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terça-feira, 14 de julho de 2020

Do Tratado sobre os Mistérios, de Santo Ambrósio, bispo

(Nn.12-16.19:SCh 25 bis,162-164)            (Séc. IV)

Tudo lhes acontecia em figura
A ti ensina o Apóstolo que todos os nossos pais estiveram debaixo da nuvem e todos atravessaram o mar e todos, conduzidos por Moisés, foram batizados na nuvem e no mar. Em seguida o mesmo Moisés diz no cântico: Enviaste teu espírito e o mar os cobriu. Nota que nesta passagem dos hebreus pelo mar já se prenuncia a figura do santo batismo, onde perece o egípcio, e liberta-se o hebreu. Não é isto o que diariamente o sacramento nos ensina, a saber, que a culpa é afogada, destruído o erro, e a santidade e toda inocência passam através dele?
Ouves que nossos pais estiveram debaixo da nuvem, a boa nuvem que refresca o ardor das paixões carnais, a boa nuvem que cobre com sua sombra aqueles que o Espírito Santo torna a visitar. Esta boa nuvem, em seguida, veio sobre a Virgem Maria e o poder do Altíssimo a envolveu com sua sombra, ao gerar a redenção do homem. Este milagre realizou-o Moisés em figura. Se, portanto, lá esteve o Espírito em figura, não estará aqui a realidade, já que a Escritura te diz que a lei foi dada por Moisés, mas a graça e a verdade nos vieram por Jesus Cristo?
Em Mara a fonte era amarga. Nela Moisés mergulhou um lenho e ela se tornou doce. A água, sem a proclamação da cruz do Senhor, não tem utilidade alguma para a futura salvação. Ao ser, porém, consagrada pelo salutar mistério da cruz, é usada no banho espiritual e no cálice da salvação. À semelhança daquela fonte em que Moisés, isto é, o Profeta, pôs o lenho, também nesta fonte o sacerdote proclama a cruz do Senhor e a água se faz doce para a graça.
Não creias apenas nos teus olhos corporais. Enxerga-se muito melhor o que não se vê, porque o que vemos é transitório, isto é terreno. No entanto, se vemos o que os olhos não alcançam, enxergamos com coração e a mente.
Por fim ensina-te o trecho do Livro dos Reis: Naaman era sírio, tinha a lepra e ninguém podia purificá-lo. Então disse-lhe uma menina escrava que em Israel havia um profeta, que o poderia curar da lepra. Tomando consigo ouro e prata, Naaman dirigiu-se ao rei de Israel. Conhecendo o rei o motivo da vinda, rasgou as vestes em sinal de luto e declarou que este pedido tão além do poder real era antes um pretexto para um ataque contra o reino. Mas Eliseu mandou dizer ao rei que lhe enviasse o sírio para que lhe fosse dado conhecer como Deus estava em Israel. Tendo ele chegado, o profeta fez-lhe saber que devia mergulhar sete vezes no rio Jordão. Naaman começou, então, a pensar que melhores eram as águas de sua pátria, onde muitas vezes mergulhara e nunca ficara limpo da lepra e quis voltar, sem obedecer à ordem do profeta. Mas, diante do conselho insistente de seus servos, enfim concordou em banhar-se e, limpo no mesmo momento, compreendeu que não era por virtude da água que se tornara purificado, mas pela graça.
Ora, Naaman duvidou antes de ser curado. Tu, porém, já estás são: não podes duvidar!

JESUS CRISTO BRILHARÁ PARA TI

10 frases de Jesus Cristo que transformaram a humanidade
Aleteia
Desde os primeiros séculos até os nossos dias, a Pessoa de Jesus Cristo é o alvo principal de inúmeras inverdades. No cinema, no teatro, na literatura e em tantas outras manifestações artísticas, vários autores apresentaram e apresentam distorções do verdadeiro rosto de nosso Redentor. Assim, nos anos 70 do século XX, Ele foi apresentado nas telas de cinema como um superstar, um mero homem, coberto de inúmeros pecados. Em anos mais recentes, um best-seller que também virou filme de cinema, apresentou-nos um Cristo que se envolveu com uma discípula e gerou um filho. Mudou o filme, mas a falsa visão de quem é Cristo permaneceu, ou seja, um simples homem que nada tinha de extraordinário. Essa não é a face do Deus vivo, ressuscitado e misericordioso que caminha conosco pela senda da História, aquecendo o nosso coração com a esperança de eternidade.
A Pessoa, os ensinamentos e a Boa Nova anunciada por Cristo são virados, revirados e até modificados, segundo os escusos interesses das obras das trevas. Neste sentido, nos últimos anos, assistimos nos noticiários que em algumas Escolas, localizadas em países de sólida tradição católica, foram proibidas a utilização e a montagem de presépios e, até, jogaram no lixo os que foram feitos pelos alunos das turmas de alfabetização, sob o pretexto de que era necessário se defender a crença dos não cristãos.
Até mesmo em nosso país, a maior nação católica do mundo, nos primeiros anos deste Terceiro Milênio, em uma exposição, um Banco apresentava objetos utilizados na prática da genitalidade e, até, os próprios órgãos genitais, feitos com objetos religiosos. Como não poderia ser diferente, demonstramos de imediato nossa indignação e exigimos o devido respeito, mas ao levantarmos a nossa voz, ouvimos queixas nos meios de transportes e assistimos noticiários em que autoridades governamentais nos acusavam de radicais, intolerantes e uns grandes inibidores da expressão artística.
Como foi bom, por outro lado, ver e ouvir inúmeros católicos, bradando: Não somos inibidores da expressão artística; somos, sim, simples cristãos que, com sinceridade de coração e bons propósitos, manifestam ao mundo o único e verdadeiro rosto de Cristo. Por amor a Cristo, pregamos a caridade da verdade.  De verdade, com caridade, não podemos nos calar, devemos sim, bradar junto com Tertuliano: “Não tireis do mundo sua única esperança!” (De carne Christi, 5,3).
O ataque à Pessoa de Cristo e a deformação de Sua mensagem, segundo os interesses dos inimigos de Deus, é um drama que continuaremos enfrentando e, por isso, é necessário que busquemos sempre apresentar a beleza dos sacramentos, a fecundidade da fé, os sinais da misericórdia divina e a alegria e a profundidade do Evangelho.
Temos que testemunhar que, por dever de justiça, não podemos equiparar o nosso único Salvador a um Buda, a um Zaratustra ou a um Tutancâmon. Diante da Pessoa de Cristo, temos que afirmar: “Meu Senhor e meu Deus!” (Jo 20,28). Temos que continuar crendo que, por amor, mesmo para aqueles que O perseguem, uma luz resplandecerá, o céu se abrirá, uma voz se ouvirá e “Cristo brilhará para ti!” (Ef 5, 14).
Todo aquele que consegue vencer os apelos do mundo, do pecado e do mal e consegue também superar os falsos conceitos de Deus, podem e devem bradar, juntos com São Hilário de Poitiers: “Antes de conhecer-te, eu não existia!” Podem também salmodiar: “Na presença dos anjos, cantarei os Vossos louvores; no Vosso santo templo vos adorarei, e, em reconhecimento de Vossa misericórdia e benefícios, glorificarei o Vosso nome!” (Sl 137, 1-2).
Para se conhecer a Cristo, é preciso que tenhamos fé. Para se aderir à Sua proposta de vida plena é necessário que tenhamos um sólido e expansivo amor. Pela vivência da caridade, aprendemos que conhecer, amar e servir a Cristo é a vocação básica de todo ser humano. O amor nos ensina que “o importante não é só nem sobretudo escutar Seus ensinamentos, Suas palavras, mas conhecê-Lo pessoalmente, ou seja, Sua humanidade e divindade, o mistério de Sua beleza. Ele não é só um Mestre, mas um Amigo, e mais do que isso, um Irmão. Como poderíamos conhecê-Lo se estamos distantes d’Ele? A intimidade, a familiaridade, o costume, nos fazem descobrir a verdadeira intimidade de Jesus Cristo”. (Papa Bento XVI, “Audiência geral” em 06 de setembro de 2006).
O contato diário com Cristo nos faz perceber que Ele não pode ser limitado à nossa inteligência mas, por revelação divina, sabemos que Ele é Deus e Homem verdadeiro! Ele é uno e trino! Ele é amor, misericórdia, justiça e compaixão! Ele é luz, amparo e abrigo! Ele é o Senhor onipotente, onisciente e onipresente! Ele é o Alfa e o Ômega! Ele é o amado que preenche de vida plena toda a nossa existência! Por amor a Ele, em oração, suplicamos: “Mostra-me a tua presença, mate-me a tua vista e formosura; olha que esta doença de amor já não se cura senão com a presença e com a figura”. (São João da Cruz, “Cântico espiritual, 11”).
Quando enxergamos tão de perto tantas perseguições e ataques à Pessoa de Cristo, percebemos a atualidade das palavras de São Paulo, que nos diz: “O Deus deles é o ventre, e a sua glória a própria vergonha, pois põem o coração nas coisas terrenas”. (Fil. 3,19). Perante as inverdades que se levantam todos os dias contra Cristo, nós temos a grata obrigação de desagravá-Lo, suplicando ao mesmo tempo: “Pai, perdoa-lhes, porque eles não sabem o que fazem!” (Lc 23,34).
Ajuda-nos, Senhor, na defesa da fé, para que possamos demonstrar aos materialistas, aos niilistas e aos secularistas a necessidade de saber salmodiar com renovada esperança: “Senhor, meu Deus, inquieto te procuro, sequiosa de ti está a minha alma, e meu corpo anseia por achar-te, eu te necessito como a terra sem água. Minha alma é como a terra ressequida, pois de Deus tem sede sem fim!” (Sl 62,2). Ajuda-os, Senhor, a aderir à fé para que, em união conosco, saibam professar: “Entre todos os nomes, o de Deus é o nome por excelência!” (Zac 14,9).
Aloísio Parreiras
Arquidiocese de Brasília

É verdade que um menino de 12 anos foi eleito Papa com o nome de Bento IX?

É verdade que um menino de 12 anos foi eleito Papa com o nome de Bento IX?

Fontes históricas o apresentam como um entre vários Papas “destituídos das qualidades humanas que deles se poderiam esperar”

OPapa Bento IX viveu no século XI, tempos em que Roma era dominada por famílias nobres e pouco exemplares moralmente. Ganhavam prestígio nessa época os Condes de Tusculum, com destaque para Gregório e seu filho Alberico. Seu principal objetivo era o Papado, porque o Papa detinha poder também de governo territorial. Para conquistar esse poder, famílias poderosas recorriam a meios ilícitos, que incluíam a manipulação dos eleitores do Sumo Pontífice: na época, o Papa era eleito pelo clero e pelo povo de Roma. Cada clã familiar tentava colocar na Sé de Pedro o candidato mais conveniente aos seus interesses particulares. É por isso que, nesse período conturbado, a história registra Papas “destituídos das qualidades humanas que deles se poderiam esperar“, como observa Dom Estêvão Bettencourt (OSB) ao responder à pergunta sobre a existência ou não de um menino de 12 anos que teria sido Papa.
Em 1032, Alberico de Tusculum conseguiu colocar um de seus quatro filhos no trono pontifício: Teofilato, que adotou o nome de Bento IX (1032-1034). O jovem pontífice era sobrinho de dois Papas anteriores: Bento VIII (1012-1024) e João XIX (1024-1032). Ao mesmo tempo, Alberico também entregava o governo civil de Roma ao seu filho mais velho, Gregório, como “cônsul dos romanos”.

Mas Bento IX tinha mesmo 12 anos?

Historiadores imparciais afirma que não é fácil reconstituir a biografia desse Papa, por falta de objetividade das fontes históricas. Há consenso em reconhecer que Bento IX manteve uma conduta pouco digna, mas muitas contradições no tocante à idade da sua eleição.
Os autores mais geralmente citados quando se trata da história desse pontífice não foram testemunhas oculares nem contemporâneas dos acontecimentos que narraram, além de se mostrarem influenciados por correntes partidárias da sua própria época. O principal deles é o historiador Rodolfo Glaber (985-1046/47), cujas menções a Bento IX foram reproduzidas pela maioria dos historiadores muito embora eles o reconheçam como um cronista de pouca autoridade, pouco disciplinado, que vagou por várias abadias e cujo texto é prolixo, confuso e envolto em imprecisões e contradições. Ainda assim, ele é a única fonte para certos episódios da história da Itália, da Alemanha e particularmente da França.
Considerando esses fatos, os críticos mais recentes levantam objeções à versão de que Bento IX tenha sido eleito aos 10 ou 12 anos de idade. Eles observam que os historiadores dos séculos XI e XII são severos ao criticar a conduta desse pontífice, mas não aludem à sua suposta idade infantil. É o caso de Desidério de Montecassino, Hermano Contrato, Leão de Óstia e Lucas de Grottaferrata, por exemplo, que mencionam apenas que o novo Papa era jovem. São Pedro Damião comenta que o Papa Bento IX começou a ter posturas censuráveis logo após a eleição, mas as posturas que descreve não seriam compatíveis com as de um menino de 10 ou 12 anos de idade. Em paralelo, os documentos mostram que esse pontífice exerceu desde o começo funções que uma criança ou adolescente não poderia exercer, como presidir sínodos. Além disso, homens de boa fama cooperaram com funções desse pontificado, como o chanceler Pedro, o arcebispo Lourenço de Amalfi e os abades Hugo de Farfa e Bartolomeu de Grottaferrata, o que não seria verossímil se o Papa fosse um menino. Por fim, o que se sabe da família de Bento IX não quadra com a pretensa idade da sua eleição: Alberico, seu pai, já era juiz em 999 e já estava casado em 1001; Gregório, seu irmão, já era pai de família em 1030 e já tinha prestado juramento em ato judiciário de 1014; e um dos seus sobrinhos é citado como bispo de Labico em 1044.
Os estudiosos modernos, encabeçados por L. Poole (Benedict IX and Gregory VI, em “Proceding of the British Academy” 1917-18, pág. 199-235) e S. Messina (Benedetto IX Pontefice Romano; Catania 1922), concluem que Bento IX tinha entre 25 e 30 anos de idade quando foi eleito Papa.
Não há dúvida, de qualquer modo, de que mesmo essa idade era juvenil demais para as responsabilidades do Sumo Pontificado, nem de que Bento IX não foi um Papa exemplar.
Ao resumir os fatos dizendo que “aos olhos da crítica objetiva, o episódio do ‘Menino-Papa’ se apresenta destituído de fundamento plausível” e deve ser colocado “entre as ficções da história”, dom Estêvão Bettencourt comenta:
“Tal verificação, porém, não surpreende o cristão: este sabe que a ‘a força (de Deus) se revela na fraqueza (do homem)’ (2 Cor 12,9) e que, por conseguinte, quanto mais saliente é a incapacidade humana nos episódios da história da Igreja, tanto mais ensejo também se tem para entrever e admirar o poder de Deus, que, exercendo-se na Igreja, a esta conservou incólume até o dia de hoje”.
___________
A partir das pesquisas de Dom Estêvão Bettencourt (OSB)
Aleteia

S. CAMILO DE LÉLIS, SACERDOTE, FUNDADOR DOS CLÉRIGOS REGULARES MINISTROS DOS ENFERMOS

S. Camilo de Lélis
S. Camilo de Lélis 
Primazia da Caridade

São Camilo de Lellis propõe uma mensagem bastante oportuna, porque nos estimula a viver a primazia da caridade.
Na Encíclica "Deus caritas est", Bento XVI o insere entre os "célebres modelos da caridade social", apresentando-o como exemplo para todos os homens de boa vontade. No decreto de Canonização, Bento XIV o define como “fundador de uma nova escola de caridade”.


A cruz vermelha

Camilo nasceu em Bucchianico, província italiana de Chieti, em 25 de maio de 1550, e faleceu em Roma, em 14 de julho de 1614.
Sua figura é, emblematicamente, ligada a uma cruz vermelha, que o Papa Sisto V o deixou bordar em seu hábito religioso, em 20 de junho de 1586.
Padre Sânzio Cicatelli, primeiro biógrafo do santo, narra, em 1620: “Nosso pai quis que usássemos a Cruz em nosso hábito religioso, como nossa insígnia e missão, por três motivos: primeiro, para se distinguir do hábito da Companhia de Jesus; segundo, para que o mundo saiba que todos nós, marcados por este sinal da Cruz, somos escravos ‘vendidos e dedicados’ ao serviço dos pobres enfermos; terceiro, para mostrar que esta é a religião da cruz, ou seja, da morte, do sofrimento e da lida. Assim, todos os que quiserem seguir o nosso modo de vida devem, de consequência, abraçar a cruz, negar a si mesmos e seguir Jesus Cristo até à morte”.


Ministros dos enfermos

Camilo foi tocado pela graça de Deus em 1575. Durante uma viagem ao convento de San Giovanni Rotondo, encontrou um frade que o deteve e lhe disse: “Deus é tudo! O resto é resto! Devemos salvar a alma, que não morre...”.
Ao chegar ao convento, pediu para se tornar capuchinho. Mas, por duas vezes, foi demitido por causa de uma chaga, que se abriu em sua perna no período das suas incursões militares. Por isso, foi internado no hospital romano de São Tiago, onde teve uma intuição: unir a disciplina pregressa de soldado com a caridade cristã, fundando os “Ministros dos Enfermos”. Para fazer parte desta Congregação era preciso fazer quatro votos: obediência, pobreza, castidade, serviço aos doentes.


Grande reformador

São Camilo de Lellis é considerado o primeiro grande reformador da profissão de enfermagem e da organização assistencial nos hospitais.
Quem assistia a um paciente, além de cuidar do corpo, - segundo São Camilo, - também deveria cuidar do espírito. Uma coisa completamente diferente do que acontecia nos hospitais da época, onde os doentes eram abandonados a próprio destino.
Como homem, eminentemente prático e simples, certamente não sem cultura e interesses, em seu apostolado educacional Camilo não buscava perfeições teóricas. Eram suficientes poucas diretrizes. Enfim, era excepcionalmente dotado de um profundo discernimento dos corações, de grande bom senso além de uma paterna doçura.



Vatican News

segunda-feira, 13 de julho de 2020

Do Tratado sobre os Mistérios, de Santo Ambrósio, bispo

Canção Nova
(Nn.8-11: SCh25 bis, 158-160)             (Séc.IV)
 Renascemos da água e do Espírito Santo
Que viste no batistério? Águas, sem dúvida, mas não só águas; viste também levitas servindo. Viste o sumo-sacerdote interrogando e consagrando. O Apóstolo te ensinou logo de início a não parar na contemplação do que se vê mas nas coisas que não se veem, porque as que se veem são temporais; eternas, as que não se veem. Em outro lugar encontras: O Deus invisível deixa-se insinuar desde a criação do mundo por tudo quanto foi feito, bem como seu poder eterno e sua divindade transparecem em suas obras. O mesmo Senhor também disse: Se não credes em mim, crede ao menos nas obras. Crê, portanto, estar na presença da divindade. Se crês nas ações porque não crês na presença? Donde proviria a ação se a presença não precedesse?
Observa que é um mistério muito antigo, prefigurado na própria origem do mundo. Logo no princípio, quando Deus fez o céu e a terra, o Espírito pairava sobre as águas. Não agia aquele que pairava? Pois fica ciente que operava na criação do mundo, pelo Profeta que te diz: Pela palavra do Senhor firmaram-se os céus, e pelo espírito de sua boca, todos os seus exércitos. Ambas as declarações se apoiam no testemunho profético: que pairava e que operava. Moisés é quem diz que pairava; Davi testemunha que operava.
Há ainda outro testemunho. Toda a carne se corrompera por suas iniquidades. E se diz: Meu espírito não permanecerá nos homens porque são carnais. Com isso, Deus mostrou que a impureza da carne e a nódoa de um pecado grave retiram a graça espiritual. Querendo então Deus renovar o que dera, mandou o dilúvio e ordenou ao justo Noé entrar na arca. Terminado o dilúvio, soltou primeiro o corvo, depois a pomba que voltou com um ramo de oliveira, segundo lemos. Vês a água, vês o lenho, vês a pomba e ainda duvidas do mistério?
A água ali está para banhar o corpo, lavando-o de todo pecado corporal, e nela fica sepultada toda torpeza. No lenho esteve pregado o Senhor Jesus quando padecia por nós. Como aprendeste no Novo Testamento na aparência da pomba desceu o Espírito Santo, o qual te inspira paz à alma e tranquilidade ao espírito.

O jejum dos Apóstolos (Parte 4): aonde os Apóstolos foram

O jejum dos Apóstolos (Parte 4): aonde os Apóstolos foram

Aonde os Apóstolos foram
Sempre que os Cristãos foram expulsos de um lugar, essa expulsão se tornou a oportunidade de trazer o Evangelho a um novo lugar. Após a morte de Santo Estevão, as Escrituras Sagradas nos dizem que “rompeu uma grande perseguição contra a comunidade de Jerusalém. Todos se dispersaram pelas regiões da Judeia e de Samaria, com exceção dos apóstolos. Os que se haviam dispersado iam por toda a parte, anunciando a palavra (de Deus)” (Atos 8,1.4). De repente, existiam comunidades em toda a Judeia, Galileia e Samaria. Mesmo Damasco tinha seu círculo de fiéis.
Todos esses convertidos provinham da comunidade judaica, mas em Atos 10 nós vemos os gentios (não-judeus) recebendo o Evangelho também. “Entretanto, aqueles que foram dispersados pela perseguição que houve no tempo de Estêvão chegaram até a Fenícia, Chipre e Antioquia, pregando a palavra só aos judeus. Alguns deles, porém, que eram de Chipre e de Cirene, entrando em Antioquia, dirigiram-se também aos gregos, anuncian¬do-lhes o Evangelho do Senhor Jesus. A mão do Senhor estava com eles e grande foi o número dos que receberam a fé e se converteram ao Senhor” (Atos 11,19-21).
Com o tempo, os Doze e os outros líderes da Igreja sairiam de Jerusalém para levar o Evangelho, tanto aos judeus como aos gentios. Nos Atos dos Apóstolos, vemos Paulo e Barnabé anunciando Cristo em Chipre e, depois, na Ásia Menor e Europa adentro (Grécia e Macedônia). O restante dos Atos é focado nas viagens de São Paulo, acabando com sua chegada a Roma.
Várias tradições sobre os outros Apóstolos foram atestadas por Hipólito de Roma (170-235) e, no século IV, pelo Bispo de Cesareia, Eusébio, em sua História Eclesiástica. Esses Apóstolos e os lugares em que pregaram são:
  • André – Cítia, Trácia e Grécia.
  • Bartolomeu – Pérsia e Armênia.
  • Tiago, filho de Alfeu – Ostracine no Baixo Egito.
  • João – Éfeso e a ilha de Patmos, para onde foi exilado.
  • Judas Tadeu – Edessa e Mesopotâmia.
  • Mateus – Pártia.
  • Pedro – Antioquia, Roma e os lugres mencionados em 1Pedro 1,1 (Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia).
  • Filipe – Frígia.
  • Tomé – entre os Partos, Medos, Persas e Indianos.
Três dos Apóstolos permaneceram em Jerusalém: Tiago, irmão de João, que foi morto por Herodes (At 12, 2); Matias; e Simão, o Zelote, que sucedeu a Tiago, o Irmão do Senhor, na liderança da Igreja de Jerusalém.
A Igreja de Jerusalém é chamada de “Mãe de Todas as Igrejas”, pois foi dela que o Evangelho se espalhou por todo o mundo.

As Igrejas de Roma, Alexandria, Antioquia, Jerusalém e Constantinopla são chamadas “Patriarcados Apostólicos” devido à sua conexão a um ou mais dos Apóstolos e seus discípulos. Várias Igrejas no mundo antigo também têm origem apostólica, dentre as quais, a de Atenas (Dionísio, o Areopagita), Creta (Tito),, Chipre (Barnabé) e Éfeso (Timóteo).
  • Lembre-se especialmente das Igrejas e Patriarcados Apostólicos em suas orações.
  • Rezamos em cada liturgia pelos “fundadores dessa Igreja Santa”. Descubra quem fundou sua Paróquia e de onde eles vieram.
  • Que as crianças pesquisem no Google os nomes de lugares que não lhes sejam familiares e que são associados aos Apóstolos. Aprendam suas localizações e seus nomes modernos.
  • Peça ao Senhor que preserve e fortaleça as Igrejas que sofrem no Oriente Médio, que foi Evangelizado pelos Apóstolos.
  • Rezem juntos os seguintes versos: “Por seus milagres e ensinamentos, Vossos discípulos iluminaram os confins do mundo, pregando a palavra de Vosso Reino de muitas maneiras, ó Salvador”.
Veritatis Splendor

Filme sobre Santa Faustina tem estreia on-line e pode ser assistido de casa

Foto: Captura de tela YouTube/
Divulgação (www.amoremisericordiafilme.com.br)
REDAÇÃO CENTRAL, 07 Jul. 20 / 12:53 pm (ACI).- Devido ao fechamento dos cinemas por causa da pandemia de Covid 19, o filme “Amor e Misericórdia: Faustina”, que conta a história de Santa Faustina Kowalska, teve sua estreia no último dia 1º de julho por meio do site oficial, onde pode ser alugado pelos internautas.
O filme, que inicialmente seria lançado no Brasil em abril deste ano, precisou ter sua estreia adiada por causa da quarentena adotada para evitar a propagação do novo coronavírus, que levou ao isolamento social e consequente fechamento dos cinemas.
“Foram meses de expectativa que encheram também os corações de toda equipe responsável pelo filme. Primeiro o fechamento dos cinemas, depois o adiamento das datas, mas sabemos que todas as coisas de Deus são assim mesmo, cheias de detalhes”, assinalaram os responsáveis pelo lançamento da produção no Brasil.
A obra de 2019, no formato docudrama, é dirigida pelo polonês Michal Kondrat e alcançou sucesso de público nos Estados Unidos. Agora, chega ao Brasil, distribuída pela “Lança Filmes”, com divulgação da “Kolbe Arte Produções”, especialista em conteúdo católico.
O filme é todo inspirado no Diário de Santa Faustina, um dos livros católicos mais vendidos no mundo todo. Conta a história da religiosa polonesa, desde a juventude, passando pelo ingresso na congregação, suas visões, a escolha do seu confessor, a pintura do quadro de Jesus Misericordioso, chegando à instituição da festa da Divina Misericórdia, que completou 20 anos este ano.
A atriz polonesa Kamila Kaminska interpretou Santa Faustina e também viveu momentos de profunda intimidade. “Em certo momento, parei de me concentrar em Santa Faustina e comecei a experimentar a presença, o amor e a confiança de Deus”, declarou.
O filme “Amor e Misericórdia: Faustina” pode ser alugado por meio do site amoremisericordiafilme.com.br, pelo valor de 12 reais. A cada filme alugado, a distribuidora repassará 2 reais para a pastoral de Rua de São Paulo.
LINK DO TRAILER:
ACI Digital

S. HENRIQUE II, IMPERADOR

S. Henrique II,  Coroação, 1002-1014
S. Henrique II, Coroação, 1002-1014  
Não se pode compreender plenamente a sua vida, partindo apenas da sua forte formação cristã, recebida desde criança.
Filho do duque da Baviera, Henrique nasceu em Bamberg, em 973, e cresceu em um ambiente profundamente cristão. Foi educado pelos cânones de Hildesheim e, depois, pelo bispo Saint Wolfgang, em Regensburg.
Sucedeu seu pai e, em seguida, também seu primo Otto III, tornando-se, em 1002, rei da Alemanha e, dois anos depois, também da Itália. No entanto, seu irmão Bruno renunciou à vida de corte para se tornar bispo de Augsburg; uma das suas irmãs tornou-se monja, enquanto a outra se casou com aquele que se tornariaSanto Estevão da Hungria. Em 1014, o Papa Bento VIII consagrou Henrique imperador do Sacro Império Romano.


Ligação do imperador com Cluny

A importante contribuição de Henrique para a reforma moral partiu da abadia de Cluny. A sua reforma não envolveu apenas a vida monacal, mas toda a Igreja, ajudando-a a combater a simonia, isto é, a venda ilícita de cargos religiosos, por remuneração, e a restaurar a centralidade do celibato dos sacerdotes.
Entre seus conselheiros de Henrique II encontrava-se Santo Odilon, abade de Cluny, do qual o monarca apoiou a reforma.
Em 1022, junto com o Pontífice, Henrique presidiu ao Concílio de Pavia, que emitiu sete cânones: contra o concubinato de sacerdotes e pela defesa da integridade do patrimônio eclesiástico. Ele restaurou ainda sedes episcopais, fundou a diocese de Bamberg e mandou construir a catedral, onde foi sepultado com sua esposa Cunegundes.
Seu interesse pelos aspectos litúrgico-eclesiais destaca-se sua solicitude para introduzir a oração do Creio na Missa dominical.


Escolhas políticas

Henrique foi também um governante de escolhas decisivas. Antes de tudo, reforçou o reino interno, lutando contra vários senhores rebeldes. Depois, aliou-se com as tribos eslavas pagãs, para combater o duque Boleslau, que queria subir ao trono da Polônia. Mas, no final, teve que reconhecer a independência da Polônia. Este acontecimento foi muito criticado, por ter-se aliado com populações não cristãs.
Henrique II foi até à Itália para derrotar Arduíno de Ivrea, que os senhores italianos o haviam eleito como rei, e lutar contra os bizantinos na Apúlia.


Amor por Santa Cunegundes

Um dos aspectos que mais se destacaram na vida de Henrique II foi sua profunda união com a esposa, Santa Cunegundes. O casal não conseguiu ter filhos. Alguns pensaram que os cônjuges haviam feito o voto de castidade; outros achavam que o problema era a esterilidade, como escreveu o contemporâneo, Rodolfo o Glabro, um dos maiores cronistas da Idade Média.
Ao contrário do que acontecia, muitas vezes, em plena Idade Média, com casos semelhantes, Henrique recusou-se repudiar Cunegundes, fazendo uma escolha que contribuiu para a sua fama de santidade, que, provavelmente, também partia das raízes do comportamento dos seus predecessores: os Otomanos sempre observavam uma íntima monogamia, não tinham filhos ilegítimos, e nem repudiavam. Trata-se de uma escolha que, sem dúvida, confirma seu profundo respeito pelo Sacramento do matrimônio e o amor pela própria esposa.
Santo Henrique II foi canonizado, em 1146, pelo Papa Eugênio III.

Vatican News

domingo, 12 de julho de 2020

A emocionada e emocionante despedida de Bento e Georg

BRACIA RATZINGEROWIE
ASSOCIATED Press\East News

Sacerdotes, amigos, irmãos: eles encararam com serenidade e fé o final da vida terrena, sabendo que a vida ilumina a morte e a morte ilumina a vida.

OPapa Bento XVI, de 93 anos, viajou no mês passado a Ratisbona, Alemanha, para visitar o irmão mais velho, pe. Georg Ratzinger, de 96, gravemente enfermo. Foi uma viagem quase de emergência, com pouco tempo de planejamento.
Peter Seewald, biógrafo de Bento, comentou sobre o Papa Emérito e a sua ligação com o irmão maior:
“Ratzinger não é o intelectual frio, o rígido príncipe da Igreja, mas uma pessoa emotiva e cálida. Essa é uma fé vivida e profundamente humana. E por isso mesmo, tão comovente”.
Seewald declarou que o afeto demonstrado pelos irmãos Ratzinger é um chamado à reflexão em tempos de coronavírus, quando muita gente foi praticamente obrigada a morrer sozinha.
BENEDICT XVI
SVEN HOPPE | dpa Picture-Alliance via AFP
Dom Rudolf Voderholzer, bispo de Ratisbona, comentou que a “visita muito emocionante” foi difícil devido ao pouco tempo de planejamento, mas que foi um alívio saber que pôde realizar-se o desejo dos dois irmãos Ratzinger de se reencontrar. Sobre Bento XVI, o bispo comentou:
“Foi uma viagem de humanidade. Vimos esse homem de grande espírito na sua fragilidade, na velhice e na finitude. Ele falava em voz baixa, quase sussurrante. A articulação foi difícil para ele. Seus pensamentos são completamente claros; a memória e a lucidez são fenomenais. Mas para a vida cotidiana ele depende da ajuda dos outros. É necessária muita coragem e humildade para se colocar nas mãos dos outros e mostrar isso em público”.
A diocese ofereceu hospedagem ao Papa Emérito no seminário de Ratisbona, que fica perto da casa em que morava o pe. Georg.

Família de fé

Bento aproveitou esta curta estadia em sua terra natal para visitar também o cemitério de Ziegetsdorf e rezar diante do túmulo de seus pais e de sua irmã mais velha, Maria, falecida em 1991. Ele já havia orado por eles no mesmo local durante uma visita anterior, quando ainda era o Papa reinante, acompanhado pelo irmão.
BRACIA RATZINGEROWIE
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Sempre unidos, os irmãos Ratzinger foram ordenados sacerdotes no mesmo dia, 29 de junho de 1951, na catedral de Freising. Dois dias depois de completarem 69 anos de sacerdócio, os irmãos foram separados nesta vida em 1º de julho de 2020: Georg partiu primeiro rumo à Casa do Pai.

Em “peregrinação a caminho de Casa”

Bento se prepara para a mesma viagem. No dia 7 de fevereiro de 2018, por ocasião do quinto aniversário da sua renúncia, o Papa Emérito enviou uma carta ao jornal italiano Corriere della Sera confirmando a natural deterioração da sua saúde física e afirmando, com grande simplicidade, que já estava “em peregrinação a caminho de Casa”. Ele escreveu na ocasião:
“Só posso dizer que, na lenta diminuição das forças físicas, estou interiormente em peregrinação para Casa. Para mim, neste último trecho do caminho, às vezes um pouco esgotador, é uma grande graça estar rodeado de amor e bondade tamanhos que eu não poderia ter imaginado”.
A serenidade diante do final da vida terrena é um sinal de fé. É a consciência de que a vida ilumina a morte e, portanto, a morte ilumina a vida. A morte, afinal, é apenas uma passagem.
Aleteia

OS COOPERADORES DA VERDADE

Artigo do Cônego Dr. Manuel Quitério – “Cada um de nós precisa de ...
Deus, o supremo criador de todas as coisas, quer contar conosco na realização de Sua obra redentora. Ele quer que não poupemos o menor esforço em prol do diálogo da salvação. Com esse intuito, Jesus Cristo nos envia em Seu nome a anunciar a salvação a todos os povos. “Cristo está diante de nós. Ele, que nos amou até ao extremo, é para todos nós fonte inexaurível de força, de criativa inspiração ecumênica, de paciência e de perseverança. Ele é a Verdade!”. (Discurso do Papa João Paulo II no Encontro com os representantes de outras confissões, em 27 de abril de 1997).

Quando aderimos à Verdade, somos enviados a anunciá-la em sua integridade. Afinal, “não diminuir em nada a doutrina salvadora de Cristo constitui eminente forma de caridade para com as almas”. (São Paulo VI, Humanae Vitae, nº 29). Por vontade expressa de nosso Redentor, somos recrutados como “cooperadores da verdade”. (3 Jo, 8). Todavia, ao nos enviar para proclamar a verdade, Jesus Cristo nos diz: “Faça-se isto com docilidade e respeito!”. (1 Pd 3,15).
O panorama do mundo atual é caracterizado pelo medo da morte e pela expansão do relativismo, do hedonismo e do niilismo. Países e continentes que, em um passado bem próximo, foram o berço do Cristianismo, hoje precisam com urgência de uma nova evangelização. A Europa se afunda destemidamente no assustador oceano de um novo modernismo.
Não só a Europa, mas também os demais continentes, são convocados a redescobrir a plenitude da verdade. Buscando agir para modificar esse triste panorama, no ano de 2006, em uma viagem à Alemanha, o Papa Bento XVI, bradou: “Vim à Alemanha para voltar a propor aos meus compatriotas as verdades eternas do Evangelho e confirmar os fiéis na adesão a Cristo, Filho de Deus, que se fez homem pela salvação do mundo. Estou certo de que na fé n’Ele, em Sua Palavra, se encontra o caminho não só para alcançar a felicidade eterna, mas também para construir um futuro digno do homem já nesta terra!” (Papa Bento XVI, na Cerimônia conclusiva da viagem apostólica à Alemanha, em 14 de setembro de 2006).
Chamar nossos compatriotas, amigos e familiares à vivência da fé não é apenas missão do Papa, é também missão dos bispos, dos sacerdotes, dos religiosos e de cada um dos fiéis leigos. Sem medo ou receios, sustentados pelo ardor missionário, devemos professar: “Caríssimo, não imites o mal, mas o bem. O que faz o bem é de Deus. Quem faz o mal não viu a Deus!” (3 Jo, 11).
Empenhando, com afinco, nossos dons e talentos no trabalho de semeadura da Boa Nova de Cristo, ouviremos em nosso coração a acalentadora voz de Jesus, a nos dizer: “Não há alegria maior para Mim do que saber que os Meus filhos vivem na verdade!” (3 Jo, 4).
Deus, por ser onipotente, não precisa de nós para difundir a Sua verdade, mas, como expressão de Seu amor, Ele quer contar com nosso entusiasmo e disponibilidade nessa grande obra de misericórdia, que é conduzir um amigo, um companheiro de trabalho ou de estudo, um familiar, ou até um desconhecido, de volta à vida da Igreja.
De diversos modos e em diversos apostolados, podemos e devemos proclamar a verdade em sua essência. O que não pode ser aceito é a acomodação dos cristãos que se esquecem de que nossa salvação se realiza paralelamente à salvação de nosso próximo. Todo tempo e todo momento são ocasiões propícias para se falar de Deus, de Seu amor e de Sua misericórdia. Hoje e agora, este exato momento, é o tempo de semear a doutrina de Cristo, é o tempo de edificar o Reino de Deus e é o tempo de se preparar para a colheita de novas e abundantes conversões.
O tempo ideal para o trabalho missionário é todo aquele em que percebemos que urge recristianizar a cultura e os povos! O tempo ideal para o trabalho missionário é todo aquele em que percebemos que nosso amor por nosso Redentor nos impulsiona em direção a novas messes! O tempo ideal para o trabalho missionário é todo aquele em que tememos que nossas fraquezas possam atrapalhar a obra de Deus e, por isso, em oração, dizemos: Meu Deus, ajudai-me a ser um semeador da caridade, da verdade e do bem!
Como missionários de Jesus Cristo, diante das incertezas e das inverdades, é nosso dever questionar: “Quem vos pôs obstáculos para não obedecerdes à verdade?”. (Gl 5,7). Anunciar a verdade sem medo e com renovada esperança é o desafio que Cristo nos faz neste Terceiro milênio da era cristã, mesmo em meio às tempestades.
Amparados em Nosso Senhor Jesus Cristo, saibamos anunciar a todos que o Amor está vivo! O Amor se revela na verdade! De verdade, é imensamente gratificante poder contemplar os campos dourados, esperando a ceifa! É transformador poder sentir que, de alguma forma, Deus nos envolveu em Sua obra missionária! Mais enriquecedor ainda é poder voltar cansado, mas renovado, do trabalho missionário, dizendo com a voz do coração: “Agradeço Àquele que me deu força, Cristo Jesus, nosso Senhor, a confiança que teve em mim ao designar-me para o Seu serviço!”. (1 Tm 1,12).
Aloísio Parreiras
Arquidiocese de Brasília

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF