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quarta-feira, 22 de julho de 2020

Por que famoso pastor evangélico da Suécia se tornou católico?

Sua conversão foi um choque e só tem paralelo com a conversão da rainha Cristina da Suécia, que se tornou católica em 1654.
GuadiumPress
Sua conversão foi um choque e só tem paralelo com a conversão da rainha Cristina da Suécia, que se tornou católica em 1654.

Redação (22/07/2020 09:21Gaudium Press) O sueco Ulf Ekman –que por muitos anos foi o pregador evangélico mais proeminente e influente nos países  escandinavos– narra sua caminhada espiritual em direção à Igreja Católica da qual recentemente tornou-se membro.

De pastor a fundador de uma igreja

Ulf Ekman, foi ordenado pastor na Igreja Luterana da Suécia e fundou em 1983 uma comunidade fervorosa denominada Livets Ord, que significa “Palavra de Vida”.
Enquanto a Igreja Nacional sueca tomava posições cada vez mais liberais, o pastor Ekman concentrou sua ação somente na Bíblia.
Em alguns anos, sua comunidade evangélica passou a reunir 4000 pessoas para o culto.
Seu templo (edificado em 1987 com fundos privados) era o que reunia em um só lugar a maioria dos protestantes para o culto de domingo.

Crescimento e expansão da comunidade de Ekman

Sua Igreja se espalhou e gerou o aparecimento de algumas das maiores igrejas protestantes da Rússia, Ucrânia e Armênia.
Sob a direção deste dinâmico pastor evangélico, escolas bíblicas e institutos teológicos foram criados em dezenas de países.
7.000 missionários foram enviados para 55 países pela Palavra de Vida.
Não são menos de 300.000 as pessoas que hoje estão reunidas pelas redes ativas desta Igreja.
Graças à sua ação humanitária, 17.000 judeus russos conseguiram se instalar em Israel quando do colapso da União Soviética.
Ulf Ekman escreveu dezenas de livros sobre a fé cristã. Deles foram vendidos cerca de seis milhões de cópias, traduzidas para 50 idiomas.

Um choque: Ekman se volta para a Igreja Católica

Foi nesse quadro impressionante que, há pouco, ocorreu o choque, quando o pastor Ulf Ekman anunciou que ele estava se voltando para a Igreja Católica.
O único paralelo com um acontecimento gênero remonta à rainha Cristina da Suécia, que se tornou católica em 1654.

Igreja Católica, fundada por Jesus, oferece a plenitude da verdade

Em um livro de entrevistas, Ulf Ekman explica como ele longamente amadureceu essa decisão ao longo de seus compromissos e sua experiência de campo.
Ele concluiu que a unidade dos cristãos é uma questão essencial nos tempos em que vivemos, e que essa unidade deve ser preparada aderindo a um corpo eclesial visível.
Ekman crê que a Igreja fundada por Jesus Cristo subsiste na Igreja Católica, que oferece uma plenitude da verdade, quaisquer que sejam os defeitos nela encontrados.
Ele desafia a atitude desmobilizadora dos meios ecumênicos, e todo o seu pensamento gira em torno da natureza da Igreja.

Pastores se voltam para a Igreja Católica

O pastor Ulf Ekman observa que, nos últimos anos, muitos pastores evangélicos americanos se voltaram para a Igreja Católica. Ele cita nomes famosos: Pastores Scott Hahn, Richard Borgman, Andy Comiskey e outros menos conhecidos.
Na Suécia, mais perto dele, o pastor evangélico Peder Bergqvist, que dirigia um centro espiritual bem frequentado em Estocolmo, foi ordenado sacerdote há três anos.
Recentemente, um renomado pastor evangélico nos Estados Unidos, Rick Warren, participou de um simpósio em Roma e chamou os fiéis de todas as igrejas cristãs a trabalharem juntos em missão.
Ele insistiu em denunciar os preconceitos anticatólicos específicos de certos círculos evangélicos fundamentalistas.
Sua conversão foi um choque e só tem paralelo com a conversão da rainha Cristina da Suécia, que se tornou católica em 1654.
GuadiumPress

Ser recebido na Igreja era como se voltasse para casa

Ulf Ekman e sua esposa foram recebidos na Igreja Católica em 2014. Ele tinha a sensação de que voltava para casa.
Um dos quatro filhos os havia precedido um ano antes. Os outros três filhos permanecem protestantes.

Exemplo de São Henry Newman encorajou conversão de Ekman

Em sua entrevista, Ulf Ekman explica que sua pesquisa foi a da dimensão sacramental da fé.
Ele especifica que, ao se tornar católico, não mudou de religião. Ele foi convertido a Cristo aos 19 anos, após um período de peregrinação.
Ulf Ekman não questiona as realizações positivas da Reforma, algumas das quais foram justificadas em um período conturbado onde era necessário reformular o essencial. Mas ele observa que os abalos ocorreram subsequentemente, no que ele chama de idealismo protestante, que quer que administremos sozinhos, sem estruturas, sem direção, uma atitude que ele considera anárquica e do tipo gnóstico.
Um personagem famoso marcou Ulf em sua caminhada: Henry Newman um pastor anglicano que se tornou um padre católico e, em seguida, bispo, cardeal no século IX e que foi canonizado em 2019.
Seu testemunho o encorajou a aprofundar a teologia do mistério da Igreja e a assumir uma posição mais exigente.

É preciso conhecer a história do cristianismo, se ligar tesouros da Fé

O antigo pastor pensa que os cristãos de hoje não sairão disso se não estiverem interessados ​​na história do cristianismo, se não se reconectarem aos tesouros da fé dos primeiros séculos …
Ekman permanece centrado no relacionamento com Cristo, na fidelidade às Sagradas Escrituras, mas ele julga que as práticas dos círculos evangélicos são literalistas e emocionais demais. Não podemos ficar satisfeitos, diz ele, com uma experiência individualista de fé.
Precisamos ter acesso a uma dimensão comunitária que é a da Igreja universal. Ele observa a diferença de perspectiva entre o espírito protestante mais individual e o espírito católico mais comunitário, como o povo judeu. Devemos ser, ele diz, “a Igreja juntos”.

Um Balanço do movimento protestante

Após 40 anos de experiência em movimentos de avivamento bem-sucedidos, Ulf Ekman faz um balanço. Ele acredita que nos Estados Unidos e no norte da Europa o movimento evangélico atingiu seus limites e que não está mais progredindo, ao contrário do que se diz em certos meios de comunicação. (JSG)

(Fonte: © Abbé Alain René Arbez, padre católico, comissão judaico-católica da Conferência Episcopal Suíça e da Federação Suíça de Comunidades Israelitas, para Dreuz.info)

A liberdade do exegeta/intérprete bíblico católico

A liberdade do exegeta
Contrariamente às falsas alegações de alguns polemistas protestantes anticatólicos com quem já me deparei, os católicos não estão, de forma alguma, obrigados a ler uma tradução da Bíblia específica. A minha preferida, particularmente, é a Revised Standard Version (RSV), que foi aprovada em uma edição católica com muitos poucos esclarecimentos (creio que seja apenas algo em torno de três passagens que foram consideradas como sendo excessivamente tendenciosas para serem aceitas por católicos). Li a Bíblia inteira (por duas vezes) quando era protestante nas versões da NASB e da King James. Gosto da Phillips, da NEB, da Williams e da Barclay para versões parafraseadas e a NKJV é bem legal também (gosto do estilo antigo da King James, mas repleta de arcaísmos). Eu editei a minha própria “versão” do Novo Testamento (tecnicamente, uma “seleção”), baseada no uso de várias traduções existentes (Bíblia King James vitoriana).
Tomando a minha (empoeirada) cópia da NAB com o Novo Testamento revisado em 1986 (Nelson, 1987), com o imprimatur (que, infelizmente, não significa mais muita coisa), cito o artigo preliminar “The Purpose of the Bible” (p. xii):
  • “Quando Pio XII emitiu sua encíclica Divino Afflante Spiritu, em 1943, a porta foi aberta para novas traduções católicas que não dependessem da Vulgata latina de São Jerônimo. Devido ao grande aumento do nosso conhecimento das línguas bíblicas antigas, traduções oficiais feitas diretamente delas foram encorajadas […]. A Revised Standard Version é a menos interpretativa de todas […]. A Bíblia Jerusalém e a New English Bible esforçam-se por uma linguagem ainda mais contemporânea […]. A New American Bible […] é a primeira tradução católica americana a ser baseada nas línguas originais ou na primeira forma do texto, em detrimento da Vulgata.”
O Venerável Papa Pio XII, na supracitada encíclica papal de 1943, escreve:
  • “Nem vá alguém pensar que o sobredito uso dos textos originais, feito segundo as regras da crítica, é contrário a quanto o concílio de Trento sabiamente decretou a respeito da Vulgata latina.Bem preparado com o conhecimento das línguas antigas e com os recursos da crítica, aplique-se o exegeta católico àquele que é o principal de todos os seus deveres: indagar e expor o sentido genuíno dos Livros Sagrados. Neste trabalho tenham os intérpretes bem presente que o seu maior cuidado deve ser distinguir claramente e precisar qual seja o sentido literal das palavras bíblicas (começo das seções 14 e 15)”
Do mesmo modo, o Vaticano II, na Constituição Dogmática sobre a Revelação Divina (Dei Verbum), estabelece:
  • “É preciso que os fiéis tenham acesso patente à Sagrada Escritura. Por esta razão, a Igreja logo desde os seus começos fez sua aquela tradução grega antiquíssima do Antigo Testamento chamada dos Setenta; e sempre tem em grande apreço as outras traduções, quer orientais quer latinas, sobretudo a chamada Vulgata. Mas, visto que a palavra de Deus deve estar sempre acessível a todos, a Igreja procura com solicitude maternal que se façam traduções aptas e fiéis nas várias línguas, sobretudo a partir dos textos originais dos livros sagrados. Se porém, segundo a oportunidade e com a aprovação da autoridade da Igreja, essas traduções se fizerem em colaboração com os irmãos separados, poderão ser usadas por todos os cristãos (Capítulo VI, seção 22).”
Vemos que o texto discorre sobre a possibilidade do uso de diferentes traduções. Tampouco os católicos têm de interpretar cada versículo da Bíblia de acordo com alguma proclamação dogmática da Igreja. Esse é outro ridículo (e altamente irritante) mito que temos de ouvir a todo momento. De fato, o católico fiel e ortodoxo deve interpretar as doutrinas que ele depreende das Escrituras em concordância com a Igreja e com a Tradição, mas e daí?
Todo protestante faz exatamente a mesma coisa com a sua própria tradição denominacional. Nenhum calvinista de cinco pontos pode encontrar um versículo na Bíblia que prove a apostasia ou a perda da salvação ou algum que ensina o desejo de Deus por uma expiação ilimitada em vez de limitada (e há várias dessas passagens). Ele não pode negar a depravação total em qualquer texto ou a graça irresistível. Todos nós temos restrições dogmáticas de ortodoxia que respeitamos. O exegeta católico é limitado por muito pouco e tem praticamente toda a liberdade de investigação quanto aquela de um exegeta protestante. Um artigo da Catholic Encyclopedia, de 1910, sobre a exegese bíblica afirma:
  • (a) Textos definidos: O comentador católico deve aderir à interpretação de textos que a Igreja definiu expressa ou implicitamente. O número desses textos é pequeno, de modo que o comentador pode facilmente evitar qualquer transgressão desse princípio. Aos católicos é permitido traduzir do grego, de acordo com o mais recente conhecimento textual e arqueológico, usar diferentes traduções e até mesmo cooperar em projetos de tradução ecumênicos, como a RSV e a NEB. Podemos fazer todo tipo de coisa que os exegetas protestantes fazem e temos permissão para interpretar, livremente, quase qualquer texto por conta própria, desde que não se vá contra um dogma da Igreja (não se pode, por exemplo, afirmar que João 1,1 não ensina a deidade e divindade de Jesus).
* * *
ADENDO: PASSAGENS DA ESCRITURA QUE FORAM INTERPRETADAS DEFINITIVAMENTE PELA IGREJA [texto do Catholic Answers]
Muitas pessoas pensam que a Igreja tem uma postura oficial sobre cada sentença contida na Bíblia. Na verdade, apenas um punhado de passagens foi interpretado definitivamente. A Igreja interpreta muitas passagens da Escritura a fim de orientar o seu ensino. Outras passagens são usadas como ponto de partida e como suporte para ensinos doutrinários ou morais, mas apenas essas poucas foram “definidas” no sentido estrito da palavra. Mesmo nesses poucos casos, a Igreja está apenas defendendo a doutrina e a moral tradicionais.
É importante perceber que os parâmetros estabelecidos pelas definições são todos negativos, isto é, eles apontam o que não pode ser negado sobre o significado da passagem, mas não limitam o quanto mais que pode ser dito sobre ela. Em outras palavras, a Igreja condena as negações de uma interpretação específica do texto sem condenar significados subjacentes, mas não contraditórios a ela.
Todas as passagens que se seguem foram interpretadas definitivamente pela Igreja no Concílio de Trento, pois cada uma delas tem a ver com a justificação ou com os Sacramentos, matérias que dividiram católicos e protestantes.
1. João 3,5“Respondeu Jesus: ‘Em verdade, em verdade te digo: quem não renascer da água e do Espírito não poderá entrar no Reino de Deus.”.
  • A Igreja condenou a negação de que as palavras de Jesus significam que a água real (natural) deve ser usada para um batismo válido. Na época, os anabatistas argumentavam que o batismo nas águas era desnecessário porque a menção da água era meramente uma metáfora. Outros significados simbólicos, em adição ao sentido literal da água real, talvez possam ser encontrados no texto, mas nenhum é aceitável se negar a necessidade da substância da água no batismo.
2. Lucas 22,19; e
3. 1Coríntios 11,24: “e, depois de ter dado graças, partiu-o e disse: ‘Isto é o meu corpo, que é entregue por vós; fazei isto em memória de mim”.
  • A Igreja condenou a interpretação destas passagens que negava que Jesus, ao ordenar aos seus Apóstolos “fazei isto em memória de mim”, depois de instituir a Eucaristia, conferiu-lhes a ordenação sacerdotal assim como aos seus sucessores, capacitando-os a oferecer o Seu Corpo e o Seu Sangue. Podem-se depreender mais coisas dessa ordenança, mas elas não podem negar ou contradizer outras interpretações.
4. João 20,22-23“Depois dessas palavras, soprou sobre eles dizendo-lhes: ‘Recebei o Espírito Santo, Àqueles a quem perdoardes os pecados, lhes serão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, lhes serão retidos”; e
5. Mateus 18,18: “Em verdade vos digo: tudo o que ligardes sobre a terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes sobre a terra será também desligado no céu”.
  • A Igreja condenou a negação de que nessas duas passagens Jesus conferiu um poder exclusivamente aos Apóstolos, autorizando-os, bem como aos seus sucessores, no ofício sacerdotal, a perdoar pecados em nome de Deus e condenou a proposta de que todos pudessem perdoar pecados nesse sentido.
6. Romanos 5,12: “Por isso, como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim a morte passou a todo o gênero humano, porque todos pecaram…”
  • A Igreja condenou a negação do pecado original, ao qual toda a humanidade está sujeita e ao qual o batismo remete-nos, citando essa passagem a ser compreendida nesse sentido.
7. Tiago 5,14: “Está alguém enfermo? Chame os sacerdotes da Igreja, e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor”.
  • Interpretando definitivamente essas passagens, a Igreja condenou a negação de que o Sacramento da Unção dos Enfermos foi instituído por Cristo e promulgado pelos Apóstolos contra aqueles que o consideravam uma invenção tardia da Igreja.
Além disso, o decreto do Vaticano I sobre Cristo estabelecendo Pedro como chefe da Igreja — que cita Mateus 16,16 e João 1,42 — é uma doutrina definida, muito embora a frase sobre o uso e interpretação da Escritura citada seja mais implícita que explícita, comparando-a com as passagens das Escrituras acima.
Veritatis Splendor

Normas sobre as celebrações dos Sacramentos na Arquidiocese de Brasília em tempo de pandemia

Arquidiocese de Brasília
Na manhã de quarta-feira (15/7), Dom José Aparecido, Adminisstrador Apostólico, emitiu uma carta ao clero orientando como será as celebrações dos sacramentos na Arquidiocese de Brasília nesse tempo de pandemia, em observância as normas sanitárias para evitar o contágio do novo Corona vírus.  As celebrações estavam suspensas desse o dia 19 de março. Com a promulgação da Lei Distrital 6630, de 10 de julho de 2020, pelo Sr. Governador do Distrito Federal, as atividades religiosas realizadas em templos e fora deles passam a ser consideradas atividades essenciais. As limitações a estas atividades devem fundar-se em “normas sanitárias ou de segurança pública” (art. 2). A Doutrina católica tradicional reconhece à autoridade civil a competência para limitar a livre expressão de culto público em presença de razões de saúde e de segurança pública.
Na carta, Dom José explica que as celebrações dos sacramentos do Batismo, Eucaristia, Crismas e Matrimônio, unção dos enfermos e funerais sejam, a medida do possível, verificados suas realizações por cada sacerdote tendo em vista a realidade de cada Paroquia.
Leia na integra:

Anexo
Normas sobre a celebração dos sacramentos.

Pareceu-me importante aguardar a superação das vicissitudes jurídicas ocorridas no Distrito Federal, entre decisões judiciais liminares e novos decretos das autoridades civis, para oferecer aos senhores padres e diáconos um esclarecimento sobre como nos comportarmos ante a situação atual. Com efeito era preciso obter a certeza do direito a observar. Com a promulgação da Lei Distrital 6630, de 10 de julho de 2020, pelo Sr. Governador do Distrito Federal, as atividades religiosas realizadas em templos e fora deles passam a ser consideradas atividades essenciais. As limitações a estas atividades devem fundar-se em “normas sanitárias ou de segurança pública” (art. 2). A Doutrina católica tradicional reconhece à autoridade civil a competência para limitar a livre expressão de culto público em presença de razões de saúde e de segurança pública.
A Arquidiocese de Brasília está em constante diálogo com as autoridades do GDF para discernir com responsabilidade a duração dessas limitações. Nossa condição de pastores nos impele a buscar no diálogo as condições para uma flexibilização assegurada por critérios preventivos sanitários.
Peço que as iniciativas pastorais sejam discernidas com atenção e generosidade. Situações  não contempladas nas presentes orientações podem ser trazidas ao meu conhecimento ou de Dom Marcony, para que o necessário discernimento pastoral seja feito em comunhão.
Ademais, é importante lembrar que não estamos dispensados de seguir as normas da Igreja sobre as celebrações litúrgicas ou outras iniciativas pastorais (cf. Sacrosanctum Concilium, 22 § 3)
Os fiéis têm o direito a que os ministros sagrados não lhes neguem os sacramentos desde que: 1. O peçam de modo razoável; 2. Estejam devidamente preparados (rite dispositi), e 3. Não estejam impedidos pelo direito da Igreja ou pelas normas civis que o direito da Igreja faz próprias.
Com estas considerações, propomos as seguintes normas pastorais a respeito dos sacramentos enquanto durar a exigência de distanciamento social.

  1. A Celebração da Eucaristia.
1.1. Excetuadas as paróquias situadas nas regiões administrativas de Ceilândia e Sol Nascente, onde ficou decretado por tempo indeterminado o chamado lockdown, em todo o Distrito Federal “as normas litúrgicas anteriormente dadas permanecem todas em vigor, especialmente as “Diretrizes Pastorais da Arquidiocese de Brasília para a superação da Covid-19”, emanadas dia 31 de maio último, a saber:
As celebrações “poderão ser realizadas presencialmente em locais com capacidade para mais de 200 pessoas, desde que observadas as seguintes regras:
I – disponibilização na entrada de produtos para higienização de mãos e calçados, preferencialmente em gel 70%;
II – afastamento mínimo de um metro e meio de uma pessoa para outra, com demarcação específica nas cadeiras dos locais para acomodação dos fiéis;
III – estabelecimento de uma fileira de cadeiras ocupada e outra desocupada;
IV – proibição de acesso ao estabelecimento de idosos com idade superior a sessenta anos, crianças com idade inferior a doze anos e pessoas do grupo de risco;
V – recomendação para que se evite o contato físico entre as pessoas;
VI – proibição de entrada e a permanência de pessoas que não estiverem utilizando máscaras de proteção facial;
VII – mediação de temperatura, mediante termômetro infravermelho sem contato, dos frequentadores na entrada do estabelecimento religioso, ficando vedado o acesso daqueles que apresentarem temperatura igual ou superior a 37,3 graus;
VIII – adoção de todos os protocolos sanitários estabelecidos na prevenção da COVID-19, observando horários alternados nas celebrações presenciais e intervalos entre eles, no mínimo de duas horas, de modo que não haja aglomerações internas e nas proximidades dos estabelecimentos religiosos;
IX – afixação, em local visível e de fácil a cesso, de placa com as informações quanto à capacidade total do estabelecimento, metragem quadrada e quantidade máxima de frequentadores permitida”.
            1.2. Rogo ainda aos senhores padres que se atenham à proibição disposta pelo Sr. Cardeal Sergio da Rocha e não derrogada: “Quanto à permissão para a realização de missas com as pessoas dentro de seus veículos, prevista pelo mesmo Decreto (do GDF), esta modalidade não deverá ser adotada em Brasília.
1.3. Os sacerdotes evitem que as celebrações dominicais ou festivas se prolonguem por mais de uma hora. As homilias sejam bem preparadas de sorte que – conforme o conselho do Papa Francisco – sejam proporcionais ao conjunto da celebração. Ele recomenda não mais de dez minutos (Cf. Diretório homilético, passim).
1.4. Fiquem no presbitério somente as pessoas cuja presença é indispensável. As sacristias devidamente higienizadas, sejam reservadas ao uso do padre celebrante. Para outros indispensáveis servidores do altar, como os MESCE, prepare-se um lugar adequado, evitando-se toda forma de aglomeração. Conforme as orientações litúrgicas desta Arquidiocese, a presença deles no presbitério é requerida somente no momento da distribuição da Eucaristia.
1.5. Na distribuição da Santíssima Eucaristia, os MESCE deverão usar máscaras, higienizar-se com álcool em gel. Permanece obrigatória a distribuição da santa Comunhão nas mãos, até nova ordem.
1.6. É importante manter as nossas igrejas abertas para que os fiéis possam rezar, adorar o Senhor, confessar-se e comungar também fora das missas. Os sacerdotes sejam generosos em dar a Santa Comunhão conforme o disposto no Rito da Comunhão fora da Missa a quem estiver impedido de participar presencialmente da missa.
1.7. Aos doentes, não seja negada a devida assistência espiritual, especialmente o Santo Viático. O exercício generoso do nosso ministério sacerdotal não é de todo isento de riscos. Somos chamados a confortar os fiéis que não podem participar presencialmente das missas e garantir aos que solicitarem a assistência sacramental de acordo com as possibilidades, sem prejuízo das necessárias precauções.
1.8. Quanto às Primeiras comunhões, sugerimos aos senhores Párocos que aguardem o fim dessas exigências de distanciamento social para podermos celebrá-las com a devida solenidade e a necessária preparação catequética.
Se em algum caso singular se apresentar situação de particular urgência, o pároco poderá discernir comigo ou Dom Marcony o modo de proceder.

  1. Sacramento do Batismo.
2.1. O pároco – não as secretárias paroquiais – dialogarão com os interessados.
2.2. Àqueles que não quiserem adiar o Batismo das crianças, poderá ser proposta a celebração para uma criança de cada vez, somente com a presença de pais e padrinhos, evitando-se a presença de pessoas do grupo de risco.
2.3. Estando as atividades catequéticas e encontros de formação suspensos até nova ordem, os pais e padrinhos ficam dispensados dos cursos preparatórios para o batismo.
2.4. Para suprir de alguma forma esta lacuna catequética, solicito aos celebrantes que preparam uma homilia de caráter mais mistagógico,  que abarque a doutrina essencial do batismo e explique os sinais  realizados durante a celebração. Evite-se, porém, qualquer discurso prolixo ou de tom moralizante.
2.5. Batismo em perigo de morte. É importante orientar os pais e agentes de saúde para que, em perigo de morte, batizem as crianças ou adultos com o rito essencial, que consiste em derramar água sobre o batizando enquanto se diz: “(Nome), eu te batizo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”. Passado o perigo, as pessoas interessadas se apresentarão à Paróquia de pertença, que se encarregará de completar os ritos e registrar o batismo.

  1. Confirmação ou Crisma.
3.1. Continuam suspensas as celebrações do Sacramento da Crisma até nova instrução.
3.2. Em perigo de morte, qualquer sacerdote pode crismar usando a fórmula essencial. Enquanto unge a fronte do crismando com o Santo Crisma, diz: “(Nome), recebe, por este sinal o Espirito Santo, o dom de Deus”.
3.3. Qualquer outra situação de necessidade fora do perigo de morte deve ser tratada comigo ou com Dom Marcony.
3.4. A administração da Confirmação tentada por presbíteros fora do perigo de morte e sem a autorização expressa do Bispo é inválida e se considera simulação de sacramento, delito que pode ser sancionado de acordo com o cân. 1379.

  1. Sacramento do Matrimônio.
4.1. Continua em vigor a recomendação para que se dialogue com os noivos que desejam celebrar as núpcias com a solenidade própria desse sacramento. Seria melhor adiar para quando estiver superada a exigência de distanciamento social.
4.2. Contudo, não se negue a celebração do Matrimônio aos que a pedirem, desde que fique claro que serão observadas as normas de distanciamento social e com a presença do menor número possível de pessoas. Nesse caso deverão ser seguidas as mesmas indicações dadas para a celebração da Santa Missa quanto às idades e grupos de risco. No presbitério estarão presentes no máximo dois casais de testemunhas (padrinhos), salvaguardadas as normas de distanciamento social.
4.3. Os que de outro modo quiserem celebrar o casamento apenas com a presença de pessoas indispensáveis (sacerdote ou diácono, noivos e duas testemunhas), sejam admitidos à celebração a portas fechadas.
4.4. Cursos de noivos. Enquanto perdurar a proibição de encontros de formação, os noivos ficam dispensados dos cursos preparatórios. Para suprir esta lacuna catequética, os casais devem ser atendidos pelo Pároco ou Vigário Paroquial, ou por um Diácono – nunca a secretária paroquial – para um colóquio de caráter catequético. Tal colóquio deve limitar-se às questões doutrinais e morais essenciais do matrimônio.
Lembrem-se ademais os sacerdotes de que a exigência do curso preparatório para o matrimônio é meramente pastoral e a sua falta nunca pode ser considerada um impedimento para a realização do matrimônio.
4.5. Lembro aos senhores padres e diáconos que permanece vigente a proibição de realizar fora dos nossos templos a celebração de matrimônios ou de bênçãos que pareçam matrimônio.
4.6. Os sacerdotes ou diáconos que fizerem celebrações de bênçãos que simulem celebração de casamento, dentro ou fora do templo, poderão ser punidos de acordo com as normas do direito.
4.6. Qualquer outra circunstância poderá ser discernida com Dom Marcony ou comigo.

  1. Unção dos Enfermos
5.1. Os sacerdotes que não estão nos grupos de risco, procurem ser generosos diante de Deus e dos irmãos enfermos, para que estes não fiquem sem a necessária assistência espiritual.
5.2. Caso estes irmãos enfermos estejam com Covid-19 ou outra enfermidade infecto-contagiosa, os sacerdotes seguirão as indicações das autoridades sanitárias para fazer com segurança a visita ao enfermo.
5.3. Aos sacerdotes que fizerem as visitas aos hospitais, recomenda-se vivamente seguir as instruções sanitárias e celebrar o sacramento com a forma essencial. Sempre que possível, seja dado o Santo Viático.
5.4. Após a confissão ou o ato penitencial é vivamente recomendada a absolvição com a seguinte fórmula:
“Eu, pela faculdade que me foi concedida pela Sé Apostólica, concedo-te indulgência plenária e o perdão de todos os teus pecados, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém”.
5.5. Aos enfermos pedimos que unam seus sofrimentos aos de Nosso Senhor Jesus Cristo e os ofereçam pelas necessidades da Igreja e dos mais pobres e sofridos membros do Corpo de Cristo.

  1. Funerais
6.1. O funeral cristão consiste nos sufrágios pela alma do falecido e na súplica a Deus para que console os corações em luto. Não podemos nos esquecer de que esperamos “a ressurreição dos mortos e a vida do mundo que há de vir”.
6.2. Um momento de particular atenção pastoral para com o sofrimento dos irmãos é o dos funerais. Há muitos lutos sem despedidas neste tempo em que somos afligidos pela pandemia.
6.3. Não deixemos os familiares de irmãos falecidos sem o consolo da oração da Igreja. Sejam breves tais orações, evitem-se palavras excessivas e os elogios fúnebres.

III. Outras recomendações pastorais.
  1. Desejo reiterar o alerta lançado na última carta que enviei aos senhores padres e diáconos. As autoridades sanitárias têm realizado a fiscalização dos templos. O descumprimento dessas normas pode acarretar multas e inclusive o fechamento das igrejas, com prejuízo para toda a Arquidiocese.
  2. A nossa responsabilidade pastoral, além da indispensável atenção espiritual, inclui o cuidado com a saúde daquela porção da grei de Cristo que nos foi confiada. Abandonada a mentalidade clerical e as polêmicas ideológicas, todos os sacerdote estejamos bem atentos às indicações das autoridades sanitárias.
  3. Renovo a solicitação de que haja prudência nos convites feitos através das redes sociais para a participação nas missas. Deve-se evitar absolutamente estender o convite a pessoas pertencentes ao grupo de risco.
  4. A nossa Igreja Católica tem se destacado pela exemplaridade no que diz respeito à observância das normas civis e eclesiásticas, mas sobretudo pela atenção sincera pela saúde do povo. Tem sido apreciada também pela sua atuação para amenizar o sofrimento dos pobres e desempregados, dos moradores de rua e dos enfermos.

Para baixar, clique aqui.
Arquidiocese de Brasília

Há 90 anos, o Papa Pio XI defendeu a vida e o matrimônio e condenou o aborto

Papa Pio XI. Foto: Domínio público
Vaticano, 22 Jul. 20 / 09:00 am (ACI).- Há 90 anos, o Papa Pio XI publicou a Carta Encíclica Casti connubbii sobre o matrimônio cristão, na qual enfatizou que "a prole" ocupa "o primeiro lugar entre os bens do casamento" e condenou as leis em favor do aborto e da eutanásia.
“Entre os benefícios do matrimônio ocupa, portanto, o primeiro lugar, a prole. Na verdade, o próprio Criador do gênero humano que, na sua bondade, quis servir-se dos homens como ministros seus para a propagação da vida, assim o ensinou quando, no paraíso terrestre, instituindo o matrimônio, disse aos nossos primeiros pais e, neles, a todos os futuros esposos: ‘crescei e multiplicai-vos e enchei a terra’”, escreveu o Papa Pio XI neste documento magisterial publicado em 31 de dezembro de 1930.
Nesta linha, o Pontífice enfatizou que "o bem da prole não acaba com a procriação; é preciso que se lhe junte outro, que consiste na devida educação da prole" e que para isso "precisa por muitos anos do auxílio de outrem”.
Além disso, o Papa Pio XI explicou que Santo Agostinho disse que o segundo bem do matrimônio "é o da fidelidade, que consiste na mútua lealdade dos cônjuges no cumprimento do contrato matrimonial, de sorte que o que, em virtude deste contrato sancionado pela lei divina, compete só ao cônjuge, nem lhe seja negado nem seja permitido a uma terceira pessoa; e que nem ao próprio cônjuge seja concedido aquilo que se não pode conceder por ser contrário às leis e direitos divinos e inconciliável com a fidelidade do matrimônio”.
Da mesma forma, o Papa Pio XI alertou para o "gravíssimo delito com o qual se atenta contra a vida da prole, escondida ainda no seio materno. Julgam alguns que isso é permitido e deixado ao beneplácito da mãe e do pai; outros, pelo contrário, o consideram ilícito, exceto no caso em que surjam gravíssimas causas chamadas indicações médicas, sociais, eugênicas”.
"Todos estes exigem que, no que se refere às penas com que as leis do Estado sancionam a proibição de matar a prole gerada, mas ainda não nascida, as leis públicas reconheçam a indicação de harmonia com o conceito que dela formulam e a declarem livre de qualquer pena. Nem falta até quem peça que as autoridades públicas prestem o seu auxílio a tais operações assassinas, o que, infelizmente, acontece com frequência em várias partes, como de todos é bem sabido”, afirmou o Pontífice em 1930.
Por fim, o Papa Pio XI exortou a estar atento aos erros e perigos que ameaçam o sacramento do Matrimônio "e sobre os remédios com os quais eles podem ser combatidos", para que todos possam " entendê-los, aceitá-los em sua vontade e, com a ajuda da graça divina, implementá-los; de modo que a fecundidade consagrada a Deus, a fidelidade imaculada, a firmeza inquebrantável, a profundidade do sacramento e a plenitude das graças voltem a florescer e cobrar novo vigor nos matrimônios cristãos”.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
ACI Digital

Angola. Agradecimentos ao Clero marcaram Missa crismal na Catedral de Benguela

Missa Crismal na Catedral de Benguela, em Angola
Missa Crismal na Catedral de Benguela, em Angola 
Comunhão e agradecimentos ao trabalho dos sacerdotes marcaram a mensagem do Bispo de Benguela, D. António Francisco Jaca, na Missa crismal, só agora realizada por conta das restrições da Covid-19.

Anastácio Sasembele – Luanda, Angola

Sacerdotes da diocese de Benguela, em Angola, foram chamados a renovar os seus compromissos em missa crismal na Catedral de Nossa Senhora de Fátima.  

Com o retorno das Missas e outras atividades pastorais em 17 das 19 dioceses de Angola, as celebrações que marcam o ano litúrgico, antes impedidas por conta das medidas apertadas da Covid-19, vão tendo lugar nas diferentes dioceses da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST).

Na diocese de Benguela, por exemplo, os sacerdotes renovaram os seus compromissos, na quinta-feira (16/07), durante a Missa presidida pelo bispo da diocese D. António Francisco Jaca que falou do significado da Missa crismal consubstanciada na comunhão sacerdotal.

“Nela vivenciamos a plena comunhão do presbitério diocesano, comunhão expressa neste estarmos juntos, celebrando a eucaristia”, referiu o prelado.
“O sacramento da Ordem é vocação específica. O presbítero pode fazer da própria vida um dom de amor e cooperar na edificação da Igreja. É uma pessoa ungida para apascentar o rebanho de Deus”, destacou na homilia D. Jaca.
O bispo acrescentou que, pela ordem, o ministro se dedica à sua comunidade, que é sua família. Ele pediu que os padres sempre reacendam o dom de Deus que está em cada um e cultivem o bem que receberam de Deus em favor da Igreja.

E em tempos de pandemia o trabalho dos padres tem sido redobrado devido ao número de celebrações eucarísticas presididas nas comunidades religiosas, e em alguns casos transmitidas pelas mais diversas plataformas digitais, com um único objetivo, levar o Evangelho a todos os fiéis confinados em casa, daí os agradecimentos do pastor da diocese de Benguela a todos os sacerdotes pelo seu empenho no ministério.

A renovação das promessas sacerdotais e a bênção dos santos óleos constituíram os ritos centrais da Missa que foi animada pelo coro do Seminário Maior do Bom Pastor, secção de Teologia.

Vatican News

S. MARIA MADALENA, DISCÍPULA DO SENHOR

S. Maria Madalena, Cenni di Francesco
S. Maria Madalena, Cenni di Francesco  (© Musei Vaticani)
“Apóstola dos Apóstolos”
Deve-se a Santo Tomás de Aquino este título dado a Maria Madalena, cujo nome deriva de Magdala, onde nasceu, aldeia de pescadores situada às margens ocidentais do Lago de Tiberíades. O evangelista Lucas fala sobre ela, no capítulo 8: “Jesus andava pelas cidades e aldeias anunciando a boa nova do Reino de Deus. Os Doze estavam com ele, como também algumas mulheres que tinham sido livradas de espíritos malignos e curadas de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual tinham saído sete demônios”.

Equívocos sobre a sua identidade
Segundo a exegese bíblica, a expressão “sete demônios” poderia indicar um gravíssimo mal físico ou moral, que havia acometido a mulher, do qual Jesus a curou. No entanto, a tradição, que perdura até hoje, diz que Maria Madalena era uma prostituta, porque, no capítulo 7 do Evangelho de Lucas, narra-se a história da conversão de uma anônima “pecadora da cidade, que ungia com perfume os pés de Jesus, convidado de um fariseu; após tê-los banhado com suas lágrimas, os enxugava com seus cabelos”.
Assim, sem nenhuma ligação textual, Maria de Magdala foi identificada com aquela prostituta anônima. Porém, há mais um equívoco, como explica o Cardeal Gianfranco Ravasi, biblista e teólogo: “A unção com óleo perfumado é um gesto feito também por Maria de Betânia, irmã de Marta e Lázaro, em outra ocasião, como diz o evangelista João. Assim, Maria de Magdala foi identificada, por algumas tradições populares, com a Maria de Betânia”.

Aos pés da Cruz
Maria Madalena aparece ainda nos Evangelhos no momento mais terrível e dramático da vida de Jesus: quando o acompanha ao Calvário, com outras mulheres, e o contempla de longe. Ela aparece também quando José de Arimateia depõe o corpo de Jesus no sepulcro, que fora fechado com uma pedra. Foi ela, depois do sábado, na manhã do primeiro dia da semana, quem voltou ao sepulcro e descobriu que a pedra havia sido removida e correu avisar Pedro e João; eles, por sua vez, foram às pressas ao sepulcro e viram que o corpo do Senhor não estava mais lá.

Encontro com o Ressuscitado
Enquanto os dois discípulos voltam para casa, Maria Madalena permanece diante do sepulcro, em lágrimas. Ali, tem início um novo percurso: da incredulidade passa, progressivamente, à fé. Ao olhar dentro do sepulcro, viu dois Anjos, aos quais perguntou para aonde fora levado o corpo do Senhor. Depois, voltando para fora, viu Jesus, mas não o reconheceu, pensando que fosse o jardineiro; este lhe perguntou por que estava chorando e quem estava procurando. E ela respondeu: “Senhor, se tu o tiraste, dize-me onde o puseste e eu o irei buscar”. Jesus, então, a chama por nome: “Maria!”. E ela, voltando-se, disse: “Rabôni!”, que, em hebraico, quer dizer “Mestre!”. E Jesus lhe confia uma missão: “Não me retenhas, porque ainda não subi a meu Pai, mas vai a meus irmãos e dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus”. Então, Maria de Magdala foi imediatamente anunciar aos discípulos: “Vi o Senhor! E ouvi o que ele me disse” (cfr. Jo 20).

Madalena proclama a ressurreição de Jesus
Maria Madalena foi a primeira das mulheres que seguiram Jesus e a proclamá-lo como Aquele que venceu a morte; foi a primeira apóstola a anunciar a alegre mensagem central da Páscoa. Quando o Filho de Deus entrou na história dos homens, esta mulher foi um daqueles que mais o amou e o demonstrou. Quando chegou a hora do Calvário, Maria Madalena estava aos pés da Cruz, junto com Maria Santíssima e São João. Ela não fugiu com medo, como os discípulos fizeram; não o renegou por medo, como fez o primeiro Papa, São Pedro, mas sempre esteve presente, desde o momento da sua conversão até ao Calvário e ao Sepulcro.

Festa litúrgica de Maria Madalena
Por desejo do Papa Francisco, a Memória litúrgica de Maria Madalena passou a ser Festa, a partir do dia 22 de julho de 2016, para ressaltar a importância desta discípula fiel de Cristo, que demonstrou grande amor por Ele e Ele por ela.

Vatican News

terça-feira, 21 de julho de 2020

EUA: Picham igreja dedicada a São José com símbolos satânicos

Imagem de São José. Créditos: David Ramos / ACI Prensa
Connecticut, 20 Jul. 20 / 11:30 am (ACI).- Uma igreja dedicada a São José, em Connecticut (Estados Unidos), foi vandalizada nesta semana por pessoas desconhecidas, que picharam um símbolo satânico na porta.
Trata-se da Igreja de St. Joseph, associada à Paróquia de St. Mary, em New Haven. Nesta paróquia, o Pe. McGivney, que em breve será beatificado, fundou os Cavaleiros de Colombo, em 1882, a maior organização laical de serviços do mundo que atualmente tem mais de dois milhões de membros e doa milhões de dólares para diferentes obras de caridade da Igreja.
Em 2018, a Igreja St. Joseph tornou-se parte da Paróquia de St. Mary durante um processo de consolidação diocesana.
Em uma publicação no Facebook, o pároco, Pe. John Paul Walker, indicou nesta quinta-feira, 16 de julho, que a Igreja de St. Joseph foi vandalizada.
"Várias palavras e símbolos, incluindo um satânico, foram pichados nas portas externas da igreja", disse o Pe. Walker.
"Enquanto avaliamos a situação e fazemos planos para abençoar a igreja, esta permanecerá fechada", disse. Portanto, nossas duas Missas diárias, confissões e adoração estão canceladas. Estaremos transmitindo ao vivo a Missa ao meio-dia da capela do priorado”, acrescentou.
Pe. Walker indicou que ainda não sabe quando a igreja poderá reabrir.
"Peço a todos na paróquia que rezem ao nosso Senhor em reparação por este sacrilégio, e a São Miguel por proteção contra todos os poderes do inferno", disse o sacerdote. "Por favor, rezem também pelo autor desta ação, que é claramente uma pessoa que precisa de ajuda".
Nesta sexta-feira, 17 de julho, Pe. Walker disse à CNA - agência em inglês do Grupo ACI - que a polícia está investigando o incidente e que investigadores federais também poderiam se envolver.
O incidente é o mais recente de uma tendência crescente de vandalismo contra igrejas católicas nas últimas semanas, incluindo atos como decapitação de estátuas de Jesus e de Nossa Senhora, imagens de Maria pintadas de vermelho ou vandalizadas com a palavra "ídolo”, incêndio de várias igrejas, entre outros.
Em 15 de julho, o Cavaleiro Supremo dos Cavaleiros de Colombo, Carl Anderson, disse em comunicado que os recentes ataques a estátuas católicas são "ataques a católicos e pessoas de fé".
“Embora nossa fé nos exija ser respeitosos com os diferentes pensamentos, os atos de vandalismo são crimes contra todos aqueles que apreciam a democracia e o respeito mútuo. Os Cavaleiros de Colombo mantêm-se firmes em sua condenação de todas as formas de racismo e violência, incluindo a violência política. Com igrejas, estátuas e símbolos religiosos sujeitos a vandalismo e ataques, apelamos às autoridades e líderes de todos os níveis para defender a liberdade religiosa”, disse Anderson.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
ACI Digital

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF