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terça-feira, 11 de agosto de 2020

Quanto é o salário de um papa?

POPE AUDIENCE JUNE 26; 2019
antoine.mekary/ALETEIA/i.Media
por Philip Kosloski

A resposta pode surpreender você.

Como chefe da Igreja Católica em todo o mundo, pode-se supor que o Papa Francisco receba um salário generoso em compensação por seus muitos deveres. No entanto, a verdade é exatamente o oposto.

Em 2001, houve rumores de que João Paulo II tinha um bom salário, mas o New York Times relatou: “Joaquín Navarro-Valls, porta-voz do Vaticano, acabou com as especulações sobre o salário do papa, dizendo: ‘O papa não recebe e nunca recebeu um salário.'”

HOMELESS
                                                 ALBERTO-PIZZOLI-AFP

Isso é ainda mais verdadeiro para Francisco, que, como jesuíta, ou seja, membro da ordem religiosa da Companhia de Jesus, professou o voto de pobreza quando ingressou em sua comunidade religiosa.

No entanto, apesar do Papa Francisco não receber nenhum dinheiro na forma de um salário mensal, ele tem todas as despesas de viagem e necessidades de vida pagas pelo Vaticano. Ele nunca precisa se preocupar com comida ou moradia, mas não tem renda para fazer compras online nem no cartão de crédito.

Ele, não obstante, tem acesso a um grande fundo de dinheiro de caridade que ele distribui gratuitamente para aqueles que precisam, como ele desejar.

POPE FRATELLO

Por exemplo, em 2019, de acordo com Crux, o Papa Francisco doou US $ 500.000 do fundo “Óbolo de São Pedro” para ajudar cerca de 75.000 pessoas no México. Esta é apenas uma das muitas doações que ele faz regularmente, muitas vezes na sequência de catástrofes naturais ou para áreas particularmente necessitadas devido a guerras, secas ou outras calamidades.

Outro exemplo é no âmbito da pandemia da COVID-19, que estendeu sua sombra até atingir fortemente o continente americano e a África, onde em algumas áreas pobres – que para a Igreja são terras de missão – a escassez de meios somada ao coronavírus pode criar situações muito difíceis.

Por isso, o Papa Francisco decidiu ajudar as pessoas que vivem nessas áreas criando especificamente um Fundo de Emergência administrado pelas Pontifícias Obras Missionárias. A contribuição inicial do Santo Padre, partindo do Óbolo de São Pedro, para este fundo foi de 750.000 dólares.

O papa deve viver segundo o exemplo de Jesus, que, da mesma forma, não tinha salário e dependeu da generosidade de outros para suprir suas necessidades durante seu ministério de três anos, como é mencionado nas Escrituras.

Como o próprio Papa Francisco disse em um tweet de 13 de setembro de 2018:

“Quando sou misericordioso, sou um verdadeiro filho do Pai, porque o Pai é misericordioso.”

Aleteia 

A lenda de Abgaro

Patrística e Patrologia
Veritatis Splendor
  • Fonte: “Enciclopédia Católica”
  • Autor: H. Leclercq
  • Tradução: Renata Itimura

O historiador Eusébio registra uma tradição (H.E. LXII) – em que ele acredita firmemente – concernente a uma correspondência trocada entre Nosso Senhor e a autoridade local de Edessa. Três são os documentos associados a esta correspondência:

  • A carta de Abgaro para Nosso Senhor;
  • A resposta de Nosso Senhor; e
  • Um retrato de Nosso Senhor, pintado em vida.

Esta lenda teve grande popularidade tanto no Ocidente como no Oriente durante a Idade Média: a carta de Nosso Senhor foi copiada em pergaminho, mámore e metal, e usada como um talismã ou amuleto.

Na época de Eusébio pensava-se que as cartas originais escritas em siríaco estivessem guardadas nos arquivos de Edessa. Nos dias de hoje, possuímos não apenas o texto siríaco mas também uma versão armênia, bem como duas versões gregas independentes – menores que a siríaca – e várias inscrições em pedra, todas elas discutidas em dois artigos no “Dicitionnaire d’archeólogie chrétienne et de liturgies” col. 88 sq. e 1807 sq. Os únicos dois trabalhos a serem consultados com referência a estes tópicos literários são a “História Eclesiástica” de Eusébio e os “Atos de Tadeu” que professam pertencer à Era Apostólica.

O fato, conforme esses dois trabalhos, ocorreu assim:

Abgaro, rei de Edessa, aflito com uma doença incurável, escutou a fama do poder e dos milagres de Jesus e escreveu para Ele, suplicando para que viesse curá-lo. Jesus recusa a vir, mas promete mandar um mensageiro investido com Seu poder, chamado Tadeu, um dos setenta e dois discípulos.

As cartas de Nosso Senhor e do rei de Edessa variam na versão dada em Eusébio e a dada nos “Atos de Tadeu”. A que segue é retirada dos “Atos de Tadeu”, que é menos acessível do que a da História de Eusébio:

  • Abgaro Ukkama a Jesus, o Bom Médico que apareceu na terra de Jerusalem, saudações: Escutei falar de Ti e de Tuas curas: que Tu não fazes uso de remédios nem raízes; que, por Tua palavra, abriste [os olhos] de um cego, fizeste o aleijado andar, limpaste o leproso, fizeste o surdo ouvir; que por Tua palavra tu [também] expulsaste espíritos daqueles que eram atormentados por demônios imundos; que, outra vez, Tu ressussitaste o morto [trazendo-o] para a vida. E, conhecendo as maravilhas que Tu fazes, concluí que [das duas uma]: ou Tu desceste do céu, ou mais: Tu és o Filho de Deus e por isso fizeste todas essas coisas. Por esse motivo escrevo para Ti, e rezo para que venhas até mim, que Te adoro, e cure toda a doença que carrego, de acordo com a fé que tenho em Ti. Também soube que os judeus murmuram contra Ti e Te perseguem; que buscam crucificar-Te e destruir-Te. Eu não possuo mais que uma pequena cidade, mas é bela e grande o suficiente para que nós dois vivamos em paz.

Quando Jesus recebeu esta carta, na casa de um alto sacerdote dos judeus, ele disse para Hannan, o secretário:

  • “Vá e dize para teu senhor que te enviou para mim: ‘Feliz és tu que acreditaste em Mim não tendo Me visto, porque está escrito sobre Mim que aqueles que me verão não acreditarão em Mim, e aqueles que não me verão acreditarão em Mim’. Quanto ao que escreveste, que eu deveria ir até ti, devo cumprir todas as coisas para as quais fui enviado aqui; quando eu ascender outra vez para o Meu Pai que me enviou, e quando eu tiver ido ter com Ele, Eu te enviarei um dos meus discípulos, que curará todos os teus sofrimentos, e eu te darei saúde outra vez, e converterei todos os que estão contigo para a vida eterna. E tua cidade será abençoada para sempre, e os teus inimigos nunca a dominarão”.

Segundo Eusébio não foi Hannan que escreveu a resposta, mas o próprio Nosso Senhor. Um crescimento legendário curioso originou-se desta ocorrência imaginária. A natureza da doença de Abgaro tem sido  discutida gravemente, para crédito da imaginação de vários escritores, uns sustentando que era gota, outros lepra; os primeiros dizendo que isto tinha durado sete anos, os últimos descobrindo que o doente tinha contraído a doença durante uma estadia na Pérsia. Outros cronistas, por sua vez, sustentam que a carta foi escrita em pergaminho, embora alguns favoreçam o papiro. A passagem crucial na carta de Nosso Senhor, entretanto, é a que promete à cidade de Edessa vitória sobre todos os inimigos. Isto deu à pequena cidade uma popularidade que desapareceu no dia que ela caiu nas mãos dos conquistadores. Foi um rude choque para aqueles que acreditavam na lenda; eles preferiram atribuir a queda da cidade à cólera de Deus contra os habitantes do que admitir a falha da salvaguarda, que não era menos confiante naquele tempo do que no passado.

O fato relacionado correspondente há muito deixou de ter qualquer valor histórico. O texto foi tirado de duas partes do evangelho, o que em si mesmo é o suficiente para provar a não autenticidade da carta. Além disso, as citações são feitas não dos próprios evangelistas, mas da famosa concordância de Taciano, compilada no século II e conhecida como “Diatessaron”, deste modo fixando a data da lenda como aproximadamente da metade do século III. Em adição, entretanto, para a importância que é alcançada no ciclo apócrifo, a correspondência do rei Abgaro também ganha lugar na liturgia . O decreto “De libris non recipiendis”, do psêudo-Gelásio, coloca a carta entre os apócrifos, o que pode, possivelmente, ser uma alusão dela ter sido inserida entre as lições de liturgia oficialmente sancionadas. As liturgias sírias comemoram a correspondência de Abgaro durante a Quaresma. A liturgia celta parece ter acrescentado importância à lenda; o “Liber Hymnorum”, um manuscrito preservado na Universidade Trinity, em Dublin (E. 4,2), apresenta duas compilações nas linhas da carta para Abgaro. Nem, de qualquer maneira, é impossível que esta carta, seguida de muitas orações, possa ter formado um ofício litúrgico menor em certas igrejas.

O relatório dado por Adda contém um detalhe que pode ser brevemente referido aqui. Hannan, que escreveu o ditado por Nosso Senhor, era um arquivista em Edessa e pintor do rei Abgaro. Ele tinha sido encarregado de pintar um retrato de Nosso Senhor – tarefa que ele cumpriu diligentemente – trazendo de volta com ele, para Edessa, uma pintura que veio a ser objeto de veneração geral, mas que, depois de certo tempo, disse-se que foi pintada pelo próprio Nosso Senhor. Como a carta, o retrato estava destinado a ser o núcleo de um crescimento legendário: a “Face Santa de Edessa” era principalmente famosa no mundo Bizantino. Entretanto, uma mera alusão deste fato aqui deve ser suficiente, já que a lenda do retrato de Edessa faz parte de um tema extremamente difícil e obscuro da iconografia de Cristo e de pinturas de origens miraculosas conhecidas como “acheiropoietoe” (=feita sem as mãos).

Veritatis Splendor

Grupo de jovens lança a primeira rádio online católica em Cuba

Imagem referencial. Crédito: Unsplash.

HAVANA, 10 ago. 20 / 10:30 am (ACI).- A Rede Católica Juvenil (RCJ) lançou a primeira rádio online católica em Cuba, que pode ser sintonizada em todo o mundo e pretende ser um espaço de oração e escuta para todos os fiéis.

RCJ Rádio "O Som da Esperança" é a primeira rádio online católica da ilha e conta com transmissão 24 horas por dia, onde informam sobre os acontecimentos da Igreja em Cuba e no mundo.

“Sintonize conosco e mantenha-se informado dos acontecimentos eclesiais nacionais e estrangeiros, ouvindo nosso Suplemento Informativo ‘Em Detalhes’ e outros conteúdos radiofônicos publicados pela RCJ”, indica a rede em seu site.

Em Cuba, a Igreja sofreu restrições à sua liberdade desde que a revolução de Fidel Castro assumiu o poder em 1959, com o confisco de propriedades, a eliminação das escolas católicas, a expulsão de sacerdotes e religiosas, entre outras medidas.

Embora certas restrições tenham sido levantadas à Igreja após a visita de São João Paulo II, em 1998, ainda tem certas limitações, como o acesso aos meios de comunicação.

Apenas em raras ocasiões o Governo permitiu que sacerdotes e bispos dessem uma mensagem pública; no entanto, essas concessões são especiais e limitam sua participação a uma data específica.

Em entrevista à EWTN Notícias, o diácono da congregação da missão em Havana e um dos diretores gerais da RCJ, Rubén de la Trinidad, destacou que a iniciativa de criar uma emissora de rádio para o país nasceu da JMJ Panamá 2019.

Indicou que, depois deste encontro, um grupo de jovens decidiu criar, em fevereiro de 2019, a Rede Católica Juvenil, que "é a comunidade virtual mais ampla" entre os jovens do país, e a partir dela foram criados conteúdos radiofônicos para as redes sociais.

Um desses programas é a "Oração por Cuba" que é transmitido diariamente às 12h (hora local) e reúne jovens de todo o país em “um espaço de oração para que todos possamos escutar”.

Junto com esta iniciativa nasceu também o Boletim Informativo Católico, que é um segmento de notícias sobre os acontecimentos da Igreja em Cuba e no mundo.

Rubén de la Trinidad indicou que em janeiro de 2020, perto das comemorações do primeiro aniversário da RCJ Rádio, nasceu o suplemento informativo "Em Detalhe", que se tornou a "produção radiofônica mais importante" que têm até hoje.

"Começamos a transmitir como uma rádio online 24 horas a partir de 22 de junho", acrescentou.

Afirmou que a rádio teve uma boa recepção dos fiéis de todo o mundo e atingiu uma audiência de “cerca de mil pessoas aproximadamente nas primeiras semanas”.

"Estamos falando que do Canadá ao Chile nos sintonizaram", disse.

RCJ Rádio “O Som da Esperança” está disponível em seu site 24 horas por dia e também pode ser sintonizada pelo aplicativo para celulares que foi lançado esta semana.

Além disso, a rádio possui material adicional, como podcasts, que podem ser encontrados no SpotifyAnchor e Youtube.

Pode fazer sua doação para manutenção da RCJ Rádio através do PayPal AQUI.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

ACI Digital

 

5 coisas que deve saber sobre Santa Clara de Assis

Santa Clara de Assis / Crédito: Enciclopédia Católica

REDAÇÃO CENTRAL, 11 ago. 20 / 06:00 am (ACI).- No dia 11 de agosto, é celebrada a festa de Santa Clara de Assis, cofundadora das Clarissas pobres e primeira abadessa de São Damião.

A seguir, apresentamos 5 coisas que todo católico deve saber sobre a vida desta grande santa.

1. É padroeira da televisão e das telecomunicações

No final dos anos 1950, a televisão estava se tornando uma das formas mais importantes de comunicação da sociedade moderna.

Por isso, o Papa Pio XII quis oferecer a bênção e a proteção da Igreja para essa nova tecnologia. Assim, em 1958, publicou a Carta Apostólica proclamando Santa Clara como Padroeira da Televisão.

Nesta, proclama-se que a Igreja apoia a inovação tecnológica, o progresso e recomenda o uso da tecnologia moderna para a proclamação do Evangelho. Reconhece que a televisão é capaz tanto do bem quanto do mal, por isso precisa de um santo padroeiro para a proteção espiritual.

O Santo Padre escolheu Santa Clara de Assis (do século XIII) pela seguinte razão: conta a história que, em um Natal, Santa Clara estava doente e não conseguia sair de sua cama para assistir à Missa.

No entanto, milagrosamente, Deus lhe deu uma visão da Eucaristia em seu convento em tempo real, algo parecido a uma “televisão espiritual”.

2. Foi grande amiga de São Francisco de Assis

Na audiência geral de 15 de setembro de 2010, o Papa Bento XVI afirmou que "principalmente no início da sua experiência religiosa, Clara encontrou em Francisco de Assis não apenas um mestre cujos ensinamentos devia seguir, mas inclusive um amigo fraterno".

Quando Clara tinha 18 anos, São Francisco foi à igreja de São Giorgio de Assis para pregar durante a Quaresma. Clara, depois de ouvir esta pregação, sentiu dentro de si uma chama que iluminou seu coração e logo a fez implorar a São Francisco para ajudá-la a viver também "segundo o modo do Santo Evangelho".

São Francisco, que depois reconheceu em Clara uma das almas escolhidas destinadas por Deus para grandes coisas, prometeu ajudá-la e tornou-se seu guia espiritual.

Em 1212, Clara fugiu de sua casa e se dirigiu para a Porciúncula (Itália), onde entrou para fazer parte da Ordem dos Irmãos Menores. Clara prometeu obedecer a São Francisco em tudo. Algum tempo depois, ela e suas seguidoras se mudaram para o convento de São Damião, onde a santa permaneceu 41 anos até o dia de sua morte.

Nesse mesmo ano, Santa Clara e São Francisco de Assis fundaram a segunda ordem franciscana ou das irmãs clarissas.

3. É a primeira e única mulher a escrever uma regra de vida religiosa para mulheres

Bento XVI indicou que “Clara foi a primeira mulher na história da Igreja que compôs uma Regra escrita, submetida à aprovação do Papa, para que o carisma de Francisco de Assis fosse conservado em todas as comunidades femininas que se iam estabelecendo em grande número já naquela época e que desejavam se inspirar no exemplo de Francisco e de Clara”.

Sua decisão de escrever uma regra foi uma mudança radical das normas religiosas de seu tempo. Só depois de insistir, o Papa Inocêncio IV a aprovou, dois dias antes da morte de Clara, em 11 de agosto de 1253.

4. Fez milagres surpreendentes com pães

Certo dia, tinham apenas um pão para 50 irmãs clarissas. Santa Clara o abençoou e, rezando todas juntas o Pai Nosso, multiplicou o pão e o repartiu a suas irmãs. 

Depois, enviou a outra metade aos irmãos menores. Diante disso, afirmou: "Aquele que multiplica o pão na Eucaristia, o grande mistério da fé, por acaso lhe faltará o poder para abastecer com pão suas esposas pobres?”.

Em outra ocasião, em uma das visitas do Papa Inocêncio III ao convento, Santa Clara preparou as mesas e colocou nelas o pão para que o Santo Padre os abençoasse.

O Pontífice pediu à santa que o fizesse, mas Clara se opôs rotundamente.

O Papa pediu que ela fizesse o sinal da cruz sobre os pães e os abençoasse em nome de Deus. Santa Clara, como verdadeira filha da obediência, abençoou muito devotamente aqueles pães com o sinal da cruz e, no mesmo instante, apareceu o sinal da cruz marcado em todos os pães.

5. Esteve doente por muitos anos

Santa Clara ficou doente por 27 anos no convento de São Damião, suportando todos os sofrimentos de sua doença. Em seu leito, bordava, fazia costuras e rezava sem cessar.

O Papa a visitou duas vezes e exclamou: "Eu gostaria de ter tão pouquinha necessidade de ser perdoado como a que esta santa tem".

Cardeais e bispos iam visitá-la para pedir seu conselho.

São Francisco já havia morrido, mas três dos discípulos preferidos do santo, Frei Junípero, Frei Ângelo e Frei Leão, leram para Clara a Paixão de Jesus enquanto agonizava.

A santa repetia: “Desde que me dediquei a pensar e meditar sobre a Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo, as dores e os sofrimentos não me desencorajam, mas me confortam”.

Confira também:

ACI Digital

S. CLARA DE ASSIS, FUNDADORA DAS CLARISSAS

Santa Clara, Maestro di Santa Chiara, Assis
Santa Clara, Maestro di Santa Chiara, Assis 

Pobre por escolha nos rastos de Francisco

Domingo de Ramos de 1211. O silêncio da noite, nos campos de Assis, foi quebrado pelos passos rápidos de Clara, dezoito anos. Sabia estar indo contra a sua amada e rica família, mas Deus inspirou nela o desejo de uma verdadeira liberdade: ser pobre. Aquela fuga de toda segurança foi o epílogo de percurso iniciado sete anos antes, quando presenciou a um fato chocante: um jovem rico se despoja das suas roupas, as devolve ao pai e abraça a Senhora Pobreza. É Francisco! Naquela noite, ele estava na Porciúncula aguardando Clara: corta os seus cabelos, entrega-lhe um saio de lã grosseira e lhe encontra abrigo no mosteiro Beneditino de São Paulo, em Bastia Umbra. Seu pai tentou, em vão, convencê-la a voltar para casa.

“Pobres Damas”

O gesto de Clara atrai outras mulheres, entre as quais sua mãe e as irmãs: logo se tornaram cerca de cinquenta. Francisco as chamou “Pobres damas” ou “Pobres reclusas” e colocou-lhes à disposição o pequeno mosteiro de São Damião, que acabara de restaurar e onde recebera o convite “Vai e repara a minha casa”. Entre o Pobrezinho e Clara há plena comunhão: ela se define a “sua plantinha” e acompanha a missão dos Frades no mundo, mediante a sua oração incessante, junto com suas coirmãs.

A primeira mulher a escrever uma Regra

A primeira mulher a escrever uma Regra era forte e determinada; ela obteve a aprovação, por parte de Gregório IX, - sigilada, depois, com a Bula de Inocêncio IV, em 1253, - do “privilégio da pobreza” e do ardente desejo de “observar o Evangelho”.

Incansável adoradora da Eucaristia

A doença assinala seus últimos 30 anos, mas jamais viola seu alegre contrato com o Senhor na oração: “Nada é tão grande – escreve – quanto ao coração do homem, no íntimo do qual Deus reside”. A incansável adoradora da Eucaristia, com a píxide nas mãos, afugentou dos sarracenos de Assis.

Proclamada santa, dois anos depois da morte

Em uma noite de Natal, recolhida em oração, assiste, na parede da sua cela, os ritos que, naquele momento, se realizavam na Porciúncula, coração pulsante da comunidade dos Frades. Por este motivo, foi declarada, por Pio XII, padroeira da Televisão.
Santa Clara faleceu no dia 11 de agosto de 1253 no chão nu do Mosteiro de São Damião. Seus lábios sussurram a última oração de ação de graças: “Senhor, vós que me criastes, sede bendito”.
Uma incontável multidão, jamais vista, participou do seu enterro. Dois anos depois, foi proclamada Santa por Alexandre IV.

Vatican News

 

S. SUSANA, ROMANA, NA IGREJA HOMÔNIMA

S. Susana, Mayenne
S. Susana, Mayenne

A história de Santa Susana foi-nos transmitida pela Passio do seu martírio, que remonta ao século VI, e enriquecida com contos lendários. Não se sabe a data do seu nascimento; provavelmente, era natural da Dalmácia, mas viveu em Roma no século III.
De família nobre, aparentada com o imperador Diocleciano, Susana era filha do presbítero Gabinio (na época, os presbíteros eram os anciãos, que cuidavam da comunidade cristã), irmão do Bispo Caio, que depois se tornou Papa (283-296), e de Cláudio e Máximo, funcionários imperiais.
Susana, jovem culta e de rara beleza, consagrou-se a Deus, oferecendo-lhe a sua virgindade. Por isso, recusou a proposta de Diocleciano de casar com seu filho adotivo, Gaio Galério Valério Maximiano.

O exemplo de Susana converteu seus tios Cláudio e Máximo

Seu tio Cláudio, que havia sido encarregado de fazer-lhe a proposta de casamento, ficou tão impressionado com a determinação da jovem. A ponto de querer saber mais sobre a sua crença. Por isso, converteu-se - e, com ele, sua esposa, os filhos e os servos - e distribuiu seus bens aos pobres.
Não tendo recebido nenhuma resposta, o imperador pediu notícias ao irmão de Cláudio, Máximo. Assim, ele ficou sabendo sobre a decisão de Susana de renunciar ao casamento. Depois, junto com Cláudio, decidiu envolver na questão também Caio e Gabinio. Todos os quatro concordaram em não obrigar a jovem a casar-se. Ao conhecer melhor a sobrinha, também Máximo abraçou o cristianismo.

Decapitada em casa

Ao ser informado sobre a decisão de Susana e sobre a conversão de seus dois oficiais, Diocleciano, furioso, prendeu a jovem e seus familiares.
Submetidos a um interrogatório, nenhum deles abjurou à fé cristã. Assim sendo, o imperador mandou condená-los à morte. Cláudio e Máximo foram queimados vivos; Gabinio foi torturado e Susana decapitada em sua casa, em 11 de agosto de 294.
A esposa do imperador Diocleciano, Serena, que também era cristã, organizou o enterro e conservou seu sangue como relíquia.
O Papa Caio, que morava perto da casa de Gabinio, na manhã do dia seguinte, celebrou Missa no lugar do martírio de Susana e estabeleceu que a santa fosse recordada e venerada em sua própria casa.
Desta forma, começando a aumentar o culto a Santa Susana, foi construída, naquela localidade, uma igreja, conhecida no século IV, com o nome "ad Duas domos" ("às duas casas"), indicando as duas casas, de Gabinio e Caio, pai e tio da mártir.
Os restos mortais de Santa Susana, que foram sepultados no cemitério de Santo Alexandre, na Via Nomentana, foram trasladados, depois, para a igreja a ela dedicada e, várias vezes, modificada, hoje denominada igreja de Santa Susana nas Termas de Diocleciano.
Ali, segundo fontes de 1500, foi encontrada uma lápide, atribuída ao século V – que depois foi perdida, – com a escrita: "Olim presbyteri Gabini Filia Felix / Hic Susana Iacet In Pace Patri Sociata" (“Filha feliz do presbítero Gabinio / aqui jaz Susana, na paz do Senhor).

Vatican News

 

segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Do Tratado sobre a Encarnação do Senhor, de Teodoreto de Ciro, bispo

Crucificação de Jesus (DW)

(Nn. 26-27: PG 75, 1466-1467)     (Séc.V)

Curarei os seus tormentos

Com liberdade, vai Jesus ao encontro dos sofrimentos preditos a seu respeito. Por várias vezes os prenunciou aos discípulos, tendo mesmo repreendido a Pedro que repelia o anúncio da paixão, e declarou que por eles se daria a salvação do mundo. Por isso apresentou-se aos que vinham buscá-lo, dizendo: Sou eu a quem procurais (cf. Jo 18,5). Acusado, não respondeu. Podendo esconder-se, não o quis, embora por mais de uma vez se tenha furtado às ciladas dos perseguidores. Chora sobre Jerusalém que pela incredulidade atraía para si a ruína e prediz a suprema destruição do templo outrora famoso. Com toda a paciência suporta ser batido na cabeça por homem duplamente escravo. Esbofeteado, cuspido, injuriado, atormentado, flagelado e por fim crucificado e dado por companheiro de suplícios a dois ladrões, contado entre os homicidas e celerados. Bebe o vinagre e o fel produzidos pela má videira, coroado de espinhos em lugar de louros e cachos de uva. Escarnecido com a púrpura, batido com a cana, ferido o lado pela lança e enfim levado ao sepulcro.  

Tudo isto sofreu enquanto operava nossa salvação. Pois àqueles que se haviam escravizado ao pecado eram devidos os castigos do pecado. Ele, isento de todo pecado, tendo cumprido toda a justiça, suportou a pena dos pecadores, destruindo por sua cruz o antigo decreto de maldição. Cristo, assim diz Paulo, nos remiu da maldição da lei, feito maldição por nós; por que está escrito: Maldito todo aquele que pende do lenho (Gl 3,13; cf. Dt 21,23). Com a coroa de espinhos põe fim ao castigo de Adão. Pois, após o pecado, este ouvira: Maldita a terra em teus trabalhos; germinarão para ti espinhos e abrolhos (cf. Gn 3,17-18).  

Com o fel bebeu a amargura e a dor da vida humana passível e mortal. Pelo vinagre assumiu em si a mudança do ser humano para o pior e concedeu a volta ao melhor. A púrpura significava o reino; a cana, o frágil poder do diabo. A bofetada publicava nossa liberdade, tolerando as injúrias, flagelos e chagas a nós devidas.  

O lado aberto, à semelhança de Adão, deixa sair não a mulher que, por seu erro, gerou a morte, mas a fonte de vida que com dupla torrente vivifica o mundo. Uma, no batistério, nos renova e cobre com a veste imortal; outra, à mesa divina, alimenta os renascidos como leite aos pequeninos.

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A série de televisão Dark, a pandemia e Deus que nos fala

ayhanmustafa / Shutterstock.com

 por Francisco Borba Ribeiro Neto

O que explica o êxito de uma série que obriga os espectadores a estudarem e manterem uma atenção que lembra um vestibular de física?

Atualmente, o maior sucesso da TV mundial é a série Dark, tão genial quanto difícil, uma produção alemã da Netflix, avaliada pelos críticos como a melhor da plataforma de streaming. Vale-se de conceitos da física quântica, que tornariam possíveis viagens no tempo e entre universos paralelos, explorando suas implicações lógico-filosóficas e ficcionais. Afora o fato de ser uma série muito bem construída, em termos de roteiro, ambientação e interpretações, o que mais explica o êxito de uma série que obriga os espectadores a estudarem e manterem uma atenção que lembra um vestibular de física?

Em primeiro lugar, uma nostalgia inegável pelo mistério do mundo, a intuição de que as coisas não são só aquilo que parecem a nossos olhos. Ao longo da história das civilizações, o ser humano continuamente criou e recriou mitos, fábulas e teorias para dar conta dessa sua percepção de que um “totalmente Outro” se esconde, fascinante, nos paradoxos e surpresas da realidade. É a percepção da existência de Deus, gravada por Ele em nosso coração, que se manifesta com maior ou menor clareza em diferentes ocasiões.

Por outro lado, a física quântica e a imaginação de ficcionistas e filósofos levaram a percepção da relatividade do mundo a um novo patamar. Ao longo do século XX, o relativismo consolidou-se proclamando que não existiriam fatos precisos, mas apenas “narrativas”, versões diferentes, dadas por autores diferentes, para os acontecimentos. Paralelamente, não haveria respostas certas ou ideias verdadeiras, pois cada versão comportaria sua própria verdade.

A nova relativização da realidade, que saiu dos meios teóricos e ganhou as ruas na virada do século XX para o XXI, é bem ilustrada pela teoria da dualidade entre matéria e energia: uma partícula pode ter simultaneamente os caráteres de corpo material e forma de energia. A relatividade é fruto de nossa incapacidade de ver toda a complexidade do universo, as várias possibilidades que coexistem ao mesmo tempo. Num certo sentido, a visão relativa das coisas ampliou-se, pois agora refere-se à própria realidade material e não só aos acontecimentos humanos; mas, em outro sentido, se reestabelece um absoluto, que é esse mundo multifacetado ao qual nossa sensibilidade cotidiana não tem acesso.

Voltando a Dark, a série se nutre justamente desse fascínio pelo mistério e por essa recém-descoberta complexidade do real. A isso se soma uma boa dose de suspense e até terror, ecoando nosso medo ancestral do desconhecido. E, nesse aspecto, a série – com temporadas lançadas em 2018, 2019 e 2020 – se encerra num momento emblemático para o mundo.

A pandemia lançou-nos em um mundo de incerteza. Um evento único, que pareceria insignificante, um vírus que se adaptava a um novo hospedeiro, mudou nosso futuro e nossa percepção da realidade. Nossas expectativas, nossos sonhos, nossos projetos, a casa nova, a viagem de férias, o trabalho e o casamento, a educação dos filhos e a aposentadoria, nada mais será o mesmo. Em tudo pisamos no terreno escorregadio da dúvida e da incerteza – justamente como acontece com os personagens da série alemã. Dark simboliza, simultaneamente, esse tempo fugaz de incerteza e nossa percepção, indelével e permanente, do mistério.

Compreender o quanto a realidade é relativa (absoluto é só Deus) e o quanto nossa vida é incerta, não são, em si, coisas ruins. O problema é se essa percepção da relatividade e da incerteza nos abre para uma busca, cheia de esperança e confiança, pela Verdade e pelo Amor; ou se nos mergulha no cinismo relativista, que nos acomoda em um mundo autocentrado, e no desespero diante da incerteza.

Obras de ficção podem ser convites para se aproximar de Deus ou distrações que não deixam ouvir o Seu chamado no real. O Senhor sempre nos “primereia”, isto é, toma a iniciativa, diz o Papa Francisco na Evangelii Gaudium (EG 24). Ocasiões tão insuspeitas, como uma série de TV ou uma epidemia, podem ser ocasiões onde essa iniciativa de Deus se manifesta. Cabe a nós ficarmos atentos, para não deixar de ouvir Sua voz.

Aleteia

Como os Manuscritos do Mar Morto têm ajudado no estudo do texto do Antigo Testamento?

 Bíblia - Tradição - Magistério

  • Autor: pe. Joseph A. Fitzmyer (sj)
  • Fonte: Livro “101 Perguntas sobre os Manuscritos do Mar Morto” (Ed. Loyola)

Antes da descoberta dos manuscritos do Mar Morto, a mais antiga cópia hebraica de todo o Antigo Testamento era o assim chamado texto Ben Asher, encontrado no Códice B19A da Biblioteca Pública de Leningrado e datado de 1008 dC, que foi usado por P. Kahle na terceira edição da Bíblia Hebraica de Kittel, de 1937, e muitas vezes reimpresso. Já que os documentos bíblicos de Qumran oferecem uma forma do Antigo Testamento hebraico pelo menos mil anos mais antiga que aquele códice, seu testemunho do texto do Antigo Testamento é precioso. Aqui temos de incluir também os textos bíblicos recuperados no Wadi Murabba’at, Nahal Hever e Massada. Todos juntos, esses documentos datam de meados do século III a.C. ao início do século II d.C., e revelam como os textos do Antigo Testamento eram copiados na Palestina daquela época. Quanto aos textos bíblicos copiados especificamente em Qumran, sua datação estaria aproximadamente entre 150 a.C. e 68 d.C., datas que são confirmadas pela cerâmica e outros artefatos encontrados nas grutas relacionadas com o Khirbet Qumran. O terminus ad quem para os textos de Massada seria 74 d.C.; para Nahal Hever e Murabba’at, 132-35 d.C. (a revolta de Bar Kokhba).

Por um lado, esses textos bíblicos muitas vezes simplesmente confirmaram as leituras do Texto Massorético medieval, o texto hebraico comumente usado para as modernas edições críticas do Antigo Testamento. Há, é claro, muitas diferenças de soletração. A scriptio plena, “escrita plena” (ou seja, com um uso abundante de consoantes como letras vogais), supera a scriptio defectiva, “escrita defectiva”, especialmente nos manuscritos de Qumran, mas isso realmente é irrelevante. Por outro lado, os textos bíblicos de Qumran apresentaram formas de alguns livros do Antigo Testamento que diferem do Texto Massorético. Em tais casos, podem concordar com as diferenças encontradas no Pentateuco samaritano ou no Antigo Testamento grego, a Septuaginta. Isso é especialmente importante no último caso, já que os textos de Qumran revelam agora que a Septuaginta não era uma tradução descuidada do hebraico, nem uma alteração deliberada deste, como alguns pensavam antigamente, mas, na verdade, uma tradução cuidadosa de uma forma ou recensão hebraica diferente de alguns livros. Isso é particularmente importante para o livro de Jeremias, que em sua forma na Septuaginta é quase um oitavo mais curto que no Texto Massorético; e uma forma curta hebraica relacionada à Septuaginta é atestada agora em 4QJerb. Uma forma do texto hebraico de 1-2 Samuel relacionada à Septuaginta também foi encontrada em 4QSama e 4QSamb.

A maioria dos textos bíblicos de Qumran foi copiada nas escritas dos habituais caracteres quadrados, às vezes chamados “escrita assíria” ou “escrita aramaica”, mas as Grutas 1, 2, 4, 6 e 11 revelaram textos do Antigo Testamento copiados na escrita paleo-hebraica, uma escrita que imitava a antiga escrita fenícia. A maioria estava copiada em pele, mas foram encontrados papiros com textos bíblicos nas Grutas 1, 4, 6 e 9 (se 9Q1 de fato for um fragmento de texto bíblico). Em um caso (4QNumb) alguns versículos foram escritos com tinta vermelha (20,22-23; 22,21,23,13; 23,27, 31, 25, 28,48; 32,25; 33,1); o significado disso ainda não foi determinado.

Os críticos textuais debatem entre si sobre como melhor caracterizar as diferentes tradições textuais representadas pelos documentos bíblicos de Qumran. Os especialistas norte-americanos W. F. Albright e F. M. Cross distinguiram textos locais: o tipo de texto protomassorético derivado de Babilônia, o tipo Septuaginta derivado do Egito, e o tipo proto-samaritano derivado da Palestina, mas o especialista israelense S. Talmon rejeita as designações geográficas e relaciona os tipos a contextos religioso-sociológicos diferentes. Outros ainda, Como o israelense E. Tov, preferem não falar de tipos de texto ou recensões, mas apenas de textos independentes não aparentados.

De qualquer modo, os mais importantes textos do Antigo Testamento de Qumran são as cópias de Isaías da Gruta 1, e as da Gruta 4 dos seguintes livros: Êxodo, Samuel, Jeremias e Daniel. Esses textos da Gruta 4 são os livros que manifestam as variantes textuais mais notáveis e importantes.

Veritatis Splendor

7 dados curiosos sobre São Lourenço, martirizado em uma grelha no século III

ACI Digital

REDAÇÃO CENTRAL, 10 ago. 20 / 07:00 am (ACI).- Neste dia 10 de agosto, celebra-se São Lourenço, um dos 7 diáconos de Roma do Papa Sisto II e, certamente, uma dos mais famosos da antiguidade.

A seguir, alguns dados curiosos da vida deste importante santo:

1. É padroeiro dos cozinheiros

São Lourenço de Roma é o santo padroeiro dos cozinheiros. O santo foi condenado a morrer queimado em uma fogueira, especificamente em uma grelha de ferro.

Segundo a tradição, despois de estar queimando um tempo na grelha, disse ao juiz: “Vira-me, que já estou bem assado deste lado”. O carrasco mandou que o virassem e assim se queimou por completo.

2. Uma Basílica de Roma é dedicada a ele

A Basílica de São Lourenço Extramuros, onde se encontra o túmulo do santo, é uma das cinco basílicas patriarcais ou papais. No interior do templo está uma pedra de mármore onde, segundo a tradição, foi colocado o corpo de São Lourenço imediatamente depois de seu martírio, ficando impressa parte de sua silhueta.

Todos os anos é realizada uma peregrinação no bairro de São Lourenço precedida por uma Santa Missa. A romaria é acompanhada por uma relíquia do santo levada em uma pequena custódia.

3. Em Roma é o santo mais importante, depois de Pedro e Paulo

Com uma tranquilidade que ninguém imaginaria, durante seu martírio, rezou pela conversão de Roma e a difusão da religião de Cristo em todo o mundo, até o seu último suspiro.

O professo de teologia sistemática, Dom Francesco Moraglia, explica em um artigo que “a cidade, que lhe atribuía a vitória sobre o paganismo, o elegeu como seu terceiro padroeiro e celebra sua festa desde o século IV, como segunda festa em grau de importância depois da dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo”.

Do mesmo modo, foram erguidas em sua honra “34 igrejas e capelas, sinal tangível de gratidão àquele que, fiel ao seu ministério, tinha sido entre eles um verdadeiro ministro e servidor da caridade”.

4. Seu martírio foi prenunciado pelo Papa São Sisto II

São Lourenço era um dos diáconos que ajudava o Papa Sisto II, o qual foi assassinado pela polícia do imperador enquanto celebrava Missa em um cemitério de Roma. A antiga tradição diz que, quando Lourenço viu que iam matar o Sumo Pontífice, este lhe disse:

“A nós, porque somos velhos, nos foi designado o percurso de um caminho mais fácil; a ti, porque és jovem, corresponde um triunfo mais glorioso sobre o tirano. Logo virá, deixe de chorar: dentro de três dias me seguirás. Entre um bispo e um levita, é conveniente que exista este intervalo” (Santo Ambrósio, De Officiis, n. 206).

5. O Papa São Leão Magno lhe dedicou uma bela homilia

No século V, o Doutor da Igreja e Papa São Leão Magno disse sobre São Lourenço que “as chamas não puderam vencer a caridade de Cristo; e o fogo que o queimava fora era mais débil do que aquele que ardia dentro dele”.

Acrescentou: “O Senhor quis exaltar a tal ponto o seu glorioso nome em todo o mundo que do Oriente ao Ocidente, no esplendor vivíssimo da luz que irradiou dos maiores diáconos, a mesma glória concedida a Jerusalém por Estêvão também foi dada a Roma por mérito de Lourenço” (Homilia 85, 4: PL 54, 486).

6. Um fenômeno astronômico leva o seu nome

“Lágrimas de São Lourenço” é o nome popular com o qual se conhece uma chuva de meteoros (as Perseidas) visíveis todos os anos por volta dos dias 11 e 12 ou 12 e 13 de agosto. O nome começou a ser usado em memória ao diácono martirizado muito tempo depois na Europa medieval.

7. Um time de futebol leva o seu nome

O nome do time de futebol favorito do Papa Francisco, o ‘Club Atlético San Lorenzo de Almagro’, é em honra ao diácono mártir, como foi o desejo do salesiano Pe. Lorenzo Massa, na fundação da equipe.

ACI Digital

 

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF