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domingo, 26 de julho de 2020

Conselhos aos católicos encantados e aos católicos perplexos com o Papa Francisco


Acuse e Responderemos

Se há um fato inegável é de que o pontificado do Papa Francisco tem gerado, como nunca antes, desassossego e perplexidade em um grande número de católicos, enquanto que em outros, pelo contrário, tem gerado encantamento.
E não é porque pontificados anteriores não receberam críticas, pois basta recordar o escândalo que se produziu quando São João Paulo II beijou o Corão ou quando Bento XVI fez certas declarações sobre os preservativos. Isso para mencionar apenas dois eventos que me vêm à memória.
Porém, com o Papa Francisco tem sido diferente, pois a perplexidade e a confusão tem afetado não só os setores tradicionalistas, como também os setores conservadores (“neocons” no jargão depreciativo tradicionalista), que não tinham se sentido mal nos pontificados anteriores.
Eu mesmo, que defendi de numerosas críticas os Papas anteriores, inclusive João Paulo II e Bento XVI (veja-se, p.ex., AQUIAQUI e AQUI) e até mesmo o Papa Francisco (veja-se, p.ex., AQUI e AQUI), algumas vezes tive que morder a língua quando percebi que não poderia “tapar o sol com a peneira”.
E isso não ocorreu somente comigo: católicos de toda vida, da geração de João Paulo II e Bento XVI, se sentiram decepcionados, p.ex., ao ver o Papa Francisco dizer a Sor Lucía Caram, uma monja ativista que defende o direito ao aborto e ao matrimônio homossexual: “Ah! Você é a monja que causa confusão… Continue causando confusão! Não se canse!”. Outros me escreveram para que eu explicasse como é possível que o Papa louve publicamente o Cardeal Kasper, dizendo que é um teólogo “dos bons”, sendo que este, em seus livros, põe em dúvida a historicidade dos milagres do Evangelho. E isso para não mencionar que o próprio Papa Francisco tratou, em diversas ocasiões, da multiplicação dos pães como uma “parábola” e que os pães não se multiplicaram realmente; ou quando afirmou que somos todos filhos de Deus e que não é lícito tentar convencer outras pessoas a abraçarem a fé católica. Assim como nestes casos, poderíamos mencionar muitos outros que não são fáceis de se compreender, porém para muitos católicos o resultado foi o mesmo – perplexidade – enquanto o mundo celebra possuir um Papa como nenhum outro, que em muitas coisas parece-lhe dar razão naquilo que, antes, a Igreja era intransigente.
Talvez a decepção tenha sido maior porque no início do seu pontificado muitos católicos tinham uma imagem do Cardeal Bergoglio como alguém bem disposto a dizer a verdade plena, ainda que esta fosse politicamente incorreta. Lembro-me das manchetes, quando ele se erguia energicamente para declarar que a lei [civil] sobre o matrimônio homossexual era um movimento de Satanás; nos últimos tempos, pelo contrário, quando foi consultado sobre as declarações do Cardeal Marx, que afirmara que devemos pedir perdão aos homossexuais por sustentarmos aquilo que o Catecismo ensina, ele contornou a pergunta, dando-lhe implicitamente a razão.
O resultado é que, evidentemente, este pontificado não agrada a muitos, mas o que é pior é que muitos estão passando para o sedevacantismo. É preocupante ver a quantidade crescente de pessoas que se identificam como católicas mas chamando o Papa de “herege” e que não são capazes nem mesmo de chamá-lo “Papa”, tratando-o secamente por “Bergoglio”. Outros têm se apegado à hipótese absurda de que o verdadeiro Papa é Bento XVI, apesar deste ter renunciado e o Papa Francisco ter sido eleito de forma legítima. Neste contexto, como um simples leigo, dou alguns conselhos:
FUJA DO SEDEVACANTISMO
Por mais que você não goste – caso este seja o seu caso – lembre-se que o Papa Francisco é o Papa e, como católicos, temos o dever de orar por ele e tentar interpretar de maneira benigna, na medida do possível, o que ele diz e faz, de acordo com a Tradição e o Magistério da Igreja. Devemos evitar criar um preconceito que nos predisponha a ver com maus olhos o que ele diz ou faz.
Inclusive, ainda que fosse realmente um mau Pontífice, nem por isso deixaria de ser o Papa. Sabemos que existiram maus Papas em outros momentos da História, covardes na hora de agir, alguns inclusive terrivelmente imorais, mas como bem explicou o meu amigo Bruno em seu blog, foi o Papa que Deus permitiu em sua Providência, cabendo agora sofrer com paciência, confiando que Deus está no controle.
Lembre-se que é provável que, se você não o considera Papa, é porque possivelmente você possui um entendimento hipertrofiado do dogma da infalibilidade e, por isso, não consegue entender, a partir do seu ponto de vista, o porquê de um verdadeiro Papa poder se equivocar.
FUJA DA “PAPOLATRIA”
O outro extremo tampouco me parece bom e costuma a ser causado pela mesma síndrome: católicos que sustentam que o Papa é infalível, inclusive quando não se pronuncia “ex cathedra”, e que consideram hereges os católicos perplexos que ousam não concordar com tudo o que o Papa diz ou faz; os acusam de quererem saber mais do que o Papa, de serem orgulhosos e cismáticos.
Quanto a isso, eu lhes digo que nem todo católico que critica o Papa é cismático ou herege. Ser católico não implica em guardar o cérebro numa caixa e aceitar cegamente tudo o que nos dizem, tal como um testemunha de Jeová que, quando o ensinam que amanhã acabará o mundo, vende tudo e depois, quando constata que [o mundo] não acabou, fica quieto como se nada de anormal tivesse ocorrido.
O próprio Código de Direito Canônico concede aos fiéis “o direito e, às vezes, até o dever, de acordo com a ciência, a competência e o prestígio de que gozam, de manifestar aos Pastores sagrados a própria opinião sobre o que afeta o bem da Igreja e, ressalvando a integridade da fé e dos costumes e a reverência para com os Pastores, e levando em conta a utilidade comum e a dignidade das pessoas, deem a conhecer essa sua opinião também aos outros fiéis” (CDC, cânon 212, §3); e este é um direito que ninguém pode retirar-lhes.
Entretanto e de qualquer modo, você não deve esquecer o respeito que merece a pessoa do Santo Padre. Ele é uma pessoa como você e eu, com defeitos e virtudes, mas com uma enorme responsabilidade, da qual um dia terá que prestar contas. Ele precisa do nosso apoio e da nossa oração, sobretudo quando apoiá-lo significa levantar a voz quando algo não nos parece bem. Assim fez São Paulo, quando viu que São Pedro “era reprovável” por ter caído na atitude covarde de ser politicamente correto.
Veritatis Splendor

XVII Domingo do Tempo Comum

Dom José Aparecido
ADM. APOST. ARQUIDIOCESE DE BRASÍLIA
O REINO DE DEUS É COMO UM TESOURO ESCONDIDO

Neste Dia do Senhor, a mesa da Palavra desvenda aos olhos do discípulo o mistério da oração que funciona. Salomão pede sabedoria e a graça de bem governar o reino deixado por seu pai Davi. “Dá, pois, ao teu servo um coração compreensivo, capaz de governar o teu povo e de discernir entre o bem e o mal” (1 Rs 3, 9).
Esta oração feita com fé e humildade agradou tanto a Deus que lhe deu o coração sábio e inteligente que pedira e, em acréscimo, os bens que não havia pedido. Reconheceu-se pequeno e Deus o tornou grande. O salmista revela a origem da sabedoria: “vossa Palavra, ao revelar-se, me ilumina, ela dá sabedoria aos pequeninos” (Sl 118,130).
A sabedoria não se reduz a dotes intelectuais. Ela é fruto da contemplação da vontade de Deus. Para percorrer o caminho da sabedoria, da consciência reta, “devemos examinar a nossa consciência de olhos postos na cruz do Senhor”. Somos frágeis, mas sabemos que “somos assistidos pelos dons do Espírito Santo, ajudados pelo testemunho e pelo conselho dos outros e guiados pelo ensino autorizado da Igreja” (DH, 14).
A experiência mostra que são muitos os males que nos afligem ao longo da existência. A sabedoria divina dá serenidade para arrostar os sofrimentos, porque “sabemos que tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados para a salvação, de acordo com o projeto de Deus” (Rm 8,28).
No evangelho (Mt 13,44-52) Jesus compara o Reino de Deus a um tesouro escondido no campo e às pérolas preciosas encontradas por um comprador. Para reconhecer o tesouro ou a pérola preciosa é preciso saber “contar os nossos dias”, discernir entre o bem a abraçar e o mal a rejeitar. Só então, cheio de alegria, o homem vende tudo o que tem para comprar o campo ou a pérola. Esta sabedoria consente olhar para os pobres e ver o Senhor. Santo Agostinho, meditando sobre o juízo final, coloca estas palavras na boca de Jesus: «Eu tinha posto para vós os meus pobrezinhos, Eu, Cabeça deles, estava no céu sentado à direita do Pai – mas na terra os meus membros tinham fome: o que vós tivésseis dado aos meus membros, teria chegado à Cabeça. Quando Eu coloquei os meus pobrezinhos na terra, constituí-os vossos portadores para trazerem as vossas boas obras ao meu tesouro “» (Sermão 18).
A mensagem do Juízo final apresentada por Jesus é um apelo à conversão, enquanto Deus dá ainda aos homens «o tempo favorável, o tempo da salvação» (2 Cor 6, 2). Ela inspira o santo temor de Deus, empenha na justiça do Reino de Deus e anuncia a feliz esperança do regresso do Senhor, que virá «para ser glorificado nos seus santo, e admirado em todos os que tiverem acreditado» (2 Ts 1, 10).
Peçamos ao Senhor o auxílio de Maria, a Sede da Sabedoria, para sermos dóceis à vontade do Senhor, com a consciência sempre aberta à verdade e sensível à justiça (Bento XVI).
Folheto: "O Povo de Deus"/Arquidiocese de Brasília

SS. JOAQUIM E ANA, PAIS DA IMACULADA VIRGEM MÃE DE DEUS

SS. Joaquim e Ana
SS. Joaquim e Ana  (©BAV, Vat. gr. 1613, f. 23)
Sobre Joaquim e Ana, pais de Maria, não há nenhuma referência na Bíblia e tampouco notícias certas; as que chegaram até nós, hoje, são extraídas de textos apócrifos, como o Protoevangelho de Tiago e o Evangelho do pseudo Mateus, além da tradição.
Descendência, sinal do amor de Deus
Ana parece ter sido filha de Achar e irmã de Esmeria, mãe de Isabel e avó de João Batista. Segundo a tradição, Joaquim era um homem virtuoso e muito rico, da estirpe de Davi, que costumava oferecer parte do ganho dos seus bens ao povo e, outra parte, em sacrifício a Deus. Ambos moravam em Jerusalém. Quando se casaram, Joaquim e Ana não tiveram filhos por mais de vinte anos. Não gerar filhos, para os judeus daquela época, era sinal da falta de bênção e da graça de Deus. Porém, certo dia, ao levar suas ofertas ao Templo, Joaquim foi repreendido por um homem, chamado Ruben (talvez fosse sacerdote ou escriba): pelo fato de não procriar, em sua opinião, ele não tinha o direito de apresentar as suas ofertas. Humilhado e transtornado com aquelas palavras, Joaquim decidiu retirar-se para o deserto e, durante quarenta dias e quarenta noites, suplicou a Deus, entre lágrimas e jejuns, que lhe desse descendentes. Ana também passou dias em oração, pedindo a Deus a graça da maternidade.
Anúncio do nascimento de Maria
As súplicas de Joaquim e Ana foram atendidas lá no alto. Assim, um anjo apareceu a ambos, separadamente, avisando-lhes que estavam para se tornar pais. A encontro entre os dois, na porta de casa, após o anúncio, foi enriquecido com detalhes lendários. O beijo, que os dois esposos trocaram, teria ocorrido diante da Porta Áurea de Jerusalém, lugar onde, segundo a tradição judaica, a presença divina teria se manifestado, como também o advento do Messias. A iconografia deste beijo, diante da famosa Porta, teve grandes dimensões: os cristãos acreditavam que Jesus teria entrado por ali na Cidade Santa, no Domingo de Ramos. Meses depois do retorno de Joaquim, Ana deu à luz a Maria. A criança foi criada com o cuidado carinhoso do pai e a atenção amorosa da mãe, na casa situada perto da piscina de Betzaeda. Ali, no século XII, os Cruzados construíram uma igreja, que ainda existe, dedicada a Ana, que ensinou as artes domésticas à filha.
O culto
Quando Maria completou 3 anos, Joaquim e Ana, em sinal de agradecimento a Deus, levaram-na ao Templo, para consagrá-la ao seu serviço, conforme haviam prometido em suas orações. Os textos apócrifos não fazem outras referências sobre Joaquim, enquanto sobre Anna, acrescentam que ela teria vivido até aos 80 anos de idade. Suas relíquias teriam sido conservadas, por longo tempo, na Terra Santa; depois foram transferidas para a França e enterradas em uma capela, escavada sob a catedral de Apt. Mais tarde, sua descoberta e identificação, teriam sido acompanhadas por alguns milagres.
O culto aos avós de Jesus, desenvolveu-se, primeiro, no Oriente e, depois, no Ocidente; mas, ao longo dos séculos, foram recordados pela Igreja em datas diferentes. Em 1481, o Papa Sisto IV introduziu a festa de Sant’Ana no Breviário romano, fixando a data da sua memória litúrgica em 26 de julho, dia da sua morte, segundo a tradição; em 1584, o Papa Gregório XIII incluiu a celebração litúrgica de Sant’Ana no Missal Romano, estendendo-a a toda a Igreja; em 1510, Papa Júlio II inseriu, no calendário litúrgico, a memória de São Joaquim em 20 de março; depois, foi mudado várias vezes, nos séculos seguintes. Com a reforma litúrgica, após o Concílio Vaticano II, em 1969, os pais de Maria foram "reunidos" em uma única celebração, em 26 de julho.
Vatican News

sábado, 25 de julho de 2020

Belgas homenageiam santo padroeiro dos cervejeiros, que ajudou a salvar da peste

BELGIAN BREWERS
Alexandros Michailidis | Shutterstock
Por John Burger

St. Arnould exortou os fiéis a evitarem a água contaminada, insistindo que eles bebessem cerveja, o que teria salvo muitas vidas.

Assim como tantos eventos que tiveram de ser cancelados este ano, o Belgian Beer Weekend, realizado anualmente em Bruxelas, também foi vítima da pandemia de coronavírus.
“Devido à crise de saúde causada pelo coronavírus e como medida de precaução, infelizmente somos obrigados a adiar o Belgian Beer Weekend para o próximo ano”, comunicou a associação, sobre o evento que aconteceria de 4 a 6 de setembro.
Obviamente, nada impede que as pessoas prestem seu próprio tributo individual à cerveja belga, que foi reconhecida pelas Nações Unidas como parte importante do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.
E não há nada que impeça os belgas – e todos os amantes de uma bebida bem elaborada – de rezarem para que o próximo Belgian Beer Weekend possa ser realizado.
Para quem não sabe, St. Arnould é o santo escolhido para essa intenção de oração específica.
Dizem que St. Arnould, um monge do século 11 e mais tarde bispo da Flandres, abençoou uma cervejaria local cuja cerveja curou milagrosamente a população da peste.
Para continuar honrando o santo padroeiro dos cervejeiros, os membros de um grupo conhecido como Knighthood of the Brewer’s Paddle normalmente levam um barril de cerveja para a Catedral de St. Michael e St. Gudula, em Bruxelas, para ser abençoado no início do fim de semana do festejo. Os membros do grupo são acompanhados por músicos vestidos com trajes medievais.
“É uma celebração magnífica para St. Arnould”, disse à Reuters Daniel Krug, executivo da cervejaria Duvel Moortgat. “É uma grande tradição, porque a cerveja na Bélgica é algo de que temos muito orgulho.”
“Ninguém sabe o quanto são precisas essas antigas histórias, mas alguns afirmam que Arnold era filho de um cervejeiro de destaque na Flandres”, disse Michael Foley, autor do livro Drinking with Your Patron Saints.
“Ele era um cavaleiro corajoso, mas desistiu de tudo para se tornar um monge, em seguida abade e depois o bispo de Soisson.”
Foley explicou que, como a peste que atingia a área de Oudenburg aparentemente se espalhou por patógenos transmitidos pela água, Arnould “advertiu as pessoas a beberem cerveja em vez de água, o que elas fizeram”.
“No fim, ninguém de seu povoado morreu de peste. Não sei se eles consideraram isso milagroso, mas definitivamente ficaram gratos a ele.”
Aleteia

Cristãos chineses: ou trocam Cristo por Mao, ou perdem ajudas sociais

Pequim sempre inova em sua vontade de arrancar a fé dos cristãos e substituí-la pela devoção e culto às autoridades comunistas.
GuadiumPres
Pequim sempre inova em sua vontade de arrancar a fé dos cristãos e substituí-la pela devoção e culto às autoridades comunistas.

Redação (24/07/2020 14:00Gaudium Press)  Foi dado um passo a mais no caminho que conduz ao estrangulamento do cristianismo na China.
As autoridade de uma província informaram aos católicos que, se não trocam as imagens de Nosso Senhor Jesus Cristo por retratos de Mao Tsé-Tung  ou de Xi Jinping, perderão as ajudas sociais.

Pequim exige culto e devoção a líderes comunistas

A quase cada semana assistimos a uma nova prova da férrea vontade de Pequim de extirpar a fé dos cristãos substituindo-a pela devoção e culto às autoridades comunistas, atuais ou antigas.
O portal Bitter Winter informou que os funcionários da cidade de Linfen, na província de Shanxi, receberam instruções para que inspecionem as casas daqueles que recebem qualquer tipo de subsídios estatais para que todos os símbolos religiosos sejam apreendidos e substituídos por imagens de líderes comunistas.
Quem reclamar desta medida deverá ser cortado da ajuda do governo.

A perseguição chega também às igrejas dependentes do Estado comunista

Esta mesma medida também se aplica aos membros das igrejas dependentes do Estado. Um membro da chamada Igreja das Três Autonomias, uma denominação protestante oficial do Partido Comunista Chinês, contou ao portal Bitter Winter que em sua casa os funcionários do governo retiraram estampas de Cristo e um calendário religioso e os substituíram por fotos de Mao Tsé-Tung.

Sem o subsídio do Estado, chega-se à miséria absoluta ou à morte por fome

A crise econômica que castiga a China como consequência da pandemia do coronavírus deixou inúmeros cidadãos numa situação precária a tal ponto que o único que os livra da fome os subsídios estatais.
Isso significa que a recusa desse milésimo teste de loucura antirreligiosa, introduzido até no interior dos lares, pode significar a morte por fome ou, pelo menos, uma situação de miséria absoluta. (JSG)

(Da Redação Gaudium Press, com informações infovaticana.com – 2020/07/22).

Contradições na Bíblia?


Apologética

Conversando com um ateu, ele me disse que a Bíblia estava se contradizendo. Teria ele razão? Então me deu alguns exemplos:
  • 1Samuel 15,29: “Ademais, Aquele que é a glória de Israel não mentirá, nem se arrependerá, porque não é homem para se arrepender”.
  • Gênesis 6,7: “E disse o Senhor: ‘Apagarei da face da terra os homens que criei, desde o homem até o animal; até mesmo os répteis e os pássaros do céu; Eu me arrependo de tê-los feito”.
[Deu ainda outros] exemplos semelhantes, que não cito aqui para não aborrecer o leitor.
Na verdade, para respondermos a esse ateu, teríamos que começar ensinando o que é a Bíblia, o que é encontrado nela e como é interpretada.
Mas antes de entrarmos nesse tópico, parece-me melhor iniciarmos esclarecendo o significado da discussão.
A discussão sobre ser crente ou ateu não se baseia na Bíblia.
O problema da existência de Deus encontra-se em outro lugar: eu não acredito em Deus porque a Bíblia diz que devo acreditar, mas porque a razão mostra que não há outra explicação do mundo mais razoável que Deus.
Afinal, para explicarmos a razão da existência do universo, existem apenas duas opções:
  1. O Logos, isto é, a Razão Criadora; e
  2. A irracionalidade (o acaso).
Não há outra alternativa. Tentar explicar a existência de um mundo matematicamente ordenado (e é por isso que as ciências podem existir: porque o mundo possui uma forma razoável) através da irracionalidade é coisa bastante irracional. Afirmar que o razoável procede da irracionalidade exige muita fé na inexistência de Deus (esta é a verdade!).
A primeira opção é muito mais razoável do que a segunda. A partir daqui, podemos começar a raciocinar como é esse Ser Criador. E posteriormente descobriremos, com imensa alegria, que Ele não nos deixou sós, mas Se revelou para nós.
Ninguém começa a crer porque é convencido numa discussão sobre citações bíblicas. O fato de reconhecermos a existência de Deus – podemos dizer – é anterior: não vem da Bíblia, mas da razão; é uma questão racional.
Por outro lado, ninguém abandona a fé e vira ateu por aparentes contradições na Bíblia.
Sim, é frequente encontrarmos ateus procurando – e quem procura, acha – contradições na Bíblia. Seria aliás interessante conhecer o motivo do interesse dessa pessoa na Bíblia: se é sincero ou apenas quer levantar objeções sem muita seriedade.
Como percebemos, este tema fornece vários temas!
Quanto ao problema da coerência interna da Bíblia, apontamos aqui apenas alguns pontos:
1) Não somos fundamentalistas (pelo menos nós, católicos; mas existem protestantes fundamentalistas), isto é, seguidores de um Livro (na verdade, os cristãos são seguidores de Jesus Cristo [uma pessoa]). Ao longo da história, Deus Se revelou com atos e palavras, mas acima de tudo, ao Se tornar homem. A Revelação é a pessoa de Jesus Cristo; somos seguidores de Deus feito homem.
A Bíblia foi composta por vários autores ao longo de dezesseis séculos. Aí nos é transmitida a Revelação (cuja plenitude, repito, é a pessoa de Jesus Cristo, não um Livro).
Não pensamos que Deus tenha ditado palavra por palavra da Bíblia (como imagina um fundamentalista), mas que Deus inspirou os autores. Através deles, Ele fala conosco. Então temos que ver o que o autor pretendia escrever e o que Deus nos diz através dele. Isto requer estudo (e por algum motivo, a Bíblia é o livro mais estudado da História!), para sabermos como interpretá-la. É muito superficial discutir a Bíblia com base em [meras] citações de versículos: não é assim que se faz Teologia; primeiramente seria necessário mostrar que a passagem diz aquilo o que nosso amigo afirma que ela diz…
2) Se estamos interessados nos critérios de interpretação (afirmo que a Exegese Bíblica é um ramo bastante amplo da Teologia), podemos ver o básico na primeira parte da Exortação Apostólica “Verbum Domini” (do Papa Bento XVI, publicada em 2010). No nosso caso, estamos interessados ​​nisto: a consideração da Bíblia inteira; não podemos interpretar um versículo isolado do resto. A Escritura Sagrada é um Livro, composto por muitos livros; o critério básico para a interpretação é a coerência interna. Em outras palavras: para entendermos um texto, precisamos dos demais. Dessa forma, muitas das coisas que o nosso amigo apresenta como contradição [simplesmente] desaparecem.
3) Há passagens na Bíblia que falam sobre ações violentas ou pecados. Elas não são um problema, pois os homens cometem pecados e más ações. Sim, existem certos fatos que requerem mais estudo (e afirmo que tudo superestudado), mas não creio que um ateu tenha o conhecimento [necessários] das Escrituras – teológico, histórico e literário – para resolvê-los.
4) As Escrituras Sagradas às vezes falam de Deus de uma maneira antropomórfica, isto é, se refere a Deus como se Ele fosse um homem. É linguagem figurada. Assim como diz que Ele formou o homem com o barro da terra, embora todos saibamos que Deus não possui mãos – Ele é puro Espírito puro -, de modo que ninguém jamais pensou em interpretar isso literalmente, o mesmo ocorre em muitas outras passagens.
Enfim, acho que o que ofereço aqui é apenas uma introdução ao tópico: cada ponto permitiria explicando muitas outras coisas.
Veritatis Splendor

São Tiago Maior: reconstrução artística do rosto de um dos apóstolos mais próximos de Jesus

Neste dia 25 de julho, da Festa de São Tiago, o Departamento de Arqueologia Sacra da Academia Brasileira de Hagiologia (ABRHAGI) através de um dos seus fundadores, o perito em relíquias sagradas Fábio Tucci Farah, apresenta uma iconografia revisitada do Apóstolo. A reconstrução artística facial foi encorajada por dom Julián Barrio Barrio, arcebispo de Santiago de Compostela, onde estão depositadas as relíquias sagradas de São Tiago Maior, ligadas às origens apostólicas, que continuam atraindo multidões de devotos.

Andressa Collet – Vatican News

O especialista em relíquias da Arquidiocese de São Paulo, Fábio Tucci Farah, em audiência com Dom Odilo Scherer, arcebispo local, já apresentou uma pesquisa que vai orientar a reconstrução artística do rosto de São Paulo, patrono da cidade. A ideia segue mais um projeto idealizado por Farah, um dos fundadores do Departamento de Arqueologia Sacra da Academia Brasileira de Hagiologia (ABRHAGI), que, pela ciência forense e mesmo sem acesso aos crânios dos santos, já recriou o retrato artístico mais fidedigno de Santa Joana d’Arc e, agora, está apresentando em primeira mão a reconstrução facial artística de São Tiago Zebedeu, um dos apóstolos mais próximos de Jesus e testemunha de Sua Transfiguração.

O Rosto da Europa
O projeto nasceu há 2 anos e foi intitulado “O Rosto da Europa”, em referência à afirmação do autor alemão Goethe - a Europa se fez a caminho de Santiago – e à tradição por onde o Apóstolo teria levado a Boa Nova do Reino. Tanto que, no século IX, a descoberta das relíquias de São Tiago na Espanha começou a arrastar multidões ao seu sepulcro. Naquela época, como lembra Farah – também curador adjunto da Regalis Lipsanotheca, em Ourém/PA, um dos maiores acervos de relíquias fora do Vaticano – “se aproximar das relíquias de um Apóstolo era estar em sua presença”:
“Com o passar dos séculos, as relíquias se perderam dentro da catedral até a redescoberta, em fevereiro de 1879.  Em uma audiência privada com dom Julián Barrio Barrio, arcebispo da cidade, manifestei o desejo de reconstruir o rosto do Apóstolo. Seus restos mortais, incluindo o crânio, estão ali. Porém, o relicário está lacrado e há uma interdição papal impedindo sua abertura: a bula Deus Omnipotens, de Leão XIII. Diante disso, surgiu a ideia de fazer a recriação artística do rosto do Apóstolo, usando os mesmos princípios empregados no trabalho de Santa Joana d’Arc.”

Um projeto de ponte-área Brasil-Espanha
O rosto de São Tiago foi recriado pela artista espanhola Girleyne Costa, e a pesquisa, uma etapa fundamental do projeto, contou com a parceria de Farah e Mariana de Assis Viana Mansur, “que já percorreu oito vezes o Caminho de Santiago e conhece bem a iconografia do Apóstolo”, explica o especialista brasileiro. Farah comenta que “não seria suficiente retratar um pescador galileu do século I”, com suas características étnico-raciais. Era preciso ir além, buscando traços em referências já consagradas e em iconografias pouco conhecidas.
“A ideia não seria apresentar o rosto de um pescador galileu do século I e dizer: ‘eis aí São Tiago’. Mas apresentar o rosto de um provável pescador galileu do século I que fizesse as pessoas se lembrarem do Apóstolo: o irmão de São João, retrato nas catacumbas nos primeiros séculos, o primo de Jesus Cristo, o apóstolo que saúda os peregrinos em sua imagem mais célebre – a do Pórtico da Glória. Um homem que chegou ao ‘fim do mundo’ para pregar o Evangelho. Com o dossiê histórico, a Girleyne iniciou os esboços. Acompanhei o processo do primeiro esboço ao retrato final; essa etapa durou aproximadamente seis meses.”

A importância do culto religioso

A imagem nunca esteve tão valorizada como nos últimos tempos. O próprio João Paulo II, em carta apostólica sobre a veneração das imagens (Duodecimum Saeculum de 1987), enfatizava a importância da representação de Jesus, de Nossa Senhora, dos Mártires e dos Santos para “favorecer a oração e a devoção dos fiéis”. E conhecer um rosto fidedigno à realidade de personagens históricos, como o de São Tiago Maior, finaliza Farah, é um instrumento eficaz para reavivar e fortalecer a fé dos devotos:

“O rosto realista de um santo se prestaria apenas à satisfação da curiosidade de nossa época? Para muitos devotos, a apresentação do rosto mais fidedigno de um santo a partir da reconstrução forense é acompanhada pelo fortalecimento da fé, pelo interesse renovado em imitar sua vida e seus costumes. E o mais importante, ajuda a erguer os olhos em direção ao Reino dos Céus. Ao contemplar a face humana de São Tiago, os devotos de hoje podem alcançar a Boa Nova que o Apóstolo carregou aos ‘confins da terra’. E são capazes de descortinar o que os aguarda no fim da peregrinação por este mundo.”

Vatican News

S. TIAGO, O MAIOR, APÓSTOLO

S. Tiago, o Maior, Giotto
S. Tiago, o Maior, Giotto  (© Musei Vaticani)
Pescador de homens
Tiago, irmão do apóstolo João, é chamado “Maior” para se distinguir do homônimo apóstolo, Tiago de Alfeu. A sua vida muda radicalmente quando aceita o convite de Jesus para ser “pescador de homens”.
Mais adiante, – segundo o Evangelho de São Mateus – Jesus “viu dois irmãos, Tiago de Zebedeu e João, seu irmão, que, junto com o pai, ajeitavam as redes no barco. Eles, imediatamente, deixaram o barco e seu pai e o seguiram”.
Ele e seu irmão tinham um caráter impetuoso, tanto que Jesus deu-lhes o apelido de “Boanergés” (filhos do trovão). No monte da Transfiguração e naquele da agonia, Tiago foi testemunha do evento da Transfiguração, a glória de Jesus: “Jesus, – escreve o evangelista Mateus – tomou consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, e os levou para um lugar apartado, um alto monte, e se transfigurou diante deles; seu rosto resplandeceu como o sol e as suas roupas se tornaram cândidas como a luz”.
Este Apóstolo também foi testemunha da agonia de Jesus no Horto do Getsêmani: “Tomou consigo Pedro, Tiago e João – Marcos recorda em seu Evangelho – Jesus começou a ter medo e angústia”.
Primeiro Apóstolo mártir
Jesus preanunciou o seu martírio: “Vocês podem beber – escreve Mateus – o cálice que estou para beber?”. Responderam-lhe Tiago e João: “Podemos”.
A sua morte está descrita nos Atos dos Apóstolos: “Naquele tempo, o rei Herodes começou a perseguir alguns membros da Igreja. Mandou matar, com a espada, Tiago, irmão de João”. Depois da decapitação, segundo a Lenda Áurea do frade dominicano, Jacopo de Varagine, seu corpo foi trasladado para a Espanha.
 
O túmulo de Tiago
Segundo a tradição, no ano 831, depois de um prodigioso fenômeno luminoso, nas proximidades do monte Liberon, foi descoberto um sepulcro, com as escrita: “Aqui jaz Jacobus, filho de Zebedeu e de Salomé”.
O lugar foi denominado Campus stellae (“campo da estrela”), nome que, depois, deu origem à cidade de Santiago de Compostela. Em 1075, teve início a construção da Basílica dedicada a ele; desde a Idade Média, seu Santuário é meta de peregrinações, a primeira na Europa e, depois, de todas as partes do mundo.
Vatican News

Hoje é a festa de São Cristóvão, padroeiro dos motoristas

ACI Digital
REDAÇÃO CENTRAL, 25 Jul. 20 / 06:00 am (ACI).- São Cristóvão de Licia é um mártir importante na história do cristianismo do Oriente e do Ocidente, que viveu durante o governo de Décio, terceiro imperador romano, por volta do ano 250 d.C.
Sua famosa lenda, que é conhecido sobretudo no Ocidente e poderia ter sido extraída da antiga mitologia grega, conta que ele levou um menino, ao qual não conhecia, através de um rio antes que a criança revelasse a ele que era Cristo.
Seu nome em grego era “Christophoros” e significa “o portador de Cristo”. Desde o século IV, foi representado com o menino Jesus sobre seus ombros e levando um cajado com folhas.
Era crença comum que bastava olhar para sua imagem para que o viajante se visse livre de todo perigo durante aquele dia. Por isso, é considerado padroeiro dos peregrinos, viajantes, motoristas e transportadores em geral.
Segundo a tradição, foi um homem de grande estatura e serviu como soldado do Império Romano; também se diz que tinha uma alma caritativa e tentava ajudar os cristãos presos.
Cristóvão foi batizado em Antioquia e se dirigiu sem demora a pregar a Licia e Samos. Ali, foi preso pelo rei, que estava às ordens do imperador Décio. Após resistir a abdicar de sua fé diante de várias tentativas de tortura, ordenou-se que fosse degolado. Segundo Gualterio de Espira, a nação Síria e o próprio rei se converteram a Cristo graças ao santo.
ACI Digital

sexta-feira, 24 de julho de 2020

4 pontos importantes para a construção do “novo normal”

4 pontos importantes para a construção do “novo normal”

“Precisamos deixar de ser espectadores da tragédia e nos transformarmos em protagonista de uma obra que urge mudança de direção”, diz reitor da Universidade Católica da Costa Rica.

“Nunca desperdice uma boa crise”, dizia Winston Churchill. Resignar-nos apenas a voltar a um “novo normal”, sem questionarmos o que é isso e como podemos construir essa normalidade implica desperdiçar as oportunidades de aprendizagem que a pior crise que esta geração já viveu nos proporciona.
O Dr. Fernando F. Sánchez Campos, reitor da Universidade Católica da Costa Rica, publicou um artigo tendo como pano de fundo essa preocupação. “Precisamos deixar de ser espectadores da tragédia e nos transformarmos em protagonista de uma obra que urge mudança de direção. Cabe a nós assumirmos o papel de construtores do novo normal”, diz ele
Segundo o reitor, estes são os quatro pontos-chave para construirmos algo melhor depois da crise.

1
DESENVOLVIMENTO SOLIDÁRIO

Em primeiro lugar, devemos nos questionar se queremos voltar a um modelo de desenvolvimento marcado pelo egoísmo ou construir um modelo que tenha a solidariedade como farol.
A pandemia mostrou que as sociedades mais igualitárias e prósperas, com setores produtivos sólidos e instituições públicas fortes e solidárias são essenciais. Da mesma forma, ficou claro que o maior fator de risco da pandemia não é a obesidade, a hipertensão ou o diabetes, mas a pobreza.
Certamente, o confinamento e o teletrabalho não são opções para quem não tem casa, emprego ou internet. Por outro lado, os efeitos globais e acelerados da atual pandemia deveriam servir de exemplos para mudanças nos hábitos de consumo, levando em conta o aquecimento global e a deterioração do meio ambiente.
Como o Papa Francisco já alertou, “Deus perdoa sempre, nós também perdoamos algumas fezes, mas a natureza – a criação – não perdoa nunca”. Essa crise deixou claro que “construir a solidariedade” é preservar a vida.

2
DEMOCRACIAS CAPAZES DE GERAR CONFIANÇA

Em segundo lugar, devemos decidir se queremos voltar aos sistemas políticos desgastados, inoperantes e pouco transparentes ou se queremos construir democracias mais robustas, eficientes e geradoras de maior confiança.
Em países com sistemas políticos ineficientes, o enfrentamento dos efeitos da pandemia não pode se transformar em justificativa para limitar a democracia. Como diz Alexis de Tocqueville, “os problemas da democracia são resolvidos com mais democracia”.
Um poder executivo eficaz e claro em relação a propostas, execução e manejo da informação, poderes legislativos e judiciários autônomos e responsáveis e meios de comunicação críticos, independentes e conscientes de seu trabalho são as bases nesta proposta.
A pandemia não deveria apenas ensinar o valor de um sistema político funcional, como também a importância de os cidadãos se comportarem sempre como eleitores conscientes e maduros.
Nunca foi tão certo o ditado que diz que “o cidadão que erra menos ao escolher seus governantes é aquele que vota antecipando uma grande crise”.

3
FAMÍLIAS INTEGRADAS

Em terceiro lugar, devemos nos perguntar se queremos voltar às famílias cada vez mais desintegradas ou construir famílias integradas e funcionais.
Paradoxalmente, em tempos de pandemia a caridade e a consideração com o próximo se manifestam em meio ao distanciamento físico. Os vínculos sociais e os laços afetivos fora da nossa família nuclear devem ser conservados e, se possível, desenvolvidos remotamente.
Independentemente das dificuldades, é fundamental compreender que nosso principal desafio não é idealizar planos para “ficarmos próximos enquanto estamos distantes”, mas nos reencontrarmos com aqueles que sempre nos foram próximos e pareciam estar distantes.
Além das situações singulares que cada família enfrenta, a pandemia é uma oportunidade para recuperar e fortalecer nossa família nuclear.
Resolver problemas latentes no núcleo familiar, afinar a comunicação com cada membro, revisar prioridades, projetos e metas comuns, compreender que a identidade de cada membro enriquece a identidade do núcleo e valorizar o privilégio de viver e crescer acompanhados são tarefas inadiáveis.

4
SOCIEDADES COM VISÃO TRANSCENDENTAL

Finalmente, devemos discernir se queremos voltar às sociedades marcadas pelo imediato, o material e o efêmero ou se queremos construir sociedades a partir de pessoas com maior profundidade espiritual e melhor compreensão do transcendental.
Parafraseando o filósofo sul-coreano Byung-Chul Han, com a pandemia “a narrativa da ressurreição dá lugar à ideologia da saúde e da sobrevivência”. Sem entender que se movem em diferentes níveis do saber, a virologia quer se impor sobre a teologia.
Porém, a fortaleza espiritual permite, segundo Santo Inácio de Loyola, “transformar a felicidade dos tempos de tranquilidade e sucesso em paciência durante os momentos de dificuldade e provação”.
Se a pandemia conseguiu nos ensinar isso, mesmo que na marra, teremos passado por um tempo de preparação muito proveitoso, parecido com uma árvore que, depois de podada, dá mais e melhores frutos.
O Dr. Sánchez Campos conclui:
“Não podemos desperdiçar a crise que enfrentamos, conformando-nos somente com uma volta à nova normalidade. A situação nos impõe que, a partir do momento que aprendemos e tomamos melhores decisões no que se refere ao modelo de desenvolvimento, sistema político, relações familiares e crescimento espiritual, passaremos a ser construtores do novo normal que passaremos a viver. Superar a pandemia não é somente sair vivos da provação, mas também sairmos mais fortes, mais sensíveis, mais sábios e mais bem preparados.”
Fonte: Aleteia 

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF