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quinta-feira, 16 de abril de 2020

Os 75 anos da libertação do campo nazista de Bergen-Belsen: para não esquecer

Ana Frank, morreu no campo de concentração de Bergen-Belsen, em 1945
Ana Frank, morreu no campo de concentração de Bergen-Belsen, em 1945
Um aniversário que homenageia a memória de 70 mil vítimas na maioria judeus, mas também ciganos, homossexuais, testemunhas de Jeová, presos políticos e prisioneiros de guerra, vítimas de uma ditadura brutal, marcada pelo ódio de raça. Foi libertado em abril de 1945.

Cidade do Vaticano

Em 15 de abril de 1945, quando as tropas do general inglês Bernard Montgomery entraram no campo de concentração Bergen-Belsen, na Baixa Saxônia, viram imagens chocantes. Encontraram 60 mil prisioneiros, na maioria judeus, muitos em fim de vida ou em graves condições de saúde, mas também milhares e milhares de corpos não sepultados ou amontoados dentro dos pavilhões ou ao seu redor. Foram necessárias várias semanas para sanear toda a área, durante as quais morreram 13 mil prisioneiros, muito debilitados para sobreviver.

Os horrores e os terríveis abusos no campo nazista
A descoberta do campo de Bergen-Belsen, por parte dos aliados, depois de Auschwitz descoberto em 27 de janeiro de 1945 pelas tropas russas, foi um grande choque para a opinião pública mundial, principalmente na Grã-Bretanha e Estados Unidos, onde a imprensa deu grande destaque às imagens e aos filmes que documentavam de modo inequívoco os horrores que aconteciam dentro dos campos de prisão e de concentração nazistas. Abusos que já tinham sido denunciados, mas foram arquivados, ou não acreditados por motivos de oportunidade bélica.

70 mil vítimas do ódio racial e do desprezo do inimigo
No campo de concentração Bergen-Belsen, estima-se que morreram entre 1943 e 1945 cerca de 50 mil internos, dos quais mais de 35 mil de tifo nos primeiros cinco meses de 1945. A grande maioria dos prisioneiros eram judeus da Boêmia e da Morávia e poloneses, mas também criminosos comuns, prisioneiros políticos, ciganos, testemunhas de Jeová e homossexuais. A esta dramática conta devem ser somados os milhares de prisioneiros de guerra, mortos entre 1940 a 1943, entre os quais 20 mil soldados soviéticos.

As duras condições de detenção dos prisioneiros de guerra
O campo de Bergen-Belsen foi aberto em 1940, com o nome de Stalag 311 ou Stalag XI-C, como campo de prisioneiros de guerra, franceses, belgas, italianos e principalmente russos, na maioria mortos pelas duras condições de detenção. Depois, em abril de 1943 foi colocado sob a direção das SS e subdividido em suas seções, residencial e detentiva. O campo residencial era destinado aos prisioneiros judeus que deveriam ser trocados com civis alemães no exterior: de 14.700 judeus que chegaram ao campo entre 1943 e 1944, apenas 2.560 foram libertados por troca de prisioneiros.

Apenas um forno crematório e muitas fossas comuns
O campo de detenção era também de referência para outros campos, entre os quais Auschwitz-Birkenau, de onde por causa do colapso do front de guerra oriental, chegavam cada vez mais prisioneiros, até a super lotação do início de 1945: faltava comida e água potável e as pessoas morriam por causa de doenças e desnutrição. Com apenas um forno crematório os corpos eram jogados em fossas comuns. Em março de 1945 morreram 18 mil pessoas. Até que, duas semanas depois chegaria a salvação com os aliados, impedindo que a tragédia acontecesse a todos.

Entre as vítimas Ana Frank, símbolo do ódio anti-semita
Entre as vítimas deste campo está Ana Frank, que se tornou o símbolo do ódio anti-semita. Veio do campo de Auschwitz-Birkenau de onde foi transferida no final de 1944, ali foi infectada pelo tifo e morreu entre fevereiro e março de 1945, com apenas 15 anos, poucos dias depois de sua irmã, Margot.

https://www.vaticannews.va/

quarta-feira, 15 de abril de 2020

Da Homilia pascal de um Autor antigo

Aleteia
(Sermo 35, 6-9:PL17 [ed. 1879],696-697)
Cristo, autor da ressurreição e da vida
        Lembrando a felicidade da salvação recuperada, Paulo exclama: assim como por Adão entrou a morte neste mundo, da mesma forma por Cristo foi restituída a salvação ao mundo. (cf. Rm 5,12). E ainda: O primeiro homem, tirado da terra, é terrestre; o segundo homem, que vem do céu, é celeste (1Cor 15,47).
        E prossegue, dizendo: Como já refletimos a imagem do homem terreno, isto é, envelhecido pelo pecado, assim também refletimos a imagem do celeste (1Cor 15,49), ou seja, conservaremos a salvação do homem recuperado, redimido, renovado e purificado em Cristo. Segundo o mesmo Apóstolo, Cristo é o princípio, quer dizer, é o autor da ressurreição e da vida; em seguida, vêm os que são de Cristo, isto é, os que vivendo na imitação da sua santidade, podem considerar-se sempre seguros na esperança da sua ressurreição e receber com ele a glória da promessa celeste. É o próprio Senhor quem afirma no Evangelho: Quem me segue não perecerá, mas passará da morte para a vida (cf. Jo 5,24).
        Deste modo, a paixão do Salvador é a salvação da vida humana. Precisamente para isso ele quis morrer por nós, a fim de que, acreditando nele, vivamos para sempre. Ele quis, por algum tempo, tornar-se o que somos, para que, alcançando a sua promessa de eternidade, vivamos com ele para sempre.
        É esta a imensa graça dos mistérios celestes, é este o dom da Páscoa, é esta a grande festa anual tão esperada, é este o princípio da nova criação.
        Nesta solenidade, os novos filhos que são gerados nas águas vivificantes da santa Igreja, com a simplicidade de crianças recém-nascidas, fazem ouvir o balbuciar da sua consciência inocente. Nesta solenidade, os pais e mães cristãos obtêm, por meio da fé, uma nova e inumerável descendência.
        Nesta solenidade, à sombra da árvore da fé, brilha o esplendor dos círios com o fulgor que irradia da pura fonte batismal. Nesta solenidade, desce do céu o dom da graça que santifica os recém-nascidos e o sacramento espiritual do admirável mistério que os alimenta.
        Nesta solenidade, a assembleia dos fiéis, alimentada no regaço materno da santa Igreja, formando um só povo e uma só família, adorando a Unidade da natureza divina e o nome da Trindade, canta com o Profeta o salmo da grande festa anual: Este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos (Sl 117,24).
        Mas, pergunto, que dia é este? Precisamente, aquele que nos trouxe o princípio da vida, a origem e o autor da luz, o próprio Senhor Jesus Cristo que de si mesmo afirma: Eu sou a luz. Se alguém caminha de dia, não tropeça (Jo 8,12; 11,9), quer dizer, aquele que em todas as coisas segue a Cristo, chegará, seguindo os seus passos, ao trono da eterna luz. Assim pedia ele ao Pai em nosso favor, quando ainda vivia em seu corpo mortal, ao dizer: Pai, quero que onde eu estou, aí estejam também os que acreditaram em mim; para que assim como tu estás em mim e eu em ti, assim também eles estejam em nós (cf. Jo 17,20s).

Responsório 1Cor 15,47.49.48
R. O homem primeiro é terrestre porque é tirado da terra;
o segundo, porém, é celeste porque é do céu sua origem.
* Assim como em nós carregamos
a imagem do homem terrestre,
carreguemos em nós, igualmente,
a imagem do homem celeste. Aleluia.
V. Os terrestres são como o terrestre;
os celestes são como o celeste. * Assim como.

Reze o Terço da Esperança e da Solidariedade nesta quarta-feira, 15 de abril, às 15h30

Reze o Terço da Esperança e da Solidariedade nesta quarta-feira, 15 de abril, às 15h30
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) continua sua iniciativa de oração do Terço da Esperança e da Solidariedade nesta quarta-feira, 15 de abril, às 15h30. O momento será transmitido pelas TVs de inspiração católica do país, emissoras de rádio e pelas páginas da Conferência no Facebook e no Youtube.

Conduzirá o momento de oração em torno da emergência de saúde pública da covid-19 os padres Eduardo Dougherty, Nilso Motta, Fernando Venâncio, Rafael André e Heitor de Menezes, diretamente dos estúdios da TV Século 21.
O Terço da Esperança e da Solidariedade é uma iniciativa da CNBB que, frente à pandemia do novo coronavírus e em comunhão com o Papa Francisco no compromisso de intensificar as orações neste período, une todo o Brasil em um momento comum de oração.
Para compartilhar os momentos de oração nas redes sociais use a hashtag adotada pelo Papa Francisco: #rezemosjuntos
Acompanhe:
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terça-feira, 14 de abril de 2020

Santa Ludovina

Imagem Santa Ludovina
Hoje vamos falar sobre Santa Ludovina, nascida na Holanda em 1380, em uma família pobre no sentido material, mas rica espiritualmente.

Mesmo sendo uma criança aparentemente normal, brincalhona, cheia de vida, porém dentro de si trazia um lindo chamado a uma consagração ao Senhor.
Como era comum no período Santa Ludovina recebeu muitas propostas de casamento antes dos 15 anos de idade, mas recusou todas, por seu amor a Jesus e sua fidelidade a Deus, pois já sentia sua vocação, optando pelo celibato muito cedo.

Abraçando a Cruz de Jesus Cristo

Aos 15 ano Santa Ludovina sofreu um acidente no gelo, ficando praticamente paralisada. Esta se tornaria sua cruz, que carregava junto de sua família e seu diretor, se unindo a cruz de Cristo, deixando se iluminar pela ciência de Jesus.
Apesar de acusada de mentiras, sendo incompreendida por muitas pessoas, e do que muitos acreditavam ser um castigo de Deus. Santa Ludovina abraçou a mesma atitude de Jesus na Cruz: o amor e o perdão.

Sua consagração

Santa Ludovina chegou a passar 7 anos sem comer ou beber nada, vivendo apenas do Jesus Eucarístico como seu alimento.

Morte e Canonização

Faleceu no ano de 1433, sendo considerada santa por seus sacrifícios e força de vontade mediante ao sofrimento, e ao julgamento das pessoas.

segunda-feira, 13 de abril de 2020

MENSAGEM DE PÁSCOA de Dom Sergio para a Arquidiocese de Brasília



Celebremos a Páscoa com a esperança ancorada na fé em Jesus Ressuscitado.  Ele “aproximou-se” dos discípulos de Emaús, que estavam “com o rosto triste”, “lentos para crer”, e “pôs-se a caminhar com eles” (Lc 24,13-35). Jesus aqueceu os seus corações e abriu os seus olhos.
Nesta Páscoa, o Senhor Ressuscitado vem caminhar conosco, para aquecer os nossos corações, com a sua Palavra, e abrir os nossos olhos para reconhecermos a sua presença entre nós, na Eucaristia e no dia a dia.
A celebração da Páscoa nos leve a testemunhar, como os discípulos de Emaús, que “realmente o Senhor ressuscitou” e está no meio de nós. Graças à sua vitória pascal, unidos a ele, nós também venceremos a morte e as ameaças à vida, que é “dom e compromisso”. Possamos celebrar e viver a Páscoa, fraternalmente, em família, que é a “Igreja doméstica”, unidos à família maior que é a Igreja, que compartilha “as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias” da humanidade.
Desejo a todos a graça de uma Páscoa celebrada e vivida na esperança e na paz, dons do Ressuscitado a serem acolhidos por cada um de nós e compartilhados com todos, especialmente com os que mais sofrem. Tenha uma santa e frutuosa Páscoa!
Cardeal Dom Sergio da Rocha

São Martinho I, Papa e Mártir

Imagem São Martinho I
São Martinho nasceu em Todi, e foi diácono da igreja, acabou sendo eleito sumo pontífice após a morte do papa Teodoro em 13 de maio de 649, se mostrando um homem firme ao guiar a Igreja. Subindo ao poder mesmo antes do referendo do imperador quanto a sua eleição.

Apesar de seu pulso forte São Martinho I sabia que sua atitude traria consequências como perseguição, torturas e grandes humilhações, pois naquele período os reis como o imperador Constante II achavam que poderiam interferir na igreja, como se a fé e as doutrinas fossem submissas ao Estado.
Um ano antes de São Martinho assumir como Papa, Constante II publicou um documento "Tipo", que apoiava heresias monotelistas que negavam a condição humana do Cristo, se opondo diretamente as principais raízes do cristianismo, inclusive resultando na convocação de um Concílio pelo imperador, que ao contrário do que ele esperava todas as teses monotelistas foram condenadas, assim provocando uma ira mortal em Constante II.

A Perseguição

Não contente com o ocorrido no grande Concílio, Constante II ordenou que Olímpio, seu representante em Ravena prendesse o papa, porém o homem decidiu que iria matar o Santo Padre, e ordenou que seu escudeiro o apunhalasse no momento da comunhão em uma missa do qual São Martinho estava pessoalmente comungando com os fiéis, eis que no momento que o assassino tentou apunhalar-lo, ficou completamente cego saindo correndo daquele local. Após este incidente Olímpio decidiu que acompanharia São Martinho para tomar Constantinopla. Porém devido à peste que assolava a Europa naqueles tempos Olímpio acabou morrendo vítima da doença.

Prisão e Martírio

O imperador herege Constante II então ordenou a prisão de São martinho I, que foi levado de barco em uma longa viagem, sem direito a água para se lavar, enclausurado no porão, rumo a cidade de Bósforo, sendo um cruel martírio contra o Santo Padre.
Sob acusações falsas de que o pontífice havia subido ao cargo sem ser seu por direito, Constantino II ordenou que fosse esticado em uma praça de Constantinopla, onde seria humilhado e apedrejado pelo povo, após isso São Martinho I, foi levado para uma prisão onde viveu grande sofrimento a mando do imperador.
O papa Martinho I foi julgado e condenado ao exílio na Crimeia, sul da Rússia, sendo levado para lá em março de 655, em outra angustiante e sofrida viagem que durou dois meses. Ele acabou morrendo de fome quatro meses depois, em 16 de setembro daquele ano. Foi o último papa a ser martirizado e sua comemoração foi determinada pelo novo calendário litúrgico da Igreja para o dia 13 de abril.

domingo, 12 de abril de 2020

Papa na mensagem de Páscoa: deixar-se contagiar pela esperança de Cristo

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Tradicionalmente, o Papa não pronuncia a homilia no domingo de Páscoa e transmite a sua mensagem ao conceder a bênção Urbi et Orbi (à cidade de Roma e ao mundo), que se abriu com o anúncio que hoje ecoa em todos os cantos da Terra: “Jesus Cristo ressuscitou; ressuscitou verdadeiramente!”.


Bianca Fraccalvieri - Vatican News

Um contágio diferente, o contágio da esperança: foi a mensagem do Papa Francisco neste domingo de Páscoa.

O Pontífice presidiu à missa na Basílica Vaticana, na sobriedade que tem caracterizado as celebrações da Semana Santa. No lugar dos fiéis e das flores que enfeitam a Praça São Pedro neste dia, esteve a oração de milhões de pessoas conectadas através dos meios de comunicação. Devido à pandemia, o Santo Padre renunciou ao rito do “Resurrexit” durante a celebração, que recorda o estupor de Pedro ao ver o sepulcro vazio.

Contágio da esperança
Tradicionalmente, o Papa não pronuncia a homilia no domingo de Páscoa e transmite a sua mensagem ao conceder a bênção Urbi et Orbi (à cidade de Roma e ao mundo). Do altar da confissão, o texto de Francisco começa com o anúncio que hoje ecoa em todos os cantos da Terra: “Jesus Cristo ressuscitou; ressuscitou verdadeiramente!”.

“Nesta noite, ressoou a voz da Igreja: ‘Cristo, minha esperança, ressuscitou!’. É um ‘contágio’ diferente, que se transmite de coração a coração, porque todo o coração humano aguarda esta Boa Nova. É o contágio da esperança.”

Não se trata de uma fórmula mágica, explicou, que faz desaparecer os problemas, mas é a vitória do amor sobre a raiz do mal, que transforma o mal em bem: “marca exclusiva do poder de Deus”.

As chagas da humanidade
O Ressuscitado é o Crucificado. No seu corpo glorioso, estão indeléveis as feridas que se tornaram frestas de esperança. O Papa então citou as feridas abertas hoje da humanidade, começando pelo contagiados com o coronavírus, de modo especial os doentes, os que morreram e os familiares.
“Para muitos, é uma Páscoa de solidão, vivida entre lutos e tantos incômodos que a pandemia está causando, desde os sofrimentos físicos até aos problemas econômicos.”

Esta epidemia não nos privou apenas dos afetos, afirmou Francisco, mas também da possibilidade de recorrer pessoalmente à consolação que brota dos Sacramentos, especialmente da Eucaristia e da Reconciliação. “Mas o Senhor não nos deixa sós!”

O Papa mais uma vez agradeceu aos médicos e enfermeiros, e a todos os profissionais que garantem os serviços essenciais necessários à convivência civil.

Redução de sanções e cancelamento da dívida
O seu pensamento se dirigiu também a quem está preocupado com o futuro e com a falta de emprego, encorajando os políticos a trabalharem em prol do bem comum.

“Este não é tempo para a indiferença, porque o mundo inteiro está sofrendo e deve sentir-se unido ao enfrentar a pandemia”, disse ainda o Pontífice, pedindo que não faltem os bens de primeira necessidade aos que vivem nas periferias, aos refugiados e aos desabrigados.

A propósito, pediu a redução das sanções internacionais que impedem a alguns países de proporcionar apoio adequado aos seus cidadãos e inclusive o cancelamento da dívida que pesa sobre os orçamentos dos mais pobres.

“Este não é tempo para egoísmos, pois o desafio que enfrentamos nos une a todos e não faz distinção de pessoas.”

Fim das guerras e conflitos
Olhando para as regiões que neste momento mais sofrem, o Papa falou da Europa, uma das mais afetadas pelo coronavírus. O continente se recuperou depois da II Guerra Mundial graças à solidariedade, e que seja este o sentimento que prevaleça agora, e o não o ressurgimento de antigas rivalidades.

Francisco voltou a pedir a adesão ao apelo a um cessar-fogo global e imediato de todos os conflitos e repetiu a exortação feita na vigília pascal: “Este não é tempo para continuar a fabricar e comercializar armas, gastando somas enormes que deveriam ser usadas para cuidar das pessoas e salvar vidas.”

O Pontífice mencionou as guerras ainda em andamento na Síria, no Iêmen, no Iraque, bem como no Líbano. Falou também de Israel e da Palestina, da Ucrânia, da crise dos refugiados na Líbia e na fronteira entre a Grécia ("não quero esquecer a ilha de Lesbos") e a Turquia e de países da Ásia e dos ataques terroristas na África, em especial da crise humanitária que a região de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, está sofrendo. Na América Latina, citou a Venezuela, exortando a soluções concretas e imediatas.

Antes de conceder a bênção Urbi et Orbi, o Papa Francisco concluiu com mais um convite à coragem, a olhar além, para que a humanidade dissipe as trevas que pairam sobre si:

“Palavras como indiferença, egoísmo, divisão, esquecimento não são as que queremos ouvir neste tempo. Mais, queremos bani-las de todos os tempos! Essas palavras prevalecem quando em nós vencem o medo e a morte, isto é, quando não deixamos o Senhor Jesus vencer no nosso coração e na nossa vida. Ele, que já derrotou a morte abrindo-nos a senda da salvação eterna, dissipe as trevas da nossa pobre humanidade e introduza-nos no seu dia glorioso, que não conhece ocaso.”

A importância da Oitava de Páscoa

Após o domingo de Páscoa a Igreja vive o Tempo Pascal; são sete semanas em que celebra a presença de Jesus Cristo Ressuscitado entre os Apóstolos, dando-lhes as suas últimas instruções (At1,2). Quarenta dias depois da Ressurreição Jesus teve a sua Ascensão ao Céu, e ao final dos 49 dias enviou o Espírito Santo sobre a Igreja reunida no Cenáculo com a Virgem Maria. É o coroamento da Páscoa. O Espírito Santo dado à Igreja é o grande dom do Cristo glorioso.
O Tempo Pascal compreende esses cinquenta dias (em grego = “pentecostes”), vividos e celebrados “como um só dia”. Dizem as Normas Universais do Ano Litúrgico que: “os cinquenta dias entre o domingo da Ressurreição até o domingo de Pentecostes devem ser celebrados com alegria e júbilo, “como se fosse um único dia festivo”, como um grande domingo” (n. 22).
É importante não perder o caráter unitário dessas sete semanas. A primeira semana é a “oitava da Páscoa”. Ela termina com o domingo da oitava, chamado “in albis”, porque nesse dia os recém batizados tiravam as vestes brancas recebidas no dia do Batismo.
Esse é o Tempo litúrgico mais forte de todo o ano. É a Páscoa (passagem) de Cristo da morte à vida, a sua existência definitiva e gloriosa. É a Páscoa também da Igreja, seu Corpo. No dia de Pentecostes a Igreja é introduzida na “vida nova” do Reino de Deus. Daí para frente o Espírito Santo guiará e assistirá a Igreja em sua missão de salvar o mundo, até que o Senhor volte no Último Dia, a Parusia. Com a vinda do Espírito Santo à Igreja, entramos “nos últimos tempos” e a salvação está definitivamente decretada; é irreversível; as forças o inferno vencidas pelo Cristo na cruz, não são mais capazes de barrar o avanço do Reino de Deus, até que o Senhor volte na Parusia.
A Igreja logo nos primórdios começou a celebrar as sete semanas do Tempo Pascal, para “prolongar a alegria da Ressurreição” até a grande festa de Pentecostes. É um tempo de prolongada alegria espiritual. Esse tempo deve ser vivido na expectativa da vinda do Espírito Santo; deve ser o tempo de um longo Cenáculo de oração confiante.
Nestes cinquenta dias de Tempo Pascal, e, de modo especial na Oitava da Páscoa, o Círio Pascal é aceso em todas as celebrações, até o domingo de Pentecostes. Ele simboliza o Cristo ressuscitado no meio da Igreja. Ele deve nos lembrar que todo medo deve ser banido porque o Senhor ressuscitado caminha conosco, mesmo no vale da morte (Sl 22). É tempo de renovar a confiança no Senhor, colocar em suas mãos a nossa vida e o nosso destino, como diz o salmista: “Confia os teus cuidados ao Senhor e Ele certamente agirá” (Salmo 35,6).
Os vários domingos do Tempo Pascal não se chamam, por exemplo, “terceiro domingo depois da Páscoa”, mas “III domingo de Páscoa”. As leituras da Palavra de Deus dos oito domingos deste Tempo na Santa Missa estão voltados para a Ressurreição. A primeira leitura é sempre dos Atos dos Apóstolos, as ações da Igreja primitiva, que no meio de perseguições anunciou o Senhor ressuscitado e o seu Reino, com destemor e alegria.
 Portanto, este é um tempo de grande alegria espiritual, onde devemos viver intensamente na presença do Cristo ressuscitado que transborda sobre nós os méritos da Redenção. É um tempo especial de graças, onde a alma mais facilmente bebe nas fontes divinas. É o tempo de vencer os pecados, superar os vícios, renovar a fé e assumir com Cristo a missão de todo batizado: levar o mundo para Deus, através de Cristo. É tempo de anunciar o Cristo ressuscitado e dizer ao mundo que somente nele há salvação.
Então, a Igreja deseja que nos oito dias de Páscoa (Oitava de Páscoa) vivamos o mesmo espírito do domingo da Ressurreição, colhendo as mesmas graças. Assim, a Igreja prolonga a Páscoa, com a intenção de que “o tempo especial de graças” que significa a Páscoa, se estenda por oito dias, e o povo de Deus possa beber mais copiosamente, e por mais tempo, as graças de Deus neste tempo favorável, onde o céu beija a terra e derrama sobre elas suas Bênçãos copiosas.
Mas, só pode se beneficiar dessas graças abundantes e especiais, aqueles que têm sede, que conhecem, que acreditam, e que pedem. É uma lei de Deus, quem não pede não recebe. E só recebe quem pede com fé, esperança, confiança e humildade.
As mesmas graças e bênçãos da Páscoa se estendem até o final da Oitava. Não deixe passar esse tempo de graças em vão! Viva oito dias de Páscoa e colha todas as suas bênçãos. Não tenha pressa! Reclamamos tanto de nossas misérias, mas desprezamos tanto os salutares remédios que Deus coloca à nossa disposição tão frequentemente.
Muitas vezes somos miseráveis sentados em cima de grandes tesouros, pois perdemos a chave que podia abri-lo. É a chave da fé, que tão maternalmente a Igreja coloca todos os anos em nossas mãos. Aproveitemos esse tempo de graça para renovar nossa vida espiritual e crescer em santidade.
O Círio Pascal
O Círio Pascal estará acesso por quarenta dias nos lembrando isso. A grande vela acesa simboliza o Senhor Ressuscitado. É o símbolo mais destacado do Tempo Pascal. A palavra “círio” vem do latim “cereus”, de cera. O produto das abelhas. O círio mais importante é o que é aceso na vigília Pascal como símbolo de Cristo – Luz, e que fica sobre uma elegante coluna ou candelabro enfeitado. O Círio Pascal é já desde os primeiros séculos um dos símbolos mais expressivos da vigília, por isso ele traz uma inscrição em forma de cruz, acompanhada da data do ano e das letras Alfa e Ômega, a primeira e a última do alfabeto grego, para indicar que a Páscoa do Senhor Jesus, princípio e fim do tempo e da eternidade, nos alcança com força sempre nova no ano concreto em que vivemos. O Círio Pascal tem em sua cera incrustado cinco cravos de incenso simbolizando as cinco chagas santas e gloriosas do Senhor da Cruz.
O Círio Pascal ficará aceso em todas as celebrações durante as sete semanas do Tempo Pascal, ao lado do ambão da Palavra, até a tarde do domingo de Pentecostes. Uma vez concluído o tempo Pascal, convém que o Círio seja dignamente conservado no batistério. O Círio Pascal também é usado durante os batismos e as exéquias, quer dizer no princípio e o término da vida temporal, para simbolizar que um cristão participa da luz de Cristo ao longo de todo seu caminho terreno, como garantia de sua incorporação definitiva à Luz da vida eterna.
No Vaticano, a cera do Círio Pascal do ano anterior é usada para a confecção do “Agnus Dei” (Cordeiro de Deus), que muitos católicos usam no pescoço; é um sacramental valioso para nos proteger dos perigos desta vida, pois é feito do Círio que representa o próprio Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Ele é confeccionado de cera branca onde se imprime a figura de um cordeiro, símbolo do Cordeiro Imolado para reparar os pecados do mundo.
Esses “Agnus Dei” são mergulhados pelo Papa em água misturada com bálsamo e o óleo Sagrado Crisma. O Sumo Pontífice eleva profundas orações a Deus implorando para os fiéis que os usarem com fé, as seguintes graças: expulsar as tentações, aumentar a piedade, afastar a tibieza, os perigos de veneno e de morte súbita, livrar das insidias, preservar dos raios, tempestades, dos perigos das ondas e do fogo – impedir que qualquer força inimiga nos prejudique – ajudar as mães no nascimento das crianças.
Prof. Felipe Aquino

Hoje é a Páscoa da Ressurreição

REDAÇÃO CENTRAL, 12 Abr. 20 / 05:00 am (ACI).- Hoje é o dia em que a Igreja Católica celebra o sentido da Fé, porque festeja o Domingo da Ressurreição de Jesus ou a Páscoa, quando Cristo triunfante sobre a morte abre as portas do céu.

Durante a Missa, acende-se o círio pascal que permanecerá aceso até o dia em que se comemora a Ascensão de Jesus ao céu.
Esta festa celebra a derrota do pecado e da morte pela a ressurreição. Todo o sofrimento temporal adquire sentido com a vida eterna.
É um dia de festa e alegria, Cristo ressuscitou, o túmulo está vazio, a humanidade está salva, agora é hora de abraçar esta salvação testemunhando uma verdadeira vida cristã.
A seguir, leia o Evangelho de São João (20,1-9) deste Domingo da Ressurreição:
1 No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus, bem de madrugada, quando ainda estava escuro, e viu que a pedra tinha sido retirada do túmulo. 2 Então ela saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo, aquele que Jesus amava, e lhes disse: “Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o colocaram”.
3 Saíram, então, Pedro e o outro discípulo e foram ao túmulo. 4 Os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais depressa que Pedro e chegou primeiro ao túmulo. 5 Olhando para dentro, viu as faixas de linho no chão, mas não entrou.
6 Chegou também Simão Pedro, que vinha correndo atrás, e entrou no túmulo. Viu as faixas de linho deitadas no chão 7 e o pano que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não posto com as faixas, mas enrolado num lugar à parte.
8 Então entrou também o outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo. Ele viu, e acreditou.
9 De fato, eles ainda não tinham compreendido a Escritura, segundo a qual ele devia ressuscitar dos mortos.
Acompanhe também nosso recurso sobre a Páscoa: https://www.acidigital.com/fiestas/pascoa/index.html.

sábado, 11 de abril de 2020

Papa na Vigília Pascal: Hoje conquistamos o direito à esperança, que vem de Deus

Papa Francisco presidindo a Vigília Pascal 2020 na Basílica de São Pedro /
Crédito: Vatican Media
VATICANO, 11 Abr. 20 / 07:15 pm (ACI).- Na celebração da Vigília Pascal da Basílica de São Pedro, o Papa Francisco centrou sua reflexão no "direito fundamental" conquistado neste sábado santo e que não pode ser tirado: o direito à esperança que vem de Deus.
 “Nesta noite, conquistamos um direito fundamental, que não nos será tirado: o direito à esperança. É uma esperança nova, viva, que vem de Deus. Não é mero otimismo, não é uma palmada nas costas nem um encorajamento de circunstância”, disse o Papa Francisco em sua homilia no sábado, 11 de abril.
O Santo Padre lembrou que essa esperança "é um dom do Céu, que não podíamos obter por nós mesmos".
“Tudo correrá bem: repetimos com tenacidade nestas semanas, agarrando-nos à beleza da nossa humanidade e fazendo subir do coração palavras de encorajamento. Mas, à medida que os dias passam e os medos crescem, até a esperança mais audaz pode desvanecer. A esperança de Jesus é diferente. Coloca no coração a certeza de que Deus sabe transformar tudo em bem, pois até do túmulo faz sair a vida”, afirmou.
Nesse contexto, enfatizou que, embora o túmulo seja um lugar de onde não se pode sair, "Jesus saiu para nós, ressuscitou para nós, para trazer vida onde havia morte" e para "remover as rochas que fecham o coração".
“Por isso, não cedamos à resignação, não coloquemos uma pedra sobre a esperança. Podemos e devemos esperar, porque Deus é fiel. Não nos deixou sozinhos, visitou-nos: veio a cada uma das nossas situações, no sofrimento, na angústia, na morte. A sua luz iluminou a obscuridade do sepulcro: hoje quer alcançar os cantos mais escuros da vida. Minha irmã, meu irmão, ainda que no coração tenhas sepultado a esperança, não desistas! Deus é maior. A escuridão e a morte não têm a última palavra. Coragem! Com Deus, nada está perdido”, foram as palavras de apoio do Santo Padre diante da difícil situação do mundo.
"Se te sentes fraco e frágil no caminho, se cais, não tenhas medo; Deus estende-te a mão dizendo: ‘Coragem!’ (...) Basta abrir o coração na oração, basta levantar um pouco aquela pedra colocada à boca do coração, para deixar entrar a luz de Jesus”, afirmou.
O Papa Francisco disse que este é o anúncio pascal, que, no entanto, tem uma segunda parte: "o envio", porque "o anúncio da esperança não deve ficar confinado nos nossos recintos sagrados, mas ser levado a todos. Porque todos têm necessidade de ser encorajados".
“A cada Galileia, a cada região desta humanidade a que pertencemos e que nos pertence, porque todos somos irmãos e irmãs, levemos o cântico da vida! Façamos calar os gritos de morte: de guerras, basta! Pare a produção e o comércio das armas, porque é de pão que precisamos, não de metralhadoras. Cessem os abortos, que matam a vida inocente. Abram-se os corações daqueles que têm, para encher as mãos vazias de quem não dispõe do necessário”, foi o pedido do Santo Padre.
“Hoje nós, peregrinos em busca de esperança, estreitamo-nos a Vós, Jesus ressuscitado. Voltamos as costas à morte e abrimos os corações para Vós, que sois a Vida", concluiu.
Como nos dias anteriores, o Santo Padre celebrou a Missa com poucos participantes, devido às medidas impostas para evitar a propagação do coronavírus. Apenas alguns leigos e membros da cúria o acompanharam.
A celebração deste ano começou às 21h (hora local). Devido à emergência de saúde, omitiu-se a preparação do Círio Pascal, assim acender as velas dos presentes. Durante a cerimônia não foram realizados batizados, somente renovação das promessas batismais.

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF