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sábado, 4 de julho de 2020

BEATO PIER GIORGIO FRASSATI

AciDigital

Pier Giorgio nasceu em Turim, em 1901, no seio de uma família da alta burguesia: seu pai, Alfredo, jornalista e dono do jornal "La Stampa", era amigo íntimo de Giolitti, que o enviou a Berlim como embaixador. Sua mãe era uma pintora famosa: Vitório Emanuele III comprou uma das suas obras, exposta na Bienal de Veneza. Na família Frassati, a fé não era bem "de casa"; não obstante, o Senhor soube abrir alas nos corações dos homens, dispostos a dar-lhe ouvido.

Combater o sistema por dentro
Pier Giorgio não se sentia à vontade na classe social onde vivia, nem na sua vida no lar, onde a fé era um elemento mais formal do que essencial. Passou sua infância com a irmã Luciana, mais nova de um ano; era a sua única confidente, uma vez que os contrastes com seus pais se tornavam cada vez mais evidentes: Pier Giorgio não era um excelente estudante, pelo menos até entrar para o Instituto Social dos Padres Jesuítas.
Ao se formar, passou a estudar Engenharia mecânica, com especialização em mineração, para seguir de perto os mineiros, que, na época, eram considerados os mais explorados dos explorados.
Infelizmente, não conseguiu concluir seu curso de graduação, em vida, mas apenas o título "honoris causa", em 2002. A sua prioridade não eram os estudos, mas a oração, a Eucaristia e a caridade. Por isso, o jovem preferiu ficar em casa, junto com a família.

"Passava o tempo" a serviço da caridade
Os contrastes, unilaterais, com o pai, não tardaram: seu pai Alfredo começou a definir o filho como "homem inútil", dizendo que “andava à toa” pelas ruas da cidade, frequentando pessoas que não estavam à sua altura.
Por sua vez, Pier Giorgio era uma pessoa sempre sorridente, aceitava as repreensões de modo sereno, como uma eterna criança: assim, se comportava com o próximo necessitado, apesar de não agir da mesma forma com os jovens da sua classe; contudo, demonstrava a todos verdadeiro amor e participação nos sofrimentos humanos.
Nos últimos anos de vida, Pier Giorgio Frassati participou, praticamente, de todas as Associações católicas, desde a Conferência de São Vicente à Ação Católica e à FUCI, e sempre prestava a sua ajuda e serviço aos mais indigentes.

Empresa de Transporte “Frassati"
Os amigos de Pier Giorgio zombavam dele, chamando-o Empresa de Transporte “Frassati", porque sempre visitava os "porões" dos pobres e os casebres da periferia de Turim, uma cidade de grandes Santos e intelectuais, mas também de tantos operários, pobres e excluídos as sociedade.
O jovem Frassati levava de tudo às casas dos mais necessitados: alimentos, roupas, lenha, carvão, móveis, gastando todo o dinheiro que sua família lhe dava, que diminuía sempre mais.
No entanto, Pier Giorgio se aproximava, sempre mais, da espiritualidade dos Dominicanos, a ponto de se tornar Terciário.
Ao transferir-se a Berlim, teve a oportunidade de conhecer, pessoalmente, o Padre Karl Sonnenschein, o "São Francisco alemão", uma presença que o levou a se questionar sobre a possibilidade de ser sacerdote, uma ideia que Pier Giorgio deixou de lado porque achava que não tinha vocação.
Contudo, o jovem continuava a ser feliz: deixava as ocasiões mundanas para ir à Missa; ao invés da companhia dos jovens burgueses, preferia estar com os pobres, que saciava, a sua sede de viver o Evangelho. Seria um erro pensar que ele era um tipo estranho ou isolado, pelo contrário, repleto da verdadeira vida, era um grande apaixonado, entre outras coisas, pela montanha, da qual era um entusiasta alpinista.

Finalmente o amor ou, talvez, não
Certo dia, entre um grupo de escaladores, Pier Giorgio conheceu Laura Hidalgo, da qual se apaixonou: um amor, que manteve oculto dentro de si, em seu coração, seja para "não colocá-la em embaraço", seja para não ser um ulterior problema para a sua família, visto que ela pertencia a uma classe social bem mais inferior: um sacrifício que poucos jovens, no lugar de Pier Giorgio, conseguiriam enfrentar. Ele, porém, enfrentava tudo com sorriso nos lábios, porque sabia, nas profundezas do seu espírito, que o verdadeiro amor era outro: aquele que o aguardava na sua iminente vida eterna, que, talvez, começava a entrever, chegando até a desejar o dia do seu nascimento para o céu, que chamava "o dia mais lindo de todos".
No último período da sua existência terrena, Pier Giorgio fundou a "Sociedade de Tipos Estranhos", cujos membros, "desonestos e vigaristas", recebiam apelidos engraçados: o de Pier Giorgio era Robespierre. Estes tipos faziam excursões, contavam piadas, mas, acima de tudo, aspiravam à amizade mais profunda, fundada no vínculo sagrado da oração e da fé. Era uma verdadeira amizade cristã, em certos aspectos, profética para a maioria da associatividade leiga da Igreja, que haveria de vir.

Morte repentina
No dia 30 de junho de 1925, toda a família Frassati estava preocupada com a saúde da avó Linda, que veio a falecer no dia seguinte. Assim, ninguém percebeu que Pier Giorgio sentia uma profunda dor de cabeça, a ponto de não querer se alimentar. Precisamente ele, que era sempre tão bonito e saudável! No entanto, sua família percebeu isso no dia do enterro da avó, porque o rapaz nem conseguia levantar da cama. Mas, já era tarde demais: foi acometido por uma meningite fulminante, que ceifou a sua vida no dia 4 de julho, com apenas 24 anos de idade.
Milhares de pessoas participaram das suas exéquias, sobretudo os pobres de Turim, que ele havia ajudado ou, até mesmo, apenas tocado com a sua vida repleta de Deus. "Não reconheço meu filho!", murmurou o pai, impressionado com a multidão presente. Assim, a sua tristeza se tornou ainda mais dolorosa.

"Primeiro milagre" de Pier Giorgio
Seu pai, Alfredo Frassati, era inconsolável por compreender quem era seu filho, somente no momento em que o perdeu para sempre. Seu coração estava arrasado, porque Pier Giorgio havia deixado um grande vazio, um silêncio ensurdecedor. Entretanto, Alfredo não teve medo de enfrentar o sofrimento: deixou-se escavar, profundamente, pela dor e, aos poucos, aquele vazio foi preenchido pela Luz e a Palavra de Deus. Desta forma, o pai se aproximou da fé, que amadureceu no fim da sua vida - ele faleceu em 1961, - provocando-lhe uma conversão poderosa e maravilhosa, que muitos consideraram, talvez, com razão, o "primeiro" milagre de Pier Giorgio.

Oração a Pier Giorgio Frassati:
Senhor Jesus, dai-nos a coragem de voar alto,
fugir da tentação da mediocridade e da banalidade;
tornai-nos capazes, como Pier Giorgio,
de aspirar às coisas mais nobres,
com tenacidade e constância,
e acolher, com alegria, o vosso convite à santidade.
Livrai-nos do medo de não conseguir
ou da falsa modéstia de não ser chamados por Vós.
Concedei-nos a graça,
que vos pedimos, por intercessão de Pier Giorgio,
e a força para continuar, com fidelidade,
no caminho, que conduz, verdadeiramente, “ao alto".
Por Cristo, nosso Senhor. Amém.



VaticanNews

sexta-feira, 3 de julho de 2020

Papa Francisco disse que está com saudade do Brasil

Pope Audience
Antoine Mekary / ALETEIA

Declaração foi feita em mensagem exibida durante evento em homenagem às vítimas da Covid-19

Falando em português, o Papa Francisco enviou sua bênção e uma mensagem especial de amor e esperança aos brasileiros. A mensagem foi exibida durante o evento “Para Cada Vida”, realizado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e a Cáritas Brasileira, com o apoio da ONU.
No vídeo, o Pontífice manifestou sua proximidade com o povo brasileiro e transmitiu esperança a todos:
“Aprendi que, para ter acesso ao povo brasileiro, é preciso ingressar pelo pulsar de seu imenso coração. Nessa hora, os braços do Papa se alargam para abraçar a inteira nação brasileira na sua complexa riqueza humana, cultural e religiosa. Quantas e quantas dificuldades na vida de cada um, no nosso povo, nas nossas comunidades… Mas, por maiores que possam parecer, (…) Deus caminha ao seu lado, nunca lhes deixa desamparados. Nunca percamos a esperança. Nunca deixemos que ela se apague nos nossos corações. Deu é mais forte e Deus é a nossa esperança. Olhem para a frente com confiança. A travessia é longa e cansativa, mas olhem para a frente! Existe um futuro certo que se coloca numa perspectiva diferente relativamente às propostas ilusórias dos ídolos do mundo, mas que dá novo impulso e nova força à vida de todos os dias.”
Francisco também falou sobre fé e solidariedade:
“O Brasil, hoje, necessita de homens e mulheres que, cheios de esperança e firmes na fé, deem testemunho de que o amor manifestado na solidariedade e na partilha é mais forte e luminoso que as trevas do egoísmo.”
Antes da bênção apostólica, o Santo Padre disse – e repetiu – que está com saudade do Brasil:
“Com saudades do Brasil… Com saudades do Brasil, concedo-lhes a bênção apostólica, pedindo a Nossa Senhora Aparecida que interceda por todos nós. Assim seja.”
O Papa Francisco esteve no Brasil em 2013. Na sua primeira viagem apostólica, visitou o Rio de Janeiro, onde participou da Jornada Mundial da Juventude, e o Santuário Nacional de Aparecida, em São Paulo.

Homenagem às vítimas da Covid-19

O evento “Para Cada Vida” contou com uma Missa presidida pelo Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta. Também foram exibidas imagens projetadas no Cristo Redentor em homenagens às vítimas da Covid-19. Ao final, houve show com a cantora Alcione.
A homenagem foi transmitida ao vivo e pode ser conferida no vídeo abaixo (se não conseguir visualizar, clique aqui).
Aleteia

Prêmio Nobel Yunus: depois da Covid, projetar um mundo novo

Terra
VaticanNews

Entrevista com o prêmio Nobel da Economia em 2006, Muhammad Yunus, criador do microcrédito. O economista tem ideias claras sobre o que fazer em um mundo mudado pela pandemia. Antes de tudo, proteger todos do vírus, graças a uma vacina que deverá ser declarada "bem comum global". Depois, simplesmente, projetar um mundo novo.

Andrea Monda

"Quando soubermos para onde ir, chegar lá será muito mais fácil". Muhammad Yunus, economista, Prêmio Nobel da Economia em 2006, criador do microcrédito moderno, tem ideias bastante claras sobre o que fazer em um mundo potencialmente mudado pela pandemia. Antes de tudo, proteger a todos, o mundo inteiro, do vírus, graças a uma vacina que seja declarada "bem comum global". Depois, simplesmente, projetar um mundo bem diferente.

O senhor ressaltou, em sintonia com o Papa, que após a crise da Covid-19 será necessário encontrar um novo modelo. Não podemos voltar atrás; nada será o mesmo de antes. Na sua opinião, como esta mensagem pode ser compreendida pelos que estão no poder?
Muhammad Yunus: Fico muito satisfeito em ver que o Papa Francisco pensa exatamente como eu. Voltar ao velho mundo seria um ato insensato, porque o mundo de onde viemos é um mundo muito inóspito, um mundo aterrorizante, um mundo que estava morrendo com o aquecimento global, a concentração da riqueza, a inteligência artificial que tirava trabalho aos seres humanos. Naquele momento, tudo convergia e só restavam alguns anos antes do colapso do mundo inteiro. Do ponto de vista do aquecimento global, resta muito pouco tempo até que o mundo se torne inabitável. O mesmo se aplica à concentração da riqueza, que é uma bomba relógio que pode explodir política e socialmente, com muita raiva, e também à inteligência artificial, por causa da qual não haverá mais trabalho ou emprego para as pessoas. Não é o tipo de mundo para o qual queremos voltar. Essa é a questão. E o coronavírus nos fez um grande favor ao criar uma situação terrível para o planeta, porque parou a máquina em sua corrida para a morte. Portanto, hoje, pelo menos, não estamos correndo para nenhum lugar. O trem parou. Podemos simplesmente olhar em volta, podemos sair do trem que nos levou a um determinado fim e decidir onde queremos ir para encontrar certeza e segurança. Certamente não queremos voltar atrás: esse é o ponto. Não voltar significa que temos a possibilidade de ir a outro lugar...

Mas e se as pessoas que estão em altos cargos e os que tomam as decisões não o aceitarem?
Muhammad Yunus: Bem, se as pessoas quiserem ir a outro lugar, os que tomam decisões não têm muita escolha. No final, são as pessoas que decidem para onde ir. Isso é democracia. Se a opinião pública se fortalecer, creio que não se possa ignorá-la. Tento encorajar os jovens a olhar para a situação e para depois tomar uma decisão. São adolescentes que marcham pelas ruas com as faixas “Fridays for Future". Dizem ao mundo que estamos no caminho errado. Acusam seus pais de serem irresponsáveis e que os empurram para um mundo sem futuro para eles.

“Eu lhes digo: esta é a sua chance. Vocês podem construir o mundo que quiserem. Portanto, unam-se e façam-no”

Trata-se de convencer as pessoas em geral e os jovens em particular. É uma questão de comunicação. Se o Papa Francisco assume a liderança, a mensagem torna-se imediatamente poderosa. O pensamento do Papa é respeitado globalmente, independente da filiação religiosa. Recordemos o impacto que suas opiniões tiveram nas negociações de Paris para chegar a um consenso sobre a crise ambiental global. Seu apelo ao mundo ajudou a alcançar o Acordo de Paris. O Papa Francisco pode desempenhar um papel muito importante neste momento. Peço-lhe que desempenhe este papel com firmeza.

Recentemente o senhor declarou que a retomada depois da pandemia é repleta de oportunidades, mas somente se passar por uma nova consciência social e ambiental, um uso da economia não como uma mera ciência para maximizar os lucros, mas sim como uma ferramenta para alcançar a felicidade dos indivíduos e da comunidade. Como podemos atingir este objetivo?
Muhammad Yunus: Explicando às pessoas o que é este objetivo. E que estava errado, porque não temos que voltar atrás. As pessoas conhecem os perigos do velho mundo, mas não estão cientes das oportunidades criadas pela crise do coronavírus para escapar desses perigos.

“Eu não acho que a economia praticada no mundo de hoje mereça ser definida como ciência social. Não há nada de social nisso. Sua única preocupação é a maximização do lucro pessoal. Não se preocupa com o interesse comum do povo.”

Preocupa-se apenas em como aumentar a riqueza das nações sem se perguntar quantas, ou quão poucas, as pessoas recebem essa riqueza. Não se preocupa nem mesmo com a segurança do planeta. No máximo, podemos chamar a economia de ciência empresarial, não de ciência social. A ciência social deve abordar os problemas da sociedade, o que é bom para as pessoas, o que é bom para o planeta, e deve propor ideias que tornem a vida das pessoas melhor e o planeta mais seguro. Para alcançar um novo mundo, devemos redesenhar a economia e dar-lhe uma orientação social. Deverá ser uma economia movida pela consciência social e ambiental. A economia atual nunca reconheceu o interesse coletivo. Baseia-se apenas em seu próprio interesse. Se incluirmos o interesse coletivo na economia, imediatamente ela se torna diferente. Precisamos de dois tipos de economia, uma para maximizar o lucro e outro para resolver os problemas comuns das pessoas, com zero de lucro pessoal. A mesma pessoa pode fazer as duas coisas. Não precisamos de duas pessoas diferentes para fazer isso. Em um tipo de economia uma pessoa cuida de si mesma e no outro cuida de todos os outros e do planeta.  Eu chamo este novo tipo de economia de economia social. Esta é a economia que se compromete em resolver os problemas das pessoas e do planeta sem qualquer intenção de ganho pessoal. Esta nova economia será a base para a construção do novo mundo.

O senhor lançou uma iniciativa a favor de uma vacina gratuita e acessível a todos. Em situações como esta da Covid, como é possível tirar a pesquisa médica da lógica do lucro?
Muhammad Yunus: Devemos chegar ao fundo da questão. Não é correto dizer que as empresas estão gastando dinheiro para desenvolver a vacina. Na maioria dos casos, são as universidades que contribuem com seu conhecimento e criatividade e os governos que pagam grandes somas de dinheiro para a pesquisa, especialmente a pesquisa de vacinas. Por que as universidades deveriam desistir de seu direito? Por que o governo deveria desistir de seu direito?  Não estou negando às empresas um retorno justo de seus investimentos. Podemos discutir quão grande foi o investimento e qual deveria ser o retorno correto. As empresas podem ser pagas para tornar a vacina um bem comum global. Mas a propriedade deve pertencer ao povo, não a uma empresa. Deve ser um bem open source, para que possa ser produzida em qualquer lugar, por qualquer pessoa, respeitando todos os requisitos regulamentares. Se quisermos torná-la acessível às pessoas em todo o mundo ao mesmo tempo, deve ser produzida em todo o mundo.  Não apenas em um ou dois lugares, como vemos que está sendo feito agora. Uma empresa já declarou que as primeiras vacinas produzidas serão entregues nos Estados Unidos, outra que as primeiras irão para a Europa. E quanto ao resto do mundo? Se não for dada a vacina para o resto do mundo, haverá outro problema. Será criada imediatamente uma nova mega atividade de produção e venda de vacinas falsas. Levará tempo para que a vacina real chegue a bilhões de pessoas, portanto a dificuldade de acesso a ela levará a esta situação. As pessoas nos países pobres serão vítimas deste comércio, pois não podem competir com os principais fornecedores no mercado de vacinas genuínas. Antes que tal situação surja, o mundo deve declarar a vacina como um bem comum mundial. Ontem, fiz um apelo aos líderes mundiais, que foi assinado por muitas figuras importantes de todo o mundo. Repito este apelo através de vocês, a fim de pressionar os governos a fazer esta declaração o mais rápido possível: fazer da vacina para a covid-19 um bem comum mundial. Peço ao Papa Francisco que apoie esta iniciativa com sua poderosa voz.

Como disse o Papa, a pandemia, além de ser uma tragédia planetária, representa uma oportunidade para desenvolver um futuro diferente. Como o senhor imagina este futuro ou como vê o novo equilíbrio mundial?
Muhammad Yunus: Concordo plenamente com as palavras do Papa. Fez uma afirmação clara: não devemos voltar atrás. O Papa Francisco deve continuar a repeti-lo de modo audaz para que todos possam ouvi-lo. Atualmente o Papa é a voz moral do mundo inteiro. É, portanto, muito importante que continue insistindo nesta questão. Sim, é possível mudar este mundo. Os homens podem fazer tudo o que querem. É a força de vontade que torna possível. Quando decidimos não voltar atrás, precisamos desenvolver políticas, instituições e estruturas para garantir que vamos na direção certa e chegamos lá rapidamente. Devemos pedir aos governos que canalizem seus fundos de resgate para apoiar iniciativas destinadas a não voltar atrás em vez de acelerar o processo oposto. Os recursos não são um problema: alguns já foram mobilizados para os fins errados. O compromisso é de colocá-los na causa certa. Precisamos de um mundo novo construído para nós. Que tipo de mundo tem que ser? Claro que tem que ser um mundo muito diferente daquele de onde viemos. No mundo novo, não haverá aquecimento global. O Papa Francisco já falou sobre isso. Agora temos que torná-lo realidade. Não se trata simplesmente de uma declaração feita pelo Papa: devemos todos nos unir e traduzi-la em realidade. O mundo novo será um mundo com zero emissões de carbono. Será um mundo com concentração zero de riqueza. Será um mundo onde a riqueza será compartilhada em vez de monopolizada, como fazemos hoje. Será um mundo com desemprego zero. O mundo novo será quase exatamente o oposto do atual.

“Quando soubermos para onde ir, será muito mais fácil chegar lá”

Para avançarmos para o novo mundo, precisamos ver quais atividades contribuem para o aquecimento global, a concentração de riqueza ou o desemprego. Devemos criar pontos de controle para evitar que as atividades erradas entrem neste novo mundo. Não podemos trazer a economia dos combustíveis fósseis para o novo mundo. Temos que dizer: volte com energia renovável se você quiser permanecer no setor de energia. Se é uma empresa que produz poluição, diremos para voltar com atividades que criem uma economia circular.

O senhor acha que isso pode acontecer?
Muhammad Yunus: Se nos decidirmos, isso pode acontecer. Trata-se de tomar uma decisão. Estamos enfrentando o maior desafio existencial. Quando a crise está no seu auge, devemos propor as soluções mais ousadas.

O senhor acredita que a espiritualidade é importante para esta mudança, a força para provocar esta mudança?
Muhammad Yunus: Sim, é muito importante. O coronavírus mudou tudo, criando uma situação em que não podemos nos encontrar fisicamente. Somos forçados a permanecer fechados dentro de nossas casas e o distanciamento social se tornou parte de nossas vidas. Sendo privado de proximidade física, a vida se torna uma boa oportunidade para alcançar a unidade espiritual.
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O jejum dos Apóstolos (Parte 1): o que os Apóstolos ensinaram


Apologética

O que os Apóstolos ensinaram
O Jejum dos Apóstolos, o tempo após a Grande Festa de Pentecostes, nos convida a olharmos para o que os primeiros seguidores de Cristo fizeram após terem recebido o Espírito Santo em Pentecostes. Para descobrirmos o que eles fizeram, precisamos olhar para aqueles Livros do Novo Testamento que seguem os quatro Evangelhos em nossas Bíblias. O primeiro deles, os Atos dos Apóstolos, foi escrito por São Lucas como uma sequência de seu Evangelho. Ele descreve a vinda do Espírito e o impacto que teve em suas vidas.
O Espírito desceu sobre os Apóstolos durante uma importante festa judaica em Jerusalém – Shavuoth, que relembra a entrega da Lei a Moisés. Essa era uma festa com peregrinação, quando os judeus de diversas cidades e países vinham a Jerusalém. Nós lemos nos Atos que, quando o Espírito veio sobre os Apóstolos, muitos desses peregrinos ouviram a comoção e vieram ver o que estava acontecendo. A primeira coisa que os Apóstolos fizeram foi contar a eles sobre a morte e ressurreição de Cristo.
O livro dos Atos diz que São Pedro se adiantou para falar com os peregrinos curiosos. Ele lhes disse que Cristo havia ressuscitado dos mortos:
  • “Jesus de Nazaré, homem de quem Deus tem dado testemunho diante de vós com milagres, prodígios e sinais que Deus por ele realizou no meio de vós como vós mesmos o sabeis, depois de ter sido entregue, segundo determinado desígnio e presciência de Deus, vós o matastes, crucificando-o por mãos de ímpios. Mas Deus o ressuscitou, rompendo os grilhões da morte, porque não era possível que ela o retivesse em seu poder” (Atos 2,22-24).
A segunda coisa que São Pedro disse foi que seus ouvintes precisavam responder à essa mensagem:
  • “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo, pois a promessa é para vós, para os vossos filhos e para todos os que ouvirem de longe o apelo do Senhor, nosso Deus” (Atos 2,38-39).
Pelo resto de suas vidas, os Apóstolos foram de cidade em cidade com a mesma mensagem: Cristo ressuscitou; convertei-vos e sede batizados! Assim foi o nascimento da Igreja.
  • Procure no Calendário Litúrgico pelas datas da Semana de Pentecostes e do início do Jejum dos Apóstolos. Determine como você observará esse período com sua família.
  • Leia o Sermão de São Pedro do dia de Pentecostes por inteiro (Atos 2,14-40). Observe o quanto a pregação dos Apóstolos aos judeus dava ênfase à realização plena do Antigo Testamento em Cristo.
  • Leia Atos 14,8-18 e Atos 17,22-31 para ver o que os Apóstolos enfatizaram quando ensinando aos Gentios.
  • Ajude as crianças a lembrar quem falou ao povo curioso em Pentecostes e quais foram as duas coisas que ele lhes instou a fazer.
  • Rezem para que o Senhor preserve e fortaleça as Igrejas que sofrem no Oriente Médio, que foi Evangelizado pelos Apóstolos.
  • Rezem juntos os seguintes versos: “Trabalhando através dos divinos Apóstolos e enfatizando os Profetas, Cristo, com o auxílio do Espírito Santo, levou as nações ao conhecimento de Deus. Como prometestes, ó Salvador, concedestes grandes milagres aos Vossos discípulos, enviando-os a pregar a Vossa glória pelo mundo todo. A todos os povos, eles anunciaram a graça de Vossa Encarnação e Vossa santa Ressurreição.”
Veritatis Splendor

5 coisas que talvez não saiba sobre São Tomé Apóstolo

São Tomé / Crédito: Mattia Preti (1613-1699)
REDAÇÃO CENTRAL, 03 Jul. 20 / 09:03 am (ACI).- O episódio da “dúvida” de São Tomé Apóstolo é talvez uma das histórias que mais chamam a atenção na Bíblia. Felizmente, o Evangelho de São João e alguns dos primeiros historiadores da Igreja forneceram informações adicionais sobre Tomé, o que ajuda a entender que essa história é apenas parte de sua experiência como apóstolo de Jesus.
Apresentamos aqui algumas informações sobre a vida desse apóstolo de Jesus, cuja festa é celebrada hoje, 3 de julho.
1. Tomé era um homem de profunda fé
Alguns dias depois de Jesus ter escapado de um apedrejamento feroz em Jerusalém, recebeu a notícia de que seu amigo Lázaro estava muito doente. Lázaro morava em Betânia, muito perto de Jerusalém, então Jesus se sentiu fortemente compelido a visitá-lo e sabia que era necessário um milagre em torno da morte de Lázaro para mostrar a glória de Deus.
No entanto, os apóstolos ficaram horrorizados e tentaram desencorajar Jesus a voltar ao lugar onde quase havia sido morto. Ironicamente, Tomé foi o único que acreditou e corajosamente animou os outros a irem para Betânia com Jesus, mesmo que isso significasse a morte para eles. “Vamos também nós, para morrermos com ele” (Jo 11,16).
2. O episódio de “dúvida” de Tomé foi após a ressurreição de Jesus
Por alguma razão, Tomé não estava lá quando Jesus apareceu aos discípulos em toda a sua glória. Quando se reuniu com eles, contaram-lhe tudo o que havia acontecido, mas não estava convencido. Depois, fez sua famosa declaração sobre a necessidade de "colocar o dedo e a mão nas feridas de Jesus", e que só assim acreditaria.
Desta forma, Jesus apareceu novamente uma semana depois, e desta vez Tomé estava lá. Jesus momentaneamente ofereceu ao apóstolo a oportunidade de tocar em suas feridas.
Depois disso, Tomé proclamou uma crença ardente em Jesus ressuscitado.
3. Tomé evangelizou na Índia
A maioria das tradições aponta que Tomé havia evangelizado na Índia depois de Pentecostes. Hoje, há uma comunidade devota de católicos na costa de Malabar neste país que se autodenominam "os cristãos de São Tomé". Afirmam que sua comunidade começou através dos ensinamentos do apóstolo.
4. Condenado à morte por evangelizar
São Tomé pregou na Pérsia e em outros lugares próximos, assim como na Etiópia e na Índia. Acredita-se que ele tenha sido condenado à morte por suas obras de evangelização neste último país. Sua memória se celebra em 3 de julho e é o santo padroeiro dos arquitetos, construtores, juízes, teólogos e das cidades de Prato, Parma e Urbino, na Itália.
5. Nove dias em oração com o apóstolo
Com o objetivo de imitar melhor a coragem de Tomé para permanecer próximo ao Senhor, apesar dos perigos que possam surgir, assim como de superar as dúvidas no coração, é possível passar nove dias em oração junto ao apóstolo, lendo uma passagem bíblica diária de São Tomé, e desta maneira, o apóstolo ajuda a aproximar o coração a Cristo.
Dia 1 – Mateus 10, 1-15
Dia 2 – Marcos 3, 13-19
Dia 3 – Lucas 6, 12-16
Dia 4 – Lucas 8, 22-25
Dia 5 – João 11, 8-16
Dia 6 – João 14, 5-6
Dia 7 – João 20, 24-29
Dia 8 – João 21, 1-14
Dia 9 – Atos 1, 6-14
ACI Digital

São Tomé ordenou bispos os Reis Magos? Isto é o que diz uma tradição antiga

Imagem referencial. Foto: Pixabay / Domínio público.
REDAÇÃO CENTRAL, 03 Jul. 20 / 06:00 am (ACI).- Segundo uma antiga tradição cristã, os Reis Magos citados por São Mateus no segundo capítulo do seu Evangelho, poderiam ter sido ordenados bispos pelo apóstolo São Tomé.
Citado pela Catedral de Colônia (Alemanha), onde estão guardadas as relíquias dos Reis Magos, Dr. Klaus Hardering, formado em história da arte, faz referência a esta história que remonta a antes do século XIV e que ficou expressa em obras de arte antigas.
De fato, na obra conhecida como Cancela dos Reis Magos, exposta na Catedral de Colônia, é possível ver diferentes momentos da vida daqueles que também ficaram conhecidos como os “sábios do oriente”.
"As duas primeiras cenas ilustram dois acontecimentos narrados na Bíblia: a visão da estrela e a adoração dos Reis Magos. As cenas posteriores, que são a consagração episcopal dos Reis Magos pelo apóstolo Tomé e a sua sepultura, são retiradas de lendas surgidas sobre eles em Colônia com data anterior a 1340".
As três últimas cenas da Cancela dos Reis Magos "mostram as diferentes estações que as relíquias" dos homens sábios do Oriente "percorreram na sua longa viagem para Colônia, via Constantinopla e Milão".
A tradição antiga afirma que, após a morte de Cristo, São Tomé viajou para o Oriente e se encontrou com os Reis Magos, batizou-os e os ordenou bispos. Todos os três acabariam morrendo como mártires.
Santa Helena, mãe do imperador Constantino, encontrou as relíquias dos Reis Magos no início do século IV e as levou para Constantinopla, atual Istambul (Turquia).
Três séculos mais tarde, Santo Eustórgio, bispo de Milão (Itália), viajou a Constantinopla para o imperador aceitar sua nomeação episcopal e recebeu como presente as relíquias dos Reis Magos.
Em 1161, o imperador Frederico I de Hohenstaufen, conhecido como Barbarossa, sitiou Milão e ameaçou matar o seu prefeito. O Arcebispo de Colônia e chanceler do imperador, Rainald von Dassel, negociou as relíquias, guardadas em um convento, pela vida do governante local.
Foi assim que as relíquias foram levadas para Colônia, onde estão até hoje.
ACI Digital

S. TOMÉ, APOSTÓLO

S. Tomé, apostólo, Albani-Psalter
S. Tomé, apostólo, Albani-Psalter 

«Tomé, chamado Dídimo, um dos Doze, não estava com os discípulos quando Jesus apareceu. Os outros discípulos lhe disseram: "Vimos o Senhor!" Mas ele lhes disse: "Se eu não vir as marcas dos pregos em suas mãos, não colocar o meu dedo onde estavam os pregos e não puser a minha mão no seu lado, não acreditarei". Uma semana mais tarde, os seus discípulos estavam outra vez ali, e Tomé com eles. Apesar de estarem trancadas as portas, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: "A Paz esteja com vocês!" Depois, disse a Tomé: "Coloque o seu dedo aqui; veja as minhas mãos. Estenda a mão e coloque-a no meu lado. Pare de duvidar e acredite". Disse-lhe Tomé: "Meu Senhor e meu Deus!" Então Jesus lhe disse: "Você acreditou porque me viu! Felizes os que não viram e acreditarão». (Jo 20, 24-29)

Tomé, em aramaico, significa "gêmeo" e o apelido, com o qual era conhecido - Dídimo - tinha o mesmo significado em grego. No entanto, não sabemos se Tomé, talvez um pescador e um dos primeiros discípulos a deixar tudo para seguir a Jesus, tivesse um irmão. Este Santo é venerado pelos católicos, ortodoxos e coptas. Seus restos mortais descansam na igreja de Ortona, a ele dedicada.

A história de Tomé no Evangelho
Geralmente, quando se fala de São Tomé, se começa de trás para frente: depois da Ressurreição, por não estar presente na aparição de Jesus aos Apóstolos, não acreditou no que lhe disseram. Porém, ninguém tem o direito de pensar que Tomé era uma pessoa tépida ou, pior ainda, um pecador. Era apenas um homem cuja fé, profunda, ainda devia ser posta à dura prova da vida, que ele não escondia: expôs suas dúvidas e fez a Jesus as perguntas que brotavam do seu coração.
Por exemplo, quando Jesus voltou a Betânia, - onde seu amigo Lázaro tinha falecido, - os discípulos ficaram com medo, porque na Judéia o clima não era nada favorável. Ali, Tomé demonstrou não ter medo de nada, a ponto de dizer: “Vamos morrer com Ele".
Durante a Última Ceia também, quando Cristo disse que ia preparar um lugar para todos na Casa do Pai, Tomé ficou desorientado. Por isso, perguntou ao Senhor para aonde ia e qual seria o caminho para se chegar lá. Então, Jesus respondeu: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a vida!"

Incredulidade do Apóstolo, como um de nós
Assim, chegamos ao famoso episódio da incredulidade de Tomé. Toda a comunidade dos Apóstolos estava abalada pela morte de Jesus e pelas violências que padeceu. Porém, ao ressuscitar, Jesus apareceu, imediatamente, aos seus discípulos para tranquilizá-los. Tomé não estava lá, naquele momento e, por isso, não acreditou no que diziam. Talvez, por causa da sua teimosia inata ou por sentir de estar ausente, quis tocar as feridas dos cravos em suas mãos e em seu peito. Afinal, ele era um homem como todos. Por isso, Jesus o satisfez, ao voltar oito dias depois. Assim, Tomé acreditou, imediatamente, a ponto de confessar: "Meu Senhor e meu Deus!", como ninguém jamais havia feito. Por fim, Jesus fez uma promessa, que servia para toda a humanidade, até o fim dos tempos: "Felizes dos que acreditarão, sem ter visto".

A missão até aos confins da Terra
Sabemos que Tomé não era muito instruído, mas, certamente, compensava esta lacuna pelo imenso amor que sentia por Jesus.
Segundo a tradição, o Apóstolo recebeu a missão de evangelizar a Síria e, depois, a cidade de Edessa, da qual partiu para fundar a primeira comunidade cristã na Babilônia, Mesopotâmia, onde permaneceu sete anos. Dalí, embarcou para a Índia. De Muziris, onde já havia comunidade judaica promissora, que se tornou cristã, rapidamente, atravessou todo o país até chegar à China, sempre e somente por amor ao Evangelho. Ao voltar à Índia, foi martirizado, transpassado por uma lança, na atual Chennai, em 3 de julho de 72.


Vatican News

quinta-feira, 2 de julho de 2020

Frei Patton celebra o Preciosíssimo Sangue de Cristo no Getsêmani

“Receber o sangue de Jesus tem como consequência que também nós estamos dispostos a derramar o nosso sangue por amor". Palavras de Frei Patton, Custódio da Terra Santa na Festa do Preciosíssimo Sangue de Cristo na Basílica da Agonia no Getsêmani.
Fr. Francesco Patton

Vatican News

Na celebração da Festa do Preciosíssimo Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, realizada na quarta-feira (01) em Jerusalém, o Custódio da Terra Santa, Frei Francis Patton presidiu uma Santa Missa na Basílica da Agonia no Getsêmani. Na sua homilia logo recordou que o Preciosíssimo Sangue de Cristo "é um dom que alimenta nossa vida terrena e nos torna capazes de seguir os passos de Jesus".

Dom de si que Jesus deu
“O dom de si que Jesus deu de uma vez por todas é um dom que nos é oferecido continuamente", explicou o Frei Patton, "é um dom que somos continuamente chamados a acolher e receber (...) ele acompanha toda a nossa existência cristã e não apenas na celebração eucarística".

Celebração antiga
A celebração, que segundo uma antiga tradição pré-conciliar, foi fixada em 1º de julho de 1849 pelo Papa Pio X, com a reforma do calendário litúrgico em 1970, especifica a Custódia da Terra Santa, foi substituída pela solenidade de Corpus Christi em todos os calendários litúrgicos, exceto o jerosolimita. A liturgia tradicionalmente começava com o derramamento de pétalas de rosas vermelhas na pedra sob o altar da Basílica, em memória da agonia e do sangue derramado por Jesus na Quinta-feira Santa na mesma rocha.

A homilia
Em sua homilia, o Custódio da Terra Santa recordou que "o sangue de Jesus, a sua vida que nos foi doada, é o que transforma a nossa vida", "o que realiza a verdadeira e plena libertação de cada um de nós e de toda a humanidade". Recordou também que as diversas vocações presentes na Igreja "só podem ser vividas se nos alimentarmos continuamente do dom de si que Jesus fez e que se manifesta no dom de seu sangue".
Por fim, Frei Patton afirmou que “receber este presente significa, contudo, estar disposto a fazer de nossas vidas um presente" e que receber o preciosíssimo sangue de Jesus "tem como consequência que também nós estamos dispostos a derramar o nosso sangue por amor".
(Vatican News – TC)

Em julho, Francisco pede aos fiéis que rezem pelas famílias


“A família tem que ser protegida”: é a premissa do Papa Francisco ao pedir a oração dos fiéis. “A Igreja tem que animar e estar ao lado das famílias, ajudando-as a descobrir caminhos que lhes permitam superar todas estas dificuldades.”
Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano

“Para que as famílias no mundo de hoje sejam acompanhadas com amor, respeito e conselho”: por esta intenção, o Papa Francisco pede a oração dos fiéis neste mês de julho.
No vídeo que acompanha a intenção, o Santo Padre destaca os tempos difíceis que as famílias estão enfrentando hoje, marcados pelo estresse de um mundo em crise.
“A família tem que ser protegida”: é a premissa de Francisco. “Às vezes, os pais esquecem-se de brincar com os filhos.”
Com o ritmo de vida intenso, o Pontífice chama em causa a Igreja e o Estado.

“A Igreja tem que animar e estar ao lado das famílias, ajudando-as a descobrir caminhos que lhes permitam superar todas estas dificuldades.”

Já o Estado tem a função de protegê-las.

Colocar-se a serviço das famílias

Comentando esta intenção, o diretor internacional da Rede Mundial de Oração do Papa, Pe. Frédéric Fornos S.J., observa que os efeitos da pandemia continuam a ser sentidos em muitas partes do mundo.
“Existem muitas famílias necessitadas e inseguras sobre o seu presente e futuro no trabalho. Diante das dificuldades e enfermidades do mundo, como essas famílias podem ser acompanhadas?”, questiona o jesuita.
O Papa nos lembra que “a família é a base da sociedade e a estrutura mais adequada para garantir às pessoas o bem integral necessário ao seu desenvolvimento permanente”.
Ao afirmar que os Estados têm a obrigação de proteger as famílias, Francisco enfatiza mais uma vez que a família não é simplesmente um assunto privado, mas um fato social.
“Neste tempo em que vivemos, as famílias precisam ser apoiadas, fortalecidas 'acompanhadas com amor, respeito e conselho'." Rezar por essa intenção, afima Pe. Fornos, "significa colocar-se a serviço das famílias, apoiar as associações que as ajudam a enfrentar seus vários desafios, uma vez que a verdadeira oração se encarna em nossas vidas".

“Durante este mês de julho, dediquemos todos os dias um tempo livre para nossa família; cada pessoa sabe concretamente o que isso significa.”

Vatican News

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF