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quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Ordenação Episcopal do monsenhor Jeová Elias será no próximo sábado (22)

Papa Francisco nomeia padre Jeová Elias para diocese da cidade de ...
A Redação

Desde o dia 27 de maio, a Arquidiocese de Brasília e a Diocese Góias (GO) se encontram em festa com a nomeação do monsenhor Jeová Elias, como bispo da diocese de Goiás, no estado de Goiás.

Padre Jeová Elias Ferreira nasceu em Sobral, no estado do Ceará, aos 24/08/1961 filho de Raimundo Frota Ferreira (2014) e Antonia Elias Ferreira(+2007). Ordenado presbítero na Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida – DF, Arquidiocese de Brasília, aos 30/11/1991.

A celebração eucarística de Ordenação Episcopal acontecerá no próximo sábado, 22/8, às 10h em uma cerimônia restrita na Catedral de Brasília  – DF.

Dom Sergio da Rocha, Cardeal Arcebispo de Salvador – BA e Primaz do Brasil, será o bispo ordenante principal desta celebração. Também estarão presentes, Dom Raimundo Damasceno, Cardeal Arcebispo Emérito de Aparecida-SP e Dom Eugênio Lambert, Bispo Emérito de Goiás-GO.

O povo fiel da Arquidiocese de Brasília é convidado a participar de forma on-lie pelo YouTube da Arquidiocese de Brasília, pelas ondas da Rádio Nova Aliança 710AM, pela Rádio Canção Nova 89.1 FM; TV Canção Nova 55.1 HD / canal (Net) 27 e TV Pai Eterno.

Arquidiocese de Brasília 

Família: Encontro Mundial será em 2022. Recordamos o Papa em Dublin 2018

O X Encontro Mundial das Famílias foi adiado para o ano 2022 devido à pandemia e terá lugar em Roma. A última edição foi em agosto de 2018 em Dublin na Irlanda e o Papa exortou as famílias para a revolução do amor.

Rui Saraiva - Porto

Devido à pandemia do novo coronavírus que estamos a viver, a X edição do Encontro Mundial das Famílias foi adiada para 2022 sendo anulado o agendamento para 2021. Será Roma a cidade que vai acolher uma organização tão importante que decorrerá durante o mês de junho de 2022.

A última edição foi em agosto de 2018 em Dublin na Irlanda com a presença do Papa Francisco. Logo no primeiro dia, 25 de agosto, o Santo Padre teve um encontro na Pró-Catedral de Santa Maria. Aí foi acolhido por inúmeros casais, alguns já avós, outros recém-casados e outros ainda noivos que saudaram e colocaram questões ao Santo Padre. A todos o Papa ouviu com atenção tendo depois proferido um discurso no qual procurou responder a cada uma das inquietações apresentadas. São esses e outros momentos que aqui recordamos.

Matrimónio, vocação para toda a vida

Francisco começou por agradecer o testemunho do casal Vincent e Teresa, que falaram brevemente da sua experiência de cinquenta anos de matrimónio e de vida familiar.

Depois dirigiu-se ao casal de noivos Denis e Sinead e disse-lhes que “o matrimónio não é simplesmente uma instituição, mas uma vocação, uma decisão consciente e para toda a vida de ocupar-se, ajudar-se e proteger-se mutuamente.” Francisco assinalou que num matrimónio há sempre litígios, mas o mais importante é que após uma discussão e antes de ir dormir seja feita a paz entre marido e mulher.

Francisco alertou para os perigos da “cultura do provisório e do efémero” e de um amor que não seja para toda a vida. “Entre todas as formas da fecundidade humana, o matrimónio é único” – lembrou o Papa salientando que “o sacramento do matrimónio, participa de modo especial no mistério do amor eterno de Deus” – afirmou.

Destaque especial para uma história pessoal que o Papa contou na resposta ao casal recém-casado Stephen e Jordan que perguntaram ao Papa como poderão transmitir a fé aos seus filhos. O Santo Padre sublinhou que tudo começa em casa, no lar, na “igreja doméstica” e recordou uma pequena experiência pessoal de quando tinha cinco anos.

O pequeno Jorge Bergoglio viu o pai e a mãe que se beijavam: “que os vossos filhos vos vejam beijar e acariciar e aprendam o dialeto do amor e da fé” – declarou o Papa aos casais irlandeses.

O Santo Padre realçou ainda a importância da oração em família e a vivência da solidariedade com aqueles que sofrem. “O mundo diz-nos para sermos fortes e independentes, preocupando-nos pouco com aqueles que estão sozinhos ou tristes, rejeitados ou doentes” – disse o Papa afirmando que “o nosso mundo precisa duma revolução de amor! Que esta revolução comece por vós e pelas vossas famílias!”

“Os vossos filhos aprenderão de vós a viver como cristãos; sereis os seus primeiros mestres na fé” – afirmou ainda o Santo Padre que frisou que “não poderá haver uma revolução de amor, sem a revolução da ternura! “

No final do seu discurso o Papa realçou a importância do diálogo e do convívio entre gerações: “as crianças não crescem no amor se não aprendem a comunicar com os seus avós. Então deixai que o vosso amor lance raízes profundas!” – afirmou Francisco.

Esperança da Igreja e do mundo

Grande momento com o Papa no IX Encontro Mundial das Famílias foi a Festa das Famílias no Croke Park Stadium em Dublin na Irlanda. O Santo Padre afirmou no seu discurso que a família é a esperança da Igreja e do mundo: “vós, famílias, sois a esperança da Igreja e do mundo” – afirmou.

Foram vários e intensos os testemunhos de famílias que apresentaram experiências de vida matrimonial e familiar, vividas em várias partes do mundo. O Papa referiu-se a estes testemunhos proferindo um discurso continuamente aplaudido pela multidão presente no estádio.

Francisco considerou a Festa das Famílias como uma verdadeira “celebração familiar de ação de graças a Deus pelo que somos” – disse o Papa – “uma única família em Cristo, espalhada pela terra”.

O Santo Padre defendeu o Batismo das crianças em tenra idade para que façam parte, desde pequeninas, da grande família de Deus. O Papa salientou que o “Evangelho da família é, verdadeiramente, alegria para o mundo”, pois nas “nossas famílias, sempre se pode encontrar Jesus” que “lá habita, em simplicidade e pobreza, como fez na casa da Sagrada Família de Nazaré” – assinalou.

Todos os membros da família são chamados à realização do amor com gestos simples e humildes, em particular, na vivência da escuta, da compreensão e do perdão. Francisco recordou as três palavras-chave para a paz na família que permitem superar o orgulho e o isolamento:

“… precisamos de aprender três palavras: «desculpa», «por favor» e «obrigado».

O Papa recordou que, antes de ir dormir, é importante fazer a paz na vida de casal. “Perdoar significa doar algo de si mesmo. Jesus perdoa-nos sempre. Com a força do seu perdão, também nós podemos perdoar aos outros, se o quisermos de verdade” – disse ainda o Papa salientando que os filhos aprendem a perdoar quando veem os seus pais perdoarem-se entre si.

O Santo Padre falou também das redes sociais, fazendo referência ao testemunho de um casal da Índia, e pediu que as novas tecnologias sejam usadas com “moderação e prudência” pois podem “contribuir para a construção duma rede de amizade, solidariedade e apoio mútuo”.

Recordando a Exortação Apostólica “A alegria do amor”, o Papa, referindo-se ao testemunho de uma família com dez filhos, sublinhou que o “amor conjugal” é caraterizado pela “fidelidade, indissolubilidade, unidade e abertura à vida”.

O primeiro Encontro Mundial das Famílias teve lugar em Roma em 1994 com S. João Paulo II. Organiza-se normalmente a cada 3 anos e já passou pelas cidades de Rio de Janeiro, Manila, Valência, Cidade do México, Milão e Filadélfia. Em 2018 foi em Dublin na Irlanda e o Papa Francisco sublinhou a beleza da vocação ao matrimónio exortando as famílias para a revolução do amor e da ternura sendo esperança da Igreja e do mundo.

Laudetur Iesus Christus

Vatican News

terça-feira, 18 de agosto de 2020

Das Homilias em louvor da Virgem-Mãe, de São Bernardo, abade

São Bernardo, abade e doutor da Igreja « Paulus Editora
São Bernardo/Paulus Editora

(Hom. 2,1-2.4: Operaomnia, Edit. Cisterc. 4 [1966], 21. 23)         (Séc.XII)

Preparada pelo Altíssimo, prometida pelos Patriarcas

A Deus competia nascer de uma virgem unicamente; e era claro que do parto da Virgem somente viesse Deus à luz. Por este motivo, o Criador dos homens, para se fazer homem nascido de ser humano, devia dentre todas escolher, ou melhor, criar para si a mãe tal, como sabia convir a si e ser-lhe agradável em tudo.  

Quis então que fosse uma virgem. Da imaculada nascendo o imaculado, aquele que purificaria as máculas de todos.

Ele a quis também humilde, donde proviesse o manso e humilde de coração, que iria mostrar a todos o necessário e salubérrimo exemplo destas virtudes. Concedeu, pois, à Virgem a fecundidade, a ela a quem já antes inspirara o voto de virgindade e lhe antecipara o mérito da humildade.

A não ser assim, como poderia o anjo dizê-la cheia de graça, se algo, por mínimo que fosse, faltasse à graça? Assim, aquela que iria conceber e dar à luz o Santo dos santos, recebeu o dom da virgindade para que fosse santa no corpo, e, para ser santa no espírito, recebeu o dom da humildade.  

Esta Virgem régia, ornada com as jóias das virtudes, refulgente pela dupla majestade da alma e do corpo, por sua beleza e formosura conhecida nos céus, atraiu sobre si o olhar dos anjos. Até atraiu sobre si a atenção do Rei,que a desejou e arrebatou das alturas até si o mensageiro celeste.  

O anjo foi enviado à Virgem (Lc 1,26-27). Virgem na alma, virgem na carne, virgem pelo propósito, virgem enfim tal como a descreve o Apóstolo, santa de espírito e de corpo. Não pouco antes, nem por acaso encontrada, mas eleita desde o princípio dos séculos, conhecida pelo Altíssimo e preparada para ele, guardada pelos anjos, prefigurada pelos patriarcas, prometida pelos profetas.

https://liturgiadashoras.online/ 

“1984” em 2020: os estarrecedores “créditos sociais” da China para controlar o povo

China social credit
Captura de Tela / YouTube

“Sorria: você está sendo filmado”. E grampeado. E gravado. E seguido. E monitorado. E censurado. E perseguido. E, se não se sujeitar, punido.

O célebre romance distópico “1984“, do escritor britânico George Orwell, publicado em 1949, conta a história de uma tirania de alcance monstruoso, com onipresente vigilância governamental sobre todos os habitantes de um superestado submetido a um regime totalitário controlado pela elite do Partido Interno, que persegue a individualidade e a liberdade de expressão como “crime de pensamento”. O líder do Partido é chamado de Grande Irmão (“Big Brother“, em inglês): embora receba um culto doentio à personalidade, ele talvez nem exista, sendo apenas uma fachada por trás da qual está a elite que comanda o mundo com implacável controle de tudo e de todos. O Partido chefiado por essa elite não está interessado no bem dos outros, mas apenas e unicamente no próprio poder.

Têm sido cada vez mais frequentes as comparações entre este cenário distópico e a China real da nossa época, governada com igual mão de ferro pelo Partido Comunista Chinês, personificado num “Grande Irmão” amplamente cultuado à força de onipresente propaganda: o presidente vitalício Xi Jinping.

Na China de hoje, milhares (ou milhões) de câmeras de vigilância integradas a software de reconhecimento facial já conseguem identificar em milissegundos uma vasta parcela da população, registrando detalhadamente e em tempo real a locomoção e o comportamento dos cidadãos nos espaços públicos.

Os dados captados pelas câmeras são cruzados com centenas de informações pessoais registradas por uma fabulosa quantidade de outras fontes, que podem ir da conta bancária às catracas eletrônicas do transporte público, do prontuário médico aos registros acadêmicos, dos controles de performance profissional aos pagamentos de quaisquer compras em quaisquer estabelecimentos, passando, obviamente, pela infinidade de dados gerados pelo uso de smartphones: histórico de geolocalização, aplicativos instalados, registro de atividades, fotos e vídeos, lista de contatos e tipo de relação com cada um deles, mensagens enviadas e recebidas, conversas telefônicas mantidas com quem quer que seja, dados pessoais, familiares e profissionais…

Junto com tudo isso, toda a atividade nas redes sociais permitidas no país é varrida em pormenores pela vigilância do regime, que monitora com zelo particular as críticas ao sistema.

Essa gama extraordinária de informações pessoais se transforma em arma de imponderável poder de controle nas mãos do Partido Comunista Chinês.

O sistema de “crédito social”

De fato, o regime de Pequim já implantou na China um sistema de “crédito social” pelo qual os deslizes de qualquer indivíduo vão sendo “descontados” do seu “saldo”, de modo que, conforme a sua “qualificação” comportamental, um cidadão pode ser punido com multas, restrições a promoções no trabalho, negações de autorização de viagens, prisão e até obscuros “desaparecimentos repentinos”.

Uma apresentação impactante deste cenário pode ser conferida no documentário “The World According To Xi Jinping” (“O mundo segundo Xi Jinping“), produzido em 2019 por Arnaud Xainte, realizado por Louise Muller e com versão em português exibida pela RTP (Rádio e Televisão de Portugal). O documentário, que dura pouco mais de 50 minutos, pode ser encontrado em vários canais do YouTube.

Aleteia

 

De “Dark” a Hitler: haveria sentido em matar um bebê para “mudar o futuro”?

Adolf Hitler infância
Deutsches Bundesarchiv / Wikimedia Commons (CC)
por E. Chitolina

42% dos respondentes à enquete matariam um bebê inocente para punir um adulto criminoso que ele não necessariamente precisaria tornar-se.

Filmes e séries televisivas sobre viagens no tempo têm feito sucesso há décadas.

No final do século passado, as franquias “De Volta para o Futuro” e “O Exterminador do Futuro” garantiram vaga em muitas listas de clássicos da ficção científica.

A partir de 2005, “Lost” hipnotizou uma legião de espectadores com os entrecruzamentos de diversas espirais de tempo que permitiam que a mesma pessoa se mantivesse no presente da sua própria cronologia de vida e, simultaneamente, no passado de outra linha do tempo paralela, o que, em tese, permitiria que ela interferisse em eventos ocorridos muito tempo antes para tentar impedir as suas consequências.

Pelo menos foi com essa ideia que o protagonista retornou de 2007 a 1977 para tentar explodir a ilha na qual seu avião tinha caído em 2004: se a ilha não existisse mais, avião nenhum poderia cair nela.

Já a série espanhola “O Ministério do Tempo“, que estreou em 2015, propôs a abordagem oposta: os funcionários de um departamento ultrassecreto do governo da Espanha viajariam ao passado para impedir que outros viajantes do tempo alterassem a História tal como a conhecemos.

De 2017 a 2020, foi a vez da alemã “Dark” fazer barulho mundo afora com as suas viagens pelo tempo que se transformaram em sufocantes aprisionamentos em realidades alternativas com estética de pesadelos: assim como em “Lost”, os personagens queriam modificar acontecimentos do passado para tentar apagar as suas derivações futuras, mas, ao intervirem no que já tinha ocorrido e não era mais modificável de fato, acabavam dando início a ramificações cronológicas paralelas, com desdobramentos que apenas colocariam em novos contextos a ocorrência de tragédias iguais ou semelhantes às que tentavam impedir.

A visão de mundo marcadamente schoppenhaueriana-nietzschiana-hermética apresentada pelos roteiristas de “Dark”, aliás, considera impossível fugir do eterno retorno do sofrimento, porque “é assim que o mundo foi criado”. Para essa visão reducionista, a única forma de “resolver” completamente a dimensão dolorosa da própria existência é nem sequer existir. Um pessimismo existencial tão extremo leva diversos personagens a matar ou matar-se como se não houvesse nenhuma alternativa, e se revela, no fim das contas, a verdadeira e obscura essência da série, mais do que as licenças poéticas cientificistas que lhe deram um suposto ar de sofisticação acadêmica.

Não à toa, o título é “Dark” em vez de “Zeit” ou qualquer outro termo genérico ligado ao tempo, seu alegado tema principal. O mundo irreal de “Dark” está preso nos meandros tenebrosos de uma ideia doentia e, felizmente, mentirosa: a de que a vida gira sem sentido em torno ou dentro de uma caverna escura, da qual não existem saídas luminosas.

De “Dark” a Hitler

Continuemos nesse universo fatalista alemão, mas passando de seus filósofos pessimistas e da sua série sombria para um exercício de teoria moral: imagine que, assim como os personagens de “Dark”, você pudesse viajar ao passado e encontrar Adolf Hitler quando ele ainda era bebê.

Você já sabe que, quando crescesse, aquele bebê se tornaria um dos monstros mais insanos e cruéis de todos os tempos, responsável pela tortura e pelo extermínio de milhões de pessoas na pior de todas as guerras já causadas em toda a história da humanidade.

Você teria, diante dos seus olhos e ao alcance das suas mãos, a chance de tentar impedir uma das mais devastadoras ondas de sofrimento e destruição que já varreram a nossa história.

Você mataria aquele bebê?

Adolf Hitler infância
Deutsches Bundesarchiv / Wikimedia Commons (CC)

Esta foi a crua e controversa pergunta colocada pelo New York Times (NYT) aos leitores da sua seção Magazine em outubro de 2015, bem antes das emaranhadas idas e vindas de “Dark”, mas no embalo de um artificial frenesi gerado na época pelo fato de que era justamente aquele o “mês do futuro” para o qual haviam viajado os protagonistas de “De Volta para o Futuro 2“.

Pelo resultado da enquete, veiculado via rede social pela publicação norte-americana, 42% dos leitores responderam que matariam, sim, aquele garotinho. 30% disseram que não o matariam e 28% não souberam dizer o que fariam.

Predestinação versus livre arbítrio

Pesquisas via internet, em geral, têm rigor científico discutível, mas essa enquete dá indício de que bastante gente parece assumir como válida a incidência da “predestinação” nos rumos de uma vida: de acordo com essa perspectiva, o indivíduo estaria “condenado” a se tornar alguém pré-definido irremediavelmente por um roteiro ineludível, como se não tivesse livre arbítrio e como se nada pudesse alterar a sua trajetória – exceto, talvez, a solução radical da sua eliminação da existência.

É uma concepção do ser humano que ignora a sua liberdade de escolhas, e, portanto, a sua capacidade de agir bem ou mal com base nas próprias decisões conscientes e no exercício imputável da própria vontade, e não num cego destino escrito por alguma inteligência etérea e nebulosa, como a que teria traçado as tragédias de Laio, Jocasta e Édipo (ou obrigado o próprio Sófocles a concebê-las e levá-las ao teatro).

A própria pergunta colocada pelo NYT contém em certo grau essa pré-concepção fatalista, e não só esta: contém ainda a pré-concepção de que matar o bebê Hitler extinguiria de antemão não só os atos do Hitler adulto, mas também as suas consequências. Mesmo “Dark” e “Lost” sugerem, porém, que as ramificações derivadas de uma teórica “alteração do passado” podem muito bem não impedir tragédias do presente ou do futuro.

No caso de Hitler, o seu eventual assassinato quando bebê não seria garantia de que a humanidade, por outras vias caprichosas da história, não viesse a provocar em outros contextos e com outros agentes a Segunda Guerra Mundial e todas as aberrações derivadas dela durante e depois. Mudar uma variável pode mudar a conta, mas não necessariamente os seus resultados negativos.

O agir e o ser

Esta reflexão, além do mais, é apenas uma parte do que merece ser discutido a partir da provocação da enquete do NYT: em vez de nos atermos às potenciais alternativas ao “agir” de Hitler, é significativo pensar também nas potenciais alternativas ao “ser” de Hitler.

Acaso ele precisava tornar-se o monstro que veio a ser, ou poderia ter escolhido ser um homem bom e justo? Esta pergunta leva espontaneamente a outra: a única forma de agir na sua infância para impedir que ele se tornasse um monstro precisaria ser o infanticídio?

42% dos respondentes à enquete do NYT matariam um bebê inocente para punir um adulto criminoso que ele não necessariamente precisaria tornar-se. Isto revela uma preocupante e sombria propensão de um número considerável de pessoas a enxergarem “pré-programações” absolutas na índole do ser humano, interpretado neste caso como a versão completa do “lobo do homem” descrito por Thomas Hobbes a partir da expressão dramatúrgica de Plauto.

O ser humano reduzido a um recorte de dados

O cenário se torna ainda mais preocupante quando sabemos que a nossa época nos acostumou a indexar a todos com base em dados indicadores e alegadamente preditivos de virtualmente tudo o que um indivíduo terá, dirá, fará ou será em decorrência de um determinado recorte de dados – ao mesmo tempo em que, paradoxalmente, influenciados por correntes ideológicas que misturam na mesma salada umas pitadas de mecânica quântica e outras de ética teórica, dizemos crer que tudo é relativo e que nem sequer existe a objetividade, mas somente perspectivas e narrativas.

Só esta contradição, entre as muitas em que transitamos fingindo não notar, já escancara que vivemos de fato em “realidades paralelas”, desdizendo-nos despudoradamente conforme as conveniências momentâneas: por um lado, pontificamos de modo bastante cego as previsões computacionais que avalizamos porque são “fundamentadas em fatos”; ao mesmo tempo, mas num incoerente universo paralelo, negamos a premissa básica da própria previsibilidade, que é o fato de existirem os fatos, já que reiterativamente pregamos a narrativa de que só existem narrativas (ou hermenêuticas, quando queremos ser adicionalmente pedantes).

Milhares de empresas, alheias a esta salada de contradições (e hipocrisias), pagam milhões de dólares por “inteligência” a nosso respeito – e, com base nessa “inteligência”, nos catalogam como “bons” ou “maus” e se arrogam o arbítrio de predestinar-nos conforme parâmetros econômicos, políticos e ideológicos focados em interesses que pouco provavelmente serão os nossos.

Se isto em si mesmo já é grave o suficiente para merecer reflexões (e ações) bastante sérias, é ainda mais grave constatar que, quando os “metadados” indicam que algo ou alguém é ou será “mau” a partir de um ponto de vista relativo, mas absolutizado, uma notável parcela das pessoas aceita essa catalogação com muito pouco senso crítico: 42%, no caso da brincadeira de “eugenia bem intencionada” da New York Times Magazine – uma abjeta contradição, aliás, não apenas em termos.

Aleteia 

Questões sobre o Batismo (Parte 2/12): Teria sido o Batismo instituído depois da Paixão de Cristo?

Apologética
Veritatis Splendor
 
  • Autor: São Tomás de Aquino
  • Fonte: Suma Teológica, Parte III, Questão 66
  • Tradução: Dercio Antonio Paganini

Objeção 1 – Parece que o Batismo foi instituído depois da Paixão de Cristo porque a causa precede o efeito pois a Paixão de Cristo opera nos Sacramentos da Nova Lei. Mas a Paixão de Cristo precede a instituição dos Sacramentos na Nova Lei, especialmente o Sacramento do Batismo, uma vez que o Apóstolo disse (Rm 6,3): “Todo aquele que for batizado em Jesus Cristo será batizado em Sua morte…”

Objeção 2 – É fato que os Sacramentos na Nova Lei tem sua eficácia proveniente das ordens de Cristo, mas Cristo deu aos discípulos a ordem do Batismo, depois de Sua Paixão e Ressurreição, quando Ele disse: “Vão, ensinem a todos os povos, batizando-os em nome do Pai…” (Mt 28,19). Assim sendo, o Batismo foi instituído depois da Paixão de Cristo.

Objeção 3 – Assim o Batismo é um Sacramento necessário como declarado acima (65,4) porque aparentemente ele precisa ser obrigatório à pessoa como foi instituído. Mas antes da Paixão de Cristo, as pessoas não eram obrigadas a ser batizadas pois pela Circuncisão adquiriam a força, porém a Circuncisão foi suplantada pelo Batismo. Consequentemente o Batismo foi instituído antes da Paixão de Cristo.

Ao contrário, Santo Agostinho disse em um sermão na Epifania (Apd. Serm., CLXXXV): “Tão logo Cristo foi mergulhado nas águas, as águas lavaram os pecados de todos”, mas isto ocorreu antes da Paixão de Cristo, então, parece que o batismo foi instituído antes da Paixão.

Eu respondo que: como foi estabelecido acima (62,1), os sacramentos possuem de sua instituição a força da graça conferida. Todavia parece que um Sacramento é apenas instituído quando ele recebe o poder de produzir seu efeito. Então, o Batismo recebeu seu poder quando Cristo foi batizado, e consequentemente o Batismo foi realmente instituído nessa ocasião, se o considerarmos como Sacramento. Todavia, a obrigação de receber este sacramento foi proclamada ao gênero humano depois da paixão, morte e ressurreição.

Primeiro porque a Paixão de Cristo colocou um fim nos sacramentos figurativos que foram suplantados pelo Batismo e os outros Sacramentos da Nova Lei.

Segundo porque o Batismo das pessoas é “adaptado” à Paixão e Ressurreição de Cristo, então, a pessoa morre para o pecado e começa uma vida nova com honradez. Consequentemente ele levou Cristo ao sofrimento e à ressurreição, antes proclamando às pessoas sua obrigação de adaptarem-se à idéia da Morte de Cristo e de sua Ressurreição.

Réplica à Objeção 1: Entretanto, antes da Paixão de Cristo, o Batismo foi prenunciado, mas obteve sua eficácia dessa Paixão, e não da mesma maneira que os sacramentos da Velha Lei, pois esses eram meros figurativos enquanto o Batismo obtém o poder da justificação do Próprio Cristo, a cujo poder a própria Paixão deve sua virtude salvadora.

Réplica à Objeção 2: Nunca foi mencionado por Cristo, que as pessoas precisam ficar restritas a determinados preceitos, mas Ele veio cumprir e trocar os preceitos por Sua verdade. Porém, antes de Sua paixão, Ele não tornou o Batismo obrigatório tão rapidamente como havia sido instituído, mas desejou que as pessoas fossem acostumadas ao seu uso, especialmente visando os Judeus, para os quais todas as coisas eram figurativas, como diz Santo Agostinho (contra Faust. IV), mas depois de Sua Paixão e Ressurreição Ele tornou obrigatório o Batismo, não somente aos Judeus, mas também aso Gentios, em relação a quem Ele deu a ordem a seus discípulos “Vão, ensinem a todos os povos e os batizem” (Mt 28,19).

Réplica à Objeção 3: Os Sacramentos não são obrigatórios, com exceção de quando nós somos forçados a recebê-los, e isto não era assim antes da Paixão, como ficou explicado acima. Pelas palavras de nosso Senhor a Nicodemos (Jo 3,5): “Se as pessoas não nascerem novamente pela água e pelo Espírito Santo, não poderão entrar no Reino de Deus”, e isso se refere ao futuro tanto quanto ao presente.

Veritatis Splendor

S. HELENA, IMPERATRIZ

s. Elena, Arte cretense
s. Elena, Arte cretense  (© Musei Vaticani)

A vida de Santa Helena foi caracterizada pela sua riqueza espiritual, bem mais do que a material, ligada ao prestígio, bem antes da sua conversão, que ocorreu em idade adulta. Pelas poucas notícias de que dispomos, emergem a sua humildade, generosidade e dedicação ao próximo.

Origens, casamento e nascimento de Constantino

Helena, de família plebeia e pagã, nasceu em meados do século III, provavelmente em Drepamin, na Bitínia, no Golfo da Nicomédia (hoje Turquia); esta cidade, mais tarde, foi chamada Helenópolis, em sua honra, pelo seu filho e futuro imperador Constantino. Ali, segundo Santo Ambrósio, Helena exercia o cargo de "estabulária", ou seja, a estalajadeira encarregada dos estábulos.
A modéstia e a delicadeza de Helena levaram o jovem oficial, Constâncio Cloro, a apaixonar-se por ela, apesar do seu nível social mais elevado. No entanto, quis casar-se com ela, levando-a consigo para Dardania, nos Bálcãs. A jovem, que não tinha direito ao título honorífico do seu marido, foi uma esposa fiel. No ano 280, em Naisso, na Sérvia, deu à luz ao filho Constantino.

Repúdio e escondimento

As virtudes militares e políticas de Constâncio consentiram-lhe obter, junto com Galério, o título de César; mas era preciso ratificar a sua elevação pelo novo sistema político da Tetrarquia. Por isso, os imperadores, Diocleciano e Maximiano, em 293, obrigaram-no a divorciar-se da sua esposa e de unir-se em matrimônio com a enteada do segundo, Teodora.
Assim, Helena, afastada da família e do filho, que até então havia educado com dedicação e amor, nunca desanimou; pelo contrário, permaneceu, humildemente, na sombra, enquanto Constantino foi elevado à corte de Diocleciano.

Augusta, mãe do imperador, humilde e atenciosa com os últimos

Em 305, quando Constâncio Cloro se tornou chefe do império, o jovem filho o seguiu à Grã-Bretanha, onde participou da campanha contra os Pitti, para suceder-lhe, após a sua morte, por aclamação do exército.
Entre as suas primeiras medidas, o novo imperador mandou chamar imediatamente a sua mãe, Helena Flávia Júlia, a qual foi condecorada com o título de Augusta. A mulher, cuja efígie foi cunhada nas moedas, desde então teve livre acesso ao tesouro imperial.
As honras jamais influenciaram seu coração, pelo contrário, estimularam a sua atenção inata para com o próximo, que se concretizou em dar esmolas, satisfazer as necessidades materiais dos pobres e libertar numerosas pessoas das prisões, das minas e do exílio.
Suas obras de misericórdia refletiam a fé de Helena, luminosa e contagiosa, a ponto de muitos perceberem a influência que teve na conversão do seu filho e na promulgação do Edito de Milão, em 313, que concedeu a liberdade de culto aos cristãos, após três séculos de perseguição.
Dizem que Helena participava das celebrações religiosas, usando roupas modestas, para se confundir com a multidão, e convidava os famintos para o almoço, servindo-os pessoalmente.

A descoberta da verdadeira Cruz na Terra Santa

Em 326, um acontecimento perturbou a vida da família: Constantino mandou matar. Primeiro, seu filho Crispo, por instigação da madrasta, Fausta, sua segunda mulher, também suspeita de acometer a sua honra.
Diante desta tragédia, com 78 anos de idade, Helena manteve firme a sua fé fazendo uma peregrinação penitencial à Terra Santa. Ali, mandou construir duas Basílicas: a da Natividade, em Belém, e a da Ascensão, no Monte das Oliveiras. Esta iniciativa inspirou Constantino a construir também a Basílica da Ressurreição.
No Gólgota, ao mandar destruir os edifícios pagãos, construídos pelos romanos, aconteceu uma prodigiosa descoberta da verdadeira Cruz: o cadáver de um homem, que jazia sobre o madeiro, encontrou milagrosamente a vida. Os três cravos, que perfuraram o Corpo de Jesus, foram doados por Elena para Constantino: um foi encastrado na Coroa de Ferro, conservado na Catedral de Monza, como a lembrar que não existe soberano que não deve sucumbir à vontade de Deus. As preciosas relíquias estão guardadas, hoje, na Basílica romana de Santa Cruz de Jerusalém.
Santa Helena morreu em 329, aos 80 anos de idade, em um lugar não identificado. Ainda moribunda, foi assistida por seu filho, que, depois, levou seu corpo para a Via Labicana, em Roma, onde foi sepultado em um mausoléu em sua homenagem. Seu sarcófago de pórfiro, transportado ao Latrão, no século XI, hoje está conservado no Museu Vaticano.
O culto a Santa Helena espalhou-se no Oriente e no Ocidente, onde ela é celebrada, respectivamente, em 21 de maio e em 18 de agosto, associada iconograficamente ao símbolo da Cruz.
A grandeza espiritual de Santa Helena foi tamanha a ponto de ser inserida, junto com os santos André, Verônica e Longino, entre as estátuas monumentais, postas aos pés dos pilares da Cúpula de Michelângelo, na Basílica do Vaticano.

Vatican News

segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Dom Ricardo Hoepers: “Por que não foi permitido esse bebê viver?”

Feto
Feto  (©unlimit3d - stock.adobe.com)

Dom Ricardo: "desde o momento que soube do assassinato da bebê de mais de 5 meses, de São Mateus (ES), com uma injeção de potássio na cavidade cardíaca da criança, em Recife (PE), cuja mãe é uma menina de dez anos, fiquei pensando, como explicar esse crime hediondo".

Vatican News

O bispo de Rio Grande (RS) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Ricardo Hoepers, escreveu artigo questionando a decisão de interrupção da gravidez de uma menina de dez anos que sofreu abuso sexual, em São Mateus (ES).

“É uma história que precisa ser esclarecida. É um processo que precisa ser desvendado. Duas crianças que poderiam viver… teve laudo técnico a favor da vida, teve suporte profissional a favor da vida, teve hospital disposto a cuidar até o fim da gestação, tiveram todas as condições de salvar as duas vidas, mas, de repente, uma transferência, de um Estado para o outro, e toda uma mobilização para que o aborto fosse realizado. Nas mãos de quem ficou a tutela dessa menina, quem decidiu tudo por ela?”, questiona o bispo.

Outros bispos também se manifestaram a respeito do caso. Durante esta semana, o Portal da CNBB vai divulgar uma série de notícias e artigos abordando a temática da defesa da vida, da proteção dos menores, da luta contra os abusos sexuais e do trabalho pastoral da Igreja neste contexto tão desafiador.

Confira o texto de dom Ricardo na íntegra:

Por que não viver?

Desde o momento que soube do assassinato da bebê de mais de 5 meses, de São Mateus (ES), com uma injeção de potássio na cavidade cardíaca da criança, em Recife (PE), cuja mãe é uma menina de dez anos, fiquei pensando, como explicar esse crime hediondo.

Por que não foi permitido esse bebê viver? Que erro ele cometeu? Qual foi seu crime? Por que uma condenação tão rápida, sem um processo justo e fora da legalidade? Por que o desprezo a tantas outras possibilidades de possíveis soluções em prol da vida? Foram muitos os envolvidos, mas o silêncio e omissão dos órgãos institucionais que têm a prerrogativa de defender a vida, se entregaram às manobras de quem defende a morte de inocentes. Por quê?

É uma história que precisa ser esclarecida. É um processo que precisa ser desvendado. Duas crianças que poderiam viver… teve laudo técnico a favor da vida, teve suporte profissional a favor da vida, teve hospital disposto a cuidar até o fim da gestação, tiveram todas as condições de salvar as duas vidas, mas, de repente, uma transferência, de um Estado para o outro, e toda uma mobilização para que o aborto fosse realizado. Nas mãos de quem ficou a tutela dessa menina, quem decidiu tudo por ela?

Por que a obsessão de apresentar uma única saída? Por que burlar as leis para alcançar esse objetivo de usar de uma criança para um intento assassino?

Difícil raciocinar o que aconteceu, como aconteceu e porque terminou assim!

Ministério Público do Espírito Santo, Conselho Tutelar, Secretários Municipais da Saúde de Vitória e Recife e Secretários Estaduais da Saúde do Espírito Santo e de Pernambuco têm muitas explicações a dar à sociedade brasileira. Por que foi rejeitado um laudo técnico de profissionais e o suporte dos mesmos, obrigando o hospital a dar alta e subitamente transferir a menina-mãe para um hospital em outro Estado? Há claramente um abuso de poder que merece ser investigado.

Mas, de tudo isto, ainda resta a pergunta: por que o bebê não pôde viver? Por que foi sentenciado à morte, mesmo sendo inocente, e tendo todas as condições para vir à vida com os devidos cuidados e com o apoio técnico profissional à disposição? Por que optaram pela morte e não pela vida, desrespeitando a lei, pois se tratava de um bebê de 22 semanas?

Se não somos capazes nem de defender a nossa própria espécie, que tipo de humano estamos nos tornando? Estamos negando nossa própria humanidade. A violência do estupro e do abuso sexual é infame e horrenda, mas a violência do aborto provocado em um ser inocente e sem defesa é tão terrível quanto. Ambos são crimes. Apontam como sinais da degradação moral e da decadência dos costumes, ferindo os valores mais sublimes como o respeito à dignidade do ser humano e a sacralidade do valor da vida!

Mesmo sendo rechaçados pelo nosso discurso religioso em prol da vida, quero dizer que não se trata de nenhum fundamentalismo, mas do uso da reta razão. Quando vem à mente um tema tão básico, tão racional, tão científico, tão antigo, de uma regra de ouro que é uma verdade basilar e aceita por qualquer sociedade civilizada: “Não matarás um inocente”, então nos perguntamos: Por que estão matando nossas crianças? Ou perdemos o fio da história ou nos tornamos reféns de uma razão autodestrutiva, que se odeia e, por isso, mata o seu futuro antes dele nascer…

Hoje faço uma prece por todas as crianças que gostariam nascer, brincar, chorar e viver, mas, foram assassinadas antes de nascer! Esperamos explicações e respostas sobre esse caso. Chega de violência! Não ao aborto! Escolhe, pois, a vida (Dt, 30,19).

Rio Grande (RS), 17 de agosto de 2020.
Dom Ricardo Hoepers
Presidente da Comissão Vida e Família da CNBB

Fonte: CNBB 

Chris Pratt publica mensagem pró-vida após o nascimento de seu bebê

Chris Pratt / Crédito: Dick Thomas Johnson -
Wikimedia Commons (CC BY 2.0)

NOVA IORQUE, 17 ago. 20 / 09:35 am (ACI).- O ator norte-americano Chris Pratt, conhecido por ser protagonista de “Guardiões da Galáxia” e “Jurassic World”, publicou uma mensagem pró-vida em sua conta do Instagram, na qual incluiu versículos da Bíblia, para dar as boas-vindas à sua primeira filha com Katherine Schwarzenegger, sua esposa.

“Estamos mais do que emocionados de anunciar o nascimento de nossa filha, Lyla Maria Schwarzenegger Pratt. Não poderíamos estar mais felizes. A mãe e o bebê estão bem. Somos muito abençoados. Eu amo a Katherine e Chris”, disse o ator na segunda-feira, 10 de agosto.

Pratt, que é um ator cristão, também incluiu dois versículos da Bíblia com o anúncio. Ele citou o Salmo 126, 3 e escreveu: "Sim, o Senhor fez por nós grandes coisas; ficamos exultantes de alegria”.

Em seguida, citou os versículos 3 e 4 do Salmo 127, dedicados à vida do nascituro. “Vede os filhos são um dom de Deus: é uma recompensa o fruto das entranhas. Tais como as flechas nas mãos do guerreiro, assim são os filhos gerados na juventude. Feliz o homem que assim encheu sua aljava: não será confundido quando defender a sua causa contra seus inimigos à porta da cidade”, diz o salmo.

Após o anúncio, várias celebridades parabenizaram o casal. Zoe Saldana, outra das protagonistas dos filmes “Guardiões da Galáxia”, escreveu na publicação: “Que o teu caminho seja sempre abençoado com graça e alegria! Estamos muito felizes por você! Eu te envio muito amor”.

Chris Pratt e Katherine Schwarzenegger se casaram em 8 de junho de 2019.

Em junho de 2018, Pratt aproveitou a premiação de “MTV Movie & TV Awards” para recordar aos seus fãs que têm uma alma, que aprendam a rezar e que Deus é real e os ama.

“Você tem uma alma. Seja cuidadoso com ela. Deus é real, Deus te ama, Deus quer o melhor para você. Acredite, eu acredito. Ninguém é perfeito. As pessoas dirão que você é perfeito como você é, mas você não é! Você é imperfeito. E sempre será, mas há uma força poderosa que te criou assim, e se você estiver disposto a aceitar isso, terá uma graça. E a graça é um presente. Como a liberdade que desfrutamos neste país, essa graça foi paga com o sangue de outra pessoa. Não se esqueçam disso. Não façam pouco caso disso”, disse o ator após receber o Prêmio Geração.

Do mesmo modo, afirmou que independentemente do que for, as pessoas sempre devem se esforçar por fazer boas ações. “Aproxime-se de alguém que necessite. Sirva ao próximo. Você se sentirá bem e será bom para a sua alma”, incentivou.

“Não seja bobo. Se você é forte, seja protetor. Se você é inteligente, seja um influenciador humilde. A força e a inteligência podem ser armas, por isso não as manipule contra os fracos. Isso te torna um agressor. Seja mais do que isso”, pediu Pratt aos seus fãs.

Em maio de 2017, o ator fez uma visita especial às crianças doentes no Hospital Infantil Great Ormand Street, em Londres (Inglaterra).

“Eu nunca vou deixar de ser movido pelo espírito inabalável de uma criança. #DeusÉBom. Salmo 107, 8-9: ‘Que eles deem graças ao Senhor por seu amor leal e por suas maravilhas em favor dos homens, porque ele sacia o sedento e satisfaz plenamente o faminto’. Sem dúvida. Hoje minha alma sedenta e faminta está satisfeita”, disse Pratt em sua conta no Instagram.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

ACI Digital

 

URGENTE: Menina de 10 anos é submetida a um aborto no Brasil

Imagem referencial. Crédito: Ivon19 (Wikipédia) CC-BY-SA-4.0

REDAÇÃO CENTRAL, 17 ago. 20 / 01:15 pm (ACI).- Uma menina de 10 anos, que engravidou após ser estuprada pelo próprio tio, foi submetida ao procedimento de aborto de sua filha, que já estava na 22ª semana de gestação; o caso gerou a o rechaço de bispos e de grupos pró-vida no Brasil.

A gravidez da menina, do município de São Mateus (ES), foi descoberta no início de agosto, após ser levada ao hospital com dores abdominais. Exame constatou a gravidez e a criança revelou que era estuprada pelo tio desde os 6 anos.

Na sexta-feira, 14 de agosto, a Justiçado Espírito Santo, por meio da Vara da Infância e da Juventude de São Mateus, autorizou o aborto. A decisão foi do juiz Antônio Moreira Fernandes, atendendo a um pedido do Ministério Público do Espírito Santo.

No Hospital das Clínicas, em Vitória (ES), onde a menina ficou internada no sábado, a equipe médica se recusou a praticar o aborto afirmando que “a idade gestacional não estava amparada na legislação”.

Entretanto, a criança foi levada para o Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiro (CISAM-UPE), no Recife (PE), onde o aborto foi finalmente praticado.

Em entrevista ao ‘Bom Dia Espírito Santo’, da TV Gazeta, o médico Olímpio Barbosa de Moraes Filho, gestor do Cisam, contou que no domingo “foi induzido o óbito fetal, por meio de medicamento” e que hoje “deve estar sendo expulso o feto” e “deve ser realizada a curetagem”.

O médico ainda informou que a equipe do Cisam “é treinada” e tem “experiência”, pois este “é um serviço de referência aqui desde 1996”.

Além disso, declarou que “a lei garante” a prática do aborto neste caso, pois, segundo ele, “no caso de estupro, a norma técnica é até 22 semanas, mas não é proibitivo acima de 22 semanas”.

Ainda no domingo, várias grupos em defesa da vida foram para frente do Cisam a fim de interceder e lutar pela defesa da vida da mãe e do bebê.

Por sua vez, o coordenador do Movimento Legislação e Vida, Prof. Hermes Rodrigues Nery, expressou, por meio de suas redes sociais o sentimento de muitos brasileiros que entendem o valor da vida: “realmente muito triste tudo isso”.
“Terrível o assassinato de um bebê de cinco meses, injetando a substância letal de cloreto de potássio em seu coração”.

“Mais triste ainda a tibieza de muitos que tem hoje poder de decisão e que poderiam ter agido com mais ênfase para ter evitado essa tragédia”, assinalou o acadêmico.

Prof. Nery indicou ainda que “esse caso poderá ser ainda manipulado para o STF voltar a colocar em discussão a ADPF 442”, isto é, a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 442/2017, apresentada pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), que propõe a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação.

“É lamentável que muitos que têm hoje poder de decisão tenham feito pouco do que poderiam. Até quando novas vítimas continuarão sofrendo esse horror? Realmente muito triste isso. Cada vez mais os indefesos e fragilizados da sociedade estão sem amparo”, completou.

Arcebispo de Recife lamenta o ocorrido

Na manhã desta segunda-feira, 17 de agosto, a Arquidiocese de Olinda e Recife emitiu uma nota assinada por seu Arcebispo, Dom Fernando Saburido, por meio da qual lamenta que tenham aplicado o aborto a menina de 10 anos.

“Como Arcebispo de Olinda e Recife, não posso calar diante desse fato. Se grave foi a violência do tio que vinha abusando de uma criança indefesa, culminando com violento estupro, gravíssimo foi o aborto realizado em Recife, quando todo o esforço deveria ser voltado para a defesa das duas crianças, mãe e filha”, expressou o Prelado.

Dom Saburido também indicou que, “infelizmente, Recife está criando fama de ‘capital do aborto’ e precisamos ‘combater o bom combate’ para mudar essa triste fama”.

Em concreto sobre o caso da menina de 10 anos e sua bebê de 22 semanas, o Arcebispo observou que tudo foi “realizado Às pressas, em dia de domingo com dificuldade de articulação, além das informações desencontradas”. Desse modo, assinala, o mandamento de Jesus, “não matarás”, “foi mais uma vez desrespeitado”.

“Solidarizo-me com as tantas vozes que se levantaram contra esse vergonhoso e lamentável acontecimento. Neste tempo de pandemia, tantos profissionais da saúde têm encantado o mundo e recebido homenagens, por conta de sua luta na defesa da vida das vítimas da Covid-19, chegando alguns deles a falecerem. Por outro lado, decepciona-nos perceber que ainda existam profissionais da saúde que se prestam à prática do aborto”, declarou.

Dom Saburido afirmou ainda que “este ato, mesmo com autorização judicial, não deve ser feito por uma pessoa de fé ou até incrédula consciente, por uma questão de respeito à Lei de Deus ou simplesmente por princípio ético, baseado no valor inviolável da vida”.

“Que Deus tenha misericórdia de nós e nos dê força para defender a vida, dom de Deus que somente Ele poderá tirar”, concluiu.

ACI Digital

 

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF