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terça-feira, 7 de julho de 2020

Manso e humilde de coração

Bispos – Diocese Oliveira
Dom Miguel Angelo Freitas Ribeiro
Bispo de Oliveira (MG)
“Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim que sou manso e humilde de coração, e vós encontrareis descanso pois o meu jugo é suave e o meu fardo leve” (Mt 11,29).
Estamos tão acostumados a ouvir determinados trechos do Evangelho que as palavras de Jesus podem não mais nos interpelar o necessário com toda a sua força. Mas, o que faz leve o fardo é o amor com que o abraçamos. E que outro jugo é o do Senhor que o amor sem medida? Tanto mais suave, quanto mais amamos, esvaziados de nosso egoísmo e presunção.
Só podem acolher a Jesus os que não estão cheios de si, pois o Senhor rejeita os soberbos. A fé, por isso, é dom do Espírito Santo que devemos pedir.  Mas, viver segundo o Espírito exige de nós a mansidão de coração, que não é passividade, mas renúncia às ambições de poder, à opção pela violência da vingança ou mesmo às armas, para tentar conter a violência do mundo. Violência gera violência.  O senhor nos desafia à humildade e mansidão, que se traduz em solidariedade para com os irmãos.
O profeta Zacarias já havia anunciado que o Messias viria na humildade, não em cavalos de guerra, mas na cavalgadura dos pobres, sobre “manso jumento, potro novo, cria de jumenta” (Zc 9,9e), num animal novo e, por este motivo, destreinado para qualquer luta. Esta é a escolha do Pai. E, deste modo, Jesus foi aclamado rei em sua entrada em Jerusalém antes de sofrer a Paixão (cf. Mt 21, 1-10; Mc11,1-11; Lc 19,28-40; Jo 12,12-19).
Aprenderemos a ser humildes e mansos se contemplarmos a Paixão do Salvador. Por ela, Ele nos ensina a viver cada uma das bem-aventuranças e a crescer na identificação com Ele.
Ser manso é lavar os pés uns dos outros, mesmo daquele que nos atraiçoam: “Se Eu, que sou Mestre e Senhor, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros” (Jo 13,14), porque “não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita” (Mt 6,3).
É assumir tanto a fraqueza humana, como a força que vem da verdade pessoal. “Meu Pai, se possível, afasta de mim este cálice, todavia não seja como eu quero, e sim como tu queres” (Mt 26,39). Verdade manifestada na coragem diante dos soldados que o procuravam no Horto e a quem perguntou: – “A quem procurais?” Diante de sua resposta: – “A Jesus de Nazaré”, corajosamente Jesus que lhes disse: – ”Sou Eu”. Eles caíram por terra, pois o seu nome é o próprio Nome de Deus, Emanuel. Verdade que não foi capaz de reconhecer Pilatos, ao vê-Lo chagado diante de si após a flagelação. E a verdade era um inocente condenado injustamente: – “Não encontrei nele culpa alguma!” (Lc 6,22).
Mansidão é suportar insultos e ingratidões sem abrir a boca: “Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a boca; como um cordeiro que é levado ao matadouro, e como a ovelha que é muda perante os seus tosquiadores. (Is 53,7; cf. 19,1-16).
Mansidão é a rejeição de toda a violência. Quando interrogado por Pilatos se era rei, respondeu-lhe: “O meu Reino não é deste mundo (Jo 18,36), acrescentando que se o fosse, os seus soldados o teriam defendido, como acontece ainda hoje. No horto mandou ainda que Pedro guardasse a sua espada na bainha (cf. Jo 18,1), pois “todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão” (Mt 26,52).
Na cruz, Jesus ensina-nos a suprema mansidão ao perdoar os inimigos e desculpar a ignorância dos outros: “Pai, perdoai-os porque eles não sabem o que fazem.” (Lc 23,34). Cumpre assim o seu preceito de amarmos os nossos inimigos e rezar pelos que nos odeiam e nos perseguem (cf. Mt 5,44).
Ser manso é ser esperança para os desesperados e consolar os tristes e sofredores como ao Bom Ladrão na cruz: “Hoje mesmo estarás comigo no paraíso” (Lc 23,43).
É preocupar-se com a dor e o desamparo do outro. Ao ver Maria, sua mãe, entregou-a aos cuidados de João e toda a Igreja, nele representada, aos cuidados da mãe: “Mulher, eis aí o seu filho… Então disse ao discípulo: Eis aí tua mãe…” (Jo 19,26-27).
É rezar com confiança na bondade de Deus, mesmo quando tudo parece escuro e sem saída: “Elí, Elí, lama sabactani? (Deus, meu Deus, por que me abandonaste?)” (Mt 27,46 e Mc 15,34). Jesus rezava o Salmo 21, de confiança em Deus na experiência da dor e do abandono.
É comprometer-se até o fim com a justiça e a paz. “Tenho sede” (Jo. 19,28). Revelava assim não só sua humanidade, que conheceu todas as nossas dores (cf. Hb 4,14-15), mas, como dizem os Santos Padres, demonstrava a sede que tem o Senhor de que todos os homens se salvem. “Esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não deixe perecer nenhum daqueles que me deu, mas que os ressuscite no último dia” (Jo 6,39).
É guardar com fidelidade os compromissos assumidos até o fim: “Tudo está consumado” (João 19,30). “Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13,1).
É acolher, vencendo as resistências pessoais, a vontade de Deus: “Não seja feito como eu quero, mas como Tu queres” (Mt 26,39), e entregar-se confiante nas mãos do Pai: “Pai, em tuas mãos entrego meu Espírito” (Lc 23,46).
Somente a graça do Espirito Santo que nos foi dado permitirá que vivamos tudo isto, como em todos os tempos as testemunhas da Fé. Mas a vida é combate. Por isso, exorta o Apóstolo São Paulo: “Revesti-vos da armadura de Deus, para que possais resistir às ciladas do demônio. Pois não é contra homens de carne e sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal (espalhadas) nos ares. Tomai, portanto, a armadura de Deus, para que possais resistir nos dias maus e manter-vos inabaláveis no cumprimento do vosso dever. Ficai alerta, à cintura cingidos com a verdade, o corpo vestido com a couraça da justiça, e os pés calçados de prontidão para anunciar o Evangelho da paz. 16.Sobretudo, embraçai o escudo da fé, com que possais apagar todos os dardos inflamados do Maligno. Tomai, enfim, o capacete da salvação e a espada do Espírito, isto é, a Palavra de Deus. Intensificai as vossas invocações e súplicas. Orai em toda circunstância, pelo Espírito, no qual perseverai em intensa vigília de súplica por todos os cristãos” (Ef 6,11-18).
Rezemos, pois, cada dia, muitas vezes ao dia: “Jesus manso e humilde de coração, fazei nosso coração semelhante ao vosso!”.
Que a Virgem Maria e São José, fiéis discípulos do Senhor, nos ensinem e sustentem cada dia nesse caminho.
CNBB

Deus se revela aos humildes

Deus se revela aos humildes

Somente com humildade, reconhecendo que somos pequenos e que precisamos de Deus em nossas vidas, vamos entender as Palavras do Evangelho.

A Boa Nova é anunciada a todos, mas somente aqueles que têm a humildade de reconhecer em Jesus a realização das promessas de Deus, são capazes de acolher a sua Palavra.
Em seus ensinamentos, Jesus sempre exaltou a humildade. Foi assim quando anunciou as bem-aventuranças (Mateus 5, 1-12), e também quando mostrou que a oferta da pobre viúva foi maior que a oferta dos ricos deixadas no altar (Lucas 21, 1-4).
Somente com humildade, reconhecendo que somos pequenos e que precisamos de Deus em nossas vidas, vamos entender as Palavras do Evangelho.
Jesus quer resgatar todos. Porém se acreditamos ser bons, se tivermos a soberba de achar que não precisamos da graça de Deus em nossas vidas, aí sim estaremos condenados.
O Reino de Deus não é para ricos e poderosos, que encontram força e conforto nos bens materiais. O Reino de Deus é para quem vive segundo o Evangelho, com o coração aberto à graça de Deus, reconhecendo-se fraco e pecador, necessitado da misericórdia divina. O Reino de Deus é para aquele que sabe reconhecer o próprio Cristo no próximo, que tem a humildade de se colocar no lugar do outro, de saber que ele também é filho de Deus.
Os sábios que confiam no conhecimento humano e não abrem espaço para a ação do Espírito Santo, não são capazes de reconhecer a ação de Deus.
Sozinhos não somos capazes de superar nossa fraqueza humana, não somos capazes de vencer o pecado, de conquistar a vida eterna. Para a nossa salvação precisamos viver o que Jesus nos ensinou e buscar forças n’Ele.
Se a nossa caminhada não está fácil, tenhamos a humildade de reconhecer nossa fraqueza e pedir que Jesus nos fortaleça. “Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei. Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração, e achareis repouso para as vossas almas. Porque meu jugo é suave e meu peso é leve” (Mateus, 11, 28-30).
Fonte: Aleteia

O jejum dos Apóstolos (Parte 2): o que os Apóstolos fizeram


Apologética

O que os Apóstolos fizeram
Os Atos dos Apóstolos nos contam que, antes de Pentecostes, o número dos seguidores de Cristo em Jerusalém era de aproximadamente 120 (Atos 1,15). Com a descida do Espírito Santo e o sermão de São Pedro àqueles que foram atraídos pela comoção, esse número cresceu. Alguns daqueles que ouviram Pedro foram batizados e se uniram aos discípulos de Jesus.
Os Apóstolos transformaram esses fiéis em uma comunidade, a primeira Igreja, em Jerusalém. O Livro dos Atos nos conta sobre eles:
  • “Perseveravam eles na doutrina dos apóstolos, nas reuniões em comum, na fração do pão e nas orações. De todos eles se apoderou o temor, pois pelos apóstolos foram feitos também muitos prodígios e milagres em Jerusalém, e o temor estava em todos os corações. Todos os fiéis viviam unidos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e os seus bens, e dividiam-nos por todos, segundo a necessidade de cada um. Unidos de coração, frequentavam todos os dias o templo. Partiam o pão nas casas e tomavam a comida com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e cativando a simpatia de todo o povo. E o Senhor cada dia lhes ajuntava outros, que estavam a caminho da salvação” (Atos 2,42-47).
A primeira Igreja era caracterizada por elementos que ainda hoje são os sinais de qualquer Igreja viva: devoção à doutrina dos Apóstolos, às reuniões em comum, à fração do pão e às orações. A doutrina dos Apóstolos passou a ser expressa pelo Novo Testamento; o coração doutrinal da mensagem e proclamada no Credo. A “fração do pão” era o nome dado à Divina Liturgia no primeiro século; “as orações” eram os ofícios diários de sinagoga, os ancestrais de nossos Vésperas, Orthros e outros Ofícios diários.
Também, ainda hoje, encontramos as outras coisas mencionadas nessa passagem na vida da Igreja. Ainda há “muitos prodígios e milagres” realizados na Igreja pelos santos ou pelos ascetas. Fiéis ainda vivem de modo comunitário em monastérios, onde o pouco que se tem é geralmente destinado a quem tenha necessidade. Muitos monastérios recebem, regularmente, peregrinos que participam de seus ofícios diários e aproveitam a hospitalidade dos monges. O que os Apóstolos e os primeiros fiéis faziam em Jerusalém continua sendo o padrão para a nossa Igreja hoje.
  • Discuta como sua Paróquia vive as características da primeira Igreja em Jerusalém. Como ela é votada:
    – à doutrina os Apóstolos;
    – à comunidade e à partilha;
    – à Liturgia e às orações diárias.
  • O que pode ser feito para melhorar qualquer uma dessas áreas da vida da Igreja em sua comunidade?
  • Escreva cada uma das quatro características dos primeiros Cristãos de Atos 2,42 em cartões separados. Depois, leia o versículo por alguns momentos; então, peça às crianças que coloquem os cartões na ordem correta.
  • Reze pedindo ao Senhor que preserve e fortaleça as Igrejas que sofrem no Oriente Médio, que foi Evangelizado pelos Apóstolos.
  • Rezem o seguinte verso juntos: “Vós fizestes da Igreja um Céu Resplendente, iluminando a todos os fiéis: por isso, nós permanecemos de pé em meio a este lugar sagrado e Vos clamamos: ‘Firmai esta casa, ó Senhor’”.
 Veritatis Splendor

segunda-feira, 6 de julho de 2020

“Antologia de autores cartuxos”

Creative Commons

Um rico manual de teologia ascética e mística pela profundidade dos temas que aborda sob a ótica de vários autores.

A Cultor de Livros, benemérita editora de inspiração católica, acaba de presentear o público de língua portuguesa com o livro de título acima.
Trata-se de uma alentada obra de 508 páginas que tem por subtítulo: Um itinerário de contemplação. Divide-se em doze capítulos que perfazem um rico caminho de progresso espiritual a culminar na união com Deus já nesta terra. Eis o roteiro traçado pelo autor: “Serve como introdução a ‘Scala claustrarum’ ou ‘Scala Paradisi’, de Guigo II, um escrito que teve a honra de ser atribuído a São Bernardo ou até mesmo a Santo Agostinho. Essa obra apresenta, de forma clara e sintética, os quatro degraus espirituais que ‘elevam a alma contemplativa da terra ao céu’”.
“Começa, então, o verdadeiro e próprio ‘itinerário’: O princípio da contemplação é o próprio Deus, porque provimos d’Ele, à sua caridade devemos tudo (capítulo I) e a Ele devemos retornar, convertendo-nos ao seu amor com o dom do nosso coração (II). Entretanto, a esse movimento de doação se opõe o pecado que feriu profundamente a nossa alma e por essa razão buscamos a alegria na posse das criaturas: esse é o principal obstáculo à contemplação (III)”.
“Para superá-lo, precisamos nos colocar em condições de liberdade interior de nós mesmos e das coisas; quer dizer, é necessária uma purificação do coração (IV) que introduza a alma numa solidão e silêncio profundos (V) cujo fruto é a humildade e o abandono à ação de Deus (VI).”
“Chegados a este ponto, estamos em condições de usar os meios que o próprio Deus nos dá para podermos ‘voltar’ a Ele. Antes de tudo, da oração que brota da humildade (VII) e faz o Espírito agir em nós, ‘porque ele intercede pelos fiéis segundo os desígnios de Deus’ (Rm 8,27). Com sua ação, o Espírito nos conforma à imagem do Filho. Instrumento privilegiado para essa transformação é Maria (VIII), a Serva do Espírito, porque a sua vocação fundamental é gerar, por obra do Espírito Santo, os membros do Verbo encarnado, que é o único caminho pelo qual se vai ao Pai (IX). Contudo, nossa união com Jesus não deve se limitar apenas à imitação, mas precisa tornar-se uma comunhão de vida, e isso se realiza nos sacramentos, de modo especialíssimo na Eucaristia (X).”
“Na Eucaristia, memorial da Páscoa de Cristo, somos assumidos pelo Amor, e nos tornamos capazes de amar, atingindo, assim, o fim, ou seja, a união na caridade com os irmãos (XI) e com Deus (XII) porque ‘Deus é amor; quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele’ (1Jo 4,16)” (p. 39-40).
Podemos dizer, com segurança, que a Antologia de Autores Cartuxos é um rico manual de teologia ascética e mística pela profundidade dos temas que aborda sob a ótica de vários autores, desde São Bruno de Reims († 1101) até Dom João Batista Porión († 1987). Cada um dos autores citados vem apresentado nas páginas finais (cf. p. 427-487) dessa obra que traz, com esmero, 900 anos de espiritualidade, teologia e história. Convida, assim, cada cristão a ser contemplativo, ainda que no meio do mundo, pois para ser íntimo de Deus “não há necessidade de nenhum dom especial, nem de nenhum favor excepcional da graça; nenhum estado físico ou espiritual se lhe opõe, quando existe uma vontade séria de se aproximar de Deus e de unir-se a Ele” (p. 405).
O autor, embora venha apresentado no prefácio à edição brasileira como sendo Dom Gabriele Maria Lorenzi (1914-2004), monge cartuxo italiano, aparece na capa apenas como “Um Cartuxo”, costume tradicional da Ordem de, salvo raríssimas exceções, nunca revelar o nome do religioso cartusiano, a não ser muito depois de sua morte.
Eis, portanto, um rico material colocado à disposição de cada fiel desejoso de, verdadeiramente, progredir na vida espiritual. Ao original, que fez muito sucesso na Europa, acrescentou-se, nesta edição brasileira, um oportuno apêndice a sintetizar a vida monástica cartusiana: O ideal do verdadeiro cartuxo, de autoria do Anônimo de Porta Coeli, datado do ano de 1758 (cf. p. 493-507), além de elucidativas notas de rodapé.
Beneficie-se, pois, dessa obra útil a todos os fiéis: clérigos, religiosos e leigos!
Aleteia

Morre o grande compositor Ennio Morricone aos 91 anos. Ravasi: expressava o inefável

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Ennio Morricone na Sala Paulo VI em 2016 / Vatican Media

Ele estava internado numa clínica em Roma. Recebeu a Medalha de Ouro do Pontificado do Papa Francisco em 2019.

Michele Raviart/Mariangela Jaguraba – Vatican News

Faleceu em Roma aos 91 anos, nesta segunda-feira (06/07), o músico e compositor Ennio Morricone, um dos mais famosos autores de trilhas sonoras da história do cinema. Ele estava internado numa clínica romana por causa de uma queda. Morreu ao amanhecer “com o conforto da fé”, anunciou numa nota o seu amigo e advogado Giorgio Assumma. O mestre “conservou até o fim plena lucidez e grande dignidade. Saudou sua amada esposa Maria que o acompanhou com dedicação em cada momento de sua vida humana e profissional e esteve com ele até o último suspiro”. O funeral se realizará de forma particular “com respeito ao sentimento de humildade que sempre inspirou os atos de sua existência”.

Mais de 500 trilhas sonoras
Nascido em Roma em 10 de novembro de 1928 e formado como trompetista e maestro no Conservatório de Santa Cecilia, Ennio Morricone está indissoluvelmente ligado ao nome de Sergio Leone, com quem alcançou fama internacional pelas trilhas sonoras de seus filmes, desde “Por um punhado de dólares” até “Era uma vez na América”. Em sua carreira ele compôs mais de 500 trilhas sonoras incluindo as de “Novo Cinema Paraíso” e “Missão”, trabalhando também com Pasolini e Gillo Pontecorvo na “Batalha de Argel”. Vencedor do Óscar por sua carreira em 2007 e por “The Hateful Eight” de Quentin Tarantino em 2016, Morricone também fez o arranjo musical de grandes clássicos da música pop italiana dos anos 60 como “Se telefonando” e “Sapore di sale”.

As condolências da Mattarella
“A morte de Ennio Morricone nos priva de um artista ilustre e brilhante”, escreveu o presidente da República Italiana, Sergio Mattarella. “Um músico ao mesmo tempo refinado e popular”, lê-se na declaração do Quirinale, “ele deixou uma marca profunda na história musical da metade do século XX”. Através de suas trilhas sonoras, ele contribuiu muito para difundir e fortalecer o prestígio da Itália no mundo”.

Entre música e fé
Em 2019 ele recebeu a Medalha de Ouro do Pontificado do Papa Francisco “por seu extraordinário compromisso artístico, que também tinha aspectos de natureza religiosa”. O presidente do Pontifício Conselho da Cultura, cardeal Gianfranco Ravasi, foi quem materialmente lhe concedeu o prêmio. “Estou próximo com afeto de sua esposa Maria e de sua família ao lembrar o Mestre Ennio Morricone”, escreveu o purpurado num tweet. “Eu o confio a Deus para que o acolha na harmonia celestial, talvez atribuindo-lhe a tarefa de alguma partitura a ser executada pelos coros angélicos”. No ano passado, ele se despediu das cenas e, surpreendentemente, aceitou dirigir um concerto na Sala Paulo VI, no Vaticano. “Eu não podia dizer não”, disse Ennio Morricone naquela ocasião. Para o cardeal Ravasi, apesar da diversidade de gêneros, a música de Morricone expressava espiritualidade e religiosidade.

O que Ennio Morricone representou não apenas na cultura musical de nosso tempo?
Ravasi: Pelo conhecimento que tive dele, graças a vários encontros, as lembranças de Ennio Morricone são muitas. Reconheço que não é apenas a grande vertente cinematográfica que será lembrada. Sabemos como ele foi original e significativo neste campo, especialmente no mundo católico, com o filme “Missão” como exemplo fundamental, mas devo recordar Morricone por pelo menos dois eventos particulares que foram extraordinariamente espirituais: o encontro e a estada com ele por alguns dias na Polônia, quando preparou um Oratório para João Paulo II. O segundo evento é o encontro mais recente em 15 de abril de 2019, quando entreguei a ele, em nome do Papa Francisco, a Medalha de Ouro de Pontificado por sua obra musical. Estes dois momentos testemunham o que ele sempre atestou: sua Fé.

Havia algo religioso na música de Morricone, quer ele musicasse um filme western ou um filme policial ou mesmo um filme religioso, como “Missão” citado pelo senhor?
Ravasi: Certamente ele tinha um interesse particular de fazer música digamos sacra ou em termos gerais religiosa. Morricone me disse isso mais de uma vez, também porque havia essa dimensão espiritual e religiosa em sua música. Este aspecto estava dentro dele: criar música como tal, assim como ele a expressou, passando através da diversidade de gêneros mais impensáveis em certos aspectos. Se parte de “Por um punhado de dólares” ou “Era uma vez na América” de Sergio Leone e se passa através da “Batalha de Argel” de Gillo Pontecorvo, mas também “Uccellacci, uccellini” de Pier Paolo Pasolini e muitos outros, ou seja, um panorama muito articulado. Devo dizer que sempre a grande música que ele propôs tem dentro de si o que foi afirmado na grande tradição, ou seja, que a música é de certa forma a linguagem da transcendência, a linguagem que conta o mistério. Mesmo quando fala secularmente, a sua beleza é algo que nos conduz passo a passo em direção ao eterno. É o infinito.

Com Morricone a música não é apenas comentário, mas também protagonista junto com a imagem. Este é o valor a mais que Morricone deu à música?
Ravasi: Isto é verdade.  De fato, devemos evidenciar, até onde pude ouvir dele, a atenção que ele tinha para a função do comentário sonoro. Uma vez o convidei explicitamente ao meu dicastério, o Pontifício Conselho da Cultura, durante uma plenária e o convidei para falar sobre o tema da beleza, a partir da sua experiência como músico, e ele disse algumas coisas muito originais. Há duas grandes experiências, que são a experiência auditiva, que é precisamente a da música, onde a escuta é fundamental, e o aspecto visual que é a descoberta de como a música evoca, faz intuir, consegue representar os fatos de forma eficaz. Se revirmos os filmes aos quais Ennio Morricone compôs a trilha sonora, é quase espontâneo recordar não só a dimensão visual, mas também sonora. Há um fio musical que anda de mãos dadas com o da imagem, intimamente ligado. Isto vale para a mencionada “Missão”: neste caso de forma significativa o comentário musical é de natureza religiosa e ilustra o tema do filme, que é o tema da missão. É por isso que acredito que todos nós devemos ser gratos a Ennio Morricone, fiéis e não fiéis, mas sobretudo os fiéis a quem ele pertencia, por ter sido capaz de expressar o inefável e o invisível ao mesmo tempo que são a alma da religião.


Vatican News

Da Carta aos Coríntios, de São Clemente I, papa

São Clemente I / Mensagens Com Amor
(Nn.46,2-47,4; 48,1-6: Funk 1, 119-123)            (Séc. I)

Procure cada um o que é útil para todos,
e não o próprio interesse
            Está escrito: Uni-vos aos santos, porque os que deles se aproximam serão santificados. E ainda em outro lugar: Com o inocente serás inocente, com o eleito serás eleito e com o perverso usarás de astúcia. Por isso nos unimos aos inocentes e aos justos; eles são eleitos de Deus. Por que há entre vós lutas, cóleras, dissensões, divisões e guerras? Porventura, não temos um só Deus, um só Cristo e um só Espírito da graça derramado sobre nós e não há uma só vocação em Cristo? Por que arrancamos e despedaçamos os membros de Cristo e nos revoltamos contra nosso próprio corpo e chegamos à loucura de esquecer que somos membros uns dos outros?
            Lembrai-vos das palavras de nosso Senhor Jesus: Ai daquele homem! Melhor lhe fora não ter nascido do que escandalizar a um de meus eleitos; melhor lhe fora ser amarrado à mó de moinho e afogado no mar do que perverter um só de meus escolhidos. Vossa divisão perverte a muitos, lança a muitos no desânimo, a muitos, na hesitação, a todos nós, na tristeza, causa-nos a todos aflição, e ainda persiste vossa sedição!
            Tomai da carta de São Paulo. Qual a primeira coisa que vos escreveu no início da Boa-nova? Decerto inspirado por Deus, o Apóstolo vos escreveu acerca de si mesmo, de Cefas e de Apolo, porque já então havia entre vós facções e partidos. Esta facção, porém, era o vosso menor pecado. Com efeito, vós vos inclinastes ante o ilustre testemunho dos grandes apóstolos e da pessoa por eles autorizada.
            Vamos, portanto, depressa, acabar com isto! Vamos nos ajoelhar aos pés do Senhor e implorar com lágrimas e súplicas que ele nos seja propício e se reconcilie conosco, fazendo-nos voltar a nosso antigo modo de viver, tão belo, casto, conforme o amor fraterno. É esta a porta da justiça aberta para a vida, segundo está escrito: Abri-me as portas da justiça; entrando por elas louvarei o Senhor; é esta a porta do Senhor, por ela entrarão os justos.
            De fato, são muitas as portas abertas: esta que é da justiça, é ela também em Cristo. Felizes todos os que por ela entraram e orientaram sua caminhada na santidade e na justiça, realizando tudo com tranquilidade. Se há um fiel, se há um notável na exposição da doutrina, um sábio no discernimento das palavras, um casto em sua vida, tanto mais humilde deve ser quanto parece ser maior e procure o que é útil a todos e não o próprio interesse.

11 dados que talvez você não saiba sobre a vida de Santa Maria Goretti

Santa Maria Goretti / AciDigital
REDAÇÃO CENTRAL, 06 Jul. 20 / 06:00 am (ACI).- O nome de Santa Maria Goretti está associado principalmente à virtude da castidade, entretanto, existem outros aspectos da sua vida que provavelmente não são muito conhecidos e que valem a pena imitar para crescer na fé.
A seguir, apresentamos onze coisas sobre esta “doce mártir da pureza”, como a chamou o Papa Pio XII.
1. Trabalhou desde pequena
Uma biografia publicada em Vatican News indica que Maria nasceu em 16 de outubro de 1890 na Itália, em uma família pobre que se mudou da cidade de Ancona a Ferriere di Conca, na província de Lazio, para trabalhar nos campos do conde Mazzoleni.
Lá, a menina vendia ovos, preparava comida para os camponeses, consertava roupas e cuidava dos seus irmãos mais novos.
2. Foi uma filha exemplar
Vatican News assinala que depois da morte do seu pai Luigi Goretti, Maria “sentiu que tinha que apoiar a sua mãe, que ficou sozinha cuidando da família”.
Ela era responsável pelas tarefas domésticas e de cuidar dos irmãos. Inclusive, preferia comer o que sobrava das refeições para que todos pudessem se alimentar bem.
Devido às dificuldades financeiras, a sua família se associou aos Serenelli, que não tinham bom comportamento e eram autoritários.
Para tranquilizar a angústia de sua mãe Assunta, Maria dizia: “Coragem, mãe, não tenha medo, nós já estamos crescendo. Pediremos para o Senhor que nos dê saúde. A providência nos ajudará. Lutaremos e seguiremos lutando!”.
3. Preferia morrer a dizer uma palavra ruim
Um dia, Maria compartilhou com a sua mãe a indignação que sentiu quando ouviu uma conversa obscena entre um menino e uma de seus colegas.
Assunta lhe disse: “Pois, o que entre por um ouvido teu, deve sair pelo outro. Olha, minha filha, como te surpreendes com as coisas que os outros fazem, os outros podem se surpreender com as coisas que tu faças”.
Então a menina respondeu: “Se alguma vez eu tiver que falar assim, prefiro morrer antes”.
4. Não frequentou a escola
Em uma mensagem, São João Paulo II indicou que Santa Maria Goretti não pôde frequentar a escola pelas “dificuldades da pobreza”.
Entretanto, ela e os seus cinco irmãos foram “educados pelos pais para respeitar a si mesmos e aos outros, assim como a fazer as coisas por amor a Deus”.
5. Com a ajuda dos vizinhos, fez a Primeira Comunhão
Santa Maria Goretti desejava receber a Eucaristia desde muito pequena e, quando manifestou esse desejo a sua mãe, esta lhe disse: “Como você vai receber a Comunhão, se não sabe o catecismo? Além disso, você não sabe ler, não temos dinheiro para comprar o teu vestido, os sapatos e o véu e não temos nenhum momento livre”.
A menina respondeu: “Então nunca poderei receber a Comunhão, mãe! Mas não posso ficar sem Jesus!”.
Seus vizinhos a ajudaram na sua preparação para o sacramento e inclusive conseguiram as roupas que precisava para este grande dia.
Então, Maria fez a sua Primeira Comunhão em 29 de maio de 1902, aos onze anos de idade, um ano antes do que era costume na época.
6. Buscava consolo na oração nos momentos difíceis
Aos dez anos, Maria perdeu o pai, entretanto, procurou seu consolo na oração, especialmente na oração do Rosário.
A santa também buscou a proteção na Virgem frente às propostas indecentes de Alessandro Serenelli e às ameaças de morte que este lhe fazia devido aos rechaços de Maria.
7. Resistiu a uma tentativa de violação
Em 5 de julho de 1902, Alessandro aproveitou que Maria estava sozinha em casa e tentou violá-la. Mas ela resistiu gritando: “Não! É um pecado! Deus não quer isso!”. E advertiu-lhe que poderia ir para o inferno.
Cego pela raiva, o jovem a esfaqueou quatorze vezes. Feriu o seu coração, o seu pulmão esquerdo, o seu diafragma e os seus intestinos.
8. Ofereceu seus sofrimentos à Virgem Maria
Depois que a sua mãe e o pai de Alessandro a encontraram, Maria foi levada ao hospital mais próximo. Os médicos se surpreenderam pelo fato de que ela não estivesse morta depois dos graves ferimentos. Tentaram salvá-la através da operação, mas devido ao seu estado de saúde delicado, não conseguiram aplicar a anestesia.
Ela não reclamava das dores e ofereceu os seus sofrimentos à Mãe de Deus.
9. Perdoou o seu agressor antes de morrer
Antes de falecer, o sacerdote perguntou-lhe: “Maria, perdoas de coração o teu assassino?”. Ela respondeu: “Sim, eu o perdoo pelo amor de Jesus, e quero que ele também venha comigo ao Paraíso. Eu quero que ele esteja ao meu lado... Que Deus o perdoe, porque eu já o perdoei”.
São João Paulo II destacou esse gesto e afirmou que “o espírito do perdão incentivava as relações de toda a família Goretti e, por isso, pôde se expressar com tanta espontaneidade na mártir”.
10. Seu assassino se converteu
Alessandro Serenelli foi condenado a 30 anos de prisão e parecia que não tinha nenhum remorso pelo seu crime. Mas se arrependeu depois de ser visitado pelo então Bispo de Noto, Dom Giovanni Blandini, e após sonhar que Maria colocava em cima dele quatorze lírios, a mesma quantidade de vezes que a esfaqueou.
Quando Alessandro saiu da prisão, procurou a mãe de Maria para pedir-lhe perdão. Alguns anos depois, colaborou com o seu testemunho na causa da beatificação. Também foi admitido na Ordem Terceira de São Francisco.
“O assassino de Maria Goretti reconheceu o crime cometido, pediu perdão a Deus e à família da mártir, redimiu com convicção o seu crime e ao longo da sua vida manteve este estado de espírito. A mãe da santa, por sua parte, ofereceu-lhe o perdão da sua família”, destacou São João Paulo II.
11. Uma de suas irmãs se tornou religiosa
Segundo indica o site oficial do Santuário de Corinaldo, no dia do seu martírio, a santa estava cuidando da sua irmã de dois anos, Teresa Goretti, antes de Alessandro levar Maria para tentar violá-la.
Teresa acordou e começou a chorar quando ouviu os gritos de Maria. Esse choro fez com que Assunta e o pai de Alessandro voltassem para casa, pois estavam trabalhando no campo, e encontraram a santa ferida.
Em 23 de outubro de 1920, Teresa ingressou no instituto das Irmãs Franciscanas Missionárias de Maria e recebeu o nome de Irmã Maria de Santo Alfredo.
Encontrou-se em setembro de 1969 com o Beato Paulo VI e, em 1979, com São João Paulo II.
Faleceu em 25 de fevereiro de 1981 em um convento do seu instituto na cidade italiana de Orvieto.
ACI Digital

B. MARIA TERESA LEDÓCHOWSKA

Salve Maria
Virgem e fundadora do Instituto de São Pedro Claver para as Missões na Africa. Considerada a "Mãe da Missões africanas"
Nascimento
29 de abril de 1863 em Loosdork, Império Austríaco
Morte
06 de julho de 1922 em Roma, Itália
Beatificação
19 de outubro de 1975 pelo papa Paulo VI
Festa Litúrgica
6 de junho
Onde foi Congregado
Congregada no Colégio de Sankt-Põlkten, Áustria
Maria Theresa Ledóchowska foi uma religiosa católica romana, polonesa e missionária que fundou as Irmãs Missionárias de São Pedro Claver, que eram dedicadas aos serviços na África.
Ela era a mais velha de 7 filhos. Membros da nobreza polonesa, ela e seus irmãos nasceram em Loosdorf na baixa Áustria, que era propriedade de seus pais, o conde Antoni Halka-Ledóchowski e sua esposa a condessa Josephine Salis-Zizers.
Quando pequena, demonstrou grande amor pelas artes e talento como escritora. Amava a vida da sociedade e vestia seus melhores trajes. Foi educada pelas irmãs de Loreto e em sua vida escolar também mostrou uma devoção a fé católica que foi incutida nela pelas irmãs e sua família.
Durante o período em que seu pai e ela contraíram varíola, em 1885, seu pai veio a sucumbir por causa da doença e ela se recuperou. Foi durante esse período, que ela realizou um voto de virgindade.
Maria Theresa foi admitida na Ordem Terceira de São Francisco, seguindo a espiritualidade com ênfase na Paixão de Cristo. Fruto das orientações de um padre franciscano, que acompanhava tanto ela como sua irmã.
Pouco depois de sua chegada, dois membros das Missionárias Franciscanas de Maria foram ao tribunal em busca de ajuda financeira para o trabalho missionário, Ledóchowska ouviu atentamente enquanto as duas religiosas compartilhavam a experiência do trabalho com leprosos em Madagascar, mas ela não tomou nenhuma ação. No ano seguinte, duas outras irmãs foram ao tribunal com o mesmo propósito e dessa vez ela teve um desejo de se comprometer com este trabalho.
No serviço missionário, ela começou a usar seu talento literário para se opor à escravidão e protestar contra o tratamento desumano de mulheres, então predominantes na África. Ela escreveu um romance intitulado Zaida para mostrar as terríveis consequências da escravidão, especialmente para com as mulheres. Ao mesmo tempo, ela começou uma página de missão em um periódico católico. Esses recursos da missão, chamados Echo From Africa baseavam-se em cartas de missionários servindo na África. Ledóchowska deixou a corte e passou a residir em uma comunidade das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, em Salzburgo. Lutando para encontrar apoio financeiro para o seu projeto, ela viveu em quase pobreza, sobrevivendo de uma promessa concedida pela Imperatriz Elisabeth da Áustria , que a nomeou uma canoness (membro de uma comunidade religiosa que vive uma vida simples, que observa a vida monástica de Santo Agostinho).
À medida que o trabalho se expandia, a visão de Ledóchowska gradualmente tomava forma. Ela começou a recrutar outras mulheres como "missionárias auxiliares", as quais ela organizou em 1894 como a Sodalidade de São Pedro Claver para as Missões Africanas e a Libertação dos Escravos, uma associação de mulheres leigas . Ela colocou seu trabalho sob o patrocínio do missionário jesuíta espanhol , São Pedro Claver , que passou uma vida inteira a serviço dos escravos africanos trazidos para a América do Sul, o que lhe valeu o título de "Apóstolo dos Escravos". Os objetivos da sociedade eram divulgar as necessidades das missões na África e angariar fundos para esse trabalho.
Em 29 de abril de 1894, o papa Leão XIII formalmente abençoou o empreendimento, aprovando a Sociedade de São Pedro Claver como uma Associação de Piedosos dos Fiéis em 19 de abril de 1894. Dessa sociedade, os missionários auxiliares se transformaram em uma congregação religiosa . Em 8 de setembro de 1897 (festa da Natividade de Maria , mas também o aniversário da morte de Claver), ela e suas primeiras companheiras professaram seus votos religiosos permanentes como Irmãs Missionárias de São Pedro Claver. Elas adotaram as Constituições Jesuítas para seu próprio uso, para combinar os elementos da contemplação com uma vida ativa de serviço.
No fim de sua vida, contraiu tuberculose e, apesar da dor e do esgotamento, ela continuou a servir às necessidades das missões e de sua congregação. Sucumbiu no dia 06/07/1922 na Casa Geral da congregação em Roma.
Ficou conhecida como “Mãe das missões africanas”.
B. Maria Theresa foi congregada mariana no colégio de Sankt-Põlkten, na Áustria.

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF