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segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Dos livros Moralia sobre Jó, de São Gregório Magno, papa

São Gregório Magno - Papa e Doutor da Igreja
São Gregório Magno, papa/Canção Nova

(Lib. 3,39-40: PL75,619-620)             (Séc.VI)

 

No exterior, combates; no interior, temores

Os santos varões, envolvidos na luta das adversidades, ao mesmo tempo que golpeiam a uns, a outros sustentam pela persuasão; àqueles opõem o escudo da paciência, a estes atiram as setas da doutrina, e em ambos os modos de combater, impõem-se pela maravilhosa arte da virtude. Dentro, compõem com sabedoria as coisas desregradas, e fora, desprezam com fortaleza as adversas. Ensinando, corrigem a uns; a outros, tolerando, barram o caminho. Pois pela paciência suportam os inimigos que atacam, mas por compaixão reconduzem à salvação os irmãos mais fracos. Resistem àqueles para que não desencaminhem os outros. A estes oferecem a sua solicitude, para que não se desviem totalmente do caminho reto.  

Contemplemos o soldado dos exércitos de Deus, lutando contra ambos. Diz: No exterior, combates; no interior, temores (2Cor 7,5). Enumera as pelejas que sustenta fora: Perigos nos rios, dos ladrões, perigo dos de minha raça, perigos dos gentios, perigos na cidade, perigos no deserto, perigos no mar, perigos dos falsos irmãos (2Cor 11,26). Nesta guerra, aos dardos a se lançarem contra o adversário, acrescenta: Nos trabalhos e tristezas, nas muitas vigílias, na fome e na sede, em muitos jejuns, no frio e na nudez (2Cor 11,27).  

Mas, envolvido em tantas lutas, diz como guardava pela fortaleza das vigílias o próprio acampamento. Ajunta logo: Além destas coisas exteriores, minha preocupação diária, a solicitude por todas as Igrejas (2Cor 11,28). Com coragem aceita em si as lutas e se consagra com misericórdia a proteger o próximo. Contra os males sofridos, acrescenta o bem realizado.  

Imaginemos que trabalho tolerar os males de fora e ao mesmo tempo proteger os fracos de dentro. Suporta no exterior adversidades. Pois é rasgado pelas chicotadas, preso em cadeias. No interior, sente o medo de que seus sofrimentos sejam obstáculos não para si, mas para os discípulos. Por isto escreve-lhes: Ninguém se perturbe com estas tribulações. Vós mesmos sabeis que para isto fomos escolhidos (1Ts 3,3). Em seus padecimentos temia a queda dos outros, porque se os discípulos soubessem que suportava açoites pela fé, talvez viessem a recusar o testemunho de fidelidade.  

Ó entranhas de imensa caridade! Não se importa com aquilo que ele mesmo sofre e cuida de que os discípulos não sofram de alguma ideia perniciosa no coração. Despreza em si as feridas do corpo e sara nos outros as feridas do coração. Os justos têm isto de próprio: na dor de suas atribuições, não abandonam o interesse pelo bem do outro; e, sofrendo, estão atentos a ensinar o necessário aos outros e sofrem como grandes médicos doentes. Em si toleram as feridas profundas e prescrevem a outros os medicamentos salutares.


https://liturgiadashoras.online/

Por que Jesus não deixou nada por escrito?

Conheça Mais
Veritatis Splendor
  • Autor: pe. Pat
  • Fonte: St. Anthony Messenger – fev./2001
  • Tradução Livre: Carlos Martins Nabeto

– Alguém em nosso grupo de estudos bíblicos recentemente perguntou: “Por que Jesus não escreveu nada durante o seu ministério? Por que não registrou para nós suas próprias palavras, assim como fez São Paulo?” Nosso grupo achou esta questão bem interessante e gostaria de uma resposta teológica…

Eis uma questão bem intrigante! Mas vamos supor, por um momento, que Jesus tenha deixado algo por escrito…

Se a obra de Jesus refletisse a cultura na qual ele viveu, será que algumas das concepções dessa cultura (ex.: que o sol girava em torno da terra) não fariam com que os leitores das épocas seguintes passassem a desacreditar de toda a sua mensagem? Poderia tal escrito inverter a fé comum desnecessariamente?

Mais: poderia essa obra fazer referências às armas nucleares e clonagens? Os cristãos poderiam crer que Jesus não tinha nada a dizer sobre essas coisas, se não as encontrassem claramente escritas em sua obra?

Quando as pessoas parariam de procurar esse escrito, sempre atualizado, se de fato existisse? Acaso tal escrito não provaria, de uma vez por todas, seus achismos e crenças particulares?

Talvez Jesus não tenha escrito nada porque os seus discípulos – daquele tempo e os de hoje – poderiam fazê-lo aplicando toda a sinceridade, dia após dia, por aceitarem as Boas Novas da fé. Se Jesus deixasse um escrito, certamente atrasaria o seu objetivo, pois as pessoas seriam tentadas a ignorar as testemunhas vivas do Evangelho em favor de Suas palavras escritas. Ora, para que tenham pleno efeito, as palavras de Jesus devem ser encarnadas nas vidas das pessoas de todos os tempos!

Portanto, temos que assumir que Deus considerou todas as opções disponíveis e, com certeza, escolheu a melhor.

Veritatis Splendor

São João Paulo II e as mazelas do Brasil

Antoine Mekary/ALETEIA
por Francisco Borba Ribeiro Neto

Dois abaixo-assinados recentes, um de bispos e outro de padres, condenando atitudes do governo Bolsonaro lançaram mais lenha na fogueira.

Com suas mazelas políticas, econômicas, culturais e sociais, que – esperamos – vão diminuindo, mas não acabam, o Brasil vê crescer a polarização e o enfrentamento ideológico na sociedade.

O fenômeno se repete no seio da Igreja Católica, que, sendo a confissão religiosa com maior número de praticantes no País, reflete o quadro geral. Acusações de neoliberalismo, fascismo, marxismo cultural e comunismo pipocam em discursos inflamados.

Como todos estão sujeitos ao erro, mas a raiva é má conselheira, as denúncias geralmente se referem a problemas reais; mas as interpretações ideológicas se prestam a manipulações e confusões que também pouco ajudam na construção do bem comum.

Dois abaixo-assinados recentes, um de bispos e outro de padres, condenando atitudes do governo Bolsonaro lançaram mais lenha na fogueira. Muitos acusam os bispos de trair o Evangelho, porque suas críticas se aproximam daquelas feitas pela esquerda.

Nesse contexto, vale a pena rever uma passagem do discurso de São João Paulo II na Favela do Lixão de São Pedro, em sua visita ao Brasil de 1991: “A doutrina social católica repudiou sempre a organização da sociedade baseada num determinado modelo de capitalismo liberal, justamente qualificado de ‘capitalismo selvagem’, que tem como notas dominantes a procura desenfreada do lucro, unida ao desrespeito pelo valor primordial do trabalho e pela dignidade do trabalhador. Esta procura não raro é ‘acompanhada pela corrupção dos poderes públicos e pela difusão de fontes impróprias de enriquecimento e de lucros fáceis, fundados em atividades ilegais’ […] A Igreja repudiou, igualmente, as soluções perversas do coletivismo marxista, que asfixia a liberdade, sufoca a iniciativa, reduz a pessoa humana à condição de simples peça de uma engrenagem, fomenta o ódio e acaba no empobrecimento, que pretendia superar […] É na fidelidade a Cristo, seu Fundador, que a Igreja, sem propor modelos concretos de organização político-social, oferece, ‘como orientação ideal indispensável, a sua doutrina social’ (Centesimus Annus, CA 43)”.

A atualidade do texto chega a ser dolorida. São João Paulo II faz uma denúncia explícita do “capitalismo selvagem” (nos tempos atuais denominado “economia que mata” pelo Papa Francisco na Evangelii gaudium, EG 53). Esse é o foco do trecho, pois o Brasil – objetivamente – é um país de economia capitalista, ainda que o Papa lembre também os limites do “coletivismo marxista”. As novas esquerdas do século XXI são muito diferentes do comunismo do século XX, nem toda a direita pode ser considerada “capitalismo selvagem”. Independentemente disso, fica evidente que São João Paulo II não se esquiva à denúncia das mazelas do País por medo de ser instrumentalizado por um grupo ideológico ou de enfraquecer políticos que considera mais afinados com seu pensamento. 

O Papa acrescenta que a Igreja oferece sua doutrina social “como orientação ideal indispensável”. Essa orientação ideal não chega a propor “modelos concretos”. Essa é a tarefa da reflexão e da atuação dos leigos. Contudo, é na busca por esses modelos concretos – e não num debate ideológico estéril – que os problemas são superados. A denúncia, se não é seguida por propostas realistas e comprometidas com o bem comum, pode ser facilmente esvaziada ou instrumentalizada pela propaganda partidária. Não se pode deixar de fazer a denúncia porque não se tem ainda uma proposta alternativa clara, mas também não se pode fazer a denúncia sem dar o passo seguinte, que é a busca de novos caminhos. Nesse sentido, as cartas dos bispos e padres devem ser lidas pelos leigos, principais protagonistas da ação política (cf. Gaudium et spes 75-76, Compêndio da doutrina social da Igreja, CDSI 81-82), como um convite para buscar com mais afinco os verdadeiros caminhos de construção do bem comum.

Extremistas de ambos os lados negam a realidade, proclamando suas ideologias (quer de direita, quer de esquerda) e se recusando a reconhecer os erros dos correligionários. A mensagem cristã convida a olhar os fatos com realismo, reconhecer erros e acertos de todos os lados, buscar o diálogo para formular propostas realistas de construção do bem comum.

Ainda quanto à pluralidade de posições entre bispos e padres brasileiros, quem quiser poderá ler um ótimo artigo onde Dom Júlio Akamine, arcebispo de Sorocaba, explica com clareza e sinceridade a pluralidade de opiniões entre os bispos, ajudando a compreender melhor o que se passa.

Aleteia

 

S. CLARA DA CRUZ, DE MONTEFALCO, ABADESSA AGOSTINIANA

S. Clara da Cruz, de Montefalco
S. Clara da Cruz, de Montefalco 

Clara nasceu em Montefalco, região italiana da Úmbria, em 1268. Aos 4 anos, já demonstrava uma profunda inclinação para a oração e a contemplação.

Segunda filha de Damião e Jacobina, com apenas 6 anos, decidiu seguir as pegadas da sua irmã, Joana, que se retirou para viver em oração e penitência em uma clausura, construída pelo pai em uma propriedade da família.
Clara imergiu-se, totalmente, no estilo de vida do eremitério; as orações, penitências, sacrifícios e mortificações tornaram-se para ela o caminho para se conformar com a Paixão de Cristo.
Com a entrada de Clara, começou a aumentar o número de postulantes. Então, Joana, superiora do pequeno claustro, resolveu ampliar o local. Contando ainda com a ajuda do pai, em 1290, obteve a permissão do Bispo de Espoleto, Dom Gerardo Artesino, para transformá-lo em mosteiro, que foi chamado "Mosteiro da Cruz". Às religiosas foi imposta a observância da Regra de Santo Agostinho.
No ano seguinte, Joana faleceu e foi sucedida por Clara, que tinha vinte e três anos.

Abadessa sábia e defensora “fidei”

Clara aceitou o cargo, contra a sua vontade, considerando-se indigna. Ao invés, como abadessa deu novo impulso à comunidade religiosa: organizou melhor a vida comunitária, propondo o trabalho manual a todas as Irmãs, mas deixou ampla liberdade para as mais inclinadas à oração. Cuidou de todas, amorosamente, instruindo-as, corrigindo-as e dando atenção especial às necessidades de cada uma.
Imergiu, assim, uma mulher de uma firmeza iluminada. Aproximavam-se da grade do seu locutório pobres e necessitados, aos quais sempre estava pronta para dar algo para comer ou uma palavra de conforto; para os mais cultos, sacerdotes e alto clero, foi uma conselheira sábia, capaz de ler os corações dos outros e de prever os acontecimentos. Fez tudo isso apesar de uma dura provação de aridez espiritual, que a acompanhou por 11 anos.
Bem antes da morte da sua irmã, passou por um estado interior de deserto e de silêncio de Deus. Santa Clara sofreu até 1299.

"Tenho Jesus no meu coração"

No início de 1294, no jardim do mosteiro, Cristo apareceu-lhe como peregrino e sofredor com a cruz, dirigindo-se a ela com estas palavras: "Procuro um lugar sólido, onde possa plantar a cruz; e vejo aqui o lugar apropriado para plantá-la". Este lugar era o coração de Clara, que, desde então, sempre repetiu: "O meu Jesus está dentro do meu coração".
Segundo a tradição, Cristo, o viajante, ter-lhe-ia dado o seu bastão, o qual, tendo sido plantado, tornou-se uma árvore, que ainda hoje é viçosa. A “árvore de Santa Clara” ou o “Melia Azedarach”, originário do Himalaia, produz bagos lenhosos usados, há séculos, para fazer rosários.
No início de 1300, Clara adoeceu e, em julho de 1308, foi obrigada a ficar de cama, passando seus dias em êxtase e em contemplação. No entanto, enquanto se preparava para seu encontro com Deus, aconselhava as monjas a serem humildes, obedientes, pacientes e unidas na caridade.
No dia 17 de agosto, pediu para ser levada à igreja, que havia construído no mosteiro, onde, com 40 anos, exalou seu último respiro.
As Irmãs decidiram conservar seu corpo; seus órgãos foram extraídos e, com grande surpresa, em seu coração foram descobertos os sinais da Paixão de Cristo.
Berengário de Donadio de Santo Africano, biógrafo de Clara, escreveu: "Havia... dentro do coração... em forma de nervos rígidos de carne, de um lado, a cruz, três cravos, a esponja e a cana; do outro, o pilar, o chicote... e a coroa. No saco de fel... havia três pedras redondas, todas iguais, que, provavelmente, representavam a Trindade".
A fama de santidade de Clara difundiu-se rapidamente e vários milagres foram documentados pela sua intercessão. Seu corpo incorrupto e as relíquias encontram-se, ainda hoje, em Montefalco, na nova igreja, ao lado do mosteiro agostiniano.
A história de Santa Clara é recordada pelos esplendidos afrescos, na Capela de Santa Cruz, e a igrejinha primitiva da comunidade religiosa, onde a Santa passou as últimas horas da sua vida na terrena.

Vatican News

 

S. JACINTO DE CRACÓVIA, SACERDOTE DOMINICANO

A12


Batizado com o nome de Jacó, ele nasceu em 1183, na antiga Kramien, hoje Cracóvia, na Polônia. Desde cedo aprendeu a bondade e a caridade, despertando assim sua vocação religiosa. Numa viagem para Roma conheceu Domingos de Gusmão e ingressou na Ordem dos Pregadores de São Domingos.

Depois de um breve noviciado ele tomou o nome de frei Jacinto. Na ocasião foi o próprio São Domingos que o enviou de volta à sua pátria. Assim iniciou sua missão de grande pregador. Jacinto fundou em Cracóvia um mosteiro da Ordem de São Domingos.

Jacinto foi um incansável pregador da Palavra de Cristo e um dos mais pródigos colaboradores do estabelecimento da igreja nas regiões tão distantes de Roma. Foram quarenta anos de intensa vida missionária.

No ano dia 15 de agosto 1257, ele morreu no mosteiro de Cravóvia, aos setenta e dois anos de idade.  

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR

Reflexão
A missão dos apóstolos de Jesus é estendida a muitos homens e mulheres no caminhar da história. Cada região e cultura recebeu a graça do evangelho a partir de pessoas carismásticas que souberam traduzir para a vida a mensagem de Jesus. Que Deus nos inspire ao apostolado e ao trabalho com os mais abandonados.

Oração
Concedei-nos, Senhor, a proteção para nossos dias, e dai-nos o fervor apostólico como o de Vosso servo, São Jacinto, introdutor da Ordem Dominicana na Polônia. Por Jesus, o Cristo de Deus, amém.

domingo, 16 de agosto de 2020

Mobilização mundial chama atenção para queimadas e destruição na Amazônia

Mobilização mundial chama atenção para queimadas e destruição na Amazônia
CNBB

“Amazonizar-se” é agir como uma organização mundial e gritar bem forte para que diversas vozes ecoem em defesa da Amazônia. É nesta perspectiva que ocorre uma mobilização em todo o mundo entre os dias 14 e 28 de agosto em defesa da vida na região amazônica. Para esta sexta-feira, 14, a mobilização será nas redes sociais com um tuitaço e uso de hashtags nas outras plataformas.

A Assembleia Mundial pela Amazônia, que tem organizado as ações de mobilização e articulado iniciativas em todo o mundo, ressalta que “Amazonizar-se é ser um só coração para a vida: existir e resistir contra o terricídio, o ecocídio e o etnocídio. Para denunciar aqueles que destroem as forças vivas do planeta”.

As publicações nas redes sociais devem utilizar as hashtags #assembleiamundialamazônia #amazonízate #amazoniasemquiemadas e #sosoamazônia.

“Os incêndios e o extrativismo (das minas, madeireiras, garimpos e petróleo) são alimentados pela cobiça, o egoísmo, a rapina, a soberba das corporações, o autoritarismo dos estados e empresas – e por todos os atores que promovem as queimadas para expoliação dos recursos da Amazônia”, ressaltam os organizadores.

Entre as diversas preocupações que devem ser denunciadas e compartilhadas nas redes sociais, está a atuação das indústrias frigoríficas, madeireiras, petroleiras, mineiras e de biopirataria que “desflorestam, reduzem a biodiversidade, matam fontes de água em nossos campos e florestas”. Os organizadores também recordam a preocupação com o avanço do extrativismo que “esquenta o mundo, muda o clima e faz a humanidade sofrer em todos os rincões da Terra”.

“As memórias ancestrais das culturas amazônicas vivas, a voz do povo da Amazônia e do mundo se unem cm todas as forças para exigir: — Parem de queimar a nossa casa! A Amazônia é o lugar dos sonhos de nossas crianças, um dos pulmões com que a humanidade respira, o coração da vida planetária: — Exigimos que sejam investigados e penalizados os culpados pela destruição!”, afirma a Assembleia pela Amazônia.

Os internautas poderão preparar cartazes com denúncias, exigência de ações governamentais e políticas, uma mensagem “amazonizante”, desenhos ou frases. Depois, fotografar o cartaz e postar nas redes sociais com as hashtags da mobilização.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) apoia a mobilização em defesa da Amazônia.

CNBB

 

Hoje começa a Quaresma de São Miguel Arcanjo

São Miguel Arcanjo//ACI Digital

REDAÇÃO CENTRAL, 15 ago. 20 / 07:00 am (ACI).- Neste dia em que a Igreja celebra a Solenidade da Assunção de Maria, começa também a Quaresma de São Miguel, a qual surgiu por inspiração de São Francisco de Assis e se conclui no dia 29 de setembro, com a festa dos Santos Arcanjos.

Em artigo no site de Padre Paulo Ricardo por ocasião do início desta Quaresma em 2017, explica-se que o surgimento desta Quaresma remete à Idade Média, quando São Francisco de Assis, “achando muito longa a distância entre o Advento e 

a Quaresma, os dois períodos litúrgicos tradicionalmente dedicados à penitência e ao jejum, decidiu praticar um novo tempo de mortificações em honra ao príncipe da milícia celeste, São Miguel Arcanjo”.

A partir de então, começou a se tornar muito popular, “embora não esteja prevista no calendário litúrgico da Igreja”.

Este ciclo de quarenta dias de penitência, sem contar os domingos, começa exatamente em 15 de agosto, na Assunção da Santíssima Virgem Maria, e se encerra em 29 de setembro, festa dos Santos Arcanjos, o que remete a uma narrativa do Apocalipse.

“É interessante notar – indica o artigo – que o relato do capítulo 12 do livro do Apocalipse faz uma descrição exata da Quaresma de São Miguel, apresentando, em primeiro lugar, a ‘Mulher vestida de Sol’ e, por último, a vitória de São Miguel contra o dragão”.

Entretanto, lamenta-se que, “infelizmente, algumas pessoas vivem a Quaresma de São Miguel como uma superstição”, achando que basta “acender uma vela” ao Santo Arcanjo para “converter, por exemplo, alma de seus familiares”.

“Essas pessoas se esquecem da liberdade humana e que Deus jamais irá intervir no coração de alguém sem que esse mesmo alguém permita. Na verdade, a infalibilidade da Quaresma de São Miguel depende da disposição interior da pessoa que a está rezando, já que essa pessoa é a primeira que deve receber as graças dessa devoção”, acrescenta.

Nesse sentido, explica que o segredo desta Quaresma é “a humildade”. “Não é à toa que ela se inicia com a assunção de Nossa Senhora e se encerra com a festa de S. Miguel, as duas criaturas que, na ordem da graça, deram um grande testemunho de humildade diante de Deus”, explica.

“Maria e Miguel mostram que o caminho da perfeição deve ser trilhado pela via da humildade” e “venceram o dragão pelo sangue do Cordeiro porque se dispuseram a cumprir tudo o que Ele lhes dissera”.

Assim, acrescenta, também “nós precisamos recorrer ao auxílio divino, à intercessão dos anjos, de Nossa Senhora e do sangue do Cordeiro, caso queiramos vencer a batalha contra o diabo”.

A seguir, confira a Quaresma de São Miguel, disponibilizada pela site da Comunidade Canção Nova:

Todos os dias:

– Acender uma vela benta.
– Oferecer uma penitência.
– Fazer o sinal-da-cruz.
– Rezar a oração inicial.
– Rezar a Ladainha de São Miguel

Oração inicial:

São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate, sede nosso refúgio contra a maldade e as ciladas do demônio! Ordene-lhe Deus, instantemente o pedimos; e vós, príncipe da milícia celeste, pela virtude divina, precipitai ao inferno a Satanás e a todos os espíritos malignos, que andam pelo mundo para perder as almas. Amém.

Sacratíssimo Coração de Jesus! (três vezes)

Ladainha de São Miguel

Senhor, tende piedade de nós;
Jesus Cristo, tende piedade de nós;
Senhor, tende piedade de nós;
Jesus Cristo, ouvi-nos;
Jesus Cristo, atendei-nos!

Pai Celeste, que sois Deus, tende piedade de nós;
Filho Redentor do mundo, que sois Deus, tende piedade de nós;
Espírito Santo, que sois Deus, tende piedade de nós;
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.

Santa Maria, Rainha dos Anjos, rogai por nós;
São Miguel, rogai por nós;
São Miguel, cheio da graça de Deus, rogai por nós;
São Miguel, perfeito adorador do Verbo Divino, rogai por nós;
São Miguel, coroado de honra e de glória, rogai por nós;
São Miguel, poderosíssimo Príncipe dos exércitos do Senhor, rogai por nós;
São Miguel, porta-estandarte da Santíssima Trindade, rogai por nós;
São Miguel, guardião do Paraíso, rogai por nós;
São Miguel, guia e consolador do povo israelita, rogai por nós;
São Miguel, esplendor e fortaleza da Igreja militante, rogai por nós;
São Miguel, honra e alegria da Igreja triunfante, rogai por nós;
São Miguel, luz dos Anjos, rogai por nós;
São Miguel, baluarte da verdadeira fé, rogai por nós;
São Miguel, força dos que combatem sob o estandarte da Cruz, rogai por nós;
São Miguel, luz e confiança das almas no último momento da vida, rogai por nós;
São Miguel, socorro muito certo, rogai por nós;
São Miguel, nosso auxílio em todas as adversidades, rogai por nós;
São Miguel, mensageiro da sentença eterna, rogai por nós;
São Miguel, consolador das almas do Purgatório, rogai por nós;
São Miguel, a quem o Senhor incumbiu de receber as almas depois da morte, rogai por nós;
São Miguel, nosso Príncipe, rogai por nós;
São Miguel, nosso Advogado rogai por nós!

Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo, perdoai-nos Senhor;
Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo, ouvi-nos Senhor;
Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós, Senhor.

– Jesus Cristo, ouvi-nos.
– Jesus Cristo, atendei-nos.
– Rogai por nós glorioso São Miguel, Príncipe da Igreja de Jesus Cristo.
– Para que sejamos dignos das Suas promessas. Amém!

Oremos

Senhor Jesus Cristo, santificai-nos por uma bênção sempre nova e concedei-nos, por intercessão de São Miguel, a sabedoria que nos ensina a ajuntar riquezas no Céu e a trocar os bens do tempo presente pelos bens eternos. Vós que viveis e reinais por todos os séculos dos séculos. Amém!

Confira também:

ACI Digital  

“Houve uma batalha no céu”: a história de São Miguel Arcanjo e os anjos caídos

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O que sabemos sobre o poderoso Arcanjo Miguel, a partir do relato do Apocalipse sobre a queda dos anjos rebeldes capitaneados por Lúcifer.

São Miguel Arcanjo é, provavelmente, o mais famoso dos guerreiros de Deus contra o mal, especialmente o mal personificado no anjo rebelde Lúcifer, que optou por afastar-se eternamente do Criador. O que conhecemos sobre essa grande “batalha no céu” é condensado no seguinte excerto de um texto publicado pelo site do Pe. Paulo Ricardo a propósito da Quaresma de São Miguel.

São Miguel e o auxílio dos anjos

De uma forma geral, o nosso relacionamento com os anjos, essas criaturas de Deus, é bastante desleixado: agimos, muitas vezes, como se os anjos sequer existissem. E, no entanto, eles verdadeiramente existem: são uma criação extraordinária de Deus, situada, hierarquicamente, entre o homem e Deus.

Eles são puramente espirituais, não têm corpo, mas também estão a serviço de Deus e são muito mais poderosos e gloriosos que os homens, estando alguns ordenados para o auxílio dos seres humanos.

Dispostos em hierarquia, os anjos que estão em contato com os homens são os das miríades inferiores, como, por exemplo, os arcanjos, que constituem o segundo coro angélico. É nesse nível que se encontra São Miguel Arcanjo, cuja celebração acontece no dia 29 de setembro.

Saint Michel terrassant le Démon
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Saint Michel terrassant le Démon, de Guido Reni, Notre-Dame de la Conception des Capucins, Rome (Italie).

São Miguel e os anjos caídos

A história desse arcanjo está ligada ao relato da queda dos anjos. Deus criou-os, antes mesmo da criação do mundo, inseridos, de algum modo, no tempo, e ofereceu-lhes uma ocasião para demonstrar o seu amor.

É importante lembrar que, quando Deus criou os anjos, eles não estavam em Sua presença. Ele revelava-se a eles de alguma forma, mas não era um contato face a face, pois isso obstruiria a liberdade angélica: Deus é uma verdade tão atraente que, uma vez contemplada, elimina a capacidade das criaturas de escolher.

Então, certa vez, para testar o seu amor, Deus deu-lhes uma provação. Sabe-se disso pela Tradição, mas também pelo ministério dos exorcistas, que expõe que certas ideias são insuportáveis ao demônio, a saber: a encarnação do Verbo divino, o seu aniquilamento na Cruz e, por fim, a posição de primazia de Nossa Senhora entre todas as criaturas.

Foi por tais ideias que Lúcifer – um anjo cheio de glória e beleza –, juntamente com um terço dos anjos, decaiu. O relato da batalha travada no Céu por essa ocasião está resumida no livro do Apocalipse de São João:

“Houve uma batalha no céu. Miguel e seus anjos tiveram de combater o Dragão. O Dragão e seus anjos travaram combate, mas não prevaleceram. E já não houve lugar no céu para eles. Foi então precipitado o grande Dragão, a primitiva Serpente, chamado Demônio e Satanás, o sedutor do mundo inteiro. Foi precipitado na terra, e com eles os seus anjos” (Ap 12, 7-9).

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O relato de um exorcista

O padre exorcista espanhol José Antonio Fortea, no livro “História do mundo dos anjos“, destrincha essa impressionante história, colocando a rica teologia angélica dentro de uma obra literária. Para explicar por que São Miguel, mesmo sendo de uma hierarquia inferior, é aclamado como “príncipe da milícia celeste”, ele coloca na boca de um anjo a seguinte narração:

“Dentre os anjos fiéis a Deus, no meio de todas essas lutas houve um que se destacou. Não se tratava de um anjo superior, mas o seu amor era superior. Foi ele quem manteve mais viva a chama da fidelidade nos piores momentos da batalha, quando tudo estava escuro e parecia que a metade dos anjos iriam se rebelar. Foi destacado no bem e a sua fé iluminou a muitos. Foi ele quem no momento mais escuro, na hora mais terrível no qual as multidões começaram a duvidar, no meio do inicial silêncio geral gritou:

– Quem como Deus!

Foi assim que ficou o seu nome: Mika-El, Miguel. O lutador infatigável e invencível. Miguel continuava a se destacar como guerreiro. A luz do seu veemente amor iluminou a muitos que estavam confusos. O seu amor arrebatador derrubou a muitos que lutavam em favor do erro. Inclusive, aqueles que combatiam com Lúcifer reconheciam que nenhum dardo envenenado com suas razões, poderia penetrar a couraça da sua fé inquebrantável. No meio da dúvida, ele foi imbatível.

Ele é representado com uma couraça, mas ele não portava nenhuma couraça material. Tratava-se de uma couraça espiritual impenetrável às seduções lançadas pelo iníquos. A única arma dele era a espada da verdade, da verdade sobre Deus.

Miguel conhecia melhor a Deus que os inteligentes, porque ele amava mais. Por essa razão, aqueles que foram ao seu encontro, tiveram que recuar” (José Antonio Fortea. História do mundo dos anjos. Trad. Laura de Andrade. São Paulo: Palavra & Prece, 2012. p. 61-62).

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“Miguel conhecia melhor a Deus que os inteligentes, porque ele amava mais”. Mesmo sendo de hierarquia inferior, “o seu amor era superior”. Por isso, venceu as hostes inimigas que, embora tivessem como líder o regente dos coros angélicos, Lúcifer, por seu ódio, “tiveram que recuar”.

Mas, que as pessoas não se enganem, pensando que Deus pode perdoar o demônio. De fato, Ele ofereceu a reconciliação a Lúcifer, no tempo da provação, mas ele a rejeitou total e absolutamente. Ainda do livro de padre Fortea:

“Inesperadamente o onipotente Deus, Senhor de todas as coisas, falou. Dirigiu-se a Satanás. Todos sabiam que eram as últimas palavras que iria lhe dirigir.

‘Filho Meu, volta para Mim. Repito, esta é a última oportunidade. O Teu pecado não é maior que a Minha misericórdia. Fui grande ao criar o Céu, mas é maior Meu perdão. Se retornares e coras as tuas faltas, você será a joia do Céu. A luz da Minha compaixão perfeita resplandecerá em ti. Os milênios te contemplarão e Me glorificarão’.

Quão grande foi o Altíssimo ao lhe perdoar todo o seu mal. ‘Filho Meu, você será a joia da Minha misericórdia. Haverás de brilhar e ficarão atônitos os humanos que virão. Eles te olhando compreenderão que não há pecado que eu não possa perdoar. Você melhor do que ninguém poderá transmitir essa confiança ao caído. Você será um grande pregador, um grande intercessor que ao longo dos séculos me repetirá: se me perdoaste a mim, perdoa ele’.

(…)

O diabo ergueu a cabeça e com toda a frialdade respondeu:

– Jamais! Nunca me ajoelharei!

(…)

No mesmo momento que o Dragão ameaçou em se lançar de novo em direção ao mundo angélico, Miguel o arcanjo, desembainhou a espada e mostrou-a para ele. Satã deu um sorriso e com um gesto de desprezo deu um impulso para se jogar em direção das nuvens de anjos. Miguel, sem duvidar e com um gesto instantâneo, cravou-lhe a espada no coração. A Verdade enterrada no próprio coração do diabo teve um efeito fulminante. O imenso Dragão ficou como com seus pés colados ao chão, como se não pudesse levantá-los nenhum milímetro. Parecia que houvesse batido com um muro, essa espada era como uma muralha de granito” (José Antonio Fortea. História do mundo dos anjos. Trad. Laura de Andrade. São Paulo: Palavra & Prece, 2012. p. 89-90).

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A vida do homem na terra é uma luta. O combate que se travou no Céu continua no mundo dos homens. Invoquemos a intercessão de São Miguel Arcanjo, para que, assim como ele, sejamos destemidos e experimentemos, em nossas vidas, o primado de Deus.

 Aleteia

Na Belarus, bispos pedem fim da violência e lançam apelo ao diálogo

Todos os bispos católicos do país assinaram uma declaração dedicada à difícil situação surgida após a vitória do presidente Lukashenko nas eleições presidenciais, pelo sexto mandato consecutivo. Protestos, confrontos, prisões e duas vítimas. O apelo ao diálogo da Conferência Episcopal será lido em todas as igrejas.

Alina Tufani – Vatican News

A Conferência Episcopal da Belarus publicou em seu site oficial uma nota para enfatizar que os confrontos entre cidadãos e agentes de segurança do Estado criaram uma forte tensão social, levando a um conflito ativo com derramamento de sangue, numerosas vítimas físicas e morais, muitas das quais "pacíficas e inocentes". O apelo dos bispos ao diálogo é também um convite aos católicos da Belarus a se unirem na oração diária pelo país e por todas as pessoas.

"Há diversos dias há confrontos em nosso país entre cidadãos e forças da ordem. As eleições causaram tensões em nossa sociedade. Sangue foi derramado e muitas vítimas foram atingidas física e moralmente. Muitas delas são pessoas pacíficas e inocentes, de todas as idades. Nós, bispos católicos da Belarus, condenamos todo ato de violência cometido por um irmão contra outro irmão. Neste sentido, mais uma vez lançamos um apelo pelo fim das agressões e pelo diálogo, pelo bem de nossa sociedade como um todo”.

Neste domingo, 16 de agosto, as paróquias são convidadas a celebrar uma Santa Missa de intercessão pela Belarus e a ler uma oração especial dedicada à Mãe de Deus, Rainha da Belarus, para que - escrevem os bispos - “o amor transforme os conflitos armados em paz e a civilização da morte em uma civilização da vida":

“Que a busca do bem comum possa prevalecer sobre o egoísmo e a divisão. Que todos os que governam o nosso país possam ver em vocês o exemplo de um humilde Servo de Jesus Cristo e aprender a servir e reconhecer as necessidades dos seus cidadãos, para que a Belarus possa se tornar um lugar onde reine o amor, a verdade, justiça e paz."

Enquanto isso, hoje em dia, milhares de mulheres vestidas de branco e com flores nas mãos desfilaram pelas ruas da capital. Protestos também nas fábricas e entre militares que, em alguns vídeos postados posteriormente nas redes sociais, jogavam seus uniformes fora.

Os bispos também convidaram as paróquias a organizarem uma Adoração Eucarística diária na intenção de um "fim pacífico do conflito".

E sobre a Bielorrússia também se manifesta a União Europeia que, por meio de uma declaração do Alto Representante para a Política Externa, Josep Borrell, ao final da reunião extraordinária entre os Ministros das Relações Exteriores dos Estados membros, afirma não aceitar "o resultado das eleições" e começa "a trabalhar para punir os responsáveis ​​pela violência e falsificação".

A oração da Ucrânia

Aos bispos da Belarus chega a solidariedade e as orações pelo fim da violência e pelo reestabelecimento da justiça e da paz do arcebispo-mor de Kiev e líder da Igreja Greco-católica na Ucrânia (UGCC), Sua Beatitude Sviatoslav Shevchuk.

“Nestes dias dramáticos - escreve numa carta publicada na sexta-feira no site da UGCC - enquanto o povo bielorrusso luta pelos seus direitos e liberdades, defendendo a sua vontade, justiça social e dignidade, peço a todos os seus filhos e as filhas da Igreja Greco-católica ucraniana a rezar com fervor pelo fim da violência, pela ordem social e compreensão entre o povo bielorrusso, pela paz e pela preservação da unidade e da integridade do Estado bielorrusso”.

 Vatican News

5 conselhos de Santo Estevão da Hungria que ajudaram o seu filho a ser santo

ACI Digital

REDAÇÃO CENTRAL, 16 ago. 20 / 07:00 am (ACI).- Santo Estevão foi rei da Hungria e esposo da Beata Gisela da Baviera. Do amor dos dois nasceu Santo Américo (também conhecido como Emérico ou Henrique). Em certa ocasião, Santo Estevão deu os seguintes conselhos ao seu filho para que ele pudesse governar com santidade.

1 - Conservar a fé

“Em primeiro lugar, te peço, aconselho e te recomendo, amadíssimo filho, se desejas honrar a coroa real, que conserve a fé católica e apostólica com tal diligência de maneira que esta sirva de exemplo a todos os súditos que Deus te deu, e que todos os homens eclesiásticos possam com razão te chamar homem de autêntica vida cristã, sem a qual com certeza não mereceria ser chamado de cristão ou de filho da Igreja”.

2 - O dom da vigilância e proteção

“No palácio real, depois da fé, ocupa o segundo lugar a Igreja, fundada primeiro por Cristo, nossa cabeça, transplantada logo e firmemente edificada por seus membros, os apóstolos e os santos padres da Igreja, e difundida pelo mundo todo. E, embora sucessivamente engendre novos filhos, em certos lugares já é considerada como antiga”.

“Em nosso reino, amadíssimo filho, deve considerar-se ainda jovem e recente, e, por isso, necessita uma especial vigilância e proteção; que este dom, que a divina clemência nos concedeu sem merecê-lo, não seja destruído ou aniquilado por seu descuido, preguiça ou por sua negligência”.

3 - O mesmo tratamento com todos

“Meu filho amadíssimo, ternura do meu coração, esperança de uma descendência futura, te rogo e imploro que sempre e em qualquer ocasião, baseado nos seus bons sentimentos, seja benigno não só com os homens de linhagem ou com os chefes, os ricos e os do país, mas também com os estrangeiros e com todos os que te procurem. Porque o fruto desta benignidade será o motivo de maior felicidade para ti”.

4 - Compassivo e misericordioso

“Sejais compassivo com todos aqueles que sofrem injustamente, recordando sempre no fundo do coração aquele ensinamento do Senhor: misericórdia quero, não sacrifícios. Sejais paciente com todos, com os capitalistas e com os que não o são”.

5 - Forte e honesto

“Sejais, finalmente, forte; que não vos ensoberbeça a prosperidade nem te desanime a adversidade. Sejais também humilde, para que Deus vos elogie, agora e no futuro. Sejais moderados, e não vos exceda no castigo ou a condenação. Sejais mansos, sem ir contra a justiça. Sejais honestos, de maneira que nunca seja para ninguém, voluntariamente, motivo de vergonha. Deveis ser pudico, evitando a pestilência da obscenidade como um aguilhão de morte”.

“Todas estas coisas que te indiquei brevemente são as quais compõem a coroa real; sem elas ninguém é capaz de reinar neste mundo nem de chegar ao reino eterno”.

ACI Digital

 

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF