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sábado, 29 de agosto de 2020

O perigo cátaro

Apologética
Veritatis Splendor
  • Autor: Jean-Claude Dupuis[*]
  • Fonte: Lista “Tradição Católica”

O Catarismo se espalhou por toda a Europa entre os séculos XI e XIII. Desenvolveu-se principalmente em Languedoc, sul da França, de onde tomou o nome Albigenses, devido à cidade de Albi. A palavra “cátaro” vem do grego “Katharos” que significa “puro”. Pra dizer a verdade o Catarismo é erroneamente considerado uma heresia cristã, já que em tudo se assemelha a uma outra religião. Sua origem permanece obscura, mas sua doutrina se aproxima em muito das filosofias gnósticas e maniquéias que circularam na Idade Média durante o terceiro e quarto séculos.

Note que também a franco-maçonaria alega ter herdado os “mistérios de iniciação do Catarismo”, através da intermediação dos Templários. De acordo com os Cátaros, dois princípios eternos dividiram o universo. O bom criou o mundo dos espíritos e o mal criou o mundo material. O homem é a junção dos dois princípios. Ele é um anjo decaído aprisionado a um corpo material. Sua alma originou-se do bom princípio, mas seu corpo foi criado pelo mau princípio. O objetivo do homem seria pois então libertar-se do mundo material através de uma purificação espiritual, a qual necessitaria obviamente de uma série de reincarnações.

Como todos os heréticos, os Cátaros proclamavam que sua doutrina é que era o verdadeiro cristianismo. Eles mantinham a terminologia cristã ao mesmo tempo que distorciam a essência dos dogmas. Eles diziam que Cristo era o mais perfeito de todos os anjos e que o Espírito Santo era uma criatura inferior ao Filho. Eles se opunham ao Antigo Testamento, o qual era considerado obra do mau princípio. Eles negavam a Encarnação, a Paixão e a Ressurreição de Jesus. Eles alegavam que a Redenção floresceu muito mais da pregação evangélica do que da morte na cruz.

Os Cátaros diziam que a Igreja se corrompera desde os tempos de Constantino e rejeitavam todos os sacramentos. Definitivamente o Catarismo foi uma espécie de paganismo sob uma máscara de cristianismo, o qual se assemelha ao Budismo em muitos pontos.

Sendo o mundo material intrinsicamente mau, a ética cátara condenava todo o contacto com a matéria. Casamento e procriação eram proibidos porque uma pessoa não deveria colaborar com a obra de Satanás, o qual seria o responsável pelo aprisionamento das almas em seus corpos. Uma vez que a morte era considerada como a libertação do espírito, o suicídio era encorajado. Eles aplicavam a “endura”, ou seja essa “libertação do corpo material” aos doentes e `as vezes até mesmo as crianças, para acelerar o retorno dessas almas ao céu. Os Cátaros proibiam também juramentos sob o pretexto de que não deveriamos misturar Deus aos afazeres temporais e condenavam toda a espécie de riqueza.

Por fim, os cátaros desejavam atingir o estado de “desencarnação” similar àqueles dos “faquirs” (ascetas hindus). Além disso, os cátaros negavam o direito do Estado empreender guerras ou punir criminosos.

Obviamente tal programa não poderia atrair muitos adeptos e pra remediar a situação os cátaros estabeleceram duas classes de discípulos: os “perfeitos” e os “crentes simples”. Os primeiros, poucos em número, eram os iniciados que viviam em mosteiros e se conformavam inteiramente à filosofia moral do Catarismo. Os segundos, que constituiam a vasta maioria, estavam isentos de todas as obrigações morais não apenas em matéria sexual como em assuntos comerciais.

Os cátaros não se submetiam às regras cristãs que sempre proibiram a usura e que impunham o princípio do preço justo. Além disso, o “crente simples” tinha a garantia de ir para o céu se, antes de morrer, ele recebesse o “consolamentum” que era uma espécie de paródia do sacramento da Extrema-unção.

Promiscuidade, contracepção, aborto, eutanásia, suicídio, capitalismo selvagem, intenso materialismo e salvação para todos …é incrível como a moralidade cátara se assemelha ao liberalismo dos dias de hoje! Os cátaros então ensinavam a moralidade em dois degraus: asceticismo para a minoria e libertinagem para a maioria, somando-se salvação a baixo custo para todos. Agora podemos entender o que fez de sua doutrina um verdadeiro sucesso!

Apesar disso, a vasta maioria do povo permanecia fiel ao Catolicismo. Os cátaros foram recrutados basicamente entre os negociantes das cidades. Eles não eram numerosos, provavelmente constituiam apenas 5 ou 10% da população de Lnaguedoc, mas eram ricos e poderosos. Alguns deles praticavam a agiotagem ou usura. O Conde de Toulouse, o mais importante senhor de Languedoc aderiu à causa cátara.

Assim, como podemos ver, os cátaros não eram de forma alguma “pobres ovelhinhas” sem defesa, vítimas de uma fanática e cruel Inquisição. Muito pelo contrário, eles formavam uma poderosa e arrogante seita que propagava uma doutrina imoral, oprimindo os camponeses Católicos com a agiotagem e perseguindo sacerdotes. Eles conseguiram até mesmo assassinar o Grande Inquisidor São Pedro Mártir, também conhecido como São Pedro de Verona. A Igreja demonstrou grande paciência antes de tomar medidas para conter o perigo cátaro. As heresias dos Albigenses foram condenadas pelo Concílio Regional de Toulouse em 1119, mas até o ano 1179, Roma se satisfazia apenas em enviar pregadores a Languedoc. Diga-se de passagem, homens santos como São Bernardo e São Domingos. Esses missionários tiveram pouco sucesso. Em 1179, o Terceiro Concílio de Latrão pediu às autoridades civis para que interferissem. Os reis da França, Inglaterra e Alemanha já haviam começado, por sua própria iniciativa, a suprimir o Catarismo que estava ameaçando a ordem social com suas perversas doutrinas sobre a família e a questão dos juramentos.

É bom lembrarmos que o sistema feudal se fundamentava nos juramentos de um homem a outro. A palavra empenhada era o documento que circulava. A negação do valor do juramento era algo grave na sociedade medieval do mesmo modo como seria grave a negação da autoridade da lei na sociedade moderna. Pra piorar, os pregadores do Catarismo encorajavam a anarquia e comandavam bandos armados que recebiam diferentes nomes em diferentes países: “cotereaux”, “routiers”, “patarins”, etc. Esses bandos saqueavam igrejas, profanavam a Eucaristia e massacravam sacerdotes. Os cátaros eram tão violentos e sacrílegos quanto os protestantes do século 16 ou os revolucionários de 1793.

Em 1177, o rei da França, Filipe Augusto, se viu obrigado a mandar exterminar um bando de 7000 desses malucos e o Bispo de Limoges teve que marchar contra 2000 desses anarquistas.

Cena idêntica ocorreu na Alemanha e na Itália. Em 1145, Arnoldo de Brescia e seus “patarins” conseguiram avançar sobre Roma e expulsar o povo. Eles proclamaram uma república e permaneceram no poder por 10 anos até serem conquistados e condenados às chamas pelo imperador alemão Frederico Barbarossa. O Catarismo provocou desordens sociais em toda a europa e reinou em Languedoc.

Em 1208, os homens de Raimundo VI, Conde de Toulouse, assassinaram o legado papal, o Bem Aventurado Pedro de Castelnau. Finalmente, Inocêncio III decidiu pregar a Cruzada contra os Albigenses. Esta foi liderada por franceses do Norte sob o comando de Simão de Montfort.

Os cátaros resistiram por quatro anos (1200-1213) e tomaram as armas novamente em 1221. Isso serve pra comprovar o quão poderosos eles eram. A sua última fortaleza, Montségur, não caiu antes de 1244. Mas nem por isso o Catarismo desapareceu. Ele transformou-se numa espécie de sociedade secreta bem parecida com a franco-maçonaria.

Como em todas as guerras, também durante a Cruzada contra os Albigenses houveram excessos. A tomada de Béziers (1209) foi um verdadeiro massacre. Era impossível discernir os Cátaros entre a população Católica da cidade. Conta-se que o legado papal, Arnold de Citeaux , teria dito na época: “Matem a todos. Deus saberá reconhecer os seus”. Provavelmente tais palavras são apócrifas e são repetidas como jargões nos lugares mais comuns do anticlericalismo. De qualquer modo elas refletem um fato indubitável: os Cátaros, que há muito tempo vinham atraindo o ódio do povo por causa da sua imoralidade e agiotagem, corriam o risco de um linchamento geral. Foi a Inquisição que preveniu esse massacre ao fazer uma distinção entre os heréticos e os ortodoxos, entre os líderes e os seguidores e ao aplicar a punição proporcional aos diversos graus da heresia.

Finalmente a Inquisição acabou por ser um trabalho humanitário. Ao punir severamente os líderes, ela poupou as massas que haviam aderido ao Catarismo, as quais eram muito mais vítimas do que responsáveis pela heresia. Ao neutralizar os heréticos que se refugiaram na clandestinidade, a Inquisição livrou a sociedade cristã da possibilidade do renascimento do Catarismo e de todas as desordens sociais e morais que sua doutrina provocou.

Um célebre historiador, embora hostil à Inquisição, não hesitou em concluir que na Cruzada contra os Albigenses: “… A causa da ortodoxia Católica não era outra coisa senão a civilização e o progresso humano… Se essa crença, o Catarismo, tivesse conseguido recrutar a maioria dos fiéis, o resultado seria trazer a Europa de volta à mesma barbárie dos seus tempos primitivos…” (Léa, Henri-Charles, Historie de l’Inquisition au Moyen Age, Paris, Éd Jêrome Millon, 1986, 3 vols).

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NOTA
[*]Jean-Claude Dupuis é Historiador PHD da Universidade de Laval no Quebec-Canada.

Veritatis Splendor

Nomeado o novo Núncio Apostólico para o Brasil

Papa Francisco e Dom Giambattista Diquattro novo Núncio Apostólico no Brasil
a FranPapa Francisco e Dom Giambattista Diquattro novo
Núncio Apostólico no Brasil  (Vatican Media)

Trata-se de Sua Excelência Reverendíssima Dom Giambattista Diquattro, Arcebispo titular de Giromonte, até agora Núncio Apostólico na Índia e Nepal.

Vatican news

O Santo Padre nomeou o novo Núncio Apostólico para o Brasil. Trata-se de Sua Excelência Reverendíssima Dom Giambattista Diquattro, Arcebispo titular de Giromonte, até agora Núncio Apostólico na Índia e Nepal.

Giambattista Diquattro nasceu em Bolonha, Emília-Romanha, Itália, em 18 de março de 1954 é arcebispo, diplomata, teólogo e canonista. Foi ordenado sacerdote em 1981.  Recebeu seu mestrado em Direito Civil na Universidade de Catânia, e doutorado em Direito Canônico na Pontifícia Universidade Lateranense em Roma e mestrado em Teologia Dogmática na Pontifícia Universidade Gregoriana em Roma.

Entrou para o Serviço Diplomático da Santa Sé em 1º de maio de 1985, e serviu em missões diplomáticas nas representações pontifícias na República Centro-Africana, República Democrática do Congo e Chade, nas Nações Unidas em Nova York, e mais tarde na Secretaria de Estado do Vaticano, e na Nunciatura Apostólica na Itália. O Papa João Paulo II o nomeou núncio apostólico no Panamá em 2 de abril de 2005. Bento XVI o nomeou núncio apostólico na Bolívia em 21 de novembro de 2008 e em 21 de janeiro de 2017, o Papa Francisco o nomeou Núncio Apostólico na Índia e no Nepal. 

Vatican News

 

Caso Jacob Blake: Católicos rezam pela paz em meio aos tumultos nos Estados Unidos

Foto referencial. Crédito: Unsplash - Therese Westby (à direita) /
Pawel Janiak (à esquerda)

WASHINGTON DC, 28 ago. 20 / 01:25 pm (ACI).- Os católicos continuam rezando pela paz após a terceira noite de violência na cidade de Kenosha, em Wisconsin (Estados Unidos), em meio aos protestos pelo caso do afro-americano Jacob Blake, que ficou com metade do corpo paralisado devido aos tiros de um policial.

Desde domingo, 23, quando um policial de Kenosha atirou sete vezes em Blake, a cidade tem sido palco de protestos pacíficos, mas também de atos violentos contra prédios públicos, empresas e carros. Além disso, foram registrados tiroteios.

O Departamento de Polícia de Kenosha informou que duas pessoas foram mortas durante os distúrbios da terça-feira. Na quinta-feira, 27, foi declarado toque de recolher pela quinta vez em Kenosha.

Entre os vídeos virais, destaca-se um mostrando manifestantes ateando fogo a um conjunto de carros usados ​​localizado em frente à Igreja de St. James.

Em referência a este vídeo viral, um membro da paróquia de St. James disse à CNA, agência em inglês do Grupo ACI, que "o mal que veem não é tudo". “Lembre-se de que quando você reza e age em paz e amor, muitas coisas boas acontecem no mundo também”, disse.

Esta pessoa solicitou à CNA o anonimato para não ser vítima de assédio como o “doxxing”, que consiste na divulgação de informação privada para intimidar, humilhar ou ameaçar quem testemunha.

O paroquiano disse que na noite de segunda-feira, 24, a igreja foi alvo de vandalismo, mas sofreu menos danos do que outras propriedades vizinhas, como a concessionária de automóveis usados ​​incendiada pelos manifestantes.

Segundo informações, naquele mesmo dia uma multidão se reuniu em frente à igreja e um dos manifestantes afastou o restante das pessoas do templo para encaminhá-las para outra propriedade.

Indicou que os manifestantes quebraram várias janelas da igreja, e picharam em sua porta principal a palavra “burn” (queimar), colocaram uma cruz invertida nos arredores e a frase “Deus morreu”, além de outras blasfêmias na propriedade da escola Paroquial.

Um funcionário da igreja, que mora em Kenosha toda a sua vida, disse que ver estes distúrbios é de “partir o coração” e afirmou que o tiroteio, os protestos e as confusões posteriores são coisas que não costumam acontecer na região, por isso “ninguém sabe como lidar com isso”.

Afirmou que muitos dos envolvidos nos protestos e tumultos "não são de Kenosha" e que os voluntários locais ajudaram a limpar todos os estragos feitos à igreja e à cidade.

Além disso, assinalou que os católicos locais estão pedindo aos sacerdotes que se juntem para rezar o terço e orações de exorcismo. “Há muitas pessoas que só estão tentando fazer com que o maior número possível de pessoas reze por tudo o que está acontecendo, pela paz e pela segurança de nossa comunidade novamente”, disse.

Na quarta-feira, 26, a mãe de Blake exortou os manifestantes a permanecerem em paz. “Enquanto oro pela cura do meu filho, física, emocional e espiritual, também estou rezando, inclusive antes disso, pela cura do nosso país. Deus nos colocou a todos e cada um de nós neste país, porque queria que estivéssemos aqui”, disse.

Em um vídeo da Escola Paroquial St. Joseph em Kenosha, Pe. Todd Belardi rezou o Terço com os alunos pela justiça e pela paz no mundo e "especialmente aqui em Kenosha, por todos os acontecimentos recentes que ocorreram na noite passada".

Na segunda-feira, o Arcebispo de Milwaukee, Dom Jerome Listecki, também rezou pela cura de Blake e pela paz na comunidade. Afirmou que só com atos de misericórdia, de proteção da dignidade de cada pessoa humana e "com respeito pelo bem comum" e "busca inabalável de igualdade e paz", devem se purgar os pecados de violência, injustiça, racismo e ódio.

O caso de Jacob Blake

No domingo, 23 de agosto, viralizou um vídeo que mostra como um policial disparou sete vezes ao afro-americano Jacob Blake pelas costas a uma curta distância, enquanto subia em sua caminhonete em Kenosha, Wisconsin (Estados Unidos).

O Departamento de Polícia de Kenosha disse que os policiais presentes no local do tiroteio estavam no meio de uma operação relacionada a uma briga doméstica.

Após o acontecimento lamentável, Blake foi levado para um hospital na área de Milwaukee e segundo informações do advogado da família concedidas na terça-feira, 24 de agosto, Jacob ficou com a parte inferior do corpo paralisada e seria um "milagre" que volte a caminhar.

Por causa do tumulto durante os protestos contra a polícia, o condado de Kenosha declarou toque de recolher de emergência de domingo à noite até segunda de manhã. A mesma coisa aconteceu nos dias seguintes até quarta-feira, 26.

Na segunda noite de tumulto, grupos de manifestantes incendiaram vários edifícios, destruindo parte de um distrito comercial em Kenosha. Várias estradas também foram bloqueadas.

Na quarta-feira, a polícia de Kenosha relatou que duas pessoas foram mortas e uma terceira ferida em um tiroteio na noite de terça-feira e disse que três policiais envolvidos foram colocados em licença administrativa.

Na tarde de quarta-feira, The New York Times informou que a polícia prendeu Kyle Rittenhouse, de 17 anos, em Antioch, Illinois, acusado de assassinato em primeiro grau, de acordo com um documento do tribunal de Lake County.

O jornal de Wisconsin, Milwaukee Journal-Sentinel, informou que grupos de indivíduos armados também foram vistos na terça à noite guardando negócios, incluindo um posto de gasolina e uma lavanderia.

Nas redes sociais circulam vídeos que mostram protestos pacíficos, mas também violentos.

A declaração do escritório do procurador-geral informou que a Divisão de Investigação Criminal (DCI) está liderando a investigação e é auxiliada pela Patrulha Estadual de Wisconsin e pelo Gabinete do Xerife do Condado de Kenosha.

“Todas as agências policiais envolvidas estão cooperando totalmente com a DCI durante esta investigação. Os agentes envolvidos foram colocados em licença administrativa ", acrescentou.

Ontem, a polícia de Kenosha informou que na tarde de quarta-feira, dia 26, prendeu 9 indivíduos que ocupavam veículos que continham vários itens que incluíam capacetes, máscaras de gás, coletes de proteção, fogos de artifício ilegais e supostas substâncias controladas. Por este motivo, declarou toque de recolher na cidade na quinta-feira, 27, a partir das 19h.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

ACI Digital

 

S. SABINA, ROMANA, CUJO TÍTULO, FUNDADO NO MONTE AVENTINO, VENERA O SEU NOME

S. Sabina, romana, cujo título, fundado no monte Aventino, venera o seu nome
S. Sabina, romana, cujo título, fundado no monte Aventino,
venera o seu nome  (© Musei Vaticani)

Perseguição e martírio

À noite, as duas mulheres iam às Catacumbas, onde, na época, os cristãos se reuniam, clandestinamente, por causa das perseguições. O II século d.C. foi um dos períodos mais sangrentos para as Comunidades cristãs, que, repetidamente, eram objeto de violências e abusos.

Quando Serápia foi presa e torturada à morte, Sabina foi descoberta. Levada diante do Prefeito Elpídio, que lhe deu a possibilidade de se retratar, a mulher não teve nenhuma dúvida em rejeitar a proposta, pelo contrário, confessou a sua firme fé em Jesus Cristo. Por isso, foi condenada à morte por decapitação. Seu martírio ocorreu por volta do ano 120.

Basílica de Santa Sabina no Aventino

As relíquias das duas mártires encontram-se na Basílica romana de Santa Sabina, no bairro do Aventino; a basílica foi fundada, entre os anos 422 e 432, por Pedro de Ilíria, sobre as ruinas de um antigo Titulus Sabinae. Ali, em Santa Sabina, os Papas celebram a primeira estação da Quaresma e fazem a homilia na Quarta-feira de Cinzas.

Naquele lugar, São Domingos fundou, em 1219, a Ordem dos Pregadores. Um dos filhos mais famosos dos Dominicanos é Santo Tomás, que foi docente naquele Convento, adjacente à Basílica.

Santa Sabina é representada com um livro, uma palma e uma coroa, segundo uma das suas primeiras reproduções (século VI), que se encontra na igreja de Santo Apolinário Novo, em Ravenna.

Vatican News 

sexta-feira, 28 de agosto de 2020

O mistério dos anjos: quem são eles?

O mistério dos anjos: quem são eles?

por Pe. Françoá Costa

Ao colocar a palavra “anjos” num buscador de internet, é incrível a quantidade de informação que aparece, muitas contaminadas por doutrinas esotéricas. No entanto, é ainda mais curioso quando se busca imagens de anjos: seres fofinhos, bebezinhos; por vezes, afeminados, com bochechinhas vermelhas, asinhas simpáticas etc. Muitos artigos sobre os anjos estão, sem dúvida, contaminadas por doutrinas esotéricas. Inclusive, é possível encontrar um anjo específico para cada dia da semana, entre outras coisas absurdas. No entanto, é preciso dizer que também se encontra muita coisa boa.

Os anjos não são reencarnações, não são homens ou mulheres com asas, não são lugares nos quais se sente a presença de Deus, não são gnomos nem duendes, não são uma espécie de energia, nem tampouco uma fumaça branca. Um dos artigos bons que encontrei em internet foi o de P. B. Celestino que, em relação a isso, dizia: “a humanidade no seu conjunto pa rece obedecer a uma espécie de “lei do bêbado”: depois de uma queda para a direita, procura compen sá-la inclinando-se para a esquerda, e acaba caindo nessa direção. Assim, às épocas de racionalismo exacerbado e míope, seguem-se outras em que proliferam as mais tresloucadas fantasias e crendices, e a doutrina sobre os anjos é das que mais facilmente se prestam a essas deformações. O nosso tempo inclui -se entre as segundas, a julgar pelo número de “caricaturas” deformadas desses seres não-humanos ― sob a forma de duendes, gnomos, espíritos “desen carnados”, deidades e extraterrestres ― que se mistu ram inextricavelmente nas estantes das livrarias e lo jas de bibelôs, bem como nas cabeças de alguns…”

O calendário litúrgico da Igreja Católica celebra duas festas angélicas, no dia 29 de setembro, a festa dos três arcanjos – S. Miguel, S. Gabriel e S. Rafael – e, no dia 2 de outubro, os anjos da guarda. Quem são eles?

Talvez o Concílio da Igreja que mais se dedicou a explicar a doutrina sobre os anjos foi o Concilio de Latrão IV, no ano 1215. Nele se afirmou, num contexto de profissão da fé, que os anjos foram criados por Deus desde o inicio do tempo, também os demônios. No caso dos demônios, o Concilio nos diz que foram anjos criados bons, mas que depois se fizeram maus. Logicamente, houve pronunciamentos magisteriais sobre os anjos antes dessa data, por exemplo, o Papa Zacarias, no ano 745, rejeitou os vários nomes dos anjos, ficando somente com os de Miguel, Gabriel e Rafael porque a Sagrada Escritura só fala desses três. O Concilio de Aix-la-Chapelle, no ano 789, fez a mesma coisa.

O que nos diz a Bíblia sobre os anjos? Bastante. Os dicionários bíblicos dedicam a esse tema varias páginas. Em resumo: anjo vem da palavra grega angelos, que serviu para traduzir a palavra hebraica mal’ak, que – de maneira geral – significa “mensageiro”. Eles são filhos de Deus (Jó 1,6; 2,1), são protetores dos homens (Sl 90,11), moram nos céus (Mt 28,2), são de natureza espiritual (1 Re 22,19-21; Dn 3,86; Hb 1,14). Há anjos bons e anjos maus (Zc 3,1). Existem serafins (Is 6), querubins (Gn 3,24; Ex 25,22; Ez 10,1-20), tronos, dominações, potestades e principados (Cl 1,16), virtudes (Ef 1,21), arcanjos (1 Ts 4,15-16; Judas 9), anjos que cuidam dos indivíduos (Tb 5; Sl 90,11; Dn 3,49s; Mt 18,10). Nos Evangelhos também se lê que eles contemplam o rosto de Deus (Mt 22,30; 18,10) e se alegram pela conversão daqueles que estavam afastados de Deus (Lc 15,10), dizem ainda que eles levaram o corpo de Lázaro ao seio de Abraão (Lc 16,22).

Como se pode ver, as afirmações do Magistério da Igreja estão solidamente apoiadas pela Tradição Escriturística. Com relação aos três arcanjos, acontece a mesma coisa. Gabriel que significa “Deus é força” aparece em Dn 8,16; 9,21; Lc 1,19.26; Miguel que significa “Quem como Deus?” aparece em Dn 10,13.22; 12,1; Jud 9; Ap 12,7; São Miguel é o padroeiro de toda a Igreja; Rafael – “Deus cura” – aparece em Tb 3,25. A distinção mais divulgada de uma hierarquia entre os anjos aparece no livro De coelesti hierarquia – Sobre a hierarquia celeste – atribuído a Dionísio, o Areopagita, entre os séculos IV e V. Nessa obra, os anjos são distribuídos em três ordens, cada ordem formado por três coros, num total de nove coros angélicos: serafins, querubins e tronos fazem parte da primeira hierarquia; dominações, virtudes e potestades, formam a segunda hierarquia dos anjos; os principados, os arcanjos e os anjos estariam na terceira. Todos esses anjos têm – como resume o teólogo francês J. Daniélou – duas funções: louvar a Trindade Santíssima e guardar e defender tudo o que é de Deus.

O Catecismo da Igreja Católica diz que os anjos são criaturas pessoais, ou seja, dotadas de inteligência e vontade; são, ademais, imortais por serem puramente espirituais e superam em perfeição as criaturas visíveis (Cat. 330).

A perfeição dos anjos não permite, no entanto, que eles penetrem nas nossas consciências; temos que manifestar-lhes as nossas necessidades, mas basta falar com eles mentalmente e eles nos entenderão. O fato dos anjos serem pessoas (angélicas) nos faz ver que são capazes de relações de amizade e de fraternidade com as pessoas humanas. Os santos anjos são nossos amigos. Como seria bom se cultivássemos essa amizade frequentemente, conversando com eles, pedindo a sua proteção e agradecendo os seus favores. Nessas angélicas relações amistosas, o nosso anjo da guarda ocupa o primeiro posto, é o anjo que mais deveria ser tratado por nós.

A devoção aos anjos não contradiz a centralidade de Cristo, único Senhor.

Todos os anjos estão ao serviço de Jesus Cristo e é uma honra para eles servir a Cristo e a todos os seres humanos por amor ao Deus Uno e Trino. O Catecismo da Igreja destaca esse serviço humilde e eficaz a Cristo e a toda a Igreja (Cat. 333-335). Os santos foram muito devotos dos anjos. São Josemaría Escrivá, por exemplo, deixava que o seu anjo da guarda contasse o número de orações e mortificações que ele ia fazendo, tinha-o presente nos trabalhos apostólicos que realizava, chamava-o “Relojoeirinho” (porque era muito pontual em despertar-lhe e até consertou-lhe um relógio numa ocasião), dedicava as terças-feiras a tratá-lo mais intensamente, rezava ao anjo da guarda de alguém com quem tinha que conversar ou escrever-lhe uma carta; viu o Opus Dei no dia 2 de outubro de 1928, festa dos anjos da guarda; confiou os diversos trabalhos dessa nova fundação a cada um dos arcanjos. “Caminho”, esse clássico-moderno de espiritualidade, dedica nove pontos seguidos à devoção aos anjos. Como São Josemaría, poderíamos elencar vários outros santos cuja devoção aos anjos nos anima a ser mais amigos desses celestes espíritos.

Os anjos estão presentes na liturgia da Igreja, máxime quando a Santa Missa é celebrada. Os textos litúrgicos fazem referências a esses celestes adoradores de Deus. O “Glória a Deus nas alturas” foi uma oração entoada por eles (cfr Lc 2,13-14). As orações eucarísticas, na sua primeira parte, os prefácios, terminam “com os anjos e os arcanjos e com todos os coros celestiais” cantando o hino da glória de Deus que é o “Santo, Santo, Santo”, hino dos serafins (cfr. Is 6). Na oração eucarística I ou Cânon Romano, a oferenda é levada ao Deus todo-poderoso “per manus sancti angeli”, ou seja, pelas mãos do santo anjo. São Beda dizia que “da mesma maneira que vemos como os anjos rodeavam o corpo do Senhor no sepulcro, devemos crer que estão fazendo a corte a Jesus na consagração”.

Enfim, toda a vida do novo Povo de Deus, que é a Igreja do Deus vivo, recebe a proteção dos anjos. São Miguel Arcanjo é padroeiro de toda a Igreja. Nós, membros da Igreja, podemos intensificar nos próximos dias a nossa devoção a esses celestiais guardiões da nossa fé, esperança e caridade, do nosso trabalho pela causa de Deus e do nosso caminho rumo ao céu. Sejamos gratos aos nossos anjos da guarda e, sobretudo, agradeçamos ao Senhor por esses angélicos companheiros.

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Referência bibligráfica: A. VACANT, “Ange”, in F. VIGOUROUX (ed.), Dictionaire biblique, I,1 A, Paris : Letouzei et Ané, 1895, 576-590. A. V. de PRADA, O Fundador do Opus Dei (3 volumes), São Paulo: Quadrante, 2004. CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA, n. 325-336. F. F. CARVAJAL, Antología de textos para hacer oración y para la predicación, Madrid: Palabra, 1983, 85-95. J. DANIÉLOU, O mistério do Advento, RJ: Agir, 1958. P. B. CELESTINO, Os anjos, São Paulo: Quadrante. O artigo de P. B. CELESTINO, “Os anjos e o nosso anjo” se encontra em http://www.quadrante.com.br/ sessão “artigos >> doutrina e teologia” (visitada no dia 26/09/2010). P.-M. GALOPIN, “Ángel”, in P.-M. BOGAGERT e outros (responsáveis), Diccionario Enciclopédico de la Biblica, BARCELONA: HERDER, 1993, 73-76.

 https://www.presbiteros.org.br/

MEMÓRIAS, RECORDAÇÕES E ESPERANÇA

Por meio da recordação de um fato, de um evento vivenciado com familiares e amigos ou de acontecimentos significativos da vida, nós atualizamos a nossa memória, incendiamos o nosso coração e assim revivemos momentos marcantes da nossa existência. De algum modo, nós podemos afirmar que as recordações são combustíveis para o rejuvenescimento, um passeio ao nosso passado, são um impulso determinante para as decisões futuras.
Nas Sagradas Escrituras, nós podemos perceber que foi a recordação do amor do pai que levou o filho pródigo a voltar para casa, para o aconchego do lar. Foi a recordação dos gestos de misericórdia de Cristo para com o cobrador de impostos, Mateus, que levou o publicano Zaqueu a subir em uma árvore para contemplar a presença de Deus em sua vida, suplicando perdão pelos erros cometidos. Foi a recordação dos gestos e das palavras de Jesus que levou os discípulos de Emaús a reconhecerem no peregrino desconhecido o Cristo vivo e ressuscitado que caminhava com eles e foi, certamente, a recordação dos gestos acolhedores de Cristo que levou o bom ladrão a conquistar no último e decisivo momento de sua vida o tão almejado paraíso.
Em suas cartas pastorais, o Apóstolo Paulo, em alguns momentos, suplicou aos seus seguidores que não perdessem as boas recordações. Em uma de suas cartas, quando estava próximo da sua partida, ele escreveu a Timóteo, seu companheiro de ministério.
Naquela situação, ele tanto percebia que a sua partida estava próxima, como também enxergava os problemas que atingiam a Igreja em Éfeso, onde Timóteo estava e, por isso, ele o orientou, dizendo: “Recorda-te de Jesus Cristo!”. (2 Tm 2,8). Em outras palavras: mesmo diante das tribulações, mesmo enfrentando os dias escuros de uma pandemia, não se esqueça de que Cristo está presente em nosso meio. Não se esqueça de que Ele se debruça sobre quantos são frágeis, pobres, doentes e pecadores e está sempre pronto a acolher, compreender e perdoar.
As palavras de Paulo não perderam a sua atualidade e, por isso, quando atravessamos uma espécie de exílio, quando a solidão, o sofrimento, a doença, o medo e a morte nos fazem pensar que fomos abandonados por Deus, nós devemos alimentar, imediatamente, a nossa convivência com o Cristo, atualizando a certeza de que o Seu amor é sempre renovador. No meio das adversidades, a fé nos recorda que “Deus é o nosso refúgio e nossa força; mostrou-se nosso amparo nas tribulações. Por isso, a terra pode até tremer, não tememos nada! ”. (Sl 46, 2-3).
Pela atualização de nossa memória, nós percebemos que a nossa conversão teve início na catequese, na preparação para a Primeira Comunhão ou na participação de um curso promovido por um Movimento da Igreja ou mesmo diante da perda de um amigo ou familiar. Aquele momento, aquele dia, foi o início de uma amizade com Cristo tão marcante e significativa que transformou a nossa existência. Permanecemos com o Cristo, passamos a ser discípulos do Mestre e, em pouco tempo, passamos a ser também missionários que envolvem o próximo no anúncio feliz e comovedor da Pessoa de Jesus.
A recordação do amor e da misericórdia de Cristo no cotidiano de nossas histórias é um bom antídoto contra as tendências desordenadas da nossa carne e os gestos de desamor e egoísmo que somos tentados a cometer. Quando em meio ao pecado, nós pensamos que não temos mais jeito, é sempre bom recordar que “em Cristo, pelo Seu Sangue temos a redenção, a remissão dos pecados, segundo as riquezas da Sua graça, que Ele derramou abundantemente sobre nós”. (Ef 1, 7-8).
Em nosso aprendizado da fé, nós devemos recordar que não temos um deus morto, mas sim um Deus vivo, presente e atuante. Devemos nos lembrar que Ele é todo poderoso e está sempre disposto a nos socorrer nas nossas dificuldades. Ele morreu pelos nossos pecados e ressuscitou para a nossa justificação. Ele está sentado à direita do Pai e é o Senhor de nossas vidas e, sem Ele, a nossa vida perde o seu referencial, o seu propósito. Com Ele, podemos alcançar grandes conquistas. Sem Ele, ficamos perdidos, infelizes, incompletos e depressivos.
Quando avançamos na trajetória da vida, as recordações, alegres ou tristes, nos fazem recordar os fatos que marcaram a nossa vida como indivíduos, como família e como comunidade. Essas recordações são parte constituinte do nosso memorial de batizados, momentos emocionantes da nossa vivência da fé, do nosso serviço à Igreja, sacrifícios e renúncias, erros e acertos, avanços e retrocessos que carregamos em nosso coração. Este é um aspecto bonito: podemos passear na paisagem das recordações e assim fortalecemos a certeza de que Deus sempre está conosco. Junto d’Ele, nós aprendemos que boas recordações da vida alimentam o nosso coração e boas recordações da fé renovam a nossa alma, revelam a nossa identidade cristã, abrem-nos aos outros e nos proporcionam a cultura da comunhão e do encontro.
As nossas recordações, as nossas memórias nos permitem voltar atrás para contemplarmos os sucessos, as vitórias que alcançamos com a graça de Cristo e nos impulsionam como uma grande mola rumo a um breve e esperado futuro. Neste sentido, a memória cristã é sempre um encontro com o nosso Redentor, é uma luz que ilumina o nosso presente, clarificando as possibilidades de futuro.
Sem memória não podemos avançar, progredir ou renovar os ideais, pois é na recordação de todas as coisas que o Senhor fez por nós que se fundamenta a nossa história pessoal de salvação. Desse modo, recordar é essencial para o nosso crescimento na fé e, por isso, recordamos os Mandamentos, as bem-aventuranças, o Evangelho, as orações de ontem e de hoje, a Doutrina Social da Igreja e os pontos centrais do Catecismo.
Na busca pela atualização da nossa memória, na recordação da presença, do amor, da misericórdia e do perdão de Deus em nossas vidas e em nossa história, nós sentimos a necessidade de silêncio. Silêncio para recordar, para renovar a fé, impulsionar a caridade e aquecer a esperança. Memória e esperança caminham juntas: a memória conduz à esperança e a esperança reaviva a memória. Memória e esperança são realidades complementares que nos ajudam a manter o nosso coração abrasado e nos levam a professar: “Eu sei em Quem acreditei! ”. (2 Tm 1, 12). Quando a nossa memória e a nossa esperança estão interligadas, nós recordamos todo o caminho que o Senhor, nosso Deus, nos fez percorrer, atualizamos a nossa pertença a Ele e à Igreja e renovamos sempre mais o nosso desejo de participarmos da Eucaristia, o Sublime Sacramento da memória que nos recorda, de forma real, presente, viva e tangível, a história do amor de Deus para conosco.

Aloísio Parreiras

Arquidiocese de Brasília

Como é ser católico e cientista?

Como é ser católico e cientista?
por Ray Cavanaugh

Os cientistas têm uma mensagem para os jovens fiéis: não tenham medo de entrar na ciência; vocês não estarão sozinhos!

Pessoas de fé fizeram (e fazem) muitas contribuições para a ciência. No entanto, não é segredo que, hoje, ciência e religião são, muitas vezes, falsamente vistas como adversárias.

“As forças culturais em ação na América turvaram as águas … e criaram esse tipo de falso binário” entre ciência e religião, diz a Dra. Kate Bulinski, Professora Associada de Geociências na Bellarmine University em Louisville, Kentucky.

Bulinski acredita que essa “incompatibilidade percebida” está fazendo com que os jovens se afastem da Igreja.

Afirmando que a Igreja precisa de “mensagens fortes e consistentes sobre a compatibilidade da fé e da ciência”, ela diz que encontrou “muitos estudantes universitários” (muitos deles provenientes do ensino fundamental e médio católico) que estão “totalmente confusos ou pouco informados sobre o que a Igreja ensina sobre a ciência. ”

“A última vez que cientistas tiveram um desentendimento com a Igreja Católica foi há 400 anos, no caso Galileu”, destaca o Dr. Stephen M. Barr, Professor Emérito de Física da Universidade de Delaware e autor de livros sobre ciência e religião.

Barr também é presidente da Sociedade de Cientistas Católicos. Formado por seis indivíduos no verão de 2016, a instituição tem atualmente 1.250 membros, que variam de estudantes universitários a especialistas de renome internacional.

O site da sociedade possui uma seção que inclui 84 ​​curtas biografias de cientistas católicos. Assim, pode-se comprovar como a Igreja Católica “realmente tem um histórico notavelmente bom no que diz respeito à ciência”, como Barr afirma. De fato, os padres católicos foram pioneiros em vários campos científicos (como o Pe. Georges Lemaître, que escreveu a Teoria do Big Bang e o Pe. Gregor Mendel, que fundou a genética).

Nos 42 anos de Barr como físico, apenas duas vezes ele encontrou um colega dizendo algo hostil a ele sobre ser religioso. “Raramente se ouve falar de religião, mesmo sendo mencionada por colegas, quanto mais atacada”, diz ele. “Entre eles, os cientistas discutem principalmente ciência ou assuntos relacionados ao trabalho e, quando não o fazem, geralmente discutem esportes, restaurantes, filmes, política e assim por diante.”

“Normalmente, não há muitas oportunidades ou cenários em que a fé possa surgir em uma conversa em um ambiente profissional”, diz Bulinski. Ela relatou uma exceção, no entanto, que ocorreu há alguns anos em uma conferência para geólogos. Ela e seus colegas estavam discutindo onde poderiam assistir à missa, já que a conferência durou todo o fim de semana.

Em quase 20 anos de participação em encontros científicos, aquela foi a primeira vez que a Missa surgiu como um tópico de conversa. Esses colegas em particular, porém, haviam feito pós-graduação juntos e sabiam de sua fé compartilhada.

Entre os cientistas católicos, Barr diz que conhece “alguns que temem que seus colegas descubram” sobre sua fé. Ele acrescenta: “Mesmo os cientistas que não são religiosos geralmente têm alguns amigos ou familiares que são religiosos ou colegas que eles respeitam e que sabem ser religiosos”.

“A ideia de que o mundo científico é desprovido de crentes e um lugar onde todos desprezam a religião está errada”, afirma. “Talvez muitos não cientistas imaginem que seja assim porque, até agora, os cientistas que desprezam a religião tendem a ser muito mais francos do que os cientistas religiosos.”

Algum grau de discrição religiosa, entretanto, pode ser aconselhável em certas situações. “Estudantes de ciências e cientistas mais jovens, estando em estágios mais vulneráveis ​​da carreira tendem a ser mais cuidadosos com quem falam sobre sua fé ”, diz Barr. “E devem ser”, acrescenta. “Embora eu ache que a probabilidade de realmente ser discriminado seja muito baixa, não é tão baixa que possa ser ignorada.”

Por este motivo, a sociedade mantém o sigilo dos membros. “É preciso ser membro para ter acesso ao Diretório de Membros”, ressalta. “E os membros podem optar por não ser listados, embora poucos o façam.”

Barr aconselha qualquer jovem aspirante a cientista católico a “não ter medo de entrar na ciência” por causa de suas crenças. “Você não estará sozinho!”

Bulinski ecoa esse sentimento, dizendo que é “perfeitamente possível prosperar como um cientista católico, embora nem sempre possamos ser os melhores divulgadores de nossa fé”.

Fonte: Aleteia 

Como foi o caminho de conversão de um jovem chinês?

Foi andando por caminhos tortuosos que, mesmo assim, Francisco Paulo conheceu Santo Tomás de Aquino e a Verdade santa e divina da Igreja.
Guadium Press
Foi andando por caminhos tortuosos que, mesmo assim, Francisco Paulo conheceu Santo Tomás de Aquino e a Verdade santa e divina da Igreja.

Redação (27/08/2020, 14:10 – Gaudium Press) O jovem Francisco Paulo Yang nasceu em 1993 em uma família simples da cidade de Anhui, na China. Paulo cresceu em um ambiente ateu e sua formação seguiu os moldes da educação ateia de um regime comunista.

No último dia 15 de agosto, Solenidade da Assunção de Maria, com 27 anos, Paulo foi batizado em uma paróquia localizada nos arredores de Xangai, na China, depois de alguns anos de uma sincera busca espiritual.

Era laicista, hedonista, sem grandes aspirações, com uma vida absurda e dissoluta

Francisco Paulo disse à Agencia Ásia News que durante os primeiros anos de universidade ele “era totalmente laicista e hedonista sem grandes aspirações e levava uma vida absurda e dissoluta”.

Em um certo momento, recordou ele, “de repente e sem aviso prévio, como se tivesse sido abatido, decidi que não queria viver sem um objetivo específico. E agora, olhando para trás, eu entendo que, sem dúvida, foi a graça de Deus que me tomou e me conduziu”.

Foi andando por caminhos tortuosos que, mesmo assim, Francisco Paulo conheceu Santo Tomás de Aquino e a Verdade santa e divina da Igreja.
Guadium Press

“Tentando descobrir o que é sabedoria”

Ele conta que percorreu seu caminho andando por vias que o decepcionaram. Caminhou pela filosofia ocidental moderna “que se revelou feita de especulações pobres, um racionalismo abstrato, que nada tem a ver com a vida real. Não era aquilo que o meu coração desejava”, disse.

Francisco Paulo andou pela filosofia chinesa e pode dizer que “muitas vezes, Deus nos conduz a um caminho tortuoso para que possamos sentir verdadeiramente sua Providência Divina Onipotente”. Foi num desses caminhos tortuosos que ele conheceu Santo Tomás de Aquino e graças a ele conheceu a Verdade divina e santa da Igreja, afirmou.

Fusão do catolicismo com outras filosofias: frustração

No início de sua procura da Verdade, até chegar à conversão, ele tentou “fundir a tradição do catolicismo com a tradição chinesa”. “Essas tentativas –afirmou–me causaram sofrimento e no final se mostraram fúteis”.

Francisco Paulo recordou que entre a filosofia chinesa e o catolicismo “existem diferenças insuperáveis que, uma vez aplicadas à vida cotidiana, poderiam nos colocar em contradição, gerando confusão”.

Ele explica que só no final conseguiu compreender que o que Nosso Senhor lhe pedia não era “integrar ou fundir os dois sistemas, mas obedecê-lo; não agir segundo a minha vontade pessoal e realizar uma transformação total, mas aprendendo a ser humilde, deixando que Deus me conduza neste bosque que é a vida”, assegurou ele para Asia News.

Que a paixão missionária de Paulo possa me acender e me ajude a anunciar o Evangelho de Cristo na China

Francisco agradece tudo que aconteceu em sua vida e que o conduziu agora ao batismo, “justamente na solenidade da Assunção de Maria”, explicou.

E ele afirma que, embora “tenha sido Santo Tomás de Aquino quem me colocou em contato com a verdade do catolicismo, meu teólogo favorito é São Boaventura”.

“Por outro lado, como homem moderno, através da Idade Média, gostaria de ir diretamente ao tempo dos Apóstolos, vivendo nesta tradição viva. Por isso escolhi Paulo como segundo nome”, acrescentou, dizendo que por isso pediu “que a paixão missionária de Paulo possa me acender, ajudando-me a anunciar o Evangelho de Cristo na China, segundo as minhas possibilidades”. (JSG)

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Ário x Santo Atanásio

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Veritatis Splendor
  • Autor: Carlos Melo
  • Fonte: Lista “Tradição Católica”

Santo Atanásio, bispo de Alexandria no Egito, foi uma destas figuras marcantes que dão o nome a todo um período histórico: os anos que vão desde o Concílio de Nicéia (325) até o fim do século.

Esta época foi uma das mais turbulentas na história da Igreja. O Édito de Milão, no ano de 313, concedera liberdade religiosa pondo fim à era das perseguições. A vida religiosa começava a desenvolver-se e sua doutrina ganhava lugar eminente perante as filosofias e a sabedoria da cultura clássica. Poderia ter sido um período de crescimento orgânico, pacífico, mas do seu interior, tomou vulto uma heresia de virulência terrível: era a heresia ariana, contra a qual Santo Atanásio foi lutador incansável, elevando-se como um farol de ortodoxia.

Atanásio nasceu em Alexandria, no Egito, em 296. Jovem ainda, aspirou a vida religiosa ficando sob a orientação do bispo Alexandre.

Como é sabido, as primeiras heresias surgidas no seio da cristandade foram as judaizantes. Um dos dogmas católicos que os judeus mais repelem é o da Trindade, porque, no seu ódio de morte contra o cristianismo, o que mais os repugna é que Jesus Cristo seja considerado como segunda pessoa da Santíssima Trindade, ou seja, do Deus Uno em essência e Trino em pessoas.

Ário nasceu na Líbia, então sob dominação romana. Ainda jovem, aderiu ao cisma de Melesio, onde usurpou o posto de Bispo de Alexandria. Ao sofrer duros revezes a causa de Melesio, Ário reconcilia-se com a Igreja. A Igreja, que está sempre pronta por princípio a perdoar ao pecador que se arrepende, admitiu a reconciliação de Ário, aceitando-o no seu seio, ao passo que esse judeu clandestino se aproveitava dessa bondade para lhe causar depois danos catastróficos. “Ário, judeu católico, atacaria insidiosamente a Divindade de Cristo e conseguiria dividir o mundo cristão durante séculos inteiros” (William Thomas Walsh. Filipe II. Ed. Espasa Calpe. P. 266). Assim, após a reconciliação, Ário ordenou-se sacerdote católico e, já como presbítero, ficou encarregado por Alexandre, Bispo de Alexandria, da Igreja de Baucalis.

Vários historiadores eclesiásticos atribuem a Ário um aparatoso e impressionante ascetismo e um ostentoso misticismo, unidos a grandes dotes de pregador e a grande habilidade dialética, o que lhe permitiu convencer grande número de fiéis e, até mesmo, membros da hierarquia da Igreja. Apto com a palavra e a pena, escreveu folhetos e até livros para convencer a hierarquia religiosa, governantes civis e pessoas destacadas do Império Romano, dentre os quais o próprio Imperador Constantino.

Como princípio básico da doutrina de Ário, figurava a tese judaica da unidade absoluta de Deus, negando a Trindade e considerando Cristo Nosso Senhor somente como a mais excelsa das criaturas, mas de nenhuma maneira possuidor de uma condição divina. Não atacava nem censurava Cristo, como faziam os judeus públicos, porque então teria fracassado no seu empreendimento, visto que nenhum cristão o teria seguido. Pelo contrário, a fim de não provocar suspeitas, fazia toda a classe de elogios a Jesus, conseguindo conquistar a simpatia e a adesão dos crentes para logo em seguida destilar o seu veneno, no meio de todos esses gabos, com a negação insidiosa da divindade de Jesus Cristo.

É curioso como certas igrejas que hoje se dizem cristãs fazem a apologia de Ário como se ele tivesse sido um grande evangélico daqueles tempos…

Em 325, deu-se o I Concílio Ecumênico de Nicéia, para definir a doutrina autêntica contra a heresia tão capciosa dos arianos que fazia de Jesus Cristo uma simples criatura do Pai, inferior ao Pai e não Filho de Deus igual ao Pai, consubstancial ao Pai. Atanásio participou desse Concílio, na qualidade de assessor de seu bispo, embora fosse apenas diácono. O arianismo foi condenado e deu-se a definição solene que até hoje rezamos no Credo: “Creio em Jesus Filho Unigênito do Pai, nascido antes de todos os séculos, Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial ao Pai”.

A atuação de Atanásio no Concílio foi tão brilhante, tanto pela lucidez de sua doutrina como pela argumentação bíblica apresentada, que transformou-se num verdadeiro triunfo para a causa católica. No entanto, tal vitória conquistou-lhe, porém, o ódio dos arianos que lhe declararam implacável guerra até o fim de sua vida.

Pouco depois do Concílio, vem a falecer o bispo de Alexandria. Povo e clero proclamam Atanásio como sucessor, embora contasse apenas 31 anos de idade. Atanásio, depois de relutar muito, aceitou a eleição como uma evidência da vontade de Deus. E assim, dirigiu Atanásio a Igreja de Alexandria por 46 anos.

Certa vez, os hereges melesianos, unidos aos arianos, acusaram Atanásio de ter assassinado um dos colaboradores do chefe dos primeiros, mas, por sorte, Atanásio conseguiu encontrar o falso defunto, ficando os caluniadores em evidência. De outra feita, recorreram a uma manobra final: convocar um Sínodo de Bispos, em Tiro, onde acusaram Atanásio de haver seduzido uma mulher, calúnia que este conseguiu também destruir. Mesmo assim, os arianos conseguiram obter a destituição de Atanásio como Patriarca de Alexandria.

Os arianos não deram descanso: conseguiram o apoio do imperador, espalharam as mais baixas calúnias contra Atanásio que, por cinco vezes, teve que fugir de sua sede episcopal. Durante toda a sua vida de bispo, se alternaram fugas e retornos triunfais e novos desterros. Refugiou-se por vários anos no deserto e durante cinco anos ficou escondido, durante o dia, no túmulo de seu pai, só saindo à noite para dirigir sua igreja e consolar seus fiéis. Mas Atanásio nunca cedeu perante a heresia: sua constância e firmeza inquebrantável com seus numerosos escritos manteve viva a fé no Verbo Encarnado, consubstancial ao Pai, em favor de toda a Igreja.

Das calúnias lançadas contra Atanásio, os arianos conseguiram ainda convencer o Imperador de que Atanásio tinha comprado trigo aos egípcios, impedindo que este fosse levado para Constantinopla, com o fim de provocar a fome da capital do Império. Constantino então desterrou Atanásio, considerando-o como perigosíssimo perturbador da ordem pública e da unidade da Igreja.

Em todo esse tempo, os Bispos arianos, ganhando primeiro Constância, irmã do Imperador e muito influente junto dele e de outros muito chegados, fingindo-se hipocritamente muito zelosos da unidade da Igreja e do Império, acusaram os defensores da Igreja de estarem a quebrar essa unidade com as suas intransigências e exageros. Assim, conseguiram que Constantino, que antes havia apoiado a ortodoxia do Concílio de Nicéia, fizesse uma virada a favor de Ário, aceitando que a readmissão solene daquele herege na Igreja se efetuasse em Constantinopla, capital do Império. Isto, sem dúvida, teria sido a apoteose e triunfo do judeu Ário, que já acariciava a idéia de chegar a Papa, coisa não impossível do ponto de vista humano, visto que contava com a tolerância amistosa do Imperador e com o apoio cada dia maior dos Bispos da cristandade. Mas, todos os cálculos humanos se frustraram ante a assistência de Deus à sua Igreja que será perseguida, nunca vencida. E Ário, nos próprios umbrais da sua vitória, morreu de forma tão misteriosa como trágica, segundo o testemunho que nos legou o próprio Atanásio.

É [atribuído a] ele a profissão de fé conhecida por “Símbolo Atanasiano“.

A Igreja o reconheceu como Doutor.

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7 dados que deve conhecer sobre Santo Agostinho de Hipona

Santo Agostinho / Crédito: Domínio Público

REDAÇÃO CENTRAL, 28 ago. 20 / 06:00 am (ACI).- No artigo a seguir, você encontrará sete dados que deve conhecer e compartilhar sobre Santo Agostinho de Hipona, bispo, médico e padre da Igreja, cuja festa é celebrada neste dia 28 de agosto.

1. Nasceu na África

Santo Agostinho nasceu no ano 354, em Thagaste, Numídia (atual Argélia) em uma família de classe alta.

Seu pai, Patrício, era pagão, embora tenha se convertido ao cristianismo pouco antes de morrer. Por outro lado, sua mãe, Santa Mônica, era cristã e rezou durante vários anos pela conversão de seu esposo e de seu filho.

2. Levou uma vida libertina em sua juventude

Santo Agostinho participou do que São Paulo chama delicadamente de "paixões juvenis" (2 Timóteo 2,22), ou seja, entregou-se a uma vida libertina e cometeu vários pecados de impureza.

Aos 19 anos, começou a conviver com uma mulher. Seu nome é desconhecido, porque Agostinho não a registrou deliberadamente, talvez por causa da sua reputação.

A mulher não pertencia à classe social de Agostinho e nunca se casaram. Entretanto, tiveram um filho chamado Adeodato (Adeodatus em latim, "Dado por Deus" ou, mais coloquialmente, "dom de Deus").

3. Pertenceu a uma seita

Apesar de sua educação cristã, Agostinho abandonou a fé e se tornou maniqueísta, o que surpreendeu a sua mãe.

O maniqueísmo era uma seita gnóstica e dualista fundada no ano 200 d.C. por um homem iraniano chamado Mani.

4. Começou a sua conversão lendo dois versículos da Bíblia

Quando ensinava retórica em Milão (Itália), com o apoio da sua mãe, começou a ter mais contato com os cristãos e com a literatura cristã.

Um dia, no verão do ano 386, ouviu a voz de uma criança cantando em latim "Tolle, lege", que significa "Pega e lê; pega e lê". O Santo abriu uma bíblia que estava do seu lado e abriu uma página aleatória. Encontrou o capítulo 13, 13-14 da carta de São Paulo aos romanos que dizia:

“Não em orgias e bebedeiras, não em imoralidade sexual e depravação... Revistam-se do Senhor Jesus Cristo, e não fiquem premeditando como satisfazer os desejos da carne”.

Aplicando isto à sua própria vida, Agostinho começou seriamente o seu processo de conversão. Foi batizado, junto com Adeodato, na Vigília Pascal mais próxima.

5. Tornou-se um Padre da Igreja

No ano de 388, Agostinho, Mônica e Adeodato se prepararam para voltar ao norte da África. Infelizmente, Mônica só chegou a Ostia, porto da cidade de Roma, onde faleceu. Adeodato também faleceu quando chegou à África.

Isso deixou Agostinho sozinho. Depois, decidiu vender quase todos os seus bens para dar seu dinheiro aos pobres. Ficou somente com a casa da sua família, que converteu em um mosteiro.

Em 391, foi ordenado sacerdote da Diocese de Hipona (na Argélia) e quatro anos depois se tornou bispo coadjutor da cidade e depois bispo titular.

Como bispo, escreveu extensa e prodigiosamente. Foi por essa razão que o valor dos seus escritos o converteram em um Padre da Igreja.

6. Também é um Doutor da Igreja

Junto com São Gregório Magno, Santo Ambrósio e São Jerônimo, Santo Agostinho foi um dos quatro doutores originais da Igreja. Foi proclamado Doutor pelo Papa Bonifácio VII, em 1298.

Esta nomeação ocorreu devido ao valor extraordinariamente grande dos seus escritos, que incluem importantes obras teológicas, filosóficos e espirituais.

Entre suas obras mais conhecidas estão: "Confissões" (sua autobiografia espiritual), "A cidade de Deus", "Na Doutrina Cristã", "Manual de Fé, Esperança e Amor".

Esta é apenas uma pequena seleção do que escreveu, porque nunca deixou de escrever.

7. Foi canonizado por clamor popular

Foi canonizado por aclamação popular, pois o costume da canonização papal ainda não havia surgido.

ACI Digital

 

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF