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segunda-feira, 3 de agosto de 2020
Início da chamada Carta de Barnabé
São Martinho
Public Domain |
Eremita (†580)
A falsa história acerca das 95 Teses de Martinho Lutero e a venda de indulgências
- Autor: Jesús Mondragón
- Fonte: Site “Catolico, defiende tu fe” (https://www.catolicodefiendetufe.org)
- Tradução: Carlos Martins Nabeto
- “Nunca ocorreu a propalada exposição pública das 95 Teses”.
- “No ano de 1517, Lutero apresentou em Wittenberg, sobre o Elba, conforme a antiga tradição da universidade, certas sentenças para discussão, mas modestamente, sem desejar insultar ou ofender alguém”.
Bispos latino-americanos se solidarizam e condenam atentado à catedral da Nicarágua
Interior de uma das capelas da Catedral de Manágua após o atentado de 31 de julho / Crédito: Arquidiocese de Manágua |
Santa Lídia, comerciante de púrpura
O que se sabe sobre Santa Lídia está no livro dos Atos dos Apóstolos 16, 14-40. Morava em Filipos, a principal cidade da Macedônia, um porto no Mar Egeu e uma colônia romana. Mas nascera em Tiatira, uma cidade da região chamada Lídia, na parte ocidental da Grécia. Por isso, alguns crêem que Lídia não seria o seu nome, mas um apelido recebido dos filipenses – "a lídia" (como "a samaritana", por exemplo). Era prosélita, ou seja, pagã (não judaica) que tinha se convertido ao judaísmo. Isto indica que já buscava a Verdade, ao deixar as crenças gregas politeístas e abraçando o judaísmo monoteísta. E, ao ouvir a pregação de São Paulo, converteu-se ao Catolicismo.
Tiatira era conhecida pela lucrativa indústria de tingimento e comércio de púrpura, no século I. A existência de fabricantes de corante tanto em Tiatira como em Filipos é comprovada por inscrições de descobertas arqueológicas. É possível que Lídia tivesse mudado para Filipos, onde conheceu Paulo, por causa do seu trabalho com púrpura.
Pela descrição de São Lucas, que a conheceu pessoalmente, Lídia era uma mulher rica por ser comerciante de púrpura, dona do próprio comércio e chefe de família, algo incomum para as mulheres da época (aparentemente, ela dirigia a própria casa, e portanto possivelmente era viúva ou solteira. Sua família incluiria parentes e provavelmente escravos ou servos).
Entende-se que Lídia era rica porque roupas na cor púrpura eram usadas somente por reis, rainhas e pessoas da nobreza. O corante é extraído de várias fontes, a mais cara sendo os moluscos marinhos do gênero Murex e abundantes no Mar Mediterrâneo. Segundo Marcial, poeta romano do século I, um manto da mais fina púrpura de Tiro, outro centro fabricante dessa substância, chegava a custar 10.000 sestércios, ou 2.500 denários, o equivalente ao salário de 2.500 dias de um trabalhador.
Entre os anos 50 e 53, os apóstolos Paulo, Silas, Timóteo e Lucas foram a Filipos como missionários. Esperaram o sábado para irem à procura de judeus que provavelmente se reuniriam para ler a Escritura. Saíram da cidade, na qual provavelmente não havia muitas sinagogas, já que o imperador Cláudio estabelecera a política de expulsar os judeus. Encontraram Lídia com outras mulheres próximo a um rio, onde eles pensaram haver um lugar de oração (cf. At 16,13).
Depois de batizada, junto com os da sua casa, Lídia pediu veementemente aos Apóstolos que se hospedassem com ela, durante a sua estadia na cidade. E, após serem presos, e milagrosamente libertos pela ação de um terremoto, Paulo e Silas voltaram ainda à sua residência. Depois de confortar os que ali estavam, ou seja, os que formariam a comunidade cristã de Filipos, para a qual São Paulo escreveria mais tarde a Carta aos Filipenses, os Apóstolos foram para a Tessalônica.
Santa Lídia ajudou decisivamente São Paulo e seus companheiros na missão em Filipos. Foi a primeira mulher a se fazer cristã na Europa, e é uma das primeiras veneradas como santas desde o início do cristianismo. Parece que sua casa tornou-se a primeira Igreja da Europa, e que depois do contato com os Apóstolos abandonou as riquezas e recolheu-se a um lugar de oração. Seu nome aparece em inscrições nas catacumbas. É a padroeira dos tintureiros e comerciantes.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho
Reflexão:
Santa Lídia priorizou a riqueza da alma sobre a da matéria, ao acolher prontamente e com alegria a Boa Nova e os seus missionários, como também nós devemos fazer em todos os tempos e lugares. Não era obrigatório que abandonasse seus bens, mas sim que sua vida, transformada pelo Batismo, ficasse mais recolhida em oração – assim como também nós devemos fazer em todos os tempos e lugares. Pois só assim poderemos hospedar Cristo na nossa alma, e efetivar nossos lares como as igrejas domésticas que eles devem ser. Como fez Santa Lídia, a seu tempo e no seu lugar.
Oração:
Senhor, que por pura bondade distribuís para nós as Vossas riquezas infinitas, concedei-nos pela intercessão de Santa Lídia jamais comerciar com as graças que recebemos no nosso Batismo e ao longo da vida, mas nos tornemos ricos na humildade de sempre Vos receber na casa da nossa alma, e assim, Convosco, podermos tingir nossas vidas com a cor das boas obras, para recebermos do Vosso amor a púrpura da realeza celeste. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.
Fonte: https://www.a12.com/
domingo, 2 de agosto de 2020
O coronavírus pode ser transmitido pela hóstia consagrada?
wideonet | Shutterstock |
Com a pandemia veio a pergunta: “O Corpo de Cristo é imune a doenças e infecções”?
“O sacramento é a graça em forma sensível de um sinal… Uma hóstia envenenada pode ser, ao mesmo tempo, uma verdadeira hóstia consagrada – a graça que a alma procura – e uma hóstia envenenada, capaz de matar o corpo… A fé não ensina que a matéria do signo escapa das leis físicas, simplesmente que a graça usa essa matéria para se comunicar de maneira sensível”.
AOS SACERDOTES
Papa Francisco //Irmãs Salvatorianas |
No cotidiano da fé, nós temos que aprender e professar que “dos sacerdotes de Cristo não se deve falar, senão para louvá-los!”. (São Josemaría Escrivá, “Sulco nº 904”). Existem inúmeras razões para louvar os sacerdotes: entre outras, todo sacerdote deve ser louvado, pois, por sua fidelidade, ele é um dispensador da misericórdia divina, o apóstolo da Palavra, o administrador dos mistérios de Deus e uma testemunha credível da caridade de Cristo. Temos que dar contínuas graças ao Senhor Jesus por nos ter possibilitado, na pessoa dos sacerdotes, uma ponte segura entre Ele e cada um de nós.
Desde os primeiros momentos de nossas vidas até nossa entrada na Igreja triunfante, o sacerdote nos acompanha, proclamando e nos ensinando, com dignidade e sabedoria, a doutrina e a Tradição da fé Católica. Por ser um consagrado de Cristo, “o sacerdote é sinal e penhor das realidades sublimes e novas do Reino de Deus, das quais é distribuidor, possuindo-as em si no grau mais perfeito e alimentando a fé e a esperança de todos os cristãos”. (Papa Paulo VI, “Encíclica Celibato sacerdotal, nº 31”).
Por ser um digno representante de Cristo, existem laços visíveis e estreitos entre o sacerdote e o nosso Redentor. Quando temos que definir o perfil de um sacerdote, percebemos que, em sua vida e em suas atitudes, há sempre um contínuo amor pela Verdade, uma ampla entrega aos que sofrem e um corajoso e intrépido anúncio do Evangelho de Jesus Cristo. Como nos ensina Charles de Foucauld: “O sacerdote é um ostensório, seu dever é mostrar Jesus. Ele tem de desaparecer para deixar que só se veja Jesus!”.
Ser sacerdote é ser “conquistado por Cristo Jesus!” (Fl 3,12). Ser sacerdote é saber viver uma vida plena e fecunda a serviço do outro! Ser sacerdote é aderir, sem reservas, a um mistério sublime que conduz ao serviço do Senhor com zelo, com ardor e alicerçado no amor!
Todo sacerdote é um ungido de Cristo que se predispõe a apascentar o rebanho do Altíssimo, sob a direção do Espírito Santo, celebrando, com devoção e entusiasmo, os sacramentos que Cristo nos legou! Ser sacerdote é saber emprestar a Jesus as suas mãos, a sua voz, os seus gestos e a sua própria vida, na celebração dos mistérios de nossa fé! Diante da pessoa do sacerdote, nós somos chamados a reconhecer, junto com o Cura D’Ars – o padroeiro dos padres: “Que coisa tão grande é ser sacerdote! Se o compreendesse totalmente, morreria!”.
O sacerdote é um homem bom que Deus colocou em nossas vidas para nos ensinar a trilhar o caminho da santidade com zelo, determinação e humildade. O sacerdócio é um tesouro precioso da Igreja e, por isso, “a disponibilidade do sacerdote faz da Igreja a Casa de portas abertas, refúgio para os pecadores, lar para aqueles que moram na rua, hospital para os doentes, acampamento para os jovens, sala de catequese para os pequenos da Primeira Comunhão”. (Papa Francisco, Homilia em 17 de abril de 2014).
Que possamos aprender, com o sacerdote que Cristo colocou em nossa Paróquia, em nossa Pastoral e em nosso meio, a colocar Deus no centro de nossas vidas! Peçamos a nosso Redentor a graça de tratar com esmero e cuidado o sacerdote que Ele colocou junto a nós! Digamos, hoje e sempre, aos nossos amigos sacerdotes: Sacerdotes de Cristo, nobres servidores de uma causa sublime, “continuai a progredir sem desfalecimento, na formação cristã e sacerdotal, apostólica e cultural, que a Igreja espera de vós; amai apaixonadamente o Evangelho e os homens a quem sois enviados, segundo o exemplo e a medida do Coração de Cristo!” (Discurso do Papa João Paulo II em 11 de janeiro de 2003).
Sacerdotes de Cristo, nunca se esqueçam de que o coração do sacerdócio consiste em ser amigo de Jesus Cristo! Amigo sacerdote, nosso muito obrigado por você estar sempre disponível para nos ouvir, acolher e orientar, concedendo-nos, pelo seu exemplo, a suave e doce presença de Cristo. Como membros do Povo de Deus, nós damos testemunho da dignidade do mistério de Cristo e de Seu Reino que se realiza em sua alma e em seu coração!
Amigo sacerdote, “obrigado por sua fidelidade aos compromissos assumidos.
Numa sociedade e numa cultura que transformam o volátil em valor, é verdadeiramente significativa a existência de pessoas que apostem e procurem assumir compromissos que exigem toda a vida”. (Papa Francisco, Homilia em 19 de abril de 2014).
Sacerdote de Cristo, direcione o seu olhar para a Virgem Santa Maria, a Mãe da Igreja, e recorra constantemente à sua mediação, para que ela continue intercedendo em favor de seu sacerdócio! Sacerdote de Cristo, como é bom poder ouvir você dizer: “O Senhor deu-me a graça de falar como um discípulo, para que eu saiba dizer uma palavra de alento aos que andam abatidos!” (Is 50,4). Sacerdotes de Cristo, não cessamos de dar graças a Deus por vocês e por todo o bem que vocês realizam. Que nosso Senhor Jesus Cristo os abençoe e a Virgem Santíssima os guarde. Contem sempre com nossas orações!
XVIII Domingo do Tempo Comum: ANO "A".
Dom José Aparecido Adm. Apost. Arquidiocese de Brasília |
Flávio Josefo e os “400 anos de silêncio” de Deus
- Autor: Trent Horn
- Fonte: Catholic Answers (https://www.catholic.com/)
- Tradução: Carlos Martins Nabeto
Outra razão pela qual os protestantes rejeitam os apócrifos como inspirados por Deus é porque os próprios judeus rejeitaram os apócrifos e não consideraram esses livros como parte do seu cânon ou Escritura do Antigo Testamento. Uma citação muito útil é a de um homem chamado Josefo…
Bom, primeiro, antes de continuarmos com Josefo, vou apenas dizer isto: alguns judeus rejeitaram os livros deuterocanônicos das Escrituras; alguns judeus rejeitaram alguns livros protocanônicos das Escrituras; e alguns judeus aceitaram os livros deuterocanônicos das Escrituras. Alguns! No tempo de Jesus, é mais apropriado falar de judaísmos [no plural] do que de judaísmo [no singular]. Havia diferenças marcantes entre diferentes escolas de pensamento judaicas e até mesmo dentro de escolas de pensamento judaicas específicas, pois entre os fariseus havia disputas entre os seguidores de Shammai e os de Hillel, dois rabinos diferentes. Mas vamos pular isto e ouvir o que ele fala sobre Josefo.
Uma citação muito útil é a de um homem chamado Josefo, que era um historiador judeu e escreveu por volta do ano 100 d.C. Ele afirmou claramente que havia certos livros que os judeus aceitavam e acreditavam como parte do cânon das Escrituras do Antigo Testamento. Observe o que ele diz aqui: “Pois não temos uma infinidade de livros entre nós, que discordam e se contradizem, como os gregos”. Então ele está dizendo aqui: “Ei! Não temos um monte de livros que consideramos inspirados por Deus, mas apenas 22 livros”.
Tudo bem. Essa passagem que Allen leu é de [Flávio] Josefo, o historiador judeu, que viveu por volta do final do século I d.C.. Ele escreveu uma história dos judeus chamada “Antiguidades”, que traz a história da guerra judaica. Ele também escreveu uma obra chamada “Contra Apion”, que é uma espécie de peça de retórica e propaganda; é uma defesa apologética do Judaísmo contra a ideologia e mitologia pagãs. Ele escreve para Apion, que é um escritor egípcio, com o objetivo de mostrar que o Judaísmo é superior a outras religiões e sistemas de crenças não-judaicos. O que Josefo fez e o que estudiosos modernos reconhecem é que ele embeleza, exagera e pega algumas coisas e tenta torná-las universais para fazer com que o Judaísmo pareça ser a melhor coisa do mundo.
Agora você pode estar se perguntando: “Espere um segundo! Por que os judeus aceitaram apenas 22 livros e nós temos 39 no nosso Antigo Testamento?” Bom, sem entrar em muitos detalhes, essencialmente, os judeus agruparam os seus livros de uma maneira bem diferente do que temos hoje na Bíblia protestante. Em outras palavras, dou um exemplo: os Doze Profetas Menores, nós consideramos cada um deles como um livro diferente, enquanto que os judeus os agrupam todos em um único livro chamado “Os Doze”. Além disso, temos Samuel dividido em dois livros diferentes: 1Samuel e 2Samuel; mas os judeus os consideram como um único livro, assim como consideram 1Reis e 2Reis como um único livro; Esdras e Neemias como um único livro; Rute e Juízes como um único livro; e ainda 1Crônicas e 2Crônicas como um único livro. Então, quando você conta tudo dessa forma, essencialmente eles acreditam em apenas 22 livros.
Isso não é totalmente verdade. Alguns judeus acreditavam em 24 livros, dependendo da forma como os contava. E alguns judeus acreditavam em um cânon bem maior. O livro apócrifo de Esdras documenta que alguns judeus acreditavam que o seu cânon consistia de 94 livros! Você também encontra outros judeus numerando 70, sendo 70 um número simbólico. Muitos números têm valor simbólico para eles: empregar 22 [livros], p.ex., é uma [clara] referência ao seu alfabeto hebraico. Com efeito, tomar o número de letras do alfabeto hebraico e referenciá-las ao número de livros no cânon era o que Josefo provavelmente estava fazendo aqui; e, naquela época, outros judeus o faziam.
Josefo diz: “Mas apenas 22 livros, que contêm os registros de todos os tempos passados, que justamente se acredita que sejam…” – o quê? Divino, certo? “E destes, cinco pertencem a Moisés, que contém as suas leis e as tradições da origem da humanidade até a sua morte”. Esse intervalo de tempo foi pequeno, de 3000 anos. Mas quanto ao tempo desde a morte de Moisés – preste atenção agora – até o reinado de Artaxerxes, rei da Pérsia, que reinou após Xerxes: “os Profetas que vieram depois de Moisés anotaram o que foi feito em seus tempos em 13 livros”. Portanto, observe o prazo que Josefo está dizendo aqui, em que se estende o Antigo Testamento. Dos tempos de Moisés até Artaxerxes – que como protestantes acreditamos – é onde o Antigo Testamento realmente termina. Mas vamos continuar.
O problema com esse argumento é que o reinado de Artaxerxes da Pérsia terminou por volta de 424 a.C.; digamos então, cerca de 400 a.C. Por isso, muitos protestantes afirmarão que de 400 a.C. até o nascimento de Cristo não houve revelação divina. Deus teria ficado em silêncio por 400 anos. Mas o problema aqui é que muitos estudiosos protestantes conservadores, evangélicos, afirmarão que havia vários livros do Antigo Testamento que começaram a ser escritos após esse período ou tiveram grandes porções adicionadas a eles, de modo que os editores os finalizaram e chegaram a um ponto final em algum momento após o reinado de Artaxerxes. Logo, se o Antigo Testamento terminou com Artaxerxes da Pérsia, em 424 a.C., quando seu reinado acabou, o que deveríamos fazer com livros como Eclesiastes, Crônicas, Esdras, Neemias e Daniel, já que os próprios estudiosos protestantes conservadores dirão que esses livros foram escritos depois dessa época ou que partes importantes foram adicionadas a eles depois desse tempo? Como veremos, a revelação divina não cessou após esse momento; isso é uma leitura errada do que Josefo está dizendo.
“Os quatro livros restantes contêm hinos a Deus e preceitos para a conduta da vida humana”. Pois bem, esta declaração é super importante para entendermos. Assim, se você não tirar mais nada desta seção, preste muita atenção ao que estou me preparando para compartilhar com você: “É verdade que a nossa História foi escrita desde Artaxerxes de uma maneira muito particular, mas não foi estimada com a mesma autoridade que a anterior pelos nossos antepassados”. O que Josefo está tentando dizer? Ele está dizendo, sim, de outros livros históricos; livros históricos, não livros que tenham natureza divina. Ele diz: “Sim, existem outros livros históricos que foram escritos desde a época de Artaxerxes, mas eles não são considerados da mesma autoridade ou natureza divina que esses outros 22 livros”. E por que ele diz isso? Ele mesmo o diz: “porque não houve uma sucessão exata de profetas desde então”. Em outras palavras, Josefo reconhece que Malaquias foi o último profeta inspirado por Deus e não houve outras vozes proféticas entre os 400 anos em que o Antigo Testamento terminou e quando Jesus Cristo nasceu.
Na verdade, não é isso o que Josefo diz. Josefo acredita que a profecia ocorreu muito depois, antes e mesmo após o tempo de Jesus; ou seja, mesmo depois de Artaxerxes teria havido profecia. O que ele está falando aqui é que não havia uma linha exata de sucessão dos profetas a ser historicamente registrada; ele não diz que o dom de profecia cessou como um todo entre o povo. Podemos saber disso consultando os seus escritos, bem como os escritos do Novo Testamento. (…)
Embora esses livros apócrifos tenham sido escritos em algum lugar antes do nascimento e da vida de Jesus Cristo, os judeus durante esse tempo rejeitaram esses livros como parte do cânon do Antigo Testamento. Agora, por que isso é importante? É importante porque o argumento vai e volta e os católicos dizem que os protestantes removeram certos livros da Bíblia.
Bom, eles certamente rejeitaram. E, como eu disse, havia judeus que discordavam sobre o cânon no tempo de Jesus porque este não estava fechado, não estava estabelecido. E houve judeus durante o tempo de Jesus que aceitavam esses livros deuterocanônicos, pelo menos alguns deles. Um exemplo disso seriam [os judeus] do Mar Morto. Eu realmente estive aí; estive em Israel duas vezes e amo essa área que passa pelo Mar Morto (…); adoro ir às cavernas de Qumran, para ver onde os Manuscritos do Mar Morto foram encontrados.
Os protestantes dirão: “O que você sabe? Você pode argumentar que esses livros nunca deveriam ter sido colocados na Bíblia: em primeiro lugar, porque os judeus nunca receberam ou acreditaram que esses livros tinham o mesmo nível divino e autoritário que esses 39 livros que possuímos no Antigo Testamento (ou, se você é judeu, 22 livros)”.
Não, mas alguns judeus. Os judeus rabínicos que subiram ao poder após a Segunda Revolta Judaica rejeitaram esses livros juntamente com os Evangelhos do Novo Testamento; mas nem todos os judeus o fizeram. Ainda hoje há judeus – os judeus etíopes – que se apegam à inspiração desses e de outros livros. Então, mais uma vez: nós cristãos não somos obrigados a seguir as decisões canônicas desse [grupo de] judeus do século II. Eles excluíram o Novo Testamento. Por que deveríamos excluir livros deuterocanônicos que cristãos e [uma boa parte dos] judeus aceitavam no tempo de Jesus e dos Apóstolos, e que também eram extensivamente citados pelos Padres da Igreja nos séculos seguintes?