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terça-feira, 25 de agosto de 2020

S. JOSÉ DE CALASANZ, SACERDOTE, FUNDADOR DOS ESCOLÁPIOS

S. José de Calasanz, Giuseppe Mazzarese
S. José de Calasanz, Giuseppe Mazzarese

"É uma missão muito nobre e fonte de grandes merecimentos dedicar-se à educação das crianças, especialmente as mais pobres, a fim de ajudá-las a alcançar a vida eterna. Quem se tornar seu mestre, através da formação intelectual, deve se comprometer com a sua educação, sobretudo na fé e na piedade; ter, de algum modo, a função de ser seu anjo da guarda e, sumamente, benemérito do seu desenvolvimento humano e cristão".

José de Calasanz nasceu em Aragão, Espanha, em uma família nobre, relativamente rica: na verdade, seu pai era ferreiro. Recebeu uma boa educação religiosa e sonhava com a ideia de entrar para o Seminário, não obstante seu pai desejasse para ele a carreira militar. Ao manifestar-lhe a sua ideia, seu pai, primeiro, se opôs, mas, depois, o mandou estudar nas universidades de Lleida e Valência. José recompensou a boa vontade do seu pai: depois de se formar e emitir os Votos solenes, em breve tempo se tornou Vigário geral da diocese de Urgel.

Em Roma, entre os filhos ricos e as crianças de rua

Em 1592, talvez para resolver assuntos urgentes da Santa Sé, José foi a Roma, onde, entre outras coisas, foi também tutor dos sobrinhos do Cardeal Colonna, seu velho amigo. Este preciso encargo, em forte contraste com o que via em suas caminhadas pelas ruas da Cidade Eterna, contribuiu para esclarecer a sua ideia e refletiu: em cumprimento à sua missão sacerdotal, começou a visitar os enfermos em hospitais e os presos nos cárceres. No entanto, o que mais o impressionava era a juventude que vagueava ao léu pelas ruas: os jovens, muitas vezes até crianças, não tinham ninguém, eram abandonados e ignorados, dependentes dos vícios que, depois, se transformava em delinquência. Tudo aquilo era inadmissível na Cidade do Papa.

De repente, José entendeu que esta era a sua missão: salvar os jovens pobres da degradação, à qual eram condenados, através de uma educação regular, que não se limitasse somente ao catecismo dominical, que recebiam dos sacerdotes. Ele estava realmente ciente de que esta era a verdadeira vontade do Senhor.

Instrução: direito prioritário do homem

José de Calasanz iniciou a sua missão pedindo ajuda dos Jesuítas e Dominicanos, que, porém, estavam muito ocupados com outras atividades. Então, com a ajuda do pároco de Santa Doroteia, no bairro de Trastevere, que lhe colocou à disposição duas pequenas salas, José abriu a primeira escola gratuita da Europa para jovens das classes sociais mais pobres.
Não obstante, José ainda não tinha um projeto educacional preciso, mas vivia o dia a dia. Porém, estava consciente da sua obra, que se tornou a finalidade revolucionária da sua missão: ele considerava a instrução como um direito prioritário do homem e dos pobres, e como tal, não devia ser apenas um gesto de caridade, mas um ato de justiça social. Assim sendo, encontrou logo outros sacerdotes, dispostos a transmitir-lhes seus ensinamentos, gratuitamente.
Em 1612, José de Calasanz conseguiu até comprar um prédio na Praça Navona, com a aprovação da Santa Sé. Naquelas alturas, seus alunos já eram cerca de 1500.

Uma ideia promissora que despertava inveja

Em 1617, José sentiu a necessidade de dar uma espécie de "garantia" às suas escolas. Assim, com a aprovação do Papa, fundou a Congregação Paulina dos Pobres da Mãe de Deus das Pias Escolas, depois chamados Escolápios.
Em 1622, com a bênção do Papa Gregório XV, a Congregação tornou-se Ordem Regular. Em um retiro espiritual, em Narni, o Padre José escreveu as Constituições pelo próprio punho.
No entanto, infelizmente, as armadilhas estavam à espreita. Na época, a instrução e a cultura eram um direito reconhecido exclusivamente para as classes mais ricas. Por isso, a obra do Padre José começou a ser malvista pelos conservadores, que queriam manter o status quo. Então, iniciaram a fazer críticas difamatórias contra ele, a ponto de ser denunciado ao Santo Ofício, que reduziu a sua Ordem ao estado de Congregação de Sacerdotes Seculares, sujeitos à jurisdição episcopal.

A Ordem dos Escolápios e seu quarto voto

Passando por grandes sofrimentos físicos e espirituais, José de Calasanz concluiu sua vida terrena, voltando para a Casa do Pai em 1648, sem ver a reconstituição da sua Congregação, que foi, novamente, reconhecida como Ordem religiosa, segundo as Regras do seu fundador, somente em 1699.
Os primeiros Padres Escolápios ou Esculápios voltaram a professar seus Votos solenes, que além dos três habituais, acrescentam um quarto: o da educação dos jovens como missão primordial.
No entanto, suas Escolas se espalharam pelos quatro dos cinco Continentes e, hoje, contam 222 Casas espalhadas pelo mundo.
São José de Calasanz foi sepultado em Roma, canonizado por Clemente XIII, em 1767, e proclamado por Pio XII, em 1948, "Padroeiro universal de todas as Escolas populares cristãs do mundo".

Vatican News

segunda-feira, 24 de agosto de 2020

Quem é Jesus?

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Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)

Celebramos neste final de semana o XXI Domingo do Tempo Comum e, na medida em que a liturgia caminha, Nosso Senhor Jesus Cristo vai revelando a sua identidade e o propósito com qual Deus quis revelá-lo.  Neste domingo no Evangelho segundo Mateus 16,13-20, Ele pergunta aos discípulos quem os homens dizem ser Ele. Ele queria ouvir dos discípulos o testemunho de sua fé.

Jesus com certeza esperava ouvir dos discípulos aquilo que Pedro disse: “Tu es o Filho de Deus” (cf. Mt 16,16) e não aquilo que a sociedade dizia a respeito Dele. E, a partir disso, uma pergunta surge em nosso coração: Quem é Jesus para nós? Assim como Ele perguntou aos discípulos que diariamente estava com eles quem era Ele para eles, Ele pergunta a cada um de nós hoje: quem é Ele para nós?

Como nós daremos essa resposta a Jesus? Por intermédio da oração, dos joelhos que se dobram diante do seu mistério de amor para conosco, teremos a intimidade com Jesus e poderemos, na verdade, dar nossa resposta a Ele. Isso Ele esperava dos discípulos que diariamente conviviam com Ele, tinham intimidade com Ele, rezavam com Ele e não precisavam repetir aquilo que a sociedade dizia, mas dizer com clareza aquilo que Pedro proclamou.

Isso é o que Ele espera de nós que, por meio da nossa experiencia de fé e de nossa intimidade com Ele possamos dar nossa resposta concreta e objetiva a Ele, respondendo em nosso coração que Ele é o Filho de Deus que devia vir ao mundo, Ele é o nosso Salvador e em toda Santa Missa se dá em alimento a nós.

A partir dessa revelação de Jesus como o Filho de Deus Ele diz a Pedro que não foi um ser humano que lhe revelou aquilo, mas o próprio Deus. De fato, essa revelação não poderia partir de um homem, mas sim de Deus.

Depois disso Jesus proclama Pedro como o primeiro servidor da Igreja. Jesus diz a Pedro que, a partir daquele momento, teria a chave do Reino dos céus e que o poder do inferno não prevaleceria sobre a Igreja. Pois a partir daquele momento o até então Simão se tornaria Cefas, ou seja, Pedra e sobre esta pedra ele edificaria a sua Igreja.

Pedro se tornaria a partir desse momento o primeiro Papa da Igreja, se tornaria o líder do Cristianismo. Após a morte e a ressurreição de Jesus ele, juntamente com Tiago e João, lidera o grupo dos apóstolos como podemos ler nos Atos dos Apóstolos.

Portanto todo Papa que assume o posto de primeiro servidor da Igreja Católica é sucessor de Pedro que foi o primeiro Papa da Igreja. E a tradição do Papa escolher um nome para o exercício do seu Pontificado sem ser o nome de Batismo, vem da origem de Pedro que se chamava Simão e Jesus diz que a partir daquele momento ele se chamaria Pedro.

Neste Evangelho é narrado a origem da Igreja e nos é dada a certeza de que ela iniciou há mais de dois mil anos, instituída pelo próprio Jesus, que deu a missão de governar a Igreja a Pedro. Nós somos continuadores dessa Igreja iniciada com Jesus e os Apóstolos e, como nos diz o próprio Jesus, não podemos deixar que o poder do inferno prevaleça sobre ela.

Na primeira leitura de hoje (cf. Is 22,19-23) observamos como Deus destitui os ricos e eleva os humildes e que ele escolhe aqueles que levarão a sua mensagem ao mundo. Assim como no Evangelho Jesus escolhe Pedro para levar adiante a sua mensagem e governar a sua Igreja, na primeira leitura Deus escolhe Eliaquim, filho de Helcias, para levar a sua mensagem adiante e concretizar a construção do Reino de Deus.

Nesse contexto observamos que Deus pode escolher a cada um de nós para levar a sua mensagem adiante, que não precisamos ser ricos, mas sermos humildes e estarmos de coração aberto para a missão. Deus escolheu os mais pobres de seu reino para levar adiante a sua Palavra de Salvação.

Por fim na segunda leitura deste Domingo (cf. Rm 11,33-36) vemos que toda a glória é para o Senhor. Tudo é Dele hoje e para sempre. E aqueles que governam a Igreja devem fazer tudo para Ele e não por motivo de um benefício próprio.

Portanto, meus irmãos tenhamos essa certeza em nosso coração que Jesus é o Filho de Deus que devia vir ao mundo. E que a Igreja Católica nasceu há mais de dois mil anos atrás e que as portas do inferno nunca prevalecerão sobre Ela. E se temos ainda alguma dúvida dobremos os joelhos diante do Santíssimo Sacramento, criemos uma identidade com Ele para que essa seja uma resposta de fé e seja mais fácil de professarmos.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

A creche no céu e o mistério humano

BABY
Shutterstock | ESB-Professional
por Francisco Borba Ribeiro Neto

Anunciar a beleza do amor, de onde pode nascer a esperança para superar as dificuldades da vida, é um dever maior para os que conhecem a Cristo.

Infelizmente, o estupro e o aborto de uma criança se tornaram tema dominante no Brasil na última semana, rivalizando com o futebol, com as mazelas da política e com o coronavírus.

Independentemente das boas e más intenções dos envolvidos, deve-se ter claro que essa exposição, por si só, já é um pecado contra a dignidade da pessoa humana e uma afronta aos princípios da convivência social (vide o Estatuto da Criança e do Adolescente, que é um marco da sociedade civil e não tem nada de confessional).

Situações assim deveriam ser tratadas com a máxima discrição e o necessário debate público deveria ser conduzido o mais afastado possível das vítimas envolvidas. Mas o mundo é como é, temos que torná-lo melhor tal como é, não tal como gostaríamos que fosse.

Duas mensagens católicas

No mar de reações ao caso, recebi duas mensagens particularmente interessantes. A primeira é de um experiente professor de Biologia, a segunda de uma jovem mãe.

“No ano passado, uma aluna pediu-me ‘remédio’ para interromper sua gravidez – conta o professor. Chamei a atenção para o valor da maternidade e, na semana seguinte, perguntei como ia a gravidez. Ela disse que alguém tinha lhe dado o tal ‘remédio’. Pensei como Deus tem uma creche imensa no céu, pois ‘se meu pai e minha mãe me abandonarem, o Senhor me acolherá’ (cf. Salmo 27 [26], 10). Com essa memória, retomei a esperança. Não estamos sozinhos! Temos que orar e trabalhar”.

“Vejo minha filha brincando e penso na menina de 10 anos – escreve a mãe. Meu coração dói. Quanto sofrimento, quanta dor. Impossível não lembrar da nossa última ecografia na gravidez, quando nosso bebê já pulava no útero… Uma criança de 10 anos, mãe tão jovem… Um bebê morto, uma menina, já era possível saber. Duas vítimas de um estupro. De uma foi retirada a inocência, de outra foi roubada a vida. Que Nossa Senhora acolha esse bebê no céu. Que esse bebê, junto a ela, interceda por sua mãe, para que ela encontre paz após tantos sofrimentos, dores e traumas”.

São duas mensagens tipicamente católicas, onde transborda a fé, a misericórdia e, em decorrência, a esperança. Justamente POR SEREM tão católicas (e não APESAR DE SEREM tão católicas, como quereria uma certa mentalidade laicista, que prospera até dentro da Igreja) podem revelar uma luz de amor e esperança numa realidade que parece só conter desolação e necessidade de esquecimento.

A natureza e os valores

Não é preciso ser cristão para denunciar as violações aos direitos e à dignidade da pessoa humana. A defesa da vida é natural ao ser humano. Nenhuma confissão religiosa precisa nos ensinar a proteger nossos filhos. Mesmo em guerras, o assassinato de crianças é considerado “crime contra a humanidade”. O cultivo das virtudes morais tampouco é exclusividade dos cristãos. É defendido pela maioria das religiões e pelas filosofias agnósticas. Existem muitas variações no que se considera certo e errado, é preciso reconhecer. Mas o assassinato, o roubo, a traição, o desprezo pelo pobre são exemplos de erros racionalmente condenados por quase todos (ainda que a prática geralmente não corresponda à teoria). 

Apesar desses relativos consensos, em momentos de grande dor e desespero, a natureza humana trai a si mesma, os critérios – por mais racionais e evidentes que sejam – se tornam confusos e a pessoa muitas vezes não faz o que é melhor para ela mesma. Quando a situação chega a esse ponto, discursos e análises perdem sua força de convencimento. É preciso que um “raio” de amor, ilumine a escuridão, encha as almas de esperança, para que a natureza volte a florescer e a evidência do bem retorne a seu devido lugar. Por isso, a Gaudium et spes (GS 22) sublinha que a vocação e o mistério do ser humano só são revelados em Cristo.

A revelação do ser humano a si mesmo não é apenas um conhecimento novo sobre quem somos nós. Esse conhecimento também acontece, mas essa revelação, em grande parte, refere-se a dados que já intuímos naturalmente. Mas a experiência de sentir-se amado nos dá a confiança e a esperança necessárias para olharmos tanto para as luzes quanto para as sombras de nossa condição humana, reconhecermos os sacrifícios necessários, aceitarmos a verdade mesmo quando ela nos incomoda.

A cultura da morte e o anúncio da esperança

Denunciar a desgraça e anunciar a graça são deveres de todo cristão. Frequentemente a ênfase na denúncia do erro e a falta de espaço para o anúncio da graça envenena o coração dos cristãos, disseminando a raiva e querendo mostrar como os outros são seres aparentemente desprezíveis e indignos de nosso amor e de nossa consideração  – ainda que Cristo tenha se sacrificado também por eles. Mas, pelo contrário, a denúncia do erro deveria ser apenas um passo introdutório para o anúncio do amor e da graça.

Interrogado sobre a questão do aborto, Bento XVI deixa esclarece bem essa questão: “Parece-me que na base destas legislações haja por um lado um certo egoísmo e por outro uma dúvida sobre o futuro. E a Igreja responde sobretudo a estas dúvidas: a vida é bela, não é algo duvidoso, mas é um dom e também em condições difíceis a vida permanece sempre um dom. Portanto voltar a criar esta consciência da beleza do dom da vida. E depois, outra coisa, a dúvida do futuro: naturalmente há tantas ameaças no mundo, mas a fé dá-nos a certeza de que Deus é sempre mais forte e permanece presente na história e, portanto, podemos, com confiança, também dar a vida a novos seres humanos”.

A cultura da morte não se torna hegemônica porque os seres humanos se tornaram maus. Gente boa e gente má existe em todas as sociedades, em todos os tempos.  A morte se torna cultura quando o ser humano perde a esperança de que o amor possa fazer a vida florescer apesar das dificuldades e dos sofrimentos. Essa é a verdadeira vitória do mal.

Essas não são ideias abstratas. Muita gente trabalha, com dedicação, nessa perspectiva de acolher as gestantes que sofrem e dar a elas a chance de redescobrir a beleza da vida e a esperança – tanto para elas quanto para seus filhos. Você pode ler sobre algumas dessas experiências na própria Aleteia. Veja, por exemplo: Acolhida: resposta certa para perguntas difíceis e O que a Igreja Católica faz para ajudar mães estupradas e seus bebês?.

Anunciar a beleza do amor, de onde pode nascer a esperança para superar as dificuldades da vida, é um dever maior para os que conhecem a Cristo. Toda vez que, na boca dos bons, a denúncia da desgraça fala mais alto que o anúncio da graça, o diabo ri para si mesmo, pois sabe que ganhou uma batalha…

Aleteia

 

Questões sobre o Batismo (Parte 4/12): Será que para o Batismo é necessária água pura e cristalina?

Apologética
Veritatis Splendor
  • Autor: São Tomás de Aquino
  • Fonte: Suma Teológica, Parte III, Questão 66
  • Tradução: Dercio Antonio Paganini

Objeção 1: Parece que não é estritamente necessária a água pura e cristalina para o Batismo, pois a água que temos jamais será uma água pura como parece, principalmente na água dos mares e rios, nas quais existe uma considerável quantidade de elementos estranhos, como demonstra o Filósofo (Meteor.II). Assim sendo, não é possível realizar um Batismo normal com água pura.

Objeção 2: Além do mais, nas solenes celebrações do Batismo, o servo é mergulhado na água e isso causa a perda da pureza e da cristalinidade da água; assim sendo, a água pura e cristalina não é necessária ao Batismo.

Objeção 3: Também a água que correu do lado de Cristo quando pendurado na cruz, tomada como uma figura do Batismo, conforme estabelecido anteriormente (3 ad 3), aparentemente também não era uma água pura e cristalina, pois era proveniente do corpo de Cristo, onde haviam vários elementos misturados; assim sendo, a água pura e cristalina não é necessária ao Batismo.

Objeção 4: Também, a solução esterilizante não parece ser água pura, pois ela tem propriedades de aquecimento e secura, que é contrária àquelas da água; todavia parece que uma solução esterilizante pode ser usada no Batismo; para a água de banho pode também ser usada, a qual foi filtrada através de um canal sulfuroso, assim como a solução esterilizante é filtrada através de cinzas; assim sendo, a água pura e calma não é necessária ao Batismo.

Objeção 5: Também a água-de-rosas é destilada das rosas, assim como águas químicas são destiladas de certos corpos. Mas semelhantemente, estas “quase águas” podem ser utilizadas no Batismo, assim como água de chuva destilada por evaporação; e sendo assim, estas águas não são águas puras e cristalinas; portanto, a água pura e cristalina não é necessária ao Batismo.

Pelo contrário, a própria matéria do Batismo é a água, como definido anteriormente (art. 3), mas somente a água pura e cristalina tem a natureza de água. Então, água pura e tranqüila é necessária ao Batismo.

Eu respondo que: a água pode deixar de ser pura ou cristalina de duas formas: primeiro, quando é misturada a um outro corpo; e, segundo, por alteração. E cada uma dessas formas pode ocorrer de duplo modo: artificialmente e naturalmente. Porém a arte falha em comparação com natureza porque a natureza dá uma forma substancial que a arte não pode dar, pois enquanto a forma dada pela arte é acidental, exceto por acaso, onde a arte aplica o agente próprio à própria matéria – como fogo a um combustível – da mesma maneira que animais são produzidos a partir de certas coisas em putrefação.

Todavia, mesmo que algumas alterações artificiais ocorram na água, seja por mistura ou por alteração, a natureza da água não é alterada; consequentemente, aquela água poderá ser utilizada no Batismo, a menos que, talvez, apenas uma pequena quantidade de água seja misturada artificialmente com um corpo cuja composição é eventualmente outra que a da água; assim, barro ou lama é terra e não água, e vinho diluído é vinho e não água.

Mas se a alteração for natural, algumas vezes ela destrói a natureza da água, e isso ocorre quando, por um processo natural, a água penetra na substância do corpo no qual ela é misturada; por exemplo, a água no suco de uvas é vinho e portanto não tem a mesma natureza da água. Algumas vezes porém, poderá ocorrer uma alteração natural da água, sem a destruição das espécies, e isto, tanto por alteração como foi visto no caso da água aquecida ao sol, como por mistura, como quando a água de um rio venha a se turvar por estar misturada com partículas de terra.

Todavia nós precisamos dizer que qualquer água pode ser usada para o Batismo, não importa o quanto tenha sido alterada, desde que a natureza da água não tenha sido modificada; porém se isso ocorrer, a água será imprópria para o Batismo.

Réplica à Objeção 1: A alteração na água do mar e em outras águas que temos em mãos, não é tão grande para destruir a natureza da água, e portanto, essas águas podem ser utilizadas para o Batismo.

Réplica à Objeção 2: O servo, mergulhado na água, não destrói sua natureza, assim como essa natureza não será alterada se houver uma imersão de carne, ou quando a água for aquecida, exceto se a substância aquecida ou mergulhada fique dissolvida de tal forma que o líquido adquira uma natureza diferente da água e, neste caso, nós poderemos ser guiados pela gravidade específica. Se, todavia, do líquido engrossado pudermos extrair água cristalina, ela poderá ser utilizada para o Batismo.

Réplica à objeção 3: A água que brotou do lado de Cristo quando pendurado na cruz não era o humor fleumático, como supuseram alguns, mas sim água pura que brotou miraculosamente como se fosse o sangue de um animal morto, para provar a verdade do corpo de nosso Senhor. É claro que um líquido deste tipo não pode ser utilizado no Batismo, como também não pode o sangue de um animal, ou vinho, ou quaisquer líquidos extraídos de plantas.

Réplica à Objeção 4: O Batismo pode ser conferido com solução esterilizante e as águas sulfurosas, porque estas águas não se incorporam artificial ou naturalmente com os elementos misturados, e não sofrem alteração de sua natureza.

Réplica à Objeção 5: Água-de-rosas é um líquido destilado das rosas, consequentemente ele não pode ser utilizado no Batismo. Pela mesma razão, águas químicas também não podem ser utilizadas, assim como o vinho. Não se deve fazer a comparação com as águas de chuva, nas quais a maior parte é formada de vapores condensados, e esses vapores por si próprios, formados de águas dos mares e rios, e contêm um mínimo de impurezas, sendo que este líquido, pela força da natureza, que muito mais poderosa que a arte, transformou pelo processo de condensação em água real, um resultado que não pode ser conseguido artificialmente. Consequentemente, a água da chuva não retém quaisquer propriedades de uma mistura, o que não pode ser dito de uma água química.

Veritatis Splendor

Papa Francisco: “Que as obras de solidariedade não desviem o contato com o Senhor Jesus”

Papa Francisco durante a oração do Ângelus. Foto: Vatican Media

Vaticano, 23 ago. 20 / 12:00 pm (ACI).- O Papa Francisco pediu que as obras de solidariedade da Igreja "não desviem o contato com o Senhor Jesus".

Durante a reflexão prévia à oração do Ângelus, neste domingo, 23 de agosto, no Palácio Apostólico do Vaticano, o Santo Padre destacou que “a caridade é sempre o principal caminho da perfeição”.

Ao mesmo tempo, lembrou que “a caridade cristã não é simples filantropia, mas, por um lado, é olhar o outro com os próprios olhos de Jesus e, por outro, é ver Jesus no rosto do pobre”.

O Pontífice convidou os fiéis reunidos na Praça de São Pedro a se perguntarem: Quem é Jesus? Assinalou que a resposta a essa pergunta não deve ser teórica, mas deve envolver fé, ou seja, “a vida, porque fé é vida!”, exclamou.

“Uma resposta que requer também de nós, como dos primeiros discípulos, a escuta interior da voz do Pai e a consonância com o que a Igreja reunida em torno de Pedro, o que a Igreja continua a proclamar. Trata-se de compreender quem é Cristo para nós: se Ele é o centro da nossa vida, se Ele é a meta de todo o nosso compromisso na Igreja, de nosso compromisso na sociedade”.

“É indispensável e louvável que a pastoral de nossas comunidades esteja aberta às muitas pobrezas e emergências”, afirmou, mas insistiu que Cristo deve estar no centro.

Nesse sentido, recordou o episódio evangélico em que Pedro professa sua fé em Jesus como Messias e Filho de Deus.

“Esta confissão do Apóstolo é provocada pelo próprio Jesus, que quer conduzir os seus discípulos a dar o passo decisivo na sua relação com Ele. Com efeito, todo o caminho de Jesus com aqueles que o seguem, especialmente com os Doze, é um caminho de educação de sua fé”.

Jesus começa perguntando: "Quem dizem os homens que é o Filho do homem?". A reação dos discípulos é falar sobre “as diferentes opções, que talvez em grande parte eles mesmos compartilhassem. Basicamente, Jesus de Nazaré era considerado um profeta".

“Com a segunda pergunta, Jesus os toca diretamente: ‘Mas vós, quem dizeis que sou?’ - eles hesitam, paira um silêncio no ar, pois cada um dos presentes é chamado a se envolver, manifestando o motivo pelo qual seguem Jesus; por isso, é mais que legítimo uma certa hesitação”.

Pedro os tira do embaraço e "com ímpeto declara: ‘Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo’. Esta resposta, tão plena e luminosa, não lhe vem de um impulso, por mais generoso que fosse, mas é fruto de uma graça particular do Pai celeste”.

De fato, “o próprio Jesus lhe diz: ‘Nem a carne nem o sangue te revelaram isso, mas meu Pai que está nos céus'. Ao mesmo tempo, o Senhor reconhece a pronta correspondência de Simão com a inspiração da graça e, portanto, acrescenta, em tom solene: ‘Tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la’".

Com esta afirmação, “Jesus faz compreender a Simão o significado do novo nome que lhe deu, ‘Pedro’: a fé que acaba de manifestar é a ‘pedra’ inquebrantável sobre a qual o Filho de Deus quer construir a sua Igreja, ou seja, sua Comunidade. Hoje, ouvimos dirigida a cada um de nós a pergunta de Jesus: ‘E vós, quem dizes que eu sou?’".

ACI Digital


 

S. BARTOLOMEU, APÓSTOLO

S. Bartolomeo, apóstol, Simone Martini
S. Bartolomeo, apóstol, Simone Martini  (© MET)

Filipe encontrou-se com Natanael e disse-lhe: "Encontramos aquele de quem Moisés escreveu na Lei e nos Profetas: Jesus de Nazaré, filho de José". Natanael exclamou: "Pode vir alguma coisa boa de Nazaré?" Filipe respondeu: "Venha ver". No entanto, Jesus viu Natanael vir ter com ele e disse sobre ele: "Eis um verdadeiro israelita, em quem não há dolo". Disse-lhe Natanael: "De onde vós me conheceis?" Jesus respondeu: "Antes que Filipe o chamasse, eu lhe vi debaixo da figueira". Natanael respondeu-lhe: "Rabi, vós sois o Filho de Deus; vós sois o Rei de Israel!" (Jo 1, 45-49)

Nos Evangelhos Sinópticos, era chamado Bartolomeu, mas, naquele de João, era Natanael, em hebraico. Todavia, os estudiosos dizem que se trata da mesma pessoa: um "dom de Deus", segundo a etimologia do seu nome, como são todos os Santos para a Igreja.

A chamada no Evangelho de João

Tudo o que sabemos, com certeza, sobre a vida de Bartolomeu vem dos textos evangélicos, especialmente do Evangelho de São João, que narra a sua vocação de modo detalho.
Bartolomeu era um pescador de Caná, mas conhecia bem Nazaré, situada a apenas 8 km de distância, mas não confiava naqueles montanheses. Por isso, era um pouco cético quando seu amigo Filipe lhe falou sobre Jesus. Mas, ele lhe respondeu simplesmente: "venha e veja" . Assim, Bartolomeu foi e, logo que Jesus o viu, lhe demonstrou ter uma confiança sem precedentes: finalmente um israelita sincero. Ele o recebeu, mas apenas conseguiu responder, perguntando como Jesus o conhecia. De fato, ele era um homem concreto, apegado à tradição e que meditava a Bíblia, diariamente, conforme a Lei exigia. Contudo, depois de toda aquela desconfiança, a adesão de Bartolomeu a Jesus foi total: "Vós sois o Rei de Israel!", exclamou! Devido à sua origem, presume-se que Bartolomeu podia estar presente nas Bodas de Caná, palco do primeiro milagre de Jesus, mas não há provas nos textos.

Apóstolo na Índia, mártir na Armênia

Após a morte de Jesus, sabemos quais Apóstolos estavam reunidos em oração no Cenáculo, porque os Atos mostram uma lista precisa de nomes. Entre eles também estava Bartolomeu.
O que este apóstolo fez depois, não se sabe historicamente, mas, aparentemente, parece que foi pregar a Palavra em várias regiões do Oriente, da Mesopotâmia à Índia, realizando milagres e curas milagrosas, até chegar à Armênia. Ali, além de converter as populações de 12 cidades, conseguiu até evangelizar o rei Polimio e sua esposa, causando ira entre os sacerdotes das divindades locais.
Enfim, Astiage, irmão do rei, convencido pelos próprios sacerdotes, mandou condená-lo à morte. Seu martírio ocorreu em Albanópolis, por volta do ano 68.
Ao longo dos séculos, depois de milhares de peripécias, suas relíquias, chegaram a Roma, graças à mediação do imperador Otão III, onde descansam na Basílica a ele dedicada na Ilha Tiberina.

Vatican News

S. JOANA ANTIDA THOURET, VIRGEM, FUNDADORA DAS IRMÃS DA CARIDADE

S. Joana Antida Thouret
S. Joana Antida Thouret/Vatican News

"Sou filha da Igreja, sejam vocês também comigo"

Joana nasceu no seio de uma família camponesa pobre, na aldeia de Sancey-le-Long, na França. Órfã de mãe, aos 16 anos a substituiu nos afazeres domésticos como também no trabalho do campo. Mas, a única que conseguiu consolá-la nesta imensa dor foi a Virgem Maria, à qual Joana era particularmente devota. Nossa Senhora tornou-se para ela uma verdadeira mãe, desde quando perdeu sua mãe terrena. Sua vocação para a vida religiosa também começou a se delinear, mas ela teve que se deparar com a rejeição do seu pai, que não aceitava a sua decisão.

A Revolução francesa e a supressão de Ordens

Aos 22 anos, Joana conseguiu entrar para a Congregação das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, em Paris. Porém, a Revolução Francesa estourou e todas as Ordens religiosas foram abolidas. Então seguiu o abade Receveur no seu exílio em Friburgo, Alemanha, e com ele se dedicou aos cuidados dos enfermos e à reabilitação das jovens. Depois, se transferiu para a Suíça, mas, finalmente, conseguiu regressar para Besançon, na França, onde, em 1797, abriu uma Escola para meninas pobres, sem deixar de assistir aos enfermos. Outras jovens uniram-se a ela: este foi o primeiro núcleo da nova Congregação, as Filhas da Caridade. O novo Instituto obteve a aprovação de Pio VII, em 1819, e também lhe concedeu a isenção da jurisdição episcopal.

Discórdia da "Filia Petri" com o Arcebispo de Besançon

Esta isenção, concedida pelo Papa, foi, para Joana, o início de um verdadeiro e próprio calvário. De fato, não obstante este reconhecimento Pontifício, o arcebispo de Besançon negou à Congregação a permissão de permanecer ali. Ele queria um Instituto em nível diocesano. Por isso, Joana foi a Roma para conversar com o Papa sobre este impasse. No entanto, em Besançon, foi eleita uma nova Superiora em seu lugar, que, no seu retorno, até lhe proibiu entrar no Instituto. Então, Joana decidiu, com o coração partido, desistir ao ver seu Instituto dividido. Desta forma, transferiu-se para Nápoles para administrar um grande hospital com algumas Irmãs que permaneceram fiéis. Às suas coirmãs confiou um programa de vida: “a glória de Deus e a santificação dos membros da Congregação, através das obras de misericórdia e da fidelidade heroica à Sé Apostólica”, a ponto de receber o título de "Filia Petri".
Joana faleceu em 1826, sem ver a reunificação dos dois ramos do Instituto que fundou, que ocorreu apenas em 1954. Santa Joana Antida Thouret foi beatificada e canonizada por Pio XI, em 1934.

Vatican News

S. EMILÌA DE VIALAR

S. Emilia
S. Emília/Vatican News

Ao serviço da miséria

Santa Emília dedicou a sua vida aos pobres, que acolhia em sua casa, em cuja obra envolveu também algumas companheiras como uma verdadeira organização de caridade. Com elas, em 1832, inaugurou uma nova forma de vida religiosa, dedicada ao serviço de todas as misérias e à instrução de meninas. Com o apoio do Arcebispo de Albi, Dom François-Marie de Gauly, o Instituto de São José da Aparição teve um grande impulso, tanto que, em poucos anos, se difundiu por todos os Continentes.

Em 1951, a Igreja a proclamou santa. Seus restos mortais foram transferidos para Gaillac, em 1972, para a veneração dos cristãos da sua terra natal que a viu nascer.

42 Institutos no mundo

Emília de Vialar faleceu em 24 de agosto de 1856, dia em que é festejada em Marselha, onde trabalhou por tanto tempo.

Fundou a sua Congregação das Irmãs de São José da Aparição no dia de Natal de 1832, com o intuito de propagar o Evangelho nos países mais distantes. Apesar das dificuldades, das perseguições e da pobreza, conseguiu abrir 42 casas, da África do Norte à Birmânia, que deram um notável desenvolvimento ao seu Instituto.

Emília foi canonizada em 17 de junho de 1951 pelo Papa Pio XII.

Hoje, as suas Filhas estão presentes nos cinco Continentes. Sua festa canônica é celebrada no dia 24 de agosto, mas, nas suas Comunidades, é dia 17 de junho, dia da sua canonização.

Vatican News

domingo, 23 de agosto de 2020

Pe. Gabriel responde a Bruna Marquezine, que chamou a religiosidade de “doença”

Pe. Gabriel responde a Bruna Marquezine, que chamou a religiosidade de “doença”
por Padre Gabriel Vila Verde

“Bendita seja a doença que fez de Irmã Dulce a mãe dos pobres da Bahia. Bendita doença que nos deu João Paulo II, o pacificador de um mundo sedento por guerra”.

Via rede social, o pe. Gabriel Vila Verde respondeu a uma generalização injusta publicada pela atriz brasileira Bruna Marquezine a propósito da religiosidade:

Bruna Marquezine falou que religiosidade é uma doença, se referindo aos jovens que rezavam contra o aborto.

Sendo assim, bendita seja a doença que fez de Irmã Dulce a mãe dos pobres da Bahia. Bendita doença que nos deu João Paulo II, o pacificador de um mundo sedento por guerra. Bendita doença que levou Padre Pio a construir um dos melhores hospitais gratuitos da Itália. Bendita doença que fez o Padre Maximiliano doar sua vida para salvar um pai de família. Bendita doença que faz a Igreja sustentar milhares de orfanatos, abrigos e escolas em todo o planeta. Bendita doença que não deixa inúmeros mendigos sem o pão de cada dia. Bendita doença que socorre milhões de depressivos com ajuda espiritual.

Enquanto isso, a atriz global que nos condena vive cheia de saúde, defendendo o aborto e expondo seu corpo em troca de fama. Se isso é saúde, dona Marquezine, prefiro ter a “doença” da religiosidade!

O mesmo pe. Gabriel também havia postado, poucas horas antes, um posicionamento explícito a respeito do triste e chocante caso em questão:

A DELICADA SITUAÇÃO DO ABORTO

Antes de falar em aborto, temos que pensar na menina (mãe). Uma criança abusada sexualmente pelo próprio tio, violentada em todos os aspectos e torturada psicologicamente, que carregava no ventre um bebê. Se a gravidez de uma mulher adulta traz preocupações, imagine para aquela menina. Ela precisará de muito tempo para sair desse terrível pesadelo!

No entanto, apontar o aborto como única solução (ou como a melhor solução) é o cúmulo do absurdo. É mais um trauma, mais um sofrimento, mais uma violência. A Igreja nunca vai legitimar o assassinato de um inocente para salvar outro inocente, pelo simples fato de que aquele feto é uma PESSOA. Não é um prolongamento do corpo da mulher, não é um vírus, um câncer, uma bactéria. É um bebê que tem corpo e alma.

Anos atrás eu fiz uma publicação dizendo que não existe céu para os animais, pois eles possuem uma vida finita. Foi um chuva de ataques e ofensas. Alguns “pais e mães” de pet me pintaram como o pior ser humano que já pisou nesta terra. Ontem, eu vi estas mesmas pessoas COMEMORANDO um aborto. Faz sentido? Tem lógica? Não tem.

A solução que a Igreja teria para um caso como esse do Recife, era aguardar o final da gestação, fazer uma cirurgia para tirar a criança COM VIDA e entregá-la para uma casa de caridade, ou para uma família que quisesse adotar o bebê. A menina (Mãe) teria toda a proteção necessária, com ajuda psicológica e afetiva, e a menina (filha) teria o direito de viver. Mas agora já é tarde. Temos mais duas tragédias em nossa nação: uma criança violentada e outra assassinada. Tem algo para ser comemorado? Só na cabeça de pessoas doentes e nos corações dominados por Satanás, aquele que é homicida desde o princípio.

Nota: o sacerdote da foto que ilustra esta matéria é o pe. Mathieu Dauchez, francês, missionário nas Filipinas, onde resgata crianças dos lixões. No Brasil temos um apostolado semelhante realizado por sacerdotes, entre os quais o pe. Airton Freire. Suas histórias, ou “doenças” se você assim preferir, podem ser lidas nos artigos abaixo. 


Fonte: Aleteia Brasil

6 dados sobre Santa Rosa de Lima que talvez não saiba

ACI Digital

REDAÇÃO CENTRAL, 23 ago. 20 / 06:00 am (ACI).- Neste dia 23 de agosto, é celebrada Santa Rosa de Lima, padroeira da América e das Filipinas. A seguir, apresentamos seis dados interessantes que talvez não saiba sobre sua vida.

1. Chamava-se Isabel

Embora seu nome fosse Isabel, sua mãe começou a chama-la de Rosa, ao ver que, conforme crescia, seu rosto ficava rosado e era de grande beleza.

São Turíbio de Mogrovejo, então Arcebispo de Lima, após lhe conferir o sacramento da confirmação em 1597, colocou-lhe definitivamente o nome de Rosa, com o qual é conhecida atualmente em todo o mundo.

2. Santa Rosa de Lima não foi religiosa, e sim leiga

Santa Rosa de Lima foi leiga, especificamente Terciária na Ordem de São Domingos, ou seja, uma mulher que se vestia com túnica branca e manto preto, levando uma vida consagrada a Deus, mas em sua casa.

Durante toda sua vida, buscou imitar a mais famosa terciária dominicana, Santa Catarina de Sena, a quem considerava sua “mãe” espiritual.

O Papa Pio XII, em sua mensagem de rádio de 27 de outubro de 1940 para o Congresso Eucarístico em Arequipa, no sul do Peru, disse: “Não despontou e se abriu no jardim de Lima, qual flor primeira de santidade de toda a América, cândida como lírio e púrpura como rosa, a admirável Rosa de Santa Maria, que no retiro e entre os espinhos da penitência, imitou o ardor de uma Catarina de Sena?”.

Um dia, enquanto rezava diante da imagem de Nossa Senhora pedindo ajuda para decidir se entrava em um convento, sentiu que não podia se levantar do chão onde estava ajoelhada. Chamou seu irmão para que a ajudasse, mas ele também não foi capaz de movê-la dali.

Então, percebeu que a vontade de Deus era outra e disse à Virgem Maria: “Oh, Mãe Celestial, se Deus não quer que eu vá para um convento, desisto a partir de gora de sua ideia”. Assim que pronunciou estas palavras, recuperou a mobilidade e pôde se levantar.

3. Foi canonizada rapidamente

Menos de 50 anos depois de sua morte, foi declarada santa da Igreja Católica. Durante a cerimônia celebrada em sua honra após seu falecimento, foi aclamada por todo o povo e fizeram com que, em oito dias, fosse aberto o processo de canonização. O Cabildo enviou uma carta ao Papa Urbano VIII e o vice-rei fez o mesmo com a Coroa da Espanha.

Antes de ser canonizada em 1671, foi proclamada padroeira do Peru em 1669, do Novo Mundo e das Filipinas em 1670. Somente no Peru, há mais de 72 povoados com seu nome.

4. É a primeira santa da América

Foi canonizada pelo Papa Clemente X em 1671 e se tornou a primeira santa da América.

“Provavelmente não houve na América um missionário que, com suas pregações, tenha conseguido mais conversões do que as que Rosa de Lima obteve com sua oração e suas mortificações”, disse o Papa Inocêncio IX, ao se referir a ela.

5. Santa Rosa teria sido amiga de São Martinho de Lima

Uma antiga tradição afirma que Santa Rosa saía de sua ermida para ir à Igreja de Nossa Senhora do Rosário para atender os enfermos e escravos.

Nesses trabalhos, teria estado acompanhada por São Martinho de Lima, outro grande santo peruano que se tornou seu amigo. Lima era uma cidade pequena e murada, então é muito provável que efetivamente tenham se conhecido.

6. Quando morreu, ajudava no lar de uma família rica

Santa Rosa passou os três últimos anos de sua vida ajudando no lar de Don Gonzalo de Massa, um empregado do governo cuja esposa lhe tinha um carinho particular.

Durante a penosa e longa enfermidade que precedeu sua morte, a oração da jovem era: “Senhor, aumenta-me os sofrimentos, mas aumenta-me na mesma medida do teu amor”.

Santa Rosa de Lima faleceu em 24 de agosto de 1617, aos 31 anos. O Senado e outros dignitários da cidade se revezaram levando seus restos mortais para o túmulo.

ACI Digital

 

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF