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sexta-feira, 28 de agosto de 2020

O ensinamento de Agostinho ao homem contemporâneo

Santo Agostinho
Santo Agostinho  (©Renáta Sedmáková - stock.adobe.com)

Com ele se aprende a introspecção interior e a busca de Deus através da razão e da fé. Mas Santo Agostinho, que a Igreja lembra hoje, também ensina a ler a história à luz da Providência. O novo Prior da Província agostiniana da Itália afirma: "Agostinho fala muito ao homem de hoje". Carta do Prelado Geral a todos os Agostinianos

Tiziana Campisi – Vatican News

"Os Padres da Igreja são justamente chamados os santos que, com a força da fé, a profundidade e a riqueza de seus ensinamentos, regeneraram e fizeram crescer a Igreja nos primeiros séculos", assim escreveu João Paulo II na Carta Apostólica Patres Ecclesiae. E entre os Padres da Igreja está Santo Agostinho, Bispo de Hipona, que com seu ministério pastoral e suas obras contribuiu enormemente para o desenvolvimento da doutrina cristã.

Santo Agostinho pastor

Se com sua experiência de vida o prelado africano nos ensina a percorrer o caminho da interioridade para encontrar Deus e compreender Sua Palavra com fé e razão, através de seus escritos responde também às grandes perguntas do homem sobre a existência, sobre o bem e o mal, sobre a história. Há muitas homilias nas quais Agostinho aborda temas atuais, adverte seus fiéis sobre costumes pagãos, ajuda-os a ler a realidade à luz do Evangelho. Como pastor, durante 35 anos, ele conduziu sua diocese na ortodoxia cristã e, cabendo-lhe a episcopalis audientiae, deve resolver as disputas civis que os cidadãos de Hipona lhe submetem como árbitro de disputas, o que o aproximou ainda mais de seu povo. Tudo isso o levou a lidar com problemas concretos e a lidar com heresias e questões teológicas, enquanto seus sermões apaixonavam tanto os fiéis que ficavam horas ouvindo-o falar.

Entre 413 e 426, quando já tinha idade madura, Agostinho escreveu A Cidade de Deus, oferecendo uma leitura da história através das lentes da fé católica. Nos 22 livros que a compõem, o mundo é descrito como o fruto da "cidade terrestre", marcada pelo pecado e amor próprio do homem, e da "cidade celeste", o lugar da Graça e do amor de Deus. Mas, para o bispo de Hipona, em todas as civilizações há homens que pertencem a uma ou a outra. Além disso, vendo a Providência como um guia para toda a história, cada acontecimento e cada evento pessoal é iluminado por um significado. A Cidade de Deus de Agostinho é uma reflexão filosófica, teológica e política. Padre Giustino Casciano, Prior Provincial da Província Agostiniana da Itália, explica o que podemos recuperar nos dias de hoje desta obra:

Padre Casciano: "A Cidade de Deus" foi escrita por Agostinho quando Roma caiu nas mãos dos Godos. Este evento que marcou época abalou o povo, as consciências de então, e deu origem à acusação contra os cristãos de que eles eram a causa da ruína da cidade de Roma, da cidade eterna. Escrevendo "A Cidade de Deus", Agostinho quer responder precisamente a estas acusações. E ele diz que não é por causa do cristianismo que Roma se tornou fraca e caiu nas mãos dos bárbaros, mas é por causa da corrupção moral, da corrupção dos costumes, que Roma perdeu seu esplendor e sua grandeza.   Tornou-se frágil por causa do homem, que seguiu mais paixões do que sua própria inteligência, o próprio destino eterno. Penso que é interessante refletir sobre a situação atual no mundo, sobre o fato de que estamos passando por esta crise da epidemia global que afetou todos os povos. A reflexão de Agostinho pode ser muito interessante para se ter uma visão da história do mundo, onde o cristianismo pode dar tanta luz, onde a fé cristã pode oferecer tantas saídas.

Como Agostinho se dirigiria ao mundo hoje?

Padre Casciano: Devo dizer que Agostino fala muito ao homem de hoje. O homem contemporâneo se sente muito próximo a ele; ele está a mais de 1600 anos de distância, mas sua linguagem, seu modo de ser e de se colocar, o tornam muito, muito atual. Acredito que Agostinho falaria, acima de tudo, em nível antropológico, falaria ao coração das pessoas, à sua necessidade de felicidade, de segurança. Creio que seria realmente interessante ouvi-lo falar ou escrever na sociedade de hoje. E é nossa tarefa, como agostinianos, torná-lo vivo e atual na nossa sociedade.

Como o senhor vê o futuro das comunidade agostinianas na Itália?

Padre Casciano: Certamente é um futuro com muitas dificuldades, devido sobretudo à falta de vocações, por isso a urgência mais importante é aproximar os jovens, caminhar junto com os jovens, anunciar Jesus às novas gerações e pedir com incessante oração o dom de ter novas e santas vocações para a vida consagrada e para o ministério ordenado. Não gostaríamos de fechar conventos, gostaríamos, com a ajuda de Deus, de abrir novas realidades; mas isto, é claro, só pode ser feito através de novas vocações, sem esquecer que caminhamos juntos com as famílias, junto com os leigos. Somos um só com os leigos e as famílias agostinianas que vivem em nossos contextos. As dificuldades da Igreja são nossas dificuldades.

Há uma frase, um pensamento, de Agostinho que, em sua opinião, pode ser um pouco o lema da província agostiniana italiana para os próximos anos?

Padre Casciano: Posso pensar em várias frases, é claro. Uma se trata da razão e da fé: "Creia para poder compreender e compreenda para poder crer". Acredito que seja importante para nós unirmos cada vez mais todas as capacidades da ciência, tecnologia, inteligência humana, porém, uni-las à fé. Somente se formos capazes de ter estas duas asas, engenhosidade humana e fé em Deus, poderemos realmente voar. Se uma dessas duas asas estiver faltando, há o risco de ficarmos no chão e não sermos capazes de nos levantar. Também gosto muito da frase sobre a Graça de Deus. Unir a liberdade humana e a Graça de Deus, portanto fazer tudo o que for possível com suas forças, mas acima de tudo confiar-se à Graça de Deus com a oração. Creio que Agostinho seja capaz de sempre unir sempre estas realidades entre si; ele é o médico da Graça, mas é também o médico da liberdade.

A carta do Prior Geral da Ordem de Santo Agostinho

O Prior Geral da Ordem de Santo Agostinho, Padre Alejandro Moral, por ocasião da solenidade que todos os agostinianos celebram hoje, escreveu uma carta para convidar os religiosos a viverem com um só coração e uma só alma prostrados a Deus. "Vamos permanecer (...) fortemente unidos. Demos testemunho da comunhão entre nós e a Cabeça, que é Cristo – pode-se ler na carta - Ele nos ajudará a ler e interpretar a realidade e as necessidades de nossos irmãos. Unidos e em comunhão com Cristo, podemos confiar na segurança da superação das situações difíceis que teremos de viver".

Unidos e orientados para o bem comum diante da pandemia

Recordando a emergência do coronavírus que todos os continentes estão vivendo, Padre Moral acrescenta: "A celebração da solenidade de nosso Padre Santo Agostinho também está envolvida na emergência sanitária que vivemos. Por esta razão, as Santas Missas e outras celebrações terão uma participação reduzida na maioria dos lugares, ou mesmo em outros não poderão sequer ser celebradas publicamente". Por fim, o Prior Geral da Ordem de Santo Agostinho nos exorta a dirigir nossas mentes e nossos corações para o essencial do carisma agostiniano. “Busquemos o bem comum, a comunhão com nossos irmãos", conclui o Prior, "trabalhando em nossa interioridade e relacionamento com Deus, oferecendo um testemunho de fraternidade e solidariedade com as pessoas afetadas pelos problemas causados pela pandemia".

Vatican News

 

S. AGOSTINHO, BISPO DE HIPONA E DOUTOR DA IGREJA

S. Agostinho, Fra Angelico (MET)
Adicionar legendaS. Agostinho, Fra Angelico (MET)  (© MET)

Agostinho nasceu no dia 13 de novembro de 354, em Tagaste, África. Foi educado à fé católica pela sua mãe, Santa Mônica, mas não seguiu seu exemplo. Adolescente vivaz, perspicaz e exuberante, dedicou-se ao estudo da retórica e seu resultado foi excelente. Amava a vida e seus prazeres, cultivava amizades, teve paixões amorosas, adorava o teatro, buscava divertimentos e distrações.

Em Cartagena, onde prosseguia seus estudos, apaixonou-se por uma moça; por ser de classe social inferior, fez dela apenas sua concubina; fruto desta relação foi Adeodato. Não obstante a sua jovem idade, Agostinho permaneceu-lhe fiel e assumiu a responsabilidade da vida doméstica. Entretanto, a leitura de Hortensius, de Cícero, mudou seu modo de encarar as coisas. “A felicidade – escreveu o grande orador – consiste nos bens que não perecem: sabedoria, verdade, virtudes”. Assim, Agostinho passou a buscá-las.

A busca da Verdade

Começou a sua busca pela Bíblia. Mas, acostumado com textos retumbantes, a acha grosseira e ilógica. Então, aproximou-se do maniqueísmo. Ao voltar para Tagaste, abriu uma escola de gramática e retórica, com a ajuda de um benfeitor. Porém, a vida que levava, não o satisfazia, por isso, regressou a Cartagena, esperando encontrar uma vida melhor. Porém, continuou insatisfeito. A sua sede de verdade não se aplacava com a doutrina maniqueísta. O jovem retórico promissor passa a outros tipos de busca. Assim, no ano 382, transferiu-se para Roma, com o companheiro e seu filho, sem que sua mãe o soubesse, apesar de ter ido a Cartagena.

Na capital, porém, Agostinho manteve contato com os maniqueístas, dos quais recebeu ajuda e apoio. Depois, entendeu que a Providência atuava também através de escolhas erradas. A sua carreira teve sucesso, tanto que, em 384, conseguiu uma cátedra de Retórica em Milão. Contudo, sua inquietude interior continuava a atormentá-lo.

A conversão: “Pega e lê”

Sua ambição foi saciada, mas seu coração não. Para aperfeiçoar a sua “ars oratoria”, começou a seguir os sermões do santo Bispo Ambrósio. Queria entender suas capacidades dialéticas. Todavia, as palavras do Bispo o atingem profundamente. Neste ínterim, sua mãe Mônica se transfere para Milão, permanecendo ao seu lado, sobretudo, com as orações. No entanto, Agostinho se aproximava, cada vez mais, à Igreja católica, tanto que já se sentia catecúmeno. Agora só lhe faltava uma esposa que fosse cristã e não mais concubina. A mulher, que por anos havia convivido com ele, volta para a África.

Ainda atormentado, Agostinho devora textos de filosofia e mergulha nas Sagradas Escrituras. Era tentado pela experiência dos pensadores grego e atraído pelo estilo de vida dos ascetas cristãos, mas não conseguir se decidir.

Certo dia de agosto de 386, desorientado e confuso, deixando-se levar por um pranto copioso e desesperado, pareceu-lhe ouvir uma voz: “Pega e lê”! Achou que a voz o convidava a tomar em mãos as Cartas de Paulo, que estavam sobre a mesa, e a abri-las por acaso. E leu: “Comportemo-nos honestamente, como de dia, não em glutonarias, nem em bebedeiras, nem em desonestidades, nem em dissoluções, nem em contendas e inveja. Mas, revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não tenhais cuidado da carne em suas concupiscências” (Rm 13, 13-14). A leitura deste trecho foi-lhe fulgurante. Então, conseguiu mudar de vida e dedicar-se totalmente a Deus. Foi batizado por Santo Ambrósio na noite entre 24 e 25 de abril de 387. Desejoso de regressar à África, partiu para Roma, a fim de embarcar no porto de Óstia. Ali, faleceu sua mãe Mônica.

Primeira comunidade Agostiniana e ministério episcopal

Em Tagaste, Agostinho funda sua primeira comunidade. Entre o fim de 390 e início de 391, encontra-se, casualmente, na basílica de Hipona, onde o Bispo Valério pregava aos fiéis sobre a necessidade de um presbítero na sua diocese. Por entusiasmo popular, Agostinho foi conduzido diante do Bispo, que o ordenou sacerdote. Ciente de ter que viver voltado para Deus, estudando e meditando as Escrituras, compreendeu que era chamado para algo mais. Sucedendo Valério, tornou-se Bispo de Hipona. Deixa numerosos escritos, onde consegue conciliar “fé e razão”. Entre eles, O livre arbítrioA TrindadeA cidade de Deus. Menção particular merecem As Confissões, nas quais Agostinho faz uma auto narração, deixando emergir, em modo magistral, a sua interioridade e a história do seu coração.

Citações

- “Fizeste-nos para vós, Senhor, e o nosso coração não se dá paz enquanto não descansar em vós” (Confissões 111).

- “Não saia para fora, mas volte para dentro de si: a verdade reside no interior do homem” (A verdadeira religião, 39, 72).


Vatican News

quinta-feira, 27 de agosto de 2020

Mulher foi agredida durante Missa com transmissão ao vivo

Agressão contra católicos: Leitora da missa leva um soco no rosto durante  transmissão ao vivo de eucaristia nos EUA -
oc notícias

 FILADELFIA, 26 ago. 20 / 10:44 am (ACI).- Neste sábado, 23 de agosto, ocorreu uma agressão na Catedral de São Pedro e São Paulo, na Filadélfia (Estados Unidos), onde uma mulher que havia terminado de ler uma das leituras da Missa foi agredida.

https://twitter.com/i/status/1297995906315423754

Às 11h (hora local), Sarah Contrucci descia as escadas do altar depois de fazer uma leitura, quando uma mulher lhe agrediu em plena celebração da Santa Missa.

O reitor da catedral, Pe. Dennis Gill, disse à ABC News que se comunicou com as autoridades para denunciar o ataque assim que terminou a Missa, que estava sendo transmitida ao vivo devido às restrições pela pandemia.

“Foi muito chato. Os fiéis que compareceram pessoalmente ficaram espantados, assim como muitos que viram a transmissão ao vivo da missa”, acrescentou.

Contrucci assinalou à ABC News que é a primeira vez que vê a mulher que a atacou, que não é fiel da catedral.

Basílica-Catedral de São Pedro e Paulo - Filadélfia, Estados Unidos da  América | Sygic Travel
Basílica-Catedral de São Pedro e São Paulo/Sygic Travel

“A mulher sussurrou algo sobre respeitar a Deus e algo que eu não consegui entender. Eu só queria voltar ao meu banco e permitir que a Missa continuasse”, disse.

O Arcebispo de Filadélfia, Dom Nelson Jesús J. Pérez, lamentou que tenha ocorrido este “ato de agressão sem sentido”. Ele disse que tal ataque é inaceitável em todos os momentos, “especialmente dentro de uma igreja e durante a celebração da Santa Missa”.

O Prelado informou que Contrucci recebeu assistência imediata de membros da catedral, mas não necessitou de atenção médica porque seus ferimentos não foram graves.

“Tenham a segurança de que existem planos de segurança e proteção para a Catedral Basílica de São Pedro e São Paulo”, frisou.

O Prelado pediu aos fiéis que se unam em oração por aqueles “envolvidos no incidente de hoje e pelo respeito aos nossos irmãos e irmãs”.

Embora as razões para o ataque ainda não sejam claras, a Arquidiocese da Filadélfia está atualmente trabalhando com o Departamento de Polícia local para descobrir a identidade da agressora.

O Padre Gill apelou a uma maior presença policial para garantir a segurança dos fiéis e evitar que voltem a acontecer ataques violentos.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

ACI Digital

Das Instruções de São Columbano, abade

São Columbano, monge extraordinário e esteio da cristandade
Aleteia

(Instr.13,DeChristofontevitae, 1-2: Opera, Dublin 1957,116-118)       (Séc.VII)

Quem tem sede venha a mim e beba

Irmãos caríssimos, prestai ouvidos ao que vamos dizer como a algo de necessário. Contentai a sede de vossas almas nas águas da fonte divina, sobre a qual desejamos falar, mas não a extingais; bebei, mas não vos sacieis. Chama-nos a si a fonte viva, a fonte da vida e diz: Quem tem sede venha a mim e beba (Jo 7,37).

Entendei o que bebeis. Diga-vos Jeremias, diga-vos a própria fonte: Abandonaram-me a mim, fonte de água viva, diz o Senhor (Jr 2,13). O próprio Senhor, nosso Deus, Jesus Cristo, é a fonte da vida; por isso nos convida a irmos a ele, fonte, para o bebermos. Bebe-o quem ama; bebe quem se sacia com a palavra de Deus; quem muito ama, muito deseja; bebe quem arde de amor pela sabedoria.

Vede donde mana esta fonte: do mesmo lugar donde desceu o pão. Pão e fonte são o mesmo, o filho único, nosso Deus, o Cristo Senhor, de quem devemos ter sempre fome. Comemo-lo, amando; devoramo-lo desejando e, no entanto, famintos, desejemo-lo ainda. Da mesma forma, qual água de uma fonte; bebamo-lo sempre pela plenitude do desejo e deleitemo-nos com a suavidade de sua particular doçura.

Pois é doce e suave o Senhor; por mais que o comamos e bebamos, estamos sempre sedentos e famintos, porque nosso alimento e bebida nunca se podem tomar e beber totalmente; tomando, não se consome, bebido não acaba, pois nosso pão é eterno, nossa fonte é perene, nossa fonte é doce. Eis a razão por que diz o Profeta: Vós que tendes sede, ide à fonte (Is 55,1). É fonte dos sedentos, não dos saciados. Por isto chama a si sedentos, que em outro lugar declara felizes, aqueles que nunca bebem bastante, mas quanto mais sorvem, tanto mais têm sede.

 Irmãos, é justo que a fonte da sabedoria, o Verbo de Deus nas alturas (Eclo 1,5 Vulg.), sempre seja desejada, buscada, amada por nós; estão escondidos, segundo as palavras do Apóstolo, todos os tesouros da sabedoria e da ciência (Cl 2,3), e chama quem tem sede a deles tomar.

Se tens sede, bebe da fonte da vida; se tens fome, come o pão da vida. Felizes os que têm fome deste pão e sede desta fonte. Sempre comendo e sempre bebendo, ainda desejam comer e beber. Porque é imensamente doce aquilo que sempre se saboreia e sempre se deseja mais. O rei profeta já dizia: Saboreai e vede quão doce, quão suave é o Senhor (Sl 33,9).

https://liturgiadashoras.online/

Estados Unidos promovem a terceira edição do Rosário de Costa a Costa

Guadium Press

 Neste evento, os católicos são encorajados a se fazerem presentes em locais públicos para recitar o Santo Rosário simultaneamente ao longo das costas e fronteiras.

Estados Unidos – Washington (26/08/2020 09:00, Gaudium Press) O Rosário de Costa a Costa (Rosary Coast to Coast), já está com sua terceira edição programada para o dia 11 de outubro de 2020.

Rosário de Costa a Costa

Neste evento, os católicos norte-americanos são encorajados a se fazerem presentes em locais públicos para recitar o Santo Rosário simultaneamente em todos os fusos horários do país ao longo das costas e fronteiras, nas capitais estaduais, nos parques, nas praias, ao longo de ruas movimentadas, assim como dentro e fora de igrejas e santuários. Os que não podem se reunir em público são incentivados a participar de onde quer que estejam.

https://youtu.be/0fs3e-Bms5k

Primeiras edições do evento

A primeira edição do Rosário de Costa a Costa, realizada em 2018, contou com a participação de mais de 50 países. Já na segunda, ocorrida no ano de 2019, mais de 60 nações se uniram aos Estados Unidos para recitar o Santo Rosário, tornando o ato uma verdadeira campanha de oração mundial. Nessas duas primeiras edições, o evento ocorreu literalmente de costa a costa e de fronteira a fronteira.

A força espiritual do Santo Rosário

Comentando sobre o atual panorama mundial, Dom Joseph Strickland, Bispo da Diocese de Tyler, Texas, ressalta a força espiritual do Santo Rosário e faz um chamado aos católicos para que empunhem as Armas Espirituais em defesa da Fé e dos princípios ensinados pela Igreja. “Estamos vivendo dias de trevas e conflitos que nunca antes testemunhamos em nossas vidas e o poder do Rosário é verdadeiramente uma arma de amor que todos devemos abraçar com mais força do que nunca”, afirmou.

Guadium Press

As bênçãos e benefícios do Santo Rosário

O prelado exortou os fiéis católicos a se comprometerem na recitação do Santo Rosário, confiando que esta oração trará grande força espiritual para cada um. “Além dos benefícios pessoais que a oração do Rosário traz para cada um de nós, devemos também nos alegrar com as bênçãos incomensuráveis ​​que ele oferece à nossa nação e ao nosso mundo”, concluiu Dom Strickland. (EPC)

https://gaudiumpress.org/

Por que Deus nos deu a liberdade?

THE REBUKE OF ADAM AND EVE
Courtesy National Gallery of Art, Washington
por Philip Kosloski

Deus nos deu a liberdade para que possamos escolhê-lo livremente e fazer o que é verdadeiro, bom e belo.

Às vezes, quando olhamos para o mundo ao nosso redor, é tentador questionar por que Deus nos deu liberdade. Do nosso ponto de vista, pode parecer que seria melhor se todos simplesmente fizessem a mesma coisa e não tivessem que fazer escolhas difíceis.

No entanto, Deus nos deu liberdade por alguma razão, e este é um dom que precisamos entender para podermos usá-lo corretamente.

Catecismo da Igreja Católica explica que

“a liberdade é o poder, radicado na razão e na vontade, de agir ou não agir, de fazer isto ou aquilo, praticando assim, por si mesmo, acções deliberadas”(CIC ,1731).

Além disso, todos nós possuímos “a possibilidade de escolher entre o bem e o mal, e portanto, de crescer na perfeição ou de falhar e pecar” (CIC 1732).

Quanto mais fazemos o que é bom, mais livres nos tornamos. Não existe verdadeira liberdade, exceto no serviço do que é bom e justo. A escolha de desobedecer e fazer o mal é um abuso da liberdade e leva à “escravidão do pecado”(CIC 1733).

São João Paulo II repetiu essas palavras durante uma homilia nos Estados Unidos em 1995:

“Certamente, é importante para a América que as verdades morais que tornam a liberdade possível sejam transmitidas a cada nova geração. Cada geração de americanos precisa saber que a liberdade consiste não em fazer o que gostamos, mas em ter o direito de fazer o que devemos.”

Isso é exatamente o que o Catecismo diz:

“O direito ao exercício da liberdade é uma exigência inseparável da dignidade do homem, sobretudo em matéria religiosa e moral. Mas o exercício da liberdade não implica o suposto direito de tudo dizer ou de tudo fazer”(CIC 1747).

A liberdade se expressa melhor em ser virtuoso e escolher Deus. Quanto mais pecamos e nos afastamos de Deus, mais nos tornamos escravos do pecado.

Isso é o que Deus estava tentando ilustrar no Jardim do Éden. Ele deu a Adão e Eva a liberdade de escolher o caminho da vida. No entanto, eles abusaram dessa liberdade e fizeram uma escolha que teve consequências eternas.

Para concluir esta breve meditação sobre a liberdade, pondere as palavras que São João Paulo II proferiu antes de ser eleito papa em uma visita à América em 1976. Ele destacou esses pontos e desafiou a todos nós a usar nossa liberdade com sabedoria, reconhecendo que Deus nos deu esse dom para nosso benefício eterno:

“A liberdade foi dada ao homem pelo seu Criador para ser usada, e para ser bem usada … a liberdade foi dada a ele pelo seu Criador não para cometer o mal (cf. Gl 5,13), mas para fazer o bem. Deus também concedeu ao homem compreensão e consciência para mostrar-lhe o que é certo e o que deve ser feito, o que é errado e o que deve ser evitado. Os mandamentos de Deus ajudam nosso entendimento e nossa consciência em seu caminho. O maior mandamento – o do amor – conduz ao uso pleno da liberdade… A liberdade é, portanto, oferecida ao homem e dada a ele como uma tarefa. Ele deve não apenas possuí-la, mas também conquistá-la.

 Aleteia 

Questões sobre o Batismo (Parte 5/12): Será esta uma forma adequada para o Batismo: “Eu te batizo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”?

Apologética
Veritatis Splendor
  • Autor: São Tomás de Aquino
  • Fonte: Suma Teológica, Parte III, Questão 66
  • Tradução: Dercio Antonio Paganini

Objeção 1: Parece não ser muito adequada para o batismo a tradicional forma das palavras: “Eu te batizo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”, pois a ação precisa ser designada ao agente principal em vez do ministro. O ministro do Sacramento atua como um instrumento como afirmado acima (perg. 64, art. 1), enquanto o principal agente do Batismo é Cristo, de acordo com João 1,33, “Ele, sobre o Qual, vós vistes o Espírito descer e permanecer sobre Ele, Ele é quem batiza”. Assim sendo, não parece bem ao ministro “Eu te batizo…”, além do fato de que, na versão latina, a palavra “Ego” (eu) já está contida na palavra “baptizo”[*]; então, dizer “Eu te batizo…”, seria redundância.

Objeção 2: Também, não é necessário para as pessoas que praticam uma ação, fazer menção da ação feita; assim, aquele que ensina algo não precisa dizer “Eu ensino a vocês…”. Então, nosso Senhor deu ao mesmo tempo os preceitos, tanto do batismo como do ensinamento, quando Ele disse (Mt 28,19): “Vão, ensinem (o evangelho) a todas as nações…”. Assim sendo, não é necessário mencionar a ação do batismo (enquanto estiver batizando).

Objeção 3: Muitas vezes a pessoa batizada não entende as palavras; por exemplo, se ela é surda ou criança, é desnecessário discursar a cada uma. De acordo com Síraco 32,6: “Quando não há ouvintes, não desperdices palavras”. Assim sendo, é desnecessário dizer à pessoa batizada as palavras “Eu te batizo…”

Objeção 4: Além disso, pode acontecer de várias pessoas serem batizadas por vários ministros ao mesmo tempo; desta maneira, os apóstolos batizaram três mil em um dia e, noutro dia, mais cinco mil (At 2,4). Portanto, a forma de Batismo não pode ser limitada a um número único na forma das palavras, “eu te batizo”, mas deve possibilitar dizer “nós vos batizamos”.

Objeção 5: Além disso, o Batismo deriva seu poder da Paixão de Cristo. Mas o Batismo é santificado pela forma. Assim, parece que a Paixão de Cristo deveria ser mencionada na forma do Batismo.

Objeção 6: Além disso, um nome significa a propriedade de algo. Mas existem três Propriedades Pessoais das Pessoas Divinas, como foi declarado no Livro I, Questão 32, Artigo 3. Portanto não podemos dizer “em nome do” mas “nos nomes do Pai e do Filho e do Espírito Santo”.

Objeção 7: Além disso, a Pessoa do Pai é designada não apenas pelo nome de Pai, mas também por “Não Criado e Criador”; e o Filho é designado por “Verbo”, “Imagem” e “Gerado”; e o Espírito Santo é designado por “Dom”, “Amor” e “Procedente de Um”. Assim, parece que o Batismo é válido se for conferido nesses nomes. Pelo contrário, nosso Senhor disse (Mt 28,19): “Ide… ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.” Eu respondo que o Batismo recebe sua consagração desta fórmula, de acordo com Ef 5,26: “purificados com o banho da água e santificados pela Palavra”. E Agostinho disse (De Unico Baptismo IV) que “o Batismo é consagrado pelas palavras do Evangelho”. Consequentemente, a causa do Batismo precisa ser expressada na forma batismal. Agora, esta causa é composta de duas formas: a causa principal da qual deriva sua virtude, e esta é a Santíssima Trindade; e a causa instrumental, que é o ministro que confere o sacramento exterior. Assim, ambas as causas devem ser expressas na forma do Batismo. Logo, o ministro é designado pelas palavras: “Eu te batizo” e a causa principal encontra-se nas palavras: “em nome do Pai e do Filho e Espírito Santo”. Portanto, esta é forma adequada do Batismo: “Eu te batizo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”.

Resposta à Objeção 1: A ação é atribuída a um instrumento como para o agente imediato mas, para o agente principal, na medida em que o instrumento age em virtude disto. Conseqüentemente é isso que se ajusta na forma batismal que o ministro deve mencionar para realizar o ato de batizar, nas palavras: “eu te batizo”. De fato, nosso Senhor atribuiu aos ministros o ato de batizar, quando disse: “Batizai-os” etc. Mas a causa principal é indicada como conferir o sacramento por Seu próprio poder, nas palavras: “em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”; para Cristo, não é possível batizar sem o Pai e o Espírito Santo.

Os gregos, entretanto, não atribuem o ato de batizar ao ministro, para evitar o erro daqueles que, no passado, relacionavam o poder batismal aos batizantes, dizendo (1Cor 1,12): “Eu sou de Paulo… e eu de Cefas”. Por esse motivos eles usam a forma: “Que o servo de Cristo, (nome), seja batizado em nome do Pai” etc. E já que a ação realizada pelo ministro é expressada com a invocação do Trindade, o sacramento é validamente conferido. Quanto à adição do “Ego” (=eu) em nossa forma, ela não é essencial, mas é adicionada para aumentar a ênfase sobre a intenção.

Resposta à Objeção 2: Já que um homem pode ser lavado com água por diversas razões, o objetivo para isto deve ser expresso através das palavras da forma. E isto não é feito ao se dizer: “em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”, pois estamos limitados a fazer todas as coisas sob aquele Nome (Col 3,17). Logo, a não ser que o ato de batismo seja expreesso – seja da forma como fazemos ou como os gregos fazem – o sacramento não é válido. Isto está de acordo com o decreto de Alexandre III: “Se alguém mergulhar uma criança três vezes na água em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, Amém, sem dizer: ‘Eu te batizo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém’, tal criança não foi batizada”.

Resposta à Objeção 3: As palavras que são expressas nas formas sacramentais são ditas não meramente para o propósito de significação, mas também para o propósito de eficiência, na medida em que elas derivam sua eficácia do Verbo, daquele por quem “todas as coisas foram feitas”. Consequentemente, elas são convenientemente endereçadas não apenas para os homens, mas também para as criaturas insensíveis, como por exemplo, quando dizemos: “Eu te exorcizo, criatura” (no ritual romano).

Resposta à Objeção 4: Várias pessoas em conjunto não têm como batizar uma outra, ao mesmo tempo, já que a ação é multiplicada de acordo como o número de agentes, não podendo ser perfeitamente praticada por cada um deles. Então, se duas pessoas vierem a se combinar, e uma delas permanecer muda, sendo incapaz de expressar as palavras, e a outra estiver sem mãos e for incapaz de executar a ação, elas, mesmo em conjunto, não poderão batizar ao mesmo tempo, ainda que um profira as palavras e a outra execute a ação.

Por outro lado, em caso de necessidade, é possível se batizar várias pessoas ao mesmo tempo. mesmo assim, nenhum deles receberá mais do que um só batismo. Mas será necessário, nesse caso, dizer: “Eu vos batizo”. Isto não é uma alteração na forma, pois “vos” é o mesmo que “te e te”. Porém, “nós” não significa “eu e eu”, mas “eu e tu”; aqui sim, representaria uma mudança na forma.

Da mesma forma, seria mudança na forma dizer: “Eu me batizo”; consequentemente, ninguém pode batizar-se a si mesmo. Por essa razão Cristo quis ser batizado por João (Extra, De Baptismo et ejus effectu, cap. Debitum).

Resposta à Objeção 5: Embora a Paixão de Cristo seja a causa principal se comparada com o ministro, ainda assim é uma causa instrumental que é comparada à Santíssima Trindade. Por esse motivo, a Trindade é mencionada ao invés da Paixão de Cristo.

Resposta à Objeção 6: Ainda que exita três nomes pessoais para as Três Pessoas, não existe mais que um nome essencial. O poder divino que opera no Batismo pertence à Essência. É por isso então que dizemos “em nome” em não “nos nomes”.

Resposta à Objeção 7: Da mesma forma que a água é usada no Batismo, já que ela é mais comumente empregada para o banho, então, para o propósito de designar as Três Pessoas na forma do Batismo, estes nomes [Pai, Filho e Espírito Santo] são escolhidos, pois são geralmente usados em uma linguagem particular para significar as Pessoas. O sacramento não é válido se for conferido sob quaisquer outros nomes.

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NOTA
[*] Baptizo – na forma latina não se diz “Ego baptizo”, mas apenas “baptizo”, pois o pronome já fica implícito no verbo. O pronome apenas é utilizado quando se quer enfatizar bastante o sujeito, como quando Cristo diz “Ego sum alfa et omega” (Eu sou o alfa e o omega – o começo e o fim); então o pronome é utilizado para enfatizar que Ele, e apenas Ele é o começo e o fim. (N.doT.)

Veritatis Splendor

Neste dia de Santa Mônica, reze por sua família com estas orações

Santo Agostinho de Hipona com sua mãe Santa Mônica.
Imagem: Wikimedia (domínio público)

REDAÇÃO CENTRAL, 27 ago. 20 / 06:00 am (ACI).- Proclamada padroeira das mães cristãs, Santa Monica rezava constantemente e oferecia sacrifícios por sua família, até que conseguiu ver a conversão de seu marido e também de seu filho, Santo Agostinho.

Patrício, esposo de Mônica, era violento e mulherengo. Após anos de oração, Deus concedeu à santa a graça de vê-lo batizado. Além disso, também rezou durante 15 anos por seu filho Agostinho, que levava uma vida dissoluta, até conseguir ver a conversão dele, que se tornou Bispo e doutor da Igreja.

Neste dia em que a Igreja celebra esta mãe e esposa católica, apesentamos três orações a Santa Mônica pelas famílias:

Oração a Santa Mônica pelos filhos

A ti recorro por ajuda e instruções, Santa Mônica, maravilhoso exemplo de firme oração pelos filhos. Em seus amorosos braços eu deposito meu filho (a) (mencionar aqui os nomes), para que por meio de sua poderosa intercessão possam alcançar uma genuína conversão a Cristo Nosso Senhor. A ti também apelo, mãe das mães, para que peça a Nosso Senhor que conceda o mesmo espírito de oração incessante que te concedeu. Tudo isto lhe peço por meio do mesmo Cristo Nosso Senhor. Amém.

Oração a Santa Mônica pela paz na família

Oh Santa Mônica, que por meio de sua paciência e preces obteve de Deus a conversão de seu marido e a graça de viver em paz com ele, obtém para nós, suplicamos-lhe, a bênção de Deus onipotente, para que a verdadeira harmonia e paz reinem em nossas casas, e que todos os membros de nossas famílias possam alcançar a vida eterna. Amém.

Oração a Santa Mônica pelas mães

Mãe exemplar do grande Agostinho, durante 30 anos perseguiu de modo perseverante seu filho rebelde com amor, afeição, perdão, conselho e orações que clamavam ao céu. Intercede por todas as mães neste nosso dia para que possam aprender a conduzir seus filhos a Deus e Sua Santa Igreja. Ensina-as como permanecer perto de seus filhos, inclusive daqueles filhos e filhas pródigos que tristemente se extraviaram. Amém.

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ACI Digital 

A devoção dos brasileiros a Nossa Senhora de Częstochowa, a Padroeira da Polônia

A comunidade de descendentes de poloneses no Brasil, espalhados em diferentes lugares do país, celebram nesta quarta-feira, 26 de agosto, Nossa Senhora do Monte Claro, de Częstochowa, também conhecida como Virgem Negra. Em reportagem especial, a devoção dos fiéis nas cidades de Áurea/RS, capital polonesa dos brasileiros, e de São Mateus do Sul/PR.

Andressa Collet - Vatican News

Uma das mais antigas imagens da Mãe Deus está pintada num quadro milagroso que está sendo conservado hoje no Santuário de Jasna Gòra (Monte Claro), na Polônia. A tradição conta que a pintura teria sido feita por São Lucas – quando Maria ainda estava viva – na madeira de uma mesa, feita por São José, em Jerusalém. O quadro é conhecido também como Virgem Negra (mede 112x82 cm).

Quadros com a imagem sagrada, envolvida por essa história complexa, foram levadas ao Brasil por imigrantes poloneses que criaram comunidades de fé em diferentes partes do país. As famílias de descendentes construíram igrejas e capelas dedicadas a Nossa Senhora do Monte Claro, coroada Rainha da Polônia em 1925, pelo Papa Pio XI.

A devoção mariana em São Mateus do Sul

No sul do Paraná, na cidade de São Mateus do Sul, distante 140 Km de Curitiba, o quadro de Nossa Senhora do Monte Claro é venerado por uma grande comunidade de descendentes de poloneses, entre eles, José Carlos Janowski que, neste dia 26 de agosto, em honra à Virgem da Polônia, também comemora 72 anos de idade. A data, de celebração dupla, é marcada por uma história de fé na família católica, que nasceu com os avós, Walentim e Maria Janoswki, que vieram da cidade polonesa de Kalicz.

 José Carlos, produtor aposentado de erva-mate, já esteve na Polônia, é presidente da Fundação Cultural da cidade e conduz novenas em polonês e também um programa de rádio local dedicado às Tradições Polonesas (Tradycje Polskie). Desde 1993, ele também participa anualmente de peregrinações, com carreatas, que reúnem cerca de 15 mil pessoas, mas, devido à pandemia, neste ano foi cancelada:

“A gente visita quatro paróquias: em cada paróquia tem uma média de 20 capelas. O pessoal constrói tapetes, faz faixas, tem cavalgada, motoqueiros, carroças tipicamente enfeitadas para essa grande procissão que é feita aqui em São Mateus do Sul. Assim, pensando para que essa fé se espalhe mais, assim fizemos essas peregrinações para que o povo sinta de perto a força de Nossa Senhora de Częstochowa, que salvou a Polônia de tantas guerras e tantas invasões. E, se você for lá na Polônia, no Santuário de Częstochowa, vai ver que o santuário é o céu na terra.”

As peregrinações anteriores seguiam o percurso entre a Paróquia Nossa Senhora Aparecida e Częstochowa, onde neste sábado (29) será realizada uma missa em língua polonesa, até a Igreja Centenária da Água Branca. Para manter viva a memória católica da colônia de poloneses, o espaço, que conserva desde 1992 um quadro de Nossa Senhora do Monte Claro, foi tombado pelo Patrimônio Histórico Estadual e pelo Patrimônio Arquitetônico-Cultural Municipal: "esse quadro que veio de Nossa Senhora de Częstochowa chegou aqui em meados de 1891 pela família de Francisco Toporowicz. É um quadro de três dimensões, só tem 24 desses no mundo”.

 Áurea: a capital polonesa do Brasil

A devoção também mobiliza uma comunidade inteira do interior do Rio Grande do Sul. Em Áurea, considerada a capital polonesa dos brasileiros, a Paróquia Nossa Senhora do Monte Claro convida as famílias, os representantes do comércio e também de instituições públicas a criar pequenos altares com a imagem da Virgem Negra, flores e as cores da Polônia, nas portas e janelas das casas durante todo dia 26 de agosto. Ao final do dia, às 18h, será celebrada uma missa em honra à padroeira do município.

A cidade, como explica Charleu Luis Nazzari, presidente do conselho da paróquia, que congrega os municípios de Áurea, Centenário e uma parte de Gaurama e de Viadutos, tem 93% da população formada por descendentes poloneses que chegaram no local por volta de 1906:

“A cultura, na sua quase totalidade, está vinculada aos poloneses. Aqui temos a Festa Nacional da Czarnina, que consiste em um jantar onde a culinária toda confeccionada com cardápio típico polonês, onde o prato principal é a sopa da czarnina. Logo após o jantar, é apresentado um espetáculo de danças e cantos poloneses com o Grupo Folclórico Polonês Auresovia, grupo em 2020 está completando 90 anos, fundado em 1930 pelas Irmãs da Sagrada Família para que os jovens vindos da Polônia não perdessem a cultura do seu país de origem.”

A assistente social e também professora de língua polonesa, Miriam Aparecida Banaszewska, que tem um filho de 8 anos e grávida de 6 meses, também é devota a Częstochowa:

“Sou ligada a ela pela devoção passada por minha família, porque havia a visita da Capelinha de Nossa Senhora do Monte Claro todos os meses e, assim, continua sendo. Sempre rezávamos o terço em polonês e sempre com aquela devoção a Nossa Senhora do Monte Claro. Aqui também, em nossa comunidade paroquial, temos a Igreja Nossa Senhora do Monte Claro onde fiz todos os meus Sacramentos, onde aprendemos essa devoção em comunidade, principalmente nas intempéries do tempo." 

“Somos devotos que confiam na proteção de Nossa Senhora, recorremos nas maiores dificuldades e no cotidiano de nossas vidas a Mãe do Monte Claro.”

Fonte: Vatican News

S. MÔNICA, MÃE DE S. AGOSTINHO, BISPO

S. Mônica, Nicolò di Pietro
S. Mônica, Nicolò di Pietro  (© Musei Vaticani)

De origem berbere, Mônica nasceu no ano 331, em Tagaste, norte da África, no seio de uma família opulenta, mas de antigas raízes cristãs. Aplicou-se, com dedicação, aos ensinamentos da Sagrada Escritura; sua forte espiritualidade foi forjada pela oração e assídua prática dos Sacramentos, além dos quais se coloca ao serviço da comunidade eclesial. Casou-se com Patrício, homem ambicioso, pagão, irascível, de caráter difícil, que também lhe foi infiel. Mônica, doce, benévola, capaz de dialogar nos momentos oportunos, com o seu método, composto de espera, paciência e oração, - que o sugere até às suas amigas, que lhe confiam seus problemas e incompreensões conjugais – consegue vencer as rudezas do marido, a ponto de levá-lo a abraçar a fé.

Esposa e mãe

Aos 22 anos, Mônica dá à luz ao primogênito Agostinho, seguido por outro filho, Navígio, e uma filha, da qual não se sabe o nome, e os educa segundo os princípios cristãos. Tornando-se viúva, aos 39 anos, administra os bens da família, dedicando-se, com amor incomensurável à sua prole. Quem mais causou preocupações à cuidadosa e astuta mãe foi Agostinho, o “filho de tantas lágrimas”; de coração irrequieto e ambicioso retórico, na busca da verdade, ele se distancia da fé católica e vaga de uma filosofia à outra. Mônica jamais deixa de rezar por ele; pelo contrário, segue todas as vicissitudes da sua vida e lhe permanece sempre ao lado. Por isso, transfere-se para Cartagena e, depois, para a Itália, quando o filho, no ápice da sua carreira, como docente de retórica, vai morar em Milão. Seu carinho materno e as suas orações acompanham a conversão de Agostinho, que, ao receber o batismo pelo santo Bispo Ambrósio, decidiu voltar para Tagaste, onde fundou uma Comunidade de servos de Deus. Mônica estava com ele, quando tiveram que embarcar no porto de Óstia com destino à África. Porém, ao esperar o navio, foram obrigados a passar alguns dias ali.

Êxtase em Óstia e a morte

No entanto, Mônica e Agostinho mantêm intensos diálogos espirituais. A um destes se refere o chamado “êxtase em Óstia”, narrado nas suas Confissões (XIX, 10, 23-27): «Aconteceu... encontrar-nos a sós, eu e ela, apoiados em uma janela que dava para o jardim interior da casa em que morávamos. Era em Óstia, sobre a foz do Tibre, onde, longe da multidão, depois do cansaço de uma longa viagem, recobrávamos forças para a travessia do mar. Ali, sozinhos, conversávamos com grande doçura, esquecendo o passado, ocupados apenas no futuro, indagávamos juntos, na presença da Verdade, que és tu, qual seria a vida eterna dos santos... percorremos uma a uma todas as coisas corporais, até o próprio céu... E subimos ainda mais em espírito, meditando, celebrando e admirando tuas obras, e chegamos até o íntimo de nossas almas. E fomos além delas, para alcançar a região da abundância inesgotável... onde a vida é a própria Sabedoria... E enquanto assim falávamos dessa Sabedoria e por ela suspirávamos, chegamos a tocá-la com supremo ímpeto de nosso coração».

Assim, Mônica sente ter atingido o ápice da sua vida e confessa ao filho: “No que me diz respeito, esta vida já não tem mais nenhum atrativo para mim. O que estou fazendo ainda aqui? Não sei. As minhas expectativas aqui na terra já se esgotaram. Somente uma coisa me fazia permanecer aqui embaixo...: ver, antes de morrer, que você se tornou cristão católico. Meu Deus me satisfez completamente, porque vejo que você até despreza a felicidade terrena para servir a Ele. O que estou fazendo aqui?”.

Alguns dias depois, Mônica adoece e morre aos 56 anos. Seu corpo foi enterrado em Óstia Antiga, na atual igreja de Santa Áurea. O tempo, provavelmente, é uma basílica paleocristã com uma necrópole ao lado.

As relíquias de Santa Mônica

Os restos mortais de Santa Mônica descansam, por muitos séculos, na igreja de Santa Áurea. Hoje, no lugar, pode-se ver apenas uma lápide, porque, no século XV, o Papa Martinho V quis que as relíquias fossem transladadas para Roma, na igreja de São Trifão, confiada aos frades Agostinianos – depois englobada a uma grande Basílica dedicada a Santo Agostinho. Ali, ainda hoje, encontram-se respostas aos tantos porquês diante de um sarcófago de mármore verde, na capela decorada com afrescos, em 1885, por Pietro Gagliardi.

Vatican News

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF