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quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Carta aberta a um padre amigo recém-ordenado

26 juin 2016: Ordination sacerdotale en la cathédrale Saint Louis de Versailles.
Pendant la litanie des saints, les prêtres allongés sur le sol prient avec leur évêque.

Oferecemos a você descobrir cinco cartas que o farão viajar pelas diferentes etapas da vida. Hoje, mergulhe na quarta carta desta série, destinada a um amigo no dia de sua ordenação sacerdotal.

Querido amigo:

“Você é padre para sempre” (Sl 110). Por que você? “Minha vocação é dom e mistério”, escreveu São João Paulo II. Ele chamou para Si mesmo, a quem Ele queria “que estivessem com ele, e enviá-los para pregar” (Mc 3,14).

“Estamos aqui pela vontade do povo e só sairemos pela força das baionetas”, disse o vice revolucionário francês Mirabeau. Nós somos padres pela vontade de Deus e pelo chamado da Igreja, e isso nos dá uma força e uma liberdade que ninguém jamais pode tirar de nós.

Um pastor de acordo com o coração de Deus é sempre livre e não classificável. “Sou uma mistura de anarquista e conservador, mas em proporções que ainda precisam ser determinadas”, disse o ator e herói de guerra francês Jean Gabin. Nesta área, seja como Gabin.

Às vezes, você ouvirá que os padres são “como todo o mundo”. Isso é, ao mesmo tempo, verdadeiro e profundamente falso. É bem verdade que somos talvez mais “homens” do que muitos homens, porque medimos nossa fraqueza e nosso pecado por frequentar a santidade do Mestre.

O sacerdócio é uma realidade tão alta que às vezes é impossível não traí-la. Também somos muito humanos porque mantemos nossas vidas nas fronteiras de alegrias e tristezas, nas fronteiras do Céu e da Terra.

Entramos nas casas para abençoar os doentes, submergimos as crianças nas águas batismais, somos o Alfa e o Ômega, na tagarelice do recém-nascido e na agonia da morte dos moribundos. Temos imensas alegrias, com pesadas dores e enormes segredos. Sabemos o que há nas pessoas.

Ao mesmo tempo, dizer que somos “como todo o mundo” é absolutamente falso. Também são palavras vãs, porque cada pessoa é uma exceção. Não somos como todo o mundo, porque somos homens de Deus que agimos na pessoa de Jesus Cristo, vestidos com sua autoridade na medida de nossa obediência.

O essencial de nossa vida continua sendo uma realidade oculta, a da oração, a do trabalho e a da tristeza aceita com amor. Não reivindique essa “diferença” como um direito, assuma isso como um dever. Avance com Abraão “como se você visse o invisível”.

Toda fertilidade está enraizada na vida interior e, asseguro-lhe, um segredo que você já conhece: também é obtido no sofrimento. Nossa própria luta espiritual, os gritos do povo, nos atingem como ondas incessantes do mar.

O santo padre de Ars disse que “o sacerdócio é o amor do Coração de Jesus”, ferido pela angústia do povo. As almas nascem com dor e na renúncia ao espírito de possessão. Damos a vida inteira para dar a luz a Deus nas almas e devemos aceitar nunca reter a vida dos outros por nós mesmos. “Eles têm apenas um Pai” (Mt 23,9). Passamos como Cristo passa, na liberdade de um amor que se doa completamente sem jamais se deixar possuir. “Essa é a alegria que me inunda. Ele tem que crescer e eu tenho que diminuir ”(Jo 3,29). Irmão, que sua felicidade permaneça!

Aleteia

Primeiros movimentos heréticos e os cátaros

Apologética
Veritatis Splendor
  • Fonte: Lista “Tradição Católica”

A história da Igreja no Império romano é dominada em grande parte pela apresentação da evolução dos problemas da heresia, nome aplicado a todos os desvios de doutrina e de moral cristãs. Embora tais desvios assumissem um caráter de revolta moral ou disciplinar, as mais conhecidas e as que maior influência exerceram são relativas aos profundos mistérios da fé, e deram origem a controvérsias que muitas vezes colocaram em campos opostos homens de grande capacidade intelectual e integridade moral.

Do século quinto ao século onze praticamente não existiram na Igreja ocidental, heresias que representassem um perigo público ou levassem a um debate intelectual; e o impacto provocado pelas polêmicas do Oriente, como o monotelismo e o iconoclasmo, só foi sentido no alto nível da diplomacia papal e imperial.

No século doze, porém, apareceram por toda parte movimentos populares que deram origem a verdadeiras anti-igrejas e a formação de quistos no corpo da Cristandade, levando a Igreja e o poder civil a montar um aparelho de repressão, muitas vezes apenas para preservar a ordem e restabelecer a paz.

De modo geral, podem ser apontadas três espécies diferentes de doutrinas heterodoxas que se misturavam e se dividiam de diversas formas. Havia a simples revolta contra uma religião rica, estabelecida, hierárquica e sacramental; Outra espécie era a invasão da antiga heterodoxia dualística, proveniente dos Bálcãs e de mais além. E, finalmente, havia uma heterodoxia mais sistemática, com uma doutrina elaborada por pessoas cultas e bem dotadas (inteligência voltada para o mal).

Os primeiros movimentos heréticos de que temos notícia ocorreram nos primeiros decênios do século onze, em diversas regiões da França, como a Campanha, Orléans e Aquitânia, e ao norte da Itália. Eram de origem obscura e pareciam semelhantes uns aos outros tendo como ponto comum a rejeição ao Mistério da Encarnação, a Eucaristia, a necessidade do Batismo e o poder episcopal de conferir ordens sacras. Esses pontos negativos, somados ao apelo à pobreza e à comunicação direta com Deus eram combinadas com doutrinas extravagantes, como a rejeição do matrimônio, a abstinência de carne, a criação de algum tipo de ministério conferido pela imposição de mãos de algum chefe principal, etc. Estes últimos pontos, cuja origem é encontrada ordinariamente no norte da Itália, sugerem muito claramente uma influência dos bogomilos, ou, como também eram chamados, dos maniqueus.

Estas seitas eram espalhadas por líderes populares que, em geral, se proclamavam possuidores de poderes divinos. Mas, só no Languedoc, que ia tornar-se um foco e um asilo da heresia, é que essas seitas assumiam um caráter endêmico. Nos outros lugares, os hereges foram reprimidos, quando não pelos próprios bispos e santos suscitados por Deus, outras vezes pela própria população, ou ainda desapareceram atraídos pela reforma gregoriana quando esta se tornou realidade.

Mas, uma segunda vaga teve início na Itália e no sul da França, na primeira metade do século doze. Como sempre, o movimento era tido como de “reforma”, exigindo do clero a volta à pobreza apostólica, etc. Entre os chefes realmente hereges estavam Pedro de Bruis, que pregava a pobreza, uma religião puritana e destituída de sacramentos, Arnaldo de Bréscia e Hugo Speroni. Pedro teve como adversários, pessoalmente e por seus escritos, Pedro o Venerável e o grande São Bernardo; foi queimado vivo por uma multidão enfurecida. Arnaldo de Bréscia, pregador hostil à instituição do clero, foi considerado por São Bernardo como um aliado de Abelardo. Ele entregou-se a agitação política e participou de uma comuna em Roma, nos moldes antigos, sendo finalmente enforcado.

Uma terceira onda, muito maior, espalhou-se pouco antes da metade do século doze. Tratava-se de um ramo da heresia dos bogomilos da Bulgária, derivada, em última análise, das doutrinas dualistas e gnósticas do maniqueísmo. Deitando raízes em Constantinopla, revestiu-se dos rudimentos de um sistema dogmático e ascético que se espalhou pela Bulgária e pela Bósnia, ao longo das rotas comerciais, e pouco a pouco penetrou nas regiões populosas do norte e oeste da Europa. A partir de 1140, seus adeptos se multiplicavam em todas as direções: na Renânia, com centro em Colônia. No Périgord, em Reims, na Lombardia, na Itália central, e sobretudo no sul da França, em redor de Albi, Tolosa e Carcassone. Uma nota característica do movimento era sua rígida organização eclesiástica, que somada a seu ímpeto missionário lhe deu sua força dinâmica e uma grande capacidade de resistência. Na segunda metade do século doze espalhou-se muito pela Itália, ao norte de Roma, tendo como principal ativista Pedro da Lombardia. Viviam na clandestinidade, em grupos dispersos, ligado cada um deles a um chefe ordenado, mas sem ligação orgânica uns com os outros. Enquanto a organização estava ainda se firmando na Itália, os seus missionários atravessavam os Alpes ou penetravam por mar no vale do Ródano. Em certo momento de sua evolução o nome cátaros (=”os puros”) passou da pequena classe dos perfeitos, a que era propriamente aplicado, a todos os membros. Na Itália predominavam entre os adeptos os comerciantes e os artesãos; no Languedoc houve muitas “conversões” no meio das grandes famílias feudais, como é o caso de Raimundo VI, conde de Tolosa; houve também “conversões” de monges e até bispos; e na sociedade relativamente rica e culta que deu origem aos trovadores e à primeira escola medieval de música profana, espalhou-se rapidamente a nova doutrina…

Embora diferissem inicialmente de grupo para grupo, tanto na teoria como na prática, as doutrinas dessa seita eram em geral um resíduo do maniqueísmo adaptado pelos bogomilos. Na verdade, tornou-se um rival do Cristianismo, cada vez mais forte, por imitar a organização e o ritual cristãos. A doutrina baseava-se na teoria dualista do bem e do mal, do espírito e da matéria. Ao princípio do bem, criador do mundo do espírito, opunha-se o princípio do mal, seu filho divino, coeterno mas rebelde, ou como ensinavam outros, um anjo decaído, um demiurgo. De qualquer forma, um princípio do mal era o criador do mundo material. As almas humanas são fragmentos do espírito, ou, segundo outros, anjos caídos aprisionados na matéria. Cristo era o maior dos anjos (ou o melhor dos homens), adotado por Deus como Filho. Seu corpo e sua morte não passavam de aparências; em todo caso, sua morte não tinha importância, porque ele remiu a humanidade pela sua doutrina, e não por sua Paixão. A Igreja católica era uma corrupção de uma instituição originariamente pura; suas doutrinas eram falsas, seus sacramentos sem valor.

A Igreja cátara dividia-se em duas classes, uma pequena e outra maior. A pequena classe dos “perfeitos” ou “puros”, cujo nome passou a toda a organização, fornecia os elementos dos diversos graus da hierarquia, e também os pregadores. Eram ordenados por um sacramento (ritual) de iniciação, precedido de uma severa provação que “apagava” o pecado, dava o Espírito Santo, e conferia poderes ao ministro. Este sacramento, ou consolamentum como o chamavam, obrigava a uma vida de grande austeridade, com castidade perpétua e abstinência de carne; era-lhes também proibido jurar e fazer guerra. Estes celebravam uma liturgia pública, que era uma imitação patente da Eucaristia. Os outros, os “aderentes”, tinham maior liberdade, e podiam fazer pleno uso dos bens deste mundo; quando possível, recebiam no leito de morte uma versão abreviada do consolamentum. O repúdio à criação material levava em princípio ao desprezo pela vida, e o suicídio voluntário pela fome (endura) não era desconhecido. O casamento era considerado um mal, e a mulher participava mais do que o homem do mal da criação.

Diferentes na origem, embora muitas vezes caminhassem para o catarismo, e suas práticas parecessem coincidir, apareceram em diversos centros alguns outros grupos cuja fé, pelo menos no início, parecia ser ortodoxa. Assim, se aproximavam das seitas “não-conformistas” e “congregacionais” dos últimos séculos. Os Humilhados das cidades da Lombardia viviam em grupos de trabalho e se dedicavam a pregação da Bíblia que tinha em vernáculo, mas davam pouco valor ao sacerdócio e aos sacramentos. Surgiram os Valdenses do Delfinado e do Piemonte, cujo nome deveu-se a um rico negociante de Lyon. Muitos dos grupos seguidores de Valdes logo se fizeram definitivamente hereges, considerando a Bíblia como única autoridade e negando a presença real na Eucaristia. Alguns adotaram a organização dos cátaros, outros suas práticas e preceitos, e até mesmo sua teologia. Estão aí os “proto-protestantes” que continuaram a influir na história religiosa até o fim da Idade Média, e apesar das perseguições continuam a existir ainda hoje.

A heresia era combatida pelos sermões e escritos polêmicos de homens eminentes, como Pedro o Venerável, São Bernardo, Vacário e Alano de Lille, e mais tarde por toda sorte de frades anônimos. Aos poucos a coerção civil e eclesiástica foi tomando o lugar da persuasão. Na falta de uma jurisdição ordinária, as penas variavam de intensidade. O direito imperial de Bizâncio prescrevia a pena de morte para os maniqueus; mais tarde a feitiçaria era punida com a fogueira. Durante certo tempo os bispos e os escritores se mostraram contrários à pena de morte ou a grandes castigos corporais. Mas, por fim, a pedido de reis e de bispos, o concílio de Tours, de 1163, instituiu um processo de inquisição eclesiástica. Os albigenses confessos seriam entregues às autoridades seculares para serem punidos com penas de prisão ou de confiscação de seus bens. Houve uma revolta armada e para enfrentá-la o Terceiro Concílio de Latrão proclamou uma cruzada. Cinco anos mais tarde Lúcio III, depois de um acordo com Frederico I, publicou um decreto em que se lançava uma excomunhão geral sobre os hereges existentes, e era confiado diretamente aos bispos o dever da inquisição, pela visita de inspeção e pela denúncia, em todas as localidades conhecidas como possíveis refúgios de hereges.

Veritatis Splendor

Papa Francisco pede que a vacina do coronavírus não seja propriedade de algumas nações

Papa Francisco durante a audiência. Foto: Vatican Media

Vaticano, 19 ago. 20 / 08:45 am (ACI).- O Papa Francisco exigiu que a futura vacina contra o coronavírus não seja propriedade de algumas nações concretas excluindo as demais, mas que seja universal e para todos.

“Seria triste se na vacina contra a Covid-19 fosse dada a prioridade aos mais ricos! Seria triste se esta vacina se tornasse propriedade desta ou daquela nação e não fosse universal e para todos”, disse o Pontífice na catequese da Audiência Geral que presidiu nesta quarta-feira, 19 de agosto, no Palácio Apostólico do Vaticano.

Também alertou que seria um escândalo “se toda a assistência econômica que estamos a observar - a maior parte dela com dinheiro público - se concentrasse no resgate das indústrias que não contribuem para a inclusão dos excluídos, para a promoção dos últimos, para o bem comum ou para  o cuidado da criação”.

Com efeito, sublinhou que estes devem ser os critérios para escolher quais serão as indústrias que devem ser ajudadas: “As que contribuem para a inclusão dos excluídos, para a promoção dos últimos, para o bem comum e para o cuidado da criação. Quatro critérios”.

Francisco argumentou que "a pandemia acentuou a difícil situação dos pobres e o grande desequilíbrio que reina no mundo".

Recordou que o vírus, “sem excluir ninguém, encontrou grandes desigualdades e discriminações no seu caminho devastador. E aumentou-as!”, lamentou.

Portanto, “a resposta à pandemia é dupla. Por um lado, é essencial encontrar uma cura para um pequeno, mas terrível vírus que põe o mundo inteiro de joelhos. Por outro, devemos curar um grande vírus, o da injustiça social, da desigualdade de oportunidades, da marginalização e da falta de proteção dos mais débeis”.

Nesse sentido, o Papa Francisco convidou que, “com o exemplo de Jesus, o médico do amor divino integral, isto é, da cura física, social e espiritual, devemos agir agora, para curar as epidemias causadas por pequenos vírus invisíveis, e para curar as que são provocadas pelas grandes e visíveis injustiças sociais”.

“Proponho que isto seja feito a partir do amor de Deus, colocando as periferias no centro e os últimos em primeiro lugar. E a partir deste amor concreto, ancorado na esperança e fundado na fé, será possível um mundo mais saudável”, concluiu Papa Francisco.

ACI Digital

 

Papa Francisco: libertar a figura de Maria da influência das máfias

Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira da América
Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira da América  (Vatican Media)

Em carta à Pontifícia Academia Mariana Internacional, o Papa expressa apreço pela criação de um Departamento de Análise e de Estudo dos Fenômenos Criminais e Mafiosos, "para libertar a figura de Nossa Senhora da influência das organizações criminosas". Em entrevista ao Vatican News, o Pe. Stefano Cecchin, presidente da Academia Pontifícia.

Amedeo Lomonaco - Vatican News

"A devoção mariana é um patrimônio religioso-cultural a ser protegido na sua pureza original, liberando-o de superestruturas, poderes ou condicionamentos que não respondem aos critérios evangélicos de justiça, liberdade, honestidade e solidariedade”. É o que sublinha o Papa Francisco na carta enviada em 15 de agosto ao Pe. Stefano Cecchin, presidente da Pontifícia Academia Mariana Internacional.

No documento, o Pontífice também lembra que, dentro dessa academia pontifícia, foi criado o Departamento de Análise e Estudo dos Fenômenos Criminais e Mafiosos, "para libertar a figura de Nossa Senhora da influência das organizações criminosas". Entre os exemplos dessa espiritualidade distorcida estão os "arcos" das estátuas de Maria em frente às casas dos chefes das máfias durante as procissões.

Na carta, o Papa Francisco também faz uma saudação aos promotores, aos palestrantes e aos participantes da jornada de estudo – marcada para 18 de setembro e organizada pela Pontifícia Academia Mariana Internacional, em colaboração com as autoridades eclesiásticas e instituições públicas. O objetivo da iniciativa é identificar "respostas efetivas" para uma "operação cultural de sensibilização das consciências". Francisco também espera que os santuários marianos se tornem cada vez mais "cidades de oração, centros de ação do Evangelho, lugares de conversão e de referência da piedade mariana".

Patrimônios a serem redescobertos e protegidos

O Pe. Stefano Cecchin, presidente da Pontifícia Academia Mariana Internacional, concedeu entrevista ao Vatican News e salientou que a figura de Maria está sendo usada por organizações mafiosas para submeter as pessoas, fazendo-as escravas. Ele ainda recordou as tarefas e a missão da própria academia pontifícia:

Pe. Stefano – “A tarefa da nossa academia é dar uma saudável formação mariológica, em vista de uma saudável piedade popular. Devemos redescobrir o patrimônio religioso e cultural que temos em todo o mundo, mas, especialmente, na Itália. Uma herança que devemos reavaliar e proteger na sua pureza original.”

É uma questão de salvaguardar um patrimônio da contaminação que afeta essa pureza...

Pe. Stefano – “Há uma religiosidade frágil que é manipulada por quem sabe manipular o coração e os sentimentos das pessoas, não apenas do ponto de vista da criminalidade, mas também de outras formas, incluindo os mágicos, curandeiros e gurus. Todas as formas de utilizar as dificuldades das pessoas, dando-lhes ‘respostas mágicas’ somente para depois conseguir um retorno econômico.”

Há também graves distorções ligadas à figura de Maria...

Pe. Stefano – “A figura de Maria usada precisamente para manter as pessoas escravizadas, exagerando a figura de ‘Maria como uma mulher submissa a Deus’ que se resigna ao destino do Filho que morre em face a um poder. E, assim, existe toda essa realidade de escravizar e não ajudar as pessoas a viver uma verdadeira religiosidade. Mas existe uma religiosidade ligada a superstições, magias e poderes que depois assustam as pessoas.”

Na carta, o Papa também lembra que foi criado um departamento especializado ao tema dentro da Pontifícia Academia Mariana Internacional para estudar os fenômenos criminais e mafiosos e "libertar a figura de Maria da influência das organizações criminosas" ...

Pe. Stefano – “É justamente essa a mensagem do Papa dirigida principalmente para nos felicitar e também porque continuamos nesse caminho iniciado dentro da disciplina ‘Maria, caminho de paz entre as culturas’. Aprofundamos esse aspecto e, por isso, criamos esse novo departamento envolvendo um grande número de magistrados, criminologistas, pessoas do exército, do Estado e da Igreja precisamente para trabalhar juntos pelo bem da pessoa humana e da sociedade, da ‘Casa Comum, como diz o Papa Francisco.”

Para várias organizações criminosas, em particular a italiana 'ndrangheta, as formas rituais representam a própria essência da organização. Disso deriva também um uso distorcido das devoções por parte das máfias. Esse é um câncer a ser combatido. Pode ser erradicado?

Pe. Stefano – “Queremos erradicá-lo através da formação das pessoas, das famílias. Uma formação que seja verdadeiramente cristã. O Papa Francisco nos chama para essa formação integral da pessoa humana. O primeiro princípio para ajudar a humanidade e a Casa Comum, a sociedade e o homem e a mulher, é justamente aquele de dar uma formação saudável.”

Um outro fenômeno preocupante, que deve ser combatido, é aquele das reverências, de se curvar diante dos chefes mafiosos durante as procissões...

Pe. Stefano – “Isso não é religião! É superstição. Como a religião é lida por esses líderes, por essas máfias? Como é uma realidade para a qual também Deus se submete a eles? E inclusive a Virgem se curva diante deles e da sua autoridade? Eles quase querem ensinar ao povo que Deus está com eles. Portanto, eles também querem usar o sentimento religioso das pessoas para levá-las a não serem livres, mas escravas.”

No próximo dia 18 de setembro, em Roma, durante a conferência organizada pela Pontifícia Academia Mariana Internacional, serão elaboradas as diretrizes desse novo departamento que, como o senhor mencionou, envolve não apenas teólogos e mariólogos, mas também magistrados, criminólogos, advogados, policiais e prefeitos de várias cidades. Uma aliança entre os homens da Igreja e representantes da sociedade civil...

Pe. Stefano – “Em 18 de setembro, todo o caminho e os projetos serão apresentados. Iniciaremos os cursos já em outubro. A ideia é que, todo ano, no dia 13 de maio, seja realizada uma conferência nacional que divulgue os frutos desse trabalho. O que reiteramos é que devemos trabalhar juntos, mas cada um com a sua própria identidade, sem confundir Estado, Igreja, associações. Devemos estar unidos pelo bem comum. O Papa nos disse que a academia deve ser um lugar de encontro, um lugar de diálogo. Também estamos trabalhando com os muçulmanos. Criamos a Comissão Mariana Cristã Muçulmana. Também iniciaremos cursos com a mesquita de Roma. Inclusive com eles, sobre esses aspectos das más interpretações da religião ou de como a religião está sendo usada para dividir e criar problemas. Deus, ao contrário, é amor e não medo ou punição.”

Vatican News

 

S. MARIA DE MATTIAS, VIRGEM, FUND. DAS IRMÃS DA ADORAÇÃO DO PRECIOSÍSSIMO SANGUE

S. MARIA DE MATTIAS, VIRGEM, FUND. DAS IRMÃS DA ADORAÇÃO DO PRECIOSÍSSIMO SANGUE
por Larry Peterson

Este foi apenas o começo de uma vida entregue a Deus.

Maria de Mattias nasceu e foi batizada em 4 de fevereiro de 1805, na pequena cidade de Vallecorsa, a cerca de 80 quilômetros ao sul de Roma. O pai dela, Giovanni de Mattias, era de uma família importante da região e era bem-sucedido.

Maria foi a segunda de quatro filhos. Sua irmã Vincenza era 11 anos mais velha que ela, então elas não tinham muito em comum socialmente. Seus dois irmãos, Antonio e Michele, eram muitos anos mais novos.

Durante esse período, a turbulência política era constante em Vallecorsa. Muitos dos jovens locais eram membros de gangues e estavam continuamente invadindo e intimidando os moradores. Líderes de gangues planejavam sequestros porque crianças de famílias com dinheiro geralmente rendiam valiosos resgates. Maria, sendo de uma família com dinheiro, era alvo dos sequestradoras. Ela não saia de casa, a menos que fosse acompanhada pelo pai.

Maria era bastante vaidosa e gostava de apreciar sua imagem no espelho enquanto escovava seus longos cabelos loiros. No entanto, tudo mudou quando ela se aproximava dos 16 anos. Um dia, enquanto se arrumava, viu uma senhora olhando para ela de “dentro” do espelho. Maria ficou bastante assustada, e então a senhora disse: “Venha comigo”.

Maria começou a conversar com a senhora e pediu sua ajuda. Ela queria aprender a ler. Seu pai achava que as meninas não precisavam saber ler ou escrever. A senhora disse-lhe para não se preocupar e que ela a ajudaria. Logo, Maria conseguiu pegar cartas e colocá-las em palavras e, em pouco tempo, a jovem estava lendo. Com a ajuda celestial de uma senhora extraordinária, ela havia aprendido a ler.

Ela continuou, e logo estava lendo livros espirituais que a família tinha em casa. A senhora revelou-se como a Mãe Santíssima e, durante várias outras conversas, Maria percebeu que deveria dedicar sua vida a Deus. A única coisa que faltava para ela era descobrir como.

Durante a estação quaresmal de 1822, Gaspar del Bufalo (o fundador dos Missionários do Sangue Precioso) chegou à cidade com sua equipe missionária para pregar. A missão continuou por três semanas, e os missionários pregaram sobre morte, julgamento, punição, inferno, amor,  misericórdia e perdão de Deus.

Maria ouviu Gaspar pedir a seus ouvintes que imitassem Jesus, dando a vida pelos irmãos e irmãs que precisavam.

Quando a missão terminou, Maria de Mattias estava cheia de amor pelo próximo e  determinada a trazer conversão e salvação àqueles que Cristo amava.

Gaspar del Bufalo tinha um braço direito chamado John Merlini. Dois anos depois, Merlini foi a Vallecorsa para pregar a missão. Merlini e seus seguidores estavam ocupados, reunindo associações para meninas, mulheres, meninos, homens e padres. Maria sentiu-se atraída por esse homem, mas teve medo de se aproximar dele.

Finalmente, ela o fez, e eles se tornaram bons amigos. Merlini a colocou no comando das Filhas de Maria, a associação das meninas. Maria assumiu o comando, e mais e mais meninas começaram a vir à sua casa para conversar, estudar e rezar. Em pouco tempo, mulheres mais velhas estavam chegando à casa. A casa de Mattias havia se transformado em uma escola para jovens e idosos.

Em 4 de março de 1834, aos 29 anos, sob a orientação e ajuda de John Merlini, Maria fundou as Irmãs Adoradoras do Sangue de Cristo. A ordem foi estabelecida principalmente para ser uma ordem de ensino. Maria fez um voto público de castidade e John Merlini deu a ela um pequeno coração de ouro impresso com três gotas de sangue. Isso se tornou o símbolo da ordem, e até hoje um coração de prata com três pontos vermelhos é usado pelas irmãs em todo o mundo. O papa Pio IX deu a aprovação papal à Ordem em 1855, e John Merlini se tornou o diretor espiritual de Maria.

Hoje, mais de 2.000 irmãs continuam o trabalho de sua fundadora em países de todo o mundo, incluindo Brasil, Vietnã, Coréia do Sul, Estados Unidos, Bolívia, Guatemala e até Libéria, onde cinco das irmãs foram martirizadas em 1992.

Aleteia

 

S. BERNARDO, ABADE E DOUTOR DA IGREJA

S. Bernardo, Taddeo Crivelli
S. Bernardo, Taddeo Crivelli 
(Digital image courtesy of the Getty's Open Content Program)

Uma família de oração

Bernardo nasceu em 1090, em Fontaines, França, em uma família opulenta. Aos 22 anos, após ter estudado gramática e retórica, entrou para o Mosteiro fundado por Roberto de Molesmes, em Citeaux (em latim Cistercium, do qual deriva o nome de Cisterciense). Alguns anos depois, fundou o Mosteiro de Claraval (Clairvaux), junto com 12 companheiros, entre os quais, 4 irmãos, um tio e um primo. Pelo seu exemplo, muitos de seus parentes também escolheram a vida religiosa.

Jesus e Maria

Segundo o espírito de Bernardo, a vida monacal era constituída de trabalho, contemplação e oração, tendo como estrelas fixas Jesus e Maria. Para o Abade cisterciense, Cristo era o centro de tudo: “Para mim, nas discussões ou conversas, se não for pronunciado o nome de Jesus nada tem sentido” (Sermones super Cantica Canticorum, XV). Maria – escreve Bernardo – leva a Jesus: “Nos perigos, nas angústias, nas incertezas, deve-se elevar o pensamento a Maria, invocar Maria. Que ela jamais saia dos nossos lábios; jamais se separe do nosso coração; para obtermos a ajuda na oração, jamais devemos esquecer seu exemplo de vida. Se a seguirmos, não nos perderemos; se rezarmos a ela, não nos desesperaremos; se pensarmos nela, não erraremos...” (Homilia II super “Missus est”).

Os quatro degraus do amor

No seu escrito “De diligendo Deo”, Bernardo indica o caminho da humildade para atingir o amor de Deus; exorta a amar o Senhor sem limites. Para o monge Cisterciense, os degraus fundamentais do amor são quatro:

1 - O amor de si para si: “Primeiro, o homem ama-se a si mesmo; depois, vendo que sozinho não pode viver, começa a buscar a Deus por meio da fé”.

2 - O amor de Deus para si: “No segundo degrau, portanto, ame a Deus para si e não para Ele. Porém, deve começar a frequentar a Deus e a honrá-lo, segundo as próprias necessidades”.

3 - O amor de Deus por Deus: “A alma passa para o terceiro degrau, amando a Deus, não por si mesmo, mas por Ele. Neste degrau, se detém longamente; aliás, não sei se nesta vida seja possível chegar ao quarto degrau”.

4 - O amor de si por Deus: “Aquele amor em que o homem ama a si mesmo somente por Deus. Assim sendo, terá quase que esquecido admiravelmente a si mesmo; quase deixa a si mesmo para tender totalmente a Deus, a ponto de ser um só espírito com Ele”.

Bernardo e os Templários

Entre os escritos do Abade cisterciense há também um famoso elogio da Ordem monacal-militar dos Templários, fundada em 1119, por alguns Cavaleiros, sob a guia de Hugo de Payns, feudatário da região de Champanhe e parente de Bernardo. No seu “De laude novae militiae ad Milites Templi”, descreve assim os Cavaleiros do Templo: “São vestidos de modo simples e cobertos de pó; rosto queimado pelo sol e olhar orgulhoso e severo: antes da batalha, armam-se interiormente, com a força da fé. A sua única fé é a Deus”.

Doctor Mellifluus

Bernardo morreu em 20 de agosto de 1153. Papa Alexandre III o proclamou santo em 1174. Pio XII dedicou-lhe uma encíclica intitulada “Doctor Mellifluus”, na qual recorda, de modo particular, estas palavras de Bernardo: “Jesus é mel na boca, suave concerto aos ouvidos, júbilo ao coração”. “O Doutor melífluo, último dos Padres, mas não, certamente, inferior aos primeiros – escreveu o Pontífice – se destacou por seus dotes de mente e de espírito, aos quais Deus acrescentou abundantes dons celestes”.

Vatican News


 

quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Dos Sermões de Santo Agostinho, bispo


Santo Agostinho/Canção Nova

(Sermo Caillau-Saint-Yves 2,92: PLS 2,441-442)      (Séc.V)

Quem perseverar até o fim, esse será salvo

Qualquer angústia ou tribulação que sofremos é para nós aviso e também correção. As Sagradas Escrituras não nos prometem paz, segurança e repouso; o Evangelho não esconde as adversidades, os apertos, os escândalos; mas quem perseverar até o fim, esse será salvo (Mt 10,22). Que de bom teve jamais esta vida desde o primeiro homem, desde que mereceu a morte e recebeu a maldição, maldição de que Cristo Senhor nos libertou?

Não há então, irmãos, por que murmurar, como alguns deles murmuraram, como disse o Apóstolo, e pereceram pelas serpentes (1Cor 10,10). Que tormento novo sofre hoje o gênero humano que os antepassados já não tenham sofrido? ou quando saberemos nós que sofremos o mesmo que eles já sofreram? No entanto, encontras homens a murmurar contra seu tempo como se o tempo de nossos pais tivesse sido bom. Se pudessem retroceder até os tempos de seus avós, será que não murmurariam? Julgas bons os tempos passados porque já não são os teus, por isto são bons.

Se já foste liberto da maldição, se já crês no Filho de Deus, se já estás impregnado ou instruído das Sagradas Escrituras, admiro-me de que consideres bons os tempos de Adão. Esqueces que teus pais traziam consigo o mesmo Adão? Aquele Adão a quem foi dito: No suor de teu rosto comerás teu pão e lavrarás a terra donde foste tirado; germinarão para ti espinhos e abrolhos (cf. Gn 3,19 e 18). Mereceu isto, aceitou-o, como vindo do justo juízo de Deus. Por que então pensas que os tempos antigos foram melhores que os teus? Desde aquele Adão até o Adão de hoje, trabalho e suor, espinhos e cardos. Caiu sobre nós o dilúvio? Vieram os difíceis tempos de fome e de guerra,que foram escritos para não murmurarmos agora contra Deus?

Que tempos aqueles! Só de ouvir, só de ler, não nos horrorizamos todos? Mais razões temos para nos felicitar que para murmurar contra o nosso tempo.

 https://liturgiadashoras.online/

O que a Igreja Católica faz para ajudar mães estupradas e seus bebês?

POPE FRANCIS
OSSERVATORE ROMANO | AFP

Os muitos exemplos incluem redes internacionais de apoio, casas de acolhimento, acesso a cuidados médicos e psicológicos, reposicionamento profissional… Conheça 3 exemplos concretos no Brasil.

AIgreja Católica mantém uma vasta rede de obras de ajuda a mães desamparadas, inclusive vítimas de estupro, e, obviamente, aos seus filhos inocentes. Infelizmente, a existência desse trabalho é ignorada pela assim chamada “grande mídia” – que provavelmente não teria dificuldades em investigar e divulgar essas iniciativas caso tivesse real interesse.

Os muitos exemplos incluem redes internacionais de apoio, casas de acolhimento para gestantes, acesso a cuidados médicos e psicológicos, reposicionamento profissional, orfanatos para crianças cujos pais não estão presentes por uma grande gama de circunstâncias…

Separamos a seguir três exemplos no Brasil e um no Peru, para ficarmos apenas na América do Sul.

1 – Missão Católica Fiat Mihi (Campinas, Brasil)

missão fiat mihi
Missão Fiat Mihi

A expressão latina “Fiat mihi” (pronunciada “fíat míki“) significa “Faça-se em mim“. É a primeira parte da frase “Fiat mihi secundum verbum tuum“, ou seja, “Faça-se em mim segundo a tua palavra“, respondida por Nossa Senhora ao Arcanjo Gabriel quando ele veio lhe anunciar que ela conceberia o Filho de Deus. É a frase, portanto, com a qual Maria aceita a vontade de Deus com fé, esperança e amor.

Vem daí o nome de um apostolado católico nascido em Campinas, cidade do Estado brasileiro de São Paulo, com foco na cultura da vida e no fortalecimento da família: é a Missão Fiat Mihi, ou, simplesmente, Missão Fiat. Faça-se!

O apostolado realiza iniciativas de formação e sensibilização em temas ligados à sacralidade da vida humana e da família, bem como atividades de espiritualidade. E, indo além, também põe os ensinamentos em prática: uma das obras da missão consiste em acolher e amparar gestantes em risco de abortamento, defendendo alternativas que respeitem a vida. Este aspecto tem se tornado, de modo especial, uma das grandes características da Missão Fiat.

Ela abrange:

  • Atendimento e acompanhamento
  • Atendimentos a gestantes com risco de abortamento, através de contatos pessoais, telefônicos e/ou por mídias sociais.
  • Acompanhamento nos casos de desistência de aborto, auxiliando, orientando e assistindo a gestante desamparada e/ou em risco social.
  • Aconselhamento e acompanhamento pós-aborto, para mulheres que já praticaram o aborto e que hoje precisam de ajuda emocional e espiritual.
  • O público-alvo deste conjunto de iniciativas são as mulheres grávidas com intenção de abortar e/ou que já abortaram.

Casa de acolhida

  • Acolhimento a gestantes, mães e bebês.
  • Acompanhamento médico, psicológico, jurídico, espiritual.
  • Oficinas de artesanato.
  • Campanhas de doações de enxoval, fraldas, alimentos, leite etc.
  • O público-alvo desta iniciativa são mulheres que desistiram do aborto e precisam de amparo e acolhimento.

Saiba mais sobre a Missão Fiat no site do apostolado: http://missaofiat.com.br/

2 – Casa Pró-Vida Mãe Imaculada (Paraná, Brasil)

A Casa Pró-Vida Mãe Imaculada se dedica a atender mulheres grávidas em risco de aborto, oferecendo-lhes todo suporte, de acordo com a necessidade da mãe (podendo ser material, jurídico, médico e espiritual) e com o objetivo de salvar vidas. Além disso, a Casa também acolhe mulheres que já abortaram e necessitam de cura interior.

A Casa oferece ainda educação continua para formar divulgadores da cultura da vida (pró-vidas) e apoio às paróquias e outras instituições que tenham interesse em promover a conscientização da dignidade de toda pessoa humana e dos direitos inalienáveis que esta possui.

Site: https://casaprovidami.com.br/

3 – Casa de Amparo Pró-Vida São Frei Galvão (Baixada Fluminense, Brasil)

Maria das Dores Hipólito Pires, mais conhecida como Dóris Hipólito, levava uma vida relativamente confortável como professora de história e geografia. A direção da escola onde ela dava aulas lhe pediu que ajudasse algumas das meninas que estavam sofrendo as consequências devastadoras de terem abortado.

Courtesy-Image

Dóris juntou material pró-vida para tentar ajudar aquelas meninas e espalhou o material e a missão entre outros paroquianos. Pouco tempo depois, sentiu a moção interior de promover um rosário público no dia 13 de cada mês, ocasião em que também distribuía folhetos pró-vida. Com o apoio do bispo dom Werner Siebembrok e da Legião de Maria, o pequeno grupo formado por Dóris começou a ajudar, nas periferias e favelas, as mulheres que achavam que não tinham nenhuma alternativa a não ser abortar.

Embora o aborto seja ilegal na maioria dos casos no Brasil, existem muitas “clínicas” que os realizam ilegalmente na Baixada Fluminense, uma região com 3 milhões de cidadãos e com muitas carências sociais. Dóris vai até a porta dessas “clínicas” e tenta conversar com essas mães, muitas das quais são dependentes químicas e/ou estão sofrendo intensa pressão de terceiros para abortar. Ela as incentiva a ter os filhos, oferecendo-lhes apoio para continuarem a gravidez e, principalmente, para transformarem as suas vidas.

Anos atrás, Dóris deu um passo muito corajoso com o apoio da própria família: largar o emprego e passar a trabalhar em tempo integral por aquelas mulheres desesperadas. Em 2007, ela encontrou uma mulher sem-teto, grávida, com deficiências físicas e mentais, que vivia debaixo de um viaduto. Dóris alugou uma pequena casa para cuidar dela. Não demorou quase nada para que aparecesse na casa uma segunda mulher grávida também esmagada por necessidades extremas. E outra, e mais outra, e mais outra. Dóris então estabeleceu formalmente a Casa de Amparo Pró-Vida.

Além de manter um lugar seguro e cheio de carinho para cuidar dessas mulheres e dos seus filhos, Dóris ajudou a montar centros pró-vida em igrejas locais para que as mulheres grávidas contassem com mais assistência. Tanto nestes centros quanto na Casa de Amparo, as mulheres grávidas encontram formação profissional, atendimento médico e um lugar onde trabalhar e viver com dignidade, suprindo as necessidades dos bebês.

Muitas das mulheres que Dóris recebeu se tornaram voluntárias neste mesmo trabalho. A filha de uma das mulheres que ela ajudou há vinte anos é hoje voluntária no acolhimento e no cuidado de outras mulheres em situação de grande vulnerabilidade.

A pressão política vem aumentando muito no Brasil para que o aborto livre seja legalizado no país. Há grupos ideológicos que trabalham contra a ação pró-vida realizada por Dóris. Ela já recebeu telefonemas ameaçadores, inclusive com ameaças de morte. Uma mulher que foi inspecionar a Casa de Amparo viu as fotos das crianças que foram salvas do aborto e chegou a exclamar: “Esta casa nunca deveria ter existido!”.

Dóris e sua família sempre confiaram na Providência Divina para prover as suas necessidades e as de todas as pessoas atendidas na Casa de Amparo. Mesmo com todas as limitações e dificuldades, Dóris já testemunhou o triunfo da vida de milhares de crianças que fazem qualquer sacrifício valer toda a pena. Toda vez que as coisas ficaram particularmente difíceis, ela sempre recitou para si mesma: “Os poderosos podem me mostrar o seu poder, mas os bebês me mostram o paraíso”.

Mais informações: https://www.casadagestanteprovida.com/

4 – Irmãs Missionárias Paroquiais do Menino Jesus de Praga (Peru)

O Peru vem lidando há anos com estatísticas chocantes sobre gravidez precoce, e, no começo de 2018, mais um caso extremo voltou a escandalizar e comover a opinião pública no país: uma menina de 9 anos de idade deu à luz uma bebê que, além de sua filha, é também sua irmã.

Desde os 6 anos, a menina-mãe de Tacna, cidade localizada no extremo sul do Peru, sofria abusos sexuais perpetrados pelo pai – e acobertados pela mãe. Apesar da fragilidade do seu corpo, das fortes mudanças hormonais que suportou na gestação e do próprio trauma dos abusos padecidos, a menina-mãe de 9 anos amamentava com ternura a sua bebê de três quilos e meio, um fato que chamou a atenção dos médicos responsáveis pela cesárea.

A cesárea foi realizada no hospital regional Hipólito Unanue, de Tacna, cidade onde existe um abrigo mantido pela congregação católica das Irmãs Missionárias Paroquiais do Menino Jesus de Praga. Foram as freiras que ofereceram à menina-mãe o cuidado afetivo e psicológico de que ela precisava para lidar com a sua nova realidade.

As missionárias dão assistência a mães adolescentes nas cidades de Arequipa, Lima, Tarma e Tacna há quase 100 anos. A sua pastoral tem sido essencial para oferecer soluções ao drama das meninas-mães e o seu trabalho é tão importante e reconhecido que, em 2011, o Congresso Nacional peruano lhes prestou homenagem oficial.

Misioneras Parroquiales del Niño Jesus de Praga en Tacna Peru
Misioneras Parroquiales del Niño Jesus de Praga, Tacna, Peru

O desequilíbrio hormonal que leva à puberdade muito precoce está na base da explicação geral para as gravidezes em idades tão tenras (e difíceis de acreditar) quanto 9 anos de idade. E esses casos, indignantemente, são menos raros do que seria de supor-se: só no Peru, entre 2011 e 2016, foram 8 gravidezes confirmadas em meninas de 9 anos de idade. É possível, porém, que tenha havido outras nunca registradas.

O país andino tem estatísticas chocantes sobre maternidade infantil. A cada dia, pelo menos 4 meninas peruanas menores de 15 anos se tornam mães, de acordo com o Registro Nacional de Identificação e Estado Civil (RENIEC). Só em 2015, esse órgão do governo do país registrou 1.538 casos de mães que tinham entre 11 e 14 anos de idade. De 2011 a 2016, estes foram os números de meninas-mães no Peru:

  • 9 anos de idade: 8 casos
  • 10 anos de idade: 51 casos
  • 11 anos de idade: 182 casos
  • 12 anos de idade: 573 casos
  • 13 anos de idade: 2.323 casos
  • 14 anos de idade: 8.644 casos
  • Total: 11.781 casos

Pela idade, significa que absolutamente todas essas 11.781 meninas-mães foram estupradas. Entre as muitas perguntas que se impõem diante desse quadro, uma continua sendo particularmente clamorosa: onde estão os estupradores?

A resposta a esta pergunta também faz parte da resposta à verdadeira solução para o drama dos estupros. O aborto não apenas não resolve a raiz do problema: ele “simplifica” a sua perpetuação.

Aleteia Brasil 

1º Concílio Ecumênico de Constantinopla [ano 381] (Parte 1/4): Introdução

Concílio Ecumênico de Constantinopla I
Veritatis Splendor
  • Autor: Thomas Shahan
  • Fonte: The Catholic Encyclopedia (Vol. 4, Nova Iorque: Robert Appleton Company, 1908).
  • Tradução: Carlos Martins Nabeto

1º Concílio Ecumênico de Constantinopla (381 d.C.) (2º Concílio Geral)

Este Concílio foi convocado em maio de 381 pelo Imperador Teodósio para proporcionar uma sucessão católica para a Sé Patriarcal de Constantinopla, confirmar o Símbolo de Fé de Niceia, reconciliar os semi-arianos com a Igreja e acabar com a heresia macedoniana.

Originalmente era apenas um Concílio da Igreja do Oriente. São inválidos os argumentos de Cesare Barônio (ad an. 381, nºs. 19, 20) para provar que foi convocado pelo Papa São Dâmaso I (Hefele,Leclercq. “História dos Concílios”. Paris, 1908, 2,4). Estiveram presentes 150 Bispos católicos e 36 hereges (macedonianos e semi-arianos), e foi presidido por Melécio de Antioquia; e depois de sua morte, pelos patriarcas de Constantinipla sucessores: São Gregório de Nanzianzo e Nestório.

Sua primeira medida foi confirmar Gregório de Nanzianzo como Bispo de Constantinopla. As Atas deste Concílio desapareceram quase que totalmente; seus procedimentos são conhecidos principalmente pelas narrativas dos historiadores eclesiásticos Sócrates, Sozomeno e Teodoreto. Há boa razão para se crer que redigiu um tratado formal (tomo) sobre a doutrina católica da Trindade, e também contra o apolinarismo; este importante documento foi perdido, exceto o primeiro cânon do Concílio e seu famoso Credo (Niceno-Constantinopolitano). Este último é tradicionalmente tomado como uma ampliação do Credo de Niceia, com ênfase na divindade do Espírito Santo, no entanto, parece ter uma origem anterior, possivelmente composto por São Cirilo de Jerusalém (369-373), como uma expressão da fé desta igreja (cf. Bois), ainda que a sua adoção por este Concílio lhe tenha dado uma autoridade especial, quer como credo batismal, quer como fórmula teológica. Harnack (em “Realencyklopadie fur prot. Theol. und Kirche”, 3ª ed., 11,12-28), afirma, com base não muito convincente, que não foi senão após o Concílio de Calcedônia (451) que este Credo (isto é, a fórmula de Jerusalém com o acréscimo de Niceia) foi atribuído aos Padres desse Concílio. Em Calcedônia, certamente, foi recitado duas vezes e também aparece duas vezes nas Atas deste Concílio. Foi também lido e aceito no 6º Concílio Ecumênico, realizado em Constantinopla no ano 680. A antiquíssima versão latina do seu texto é devida a Dionísio o Exíguo (cf. Gian Domenico Mansi, Coll. Conc., 3,567).

Os gregos reconhecem sete cânones, mas as versões latinas mais antigas possuem apenas quatros, sendo que as outras três, provavelmente são adições posteriores (cf. Hefele):

  • O primeiro cânon é uma importante condenação dogmática de todas as sombras do arianismo, e também do macedonianismo e apolinarismo.
  • O segundo cânon renova a legislação de Niceia, impondo sobre os Bispos a observância dos limites diocesanos e patriarcais.
  • O famoso terceiro cânon declara que, sendo Constantinopla a Nova Roma, o Bispo dessa cidade deveria ter uma preeminência de honra após o Bispo da Velha Roma. Barônio manteve erroneamente a não autenticidade deste cânon, enquanto que alguns gregos da Idade Média mantiveram (uma tese igualmente errônea) que foi declarado ao Bispo da Cidade Real total igualdade com o Papa. A razão puramente humana da antiga autoridade de Roma sugeriu que este cânon nunca foi admitido pela Sé Apostólica, a qual sempre baseou sua supremacia na sucessão de São Pedro. Roma não reconheceu facilmente este injustificável reordenamento de dignidades entre os antigos patriarcados do Oriente: foi rejeitado pelos legado papais em Calcedônia; o Papa São Leão I (cf. Epístola 106, in P.L., 54,1003.1005) declarou que este cânon jamais fôra submetido à consideração da Sé Apostólica e era uma violação da ordem estabelecida em Niceia. [Apenas] no 8º Concílio Geral, em 869, os legados romanos reconheceram Constantinopla como como segunda em dignidade patriarcal (cf. Mansi, 16,174). Em 1215, no 4º Concílio do Latrão (cf. Mansi 22,991), isto foi formalmente admitido pelo novo Patriarca latino, e em 1439, no Concílio de Florença, pelo Patriarca grego (cf. Hefele-Leclercq, “História dos Concílios, 2,25-27). Os corretores romanos de Graciano (“at dist.”, 22,3; ano 1582) inseriram as palavras “canon hic ex iis est quos apostolica Romana sedes a principio et longo post tempore non recipit.”
  • O quarto cânon declara inválida a consagração de Máximo, o filósofo cínico, rival de São Gregório de Nanzianzo, como Bispo de Constantinopla.

Ao final deste Concílio, o Imperador Teodósio expediu um decreto imperial (30 de julho), declarando que as igrejas deveriam ser devolvidas àqueles Bispos que confessaram a igual divindade do Pai, do Filho e do Espírito Santo, e que tinham mantido a comunhão com Nestório de Constantinopla e outros importantes prelados orientais a quem mencionou.

O caráter ecumênico deste Concílio parece datar, entre os gregos, do Concílio de Calcedônia (451). Segundo Fócio (cf. Mansi, 3,596), o Papa Dâmaso I o aprovou; porém, se alguma parte deste Concílio foi aceita por este Papa, só pode ter sido o Credo acima mencionado. Na segunda metade do século V, os sucessores de Leão Magno guardam silêncio acerca deste Concílio. Sua menção no denominado “Decreto Gelasiano”, por volta do final do século V, não é original, mas um acréscimo posterior nesse texto (cf. Hefele). O Papa São Gregório I Magno, seguindo o exemplo dos Papas Vigílio e Pelágio II, o reconhece como um dos quatro Concílios Gerais, porém apenas nos seus pronunciamentos dogmáticos (cf. P.G., 77,468.893).

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FAMÍLIA, MANANCIAL DE VOCAÇÕES

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Por ser uma instituição natural que está alicerçada no amor de Deus, a família é chamada a tornar-se uma grande escola de formação vocacional, capaz de proceder unida no discernimento do chamado que o Altíssimo faz a cada um de seus membros, pois as vocações nascem e se desenvolvem no seio das famílias e devem ser acolhidas como preciosas bênçãos de Deus. Como seria bom se as famílias permanecessem juntas e fizessem do dia a dia do lar a melhor preparação para a cidadania, para o exercício do serviço desinteressado ao próximo e para a prática do amor caritativo!
A família deve se assumir, cada vez mais, como um manancial de vocações. O reto cumprimento da vocação matrimonial dos pais é o primeiro e o maior testemunho, para os filhos, de que o Matrimônio é uma instituição natural que Deus elevou à dignidade de sacramento.
É na família que os filhos aprendem a conjugar os verbos partilhar, respeitar, amar, servir, liderar e coordenar. Se na família os filhos aprendem a se engajar nos pequenos serviços do lar e a estar atentos às iniciativas que promovem o bem e a união de todos, seguramente nós teremos um maior número de pessoas – jovens e adultos, solteiros e casados – engajadas nas Pastorais e nos serviços de nossas Paróquias. Se nas famílias a liderança cristã for despertada e solidificada como um desafio para o constante aprendizado da arte do conviver, respeitando-se as diferenças, as limitações e as qualidades do outro, nós teremos em nossa sociedade excelentes lideranças que não pouparão esforços para a concretização do bem comum.
Visando o bem comum e a construção de um mundo novo, a família não pode poupar esforços na reta orientação e preparação dos filhos para o Matrimônio. Na família deve haver entre pais e filhos um diálogo fecundo sobre o real valor da sexualidade e a necessidade de se ser autêntico no namoro e no noivado, por serem preciosas fases de preparação para o casamento.
Os pais, ao ensinarem aos seus filhos, desde a tenra infância, como vencer os apelos e os vícios do mundo, por meio dos sacramentos, pela prática da oração e pela fuga das ocasiões de pecado, estão dando a eles o melhor curso de preparação para o Matrimônio, bem como um bem inestimável que os ajudará a serem pessoas fiéis e responsáveis. Em todos os momentos da vida, por poder contar com os sábios conselhos e a presença insubstituível de seus pais, os filhos adquirem a convicção de que a vida só faz sentido se entendida e vivida como uma vocação, um chamamento de Cristo.
A vocação da família é a de ser a primeira comunidade de evangelização que nós frequentamos, pois nela os irmãos mais velhos devem ser sempre os incentivadores da fé e da santidade dos irmãos mais novos. Os irmãos mais velhos devem ser sólidos exemplos de desapego, de humildade, de mansidão e de fraternidade. Neste sentido, eles devem acompanhar os seus irmãos mais novos no aprendizado das orações, na Catequese, no cumprimento dos deveres escolares e na saudável prática dos esportes, com o intuito de aprender com eles a arte do diálogo, da convivência, da compreensão e do respeito. Os irmãos mais velhos têm a grata responsabilidade de aconselhar aos irmãos mais novos, dizendo: “Irmãos, ocupai-vos com tudo o que é verdadeiro, respeitável, justo, puro, amável, honroso, tudo o que é virtude ou de qualquer modo mereça louvor. Assim o Deus da paz estará convosco”. (Fl 4, 8-9).
Na família, sem distinção de idade, todos podem e devem ser educados para o serviço e para o respeito aos que mais precisam de nossa ajuda, sobretudo os doentes e os idosos. Na família, em meio às alegrias e às tristezas ou em meio ao sucesso e às derrotas, todos, sem exceção, devem salmodiar: “Nunca faltarei à minha fidelidade!” (Sl 89,34).
A família deve educar e orientar para o acolhimento da vocação, seja ela qual for: matrimonial, sacerdotal ou religiosa, pois é na família que aprendemos a respeitar a liberdade alheia e a estar disponíveis para discernir os sinais vocacionais que Deus suscita continuamente.
Na família, o Evangelho de Cristo deve ser vivenciado nas orações em comum, na frequência aos sacramentos e na partilha dos desafios cotidianos. Desde antes de balbuciar as primeiras palavras, os filhos devem aprender com o testemunho dos pais que Deus é o nosso Pai bondoso, Justo e misericordioso, e que por ser amor, Ele reservou para nós uma vocação pessoal e específica. “Como primeira escola de vida e de fé, a família está chamada a educar as novas gerações nos valores humanos e cristãos, para que, orientando sua vida segundo o modelo de Cristo, moldem nelas uma personalidade harmônica”. (Carta convocatória do Papa Bento XVI para o VI Encontro Mundial das Famílias).
Vamos concluir, recorrendo à Virgem Santa Maria, a Nossa Senhora das Famílias, suplicando sua poderosa intercessão para que as nossas famílias, por meio de seu compromisso com a Boa Nova de Cristo e pelo seu caráter sagrado, sejam imensos mananciais de vocações, onde a cada novo dia ocorra uma nova floração de santidade. Doce Mãe, proteja e ampare a família, a fim de que cada família seja uma comunidade vocacional, de transmissão da fé, da esperança e da caridade e um especialíssimo lugar da formação humana e cristã. Nossa Senhora das Famílias, rogai por nós e pelas nossas famílias!

Aloísio Parreiras 

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF