, Itália)
8. Igreja Greco-Católica Ucraniana (arcebispado maior; sede em Kiev, Ucrânia)
9. Igreja Greco-Católica Bielorrussa (também chamada Católica Bizantina Bielorussa)
10. Igreja Greco-Católica Russa (sede em Novosibirsk, Rússia)
11. Igreja Greco-Católica Búlgara (eparquia; sede em Sófia, Bulgária)
12. Igreja Católica Bizantina Eslovaca (metropolitanato; sede em Prešov, Eslováquia)
13. Igreja Greco-Católica Húngara (metropolitanato; sede em Nyíregyháza, Hungria)
14. Igreja Católica Bizantina da Croácia e Sérvia (eparquia; sedes em Križevci, Croácia, e Ruski Krstur, Sérvia)
15. Igreja Greco-Católica Romena (arcebispado maior; sede em Blaj, Romênia)
16. Igreja Católica Bizantina Rutena (metropolitanato; sede em Pittsburgh, Estados Unidos)
17. Igreja Católica Bizantina Albanesa (eparquia; sede em Fier, Albânia)
18. Igreja Greco-Católica Macedônica (exarcado ou exarquia; sede em Escópia, Macedônia)

Tradição litúrgica armênia:
19. Igreja Católica Armênia (patriarcado; sede em Beirute, Líbano)

Tradição litúrgica maronita:
20. Igreja Maronita (patriarcado; sede em Bkerke, Líbano)

Tradição litúrgica antioquena ou siríaca ocidental:
21. Igreja Católica Siríaca (patriarcado; sede em Beirute, Líbano)

22. Igreja Católica Siro-Malancar (arcebispado maior; sede em Trivandrum, Índia)

Tradição litúrgica caldeia ou siríaca oriental:
23. Igreja Católica Caldeia (patriarcado; sede em Bagdá, Iraque)
24. Igreja Católica Siro-Malabar (arcebispado maior; sede em Cochim, Índia)
Fonte: Aleteia

Papa Francisco reza pelas pessoas inocentes que sofrem uma sentença injusta

Papa Francisco na Missa na Casa Santa Marta. Foto: Vatican Media
VATICANO, 07 Abr. 20 / 09:30 am (ACI).- O Papa Francisco rezou na Missa da Casa Santa Marta por todas as pessoas inocentes que "sofrem uma sentença injusta".
“Nestes dias de Quaresma vimos a perseguição que Jesus sofreu e como os doutores da Lei se acirraram contra Ele: foi julgado sob acirramento, com acirramento, sendo inocente. Gostaria de rezar hoje por todas as pessoas que sofrem uma sentença injusta por acirramento”, indicou o Santo Padre nesta terça-feira, 7 de abril.
O Pontífice mencionou essa intenção de oração no início da Eucaristia matutina que celebra diariamente e horas depois do Supremo Tribunal da Austrália ter anulado, nesta terça-feira pela manhã (hora local), a condenação do Cardeal Pell, após mais de 13 meses de prisão, por cinco supostas acusações de abusos sexuais.
Após esse anúncio, a Arquidiocese de Sydney divulgou uma declaração do Cardeal Pell na qual agradeceu "por todas as orações e milhares de cartas" que recebeu durante esse período, assim como também insistiu que "sempre mantive minha inocência enquanto sofria uma grave injustiça".
O Cardeal George Pell, de 78 anos, e ex-prefeito da Secretaria para a Economia do Vaticano, havia sido condenado por cinco acusações de abusos sexuais contra dois meninos coroinhas quando era Arcebispo de Melbourne, em 1996 e 1997.
A sentença, emitida em 11 de dezembro de 2018, considerou comprovados os acontecimentos que, segundo as denúncias, teriam ocorrido após a Missa de domingo.
A sentença condenou o Cardeal a 6 anos de prisão, dos quais deveria cumprir pelo menos 3 anos e 8 meses antes de poder solicitar a liberdade condicional.
Em 29 de junho de 2017, o Cardeal George Pell anunciou sua renúncia como Prefeito da Secretaria de Economia da Santa Sé e anunciou que estava voltando à Austrália para enfrentar as acusações.
Em uma coletiva de imprensa realizada na Sala de Imprensa da Santa Sé, o Cardeal afirmou que "rechaço fortemente essas acusações".
Nesse sentido, o Cardeal afirmou firmemente que as acusações eram "falsas" e explicou que em 2017 informou ao Papa Francisco sobre tudo em relação à sua situação.
Por fim, o Cardeal Pell alertou que havia sido condenado pela mídia antes mesmo do início do julgamento.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

Secretário de Estado do Vaticano espera que igrejas reabram o mais breve possível

Cardeal Pietro Parolin / Crédito: Daniel Ibañez - ACI Prensa
Vaticano, 06 Abr. 20 / 01:00 pm (ACI).- O Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, disse em 2 de abril que espera que as igrejas fechadas devido à crise do coronavírus COVID-19 reabram o “mais breve possível”.
Em uma entrevista publicada em 2 de abril no Vatican News, o Cardeal Parolin também disse que estava preocupado com as notícias de católicos que morriam sem o sacramento da Unção dos Enfermos e expressou sua preocupação com o impacto da doença nos países pobres.
“A suspensão das celebrações fez-se necessária para evitar aglomerações. Mas em quase todas as cidades as igrejas permanecem abertas e eu espero que sejam reabertas o mais breve possível aquelas que foram fechadas: ali está a presença de Jesus Eucaristia, os sacerdotes continuam a rezar e celebrar a Santa Missa pelos fiéis impossibilitados de ali participar. É belo pensar que a porta da casa de Deus permanece aberta, como estão abertas as portas de nossas casas, ainda que somos fortemente convidados a não sair, a não ser por motivos de força maior”, disse o Purpurado.
Da mesma forma, reconheceu o sofrimento dos católicos que atualmente estão privados dos sacramentos por cumprir a quarentena. "Compartilho sua dor, mas ao mesmo tempo gostaria de recordar, por exemplo, da possibilidade da comunhão espiritual", expressou.
“O Papa Francisco, ademais, por meio da Penitenciária Apostólica, concedeu o dom de especiais indulgências aos fiéis, não somente aos afetados pelo Covid-19, mas também aos profissionais de saúde, aos familiares e a todos aqueles que, de diversas maneiras, também com a oração, cuidam deles", afirmou.
O Secretário de Estado pediu para “rezar com a Palavra de Deus; Ler, contemplar acolher a Palavra que vem", porque "Deus preencheu com sua Palavra o vazio que nos assusta nessas horas".
“Em Jesus, Deus se comunicou, Palavra plena e definitiva. Não devemos simplesmente preencher o tempo, mas nos encher com a Palavra", acrescentou.
Por outro lado, o Cardeal disse que estava preocupado com as histórias de católicos morrendo sozinhos sem o consolo dos sacramentos.
“É uma das consequências da epidemia que, em certo sentido, me abala. Eu li e ouvi histórias dramáticas e comoventes. Quando, infelizmente, não é possível a presença do sacerdote ao lado de alguém que está à beira da morte, todo batizado e toda batizada podem rezar e levar consolo, em virtude do sacerdócio comum recebido com o Sacramento do Batismo", disse.
"É belo e evangélico imaginar neste momento difícil que, de alguma forma ou outra, também as mãos dos médicos, dos enfermeiros, dos agentes de saúde, que a cada dia consolam, curam ou acompanham estes doentes no último momento de vida, tornam-se as mãos e as palavras de todos nós, da Igreja, da família que abençoa, saúda, perdoa e consola. É o carinho de Deus que cura e dá vida, também a eterna", continuou.
O Cardeal Parolin disse que estava especialmente preocupado com a forma como o coronavírus afetaria os países em desenvolvimento.
"Infelizmente, estamos diante de uma pandemia e o contágio se propaga como fogo. Por um lado, vemos quantos esforços extraordinários têm realizado os países desenvolvidos, com não poucos sacrifícios em nível da vida cotidiana de famílias e da economia nacional, para enfrentar com eficácia a crise sanitária e debelar a difusão do vírus", comentou.
Por outro lado, confessou “que me preocupa ainda mais a situação nos países menos desenvolvidos", onde "as estruturas de saúde não serão capazes de assegurar os cuidados necessários e adequados para a população".
“Por vocação, a Santa Sé procura ter o mundo inteiro como horizonte, procura não esquecer quem está mais longe, quem mais sofre, quem talvez tenha dificuldade para receber os refletores da mídia internacional. Há realmente necessidade de rezar e de nos empenharmos, todos, para que nunca falte a solidariedade internacional. Apesar da emergência, apesar do medo, é o momento de não nos fecharmos em nós mesmos", lembrou.
O Cardeal confirmou que atualmente há sete casos de coronavírus entre os funcionários do Vaticano. Todos eles passaram pela fase crítica e agora estão melhorando, assegurou.
Afirmou também que o Papa estava procurando novas maneiras de alcançar pessoas que sofrem em todo o mundo.
“O Santo Padre Francisco está buscando todos os modos possíveis para estar próximo das pessoas, no mundo inteiro. Para ele, o contato com pessoas sempre foi fundamental e, mesmo se de modo novo e inédito, pretende mantê-lo", confessou.
“A transmissão ao vivo diária da Santa Missa na Casa Santa Marta é um sinal concreto disso. A oração constante pelas vítimas, seus familiares, os funcionários da saúde, os voluntários, os sacerdotes, os trabalhadores, as famílias é outro sinal concreto. Todos nós colaboradores buscamos ajudá-lo a manter os contatos com as Igrejas de todos os países do mundo”, acrescentou.
Finalmente, o Cardeal Parolin explicou que as autoridades do Vaticano visam garantir que o maior número possível de pessoas possam acompanhar as liturgias do Tríduo Pascal enquanto estejam confinadas em seus lares.
“Estudamos modalidades diferentes daquelas tradicionais. De fato, não será possível acolher os peregrinos como sempre aconteceu. No pleno cumprimento das regras de precaução para evitar o contágio, buscaremos celebrar os grandes ritos do Tríduo Pascal, de forma a acompanhar todos aqueles que infelizmente não poderão ir às igrejas”, concluiu.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

segunda-feira, 6 de abril de 2020

São Pedro de Verona, mártir dominicano que combateu heresias

REDAÇÃO CENTRAL, 06 Abr. 20 / 05:00 am (ACI).- São Pedro de Verona foi um mártir, pregador e o segundo santo na história da Ordem dos Pregadores (Dominicanos). Dedicou-se a combater as heresias dos cátaros, propagadores do maniqueísmo no centro e no norte da Itália.

Nasceu em Verona de Lombardia (Itália), em 1205. Segundo o Martirológio Romano, seus pais pertenceram à heresia dos cátaros, entretanto, desde criança abraçou a fé católica e em sua adolescência recebeu o hábito do próprio São Domingos de Gusmão.
O hagiógrafo e Beato Tiago de Vorágine dizia que São Pedro era um grande pregador e conhecedor das Sagradas Escrituras, que viveu a pureza, a austeridade e uma firme defesa da fé, o que finalmente o levaria à morte
Além disso, assinala que Pedro de Verona nasceu em uma família “obscurecida pelo erro”, entretanto, o jovem sempre soube “conservar-se imune a seus perniciosos erros”.
São Pedro de Verona deixou sua família na adolescência e ingressou na ordem dominicana quando seu fundador, São Domingos de Gusmão, ainda era vivo. Continuou seus estudos na Universidade de Bologna, onde se preparou intelectualmente e, além disso, viveu em oração, austeridade e penitência.
Terminada sua formação eclesiástica, foi ordenado sacerdote e nomeado Pregador do Evangelho de Jesus. Dedicou-se à pregação e à refutação de doutrinas heréticas em Vercelli, Roma, Florença e diversas cidades do norte da Itália. Também instituiu as “Associações da fé” e a “Confraria para o louvor da Virgem Maria” em Milão, Florença e Perugia.
Em 1248 foi designado prior do convento de Asti e, transcorrido um ano, de Piacenza. Em 1251, Inocêncio IV o nomeou como inquisidor da Lombardia e o declarou prior de Como, entretanto, os hereges começaram a planejar um complô para assassiná-lo.
São Pedro de Verona foi assassinado em 6 de abril de 1252, quando regressava de Milão para o convento de Como, perto de Barlassina. Seu carrasco, Carino Bálsamo, o acertou com dois golpes de machado na cabeça. Apesar disso, Pedro de Verona conseguiu se levantar e, com as poucas forças que restavam, escreveu no chão com seu dedo banhado de sangue: “Creio em Deus”.
Em 9 de março de 1253, Inocêncio IV o canonizou. Seu corpo foi transladado a Milão e hoje descansa na Igreja de Santo Eustórgio. Sua festa é celebrada no dia 6 de abril.

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF