Filipe Benício nasceu no ano de 1233 em Florença, Itália, de
nobre família. Com 13 anos foi estudar Medicina na Universidade de
Paris, e com 19 mudou-se para a Universidade de Pádua, formando-se em 1253 com
louvor em Filosofia e Medicina. Durante um ano, trabalhou como médico
em Florença.
Ao mesmo tempo, tendo sólida formação religiosa e devoção a
Maria Santíssima, frequentava a igreja do mosteiro da cidade, estudando
as Sagradas Escrituras com os religiosos. E em 1254 decidiu-se pela vida
religiosa, ingressando como irmão leigo na Ordem dos Servos de Maria
(Servitas) do Convento de Monte Senário. Ainda irmão leigo,
destacou-se pela retórica. Em 1258 ordenou-se sacerdote em Siena, assumindo
inúmeras responsabilidades na direção e na ordem do convento. Em 1262, foi
nomeado professor de noviços e vigário assistente do prior-geral.
Em 1267, foi eleito prior-geral da Ordem dos Servitas, por
voto unânime. Logo ordenou a evangelização na região da Cítia no leste europeu
(atualmente Ucrânia, na maior parte), enviando missionários. Pessoalmente
viajou por grande parte da Itália advertindo os pecadores para a penitência,
orientando os fiéis à obediência ao Papa, e intensificando a devoção à Nossa
Senhora. Promoveu também a reforma do estatuto da Ordem, de modo a que
se tornasse mendicante. Junto com Santa Juliana Falconeri fundou a Ordem
Terceira dos Servitas para as mulheres.
No conclave papal de 1269 seu nome foi indicado, mas ele,
por humildade, refugiou-se nas montanhas próximas de Viterbo, onde se
realizava a eleição, até que Gregório X (hoje Beato) foi eleito.
Em 1274 participou do Segundo Concílio Ecumênico de Lyon, e
em 1283 seguiu para a cidade de Forli, no norte da Itália, a pedido do
Papa, para pacificar as disputas entre os guelfos, partido que o apoiava, e os
guibelinos, partidários do imperador germânico. Ali foi agredido por
um exaltado guibelino, perdoando-o com doçura, o que levou à sua conversão,
entrada na vida religiosa e santificação: São Peregrino Laziosi.
São Filipe Benício faleceu em 22 de agosto de 1285, na
cidade de Todi, quando voltava para Roma. Foi o primeiro religioso
canonizado da Ordem dos Servitas, que sob sua direção conciliatória e talentosa
pregação expandiu-se rapidamente. É Padroeiro de Zamboanga do Norte, nas
Filipinas.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho
Reflexão:
“Benício” significa “homem bom”, “abençoado”, “aquele que
vai bem” ou “o que está sempre bem”. Para São Filipe Benício, cada uma destas
acepções tem uma correspondência prática de vida: foi um homem bom, que buscou
fazer da melhor maneira atividades corretas e de valor; foi abençoado com uma
santa vocação e as graças necessárias para vivê-la; pela sua devoção e
proximidade com Nossa Senhora, é aquele que vai bem no reto caminho, sem
desvios ou tropeços; e elevado à glória celeste, está sempre, infinitamente
bem. Vivendo na Ordem dos Servos de Maria, Ela é o foco e a fonte dos seus
trabalhos, sem qualquer prejuízo ou confusão para a adoração exclusiva a Deus.
A devoção a Maria é a melhor justamente porque Ela não faz outra coisa e não
tem outra missão senão a de nos conduzir, mais rápida, segura e eficientemente
ao Seu Filho, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade. E nada agrada mais a
Jesus do que o nosso amor a Ela. São Filipe Benício formou-se com louvor na
medicina das almas. Por isso propôs remédios universais que levam das chagas do
pecado à cura na santidade: a devoção à Nossa Senhora, único caminho para
Jesus, a sã obediência ao Papa, isto é, à Igreja regida pelo Espírito Santo,
com a correta Tradição, Doutrina, Liturgia e Magistério, e prevenindo a todos
nós, pecadores, da necessidade absoluta da penitência para ir para o Céu. Estes
remédios, ele os ministrou por meio da sua brilhante pregação e exemplo de
caridade. Tal receita, simples e completa, nos leva ao ideal de servitas do
Senhor.
Oração:
Deus Todo Poderoso, Criador e Rei do Universo, que fostes o
primeiro a, unicamente por infinito amor, querer servir às criaturas,
concedei-nos por intercessão de São Filipe Benício exaltadamente agredir o
pecado em nossas vidas, mas sempre perdoar com doçura os que pecarem, buscando
a conversão deles e principalmente a nossa própria; e que, refugiados das
tentações deste mundo na montanha das Vossas graças e bênçãos, fiquemos
Convosco conciliados no Paraíso. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora.
Amém.



frém nasceu em 306 em Nisibina ou em seus arredores (Mesopotâmia), Depois de ter estudado junto ao bispo daquela cidade, Jacob (Jaime) se converteu no animador de uma escola de doutrina, poesia e canto. Refugiou-se em Edesa no ano 367, por causa da ocupação persa de Nisibina, e nela prosseguiu suas atividades de ensinamento, unidas a composição de muitos escritos exegéticos, catequéticos e hinos em siríaco. Sua exuberância poética era tão grande e tal o gosto dos sírios pela poesia, que muitas homilias estão compostas em versos. Recebeu o título de "Profeta dos Sírios" e "Cítara do Espírito Santo" e a tradição se alegrou em engrandecê-lo, ao estilo dos dois primeiros apotegmas, atribuindo-lhe a concessão milagrosa dos carismas da palavra, da sabedoria e também das lágrimas. A respeito dele foi escrito que era tão natural vê-lo chorar como respirar. Levou, desde muito jovem, juntamente com outros, vida comum na castidade, pobreza e penitência e retiro, compatível, não obstante, com o ensinamento e a pregação. Foi ordenado diácono, mas não sabemos exatamente quando. Muitos são os escritos sobre a sua vida, mas lamentavelmente, mistura-se muitos elementos lendários. Várias fontes revelam que se ocupou com grande generosidade a assistência aos enfermos, famintos, dando sepultura aos mortos numa época de grande miséria. Seja verdadeira ou não esta informação, é de grande significado, pois a Tradição queria transmitir dele um perfil completo, não só como grande escritor e compositor de hinos, como também, a imagem de um diácono entregue ao serviço dos mais necessitados.







