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terça-feira, 21 de julho de 2020

O APOSTOLADO DA CONFISSÃO

O que é necessário para uma boa confissão? | by Douglas Dall'Agnol ...
Ecclesia
Há poucos meses, em uma conversa com uma pessoa que mora em outra cidade, esta me disse que não frequenta uma celebração da Santa Missa ou não recebe os sacramentos da fé há mais de dez anos, mas afirmou que tem certeza de que não tem nenhum pecado, pois sua consciência de nada a acusa. Ela não matou e nem roubou e está tudo certo.
Assim como essa pessoa, muitas outras, em nossos dias, não percebem a extensão e a gravidade do pecado, pois não sabem nem mesmo discernir o que é o pecado e vivem de acordo com suas próprias regras ou leis, esquecendo-se de que é Deus, com Seus Mandamentos e bem-aventuranças, quem define o que é erro ou o que é acerto, ou ainda, o que é luz e o que são trevas. Por isso, o próprio Cristo não se cansa de nos advertir: “Vê bem se a luz que há em ti não é treva!” (Lc 11, 35).
Amparados nos ensinamentos de Jesus Cristo e na Doutrina Católica, temos que realizar um amplo apostolado da confissão, demonstrando ao nosso próximo que cometer um pecado é querer livremente aderir ao mal, às trevas, à corrupção e ao egoísmo. Cometer um pecado é renunciar à plenitude do amor de Deus. Diante das tentações que nos cercam, não podemos titubear e nem mesmo esquecer-nos de que, por causa dos nossos pecados, nosso Senhor Jesus Cristo foi espancado, maltratado, traspassado, esmagado, condenado, flagelado e crucificado.
Quando pecamos, somos outros Judas que podem afirmar: “Pequei, traí o sangue inocente!” (Mt 27,4). Às vezes, somos piores do que Judas, e vendemos novamente o Cristo não por trinta moedas, mas por prazeres momentâneos, falsas ilusões, máscaras decrépitas, sucessos passageiros e fama transitória. Quando fazemos isso, Cristo é, de novo, escarnecido, esbofeteado, cuspido, rasgado, coroado de espinhos e vilipendiado! Tendo a consciência de que somos fracos e vulneráveis, não podemos e nem devemos nos expor a situações de pecado. Temos, sim, que bradar de maneira nova e constante: “Não nos deixeis cair em tentação!” (Mt 6,13) Ou ainda: “Recordai-vos, ó bom Jesus, que por mim subistes a Cruz: não permitais que me perca nesse dia!” (Hino Ave verum).
A luta contra o pecado é diária e só se torna vencedor o fiel que, com humildade e sabedoria, reconhece que sem Deus é fraco e vulnerável. Só se torna vencedor o fiel cristão que sabe recorrer, com contrição e arrependimento, ao Sacramento da Volta para poder retornar ao Corpo Místico de Cristo, pois “quando nos voltamos para o Mestre divino, nos convertemos a Ele, experimentamos a Sua misericórdia por meio do Sacramento da Reconciliação, descobrimos um olhar que nos perscruta profundamente e que pode reanimar as multidões e cada um de nós”. (Mensagem do Papa Bento XVI para a Quaresma de 2006).
Realizando o apostolado da confissão, eu quero agora lhe fazer um pedido. Em nome de nosso Redentor, eu lhe peço: “Não se deixe vencer pelo mal, mas seja vencedor do mal por meio do bem!” (Rm 12, 21). Peço-lhe ainda:  “Despojemo-nos das ações das trevas e vistamos as armas da luz!” (Rm 13,12). Lutemos com garra e afinco contra toda e qualquer forma de pecado que nos escraviza e nos afasta do amor de Deus. Professe com esperança e fidelidade que “não há nada melhor no mundo do que estar em estado de graça!” (São Josemaría Escrivá, “Caminho, nº 286”).
Na constante peleja contra o pecado, devemos crer que a presença de Deus em nossas almas, a vivência da graça sobrenatural, é o melhor antídoto contra o pecado, o mal e os erros. Nossa perseverança na vida da graça gera, em nosso íntimo, o repúdio a qualquer ato de desamor que leve ao enfraquecimento da santidade em nossas vidas. A graça produz em nós alegria interior e humildade. Por outro lado, o pecado produz em nós uma profunda tristeza, pessimismo, acomodação e desânimo.
A vivência da graça nas diversas situações do nosso dia a dia nos faz professar: “A alma que de verdade ama a Deus não pode estar satisfeita enquanto não o possuir realmente!” (São João da Cruz, “Cântico espiritual, 6,3”). Caso ocorra que, por insanidade, você venha a optar erradamente pelo pecado, saiba tirar as vendas dos olhos de sua alma e perceba que Deus o cerca com inúmeras graças atuais, para que possa voltar com entusiasmo ao seio da Igreja. Faça um bom exame de consciência, procure um sacerdote, confesse os seus pecados e diga com um profundo arrependimento: “Trago no coração uma grande tristeza e uma dor incessante!” (Rm 9, 2).
O pecado é um ato de desobediência aos projetos de Deus. Quando pecamos, deixamos de trilhar o rumo certo que Deus nos indica, para chafurdar nas ribanceiras e nas encostas das vielas e ruelas que a vida nos apresenta. Quando aderimos ao pecado, somos uns alpinistas inexperientes que se atrevem a escalar o Monte Evereste sem o mínimo conhecimento de escalada, ou até desprovidos dos equipamentos de segurança necessários. Quando aderimos ao pecado, somos uns marujos treinados em uma piscina de 25 metros que se aventuram em uma jangada em uma viagem sem bússola ou astrolábio, no meio do alto-mar. Quando aderimos ao pecado, somos uns surfistas da cidade grande que ultrapassam os arrecifes da Praia de Boa Viagem, no Recife, crendo que ataque de tubarões, naquela região, é coisa do passado. Traduzindo: quando pecamos, somos uns batizados néscios que, pela adesão ao pecado, ofuscamos o caráter de filhos de Deus que está em nossas almas, por querermos conhecer e viver uma vida sem Deus, sem graça, sem justiça, sem virtudes, sem dons, sem carismas, sem piedade, sem limites e sem responsabilidades.
Para concluir, é vital que não nos esqueçamos de que, para vencer o pecado, o mal e suas consequências, Jesus Cristo não se cansa de nos dizer: “Convertei-vos e crede no Evangelho!” (Mc 1,15). Nosso processo de conversão abarca toda a nossa vida, toda a nossa existência e, por isso, hoje é o dia da nossa conversão! Hoje é o dia da nossa reconciliação! Hoje é o dia da nossa salvação! Retornemos, com o coração contrito para a Casa do Pai, salmodiando: “Volta, alma minha, ao teu sossego, porque o Senhor foi bom para contigo; pois arrancou-me a alma à morte, os olhos às lágrimas, os pés ao tropeço. Continuarei o meu caminho diante do Senhor na terra dos viventes!” (Sl 116,7-9)
Aloísio Parreiras
Arquidiocese de Brasília

"O Tesouro da Tradição": Guia da Missa Tridentina.

Bíblia Católica News
ORAÇÕES AO PÉ DO ALTAR. SALMO 42 “Subirei ao altar de Deus”. Que forma excelente de começar a Missa! No topo do monte Moriá, a montanha santa em Jerusalém, ficava o Templo, no mesmo local onde Abraão recebera ordem de sacrificar seu único filho. Diante do Templo, o altar de holocaustos ardia dia e noite, e somente ali podiam se oferecer sacrifícios a Deus. Diz-se que o autor desse salmo foi um levita que viveu no exílio, longe de Jerusalém, e ele suspira de saudades. No entanto, mesmo na hora mais difícil, ele coloca sua confiança no Senhor e se apega à esperança de que sua oração logo será atendida.
CONFITEOR O Confiteor é a fórmula tradicional para a confissão de nossos pecados, rezada no confessionário, no Ofício Divino e também na Missa. Como é um sacramental, quem o reza pode obter o perdão dos pecados veniais, desde que esteja verdadeiramente arrependido. Veja como o sacerdote se curva enquanto reza o Confiteor, como se estivesse carregando o grande peso de nossos pecados em suas costas, assim como Nosso Senhor no Jardim de Getsêmani.
KYRIE Veja a estrutura do Kyrie: ele possui três grupos de três. Há várias partes da Missa em que um trecho é repetido três vezes, mas aqui são três vezes três! Isto em honra à Santíssima Trindade, nosso Deus que é Três em Um. Primeiro, dirigimo-nos a Deus Pai, que é Senhor. Depois a Cristo, a segunda pessoa da Trindade. E finalmente, nos dirigimos à terceira pessoa, o Espírito Santo, que procede do Pai e do Filho, e é também chamado de Senhor. Cada pessoa é invocada três vezes para demonstrar o fato de que cada pessoa da Santíssima Trindade vive no interior da outra. Essa relação é chamada perichoresis.
GLORIA O Gloria é também chamado de Doxologia Maior e ele incorpora elementos de nossa fé na Santíssima Trindade. Pode-se notar que ele preenche as quatro finalidades do sacrifício (adoração, propiciação, ação de graças e petição). Ele começa dirigindo-se a Deus Pai, e depois a Deus Filho e então ao Espírito Santo.
COLETA A Coleta é uma oração cujo nome vem do latim “colligere”, que significa ‘reunir’, e seu objetivo é exatamente esse: coletar as intenções da festa que está sendo celebrada e apresentá-las diante de nosso Pai Celeste.
EPÍSTOLA A Epístola é uma carta ou “lição”, geralmente tirada dos escritos de S. Paulo, mas ela pode ser também de cartas escritas por outros Apóstolos (Pedro, João, Tiago ou Judas), ou uma leitura dos Atos dos Apóstolos, do Livro do Apocalipse ou do Velho Testamento.
EVANGELHO Como Isaías, o sacerdote pede que seus lábios sejam purificados para proclamar a palavra de Deus dignamente. Aqui fazemos o sinal da cruz em nossa testa, lábios e coração, pedindo a Nosso Senhor que mantenha a Sua Palavra em nossos pensamentos, palavras e atos, deste dia e sempre. Repare que o celebrante remove seu manípulo antes de proferir a homilia. Ele volta a colocá-lo antes do Credo. Isto porque ele o usa especificamente quando intercede por nós.
CREDO O Credo é rezado em todo os domingos e solenidades, e omitido na maior parte das missas feriais (dias de semana).
Acabamos de atravessar a “ponte” da Missa da Preparação para a Missa da Realização.
OFERTÓRIO Na Igreja antiga, um salmo era cantado enquanto as oblatas do pão e vinho eram levadas ao altar pelos fiéis. A antífona do Ofertório é um vestígio daquele Salmo. Ao prepararmo-nos para celebrar o sagrado mistério da Eucaristia, oferecemos o nosso pão e vinho a Deus para a Sua bênção, mas deveríamos acrescentar nossos próprios dons. Nos tempos dos primeiros cristãos, os membros da Igreja formavam uma longa fila trazendo os seus dons de alimentos, vinho, ouro e joias preciosas ao altar. Hoje é costumeiro oferecer um donativo em dinheiro para sustento da Igreja e de seus sacerdotes, mas, mais importante, nós devemos oferecer a nós mesmos a Deus, elevando nossos corações a Ele juntamente com a Hóstia na patena, como fizeram muitos santos.
DEUS E A CRIAÇÃO SE UNEM O vinho derramado no cálice representa a natureza divina de Jesus, e a gota d’água que é misturada ao vinho representa a nossa natureza humana — e com ela a nós mesmos. Assim como os dois se misturam no cálice e não podem mais ser separados, ao juntarmos nosso sacrifício àquele sendo oferecido no altar, esperamos nos tornar um com Cristo na Eucaristia.
LAVABO Assim como o sacerdote rezou para que seus lábios fossem purificados antes de cantar as palavras do Evangelho, ele agora purifica suas mãos para prepará-las para tocar o que logo tornar-se-á o Corpo de Cristo. Como as mãos que vão tocar o Santíssimo Corpo de Nosso Senhor nunca poderão estar suficientemente puras, enquanto o sacerdote lava as suas mãos com águas nessa purificação simbólica, ele reza o Salmo 25, pedindo que permaneça puro pela ajuda de Deus.
PREFÁCIO O Prefácio é uma oração-hino baseada nas que eram usadas nas cerimônias da Páscoa judaica. Em certo tempo, cada Missa possuía seu próprio prefácio, mas hoje há apenas quinze que são usados em festas especiais. A melodia usada para entoar o Prefácio é a mesma que era usada pelos gregos antigos para proclamar os feitos de um herói na festa em sua homenagem. Note-se que, ao aproximar-se do final, o Prefácio recorda os anjos, cuja canção de louvor celestial vem a seguir.
SANCTUS “Vi ao Senhor assentado sobre um alto e elevado sólio… Os Serafins estavam sobre Ele… e clamavam um para o outro, e diziam: Santo, Santo, Santo, Senhor Deus dos exércitos, cheia está toda a terra da sua glória.” (Isaías 6, 1-3)
HANC IGITUR Esta oração contém quatro petições: 1. Que Deus aceite nossa oferenda; 2. Que Ele nos conceda paz em nosso tempo; 3. Que Ele nos salve da danação eterna; 4. Que Ele nos conceda a vida eterna.
A CONSAGRAÇÃO DA HÓSTIA “… alimentaste o teu povo com o mantimento dos anjos, e lhe deste o pão vindo do céu, preparado sem trabalho, que tinha em si toda a delícia, e a suavidade de todo o sabor.” (Sabedoria 16, 20)
A ELEVAÇÃO DA HÓSTIA Como uma fanfarra de trombetas anunciando a chegada de um rei terreno, quando você ouve a sineta tocar, sabe que nosso Rei Celeste veio a nós. Olhe reverentemente para a Hóstia Consagrada que o Padre ergue para que todos a vejam e diga com Tomé, o Apóstolo, “Meu Senhor e Meu Deus!” Quando fazemos isso, não só mostramos a Nosso Senhor o quanto o adoramos, mas podemos também receber uma indulgência.
A CONSAGRAÇÃO DO VINHO “Por que a vida do animal está no sangue, eu vo-lo dei para que sobre o altar expiásseis com ele as vossas almas e para que a alma fosse expiada pelo sangue.” (Levítico 17, 11)
A PEQUENA ELEVAÇÃO Esta doxologia é o coração solene do Cânon e de certa forma ela reflete o Sanctus que precedeu o Cânon. Foi durante aquele canto de louvor que o sacerdote entrou no “Santo dos Santos”, e é com este hino de louvor que ele reaparece. Como esse simbolismo era essencial na liturgia antiga da Missa, era apenas nesse momento que as espécies consagradas eram mostradas à adoração dos fiéis. O final da doxologia é rezado em voz alta para que possamos responder “amém” em afirmação do que até agora transcorreu em silêncio.
PATER NOSTER Agora que a parte sacrifical da Missa está completa, procuramos aplicar às nossas almas os frutos deste sacrifício perfeito. A oração perfeita sempre dá primeiro a Deus e só então pede para receber, e o Pai Nosso, vindo do próprio Senhor, estabelece o paradigma dessa perfeição. Santo Tomás de Aquino e Santo Agostinho observaram que toda a oração deve ter como modelo esse exemplo perfeito, que nos ensina até mesmo aquelas coisas que devemos pedir, e a ordem em que devemos pedi-las.
DOMINE, NON SUM DIGNUS “Rezamos para que não seja dito de nós: ‘As bodas com efeito estão preparadas, mas os convidados não eram dignos.'”. (Mateus 22, 8)
EIS O CORDEIRO DE DEUS! Em preparação para a festa da Páscoa, os judeus formavam grupos de 10-20 homens com quem celebravam a refeição da Páscoa. Eles então escolhiam um cordeiro imaculado entre os novilhos, lavavam-no com cuidado e o ungiam, e o mantinham à parte por três dias antes de sacrificá-lo. Durante esse período, ele era chamado de “Cordeiro de Deus”. Quando João proferiu essa frase ao ver Jesus, não houve dúvida quanto ao que queria dizer: esta era o Messias, que viera para salvá-los.
ENVIADOS AO MUNDO: “ITE, MISSA EST” “Vós sois a luz do mundo… Assim brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus.” (Mateus 5, 14-16) Até o século XII, era que aqui que terminava a Missa — na verdade, a oração que se segue à despedida, “Placeat tibi”, era conhecida como “a oração depois da Missa” porque ela era rezada privadamente pelo sacerdote após a Missa. Mas não devemos ir embora e esquecer que carregamos agora a luz de Cristo dentro de nós. Por isso, receberemos mais uma bênção final e instrução para lembrar-nos de nossa missão como católicos, de levar essa luz ao mundo.
BÊNÇÃO Tornamo-nos ostensórios vivos carregando a luz de Cristo dentro de nós. Antes de levar essa luz ao mundo, ajoelhamo-nos para receber a bênção final, como os cavaleiros de antigamente recebiam os seus escudos antes de serem enviados à batalha.
E HABITOU ENTRE NÓS No início da Missa, rezamos “Enviai-me a Vossa Luz e a Vossa verdade!”. É muito oportuno, portanto, que a Missa termine com as palavras: “e nós vimos a Sua glória, glória igual a que o Pai dá a seu Filho Único, cheio de graça e de verdade.”

PETIÇÕES ESPECIAIS PELA IGREJA Essas orações, que se dizem após a Missa Rezada, reúnem nossas petições de forma especial pelas intenções da Santa Madre Igreja.
Bíblia Católica News
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Oração da manhã dos enfermeiros

DOCTOR, MASK, PRAYING,
FamVeld | Shutterstock

Para rezar antes de iniciar o dia de trabalho

A oração da manhã abaixo foi muito usada na década de 1950 por estudantes de enfermagem e  revela a beleza e a importância desses profissionais, principalmente em épocas como a que estamos vivendo. Reze com fé ou compartilhe com aquele seu amigo ou amiga que trabalha para cuidar dos enfermos!
“Ó meu Deus, eu te ofereço todas as minhas ações deste dia pelas intenções e pela glória do Sagrado Coração de Jesus. Desejo santificar todas as batidas do meu coração, todos os meus pensamentos e minhas obras mais simples, unindo-os aos teus infinitos méritos; e desejo reparar meus pecados lançando-os na fornalha do teu amor misericordioso.
Ó meu Deus, peço que concedas a mim e àqueles que amo a graça de cumprir perfeitamente a Tua vontade, de aceitar por amor a Ti as alegrias e tristezas desta vida passageira, para que um dia possamos nos unir no Céu para toda a eternidade.
Meu Deus, estou prestes a começar o dia de trabalho. Ensina-me a ver no doente a Tua santa imagem. Faz com que eu alcance o sucesso dos meus esforços, sem Ti não posso ter sucesso. Que os doentes colocados sob meus cuidados sejam abundantemente abençoados, e que nenhum deles se perca por causa de qualquer coisa que me falta. Ajuda-me a superar todas as fraquezas do meu caráter e da minha conduta, e me fortalece naquelas virtudes que me permitirão trazer alegria e felicidade à vida das pessoas ao meu redor. Dedico-me, doce Jesus, ao serviço dos teus enfermos. Ajuda-me a ser paciente, gentil e caridoso com eles, para que um dia eu possa ouvir da tua boca  estas palavras consoladoras: “Tudo o que fizestes por meus irmãos sofredores, foi a mim que o fizestes. Entrai na glória do Senhor!”
Querido Senhor, faz com que apreciemos a dignidade de nossa vocação e suas muitas responsabilidades. Nunca nos permitas desonrá-lo, dando lugar à frieza, crueldade ou impaciência. Digna-te também a ser nosso paciente, Jesus, suportando nossas muitas faltas, olhando apenas para a nossa intenção, que é sempre te amar e te servir na pessoa de todos e de cada um dos teus doentes. Senhor, aumenta a nossa fé, abençoa nossos esforços e santifica nossas obras, agora e sempre. Amém.”
Aleteia 

O jejum dos Apóstolos (Parte 7): a Igreja dos Apóstolos é Católica


Apostolicidade

A Igreja dos Apóstolos é Católica
Quando os Apóstolos começaram a proclamar que o Cristo havia ressuscitado, eles foram a lugares onde havia comunidades judaicas e concentraram seus esforços sobre essas comunidades. Logo, entretanto, algo aconteceu para a mudança dessa conduta. Os capítulos 10 e 11 dos Atos dos Apóstolos narram a experiência de São Pedro com os gentios em Cesareia e como ele foi levado a admiti-los na comunidade Cristã. Desafiado por alguns fiéis de origem judaica, Pedro explicou o motivo pelo qual se sentiu movido por Deus. “Depois de terem ouvido essas palavras, eles se calaram e deram glória a Deus, dizendo: ‘Portanto, também aos pagãos concedeu Deus o arrependimento que conduz à vida!’” (Atos 11,18).
Conforme a Igreja cresceu, ela se tornou cada vez mais diversificada, incluindo pessoas de todas as culturas e classes sociais do mundo antigo. A unidade da Igreja não foi baseada em razões étnicas, culturais ou econômicas, mas no Cristo. Conforme São Paulo escreveria: “Já não há judeu nem grego, nem escravo nem livre, nem homem nem mulher, pois todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gálatas 3,28).
Os anos passaram e as Igrejas locais desenvolveram várias práticas, que refletem diferenças regionais, mas que as mantêm unidas em Cristo. Diferentes liturgias, disciplinas, espiritualidades e até mesmo teologias surgiram. Enquanto algumas, as heresias, contrariavam a mensagem do Evangelho, outras práticas eram harmônicas com o mesmo Evangelho. Ser Católico, então, não significava ser uniforme em prática, mas estar unido na diversidade. Séculos depois, esse princípio seria expresso no seguinte dito: “no essencial, unidade; em matérias nas quais há dúvidas, liberdade; em tudo, caridade”.
Através dos séculos, várias dessas correntes prevaleceram e caracterizaram diferentes Igrejas locais. Hoje, encontramos esses “ritos”, como eles passaram a ser chamados, ainda em florescimento em diferentes Igrejas Católicas e Ortodoxas históricas:
  • Armênia – originária da primeira nação a adotar o Cristianismo formalmente: a Armênia;
  • Assíria/Caldeia – originária da Mesopotâmia e encontrada hoje nos Cristãos Caldeus do Iraque e na Igreja Siro-Malabar na Índia;
  • Bizantina – a tradição grega e eslavônica predominante na Europa Oriental e o Oriente Médio “Romano” (Roum);
  • Copta – a tradição egípcia, que também originou as Igrejas da Eritréia e da Etiópia.
  • Maronita – a tradição Siríaca do Líbano;
  • Romana – originária das Igrejas da Europa Ocidental.
  • Siríaca – originária na porção do Oriente Médio onde se fala o idioma Siríaco. Também encontrada nas Igrejas Siríacas da Índia.
Com os padrões modernos de expansão e imigração, todas essas Igrejas históricas e tradições estão agora espalhadas por todo o mundo.
  • Visite uma Paróquia de outra Igreja Oriental que fique perto de você. Aprenda algo sobre suas similaridades e diferenças em relação à nossa própria tradição.
  • Explique essas diferenças comparando-as aos quatro Evangelhos. Não são idênticos, mas expõem a mesma figura: a de Cristo.
  • Para ter uma experiência melhor dessa diversidade, colete amostras da música e das cerimônias dessas diferentes Igrejas históricas no YouTube.
  • Muitas dessas Igrejas estão passando por severa opressão em suas terras-natais. Acrescente às tuas orações uma oração pelas nossas Igrejas irmãs que sofrem.
  • Rezem juntos o seguinte verso: “Vós Sois a Luz que existe desde todo o sempre. Quando quisestes, em Vosso inefável Amor pela humanidade, descer à minha humanidade e, em Vossa Bondade, tomar a carne, Vós fizestes com que Vossos Apóstolos e Discípulos se tornassem reflexos do Vosso Radiante Esplendor, ó Salvador. Eles foram enviados com esplendor para iluminar toda a criação com Vossa Divina Luz; pelas suas orações, iluminai e salvai nossas almas”.
Veritatis Splendor

segunda-feira, 20 de julho de 2020

Paróquias, transformar-se para evangelizar

Celebração eucarística na Paróquia de São Pedro, em Porto Alegre
Celebração eucarística na Paróquia de São Pedro, em Porto Alegre 
Foi publicada a Instrução “A conversão pastoral da comunidade paroquial a serviço da missão evangelizadora da Igreja”, nesta segunda-feira (20/07), redigida pela Congregação para o Clero. Abordados os vários projetos de reforma das paróquias, entre a falta de vocações e o compromisso renovado dos leigos no anúncio.

Isabella Piro/Mariangela Jaguraba – Vatican News

Na Igreja há lugar para todos e todos podem encontrar seu lugar, respeitando a vocação de cada um: este é o sentido da Instrução sobre a paróquia. O documento não contém novidades legislativas, mas propõe modalidades para aplicar melhor a normativa vigente, a fim de favorecer a corresponsabilidade dos batizados e promover uma pastoral de proximidade e cooperação entre as paróquias. O que emerge, sobretudo, é a urgência de uma renovação missionária, de uma conversão pastoral da paróquia, para que ela redescubra o dinamismo e a criatividade que a levam a ser sempre “em saída”, com a contribuição de todos os batizados. Composta de onze capítulos, a Instrução pode ser dividida em duas grandes áreas: a primeira (cap. 1-6), oferece uma reflexão ampla sobre a conversão pastoral, o sentido missionário e o valor da paróquia no contexto contemporâneo; a segunda (cap. 7-11), se detém nas repartições das comunidades paroquiais, nas diferentes funções presentes nelas e nas modalidades de aplicação das relativas normas.

"A paróquia é uma casa em meio às casas"
Sinal permanente do Ressuscitado no meio do povo, “a paróquia é uma casa em meio às casas”, lê-se na primeira parte do documento, e o seu sentido missionário é fundamental para a evangelização. A globalização e o mundo digital mudaram o laço específico com o território, que não é somente um espaço geográfico, mas um espaço existencial. É justamente nesse contexto que surge a “plasticidade” da paróquia, capaz de entender as exigências dos tempos e adaptar seu serviço aos fiéis e à história. Por isso, a Instrução sublinha a importância de uma renovação missionária das estruturas paroquiais: longe de se tornar autorreferencial e de esclerosar-se, elas deverão investir no dinamismo espiritual e na conversão pastoral baseada no anúncio da Palavra de Deus, na vida sacramental e no testemunho da caridade.
A “cultura do encontro” é o contexto que promove o diálogo, a solidariedade e a abertura a todos: a comunidade paroquial é chamada a desenvolver uma verdadeira e própria “arte da proximidade”. A Instrução recomenda o testemunho da fé na caridade e a importância da atenção aos pobres que a paróquia evangeliza, mas pelos quais se deixa evangelizar. Todo batizado deve ser um “protagonista ativo da missão evangelizadora”, reitera a Congregação para o Clero, e isso exige “uma mudança de mentalidade e uma renovação interior” para que haja uma reforma missionária da pastoral. Naturalmente, estes processos de mudança deverão ser flexíveis e graduais, porque cada projeto deve estar situado na vida real de uma comunidade, sem ser imposto de cima e sem “clericalizar” o serviço pastoral.

Repartições paroquiais
A segunda parte da Instrução se abre com a análise das repartições paroquiais: elas deverão seguir o “fator chave” da proximidade, considerando a homogeneidade da população e as características comuns do território. O documento se detém nos procedimentos específicos relativos à incorporação, a fusão ou a divisão de uma comunidade paroquial em paróquias autônomas, e nos Vicariatos forâneos que reúnem várias unidades paroquiais, e as áreas pastorais que reagrupam mais Vicariatos forâneos.

O pároco, “pastor próprio” da comunidade
A seguir, se aborda o tema da atenção ao cuidado pastoral das comunidades paroquiais, tanto na forma ordinária quanto extraordinária: em primeiro lugar, é sublinhado o papel do pároco como “pastor próprio” da comunidade. Ele está a serviço da paróquia, e não o contrário, recorda a Instrução, e cuida plenamente das almas. Consequentemente, o pároco deve ter recebido a Ordem do presbiterado; qualquer outra possibilidade está excluída. Administrador dos bens da paróquia e representante jurídico da mesma, o pároco deve ser nomeado por tempo indeterminado, pois o bem das almas exige estabilidade e requer o conhecimento da comunidade e sua proximidade. No entanto, a Instrução recorda que, quando uma Conferência Episcopal estabelece por decreto, o Bispo pode nomear um pároco por um período determinado, desde que não seja inferior a cinco anos. Além disso, uma vez atingida a idade de 75 anos, o pároco tem o “dever moral” de apresentar a sua renúncia, mas não deixará o cargo enquanto a renúncia não for aceita e comunicada pelo Bispo por escrito. Em todo caso, a aceitação será sempre por uma “causa justa e proporcional”, de modo a evitar uma concepção “funcionalista” do ministério.

Diáconos: ministros ordenados, não “meio padres e meio leigos”
Uma parte do oitavo capítulo é dedicada aos diáconos: colaboradores dos bispos e dos presbíteros na única missão evangelizadora. São ministros ordenados e participam, ainda que de forma diferente, do Sacramento da Ordem, especialmente no âmbito da evangelização e da caridade, incluindo a administração dos bens, a proclamação do Evangelho e o serviço à mesa eucarística. Não devem ser considerados “meio padres e meio leigos”, afirma a Instrução, citando o Papa Francisco, nem devem ser vistos na perspectiva do clericalismo e do funcionalismo.

O testemunho dos consagrados e o generoso compromisso dos leigos
A Congregação para o Clero reflete também sobre os consagrados e os leigos dentro das comunidades paroquiais: dos primeiros, se recorda não tanto “o fazer”, mas “o ser testemunhas de um seguimento radical de Cristo”, enquanto dos leigos, se enfatiza a participação na ação evangelizadora da Igreja e pede-lhes “um compromisso generoso” para um testemunho de vida conforme ao Evangelho e a serviço da comunidade paroquial. Os fiéis leigos podem também ser instituídos leitores e acólitos (ou seja, para o serviço do altar) de forma estável, com um rito especial, desde que estejam em plena comunhão com a Igreja Católica, haja uma formação adequada e uma conduta pessoal e pastoral exemplar. Além disso, em circunstâncias excepcionais, podem receber outras funções do Bispo, “a seu prudente juízo”: celebrar a Liturgia da Palavra e o rito das exéquias, administrar o Batismo, auxiliar nos matrimônios, com a permissão prévia da Santa Sé, e pregar na igreja ou no oratório em caso de necessidade. Não poderão, em nenhuma circunstância, fazer a homilia durante a missa.

Organismos de corresponsabilidade eclesial
A Instrução reflete também sobre os organismos paroquiais de corresponsabilidade eclesial, dentre os quais o Conselho para os Assuntos Econômicos. De carácter consultivo, presidido pelo pároco e composto por pelo menos três membros, ele é necessário porque a gestão dos bens de uma paróquia é “um âmbito importante da evangelização e do testemunho evangélico para a Igreja e para a sociedade civil”. Os bens são da paróquia e não do pároco, reafirma a Congregação para o Clero. A tarefa do Conselho para os Assuntos Econômicos será a de promover uma “cultura da corresponsabilidade, transparência administrativa e apoio às necessidades da Igreja”. O Conselho Pastoral Paroquial é também consultivo e sua instituição é “fortemente recomendada”. Longe de ser um simples organismo burocrático, este Conselho deve gerar uma espiritualidade de comunhão, destacando a centralidade do Povo de Deus como sujeito ativo da evangelização. A sua função principal é a pesquisa e o estudo de propostas práticas de iniciativas pastorais e caritativas da paróquia, em sintonia com o caminho da diocese. Para se tornarem operacionais, tais propostas devem ser aceitas pelo pároco.

Não a um “preço a pagar” pelos Sacramentos, a oferta é gratuita 
O último capítulo se detém nas ofertas para a celebração dos sacramentos: elas devem ser “um ato livre” por parte de quem oferta e não devem ser exigidas como se fossem um imposto ou uma taxa. A vida sacramental não deve ser “negociada”, recomenda a Instrução, e a celebração da Missa, como outras ações ministeriais, não pode estar sujeita a tarifas, barganhas ou comércio. Os presbíteros são exortados a dar um exemplo virtuoso no uso do dinheiro, através de um estilo de vida sóbrio e uma administração transparente dos bens paroquiais. Deste modo, será possível sensibilizar os fiéis para que contribuam voluntariamente para as necessidades da paróquia, que também são suas responsabilidades.

Textos precedentes
Recorda-se que a atual Instrução vem depois da Instrução interdicasterial de 1997, dedicada ao tema “Ecclesia de mysterio, sobre algumas questões relativas à colaboração dos fiéis leigos no ministério dos sacerdotes”, e da Instrução de 2002, publicada pela Congregação para o Clero e centrada no “O Presbítero pastor e guia da comunidade paroquial”.

Vatican News

Bioética, a continuidade do magistério para iluminar diferentes horizontes

O livro "Os Papas e a Pontifícia Academia para a Vida"
O livro "Os Papas e a Pontifícia Academia para a Vida" 
“Um mundo onde a tecnologia está ao serviço dos povos e não a humanidade ao serviço da tecnologia”. Palavras de Dom Vincenzo Paglia, na entrevista sobre o livro “Os Papas e a Pontifícia Academia para a Vida”.

Debora Donnini – Vatican News

A Libreria Editrice Vaticana publicou o livro “Os Papas e a Pontifícia Academia para a Vida” que apresenta dentro do contexto das rápidas mudanças da ciência e da tecnologia os pronunciamentos dos Papas sobre o assunto. Uma coletânea de Discursos, Cartas e Mensagens que oferece, entre outras coisas, um panorama das iniciativas que têm caracterizado a Pontifícia Academia para a Vida desde seu nascimento, em 1994, a pedido de São João Paulo II, até os dias de hoje.

Cardeal Pietro Parolin escreve o prefácio
O prefácio escrito pelo cardeal Secretário de Estado Pietro Parolin destaca que são mais de 25 anos marcados pela atenção de três Papas, que permitem "acompanhar a evolução progressiva dos muitos temas tratados e a atenção que o Magistério dos Papas tem dedicado constantemente a eles", lembrando também o tumultuado desenvolvimento do conhecimento científico e da tecnologia que levou "a uma contínua expansão dos aspectos que devem ser considerados para proteger e promover a vida humana". Os discursos apresentados, explica o Cardeal Parolin, devem ser lidos com base nas Encíclicas e outros documentos dos Papas para compreender a densidade da mensagem de cada texto. Para o Secretário de Estado, é também uma oportunidade de agradecer à Academia pelo seu trabalho na delicada fronteira da tutela e promoção da vida em todas as suas fases.

Dom Vincenzo Paglia faz a Introdução
Na Introdução escrita pelo presidente da Pontifícia Academia para a Vida, Dom Vincenzo Paglia ressalta como esta coleção permite captar o profundo vínculo que une estes Documentos. E descreve a contrIbuição de cada Papa:

São João Paulo II
Sem dúvida um dos pensamentos fortes de São João Paulo II era o apelo à integração da pesquisa científica com a ética e também a luz que vem da Revelação Cristã, particularmente diante dos perigos do utilitarismo e da mentalidade da pretensa autonomia absoluta do homem, "como se ele fosse o autor de sua própria vida”. Essencialmente, um humanismo fechado à transcendência. Portanto, é importante, enfatiza Dom Paglia na Introdução, lembrar da ligação entre ética e direito, onde a primeira deve encontrar a segunda e onde emerge que o positivismo do direito está sempre ligado ao relativismo ético.

Bento XVI
Com Bento XVI, sublinha o prelado, há um aprofundamento sistemático destes temas e também a introdução de outros novos temas. Na sua reflexão é central o tema da consciência cristã e a relação entre razão e fé, um traço distintivo de seus ensinamentos. Um vínculo no qual a razão é chamada a realizar um processo de purificação através do diálogo com a fé, tanto que Bento XVI escreveu que foi o próprio cristianismo que criou aquela matriz cultural que "tornou possível na Europa da Idade Média o desenvolvimento do conhecimento científico moderno, que nas culturas anteriores tinha ficado apenas na semente".

Papa Francisco
Na mesma linha dos ensinamentos de São João Paulo II e de Bento XVI estão também as intervenções do Papa Francisco. A atenção dada na Laudato Si’ à ecologia integral, e também aos cuidados paliativos e às implicações ligadas ao desenvolvimento e ao uso da inteligência artificial e da robótica. Também foi importantíssimo o novo Estatuto de 2016 para a Pontifícia Academia para a Vida e, entre os documentos de Francisco, a Humana Communitas, a Carta por ocasião do 25º aniversário da fundação da Academia com a indicação da família e da relação entre homem e mulher como o lugar central de iniciação à fraternidade para toda a humanidade.

Entrevista com Dom Vincenzo Paglia
Refletindo sobre as contribuições dadas ao nascimento e desenvolvimento da Pontifícia Academia para a Vida por João Paulo II, Bento XVI e pelo Papa Francisco, o senhor enfatiza o vínculo profundo que os une e define como "um verdadeiro corpus orgânico e unitário, também através da variedade de contextos históricos e diferenças linguísticas". Portanto estamos falando de um único fio condutor que se baseia na necessidade de que a ciência e a tecnologia reconheçam como inviolável a dignidade do homem em todas as suas fases?
Dom Vincenzo Paglia: A continuidade do Magistério e a continuidade do trabalho emergem com grande força na leitura síncrona dos discursos que os Papas dirigiram à Pontifícia Academia para a Vida nestes 25 anos de vida. Na introdução ao livro, o Secretário de Estado, Cardeal Pietro Parolin, observa exatamente que a fé anima a pesquisa sobre as questões inéditas que a história nos propõe, a fim de tratá-las no nível ético. Como presidente da Pontifícia Academia para a Vida, achei apropriado reunir as intervenções dos três Papas: poderíamos dizer um magistério que, em continuidade, soube ler a história em seu dinamismo e encontrar palavras apropriadas para iluminar seus diferentes horizontes. A extraordinária intuição de João Paulo II revela-se verdadeiramente fecunda e muito atual, mesmo nestes tempos de coronavírus e tecnologias que intervêm nas diversas fases da vida humana. Ética e direito, defesa da vida e defesa da dignidade humana, uma visão antropológica básica que focaliza o valor da pessoa humana. Mas também os desafios colocados pela ciência e tecnologia que nunca são neutros e por uma visão das relações econômicas e sociais que devem colocar as pessoas e as famílias no centro, pólos fundamentais para o desenvolvimento de uma sociedade verdadeiramente humana. Estes e muitos outros são os pontos em comum que podem ser encontrados através da leitura dos discursos dos Papas.
O Magistério de Bento XVI é sem dúvida marcado pela relação entre fé e razão. O que se destaca em particular em seus discursos à Pontifícia Academia para a Vida?
Dom Vincenzo Paglia: Ética e ciência, fé e razão, e o papel da consciência moral são as três articulações dos discursos do Papa Bento XVI. A confiança na ciência nunca deve nos fazer esquecer o primado da ética; a confiança na razão abre e enriquece o diálogo com a fé. E no desafio para a defesa da vida, o primado da consciência moral está sem dúvida em primeiro plano. Nos dramas das pessoas - pense nas mulheres que fazem aborto ou nos doentes que pedem a eutanásia - a Igreja se volta para a consciência, proclama o Evangelho da vida que chama todos à conversão, para que a vida seja sempre plenamente humana, preservada em sua dignidade.
Na mesma linha do ensino de São João Paulo II e Bento XVI estão também as intervenções do Papa Francisco, como o contraste à eutanásia e ao aborto. O que lhe impressiona no seu apelo à construção de um humanismo fraterno de indivíduos e povos, sublinhado na Carta Humana Communitas para os 25 anos da Pontifícia Academia?
Dom Vincenzo Paglia: Com o Papa Francisco, na esteira do Magistério anterior, o olhar da Academia foi ampliado: o Papa pediu primeiro que a Academia servisse a vida humana não apenas no início e no fim, mas em cada momento da existência. Para fazer isso, ele queria cientistas de diferentes disciplinas e de muitas origens culturais e religiosas. Deste mandato surgiram os estudos (e as intervenções do Papa Francisco) sobre novos capítulos: refiro-me em primeiro lugar às novas tecnologias - chamadas convergentes - e no impacto que elas têm sobre o desenvolvimento, sobre a qualidade de vida, sobre a melhoria das possibilidades de cuidado para todos e não apenas para alguns. Por exemplo, a robótica ou a inteligência artificial e a introdução de sistemas avançados mudam a relação do homem consigo mesmo e com o meio ambiente. Penso no horizonte da "bioética global", que exige que ampliemos nossa análise para as transformações trazidas pelo desenvolvimento da ciência e da tecnologia e que verifiquemos o impacto na qualidade de vida humana. Falo do prolongamento da vida humana que ocorreu graças ao progresso da pesquisa e então entram na reflexão tópicos como os cuidados paliativos, questões de fim de vida, o papel da espiritualidade e das religiões no delineamento de um sentido para a vida na era tecnológica A Pontifícia Academia para a Vida é estimulada a desenvolver uma reflexão que leve em conta os desafios em um planeta onde as possibilidades de desenvolvimento, de vida, de uso de tecnologias não são para todos. Um planeta que sofre com a exploração indiscriminada dos recursos causada por um modelo de desenvolvimento que consome e acaba em vez de se preocupar em renovar e dar um futuro a todos. É por isso que a vida, para a Igreja, nunca é entendida abstratamente, ela é declinada em suas diversas fases, em contextos sociais e culturais, e o objetivo profundo é nos ensinar como construir uma Humana Communitas. Um mundo onde a tecnologia está ao serviço dos povos, para o bem comum, e não a humanidade ao serviço da tecnologia.
Vatican News

Um incêndio voraz causa graves danos à catedral de Nantes, na França

Incêndio na Catedral de Nantes. Foto: Captura de vídeo
PARIS, 18 Jul. 20 / 11:33 am (ACI).- A catedral gótica de São Pedro e São Paulo de Nantes, norte da França, foi gravemente danificada por um incêndio que teve início pouco antes das 8h (horário local).
O fogo surgiu no interior desta catedral, que começou a ser construída no século XV, por causas desconhecidas, embora a promotoria francesa não descarte que tenha sido intencional.
De fato, confirmou-se que o fogo teve três focos iniciais diferentes, um indício de que o incêndio não foi fruto do acaso. De qualquer forma, deve-se esperar que o fogo seja completamente extinto para que os bombeiros possam acessar o interior do templo e uma primeira análise possa ser feita para lançar novas pistas sobre as causas.
A rápida atuação dos bombeiros impediu que o incêndio causasse danos irreversíveis, embora tenham sido dados por perdidos o órgão e inúmeras obras de arte. Além disso, teme-se que o fogo esteja afetando a estrutura interna do templo, pois as chamas se concentraram na nave central.
Nos vídeos que circulam na internet, é possível observar grandes chamas surgindo do interior da catedral através da rosácea e das janelas da fachada, cujos vitrais foram destruídos.
Dom Michel Aupetit, Arcebispo de Paris, afirmou em uma mensagem publicada em seu perfil da rede social Twitter que “uma catedral incendiada é uma experiência que desejaríamos não ter vivido novamente”.
“Agradeço de coração aos bombeiros que, de novo, demonstraram sua coragem e rezamos por eles, assim como por todos os que, em Nantes, católicos ou não, se sentem afetados por este novo drama”.
Este incêndio acontece pouco mais de um ano depois do incêndio que também atingiu gravemente a emblemática catedral de Notre Dame de Paris, em abril de 2019. Assim como naquela ocasião, o valor religioso e patrimonial desta catedral é imenso e sua perda seria irreparável.
Esta catedral já havia sofrido vários danos durante a Segunda Guerra Mundial, em um bombardeio em 1944. Também em 1972, um incêndio destruiu o telhado da catedral.
A pedra fundamental deste edifício foi colocada em 1434 e sua construção durou até 1891. Embora responda a vários estilos arquitetônicos, a catedral de Nantes é considerada um dos maiores expoentes da arquitetura gótica flamejante.
ACI Digital

Pintam mensagem “Baby Lives Matter” do lado de fora de multinacional abortista

"Baby Lives Matter" escrito em frente à clínica de Planned Parenthood em Salt Lake City.
Crédito: Captura de vídeo / Twitter @TaylerUSA.
SALT LAKE CITY, 20 Jul. 20 / 09:02 am (ACI).- Neste sábado, 18 de julho, a mensagem "Baby Lives Matter" - "As vidas dos bebês importam" - foi pintada do lado de fora de uma clínica da multinacional Planned Parenthood, em Salt Lake City, Utah (Estados Unidos).
De acordo com a rede americana KUTV, a pintura foi realizada por volta das 13h (hora local), em 18 de julho.
O autor da pintura, Tyler Hansen, disse à rede que usou tinta facilmente lavável que não duraria mais de 10 dias para evitar problemas com as autoridades. No entanto, foi apagada em poucas horas.
Com os acontecimentos recentes, todo mundo sabe sobre os murais de Black Lives Matter (As vidas negras importam) surgindo no país. Eu pensei que isso aumentaria a conscientização sobre uma das maiores crises de direitos humanos sobre a qual ninguém quer falar", disse Hansen.
Levantando a mensagem de Black Lives Matter, vários protestos foram realizados no país nos últimos meses, após a transmissão do vídeo, que mostrava a violência de um grupo de policiais contra George Floyd, um afro-americano de 46 anos, causando sua morte pouco depois
A prefeitura de Washington, DC, pintou uma rua da cidade perto da Casa Branca com a mensagem Black Lives Matter em grandes letras amarelas, e renomeou a seção como "Black Lives Matter Plaza Northwest".
De acordo com o Guttmacher Institute, que já foi o braço estatístico da Planned Parenthood e recebeu o nome de Alan Guttmacher, ex-presidente da multinacional, somente em 2017, 862 mil abortos foram realizados nos Estados Unidos, onde essa prática é legal e em alguns estados pode ser feita inclusive durante o último trimestre da gravidez.
Entre 2010 e 2014, foram realizados cerca de 56 milhões de abortos em todo o mundo.
Planned Parenthood Federation of America foi acusada de tráfico de órgãos e tecidos de bebês abortados em suas instalações.
Em um vídeo publicado em sua conta no Twitter, Hansen assinalou que sua pintura foi "um protesto verdadeiramente pacífico dedicado àqueles que foram abandonados sem voz".
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
ACI Digital

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF