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terça-feira, 25 de agosto de 2020

Sublime martírio de Santo Inácio de Antioquia

Após o martírio de Santo Inácio, os cristãos recolheram seus restos mortais como relíquias e viram que em seu coração estava escrito um nome: Jesus Cristo.
Guadium Press
Após o martírio de Santo Inácio, os cristãos recolheram seus restos mortais como relíquias e viram que em seu coração estava escrito um nome: Jesus Cristo.

Redação (25/08/2020, 10:15 – Gaudium Press) Diversos historiadores, ou melhor, contadores de histórias, fazem elogios ao Imperador Trajano, dizendo que foi um grande militar e muito bom administrador. Entretanto, não afirmam que ele perseguiu atrozmente os cristãos.

Santo Inácio da Antioquia: sabedoria que confunde o imperador, um martírio que marcou a história

Trajano exerceu o poder de 98 a 117 e sob suas ordens sofreu o martírio São Simeão, Bispo de Jerusalém, tendo 120 anos de idade. Denunciado por judeus cristãos heretizantes, ele foi crucificado.

Santo Inácio, terceiro Bispo de Antioquia, mostrou tanta Fé e altanaria diante das feras, que seu martírio marcou a História. O primeiro bispo dessa cidade foi São Pedro, o segundo Santo Evódio, massacrado por uma multidão por ter recusado adorar um ídolo.

Encontrando-se em Antioquia, Trajano quis discutir com Santo Inácio a respeito de religião e ficou totalmente confundido. Ordenou, então, que o prendessem e o conduzissem a Roma. 

Durante a longa viagem, ele escreveu seis cartas às igrejas da região e uma a São Policarpo, discípulo de São João Evangelista e Bispo de Esmirna.

Essas missivas, plenas de sapienciais ensinamentos sobre a Doutrina Católica, fizeram com que ele fosse considerado Padre da Igreja, juntamente com o Papa São Clemente I e São Policarpo, chamados Padres Apostólicos, ou seja, aqueles que tiveram contato pessoal com os Apóstolos. 

Após o martírio de Santo Inácio, os cristãos recolheram seus restos mortais como relíquias e viram que em seu coração estava escrito um nome: Jesus Cristo.
Guadium Press

Contemplando o Coliseu, local do martírio de Santo Inácio de Antioquia 

Chegando a Roma, Santo Inácio foi levado ao Coliseu. Eis como Dr. Plinio Corrêa de Oliveira descreve esse anfiteatro:

“Sua maior beleza aparece à noite, quando as sombras e trevas atenuam o prosaísmo das coisas modernas que o circundam, e o silêncio das altas horas envolve os ruídos cacofônicos da cidade que adormece.

“Em certo momento, enquanto uma Lua graciosa e amiga esparge suas aveludadas cintilações, ouve-se o demorado silvo de uma ave noturna, aninhada sob um dos arcos do Coliseu. Aquela espécie de brado nos faz lembrar o gemido dilacerante de um mártir, a derradeira prece lançada aos Céus por uma alma a caminho da suprema imolação…

“Contemplar aquele anfiteatro de tragédias e de heroísmos leva nossa imaginação a reproduzir um dos mais belos episódios de martírio que registra a hagiografia católica.

“É noite na Roma dos Césares. Aqui e ali, as tochas que a iluminam vão se apagando. Pouco a pouco, esmorecem os barulhos das festas, extinguem-se conversas e risos. Na soberana metrópole do mundo, tudo é calma e repouso. Despertos, em meio a densas trevas, ficam apenas os mártires do Coliseu, orando e se encorajando mutuamente. Por vezes a noite é borrascosa, o tempo inóspito, tornando ainda mais horrorosa e dorida aquela vigília para a morte.

Santo Inácio de Antioquia, o menino sobre o qual a mão de Nosso Senhor pousou

“De súbito, ouve-se o bramido de uma fera ecoando pelos lúgubres porões do grande circo. Rugido de animal faminto, há dias privado de alimento para que mais encarniçado se atire sobre sua vítima, na hora do fatídico encontro. E o urro do tigre, do leão, da pantera ou da hiena repercute como um estremecimento de terror nos corpos dos católicos.

“Alguns choram, com medo de lhes faltar a coragem no momento decisivo. Suplicam a Deus, com toda a alma, forças superabundantes para não cometerem a pior das infidelidades, para não apostatarem da verdadeira Religião de Nosso Senhor Jesus Cristo.

“Sereno em meio a tanta apreensão, um dos cativos, já entrado na ancianidade, percorre as fileiras de prisioneiros, dirigindo a cada um palavras de ânimo e esperança.” 

 “Alguns autores dizem que aquele menino contemplado por Nosso Senhor, cuja alma puríssima chegou a este píncaro de heroísmo na inocência, foi depois Santo Inácio de Antioquia. A mão divina tinha pousado sobre ele. […]

 “Se o Lago de Genezaré estremecia, se o ar se enchia de perfumes, de brisas e de luzes, o que dizer da alma de um menino fiel que Nosso Senhor aproxima de Si?

“E Ele, de outro lado, sabia que esse menino seria o grande Inácio de Antioquia.

Após o martírio de Santo Inácio, os cristãos recolheram seus restos mortais como relíquias e viram que em seu coração estava escrito um nome: Jesus Cristo.
Guadium Press

Santo Inácio: “’Senhor, assim como o trigo é esmagado para se transformar na Sagrada Eucaristia, assim esta fera triture o meu corpo, por Vós, ó meu Deus!’

“Aos poucos vão se atenuando as trevas, e a claridade da manhã traz consigo o ponteiro que marca a hora do sangrento suplício. Os rugidos das feras tornam-se mais intensos e aterradores; as súplicas, mais prementes e fervorosas.

“Soam os clarins, anunciando a chegada do César. Abrem-se as prisões, e os mártires são conduzidos ao local da imolação. Ao vê-los, trôpegos e maltratados, o povo pagão que lota as arquibancadas do Coliseu explode em vaias e apupos. Libertas de suas jaulas, as feras esfomeadas se precipitam sobre as carnes dos católicos. Exceto uma. Dando provas da autenticidade da Fé que professa, aquele velho cativo detém miraculosamente o leão que cresce para ele. Abre seus grandes braços e eleva aos céus uma extraordinária prece:
“’Senhor, assim como o trigo é esmagado para se transformar na Sagrada Eucaristia, assim esta fera triture o meu corpo, por Vós, ó meu Deus!’

“Só então, desvencilhado da misteriosa força que o retinha, o animal se atira sobre o mártir, despedaçando-o. O herói foi Santo Inácio de Antioquia, aquele que, quando menino, fora acariciado pelo Mestre Divino, recebendo d’Ele a promessa do Reino dos Céus.

Martírio de Santo Inácio: dolorido, encantador, fonte de santos e guerreiros

“De dentro dessa cena encantadora nós vemos emergir, ensopadas de sangue, duas figuras trágicas: Jesus, o Cordeiro de Deus coberto de sangue, de escarros, alvo de bofetadas, de injúrias durante a Paixão; e o cadáver de Santo Inácio de Antioquia estraçalhado pelas feras!

“Mas desse sangue, depois, sai um incenso mil vezes mais grato a Deus do que o exalado do sacrifício de Abel. Pelo seu Sangue, Jesus reconciliou Deus com os homens no alto da Cruz, fazendo nascerem mártires e guerreiros até o fim da história dos homens.

“As Cruzadas não foram senão o mais belo reflexo dos martírios, os quais nasceram — em certo sentido da palavra — de um menino a quem Nosso Senhor agradou numa cena encantadora, dizendo: “Deixai vir a Mim os pequeninos, porque deles é o Reino dos Céus.”

Após o martírio de Santo Inácio, cristãos acorreram para recolher seus restos mortais e verificaram que em seu coração estava escrito o nome de Jesus Cristo.

Por Paulo Francisco Martos
(in “Noções de História da Igreja” – 24)

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1- Cf. SÃO JOÃO BOSCO. História Eclesiástica. 6 ed. São Paulo: Salesiana, 1960, p. 45; LLORCA, Bernardino. Historia de la Iglesia Católica – Edad Antigua. 6. ed. Madri: BAC, 1990, v. I, p. 191. 250.

2- CORRÊA DE OLIVEIRAPlinio. Magnífico palácio espiritual. In Dr. Plinio, São Paulo. Ano III, n. 30 (setembro 2000), p. 34.

3- Idem. Divinamente admirável, supremamente admirador! In Dr. Plinio, São Paulo. Ano XV, n. 170 (maio 2000), p. 12.

4- Cf. DANIEL-ROPS, Henri. A Igreja dos Apóstolos e dos Mártires. São Paulo: Quadrante. 1988, p. 175.

 https://gaudiumpress.org/

Das Homilias de São João Crisóstomo, bispo

(Hom. De diabolo tentatore 2,6: PG 49,263-264)             (Séc.IV)

As cinco vias da penitência

Queres que cite as vias da penitência? São muitas, é certo, variadas e diferentes; todas levam ao céu.

É a seguinte a primeira via da penitência: a reprovação dos pecados: Sê tu o primeiro a dizer teus pecados para seres justificado (cf. Is 43,25-26). O profeta também dizia: Disse, confessarei contra mim mesmo minha injustiça ao Senhor, e tu perdoaste a impiedade de meu coração (Sl 31,5). Reprova também tu aquilo em que pecaste; basta isto ao Senhor para desculpar-te. Quem reprova aquilo em que pecou, custará mais a recair. Excita o acusador interno, tua consciência, não venhas a ter acusador lá, diante do tribunal do Senhor.

Esta primeira é ótima via da penitência. A seguinte não lhe é nada inferior: não guardemos lembrança das injúrias recebidas dos inimigos, dominemos a cólera, perdoemos as faltas dos companheiros. Com isso, aquilo que se cometeu contra o Senhor será perdoado. Eis outra expiação dos pecados. Se perdoardes a vossos devedores, também vos perdoará vosso Pai celeste (Mt 6,16).

Queres saber a terceira via da penitência? Oração ardente e bem feita, que brote do fundo do coração.

Se ainda uma quarta desejas conhecer, chamá-la-ei de esmola. Possui muita e poderosa força.

E ser modesto no agir e humilde, isto, não menos que tudo o mais, destrói os pecados.

Testemunha é o publicano que não podia citar nada feito com retidão, mas em lugar disto ofereceu a humildade e depôs pesada carga de pecados.

Indicamos cinco vias da penitência: primeira, a reprovação dos pecados; segunda, o perdão  das faltas do próximo; terceira, a oração; quarta, a esmola; quinta, a humildade.

Não sejas preguiçoso, mas caminha todos os dias por elas; são fáceis, não podes nem mesmo objetar a pobreza; pois ainda que pela indigência leves vida dura, renunciar à ira e mostrar humildade está em teu poder, bem como orar assiduamente e condenar os pecados; em parte alguma a pobreza é impedimento. O que digo aqui, naquela via da penitência que consiste em dar dinheiro (falo de esmola) ou em observar os mandamentos, será obstáculo a pobreza? A viúva que deu dois tostões já respondeu.

Tendo, pois, aprendido o meio de curar nossas chagas, usemos deste remédio. E com isso, recuperada a saúde, fruiremos com confiança da mesa sagrada, correremos gloriosos ao encontro de Cristo, Rei da glória, e alcançaremos os eternos bens, por graça, misericórdia e benignidade de nosso Senhor Jesus Cristo.

 https://liturgiadashoras.online/

A NEFASTA DITADURA DO RELATIVISMO

Estamos vivendo uma época de rápidas mudanças. Tudo muda, tudo evolui diante de nossos olhos, nos campos cultural, social, econômico, político e tantos outros.
Por essa constante sucessão de mudanças, o nosso tempo apresenta-se como uma visão magnífica, mas, ao mesmo tempo, assustadora, devido à rápida caducidade dos bens materiais e os questionamentos dos valores que sempre acompanharam as gerações que nos sucederam.
Com preocupação, nós percebemos que, nessa civilização relativista, cada vez mais, novos modernistas tentam nos convencer de que certas pessoas são “descartáveis”, entre elas, os idosos, os nascituros e os doentes. Desse modo, tentam, a todo custo, justificar o injustificável: o aborto, a eutanásia, suicídio assistido, ortotanásia
e tantos outros pecados. Se pararmos para pensar, nós iremos verificar que, aos poucos, o relativismo está ganhando terreno. Basta verificar que, nestes nossos dias, diversos atentados contra a vida não têm mais o peso social pejorativo de cem, cinquenta ou
quarenta anos atrás. Por outro lado, não podemos esquecer que tudo isso são expressões de mundanidade, manifestações de ausência de valores e de religião, pois, quando se começa a ocultar a Verdade, eliminam-se os Mandamentos, a expressão da fé, a Sagrada e o dom do santo temor de Deus.
Uma reflexão mais profunda sobre os problemas do nosso mundo deixa claro que o relativismo está cada vez mais presente em nossas sociedades, e, por isso, nos últimos séculos, “a pequena barca do pensamento de muitos cristãos foi muitas vezes agitada por estas ondas lançada de um extremo ao outro: do marxismo ao liberalismo, até à libertinagem, ao coletivismo radical, do ateísmo a um vago misticismo religioso, do agnosticismo ao sincretismo e por aí adiante. Ter uma fé clara, segundo o Credo da Igreja, muitas vezes é chamado de fundamentalismo. Enquanto o relativismo, isto é, deixar-se levar ‘aqui e além por qualquer vento de doutrina’, aparece como a única atitude à altura dos tempos hodiernos. Vai-se constituindo uma ditadura do relativismo que nada reconhece como definitivo e que deixa como última medida apenas o próprio eu e as suas vontades”. (Papa Bento XVI, Homilia em 24 de abril de 2005). Desse modo, se torna evidente que nunca a Santa Igreja de Deus precisou tão intensamente como agora de defensores contra esses erros, pois, a cada novo dia, nós percebemos que quem não está dentro do “politicamente correto” é perseguido, desprezado, zombado e criticado.
Quando paramos para verificar o alcance da ditadura do relativismo, percebemos que os seus defensores não estão dormindo: ataques constantes na mídia, obtenção de espaços consideráveis nos programas televisivos, questionamentos das leis, que até ontem pareciam inalteráveis, e, até mesmo, conquista de expressivos cargos políticos, inclusive no Poder Legislativo, onde passam a propor leis contra a Lei natural que Deus colocou em nossos corações. Assim, aos poucos, a palavra dos legisladores humanos vai implodindo a Lei de Deus, que é a mesma para todos os seres humanos.

Diante deste panorama assustador, é preciso reagir, pois, como sabemos, o relativismo é uma corrente que nega toda verdade absoluta, assim como toda ética absoluta, deixando a critério de cada pessoa definir a sua verdade e o seu bem. Em outras palavras, o relativismo defende a exclusão do credo religioso da esfera pública, pois, erroneamente, considera a fé como uma ameaça para a liberdade, a fraternidade e a igualdade do ser humano.
Por sermos filhos da luz, discípulos missionários de Jesus, somos convocados por Deus e pela Igreja a trabalhar no desmantelamento da ditadura do relativismo. O que podemos realizar para fazer frente a essa dura realidade? Confirmar a nossa fé na Palavra de Cristo, conhecer cada vez melhor a Bíblia Sagrada e o Catecismo, expressar, com evidência sempre maior, a nossa pertença a Jesus Cristo e readquirir o gosto pelo Sagrado. O nosso dever primário nesta empreitada é, certamente, propagar sem reservas ou medos os sinais da nossa fé, por meio de vozes claras de defesa da moral e da ética cristã e da segura orientação dos ensinamentos de nosso Senhor Jesus Cristo diante de tantas debilidades e inseguranças. Por conseguinte, nós não podemos poupar esforços e talentos nesta peleja que enfrentamos com a força da oração e com o poder operativo do Amor que nos conduz à contínua defesa da Verdade Absoluta.
Por sermos soldados de Cristo, cada um de nós tem o grato dever de ser um exemplo público de fé nos mais diversos ambientes sociais. Possuímos também o privilégio de trabalhar em prol do autêntico bem-estar dos nossos contemporâneos, oferecendo-lhes os sólidos valores humanos e cristãos que herdamos das sucessivas
gerações cristãs e, acima de tudo, temos a santa obrigação de “fazer brilhar, com a nossa própria vida no mundo, a Palavra de verdade que o Senhor Jesus nos deixou”. (Papa Bento XVI, “Carta Apostólica Porta Fidei, nº 6”).
Não podemos e nem devemos ficar estagnados diante de tantos erros. Nesse bom combate em prol da fé, nós devemos, com renovada esperança, hoje, amanhã e sempre, escancarar diante dos olhos dos nossos coetâneos a Porta da Fé. Respeitando a liberdade
de cada pessoa, nós temos que propor a cada homem e a cada mulher – crianças, jovens, adultos e idosos – o desafiador convite de Cristo que nos chama a segui-Lo.
Levantai-vos, soldados de Cristo, e vamos juntos expressar a liberdade da fé, o apreço pelo próximo e nosso amor por Deus, suplicando continuamente ao Espírito Santo a necessária sabedoria e a imprescindível fortaleza para não desanimarmos nesta peleja. Que a Virgem Maria, a Nossa Senhora das Vitórias, a doce Mãe dos mártires, nos proteja e ampare!

Aloísio Parreiras

Arquidiocese de Brasília

Mons. Giovani Caldas será ordenado bispo no próximo dia 5 de setembro

Pascom/Arquidiocese de Brasília
 Apesar das restrições de público causado pelo COVID 19, a Arquidiocese de Brasília celebra, com Júbilos, a ordenação de mais um bispo.

A cerimônia de ordenação do Monsenhor Giovani Carlos, bispo eleito para Diocese de Uruaçu (GO), está marcada para o próximo dia 5 de setembro, às 10h, na Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida.

A celebração de ordenação será transmitida pelas redes sociais da Arquidiocese de Brasília, rádio Nova Aliança, TV e rádio Canção Nova Brasília.

Monsenhor Giovani Carlos foi nomeado pelo papa Francisco bispo para a Diocesano de Uruaçu (GO), no dia 17 de junho, sede vacante desde o dia 16 de fevereiro de 2019, quando Dom Messias dos Reis Silveira, terceiro bispo diocesano de Uruaçu tomou posse na Diocese de Teófilo Otoni (MG).

Biografia 

Padre Giovani Carlos Caldas Barroca nasceu em Brasília, no Distrito Federal, aos 14/02/1969. Filho de João Batista Barroca e Dulcinéia Caldas Barroca

Ordenado presbítero na Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida – DF, Arquidiocese de Brasília, aos 03/12/1994.

Estudou Filosofia e Teologia Seminário Nossa Senhora de Fátima, Brasília – DF.

Pe. Giovani é Bacharelado em Teologia pelo Centro Universitário Claretiano e pós-graduado em Sagrada Escritura também pelo Centro Universitário Claretiano.

Funções Presbiterais

Pároco:
1. Paróquia São Miguel Arcanjo – Recanto das Emas -DF, Arquidiocese de Brasília: 08/02/1995;
Fundador da Comunidade Católica Vida Nova.

Outras Funções
1. Vigário Episcopal do Vicariato Leste, Arquidiocese de Brasília: 18/06/2016;
Administrador paroquial – São Francisco de Assis, Recanto das Emas -DF, Arquidiocese de Brasília: 08/04/2019.

Arquidiocese de Brasília

Pacto pela vida e pelo Brasil

Dom Paulo Mendes Peixoto: Na Paixão, o próprio Cristo é o maior ...
Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba

Todos os ensinamentos contidos na Bíblia têm como meta orientar as pessoas sobre o valor e o sentido da vida em todas as suas dimensões, principalmente a vida humana. Além da existência de uma história, ela tem um destino proclamado nas palavras do Mestre. Jesus confirma, em seu ensinamento, o desejo do Pai e faz um pacto de aliança, de unidade e de vida com o ser humano.

 Diante da trágica realidade de mortes causadas pela covid-19, e dos desacertos na administração pública no enfrentamento desse problema letal, com consequências para as famílias no Brasil, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), em parceria com outras organizações da sociedade, convoca os brasileiros para unir forças a partir de um “pacto pela vida e pelo Brasil”.

Na verdade é uma convocação para unidade de pensamento e de preces pela superação dessa crise que afeta bruscamente a todos. Foi redigido um documento e encaminhado aos presidentes dos três Poderes da Nação. Ali está pedindo “união da sociedade, solidariedade, disciplina e conduta ética e transparente do governo”, para um cuidado mais pertinente no enfrentamento do coronavírus.

Há uma frase bíblica intrigante: “Quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim vai encontrá-la” (Mt 16, 25). Essas palavras atribuídas a Jesus estão em sintonia com o pacto da vida, que precisa ser defendida, mesmo necessitando de sofrimento. É o sentido visto na cruz, imagem dos enfrentamentos que acontecem também por muitos na pandemia.

São praticados muitos atos arbitrários em relação à vida. O da menina de dez anos estuprada com adiantada gravidez, fato estranho, mas de fácil entendimento em uma cultura hedonista. A decisão pelo aborto foi uma atitude agressiva e contrária aos princípios sagrados da vida humana. Isso clama aos céus e pesa sobre os administradores da justiça uma consciência ferida.

O “Pacto pela vida e pelo Brasil” foi lançado no dia 7 de abril passado e assinado por dezenas de entidades do país. A finalidade principal é motivar o conjunto da sociedade brasileira numa união de cidadãos, governos e poderes constituídos da República para “formar uma ampla aliança para enfrentar a grave crise sanitária, econômica, social e política que vive o Brasil”, principalmente na pandemia.

CNBB

Grandes heresias: “ontem” e “hoje”

Apologética
Veritatis Splendor
  • Autora: Gercione Lima
  • Comentários: Carlos Ramalhete
  • Fonte: Lista “Tradição Católica”

Desde o princípio da Cristandade, a Igreja sempre se confrontou e combateu os falsos ensinamentos ou heresias.

Hoje em dia basta darmos uma olhada no catálogo telefônico para encontrarmos em qualquer cidade do mundo, uma denominação religiosa que nos diga exatamente aquilo que queremos ouvir. Algumas ensinam que Jesus não é Deus, ou que Ele é a única pessoa da Trindade, ou que existem muitos deuses (três dos quais são o Pai, o Filho e o Espírito Santo) ou que nós podemos nos tornar “deuses”, ou que uma pessoa uma vez salva, jamais poderá perder sua salvação, ou que não existe inferno, ou que o homossexualismo é apenas mais uma expressão da sexualidade humana, portanto um estilo de vida aceitável para um cristão, ou qualquer outro tipo de ensinamento.

A Bíblia nos advertiu que isso ocorreria. O Apóstolo Paulo avisou ao seu aluno Timóteo:

  • “Porque virá o tempo em que os homens já não suportarão a sã doutrina da salvação. Levados pelas suas próprias paixões e pelo prurido de escutar novidades, ajustarão mestres para si. Apartarão os ouvidos da verdade e se atirarão às fábulas” (2Timóteo 4,3-4).

O QUE É HERESIA?

Antes de darmos uma olhada nas grandes heresias da história da Igreja, cumpre-nos dar algumas palavras sobre a natureza da heresia. Isso é muito importante já que o termo em si carrega um forte peso emocional e frequentemente é mal utilizado. Heresia não significa o mesmo que incredulidade, cisma, apostasia ou qualquer outro pecado contra a fé. O Catecismo da Igreja Católica define a heresia do seguinte modo:

  • “Incredulidade é negligenciar uma verdade revelada ou a voluntária recusa em dar assentimento de fé a uma verdade revelada. Heresia é a negação após o batismo de algumas verdades que devem ser acreditadas com fé divina e Católica, ou igualmente uma obstinada dúvida com relação às mesmas; apostasia é o total repúdio da fé cristã; cisma é o ato de recusar-se a submeter-se ao Romano Pontífice ou à comunhão com os membros da Igreja sujeitos a ele” (CCC 2089).

Para ser culpado de heresia, uma pessoa deve estar obstinada (incorrigível) no erro. Uma pessoa que está aberta à correção ou que simplesmente não tem consciência de que o que ela está dizendo é contrário ao ensinamento da Igreja, não pode ser considerada como herética.

A dúvida ou negação envolvida na heresia deve ser pós-batismal. Para ser acusado de heresia, uma pessoa deve ser antes de tudo um batizado. Isso significa que aqueles movimentos que surgiram da divisão do Cristianismo ou que foram influenciados por ele, mas que não administram o batismo ou que não batizam validamente, não podem ser considerados heresias mas apenas religiões separadas (exemplos incluem Muçulmanos que não possuem batismos e Testemunhas de Jeová que não batizam validamente).

E, finalmente, a dúvida ou negação envolvidos na heresia devem estar relacionados a uma matéria que deve ser crida com “fé Católica e divina” – em outras palavras, alguma coisa que tenha sido definida solenemente pela Igreja como verdade divinamente revelada (por exemplo, a Santíssima Trindade, a Encarnação, a Presença Real de Cristo na Eucaristia, o Sacrifício da Missa, a Infalibilidade Papal, a Imaculada Conceição e Assunção de Nossa Senhora).

É especialmente importante saber distinguir heresia de cisma e apostasia. No cisma, uma pessoa ou grupo se separa da Igreja Católica sem repudiar nenhuma doutrina definida. Já na apostasia, uma pessoa repudia totalmente a fé cristã e não mais se considera cristã.

É interessante notar como, de uma forma ou outra, a imensa maioria destas heresias permanece…

Esclarecidas as diferenças, vamos dar uma conferida nas maiores heresias da história da Igreja e quando elas começaram:

» Os Judaizantes (Séc. I)

A heresia Judaizante pode ser resumida pelas seguintes palavras dos Atos dos Apóstolos 15,1:

  • “Alguns homens, descendo da Judéia, puseram-se a ensinar aos irmãos o seguinte: ‘Se não vos circuncidais segundo o rito de Moisés, não podeis ser salvos'”.

Muitos dos primeiros Cristãos eram Judeus, e esses trouxeram para a Fé cristã muitas de suas práticas e observâncias judaicas. Eles reconheciam em Jesus Cristo o Messias anunciado pelos profetas e o cumprimento do Antigo Testamento, mas uma vez que a circuncisão era obrigatória no Antigo Testamento para a participação na Aliança com Deus, muitos pensavam que ela era também necessária para a participação na Nova Aliança que Cristo veio inaugurar. Portanto eles acreditavam que era necessário ser circuncidado e guardar os preceitos mosaicos para se tornar um verdadeiro cristão. Em outras palavras, uma pessoa deveria se tornar judeu para poder se tornar cristão.

  • Comentário: Uma forma “light” desta heresia é a dos Adventistas de Sétimo Dia e outras seitas sabatistas.

» Gnosticismo (Sécs. I e II)

“A matéria é má!” – Esse é o lema dos Gnósticos. Essa foi uma idéia que eles “tomaram emprestado” de alguns filósofos gregos e isso vai contra o ensinamento Católico, não apenas porque contradiz Gênesis 1,31“Deus contemplou toda a sua obra, e viu que tudo era muito bom”, bem como outras partes da Sagrada Escritura, mas porque nega a própria Encarnação. Se a matéria é má, então Jesus não poderia ser verdadeiro Deus e verdadeiro homem, pois em Cristo não existe nada que seja mau. Assim muitos gnósticos negavam a Encarnação alegando que Cristo apenas “parecia” como homem, mas essa sua humanidade era apenas ilusória.

Alguns Gnósticos, reconhecendo que o Antigo Testamento ensina que Deus criou a matéria, alegavam que o Deus dos Judeus era uma divindade maligna bem diferente do Deus de Jesus Cristo, do Novo Testamento. Eles também propunham a crença em muitos seres divinos, conhecidos como “aeons” que servem de mediadores entre o homem e um inatingível Deus. O mais baixo de todos esses “aeons” que estava em contato direto com os homens teria sido Jesus Cristo.

  • Comentário: Esta heresia permanece de maneira quase igual na chamada “Nova Era”. Em outras formas, aliás, ela não deixa de ser a heresia de base de muitas outras, como o protestantismo (com sua negação dos Sacramentos e da Maternidade Divina da Santíssima Virgem, decorrentes de uma visão gnóstica segundo a qual a religião verdadeira é puramente espiritual: Igreja invisível, sem meios visíveis de transmissão de graça etc.).

» Montanismo (final do Séc. II)

Montanus iniciou inocentemente sua carreira pregando um retorno à penitência e ao fervor. Todavia ele alegava que seus ensinamentos estavam acima dos ensinamentos da Igreja porque ele era diretamente inspirado pelo Espírito Santo. Logo, logo ele começou a ensinar sobre uma eminente volta de Cristo em sua cidade natal na Frígia. Seu movimento enfatizava sobretudo a continuidade dos dons extraordinários como falar em línguas e profecias.

  • Comentário: Montano afirmava que a Igreja não tinha capacidade de perdoar pecados mortais. Esta heresia, de uma certa forma, está presente em muitas seitas atuais, cuja rigidez de costumes traz esta idéia no fundo. Um exemplo seria a “Assembléia de Deus”, ou até a seita suicida africana.

» Sabelianismo (Princípio do Séc. III)

Os Sabelianistas ensinavam que Jesus Cristo e Deus Pai não eram pessoas distintas, mas simplesmente dois aspectos ou operações de uma única pessoa. De acordo com eles, as três pessoas da Trindade existem apenas em referência ao relacionamento de Deus com o homem, mas não como uma realidade objetiva.

  • Comentário: Esta visão também está presente em muitos movimentos “ecumênicos” protestantes atuais, especialmente entre as seitas mais antigas. Nosso Senhor para eles dissolve-se em uma vaga “divindade”.

» Arianismo (Séc. IV)

Uma das maiores heresias que a Igreja teve que confrontar foi o Arianismo. Arius ensinava que Cristo não era Deus e sim uma criatura feita por Deus. Ao disfarçar sua heresia usando uma terminologia ortodoxa ou semi-ortodoxa, ele foi capaz de semear grande confusão na Igreja, conquistando o apoio de muitos Bispos e a rejeição de alguns. O Arianismo foi solenemente condenado no ano 325 pelo Primeiro Concílio de Nicéia, o qual definiu a divindade de Cristo e no ano 381 pelo Primeiro Concílio de Constantinopla, o qual definiu a divindade do Espírito Santo. Esses dois Concílios deram origem ao Credo Niceno que os Católicos recitam nas Missas Dominicais.

  • Comentário: Os “Testemunhas de Jeová” têm esta crença, assim como os Unitarianos.

» Pelagianismo (Séc. V)

Pelagius, um monge gaulês deu início a essa heresia que carrega seu nome. Ele negava que nós herdamos o pecado de Adão e alegava que nos tornamos pessoalmente pecadores apenas porque nascemos em solidariedade com uma comunidade pecadora a qual nos dá maus exemplos. Da mesma forma, ele negava que herdamos a santidade ou justiça como resultado da morte de Cristo na cruz e dizia que nos tornamos pessoalmente justos através da instrução e imitação da comunidade cristã, seguindo o exemplo de Cristo.

Pelagius declarava que o homem nasce moralmente neutro e pode chegar ao céu por seus próprios esforços. De acordo com ele, a graça de Deus não é verdadeiramente necessária, mas apenas facilita uma difícil tarefa.

  • Comentário: É uma visão que ainda hoje encontramos na Teologia da Libertação, por exemplo: o que importa é o esforço do homem, a graça de Deus é bem vinda mas não é necessária, etc. É por isso que os TL dão tanto valor à “auto-estima”, nome chique para o pecado do Orgulho: para eles é importante amar A SI sobre todas as coisas, pois a salvação (ou a utopia socialista, no caso…) viria apenas através do esforço do homem.

» Nestorianismo (Séc. V)

Essa heresia sobre a pessoa de Cristo foi iniciada por Nestorius, bispo de Constantinopla que negava a Maria o título de Theotokos (literalmente “Mãe de Deus”). Nestorius alegava que Maria deu origem apenas à pessoa humana de Cristo em seu útero e chegou a propor como alternativa o título Christotokos (“Mãe de Cristo”).

Os teólogos Católicos ortodoxos imediatamente reconheceram que a teoria de Nestorius dividia Cristo em duas pessoas distintas (uma humana e outra divina, unidos por uma espécie de “elo perdido”), sendo que apenas uma estava no útero de Maria. A Igreja reagiu no ano 431 com o Concílio de Éfeso, definindo que Maria realmente é Mãe de Deus, não no sentido de que ela seja anterior a Deus ou seja a fonte de Deus, mas no sentido de que a Pessoa que ela carregou em seu útero era de fato o Deus Encarnado.

  • Comentário: Creio que todo mundo já identificou o protestantismo pentecostal neste heresia, não? Bom, isso na verdade é, no protestantismo, apenas uma maneira a mais de menosprezar a Encarnação. Note-se que S. João escreveu seu Evangelho em resposta aos gnósticos, e fez questão de comecá-lo pela Encarnação. Isto ocorre porque a base gnóstica do protestantismo (e tbm, de uma certa maneira, do nestorianismo) recusa-se a admitir que Nosso Senhor tenha realmente assumido a nossa natureza. É por isso, por exemplo, que Lutero afirmava que o pecado do homem não é jamais apagado, mas apenas encoberto por Deus. Para ele, Nosso Senhor mentiria, afirmando que o homem não tem pecado, para que ele entre no Céu. É mais fácil para um gnóstico crer em um deus que minta que em um Deus que se faz verdadeiramente homem, com mãe e tudo.

» Monofisismo (Séc. V)

O Monofisismo originou-se como uma reação ao Nestorianismo. Os monofisistas (liderados por um homem chamado Eutyches) ficaram horrorizados pela implicação Nestoriana de que Cristo era duas pessoas com duas diferentes naturezas (divina e humana). Então eles partiram para o outro extremo alegando que Cristo era uma pessoa com uma só natureza (uma fusão de elementos divinos e humanos). Portanto eles passaram a ser reconhecidos como Monofisistas devido à sua alegação de que Cristo possuía apenas uma natureza (Grego: mono= um; physis= natureza).

Os teólogos Católicos ortodoxos imediatamente reconheceram que o Monofisismo era tão pernicioso quanto o Nestorianismo porque esse negava tanto a completa humanidade como a completa divindade de Cristo. Se Cristo não possuia a natureza humana em sua plenitude então Ele não poderia ser verdadeiramente homem e se Ele não possuía a natureza divina em plenitude, então Ele também não era verdadeiramente Deus.

  • Comentário: Esta heresia persiste em alguns círculos católicos bem-intencionados, mas errados, que subestimam a importância da natureza humana de Cristo.

» Iconoclastas (Sécs. VII e VIII)

Essa heresia surgiu quando um grupo de pessoas conhecidos como iconoclastas (literalmente, destruidores de ícones) apareceu. Esses alegavam que era pecaminoso fazer estátuas ou pinturas de Cristo e dos Santos apesar de exemplos bíblicos que provam que Deus mandou que se fizesse estátuas religiosas (por exemplo, em Ex 25,18-20 e 1Cr 28,18-19), inclusive representações simbólicas de Cristo (Num 21,8-9 e Jo 3,14).

  • Comentário: Tem um em cada esquina hoje em dia…

» Catarismo (Séc. XI)

O Catarismo foi uma complicada mistura de religiões não-Católicas trabalhadas com uma terminologia Cristã. O Catarismo se dividia em muitas seitas diferentes que tinham em comum apenas o ensinamento de que o mundo tinha sido criado por uma divindade má (portanto toda matéria é má) e que por isso devemos adorar apenas a divindade do bem.

Os Albigenses formavam uma das maiores seitas Cátaras. Eles ensinavam que o espírito foi criado por Deus e que por isso era bom, enquanto o corpo teria sido criado pelo Mal, portanto o espírito deveria ser libertado do corpo. Ter filhos era considerado pelos albigenses um dos maiores males já que isso era o mesmo que aprisionar um outro “espírito” na carne. Obviamente o casamento era proibido, embora a fornicação fosse permitida. Tremendos jejuns e severas mortificações eram paticadas e seus líderes adotavam uma vida de voluntária pobreza.

  • Comentário: Alguns aspectos da gnose cátara hoje são parte integrante da mentalidade geral em nossa sociedade: o horror à concepção, o amor à fornicação (infelizmente há católicos que aderem a esta mentalidade e praticam sem as necessárias razões graves a abstinência periódica de relações conjugais nos dias férteis)…

» Protestantismo (Séc. XVI)

Os grupos Protestantes se dividem em uma ampla variedade de diferentes doutrinas. Todavia, virtualmente todos alegam acreditar no princípio da Sola Scriptura (“apenas a Escritura” – idéia que defende o uso apenas da Bíblia ao formular sua teologia) e Sola Fide (“apenas pela Fé – a idéia de que somos justificados somente pela Fé). Apesar disso, existe pouca concordância sobre o que essas duas doutrinas-chave realmente significam. Por exemplo, Lutero acreditava que a fé salvífica é expressa pelo batismo, pelo qual, segundo ele, uma pessoa renasce e seus pecados são perdoados, ao passo que muitos Fundamentalistas alegam ser essa uma falsa pregação e que o batismo é meramente um símbolo.

A grande diversidade de doutrinas Protestantes advêm da doutrina do julgamento privado, a qual nega a infalível autoridade da Igreja e alega que cada indivíduo pode interpretar a Escritura por si próprio. Essa idéia é rejeitada pela própria Bíblia em 2Ped 1,20, que nos dá a primeira regra para a interpretação bíblica: “Antes de tudo, sabei que nenhuma profecia da Escritura é de interpretação pessoal”. Uma significante tática dessa heresia é a tentativa de confrontar a Igreja com a Bíblia, negando que o magistério possua qualquer autoridade infalível para ensinar ou interpretar as Escrituras.

A doutrina do julgamento privado resultou em um enorme número de diferentes denominações. De acordo com o The Christian Sourcebook, existiam aproximadamente 21,000 denominações em 1986, com 270 novas se formando a cada ano. Virtualmente todas elas são Protestantes.

  • Comentário: Sem comentários…

» Jansenismo (Séc. XVII)

Jansenius, bispo de Yvres, França deu início a essa heresia num jornal em que ele escreveu sobre Santo Agostinho, no qual ele redefinia a doutrina sobre a graça. Entre outras doutrinas, seus seguidores negavam que Cristo morreu pela salvação de todos os homens, alegando que Ele havia morrido apenas por aqueles que serão finalmente salvos (ou seja, os eleitos). Este e outros erros Jansenistas foram oficialmente condenados pelo Papa Inocêncio X em 1653.

  • Comentário: O jansenismo, infelizmente, é hoje encontrado em muitos meios ditos “tradicionalistas”. Este debate é frequentemente provocado pelas objeções que muitos fazem à má tradução do Cânon Romano, que traz “por todos” (e não “para muitos”) como tradução de “pro multis”. Esta tradução está errada como tradução, mas não é teologicamente errada, pois afirma ser o Sacrifício de Cristo suficiente para todos. Os neo-jansenistas, porém, afirmam que teologicamente também está errada.

» Modernismo (Séc. XX)

Os modernistas ensinam, essencialmente, que o homem é incapaz de compreender a realidade e que as “verdades” são meramente idéias relativas. Para o modernista não existem verdades absolutas. As doutrinas que foram infalivelmente definidas pela Igreja podem portanto serem mudadas com os tempos, ou rejeitadas ou reinterpretadas para se adaptarem às modernas preferências.

O Modernismo está entre as mais sérias heresias porque permite a uma pessoa rejeitar qualquer doutrina que foi definida, inclusive aquelas mais cêntricas como a divindade e ressurreição de Cristo. Essa heresia permite a reintrodução de todos os erros das heresias anteriores, bem como novos ensinamentos falsos que os antigos heréticos jamais imaginaram.

O Modernismo é especialmente grave porque ele frequentemente advoga suas crenças usando uma terminologia aproximadamente ortodoxa. O erro é frequentemente expresso através de uma nova interpretação simbólica, por exemplo: Cristo não ressuscitou fisicamente dos mortos, mas a história de sua ressurreição produz uma importante verdade. Uma das táticas mais comuns usadas pela maioria dos modernistas é insistir na premissa de que eles estão dando a interpretação ortodoxa das verdades do Catolicismo.

  • Comentário: Da última vez que estive lá, o ninho desta espécie ficava na lista “católicos” da Summer. 🙂

CONCLUSÃO

As heresias sempre nos acompanharam desde o início da Igreja até os nossos tempos atuais. Geralmente elas sempre tiveram início por membros da hierarquia da Igreja, mas eram combatidas e corrigidas pelos Concílios e Papas. Felizmente temos a promessa de Cristo de que as heresias jamais prevalecerão contra a Igreja: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mateus 16,18), pois a Igreja é verdadeiramente, nas palavras do Apóstolo Paulo, “coluna e sustentáculo da verdade” (1Timóteo 3,15).

Veritatis Splendor

O coronavírus e a ressonância de crises

RĘCE
Priscilla Du Preez/Unsplash | CC0
por Alexandre Ribeiro

As pessoas estão nervosas por causa do coronavírus. Então tente não adicionar ainda mais nervosismo à situação.

Comentamos em nosso artigo de ontem que uma crise é uma instabilidade de grandes proporções.

O mundo atualmente passa pela crise do coronavírus. Enquanto conjunto da sociedade, essa é a nossa maior crise no momento, a qual deve ser enfrentada.

E toda crise, começando neste caso com uma forte instabilidade no ambiente que nos cerca – a presença de um novo vírus –, também gera instabilidades dentro de cada um de nós e dentro dos círculos menores de nossa convivência, como a família.

Nesse contexto, é preciso muita atenção para não adicionar desnecessariamente mais crises à grave crise já existente.

Isso é muito importante.

Porque todo sistema tem limites. E quando se ultrapassa o limite de resistência de um sistema, ele se rompe, ou seja, sofre desestruturação.

A desestruturação é o rompimento do conjunto de relações de um sistema. É a sua ruína.

Observemos a situação de forma bem simples e concreta.

As pessoas estão nervosas por causa do coronavírus. Então, na medida do possível, tente não adicionar ainda mais nervosismo nas relações que você mantém com todos que o cercam neste momento.

O melhor mesmo, neste caso, é enfrentar o nervosismo com a calma. Então, em sua casa, esforce-se para ser mais calmo do que nunca.

Seus parentes podem estar com medo. Seu cônjuge, nervoso. Seus filhos estarão mais agitados que de costume, pois não entendem completamente a situação, mas também se preocupam, à maneira deles.

Neste momento, em primeiro lugar, é muito importante que cada um de nós seja um exemplo e testemunho de calma. Isso pelo simples fato de que adicionar nervosismo à situação só trará más consequências.

Então, façamos o exercício de pensar assim: nós, enquanto sociedade, estamos enfrentando uma crise. Nós a venceremos. Ela vai passar em breve. É preciso paciência, disciplina e virtude.

Deixemos que o campo de batalha da crise seja do lado de fora de nossas casas. Que dentro de casa, reine a paz e a tranquilidade, pelo menos naquilo que depende da nossa atitude.

A crise do coronavírus já está sendo enfrentada por governos, pesquisadores, médicos, ou seja, pelos sistemas de saúde, econômico e político. É função desses sistemas enfrentar a crise. E nós colaboramos com todos esses sistemas.

Mas é importante também enfatizar a realidade concreta do ambiente dentro de casa.

Tenha paciência e misericórdia. Deixemos passar os pequenos aborrecimentos que em outras ocasiões nos teriam feito perder a cabeça.

Não brigue com sua esposa. Não brigue com seu marido. Não brigue com seus filhos. Não discuta com seus vizinhos.

Vamos lutar neste momento a luta que mais importa. E vamos permanecer aliados uns dos outros, especialmente dentro de casa e entre aqueles que nos cercam. 

Aleteia

S. LUÍS IX, REI DA FRANÇA

S. Luís IX,  manuscrito século XIV, Bibliothèque nationale de France
S. Luís IX, manuscrito século XIV,
Bibliothèque nationale de France 

A sétima Cruzada

Quando, em 1248, Luís IX partiu para libertar a Terra Santa das mãos dos Turcos, embarcou com sua esposa, Margarida de Provença, mas foi preso. Quando foi solto, voltou para o seu reino, onde começou a fazer grandes reformas, entre as quais, de modo particular, a proibição do duelo judiciário – ou “duelo de Deus”.

Fundou hospitais e mosteiros e realizou seu grande projeto: construir a “Saint-Chapelle”, um santuário de luzes e vidros coloridos, destinado a custodiar as relíquias, sobretudo a coroa de espinhos de Jesus, que as havia adquirido do imperador de Constantinopla. Deu à sua irmã, a beata Isabel, as terras de Longchamp, para que fosse construída uma abadia para as Irmãs de Santa Clara.

Luís IX, Rei da França

O seu reino deu-se em uma época de evolução cultural, intelectual e teológica. Luís gostava de convidar a sentar-se à sua mesa São Boaventura e Santo Tomás de Aquino. Junto com Robert de Sorbon, fundou, em 1257, a universidade “Sorbonne”; seguiu, com grande atenção, o acabamento da Catedral de Notre-Dame, em particular os florões e os pórticos.

A sua maior preocupação era pacificar, reconciliar os inimigos e acabar com os conflitos, sobretudo aquele entre a França e a Inglaterra. No entanto, sonhava voltar à Terra Santa e converter o sultão do Egito: mas não chegou a ir além de Cartago, atual Túnis, porque sua doença o levou à morte em 25 de agosto de 1270.

O prestígio de Paris

Sob o reinado de Luís IX, Paris tornou-se a cidade mais prestigiosa do cristianismo do Ocidente, com sua Universidade, a Sainte-Chapelle e Notre-Dame.

Não foi uma novidade para ninguém que seu processo de Canonização tenha começado apenas dois anos depois da sua morte, considerando os milagres e as curas que partiam da sua sepultura. Em 1297, ao término de longos estudos, o Papa Bonifácio VIII inseriu Luís IX na lista dos Santos da Igreja Católica.

Dia 25 de agosto, aniversário da sua morte, tornou-se a sua festa canônica. O Rei da França foi um dos primeiros leigos a ser canonizado.

Justiça e Paz

Durante toda a sua vida, São Luís IX esforçou-se para que reinasse a justiça e a paz na sua existência de santo e estadista. Os soberanos da Europa apelavam à sua sabedoria.

São Luís é conhecido pelo seu senso de justiça e pelo seu amor a Deus e aos pobres. Os símbolos, com os quais é representado, são a Cruz, a mão da Justiça e o cíngulo dos Terciários Franciscanos, dos quais ele é o Santo Padroeiro.

Vatican News

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF