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sábado, 22 de agosto de 2020

São Filipe Benício

São Filipe Benício (A12)
22 de agosto
País: Itália
São Filipe Benício

Filipe Benício nasceu no ano de 1233 em Florença, Itália, de nobre família. Com 13 anos foi estudar Medicina na Universidade de Paris, e com 19 mudou-se para a Universidade de Pádua, formando-se em 1253 com louvor em Filosofia e Medicina. Durante um ano, trabalhou como médico em Florença.

Ao mesmo tempo, tendo sólida formação religiosa e devoção a Maria Santíssima, frequentava a igreja do mosteiro da cidade, estudando as Sagradas Escrituras com os religiosos. E em 1254 decidiu-se pela vida religiosa, ingressando como irmão leigo na Ordem dos Servos de Maria (Servitas) do Convento de Monte Senário. Ainda irmão leigo, destacou-se pela retórica. Em 1258 ordenou-se sacerdote em Siena, assumindo inúmeras responsabilidades na direção e na ordem do convento. Em 1262, foi nomeado professor de noviços e vigário assistente do prior-geral.

Em 1267, foi eleito prior-geral da Ordem dos Servitas, por voto unânime. Logo ordenou a evangelização na região da Cítia no leste europeu (atualmente Ucrânia, na maior parte), enviando missionários. Pessoalmente viajou por grande parte da Itália advertindo os pecadores para a penitência, orientando os fiéis à obediência ao Papa, e intensificando a devoção à Nossa Senhora. Promoveu também a reforma do estatuto da Ordem, de modo a que se tornasse mendicante. Junto com Santa Juliana Falconeri fundou a Ordem Terceira dos Servitas para as mulheres.

No conclave papal de 1269 seu nome foi indicado, mas ele, por humildade, refugiou-se nas montanhas próximas de Viterbo, onde se realizava a eleição, até que Gregório X (hoje Beato) foi eleito.

Em 1274 participou do Segundo Concílio Ecumênico de Lyon, e em 1283 seguiu para a cidade de Forli, no norte da Itália, a pedido do Papa, para pacificar as disputas entre os guelfos, partido que o apoiava, e os guibelinos, partidários do imperador germânico. Ali foi agredido por um exaltado guibelino, perdoando-o com doçura, o que levou à sua conversão, entrada na vida religiosa e santificação: São Peregrino Laziosi.

 São Filipe Benício faleceu em 22 de agosto de 1285, na cidade de Todi, quando voltava para Roma. Foi o primeiro religioso canonizado da Ordem dos Servitas, que sob sua direção conciliatória e talentosa pregação expandiu-se rapidamente. É Padroeiro de Zamboanga do Norte, nas Filipinas.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

“Benício” significa “homem bom”, “abençoado”, “aquele que vai bem” ou “o que está sempre bem”. Para São Filipe Benício, cada uma destas acepções tem uma correspondência prática de vida: foi um homem bom, que buscou fazer da melhor maneira atividades corretas e de valor; foi abençoado com uma santa vocação e as graças necessárias para vivê-la; pela sua devoção e proximidade com Nossa Senhora, é aquele que vai bem no reto caminho, sem desvios ou tropeços; e elevado à glória celeste, está sempre, infinitamente bem. Vivendo na Ordem dos Servos de Maria, Ela é o foco e a fonte dos seus trabalhos, sem qualquer prejuízo ou confusão para a adoração exclusiva a Deus. A devoção a Maria é a melhor justamente porque Ela não faz outra coisa e não tem outra missão senão a de nos conduzir, mais rápida, segura e eficientemente ao Seu Filho, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade. E nada agrada mais a Jesus do que o nosso amor a Ela. São Filipe Benício formou-se com louvor na medicina das almas. Por isso propôs remédios universais que levam das chagas do pecado à cura na santidade: a devoção à Nossa Senhora, único caminho para Jesus, a sã obediência ao Papa, isto é, à Igreja regida pelo Espírito Santo, com a correta Tradição, Doutrina, Liturgia e Magistério, e prevenindo a todos nós, pecadores, da necessidade absoluta da penitência para ir para o Céu. Estes remédios, ele os ministrou por meio da sua brilhante pregação e exemplo de caridade. Tal receita, simples e completa, nos leva ao ideal de servitas do Senhor.

Oração:

Deus Todo Poderoso, Criador e Rei do Universo, que fostes o primeiro a, unicamente por infinito amor, querer servir às criaturas, concedei-nos por intercessão de São Filipe Benício exaltadamente agredir o pecado em nossas vidas, mas sempre perdoar com doçura os que pecarem, buscando a conversão deles e principalmente a nossa própria; e que, refugiados das tentações deste mundo na montanha das Vossas graças e bênçãos, fiquemos Convosco conciliados no Paraíso. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Guido Vidal França Schaffer, médico, surfista, seminarista e servo de Deus

Guido Schaffer: Um Surfista A Caminho dos Altares – Arquidiocese ...
Arquidiocese de Brasília

SÃO FRANCISCO CARIOCA

São Francisco carioca é o nome que era dado a Guido Vidal França Schaffer, médico do corpo e da alma, surfista e seminarista cuja vida, apesar de breve, é rica de ensinamentos. Guido era, em diversos aspectos, um típico jovem carioca da zona sul: saía com os amigos para jogar futebol, surfar, gostava de subir montanhas, trabalhava e frequentava a faculdade. De onde vem, então, o nome São Francisco carioca?

Vem da expressão do serviço aos pobres, pois Guido, impulsionado pelo testemunho da vida de São Francisco de Assis, ouviu o chamado de Deus para mergulhar em águas mais profundas, passando assim a enxergar em sua prancha de surf uma oportunidade de apostolado junto aos jovens surfistas e no cuidado dos pobres um convite a passar pelo mundo fazendo o bem.

Guido deixou-se guiar pela lógica do Evangelho e, por isso, ele demonstrava um profundo amor pelos doentes, os marginalizados e os mais necessitados, ensinando-nos que amar é acolher, é sofrer pelo outro, é ter compaixão, é fazer nossa a dor de quem está enfermo.

No exercício da medicina, Guido se dedicava a todos os enfermos que cruzavam os seus caminhos, mesmo aqueles que não tinham como pagar o tratamento. Ele era clínico geral na Santa Casa da Misericórdia no Rio de Janeiro. Ali, ele se dedicou à Pastoral da Saúde. Mas, como o tempo de quem serve a Deus é sempre mais largo do que o tempo dos egoístas, Guido também trabalhou como voluntário na obra das irmãs missionárias da caridade no atendimento às pessoas em situação de rua.

Em suas consultas, ele era sempre atencioso e tratava os doentes com zelo, atenção e caridade. Desse modo, não se limitava a apenas falar das dores ou enfermidades dos pacientes, pois gostava de ouvi-los falar de suas famílias, das coisas do dia a dia e da vivência da fé, evidenciando assim que cuidava não só do corpo, mas, principalmente, da alma.

Por ter sido transformado pelo amor de nosso Redentor, Guido não esperava os doentes chegarem ao hospital, pois sabia que, para muitos deles, uma consulta médica era algo difícil de ser realizado e, por isso, o seu ambulatório eram as ruas, os viadutos e todos os lugares da cidade onde encontrasse uma pessoa necessitando de cuidados médicos.

Encontrar doentes sem assistência era para Guido um sinal de que Deus queria que ele fosse o bom samaritano que iria acolhê-los com misericórdia. Dessa maneira, o seu serviço como médico era voltado para o próprio Cristo, escondido sob o rosto dos pobres. Aos médicos que trabalhavam com ele, Guido gostava de afirmar: “É preciso abastecer o espírito através da oração para que a área da saúde seja renovada”.

Além do serviço da medicina, Guido sempre organizava com outros jovens de sua Paróquia algumas oportunidades para encontrar os pobres nas ruas do Rio de Janeiro. Eles levavam um lanche, remédios, roupas e calçados, sobretudo nos dias de frio, e uma certeza em seus corações: quem precisa de ajuda, quem tem fome, sede, frio e está enfermo não pode esperar. Nesse serviço social, a ajuda material era vital, mas Guido e os demais jovens levavam muito mais do que o pão, pois eles ofereciam acolhimento, escuta e, acima de tudo, o amor de Jesus Cristo.

Quando se encontrava com os pobres, os excluídos e os enfermos e prestava-lhes o auxílio necessário, de algum modo, Guido ouvia o Cristo lhe dizer: “Todas as vezes que fizestes isso a um dos menores de meus irmãos, foi a Mim que o fizestes!”. Por sua vez, sempre que julgava que estava fazendo muito pouco para o advento do Reino de Deus, em oração, Guido dizia ao Senhor: “Eu, ainda, não sei te amar como Francisco te amou!”

Por todo o cuidado, carinho e tratamento dedicados aos pobres e aos enfermos, Guido era considerado o São Francisco carioca, o jovem da zona sul que poderia ter permanecido na comodidade de sua casa e de seu bairro, mas, por amor a Deus, ele preferiu percorrer as periferias do Rio de Janeiro para se encontrar com os excluídos. Agindo assim, Guido conquistou a simpatia e o coração de outros jovens, de diversos médicos, dos pobres e dos enfermos que perceberam que as suas palavras e ações eram simples, mas, ao mesmo tempo, repletas de determinação e de sinais de caridade. Quando era questionado de onde nascia o seu amor pelos pobres, ele afirmava: “De um coração adorador que nasce o amor aos pobres!”

O jovem médico também era um surfista. O mar era uma das suas paixões. E foi no mar, no dia 1º de maio de 2009, com apenas 34 anos e faltando um ano para sua ordenação sacerdotal, que Guido morreu fazendo o que amava: o surfe. Ele foi vítima de um afogamento, enquanto surfava na praia da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Na Missa de corpo presente de Guido Schaffer, Dom Orani João Tempesta, Arcebispo do Rio de Janeiro, estendeu uma estola sobre o corpo de Guido e disse: “Tu não foste sacerdote aqui na terra, mas serás no céu!”.

O processo de beatificação de Guido Schaffer está em andamento e, em breve, Guido poderá ser elevado à honra dos altares.  Diante das necessidades dos pobres, Guido nos ensina a rezar: “Libertai-me, Senhor, do meu egoísmo e da minha indiferença pelo sofrimento do meu semelhante!”.

Guido, ensinai-nos a servir aos pobres com a certeza de que eles são o tesouro da Igreja! Guido, hoje, contemplando a sua vida, exemplo e testemunho, nós podemos afirmar: “Os que instruírem a muitos para a justiça, brilharão como as estrelas sempre e eternamente!”. (Dn 12,3).

Aloísio Parreiras

Arquidiocese de Brasília 

ORDENAÇÃO SACERDOTAL 2020

Na manhã ensolarada de sábado (15/8), às 10h, foi realizada a Cerimônia de Ordenação sacerdotal de 13 jovens que aceitaram o chamado para a servir ao Cristo, deixando de lado suas famílias e se doando para viver a vocação sacerdotal.

Com restrição de público e seguindo todos os protocolos de prevenção para conter o contágio da COVID-19, cerimônia realizada no Santuário do Menino Jesus em Brasilândia. A missa foi presidida pelo Administrador Apostólico da Arquidiocese de Brasília, Dom José Aparecido, concelebrada pelo bispo auxiliar Dom Marcony Ferreira e Monsenhor Geovanni, seminaristas, padres e alguns familiares dos ordenantes.  A animação ficou por conta da banda Maranata e da banda do Seminário Redemptoris Mater.

Aos que não puderam estar presentes, a missa foi transmitida ao vivo pelas redes sociais da Arquidiocese de Brasília, rádio Nova Aliança, TV e rádio Canção Nova Brasília.

Ao contrário das celebrações cotidianas, a cerimônia presbiteral consta com algumas etapas específicas descritas no“ Pontificale Romanum”, são elas: eleição do candidato; homilia;  Proposito do eleito; ladainha; imposição das mãos e prece de ordenação; unção das mãos e entrega do Cálice e da Patena.

Os ordenados  são ::

Seminário Nossa Senhora Aparecida:

Pe. André Marinho de Souza

Pe. Felipe Ferreira de Souza

Pe. Gustavo Santana Xavier Costa

Pe. Lucas Carvalho de Medeiros

Pe. Silas César dos Reis

Pe. Thaisson da Silva Santarém

 

Seminário Redemptoris Mater:

Pe. Daniel campos Sevillano

Pe.  Danny Miguel Cuenca Cajamarca

Pe. Jesus Enrique Sterling Achipi

Pe. Lucas da Silva Mariano Meneses

Pe. Paulo Henrique Ribeiro dos Santos

Pe. Pawel Sobczak

Pe. Rafael Enrique Macedo

Em sua homilia, Dom José Aparecido destaca o compromisso do presbítero com a igreja, com o povo e com o Cristo, a felicidade do padre “está no ato de servir, na sua amizade íntima com o Cristo, pois é através dessa intimidade com o Senhor que o sacerdote deixa de ser servo e passa a ser amigo, amigo de Cristo. Como amigos do Senhor, os sacerdotes se tornam capazes de partilhar a alegria da Palavra, a beleza da comunhão; sem a intimidade com o Cristo o sacerdote não será capaz de ser fiel no seu ‘servir’, a felicidade do padre não está longe da Cruz, não está na realização humana e sim está na bem-aventurança celeste. O ministério sacerdotal é eterno, pois o padre é indispensável para o plano da Salvação e ele está presente em todas as etapas da vida humana”

Ainda em sua homilia, Dom Aparecido deseja aos novos padres que “a Virgem Maria os acompanhe sempre”.

Nos agradecimentos, o sacerdote eleito, Rafael Enrique, agradeceu a todos que se uniram para o êxito da celebração (imprensa, padres, amigos, formadores, etc..).Em seguida, Pe. João Périos agradece as pastorais, aos organizadores, os padres e a Dom Marcony, Dom José Aparecido, aos reitores, o clero, a imprensa e a todos os presentes.

Dom José Aparecido encerrou com a oração para a eleição do novo arcebispo de Brasília e com a Benção Apostólica.

Link para ver a celebração: https://youtu.be/dP8s2ofEvw4

Texto: Alessandra Gomes

Fotos: Pascom Brasília 

Arquidiocese de Brasília

HAGIOGRAFIA: Santo Efrén, o Sírio

História de Santo Efrém - Santos e Ícones Católicos - Cruz Terra Santa
Cruz da Terra Santa

Santo Efrén, o Sírio

frém nasceu em 306 em Nisibina ou em seus arredores (Mesopotâmia), Depois de ter estudado junto ao bispo daquela cidade, Jacob (Jaime) se converteu no animador de uma escola de doutrina, poesia e canto. Refugiou-se em Edesa no ano 367, por causa da ocupação persa de Nisibina, e nela prosseguiu suas atividades de ensinamento, unidas a composição de muitos escritos exegéticos, catequéticos e hinos em siríaco. Sua exuberância poética era tão grande e tal o gosto dos sírios pela poesia, que muitas homilias estão compostas em versos. Recebeu o título de "Profeta dos Sírios" e "Cítara do Espírito Santo" e a tradição se alegrou em engrandecê-lo, ao estilo dos dois primeiros apotegmas, atribuindo-lhe a concessão milagrosa dos carismas da palavra, da sabedoria e também das lágrimas. A respeito dele foi escrito que era tão natural vê-lo chorar como respirar. Levou, desde muito jovem, juntamente com outros, vida comum na castidade, pobreza e penitência e retiro, compatível, não obstante, com o ensinamento e a pregação. Foi ordenado diácono, mas não sabemos exatamente quando. Muitos são os escritos sobre a sua vida, mas lamentavelmente, mistura-se muitos elementos lendários. Várias fontes revelam que se ocupou com grande generosidade a assistência aos enfermos, famintos, dando sepultura aos mortos numa época de grande miséria. Seja verdadeira ou não esta informação, é de grande significado, pois a Tradição queria transmitir dele um perfil completo, não só como grande escritor e compositor de hinos, como também, a imagem de um diácono entregue ao serviço dos mais necessitados.

 

Morreu no ano 373, sendo tão venerado que rapidamente seus hinos e outros escritos foram introduzidos nas celebrações litúrgicas. Seus escritos foram traduzidos para o grego e latim e, com adaptações, introduzidos em muitíssimas recopilações; sob o impulso do grande, ainda que ingênuo, entusiasmo e amor que se lhe professava, atribuíram-lhe falsamente muitas obras que não o pertenciam.

A grandeza de Santo Efrém chegou ao seu ponto mais elevado nos cantos de louvor à Mãe de Deus. Faltava ainda muito tempo para o Concílio de Éfeso e já o pensamento de Efrém sobre ela havia adquirido um grande desenvolvimento e aprofundamento. Nela contempla e celebra a extraordinária beleza e vê refulgir nela, mediante uma co-participação extremamente contínua e privilegiada, a conformidade com Cristo: o Senhor e sua Mãe são os únicos seres perfeitamente belos neste mundo contaminado; na Senhora, resplandece uma semelhança com Deus única e excepcional. Estes pensamentos são expressados de maneira repetida por Efrém, sobretudo nos Hinos para a Natividade.

O padre Efrém teve, quando criança, um sonho ou uma visão: saía uma videira de sua boca e crescia e enchia toda terra; e estava completamente cheia de ramos; e vieram todos os pássaros do céu e comeram do fruto da videira. Mas, quanto mais comiam, mais se multiplicavam os frutos.

Outra vez, um dos santos teve esta visão: um exército de anjos descia do céu por ordem de Deus e levava um rolo na mão, ou seja, um volume escrito de ambos os lados. E se perguntavam: "a quem devemos confiá-lo?" Uns diziam: "a este"; outros diziam: "a este outro"; finalmente, se decidiram e disseram: "verdadeiramente são santos e dignos, mas a ninguém pode ser confiado este livro senão a Efrém". Logo viu o ancião que entregavam o volume a Efrém; ... Ao amanhecer, quando se levantou, ouviu como um fonte que brotava da boca de Efrém, enquanto compunha, e soube assim que provinha do Espírito Santo o que saía de seus lábios.

Um dia, enquanto Efrém passeava pelo caminho, surgiu uma meretriz de emboscada para seduzi-lo ou, ao menos, para provocá-lo, posto que ninguém o havia visto jamais preso pela ira. Ele a disse: "segue-me". Quando chegaram a um lugar muito movimentado, disse-lhe: "faz o que queres aqui, neste lugar". Mas ela, vendo a multidão disse: "como podemos fazer diante desta grande multidão sem sentir vergonha?" E ele respondeu: "se nos envergonhamos diante das pessoas, tanto mais deveríamos nos envergonhar diante de Deus que escuta no segredo das trevas. E ela, cheia de vergonha, afastou-se sem ter realizado o que pretendia.


FONTE:

Vita e Detti dei Padri del Deserto, Cittá Nuova Editricci, Roma, 1990.


ECCLESIA 

Provas científicas: embrião se comunica com mãe desde primeiros instantes de vida

Aleteia
por Observatório de Bioética

O corpo materno se prepara para recebê-lo – coisa que não aconteceria se ele fosse um mero “aglomerado de células”.

Um tema crucial para a bioética é o “estatuto biológico do embrião humano”, ou seja, as provas de que o embrião humano é um ser biológico da nossa espécie e não um simples aglomerado informe de células, já que este fato é fundamental para a afirmação de que qualquer técnica que leve à sua destruição é bioeticamente inaceitável.

Um argumento em defesa desta tese é o “diálogo entre o embrião e sua mãe”, isto é, a comunicação biológica estabelecida entre o filho e a mãe desde a passagem do embrião pela trompa de Falópio até a sua implantação no útero materno.

O fato de o embrião humano estabelecer esse dialogo biológico com o endométrio uterino é uma prova sólida de que ele não é um mero “aglomerado celular”, mas um ser vivo da nossa espécie.

Diálogo materno fetal

E em que consiste esse diálogo?

Durante a sua passagem pela trompa de Falópio e a sua implantação no endométrio materno, o embrião produz e segrega uma série de compostos bioquímicos que agem sobre o endométrio para facilitar a implantação; é como se o embrião avisasse à sua mãe de que está chegando ao lugar de aninhamento em seu útero para que ela se prepare, adequando o entorno em que o filho vai se implantar.

Por sua vez, o endométrio materno produz e segrega outros compostos no fluido endometrial em que o embrião está imerso, os quais são fundamentais para a sua implantação.

Nesse diálogo materno fetal também ocorre outro fato biológico: a diminuição da atividade imunológica da mãe para facilitar a implantação do filho, o que igualmente destaca a natureza de ser vivo organizado do embrião.

O embrião é um ente biológico “estranho” à mãe, pois a metade do seu conteúdo genético procede do pai: portanto, ele poderia ser rejeitado pelo sistema imunológico materno. É justamente para evitar isto que a mãe reduz a sua atividade imunológica, facilitando assim a implantação do filho (imunidade materno-fetal).

Um artigo publicado em 2015 no periódico científico “Development” (142; 3210-3221, 2015 ) despertou grande atenção por comprovar que os elementos incluídos no fluido secretado pelo endométrio materno, que embebe o filho durante o seu processo de implantação, podem modificar a expressão gênica do filho.

Esta constatação tem importantes consequências biomédicas e bioéticas. Do ponto de vista biomédico, esta inter-relação genética poderia aumentar o risco de que o filho sofresse de algumas doenças, como diabetes de tipo 2, ou de condições biológicas capazes de aumentar riscos como o da obesidade.

Esta inter-relação entre mãe e filho poderia também ocorrer na fecundação in vitro quando se utilizam óvulos doados, ou seja, que não são da mãe, ou quando se recorre à chamada “mãe de aluguel”.

No primeiro cenário, poderia ser modificada a expressão gênica do filho pela influência das mensagens maternas; isto quer dizer que seria incorporada ao genoma do filho uma informação procedente do endométrio materno. Assim, de alguma forma e muito parcialmente, chegaria a constituir-se um embrião modificado geneticamente pela influência da mãe biológica.

No caso das mães de aluguel, elas também poderiam influenciar o genoma do filho, o que significa que poderiam estabelecer-se laços biológicos com o filho gestado, indo-se além dos laços que a própria gravidez propicia. Portanto, com a mãe modificando a expressão do genoma do filho, a sua relação se intensificaria substancialmente e este fato poderia criar mais problemas biológicos e sociológicos do que hoje se pensa a propósito dessas práticas.

Justo Aznar e Julio Tudelado Observatório de Bioética da Universidade Católica de Valência, Espanha.

Aleteia

 

Questões sobre o Batismo (Parte 3/12): Será a água a única matéria do Batismo?

Apologética
Veritatis Splendor
  • Autor: São Tomás de Aquino
  • Fonte: Suma Teológica, Parte III, Questão 66
  • Tradução: Dercio Antonio Paganini

Objeção 1 – Parece que a água não é propriamente a matéria do Batismo, pois no Batismo, de acordo com Dionísio (Ecl. Hier, V), e Damasceno (De Fide Orth. IV), existe um poder de iluminação. Mas essa iluminação é uma característica especial do fogo. Todavia, o Batismo pode ser conferido com fogo em vez de água e, além do mais, enquanto João Batista disse enquanto profetizava o Batismo de Cristo (Mt. 3-11): “Ele irá batizá-Lo no Espirito Santo e pelo fogo…”

Objeção 2 – Entretanto, a eliminação dos pecados pelo lavamento está contida no Batismo, mas muitas outras coisas além da água é utilizada no lavamento, tais como, vinho, óleo, sal etc. Assim sendo, o Batismo pode ser conferido também com essas substâncias, e consequentemente a água não é a única matéria do Batismo.

Objeção 3 – Sabe-se que os Sacramentos da Igreja apareceram ao lado de Cristo pendurado na cruz, como afirmado anteriormente (perg. 62, art. 5), mas não apenas a água apareceu, mas também o sangue, e assim pode-se pressupor que o Batismo pode também ser aplicado com sangue, e isto significa que assim teremos uma maior afirmação do efeito do Batismo pois está escrito (Ap 1-5): “(Quem) lavou-nos de nossos pecados pelo Seu sangue…”

Objeção 4 – Santo Augustinho (cf. Orações Principais, IV-3) e Bede (Exposit. In Lc. III-21) dizem: Cristo pelo “toque de Sua mais pura matéria dotou as águas com uma virtude regeneradora e limpadora… “, mas todas as águas não estão conectadas com as águas do Rio Jordão, o qual foi tocado pelo corpo de Cristo; consequentemente, parece que o Batismo não pode ser conferido com qualquer água, e portanto, por isto, a água não é a única substância do Batismo.

Objeção 5 – Se a água como tal fosse a única matéria do Batismo, não seria necessário fazer nada à água antes de utilizá-la para um Batismo; mas, em Batismos solenes, a água utilizada é exorcizada e abençoada. Assim sendo, temos a impressão que a água como tal, não é a única matéria do Batismo.

Ao contrário, nosso Senhor diz (João 3-5): “Se as pessoas não renascerem pela água e pelo Espírito Santo, elas não poderão entrar no reino de Deus”.

Eu respondo que: Por Divina instituição, a água é a única substância do Batismo, pelas seguintes razões:

Primeiro, pela razão da verdade natural do Batismo, que é uma regeneração à vida espiritual, e isto responde à natureza da água em um grau especial: uma vez que as sementes, das quais provêm todas as coisas vivas, como pessoas, plantas e animais, são umedecidas e semelhantes à água. Por esta razão, alguns filósofos sustentam que a água é o princípio de todas as coisas.

Segundo, com vistas aos efeitos do Batismo, ao qual corresponde as propriedades da água, pelo motivo de sua umidade, ela limpa, e então ela adequadamente causa a limpeza dos pecados. Pelo motivo de sua baixa temperatura, ela tempera o calor supérfluo, enquanto certamente mitiga a conseqüência da sede. Pelo motivo de sua transparência, ela é suscetível á luz, daí sua adaptabilidade ao Batismo como “Sacramento de Fé”.

Terceiro, em virtude de a água ser apropriada para o significado dos mistérios de Cristo, pelos quais nós somos justificados, como diz Crisóstomo (Hom. XXV em João) em João 3-5: ‘Se as pessoas não renascerem…” e “Quando nós mergulhamos nossas cabeças sob a água como uma espécie de túmulo, nosso velho corpo fica enterrado, e submerso, e oculto, e então ele levanta novamente e é renovado”.

Quarto, como a água é universal e abundante, sua matéria está disponível para nossa necessidade deste sacramento, pois pode ser encontrada em qualquer parte.

Réplica à Objeção 1: O fogo ilumina ativamente, mas quem é batizado não pode vir a ser um luminoso, mas é abrilhantado pela fé, que “chega pela audição” (Rm 10,17). Consequentemente a água é muito mais apropriada que o fogo para o Batismo.

Mas quando encontramos uma citação como “Ele o batizará no Espirito Santo e no fogo”, podemos entender o fogo, como diz Jerônimo (In Mat. II), querendo dizer o próprio Espírito Santo, O Qual aparece sobre os discípulos sob a forma de línguas de fogo (At 2-3). Ou também podemos entender o significado de tribulação, como diz Crisóstomo (Hom. III in Mt.): “devido às tribulações, os pecados são lavados”. Ou ainda, como diz Hilário (Super Mat. II) que “quando nós somos batizados no Espírito Santo” nós também ficamos “perfeitos pelo julgamento do fogo”.

Réplica à Objeção 2: Vinho e óleo não são comumente utilizados para lavar como a água, bem como não o fazem eficientemente; em vez disso, se objetos são lavados por eles, ficam com o cheiro característico, que não é o caso da água. Além disso, eles não são tão universais e abundantes como a água.

Réplica à Objeção 3: A água saiu do lado de Cristo para nos purificar e o sangue para nos redimir. Entretanto o sangue pertence ao sacramento da Eucaristia, enquanto a água pertence ao Batismo. Assim sendo, o Batismo recebe a virtude de sua força do poder do sangue de Cristo.

Réplica à Objeção 4: O poder de Cristo foi colocado em todas as águas, não porque elas estivessem interligadas, porém pela sua espécie, como diz Santo Agostinho em um sermão da Epifania (App. Serm. CXXXV): “A benção que se seguiu após o Batismo do Salvador, como um rio místico, aumentou o curso de todas as correntes e preencheu os canais de todas as primaveras”.

Réplica à Objeção 5: A benção da água não é essencial ao Batismo, mas faz parte de uma certa solenidade, por meio da qual a devoção do fiel é estimulada e a astúcia do demônio é obstruída com o impedimento provocado pelo efeito batismal.

Veritatis Splendor

Carta original de Dom Bosco foi encontrada no Brasil

Carta enviada por Dom Bosco / Foto: ANS

RECIFE, 21 ago. 20 / 08:44 am (ACI).- Uma carta original escrita por São João Bosco, datada de 1885, foi encontrada no Arquivo da Inspetoria de Recife (PE) e se soma a outras relíquias do fundador dos Salesianos.

De acordo com a Agência de Notícia Salesiana (ANS), no Capítulo Geral 28, o Inspetor da Inspetoria Salesiana do Brasil-Recife (BRE), Pe. Nivaldo Luiz Pessinatti havia manifestado o desejo de se dedicar ao Arquivo Inspetorial, deixado com cuidado e organização pelo salesiano Irmão Robério Moraes Ramos, falecido em 24 de fevereiro deste ano.

Neste arquivo, encontrou entre os documentos e fotografias uma carta original de Dom Bosco, escrita em 30 de setembro de 1885, endereçada a Pe. Giordano.

A missiva, que está guardada em um relicário, também está transcrita nas Memórias Biográficas de Dom Bosco (Volume XVII, Cap. XXII, p. 622).

De acordo com a Inspetoria do Recife, “esta relíquia se soma a outras relíquias extraordinárias que nossa Inspetoria conserva com singular afeto: um cálice e uma patena usados ​​por Dom Bosco, símbolos da primeira fonte de toda a sua atividade educativa; uma estola sacerdotal, sinal da sua vocação e santidade vivida até ao último respiro em favor dos jovens; e, agora, a carta que revela o empenho missionário de sua obra que chegou até nós pela divina providência”.

Na carta, São João Bosco fala sobre o apostolado salesiano no Brasil e incentiva Pe. Giordano a buscar vocações.

“Deverá, portanto, trabalhar muito para buscar companheiros e achar vocações”, escreve Dom Bosco e acrescenta em seguida: “Nos próximos exercícios ou em outras ocasiões em que você puder falar com nossos coirmãos, pode dizer-lhes que fui informado de que a messe é grande, mas pequeno o número dos trabalhadores; entretanto, nós rezaremos, e a ajuda de Deus não deixará de mandar quantos forem necessários”.

A seguir, a íntegra da carta de Dom Bosco:

Caríssimo P. Giordano,

É com grande prazer que eu seus companheiros recebemos suas cartas e as lemos durante estes exercícios espirituais. Seus escritos serão sempre bem-vindos quando no-los enviar.

Certamente V. deve estar passando por muitas dificuldades, especialmente no início de uma missão tão extensa quanto a de São Paulo, não é verdade?

Deverá, portanto, trabalhar muito para buscar companheiros e achar vocações. Asseguram-me que estas ali são muito poucas; por isso, se conseguir descobrir alguma, deverá fazer todo o esforço e toda despesa que nos seja possível para que se realize.

Nós aqui temos muitas; todavia, se pudesse mandar-me mesmo que fossem algumas centenas nos agradaria; procuraríamos prepará-las e reexpedi-las, para ajudá-lo nas missões até ao Mato Grosso.

Nos próximos exercícios ou em outras ocasiões em que você puder falar com nossos coirmãos, pode dizer-lhes que fui informado de que a messe é grande, mas pequeno o número dos trabalhadores; entretanto, nós rezaremos, e a ajuda de Deus não deixará de mandar quantos forem necessários.

Estou aqui em S. Benigno com 160 noviços que se preparam para fazer os votos. Os pregadores são o P. Francesia e o P. Lemoyne, que repetidamente falam de você e de seus colegas.

O mesmo número teve o retiro anterior, mas esses são pré-noviços que na próxima semana começarão seu noviciado regular.

Adeus, meu sempre querido P. Giordano. Cuide bem de sua saúde. Deus o abençoe e aos nossos Irmãos que trabalham consigo e ganham muitas almas para o céu. Saúde a todos por mim e diga-lhes que todos os dias na Santa Missa peço a Jesus e a Maria para que nos ajudem a salvar muitas almas e sejamos todos um dia felizes no tempo e na bendita eternidade. Amém.

Todos os nossos Coirmãos o saúdam e rezam por você. Vocês por sua vez rezem incessantemente pelo Seu

S.Benigno, 30 de setembro de 1885.

Seu afeiçoadíssimo amigo em J. C.

Sac. GIO. BOSCO

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8 dados curiosos sobre a vida do Papa São Pio X

REDAÇÃO CENTRAL, 21 ago. 20 / 06:00 am (ACI).- Nesta sexta-feira, 21 de agosto, a igreja celebra a festa de São Pio X, um Papa recordado por suas demonstrações de humildade e caridade com os mais necessitados, seu firme desejo por manter a sã doutrina da Igreja ante o erro do modernismo e por aplicar importantes reformas.

“A doutrina católica nos ensina que o primeiro dever da caridade não está na tolerância das convicções errôneas, por sinceras que sejam , nem da indiferença teórica e prática pelo erro ou o vício, em que vemos mergulhados nossos irmãos, mas no zelo pela sua restauração intelectual e moral, não menos que por seu bem-estar material”, escreveu São Pio X em sua encíclica Notre Charge Apostolique.

A seguir, apresentamos 8 dados sobre a vida deste santo Papa da Igreja:

1. Criou uma “rede espiã interna”

“São Pio X, diante de algumas tendências que se manifestaram no âmbito teológico, no final do século XIX e no início do século XX, interveio com determinação, condenando o ‘Modernismo’, para defender os fiéis de concepções errôneas e promover um aprofundamento científico da Revelação, em harmonia com a Tradição da Igreja”, disse o Papa Bento XVI, na audiência geral de 18 de agosto de 2010.

Pio X classificou o modernismo como a “síntese de todas as heresias”. Através de sua encíclica Pascendi Dominici Gregis e do decreto Lamntabili Sane Exitu, condenou 65 proposições que, segundo ele, minavam o dogma tradicional do cristianismo. O modernismo, em essência, tendia a renunciar a certos dogmas tradicionais a fim de acomodar certas teorias científicas modernas.

Além disso, nomeou Mons. Umberto Begnini como subsecretário da Congregação de Assuntos Eclesiásticos Extraordinários. Em seguida, foi criada toda uma rede em toda a Igreja para informar sobre as atividades modernistas.

2. Alguns milagres ocorreram por sua intercessão durante sua vida

Em uma audiência, o Papa Pio X segurou um rapaz paralisado. O jovem se soltou dos braços do Pontífice e começou a correr alegre pela sala, por ter sido curado.

Em outra ocasião, havia um casal que conheceu quando era bispo e que lhe escreveu uma carta pedindo sua ajuda para curar seu filho com meningite. O Pontífice lhes escreveu dizendo que esperassem, jejuassem e rezassem. Dois dias depois, a criança estava curada.

Também uma religiosa que sofria de tuberculose avançada lhe pediu por sua saúde. A única resposta do Papa foi “sim”, enquanto colocava suas mãos sobre a cabeça da religiosa. Naquela mesma tarde, o médico determinou que ela estava completamente curada.

3. É conhecido como o “Papa da Eucaristia

Bento XVI recordou que São Pio X, no motu proprio Tra le sollecitudini, afirma que o “verdadeiro espírito cristão tem a sua fonte primária e indispensável na participação concreta nos mistérios sacrossantos e na oração pública e solene da Igreja”.

“Por isso, recomendava a aproximação frequente dos Sacramentos, favorecendo a recepção diária da Sagrada Comunhão, bem preparados, e antecipando oportunamente a Primeira Comunhão das crianças mais ou menos aos sete anos de idade, ‘quando a criança começa a raciocinar’”, acrescentou.

Naquele tempo, os fiéis comungavam raramente. A comunhão diária ou muito frequente era considerada como algo extraordinário e ainda indevido.

4. Pela primeira vez abriu o refeitório papal às visitas

No século XIX foi um escândalo que o Papa Pio X deixasse de jantar sozinho e convidasse amigos e conhecidos para comer com ele.

Embora hoje em dia vemos essas atitudes no Papa Francisco, foi Pio X quem rompeu a tradição de que os Pontífices comessem dozinhos.

Muitos anos antes, quando era patriarca de Veneza, dispensou grande parte de seus empregados e não tolerou que ninguém, exceto suas irmãs, preparasse sua comida.

5. Redigiu um catecismo para a Itália

“Outro ramo importante foi o da formação doutrinal do Povo de Deus. Desde os anos em que era pároco, tinha redigido pessoalmente um catecismo e, durante o Episcopado em Mântua, trabalhara a fim de que se chegasse a um catecismo único, se não universal, pelo menos italiano”, comentou Bento XVI em 2010.

Em seguida, destacou que, como autêntico pastor, o Papa Pio X tinha compreendido que a situação da época, entre outras coisas pelo fenômeno da emigração, “tornava necessário um catecismo ao qual cada fiel pudesse fazer referência, independentemente do lugar e das circunstâncias de vida”.

“Como pontífice, preparou um texto de doutrina cristã para a Diocese de Roma, depois se difundiu em toda a Itália e no mundo. Este Catecismo, chamado ‘de Pio X’ foi para muitas pessoas uma guia segura na aprendizagem das verdades relativas à fé pela sua linguagem simples, clara e específica, e pela eficácia da sua exposição”, acrescentou.

6. Iniciou a redação do Código de Direito Canônico

Até o ano de 1917, a Igreja só contava com um conjunto disperso e sem codificar de normas jurídicas, inclusive, as compilações realizadas por Pio IX e Leão XIII eram insuficientes.

Entretanto, desde o início de seu pontificado, Pio X se dedicou à reorganização da cúria romana e, depois, iniciou os trabalhos de redação do Código de Direito Canônico, promulgado por seu sucessor Bento XV.

7. Ele era italiano, mas seus pais eram poloneses.

O Papa Pio X nasceu em 2 de junho de 1835, em Riese (Itália), de pais que emigraram para a Itália depois da ocupação da Prússia, onde receberam asilo político.

Seu pai, originário de Wielkopolska (Polônia), se chamava Jan Krawiec, um alfaiate que teve que mudar seu nome para Giovanni Battista Sarto.

O sobrenome Sarto significa sastre (alfaiate) na Itália, por isso, Giuseppe escolheu este nome porque representava sua profissão. Anos mais tarde, sua esposa e ele deram à luz Giuseppe Melchiorre Sarto, que conhecemos como Papa São pio X.

8. Abriu o Vaticano aos refugiados e sem-teto

Como o Papa Francisco no século XXI, o Papa São Pio X também criou um espaço para que pessoas necessitadas se refugiassem no Vaticano.

Tal ação ocorreu depois do terremoto ocorrido em 28 de dezembro de 1908, que afetou a cidade de Messina, e o Papa permitiu que se abrisse o albergue de Santa Marta (junto à Basílica de São Pedro) para os refugiados e pessoas sem lar.

Fonte: ACI Digital  

São Pio X, o Papa que pregava e vivia a pobreza

São Pio X, papa (ACI Digital)

São Pio X, papa

A Igreja celebra no dia 21 de agosto São Pio X, o Papa que pregava e vivia a pobreza. “Nasci pobre, vivi na pobreza e quero morrer pobre”, deixou escrito em seu testamento. Ao longo de seu pontificado ficou conhecido por incentivar a comunhão diária de todos os fiéis, além de permitir que as crianças comunguem – desde que entendam quem está na Hóstia Consagrada.

Seu nome era Giuseppe Sarto e nasceu em Risse, povoado de Veneza, Itália, em 1835. Ainda menino sofreu a perda de seu pai e quis deixar os estudos para ajudar sua mãe. Ela, porém, o impediu. Então, Giuseppe continuou estudando no seminário graças a uma bolsa.

Após ser ordenado, foi nomeado vigário, pároco, cônego, bispo de Mantua e cardeal de Veneza, estando nove anos em cada cargo. Brincando, dizia que só lhe faltavam nove anos de Papa. Em 1903, Sarto, tomou o nome de Pio X. Um de seus primeiros atos como pontífice foi recorrer à constituição “Commissum nobis”, a fim de terminar com o suposto direito de qualquer poder civil para interferir em uma eleição papal.

Mais adiante, redigiu e aprovou decretos sobre o Sacramento da Eucaristia, nos quais recomendava e elogiava a comunhão diária, com a possibilidade de que as crianças se aproximassem para recebê-la a partir do momento que entendessem quem está na Santa Hóstia Consagrada. Isto foi o suficiente para que passasse a ser chamado de o “papa da Eucaristia”.

Pio X sempre defendeu os fracos e oprimidos como fez ao denunciar os maus entendimentos aos quais eram submetidos os indígenas nas plantações de borracha do Peru. Visitava cada domingo os pátios, esquinas ou praças do Vaticano para pregar e explicar o Evangelho do dia. Durante uma audiência pública, um participante lhe mostrou seu braço paralisado e lhe pediu que o curasse. O Papa se aproximou sorridente, tocou o braço e disse: “Sim, sim”. E o homem ficou curado. Entretanto, sempre foi modesto e singelo.

Quando alguém o chamava de “padre santo”, ele corrigia sorrindo: “Não se diz santo, mas Sarto”, em referência ao seu sobrenome de família. Em 1914, depois de tê-la profetizado, eclodiu a Primeira Guerra Mundial. “Esta será a última aflição que me manda o Senhor. Com gosto daria minha vida para salvar meus pobres filhos desta terrível calamidade”, disse. Poucos dias mais tarde, sofreu uma bronquite e morreu em 20 de agosto.

Foi canonizado em 1954 pelo papa Pio XII e foi o primeiro a ser elevado os altares depois de Pio V em 1672.

Curiosidades

Primeiro a abrir o refeitório papal às visitas – No século XIX foi um escândalo que o Papa Pio X deixasse de jantar sozinho e convidasse amigos e conhecidos para comer com ele. Embora hoje em dia vemos essas atitudes no Papa Francisco, foi Pio X quem rompeu a tradição de que os Pontífices comessem sozinhos.

Muitos anos antes, quando era patriarca de Veneza, dispensou grande parte de seus empregados e não tolerou que ninguém, exceto suas irmãs, preparasse sua comida.

Redigiu um catecismo para a Itália – “Outro ramo importante foi o da formação doutrinal do Povo de Deus. Desde os anos em que era pároco, tinha redigido pessoalmente um catecismo e, durante o Episcopado em Mântua, trabalhara a fim de que se chegasse a um catecismo único, se não universal, pelo menos italiano”, comentou Bento XVI em 2010.

Em seguida, destacou que, como autêntico pastor, o Papa Pio X tinha compreendido que a situação da época, entre outras coisas pelo fenômeno da emigração, “tornava necessário um catecismo ao qual cada fiel pudesse fazer referência, independentemente do lugar e das circunstâncias de vida”.

“Como pontífice, preparou um texto de doutrina cristã para a Diocese de Roma, depois se difundiu em toda a Itália e no mundo. Este Catecismo, chamado ‘de Pio X’ foi para muitas pessoas uma guia segura na aprendizagem das verdades relativas à fé pela sua linguagem simples, clara e específica, e pela eficácia da sua exposição”, acrescentou.

Iniciou a redação do Código de Direito Canônico – Até o ano de 1917, a Igreja só contava com um conjunto disperso e sem codificar de normas jurídicas, inclusive, as compilações realizadas por Pio IX e Leão XIII eram insuficientes. Entretanto, desde o início de seu pontificado, Pio X se dedicou à reorganização da cúria romana e, depois, iniciou os trabalhos de redação do Código de Direito Canônico, promulgado por seu sucessor Bento XV.

Fonte: CNBB 

quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Quais são os 10 países com maior números de católicos?

Guadium News
Atualmente a Igreja Católica, possui por volta de 1,3 bilhão de seguidores, sendo uma das religiões mais praticadas no mundo.

Redação (Terça-feira, 22-01-2019, Gaudium Press) A Igreja Católica Apostólica Romana foi fundada por Nosso Senhor Jesus Cristo, que enviou seus apóstolos para ir ao mundo e pregar a todos o Evangelho. Desde então o catolicismo se espalhou pelos cinco continentes.

O catolicismo é uma das religiões mais praticadas no mundo

A partir do Oriente Médio, onde tudo começou, a Igreja Católica se disseminou pela Europa com ajuda dos romanos, e no resto do mundo através dos missionários europeus, se tornando uma das maiores forças orientadoras da vida das pessoas no planeta Terra.

Atualmente a Igreja Católica, possui por volta de 1,3 bilhão de seguidores, sendo uma das religiões mais praticadas no mundo. Confira abaixo a lista dos dez países com o maior número de católicos no mundo.

Brasil, México e Filipinas são os três países com mais católicos

O Brasil lidera a lista com 126.880.000 católicos, por volta de 61% da população. O catolicismo chegou ao país através dos portugueses, que estabeleceram a primeira Diocese em terras brasileiras no ano de 1551.

Na segunda colocação aparece o México, com 98.820.000 católicos. A Igreja Católica foi levada à nação no século XVI através dos espanhóis. No início do século XX, o governo proclamou uma feroz perseguição aos católicos que originou a Guerra dos Cristeros.

As Filipinas mantêm o terceiro lugar na lista, com 85.470.000. Missionários espanhóis levaram o catolicismo ao território filipino, que atualmente é predominantemente católico, com 81,4% da população se declarando católica.

Os grandes órgãos de Notre Dame de Paris, que fizeram tremer as pedras da catedral gótica, serão restaurados, depois de serem danificados pelo incêndio de 2019.

Estados Unidos, Itália e França seguem a lista

Os Estados Unidos seguem na quarta colocação, com 71.000.000 de católicos. A Igreja Católica chegou ao país através dos espanhóis (na Flórida, na Georgia e na Califórnia), dos franceses (em Louisiana, no Alabama, em Arkansas, em Illinois e em Michigan) no século XVIII. Já no século XX o catolicismo foi fortalecido com a chegada de imigrantes italianos e irlandeses.

A Itália, na qual está presente o coração da Igreja, o Vaticano, possui cerca de 50.474.000 católicos, conquistando o quinto lugar na lista. O país possui um amplo patrimônio histórico e artístico com valores e significados inestimáveis.

Em sexto lugar está a França, com 44.000.000 de católicos. O país possui uma longa história com a Igreja Católica, tendo inclusive reis que buscaram o apoio e orientação dos Papas.

Com ou sem pandemia, o Caminho de Santiago jamais deixará de existir. Ele não é um empreendimento humano. São Tiago arrastará multidões até o fim dos tempos.

Colômbia, Polônia, Espanha e Congo completam o top 10

Na sétima colocação está a Colômbia, com 36.000.000 de católicos. A Igreja Católica chegou ao país no ano de 1508, e a primeira Diocese foi instalada ali no ano de 1534. Atualmente, existem 52 Dioceses e mais de 120 organizações religiosas nessa nação.

A Polônia,  terra natal do Papa São João Paulo II, que é seu santo padroeiro, está em oitavo lugar na lista. O país possui 33.037.017 de católicos, um total de 85,5% da população. Os poloneses guardam com carinho sua Fé Católica.

Em nono lugar está a Espanha, com 32.364.000 de católicos. O país tem em sua história vários capítulos ligados à Igreja, que incluem a guerra pela Fé contra muçulmanos e a Inquisição espanhola no século XV. Apesar da maioria da população se afirmar católica, estima-se que apenas 15% pratica a Fé.

A lista é concluída com a República Democrática do Congo, que possui 28.700.000 católicos. A Igreja Católica além de atuar como mediadora de conflitos, tem ajudado o país na construção de escolas e hospitais. (EPC)

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF