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domingo, 9 de agosto de 2020

China paga quem denuncia presença de Igrejas ou de religiosos

A China faz campanha publicitária contra Igrejas, incentiva denúncias contra as atividades religiosas e paga por delações.
Guadium Press
A China faz campanha publicitária contra Igrejas, incentiva denúncias contra as atividades religiosas e paga por delações.

Redação (08/08/2020 13:03Gaudium Press) Receberá recompensa quem denunciar a presença de atividade religiosa fora dos padrões estabelecidos pelo governo comunista chinês é recompensada.

A revista “Bitter Winter”, em sua edição da quinta-feira, 30 de julho, diz que o Partido Comunista Chinês (PCC) está oferecendo recompensas monetárias para quem oferecer qualquer informação aos órgãos governamentais sobre a presença de igrejas em suas comunidades.

Recompensa por denúncias antirreligiosas são estendidas a outras cidades

De acordo com a publicação, tudo leva a crer que o anuncio dos pedidos de informações em troca de recompensas seja uma expansão de um programa já implementado na província de Heilongjiang que vem sendo desenvolvido desde o início deste ano.
Na cidade de Nenjiang, ofereceram aos residentes uma recompensa de 5 mil RMB, –algo em torno de 700 dólares–, para quem denuncie suspeitas de alguma atividade religiosa “ilegal” às autoridades comunistas.

Agora, esse programa de “incentivos” foi expandido para outras cidades do país e as recompensas foram aumentadas para até 100 mil RMB, –por voltas de 14 mil dólares– informa a Bitter Winter.

Recompensar quem denunciar pistas sobre atividades “cultos malvados”

A China faz campanha publicitária contra Igrejas, incentiva denúncias contra as atividades religiosas e paga por delações.

No último mês, o Departamento de Segurança Pública emitiu, na província de Hainan, um aviso ao público que informa como “recompensar aqueles que denunciem pistas sobre atividades ilegais e criminosas de Xie Jiao”.
No vocabulário do regime comunista da China “Xie Jiao” é uma expressão que quer dizer “culto malvado”. Na prática, a expressão quer referir-se a qualquer atividade religiosa que não esteja dentro dos padrões estabelecidos e sancionados pelo governo ateu de Pequim.

Quanto vale uma denúncia antirreligiosa

Em Hainan, as autoridades do governo oferecem até 100 mil RMB por informação, dependendo da precisão e utilidade da “pista” fornecida.

Na cidade de Zouping, província de Shandong, quem fornece a identidade de membros de duas organizações religiosas locais podem ter uma recompensa de até 2.500 RMB, ou seja, cerca de 360 dólares.

Já, na província de Guangdong, a recompensa oferecida pelos comunistas locais para quem denunciar ou der informações sobre os membros de um “culto malvado” (Xie Jiao) pode chegar a receber uma recompensa de 100 mil RMB.

Campanhas publicitárias contra a Religião

Além de incentivar as delações contra as atividades religiosas consideradas ilegais pelas autoridades comunistas e oferecer recompensas em dinheiro por elas, o governo chinês tem feito uma sistemática campanha publicitária antirreligiosa em todo o país.

O governo tem feito, por toda a China, a distribuição de diferentes cartazes que dizem:
“Não acreditem em nenhuma outra religião que não seja o Partido Comunista”; “Basta com acreditar no Partido e no Governo Popular da China”.
Cartazes como esses foram expostos em parques públicos do condado de Yucheng, que se encontra na província de Heinan.

A China faz campanha publicitária contra Igrejas, incentiva denúncias contra as atividades religiosas e paga por delações.

Assédio, prisões, detenções contra católicos fiéis a Roma

Apesar do acordo provisório entre o Vaticano e a China, assinado em 2018, muitos católicos no país continuam fazendo parte da Igreja clandestina que é fiel a Roma.
Bispos e sacerdotes têm denunciado assédio, prisões e detenção para quem se recusa a fazer atos públicos de lealdade para com a, assim denominada, “Associação Patriótica Católica Chinesa”, a igreja estatal controlada pelo Partido Comunista.

Ainda há poucos dias, uma audiência no Congresso sobre a liberdade religiosa na China destacou o caso do Bispo de Baoding, Dom James Su Zhimin, que foi preso em 1997 e nunca mais foi visto e dele não se tem notícia desde 2003. (JSG)

 https://gaudiumpress.org/

Fontes cristãs não-canônicas

Fontes cristãs não-canônicas
  • Autor: Rochus Zuurmond
  • Fonte: Livro “Procurais o Jesus Histórico?” (Ed. Loyola)

1) EVANGELHOS APÓCRIFOS

O termo “apócrifos” geralmente é usado para indicar os apócrifos veterotestamentários, mas há também apócrifos do Novo Testamento, isto é, livros que em determinadas épocas e regiões, em determinadas comunidades cristãs, foram mais ou menos aceitos como Sagrada Escritura, mas não foram colocados no cânon pela Igreja universal. Geralmente trata-se de escritos demonstravelmente tardios (século III e depois), evidentemente imitações e/ou pretensos suplementos dos escritos canônicos do Novo Testamento. A essa categoria pertencem os evangelhos apócrifos, alguns dos quais continuaram conhecidos em toda a tradição cristã, e até o dia de hoje podem ser adquiridos em traduções modernas.

O evangelho mais importante dessa categoria é o Proto-evangelho de Tiago. Admite-se geralmente que foi escrito no século II. Descreve o nascimento e a infância de Jesus, mas começa com vários detalhes da juventude da Virgem Maria. É tipicamente uma tentativa de satisfazer à curiosidade popular em torno de coisas não mencionadas nos evangelhos canônicos. A teologia desse “evangelho” é a de um docetismo popular: Jesus tem um Corpo não sujeito às leis do espaço e do tempo. O escrito não tem valor como fonte histórica sobre Jesus.

Os apócrifos do Novo Testamento têm valor para nosso conhecimento da piedade popular no século II e depois. Alguns deles tiveram no passado uma influência pelo menos tão grande quanto a dos evangelhos canônicos. O evangelho do Pseudo-Mateus, por exemplo, foi muito conhecido na Idade Média. É uma compilação (do início da Idade Média) de textos mais antigos, entre os quais o Proto-evangelho de Tiago. Teoricamente, devia ser possível encontrar nesse tipo de escritos tardios um caminho para chegar às fontes mais antigas. Mas há tantas incertezas que na prática tal programa se mostra inexeqüível. Uma segunda categoria é formada por alguns evangelhos sobre cuja existência informa a literatura cristã antiga, mas dos quais nada ou quase nada foi conservado. Dispomos apenas de alguns textos citados por Santos Padres ou teólogos da Igreja antiga. Devem ser mencionados: o Evangelho dos Egípcios, o Evangelho dos Hebreus e o Evangelho dos Ebionitas. Sem dúvida trata-se de textos bastante antigos. Clemente de Alexandria (falecido por volta de 215) cita o Evangelho dos Egípcios e o Evangelho dos Hebreus. Orígenes (falecido em 254) conheceu possivelmente o Evangelho dos Ebionitas.

Qual foi o conteúdo desses textos e como devemos avaliá-los? Quem estiver esperando novidades sensacionais ficará decepcionado. Grande parte deles baseia-se evidentemente nos evangelhos canônicos. Acrescentam-se pormenores; o texto é tornado mais impressionante: indício indubitável de adaptação. Às vezes o teor de uma palavra de Jesus é ligeiramente modificado. Uma característica geral que pode ser constatada é a tendência encratista. Precisa-se de muita imaginação para encontrar nessas palavras uma tradição autêntica sobre Jesus.

Uma terceira categoria de evangelhos apócrifos consta de textos em papiros e pergaminhos descobertos neste último século. Fazendo abstração, por ora, da biblioteca copta de Nag Hammadi (cf. infra), trata-se de um pequeno grupo de escritos dos quais possuímos também apenas alguns fragmentos. Os mais conhecidos são os textos evangélicos do Papiro 2 de Egerton e o Evangelho de Pedro. Ambos os textos foram escritos provavelmente no século II. Egerton 2 conta quatro cenas, três das quais, as primeiras, têm paralelos nos evangelhos canônicos; a quarta está tão danificada que é difícil formar sobre ela uma opinião sensata. Quanto a esses papiros, a maioria dos especialistas julga tratar-se de uma compilação; alguns, porém, defendem ardentemente a tese de que são independentes dos evangelhos canônicos. Estou inclinado a concordar com a maioria, acrescentando que esses fragmentos, ainda que fossem independentes, contribuem pouco ou nada para nosso conhecimento a respeito do Jesus histórico. O Evangelho de Pedro (o fragmento que se conservou) descreve o processo contra Jesus, sua execução e sua ressurreição. Característica é a tendência antijudaica ainda mais forte que nos evangelhos canônicos. Teologicamente, ele está mais próximo de João; em contraste com João, porém, a cristologia é a do docetismo: aquele que sofre e morre é apenas uma aparição do verdadeiro Jesus, que é divino e por isso não pode sofrer e morrer. As opiniões sobre esse texto são as mesmas que sobre o papiro de Egerton. Para mim, é um rewritten gospel, uma adaptação baseada nos evangelhos canônicos.

Finalmente. temos a grande biblioteca copta, encontrida, pouco depois da Segunda Guerra Mundial, perto de Nag Hammadi, no Egito superior. Além de um texto completo do Evangelho de Tomé, esta coleção contém dois outros evangelhos apócrifos: o Evangelho de Filipe e o Evangelho da Verdade. Esse último não é um evangelho no sentido costumeiro da palavra; é antes uma meditação, uma espécie de sermão sobre a redenção pelo conhecimento (gnosis) de Deus. É atribuído ao gnóstico Valentino, que viveu em meados do século II; por conseguinte, não ajuda em nada a pesquisa sobre o Jesus histórico. O Evangelho de Filipe foi escrito antes de 350; é evidentemente uma compilação de materiais mais antigos. Como sempre, coloca-se ai a questão se seria possível destacar do texto atual as fontes utilizadas. Também no caso do Evangelho de Filipe isso parece muito problemático. O texto causou certo sensacionalisnio porque sugere uma relação amorosa entre Jesus e Maria Madalena. Coisa semelhante consta no Evangelho de Maria Madalena, não encontrado em Nag Hammadi, mas proveniente de um ambiente semelhante. Alegando esses apócrifos, pessoas não-especializadas no assunto proferiram a suspeita de que a Igreja teria escamoteado valiosos documentos antigos. Sem dúvida, a Igreja estabeleceu seu cânon com base em determinadas suposições dogmáticas, freqüentemente em consciente polêmica contra grupos que invocavam a autoridade de escritos cuja autenticidade reivindicavam. Eu seu julgamento, o historiador terá de ponderar também esse fato. Não é impossível que em semelhantes grupos tradições originais tenham sido transmitidas, embora seja praticamente certo que elas então passaram por adaptações mais ou menos profundas. Porém, ao ler esses escritos, é difícil não chegar à conclusão de que a Igreja, com relação a eles, traçou os limites de seu cânon com razoável objetividade e com certeira avaliação da qualidade.

Divergem muito entre si as opiniões acerca do valor desses escritos como fontes para a biografia de Jesus. O certo é que nenhum desses evangelhos apócrifos vem diretamente de testemunhas oculares; mas isso vale também para os evangelhos canônicos. Sobre fragmentos pequeninos não se pode dizer muita coisa. Textos de maior envergadura sempre têm uma motivação teológica, não biográfica ou histórica no sentido moderno. Mas também isso vale igualmente para os evangelhos canônicos. O fato de muitos desses escritos apresentarem traços ligeiramente “gnósticos” é para alguns motivo de desconfiança de seu valor como testemunhas, ao passo que outros lhes dão tanto mais crédito, já que para eles o próprio Jesus foi um mestre gnosticizante.

Onde, então, estão as diferenças? Principalmente nas datações. Os evangelhos canônicos foram escritos antes do fim do século I. Os textos evangélicos apócrifos, porém, na forma em que os possuimos agora, são todos posteriores. Se é que contém material historicamente confiável, teremos de investigar sua origem. Em si, isso não tem nada de extraordinário. Esse tipo de literatura costuma utilizar fontes: raramente uma narrativa sobre Jesus ou uma palavra atribuida teria nascido inteiramente da piedosa fantasia de um autor. Mas o que a fantasia piedosa fez com as fontes não pode ser mais apurado. Aí inevitavelmente a subjetividade do pesquisador vai desempenhar importante papel.

2. PALAVRAS ATRIBUÍDAS A JESUS POR COPIADORES DE MANUSCRITOS

São os chamados agrapha, declarações de Jesus ou sobre ele que se encontram em um ou em alguns manuscritos, mas faltam naqueles mais confiáveis, e por isso não constam das edições críticas dos textos dos evangelhos. Podem ser encontradas, naturalmente, no aparato crítico. Esses textos provam que circulavam diversas tradições sobre Jesus que não foram integradas aos quatro evangelhos. Se são historicamente confiáveis, é outra questão.

O exemplo mais conhecido é provavelmente o texto que se encontra no códex Bezae depois de Lc 6,5: “Naquele dia, (Jesus), vendo alguém trabalhar no sábado, disse-lhe: ‘Homem, bem-aventurado és tu se sabes o que estás fazendo; mas, se não o sabes, és amaldiçoado e um transgressor da Lei'”. Também do “final não-autêntico” de Marcos existem algumas variantes nos manuscritos.

3. AUTORES CRISTÃOS ANTIGOS

Também aí encontramos agrapha a provar que, além das canônicas, circulavam ainda outras tradições sobre Jesus. Sabemo-lo igualmente por uma observação de Papias, transmitida por Eusébio: “Quando me encontrava com alguém que fora discípulo dos anciãos, perguntava sempre pelas declarações (“palavras”) dos anciãos: o que dizia André ou Pedro ou Filipe ou Tomé ou Tiago ou João ou Mateus ou um dos demais discípulos do Senhor… Pois partia do princípio de que as coisas escritas nos livros não são tão úteis quanto aquilo que eu podia ouvir de uma voz viva que continuava presente”.

Papias é uma das testemunhas mais antigas de palavras canônicas de Jesus, mas até no século IV encontramos semelhantes agrapha. Como em outros casos, reconhecer autenticidade é em grande parte questão de gosto. Conforme já observamos, não devemos esquecer nunca que personagens famosos como Jesus muitas vezes são citados como autores de sentenças na realidade formuladas por outros, menos conhecidos.

Veritatis Splendor

Faleceu bispo emérito da Prelazia de São Félix do Araguaia, Dom Pedro Casaldáliga

Dom Pedro Casaldáliga / Foto: CNBB

SÃO PAULO, 08 Ago. 20 / 02:53 pm (ACI).- Faleceu na manhã deste sábado, 8 de agosto, o Bispo emérito da Prelazia de São Félix do Araguaia, Dom Pedro Casaldáliga, aos 92 anos.

Em nota publicada na página de Facebook dos Missionários Claretianos Brasil, a Prelazia de São Félix do Araguaia (Mato Grosso, Brasil), a Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria (Claretianos) e a Ordem de Santo Agostinho (Agostinianos), comunicam que o Prelado morreu às 9h40 deste sábado, em Batatais (SP), onde estava internado no hospital da Santa Casa de Misericórdia, com graves complicações pulmonares.

No início da semana, a Prelazia chegou a desmentir um boato que circulou na imprensa de que Dom Casaldáliga havia falecido.

Dom Pedro Casaldáliga foi transferido do Mato Grosso para o interior de São Paulo no dia 4 de agosto. O Bispo emérito sofria de problemas respiratórios e agravamento do mal de Parkinson. Exames descartaram que o paciente tivesse Covid-19.

O velório de Dom Pedro Casaldáliga ocorrerá em três locais, sendo o primeiro neste sábado, a partir das 15h, na capela do Centro Universitário de Batatais. A Missa de exéquias será celebrada em Batatais, no domingo, 9 de agosto, às 15h, na mesma capela.

Já na segunda-feira, 10 de agosto, o corpo do Bispo seguirá para Ribeirão Cascalheira (MT), onde será velado no Santuário dos Mártires, ainda sem previsão de horário de chegada do corpo.

O sepultamento será em São Félix do Araguaia (MT), após o corpo velado no Centro Comunitário Tia Irene. A data, porém, ainda não foi divulgada.

Breve biografia

Dom Pedro Casaldáliga nasceu em Balsareny, na província de Barcelona, na Espanha, em 16 de fevereiro de 1928.

Ingressou na Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria, os Claretianos, em 1943. Foi ordenados sacerdote em Montjuïc, Barcelona, em 31 de maio de 1952.

Em 1968, mudou-se para o Brasil para fundar uma missão claretiana no Estado do Mato Grosso. No dia 27 de abril de 1970, foi nomeado administrador apostólico da Prelazia de São Félix do Araguaia (MT). No ano seguinte, foi nomeado bispo prelado de São Félix do Araguaia, tendo recebido sua ordenação episcopal em 23 de outubro de 1971.

O Prelado apresentou sua renúncia à Prelazia, conforme o Can. 401 §1 do Código de Direito Canônico, em 2005. No dia 2 de fevereiro de 2005, o Papa João Paulo II aceitou sua renúncia ao governo pastoral de São Félix.

Dom Pedro Casaldáliga foi um dos maiores propagadores da teologia da libertação no Brasil.

ACI Digital

 

13 dados que talvez não conheça sobre a vida de Santa Teresa Benedita da Cruz

Santa Teresa Benedita da Cruz / Foto: Flickr WBUR (CC BY-NC-ND 2.0)

REDAÇÃO CENTRAL, 09 Ago. 20 / 07:00 am (ACI).- Neste dia 9 de agosto, é celebrada a festa de Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein, por seu nome de batismo), cujo testemunho de conversão do judaísmo ao catolicismo comoveu milhares de fiéis.

A seguir, apresentamos 13 dados sobre sua inspiradora vida de fé, marcada pelo intelecto e sua caridade nos campos de concentração.

1. Desde criança, mostrou seu intelecto superior

Sua irmã Erna Biberstein-Stein escreveu que, quando Edith era pequena, “tinha uma memória formidável e retinha tudo”, e que durante o ensino infantil, “destacava-se intelectualmente em relação a todas as crianças”.

Por isso, ingressou na escola antes do costume da época, onde “obteve resultados brilhantes”.

2. Foi escolhida em vez de um dos filósofos mais brilhantes do século XX

Em sua juventude, Edith estudou História e Filosofia na Universidade de Gottiengen. Seus trabalhos impressionaram tanto seu professor Edmund Husserl, que a escolheu como sua assistente de cátedra em vez de Martin Heidegger, um dos pensadores e filósofos mais influentes do século XX.

3. Serviu na Cruz Vermelha

Durante a Primeira Guerra Mundial, a santa se alistou na Cruz Vermelha para servir como enfermeira em um hospital austríaco, até que este foi fechado em 1916.

“Ali, como em todas as partes, trabalhou com toda a alma, sendo estimada tanto pelos feridos como pelas companheiras e superiores”, indicou sua irmã Erna.

4. Escrevia poesias para seus entes queridos

Erna afirmou que o dia de seu casamento com Hans Biberstein, em 1920, Edith compôs “belas poesias para todas as sobrinhas e sobrinhos. Nelas reviviam as experiências mais placentárias de nossos anos estudantis e de nossa infância”.

2. Santa Teresa de Jesus influenciou sua conversão

Durante sua adolescência, Edith se afastou do judaísmo, religião professada por sua família. Em 1921, conheceu uma viúva que a fez se aproximar de Deus e começou a ler a biografia de Santa Teresa de Jesus.

Depois de atravessar uma profunda crise, ela decidiu se batizar na Igreja Católica.

6. Sua passagem do judaísmo ao catolicismo foi dura para sua família

Erna relatou que Edith lhe confiou sua decisão de se converter ao catolicismo e lhe pediu que contasse a sua mãe.

“Esta decisão significava um duro golpe para quem era uma autêntica crente judia e considerava como apostasia que Edith aceitasse outra religião. Também foi difícil para nós, mas tínhamos tanta confiança no convencimento interior de Edith, que aceitamos sua passagem muito apesar de nós mesmos, depois de ter tentado de forma vã dissuadi-la por causa de nossa mãe”, indicou.

Edith foi batizada em 1922.

7. Ingressou no Carmelo aos 42 anos

 A santa passou os anos seguinte trabalhando como professora, escrevendo livros e recebendo propostas para ensinar em várias universidades, incluindo na América do Sul, mas sentiu o chamado do Senhor.

Depois de um processo de discernimento vocacional, ingressou no Carmelo em 1934 e adotou o nome de Teresa Benedita da Cruz. Nessa época, tinha 42 anos e era uma intelectual famosa.

8. Sua irmã também se converteu ao catolicismo

Sua irmã Rosa também se converteu ao catolicismo. Naquela época, a situação dos judeus na Alemanha piorou e tanto ela como Edith foram levadas a uma comunidade carmelita na Holanda.

Rosa serviu como irmã leiga.

9. Negou-se a ir para a Suíça sem sua irmã

Os nazistas começaram a deter os judeus na Holanda e, para se proteger, Edith pediu um visto para Suíça, para se mudar com sua irmã Rosa ao Convento das Carmelitas de Le Paquier. Disseram-lhe que podiam aceitar somente ela, mas não Rosa.

Edith decidiu ficar com sua irmã e empregou seu tempo a terminar de escrever “A Ciência da Cruz”.

10. Escreveu um livro sobre o valor da mulher

Edith Stein foi uma das primeiras mulheres a obter doutorado em Filosofia e se destacou por seu brilhante intelecto em um campo que tradicionalmente tinha sido dominado por homens.

Antes de ingressar na vida religiosa, a santa deu conferências sobre o valor e o aporte da mulher para a sociedade contemporânea. Seu pensamento sobre o tema está plasmado no livro “A mulher: Sua natureza e missão”.

11. Os nazistas a prenderam por sua origem judia

Devido à sua origem judia, Edith foi presa em 2 de agosto de 1942 pelos nazistas quem invadiram o Carmelo de Echt e a levaram junto com Rosa.

Um testemunho narrou que a santa segurou a mão de sua irmã e lhe disse: “Vem Rosa, vamos por nossa gente”.

12. Esteve em dois campos de concentração

Edith e Rosa foram levadas ao campo de concentração de Westerbork. Ali, a santa dava consolo e ajudava os prisioneiros, que viviam em condições desumanas e em meio a constantes humilhações por parte dos nazistas.

O testemunho de serenidade e caridade de Edith foi relatado por presos.

Durante a madrugada de 7 de agosto de 1942, a santa foi levada em um trem junto com outros mil presos ao campo de concentração de Auschwitz, na Polônia.

13. Morreu na câmara de gás e ofereceu seu martírio pela conversão da Alemanha

Edith Stein chegou a Auschwitz em 9 de agosto de 1942 e imediatamente foi conduzida à câmara de gás.

A mártir ofereceu sua vida pela salvação das almas, a libertação de seu povo e a conversão da Alemanha.

Foi canonizada em 1998 por São João Paulo II, que a chamou de “mártir por amor”.

Confira também:

 ACI Digital 

S. TERESA BENEDITA DA CRUZ (EDITH STEIN), VIRGEM E MÁRTIR CARMELITA, PADROEIRA DA EUROPA

S. Teresa Benedita da Cruz, Redemptoris Mater, Vaticano
S. Teresa Benedita da Cruz, Redemptoris Mater, Vaticano 

"Ave Crux, Spes Unica": com o olhar fixo nos braços abertos de Cristo na cruz, única esperança, Edith Stein recebeu a palma do martírio nas câmaras de gás de Auschwitz-Birkenau, no tórrido mês de agosto de 1942.
Ao chegar ao ápice de um longo percurso interior, Edith Stein deixou o estudo de filosofia para se dedicar ao compromisso com a promoção humana, social e religiosa das mulheres, e à vida contemplativa.
Edith nasceu em Breslávia, na Baixa Silésia, Polônia, em 1891; era a décima primeira filha de um casal muito fervoroso de judeus; destacou-se, logo, por sua inteligência brilhante, que lhe favoreceu uma visão racionalista e o juvenil desapego da religião.
Interrompeu seus estudos, apenas durante a Primeira Guerra Mundial, para prestar socorro aos soldados como enfermeira da Cruz Vermelha.
O encontro com a Fenomenologia do filósofo Husserl, do qual foi assistente na Universidade de Freiburg, que a levou a aprofundar o tema da empatia, mas também o encontro com o filósofo Max Scheler e ainda a leitura dos Exercícios de Santo Inácio e da vida de Santa Teresa de Ávila, contribuíram para suscitar nela a conversão ao cristianismo.

Fé e nazismo

Ansiosa de conquistar a verdade, mediante o conhecimento e o estudo, foi conquistada pela Verdade de Cristo, ao aprofundar os textos dos Santos Tomás e Agostinho.
Edith Stein recebeu o Batismo e a Crisma, em 1922, contra a vontade dos pais, mas nunca renegou suas raízes judaicas.
Durante os anos das perseguições, tornou-se professora e Irmã carmelita em Colônia, em 1934, com o nome de Teresa Benedita da Cruz; abraçou o sofrimento do seu povo, em sintonia com o sacrifício de Cristo.
Depois das violências da "Noite dos Cristais", foi transferida para a Holanda, país neutro, onde, no Carmelo de Echt, colocou por escrito seu desejo de oferecer-se em "sacrifício de expiação pela verdadeira paz e pela derrota do reino do Anticristo".

Mártir em Auschwitz

Dois anos após a invasão nazista da Holanda, em 1940, foi pega, junto com outros 244 judeus católicos, como ato de represália contra os Bispos holandeses, que se opuseram publicamente às perseguições, e levada para Auschwitz. Ali, cuidou das crianças encarceradas e as acompanhou, com compaixão, até ao patíbulo, e ensinou o Evangelho aos presos.
Com ela estava também sua irmã Rosa, que também havia se convertido ao catolicismo, à qual, no momento extremo do martírio, disse: "Venha, vamos pelo nosso povo".
No passado, Edith Stein havia escrito: "O mundo está em chamas: a luta entre Cristo e o anticristo se deteriorou abertamente. Por isso, se você optar por Cristo, poderia exigir de você até o sacrifício da própria vida".

Exemplo de tolerância e acolhida para a Europa

O pensamento e a fé de Edith Stein estão reunidos em suas obras, sobretudo, em "Ser finito e Ser eterno". Trata-se de uma síntese de filosofia e misticismo, da qual emerge o sentido do homem, a sua singularidade e unicidade em relação ao Criador.
"Uma eminente filha de Israel e filha fiel da Igreja"! Assim, São João Paulo II a definiu ao canonizá-la em 1998. "Proclamar Santa Edith Stein co-padroeira da Europa – disse o Papa – significa cravar no horizonte do Velho Continente um estandarte de respeito, tolerância, aceitação". Porém, é preciso lançar mão dos valores autênticos, que têm seu fundamento na lei da moralidade universal: uma Europa que confundisse o valor da tolerância e do respeito universal com o indiferentismo ético e o cepticismo acerca dos valores irrenunciáveis, abrir-se-ia às mais arriscadas aventuras e, mais cedo ou mais tarde, veria reaparecer sob novas formas os espectros mais tremendos da sua história”.

Vatican News

 

XVIX Domingo do Tempo Comum – Ano A

 

Dehonianos

A liturgia do 19º Domingo do Tempo Comum tem como tema fundamental a revelação de Deus. Fala-nos de um Deus apostado em percorrer, de braço dado com os homens, os caminhos da história.
A primeira leitura convida os crentes a regressarem às origens da sua fé e do seu compromisso, a fazerem uma peregrinação ao encontro do Deus da comunhão e da Aliança; e garante que o crente não encontra esse Deus nas manifestações espectaculares, mas na humildade, na simplicidade, na interioridade.
O Evangelho apresenta-nos uma reflexão sobre a caminhada histórica dos discípulos, enviados à “outra margem” a propor aos homens o banquete do Reino. Nessa “viagem”, a comunidade do Reino não está sozinha, à mercê das forças da morte: em Jesus, o Deus do amor e da comunhão vem ao encontro dos discípulos, estende-lhes a mão, dá-lhes a força para vencer a adversidade, a desilusão, a hostilidade do mundo. Os discípulos são convidados a reconhecê-l’O, a acolhê-l’O e a aceitá-l’O como “o Senhor”.
A segunda leitura sugere que esse Deus, apostado em vir ao encontro dos homens e em revelar-lhes o seu rosto de amor e de bondade, tem uma proposta de salvação que oferece a todos. Convida-nos a estarmos atentos às manifestações desse Deus e a não perdermos as oportunidades de salvação que Ele nos oferece.

LEITURA I – 1 Reis 19,9a.11-13a

ATUALIZAÇÃO

A reflexão pode ter em conta os seguintes dados:

• Quem é Deus? Como é Deus? É possível provar, sem margem para dúvidas, a existência de Deus? Estas e outras perguntas já as fizemos, certamente, a nós próprios ou a alguém. Todos nós somos pessoas a quem Deus inquieta: há um “qualquer coisa” no coração do homem que o projecta para o transcendente, que o leva a interrogar-se sobre Deus e a tentar descobrir o seu rosto… No entanto, Deus não é evidente. Se confiarmos apenas nos nossos sentidos, Deus não existe: não conseguimos vê-l’O com os nossos olhos, sentir o seu cheiro ou tocá-l’O com as nossas mãos. Mais ainda: nenhum instrumento científico, nenhum microscópio electrónico, nenhum radar espacial detectou jamais qualquer sinal sensível de Deus. Talvez por isso o soviético Yuri Gagarin, o primeiro homem do espaço, mal pôs os pés na terra apressou-se a afirmar que não tinha encontrado na estratosfera qualquer marca de Deus… O texto que nos é proposto convida todos aqueles que estão interessados em Deus, a descobri-l’O no silêncio, na simplicidade, na intimidade… É preciso calar o ruído excessivo, moderar a actividade desenfreada, encontrar tempo e disponibilidade para consultar o coração, para interrogar a Palavra de Deus, para perceber a sua presença e as suas indicações nos sinais (quase sempre discretos) que Ele deixa na nossa história e na vida do mundo… Tenho consciência de que preciso encontrar tempo para “buscar Deus”? De acordo com a minha experiência de procura, onde é que eu O encontro mais facilmente: na agitação e nos gestos espectaculares, ou no silêncio, na humildade e na simplicidade?

• Hoje como ontem, há outros deuses, outras propostas de felicidade, que nos procuram seduzir e atrair… Há deuses que gritam alto (em todos os canais de televisão?) a sua capacidade de nos oferecer uma felicidade imediata; há deuses que, como um terramoto, fazem tremer as nossas convicções e lançam por terra os valores que consideramos mais sagrados; há deuses que, com a força da tempestade, nos arrastam para atitudes de egoísmo, de prepotência, de injustiça, de comodismo, de ódio… O nosso texto convida-nos a uma peregrinação ao encontro das nossas raízes, dos nossos compromissos baptismais… Temos, permanentemente, de partir ao encontro do Deus que fez connosco uma Aliança e que nos chama todos os dias à comunhão com Ele… Aceito percorrer este caminho de conversão? Encontro tempo para redescobrir o Deus da Aliança com quem me comprometi no dia do meu Baptismo? Quais são os falsos deuses que, às vezes, me afastam da comunhão com o verdadeiro Deus?

• Na história de Elias (e na história de qualquer profeta), a descoberta de Deus leva ao compromisso, à acção, ao testemunho… Depois de encontrar o Deus da Aliança, aceito comprometer-me com Ele? Estou disposto a cumprir a missão que Ele me confia no mundo? Estou disponível para O testemunhar no meio dos meus irmãos?

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 84 (85)

LEITURA II – Rom 9,1-5

ATUALIZAÇÃO

Na reflexão, ter em conta os seguintes desenvolvimentos:

• Uma das coisas que impressiona, neste texto, é a forma como Paulo sente a infelicidade do seu Povo. A obstinação de Israel em recusar a salvação fá-lo sentir “uma grande tristeza e uma dor contínua” no coração. Todos nós conhecemos irmãos – mesmo baptizados – que recusam a salvação que Deus oferece ou que, pelo menos, vivem numa absoluta indiferença face à vida plena que Deus lhes quer dar. Como nos sentimos diante deles? Ficamos indiferentes e achamos que não é nada connosco? Deixamo-nos contaminar por essa indiferença e escolhemos, como eles, caminhos de egoísmo e de auto-suficiência? Ou sentimos que é nossa responsabilidade continuar a testemunhar diante deles os valores em que acreditamos e que conduzem à vida plena e verdadeira?

• Este texto propõe-nos também uma reflexão sobre as oportunidades perdidas… Israel, apesar de todas as manifestações da bondade e do amor de Deus que conheceu ao longo da sua caminhada pela história, acabou por se instalar numa auto-suficiência que não lhe permitiu acompanhar o ritmo de Deus, nem descobrir os novos desafios que o projecto da salvação de Deus faz, em cada fase, aos homens. O exemplo de Israel faz-nos pensar no nosso compromisso com Deus… Em primeiro lugar, mostra-nos a importância de não nos instalarmos num esquema de vivência medíocre da fé e sugere que o “sim” a Deus do dia do nosso baptismo precisa de ser renovado em cada dia da nossa vida… Em segundo lugar, sugere que o cristão não pode instalar-se nas suas certezas e auto-suficiências, mas tem de estar atento aos desafios, sempre renovados, de Deus… Em terceiro lugar, sugere que o ter o nome inscrito no livro de registos da nossa paróquia não é um certificado de garantia de salvação (a salvação passa sempre pela adesão sempre renovada aos dons de Deus).

EVANGELHO – Mt 14,22-33

ATUALIZAÇÃO

A reflexão pode partir dos seguintes elementos:

• O Evangelho deste domingo é, antes de mais, uma catequese sobre a caminhada histórica da comunidade de Jesus, enviada à “outra margem”, a convidar todos os homens para o banquete do Reino e a oferecer-lhes o alimento com que Deus mata a fome de vida e de felicidade dos seus filhos. Estamos dispostos a embarcar na aventura de propor a todos os homens o banquete do Reino? Temos consciência de que nos foi confiada a missão de saciar a fome do mundo? Aqueles que são deixados à margem dessa mesa onde se jogam os interesses e os destinos do mundo, que têm fome e sede de vida, de amor, de esperança, encontram em nós uma proposta credível e coerente que aponta no sentido de uma realidade de plenitude, de realização, de vida plena?

• A caminhada histórica dos discípulos e o seu testemunho do banquete do Reino não é um caminho fácil, feito no meio de aclamações das multidões e dos aplausos unânimes dos homens. A comunidade (o “barco”) dos discípulos tem de abrir caminho através de um mar de dificuldades, continuamente batido pela hostilidade dos adversários do Reino e pela recusa do mundo em acolher os projectos de Jesus. Todos os dias o mundo nos mostra – com um sorriso irónico – que os valores em que acreditamos e que procuramos testemunhar estão ultrapassados. Todos os dias o mundo insiste em provar-nos – às vezes com agressividade, outras vezes com comiseração – que só seremos competitivos e vencedores quando usarmos as armas da arrogância, do poder, do orgulho, da prepotência, da ganância… Como nos colocamos face a isto? É possível desempenharmos o nosso papel no mundo, com rigor e competência, sem perdermos as nossas referências cristãs e sem trairmos o Reino?

• Para que seja possível viver de forma coerente e corajosa na dinâmica do Reino, os discípulos têm de estar conscientes da presença de Jesus, o Senhor da vida e da história, que as forças do mal nunca conseguirão vencer nem domesticar. Ele diz aos discípulos, tantas vezes desanimados e assustados face às dificuldades e às perseguições: “tende confiança. Sou Eu. Não temais”. Os discípulos sabem, assim, que não há qualquer razão para se deixarem afundar no desespero e na desilusão. Mesmo quando a sua fé vacila, eles sabem que a mão de Jesus está lá, estendida, para que eles não sejam submergidos pelas forças do egoísmo, da injustiça, da morte. Nada nem ninguém poderá roubar a vida àqueles que lutam para instaurar o Reino. Jesus, vivo e ressuscitado, não deixa nunca que sejamos vencidos.

• A oração de Jesus (que em Mateus antecede os momentos de prova) convida-nos a manter um diálogo íntimo com o Pai. É nesse diálogo que os discípulos colherão o discernimento para perceberem os caminhos de Deus, a força para seguir Jesus, a coragem para enfrentar a hostilidade do mundo.

https://www.dehonianos.org/

sábado, 8 de agosto de 2020

Atitudes para seguir a Cristo

O chamado a seguir Jesus – Diocese de São Carlos
Diocese de São Carlos

No itinerário da fé, nós somos desafiados a abandonar tudo aquilo que atrapalha a nossa caminhada na santidade e a repudiar todas as coisas que estorvam a plena união com o Cristo que está vivo e ressuscitado na Sua Igreja e que é fonte de esperança para todos nós.
Caminhando com o Cristo, escutando os Seus ensinamentos e aquecendo os nossos corações com a Sua presença, nós aprendemos que quem quer percorrer o caminho para o céu precisa renunciar a si mesmo, tomar a sua cruz e segui-Lo com fortaleza e humildade. Aprendemos também que a renúncia de si e o tomar a cruz estão intimamente ligados, e, por isso, a nossa salvação depende da aceitação e da vivência dessas duas ações.
Desde os primeiros passos na senda da conversão, Cristo nos convida a ponderar as exigências da vida cristã, evidenciando que precisamos realizar sacrifícios e renúncias, para que possamos crescer na correspondência ao Seu amor. Ele nos diz: “Se alguém quer Me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e Me siga. Pois quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de Mim vai encontrá-la”. (Mt 16, 24-25).
Escutar as exigências que o Cristo apresenta a todo aquele que se predispõe ao Seu seguimento é uma das etapas da conversão, mas não basta apenas escutar os desafios que Ele nos demonstra, pois nós temos que manifestar as boas disposições para que possamos acompanhá-Lo sem reservas e sem medo.
A primeira atitude que devemos manifestar diante das propostas de nosso Redentor é manifestar o bom uso da liberdade dizendo sim a Ele, expressando a certeza de que “é para a liberdade que Cristo nos libertou”. (Gl 5,1). Agindo assim, demonstramos que a liberdade é uma característica fundamental da pessoa humana, pois é pelo exercício da liberdade que trilhamos o caminho do bem, da verdade e da felicidade.
Quando somos conduzidos pela força da liberdade, nós renunciamos ao luxo, ao comodismo e ao prazer e abraçamos o serviço da reconciliação, do perdão e da metanoia com o propósito de passar pelo mundo fazendo o bem, testemunhando a certeza de que “somente o Cristo Redentor revela plenamente o homem ao próprio homem”. (Papa João Paulo II, Carta Encíclica Redemptor Hominis, nº 10).
Abraçar a cruz não é fácil, mas viver sem a presença de Deus em nossas vidas é muito mais difícil. A cruz é o símbolo da vitória de Cristo, a expressão da misericórdia e da revelação do poder de Deus. Quando contemplamos o Cristo na cruz, vislumbramos a certeza de que não podemos viver sem o Seu amor salvífico, não podemos permitir que a nossa vida seja destituída de seu real sentido, ou seja, não podemos viver sem usufruir o dom especialíssimo da liberdade que nos faz responsáveis pelos nossos atos e pela construção do nosso destino eterno.

A vivência da liberdade é um processo que é realizado por etapas: “Gradação, resignar-se com a vontade de Deus; conformar-se com a vontade de Deus; querer a vontade de Deus; amar a vontade de Deus”. (São Josemaria Escrivá, Caminho nº 774).
Em outras palavras: obedecendo a Deus, libertamo-nos do egoísmo, do pecado, dos vícios e do mal. Dessa maneira, abraçamos a cruz, e o que é pesado se torna leve.
Agindo assim, estamos capacitados para questionar os nossos coetâneos: Quem realmente é mais livre? Quem se reserva de todas as possibilidades por medo de perdê-las, ou quem se consome resolutamente no serviço e assim se encontra cheio de vida pelo amor que concedeu e recebeu?
A segunda atitude que devemos manifestar diante das propostas de nosso Redentor é abraçar com entusiasmo o caminho espiritual que Ele nos indica, expressando sempre a alegria do Evangelho que é visível nos rostos dos seres humanos que encontram, seguem, conhecem e amam a Cristo no cotidiano da História; afinal, a amizade com o Senhor Jesus assegura às nossas almas o dom da serenidade e a paz profunda também nos momentos obscuros e nas provações da vida.
Algumas outras atitudes que o Cristo nos solicita em Seu seguimento é cumprir os Seus Mandamentos, viver as bem-aventuranças, realizar as obras de misericórdia e não poupar esforços em prol da salvação de todas as almas. Além disso, também é necessário aprender a ouvir os conselhos dos santos que nos dizem: “Diz-me que sim, que estás firmemente decidido a seguir a Cristo. Pois então tens de caminhar ao passo de Deus; não ao teu”. (São Josemaria Escrivá, Forja nº 531).
Na senda do Cristo, gastando a nossa vida em Seu seguimento, nós aprendemos que o Senhor é um bom pagador e, por isso, Ele restitui infinitamente tudo o que gastamos ou abandonamos por amor a Ele. Assim, quem perde a sua vida pelo Senhor vai reavê-la, pois se perdemos a vida velha, ganhamos, ao mesmo tempo, a vida nova pelo Espírito Santo.
Nas vicissitudes da história, a cruz de Jesus é a luz que ilumina e orienta o nosso caminho; é a força que nos sustenta nas provações; é indicação de um novo começo e é profecia de um mundo novo. Por conseguinte, a cruz de Cristo é, para o fiel cristão, o sinal de uma incessante busca e a revelação de uma nova descoberta, porque “Cristo é o mesmo ontem, hoje e sempre”, mas nós, a história e o mundo, nunca somos os mesmos e, por isso, Ele vem no nosso encontro para nos oferecer o Seu amor, a Sua misericórdia e a plenitude da vida.
No seguimento do Cristo, na santificação da cruz, nós adentramos a escola de Maria, onde nos é revelado que Jesus não é apenas uma pessoa histórica, um homem que modificou o seu tempo. Ele é o esperado de todos os povos, o Príncipe da paz, o Messias anunciado pelos Profetas. Ele é o nosso Deus adorado e amado, a máxima expressão da bondade, da ternura e da compaixão, e não poderia ser diferente, pois “Jesus não é uma pessoa fechada em si mesma, mas sim a pessoa plenamente humana, aquela que vale realmente a pena conhecer, que está disponível, através de quem e em quem se pode reconhecer quem é Deus”. (Cardeal Joseph Ratzinger, Meditação em 6 de setembro de 1970).
No seguimento do Cristo, nas horas de cansaço, fraquezas e incertezas, contemplemos a Virgem Santa Maria, a humilde serva do Senhor, a Virgem Mãe que é plenamente livre porque é imaculada, imune ao pecado, e toda santa, toda dedicada ao serviço de Deus e do próximo.
Mãe Maria, ajudai-nos, com o vosso zelo maternal, a seguir a Cristo no cotidiano da fé, a fim de que possamos conhecer e viver a liberdade de sermos filhos no Filho, professando que os caminhos do coração se decidem no que é aparentemente insignificante, na renúncia e nos sacrifícios, moldando sempre os sinais da pertença a Deus em nossas almas e edificando a Igreja como um espaço sagrado de vida e de esperança em nossa História.

Aloísio Parreiras

Arquidiocese de Brasília

 

Enfermeira salva 3 recém-nascidos durante explosão em Beirute

NEWBORNS, HOSPITAL
Anatoly Tiplyashin | Shutterstock

Ela conta que teve um instinto inconsciente e, quando percebeu, estava com os bebê nos braços. Parte do hospital em que ela e as crianças estavam desabou e 18 pessoas morreram.

Aexplosão que aconteceu no porto de Beirute no dia 4 de agosto de 2020 deixou pelo menos 137 mortos. O número de feridos pode chegar a 50 mil e ainda existem muitos desaparecidos. Autoridades civis dizem que há cerca de 300 mil desabrigados na cidade. 

O fotógrafo Biliam Jawich, que mora nas redondezas de Beirute, foi para as ruas depois da explosão para documentar a devastação provocada pela tragédia. 

Ele não esperava, entretanto, se deparar com uma imagem tão poderosa de drama e esperança. O fotógrafo encontrou, no meio dos escombros, uma figura feminina e descreveu a cena para a CNN:

Fiquei impressionado ao ver a enfermeira que tinha, em seus braços, três recém-nascidos. Observei a calma da mulher, que contrastava com a atmosfera circundante. A apenas um metro dali, havia vários mortos e feridos. Apesar disso, a enfermeira parecia ter uma força escondida, que lhe dava um forte autocontrole e uma capacidade de manter salvos os bebês. Ela se diferenciava das muitas pessoas em meio à circunstância violenta, sombria e malvada. A enfermeira estava à altura de seu trabalho”.

Jawich/Facebook

A enfermeira contou a Jawich que estava trabalhando na maternidade quando a explosão atingiu o hospital. Ela afirma que foi movida por um instinto inconsciente e, quando percebeu, se viu caminhando com os bebês nos braços.

Parte do edifício do hospital onde a enfermeira trabalhava veio a baixo com as explosões. No local, 12 pacientes morreram, além de dois visitantes e quatro enfermeiras. No entanto, na hora da tragédia, um bebê chamado George nasceu e passa bem.

Vida em meio ao caos

Biliam Jawich escreveu em seu post no Facebook, em que compartilhou a foto da enfermeira com os bebês:

“16 anos como fotógrafo de imprensa e muitas guerras. Posso dizer que nunca vi o que vi hoje na região de Ashrafia, especialmente em frente ao hospital Al Roum”.

Há no mundo e dentro de nós uma força que tenta não deixar a morte vencer, semelhante ao instinto inconsciente de uma corajosa enfermeira que se dá conta que tem três recém-nascidos em seus braços. Ela deu o melhor de si sem pensar.

Tinha também uma mãe que estava dando à luz entre os chacoalhões das paredes. Junto a ela, outros homens e mulheres sem saber o que acontecia lá fora, mas prontos a ajudar um bebê a chorar pela primeira vez.

É bom lembrar que temos essa força dentro de nós, uma força que, apesar dos acontecimentos, faz com que sejamos colaboradores da vida e antagonistas da destruição.

Aleteia 

“Stigmata”

“Stigmata”
  • Autor: Alexandre A. Bastos
  • Fonte: Lista Reflexões
  • Transmissão: Antonio Xisto de Arruda

O quinto evangelho, segundo o herético filme norte-americano “Stigmata”, teria sido escondido do mundo pela Igreja Católica para que esta assegurasse seu poder. O quinto evangelho anunciaria o sentimento religioso, a desnecessidade de cumprir quaisquer ritos religiosos e o culto exclusivo a um Deus tão interior e pessoal quanto o umbigo do fiel. São estas as principais heresias desse filme que integra a última fornada de filmes anti-cristãos, entre os quais se incluem desde O Padre, da Walt Disney, até Dogma, da mesma produtora. No entanto, e apesar de ser forte a concorrência, Stigmata é de longe o mais herético, e foi por isto o único a merecer um artigo.

Mas ainda não disse tudo. Releio a última frase acima e vejo que faltou dizer o principal, aquilo que realmente me motivou a escrever estas linhas: faltou dizer que Stigmata é um filme diferente. Ora, não há um único filme hoje em dia que não seja ou contenha algo de anti-cristão. Vivemos numa espécie de militância constante; cada filme, cada revista, a cultura toda parece estar unida em torno de uma única coisa, a crítica ao cristianismo. Ora, se isso é verdade, por que escrever a resenha de mais um filme anti-cristão? Por que se importar? Como disse, Stigmata é um filme diferente pois traz… uma “boa mensagem”. Quase diria, uma “boa nova”, um novo – “o quinto” – evangelho.

Botando os pés bem firmes no chão, sabemos que a idéia de um quinto evangelho escondido pela Igreja é, em si mesma, absurda. Mais ainda, sabemos que um evangelho tal como o proposto pelo filme seria a negação direta dos outros quatro evangelhos. Em outras palavras, o quinto evangelho seria a inversão do catolicismo – ou seja, algo de puramente sinistro. Mas o que mais me espanta é saber de pessoas que assistiram o filme e saíram felizes, acreditando que o filme encerrava uma mensagem de bem. “Chegará um tempo em que aqueles que vos perseguirem acreditarão estar a serviço de Deus”. É curioso observar que o slogan do filme diz, sem ironia, que Stigmata “trará o inferno para dentro de você”.

Quanto às idéias principais deste quinto evangelho, conforme descritas no primeiro parágrafo desse texto, não passam de absurdos puro e simples. A idéia da Igreja ter escondido o evangelho para manter seu poder não só confunde poder temporal com autoridade espiritual – separação aliás que é justamente uma das marcas do catolicismo, sobretudo ao compará-lo com o mundo pagão da época – como faz tábula rasa dos 300 anos de martírio na fundação mesma da religião, e de toda a Idade média. De fato, o poder temporal do catolicismo, tal como o conhecemos, data da Renascença.

Já a idéia do primado do sentimento religioso sobre a fé, fruto da concepção de um Deus pessoal, é um deleite pela facilidade de se ver refutada: em primeiro lugar, o sentimento religioso é um sentimento, provém dos sentidos, portanto. Já a fé é uma adesão da inteligência a uma Verdade intuída, logo é um ato de intelecção. Assim sendo, afirmar o primado do sentimento religioso sobre a fé é o mesmo que afirmar o primado dos sentimentos sobre a inteligência, o que é estúpido; em segundo lugar, o sentimento religioso, a religiosidade, tal como definida usualmente, é comum a todos os homens, independente de serem cristãos, judeus ou pagãos. Ora, se o sentimento religioso é superior à fé, para que, então, ocorrem as revelações? Por que o Cristo então incentivou tão acentuado desvio em relação ao mundo pagão? Qual o sentido do martírio, não apenas dos primeiros cristãos, mas do próprio Cristo?

A idéia do Deus pessoal, epítome dessa brincadeira ímpia chamada New Age, não passa de uma tolice kantiana digna de Shirley McLaine e indigna de qualquer pessoa que queira ser levada a sério. Que absurdo este que coloca sobre o sacrifício muito objetivo do Cristo no Gólgota a própria subjetividade! Crer num Deus pessoal, subjetivo, significa necessariamente que:

  • Deus existe somente subjetivamente; ou que
  • Deus existe objetivamente, mas só pode ser conhecido subjetivamente.

A primeira conclusão significa precisamente que Deus não existe e, portanto, tanto faz se nele cremos ou não. A segunda conclusão, por sua vez, significa que Deus existe mas não podemos crer nele, pois não é possível crer ou descrer em algo que desconhecemos totalmente. Deus, segundo esta última conclusão, teria provavelmente, em sua infinita sabedoria, criado a imaginação para completarmos Sua ausência com nossa criatividade… Seria como um pai que abandonasse as crianças em baixo da ponte e lhes desse, como consolo, uma caixinha de lápis de colorir. O que mais me impressiona nesta teoria, uma das favoritas do festivo movimento New Age, é ver a quantidade de livros que sobre esse assunto são publicados; ora, se Deus é pessoal, se não pode ser conhecido objetivamente, o que adianta escrever a Seu respeito?

Resta por fim, entre as várias heresias do filme, analisar justamente aquela que leva o título. Não importa o que possam dizer os protestantes, os espíritas, os umbandistas, pois estigma é sinal de santidade. Francisco de Assis, após toda uma vida de santidade, recebeu, no momento mais sublime de sua história, as 5 chagas do Cristo. Um outro exemplo é o do recém beatificado Padre Pio, cujo processo de canonização está sendo movido pelo próprio Papa João Paulo II, testemunha ocular de um dos seus milagres. O capuchinho de Pietrelcina, que hoje só perde em devotos na Itália para o próprio Francisco de Assis, portou durante 50 anos as chagas, e é grande o número de fotos do frade e seus estigmas1.

Podem, alguns argumentar que se trata apenas de uma ficção, mas a história está repleta de exemplos de ficções que, à opinião pública, tornaram-se realidade: tome os exemplos dos papas Alexandre Bórgia2 e Pio XII, por exemplo. Em ambos os casos, bastou uma simples peça de teatro difamatória para macular a imagem destes grandes papas para todas as gerações posteriores. A falta de informação da maioria das pessoas faz com que, a seus olhos, a ficção se torne verossímil – o que já é motivo suficiente para se combater o filme. Pois consentir na sua verossimilhança, já é concorrer para a apostasia.

Fonte: Veritatis Splendor

São Domingos de Gusmão e os demônios que expulsou com o Rosário da Virgem

A Virgem Maria apareceu a São Domingos e o ensinou a rezar o Rosário | ACI Digital

REDAÇÃO CENTRAL, 08 Ago. 20 / 06:00 am (ACI).- Conta São Luís Maria Grignion de Montfort, em seu livro ‘O Segredo Admirável do Santíssimo Rosário’, que em uma ocasião, São Domingos de Gusmão estava pregando e levaram a ele um herege albigense possuído por demônios, a quem exorcizou na presença de uma grande multidão.

O santo fez aos malignos várias perguntas e ele, por obrigação, disseram-lhe que eram 15.000 os que estavam no corpo desse homem, porque este tinha atacado os quinze mistérios do Rosário (os mistérios luminosos, que os aumentam para 20, foram introduzidos em 2012 por São João Paulo II).

Durante o exorcismo, os demônios disseram ao santo que com o Rosário que pregava, levava o terror e o espanto a todo o inferno e que ele era o homem que mais odiavam no mundo por causa das almas que lhes tirava com esta devoção.

São Domingos lançou seu Rosário ao pescoço do homem e perguntou-lhes qual dos santos do céu temiam mais e qual devia ser o mais amado e honrado pelos homens. Os inimigos, diante dessas perguntas, deram gritos tão espantosos que muitos dos que estavam ali presentes caíram em terra pelo susto.

Os malignos, para não responder, choravam, lamentavam-se e pediam pela boca do homem a São Domingos que tivesse piedade deles. O santo, sem se alterar, disse que não pararia de atormentá-los até que respondessem o que lhes tinha perguntado. Então, eles falaram que o diriam, mas em segredo, ao ouvido e não diante de todos. O santo, ao contrário, ordenou-lhes que falassem alto, mas os diabos não quiseram dizer nenhuma palavra.

Então, Pe. Domingos, de joelhos, fez a seguinte oração: “Oh excelentíssima Virgem Maria, pela virtude de teu saltério e Rosário, ordena a estes inimigos do gênero humano que respondam a pergunta”.

Em seguida, uma chama ardente saiu das orelhas, nariz e boca do homem possuído. Os demônios rogaram a São Domingos que, pela paixão de Jesus Cristo e pelos mistérios de sua Santa Mãe e de todos os santos, os permitisse sair desse corpo sem dizer nada, porque os anjos o revelariam em qualquer momento que quisesse.

Mais tarde, o santo voltou a se ajoelhar e elevou outra prece: “Oh digníssima Mãe de Sabedoria, sobre cuja saudação, de que forma se deve rezar, este povo já está instruído, peço-vos para a saúde dos fiéis aqui presentes, que obrigueis a esses vossos inimigos a abertamente confessar aqui a verdade completa e honesta”.

Apenas terminou de pronunciar estas palavras, o santo viu perto dele uma multidão de anjos e a Virgem Maria que golpeava o demônio com uma vareta de ouro, enquanto lhe dizia: “Responda a pergunta de meu servidor Domingos”. Deve-se levar em consideração que o povo não via, nem ouvia a Virgem, somente São Domingos.

Os demônios começaram a gritar: “Oh! inimiga nossa! Oh! ruína e confusão nossa! Por que viestes do céu para atormentar-nos de forma tão cruel? Será preciso que por vós, oh advogada dos pecadores, a quem livrais do inferno; oh caminho seguro do céu, sejamos abrigados – para nosso pesar – a confessar diante de todos o que é causa de nossa humilhação e ruína? Ai de nós! Maldição a nossos príncipes das trevas!”.

“Ouçam, pois, cristãos! Esta Mãe de Deus é onipotente e pode impedir que seus servos caiam no inferno. Ela, como um sol, dissipa as trevas de nossas astutas maquinações. Descobre nossas intrigas, rompe nossas redes e reduz à inutilidade todas nossas tentações. Vemo-nos obrigados a confessar que ninguém que persevere em seu serviço se condena conosco”.

“Um só suspiro que ela apresente à Santíssima Trindade vale mais que todas as orações, votos e desejos de todos os santos. Temos mais medo dela do que de todos os bem-aventurados juntos e nada podemos contra seus fiéis seguidores”.

Do mesmo modo, os malignos confessaram que muitos cristãos que a invocam ao morrer e que deveria ser condenados, segundo as leis ordinárias, se salvam graças à sua intercessão: “Ah, se esta Mariazinha – assim a chamaram em sua fúria – não houvesse oposto aos nossos desígnios e esforços, há tempos teríamos derrubado e destruído a Igreja, e levado ao erro e à infidelidade toda sua hierarquia!”.

Em seguida, acrescentaram que “ninguém que persevere na reza do Rosário se condenará. Por que ela obtém para seus fiéis devotos a verdadeira contrição dos pecados, para que os confessem e alcancem o seu perdão”.

Foi então que São Domingos fez todo o povo rezar o Rosário muito lenta e devotamente e, a cada Ave Maria que rezavam, saíam do corpo do homem possuído uma grande multidão de demônios em forma de carvões incendiados.

Quando todos os inimigos saíram e o herege ficou livre, a Virgem Maria, de maneira invisível, deu sua bênção a todo o povo, que experimentou grande alegria.  “Este milagre foi causa da conversão de grande número de hereges, que, aliás, se inscreveram na Confraria do Santo Rosário”, concluiu São Luís Maria Grignion de Montfort.

Fonte: ACI Digital 

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF