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domingo, 30 de agosto de 2020

Principais pontos do Documento do Papa Francisco “Querida Amazônia”

Querida Amazônia (Vatican Media)
Documento do Papa Francisco “Querida Amazônia”
  • Promoção da ecologia integral que engloba o cuidado com as pessoas, especialmente os mais pobres, o meio ambiente e a espiritualidade ecológica, numa perspectiva católica.
  • Reconhecimento das ameaças ambientais aos ecossistemas amazônicos e da importância da região como um todo para os equilíbrios globais do planeta.
  • Posicionamento da Igreja a favor da cultura local, do encontro intercultural e do respeito à autonomia dos povos..
  • Valorização dos governos locais e sociedade civil no desenvolvimento sustentável, defendendo a solidariedade internacional, mas se contrapondo à internacionalização da Amazônia.
  • Inculturação da fé e centralidade de Cristo: não é suficiente levar uma “mensagem social”. Os povos amazônicos têm “direito ao anúncio do Evangelho”; do contrário, “cada estrutura eclesial transformar-se-á em mais uma ONG”.
  • Permanência do celibato sacerdotal. Promocão de uma “cultura eclesial própria, marcadamente laical” e “incisivo protagonismo dos leigos”  na vida da Igreja na Amazônia.
  • Reconhecimento da importância das mulheres na Igreja, começando por Maria Santíssima. Abertura de novos espaços às mulheres, mas sem clericalizações – consequentemente rejeição da proposta de acesso à Ordem sacra para mulheres.

Por que um texto do Papa sobre a Amazônia?

Ponto 41. “Na Amazónia, compreendem-se melhor as palavras de Bento XVI, quando dizia que, «ao lado da ecologia da natureza, existe uma ecologia que podemos designar “humana”, a qual, por sua vez, requer uma “ecologia social”. E isto requer que a humanidade (…) tome consciência cada vez mais das ligações existentes entre a ecologia natural, ou seja, o respeito pela natureza, e a ecologia humana».[47] Esta insistência em que «tudo está interligado»[48] vale especialmente para um território como a Amazónia.”

Resumo da proposta do documento papal.

Ponto 7. “Sonho com uma Amazónia que lute pelos direitos dos mais pobres, dos povos nativos, dos últimos, de modo que a sua voz seja ouvida e sua dignidade promovida.

Sonho com uma Amazónia que preserve a riqueza cultural que a carateriza e na qual brilha de maneira tão variada a beleza humana.

Sonho com uma Amazónia que guarde zelosamente a sedutora beleza natural que a adorna, a vida transbordante que enche os seus rios e as suas florestas.

Sonho com comunidades cristãs capazes de se devotar e encarnar de tal modo na Amazónia, que deem à Igreja rostos novos com traços amazónicos.”

Sobre o documento final do Sínodo.

Ponto 3-4. “Nesta Exortação, preferi não citar o Documento, convidando a lê-lo integralmente. Deus queira que toda a Igreja se deixe enriquecer e interpelar por este trabalho, que os pastores, os consagrados, as consagradas e os fiéis-leigos da Amazónia se empenhem na sua aplicação e que, de alguma forma, possa inspirar todas as pessoas de boa vontade.”

O documento papal aponta para uma ecologia integral: cuidar do meio ambiente e cuidar dos pobres são “inseparáveis”.

“8. O nosso é o sonho duma Amazónia que integre e promova todos os seus habitantes, para poderem consolidar o «bem viver». Mas impõe-se um grito profético e um árduo empenho em prol dos mais pobres. Pois, apesar do desastre ecológico que a Amazónia está a enfrentar, deve-se notar que «uma verdadeira abordagem ecológica sempre se torna uma abordagem social, que deve integrar a justiça nos debates sobre o meio ambiente, para ouvir tanto o clamor da terra como o clamor dos pobres».[1] Não serve um conservacionismo «que se preocupa com o bioma, porém ignora os povos amazónicos».[2]”

41. Numa realidade cultural como a Amazónia, onde existe uma relação tão estreita do ser humano com a natureza, a vida diária é sempre cósmica. Libertar os outros das suas escravidões implica certamente cuidar do seu meio ambiente e defendê-lo[46] e – mais importante ainda – ajudar o coração do homem a abrir-se confiadamente àquele Deus que não só criou tudo o que existe, mas também Se nos deu a Si mesmo em Jesus Cristo. O Senhor, que primeiro cuida de nós, ensina-nos a cuidar dos nossos irmãos e irmãs e do ambiente que Ele nos dá de prenda cada dia. Esta é a primeira ecologia que precisamos.

Papa Francisco reconhece a atividade econômica praticada de maneira justa e sustentável.

“17. Ao mesmo tempo que nos deixamos tomar por uma sã indignação, lembremo-nos de que sempre é possível superar as diferentes mentalidades de colonização para construir redes de solidariedade e desenvolvimento: «o desafio é assegurar uma globalização na solidariedade, uma globalização sem marginalização».[15] Podem-se encontrar alternativas de pecuária e agricultura sustentáveis, de energias que não poluem, de fontes dignas de trabalho que não impliquem a destruição do meio ambiente e das culturas. Simultaneamente é preciso garantir, para os indígenas e os mais pobres, uma educação adequada que desenvolva as suas capacidades e empoderamento. É precisamente nestes objetivos que se mede a verdadeira solércia e a genuína capacidade dos políticos. Não servirá para devolver aos mortos a vida que lhes foi negada, nem para compensar os sobreviventes daqueles massacres, mas ao menos para hoje sermos todos realmente humanos.”

Os povos amazônicos, afirma, sofrem uma “sujeição” seja por parte dos poderes locais, seja por parte dos poderes externos. Com João Paulo II, o Papa Francisco reitera que a globalização não deve se tornar um novo colonialismo.

  1. Às operações económicas, nacionais ou internacionais, que danificam a Amazónia e não respeitam o direito dos povos nativos ao território e sua demarcação, à autodeterminação e ao consentimento prévio, há que rotulá-las com o nome devido: injustiça e crime. Quando algumas empresas sedentas de lucro fácil se apropriam dos terrenos, chegando a privatizar a própria água potável, ou quando as autoridades deixam mão livre a madeireiros, a projetos minerários ou petrolíferos e outras atividades que devastam as florestas e contaminam o ambiente, transformam-se indevidamente as relações económicas e tornam-se um instrumento que mata. É usual lançar mão de recursos desprovidos de qualquer ética, como penalizar os protestos e mesmo tirar a vida aos indígenas que se oponham aos projetos, provocar intencionalmente incêndios florestais, ou subornar políticos e os próprios nativos. A acompanhar tudo isto, temos graves violações dos direitos humanos e novas escravidões que atingem especialmente as mulheres, a praga do narcotráfico que procura submeter os indígenas, ou o tráfico de pessoas que se aproveita daqueles que foram expulsos de seu contexto cultural. Não podemos permitir que a globalização se transforme num «novo tipo de colonialismo».[9]

O Romano Pontífice posiciona a Igreja a favor da cultura local e contra colonização cultural.

  1. Na Amazónia, vivem muitos povos e nacionalidades, sendo mais de cento e dez os povos indígenas em isolamento voluntário (PIAV).[31] A sua situação é fragilíssima; e muitos sentem que são os últimos depositários dum tesouro destinado a desaparecer, como se lhes fosse permitido sobreviver apenas sem perturbar, enquanto avança a colonização pós-moderna. Temos que evitar de os considerar como «selvagens não-civilizados»; simplesmente criaram culturas diferentes e outras formas de civilização, que antigamente registaram um nível notável de desenvolvimento.
  2. Quero lembrar agora que «a visão consumista do ser humano, incentivada pelos mecanismos da economia globalizada atual, tende a homogeneizar as culturas e a debilitar a imensa variedade cultural, que é um tesouro da humanidade».[35] Isto afeta muito os jovens, quando se tende a «dissolver as diferenças próprias do seu lugar de origem, transformá-los em sujeitos manipuláveis feitos em série».[36] Para evitar esta dinâmica de empobrecimento humano, é preciso amar as raízes e cuidar delas, porque são «um ponto de enraizamento que nos permite crescer e responder aos novos desafios».[37] Convido os jovens da Amazónia, especialmente os indígenas, a «assumir as raízes, pois das raízes provém a força que [os] fará crescer, florescer e frutificar».[38] Para quantos deles são batizados, incluem-se nestas raízes a história do povo de Israel e da Igreja até ao dia de hoje. Conhecê-las é uma fonte de alegria e sobretudo de esperança que inspira ações válidas e corajosas.

Não a um indigenismo fechado, é preciso um encontro intercultural.

  1. É a partir das nossas raízes que nos sentamos à mesa comum, lugar de diálogo e de esperanças compartilhadas. Deste modo a diferença, que pode ser uma bandeira ou uma fronteira, transforma-se numa ponte. A identidade e o diálogo não são inimigos. A própria identidade cultural aprofunda-se e enriquece-se no diálogo com os que são diferentes, e o modo autêntico de a conservar não é um isolamento que empobrece. Por isso, não é minha intenção propor um indigenismo completamente fechado, a-histórico, estático, que se negue a toda e qualquer forma de mestiçagem. Uma cultura pode tornar-se estéril, quando «se fecha em si própria e procura perpetuar formas antiquadas de vida, recusando qualquer mudança e confronto com a verdade do homem».[41] Isto poderia parecer pouco realista, já que não é fácil proteger-se da invasão cultural. Por isso, cuidar dos valores culturais dos grupos indígenas deveria ser interesse de todos, porque a sua riqueza é também a nossa.  

Igreja a favor do papel do governos locais e sociedade civil no desenvolvimento sustentável, ao mesmo tempo que contra a internacionalização da Amazônia.

  1. Com efeito, além dos interesses económicos de empresários e políticos locais, existem também «os enormes interesses económicos internacionais».[63] Por isso, a solução não está numa «internacionalização» da Amazónia,[64] mas a responsabilidade dos governos nacionais torna-se mais grave. Pela mesma razão, «é louvável a tarefa de organismos internacionais e organizações da sociedade civil que sensibilizam as populações e colaboram de forma crítica, inclusive utilizando legítimos sistemas de pressão, para que cada governo cumpra o dever próprio e não-delegável de preservar o meio ambiente e os recursos naturais do seu país, sem se vender a espúrios interesses locais ou internacionais».[65]

A inculturação do Evangelho.

  1. São João Paulo II ensinou que a Igreja, ao apresentar a sua proposta evangélica, «não pretende negar a autonomia da cultura. Antes pelo contrário, nutre por ela o maior respeito», porque a cultura «não é só sujeito de redenção e de elevação; mas pode ter também um papel de mediação e de colaboração».[88] E, dirigindo-se aos indígenas do Continente Americano, lembrou que «uma fé que não se torna cultura é uma fé não de modo pleno acolhida, não inteiramente pensada, nem com fidelidade vivida».[89] Os desafios das culturas convidam a Igreja a uma «atitude de prudente sentido crítico, mas também de atenção e confiança».[90]

Evangelização que integra o social ao espiritual

  1. Perante tantas necessidades e angústias que clamam do coração da Amazónia, é possível responder a partir de organizações sociais, recursos técnicos, espaços de debate, programas políticos… e tudo isso pode fazer parte da solução. Mas, como cristãos, não renunciamos à proposta de fé que recebemos do Evangelho. Embora queiramos empenhar-nos lado a lado com todos, não nos envergonhamos de Jesus Cristo. Para quantos O encontraram, vivem na sua amizade e se identificam com a sua mensagem, é inevitável falar d’Ele e levar aos outros a sua proposta de vida nova: «Ai de mim, se eu não evangelizar!» (1 Cor 9, 16).
  2. Eles [os povos amazônicos] têm direito ao anúncio do Evangelho, sobretudo àquele primeiro anúncio que se chama querigma e «é o anúncio principal, aquele que sempre se tem de voltar a ouvir de diferentes maneiras e aquele que sempre se tem de voltar a anunciar duma forma ou doutra».[81] É o anúncio de um Deus que ama infinitamente cada ser humano, que manifestou plenamente este amor em Cristo crucificado por nós e ressuscitado na nossa vida. Proponho voltar a ler um breve resumo deste conteúdo no capítulo IV da Exortação Christus vivit. Este anúncio deve ressoar constantemente na Amazónia, expresso em muitas modalidades distintas. Sem este anúncio apaixonado, cada estrutura eclesial transformar-se-á em mais uma ONG e, assim, não responderemos ao pedido de Jesus Cristo: «Ide pelo mundo inteiro, proclamai o Evangelho a toda a criatura» (Mc 16, 15).
  3. Ao mesmo tempo, a inculturação do Evangelho na Amazónia deve integrar melhor a dimensão social com a espiritual, para que os mais pobres não tenham necessidade de ir buscar fora da Igreja uma espiritualidade que dê resposta aos anseios da sua dimensão transcendente.

A santidade com rosto amazônico.

  1. Assim poderão nascer testemunhos de santidade com rosto amazônico, que não sejam cópias de modelos doutros lugares, santidade feita de encontro e dedicação, de contemplação e serviço, de solidão acolhedora e vida comum, de jubilosa sobriedade e luta pela justiça. Chega-se a esta santidade «cada um por seu caminho»[109], e isto aplica-se também aos povos, onde a graça se encarna e brilha com traços distintivos. Imaginemos uma santidade com traços amazónicos, chamada a interpelar a Igreja universal.

Esclarecimento a relação da Igreja Católica e as tradições espirituais indígenas.

  1. É possível receber, de alguma forma, um símbolo indígena sem o qualificar necessariamente como idolátrico. Um mito denso de sentido espiritual pode ser valorizado, sem continuar a considerá-lo um extravio pagão. Algumas festas religiosas contêm um significado sagrado e são espaços de reunião e fraternidade, embora se exija um lento processo de purificação e maturação. Um verdadeiro missionário procura descobrir as aspirações legítimas que passam através das manifestações religiosas, às vezes imperfeitas, parciais ou equivocadas, e tenta dar-lhes resposta a partir duma espiritualidade inculturada.
  2. Será, sem dúvida, uma espiritualidade centrada no único Deus e Senhor, mas ao mesmo tempo capaz de entrar em contacto com as necessidades diárias das pessoas que procuram uma vida digna, querem gozar as coisas belas da existência, encontrar a paz e a harmonia, resolver as crises familiares, curar as suas doenças, ver os seus filhos crescerem felizes. O pior perigo seria afastá-los do encontro com Cristo, apresentando-O como um inimigo da alegria ou como alguém que é indiferente às aspirações e angústias humanas.[112] Hoje é indispensável mostrar que a santidade não priva as pessoas de «forças, vida e alegria».[113]

Permanência do celibato sacerdotal. Promocão de uma “cultura eclesial própria, marcadamente laical” e “incisivo protagonismo dos leigos”  na vida da Igreja na Amazônia.

  1. O modo de configurar a vida e o exercício do ministério dos sacerdotes não é monolítico, adquirindo matizes diferentes nos vários lugares da terra. Por isso, é importante determinar o que é mais específico do sacerdote, aquilo que não se pode delegar. A resposta está no sacramento da Ordem sacra, que o configura a Cristo sacerdote. E a primeira conclusão é que este caráter exclusivo recebido na Ordem deixa só ele habilitado para presidir à Eucaristia.[125] Esta é a sua função específica, principal e não delegável. Alguns pensam que aquilo que distingue o sacerdote seja o poder, o facto de ser a máxima autoridade da comunidade; mas São João Paulo II explicou que, embora o sacerdócio seja considerado «hierárquico», esta função não equivale a estar acima dos outros, mas «ordena-se integralmente à santidade dos membros do corpo místico de Cristo».[126] Quando se afirma que o sacerdote é sinal de «Cristo cabeça», o significado principal é que Cristo constitui a fonte da graça: Ele é cabeça da Igreja «porque tem o poder de comunicar a graça a todos os membros da Igreja».[127]
  1. Nas circunstâncias específicas da Amazónia, especialmente nas suas florestas e lugares mais remotos, é preciso encontrar um modo para assegurar este ministério sacerdotal. Os leigos poderão anunciar a Palavra, ensinar, organizar as suas comunidades, celebrar alguns Sacramentos, buscar várias expressões para a piedade popular e desenvolver os múltiplos dons que o Espírito derrama neles. Mas precisam da celebração da Eucaristia, porque ela «faz a Igreja»,[130] e chegamos a dizer que «nenhuma comunidade cristã se edifica sem ter a sua raiz e o seu centro na celebração da Santíssima Eucaristia».[131] Se acreditamos verdadeiramente que as coisas estão assim, é urgente fazer com que os povos amazónicos não estejam privados do Alimento de vida nova e do sacramento do perdão.

Os religiosos e  diáconos permanentes já exercem uma atividade missionária importante e são estimulados a intensificar sua colaboração. 

  1. Ora a Eucaristia, como fonte e cume, exige que se desenvolva esta riqueza multiforme. São necessários sacerdotes, mas isto não exclui que ordinariamente os diáconos permanentes – deveriam ser muitos mais na Amazónia –, as religiosas e os próprios leigos assumam responsabilidades importantes em ordem ao crescimento das comunidades e maturem no exercício de tais funções, graças a um adequado acompanhamento.
  1. Portanto não se trata apenas de facilitar uma presença maior de ministros ordenados que possam celebrar a Eucaristia. Isto seria um objetivo muito limitado, se não procurássemos também suscitar uma nova vida nas comunidades. Precisamos de promover o encontro com a Palavra e o amadurecimento na santidade por meio de vários serviços laicais, que supõem um processo de maturação – bíblica, doutrinal, espiritual e prática – e distintos percursos de formação permanente.
  1. Uma Igreja de rostos amazónicos requer a presença estável de responsáveis leigos, maduros e dotados de autoridade,[136] que conheçam as línguas, as culturas, a experiência espiritual e o modo de viver em comunidade de cada lugar, ao mesmo tempo que deixem espaço à multiplicidade dos dons que o Espírito Santo semeia em todos. Com efeito, onde houver uma necessidade peculiar, Ele já infundiu carismas que permitam dar-lhe resposta. Isto requer na Igreja capacidade para abrir estradas à audácia do Espírito, confiar e concretamente permitir o desenvolvimento duma cultura eclesial própria, marcadamente laical. Os desafios da Amazónia exigem da Igreja um esforço especial para conseguir uma presença capilar que só é possível com um incisivo protagonismo dos leigos.

Importância das mulheres na Igreja, abertura de novos espaços às mulheres, mas sem clericalizações.

“99. Na Amazónia, há comunidades que se mantiveram e transmitiram a fé durante longo tempo, mesmo decénios, sem que algum sacerdote passasse por lá. Isto foi possível graças à presença de mulheres fortes e generosas, que batizaram, catequizaram, ensinaram a rezar, foram missionárias, certamente chamadas e impelidas pelo Espírito Santo. Durante séculos, as mulheres mantiveram a Igreja de pé nesses lugares com admirável dedicação e fé ardente. No Sínodo, elas mesmas nos comoveram a todos com o seu testemunho.

  1. Isto convida-nos a alargar o horizonte para evitar reduzir a nossa compreensão da Igreja a meras estruturas funcionais. Este reducionismo levar-nos-ia a pensar que só se daria às mulheres um status e uma participação maior na Igreja se lhes fosse concedido acesso à Ordem sacra. Mas, na realidade, este horizonte limitaria as perspetivas, levar-nos-ia a clericalizar as mulheres, diminuiria o grande valor do que elas já deram e subtilmente causaria um empobrecimento da sua contribuição indispensável.”
  2. Numa Igreja sinodal, as mulheres, que de facto realizam um papel central nas comunidades amazónicas, deveriam poder ter acesso a funções e inclusive serviços eclesiais que não requeiram a Ordem sacra e permitam expressar melhor o seu lugar próprio. Convém recordar que tais serviços implicam uma estabilidade, um reconhecimento público e um envio por parte do bispo. Daqui resulta também que as mulheres tenham uma incidência real e efetiva na organização, nas decisões mais importantes e na guia das comunidades, mas sem deixar de o fazer no estilo próprio do seu perfil feminino.”

O documento “Querida Amazônia” do Papa Francisco pode ser lido na íntegra em: http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/apost_exhortations/documents/papa-francesco_esortazione-ap_20200202_querida-amazonia.html


Fonte: https://www.presbiteros.org.br/

Correntes de oração com ameaças embutidas: muita calma nessa hora!

CNJ on Twitter: "Quebre a corrente. Não compartilhe conteúdos que não  acrescentam nada. http://t.co/Vbn20JYn2k"
CNJ on Twitter
por Pe. Henry Vargas Holguín

As ameaças e fórmulas mágicas para conseguir resultados são contrárias à verdadeira fé.

“Digo-vos ainda isto: se dois de vós se unirem sobre a terra para pedir, seja o que for, consegui-lo-ão de meu Pai que está nos céus” (Mt 18, 19).

Jesus, nesta passagem do Evangelho, nos declara a importância de nos unirmos em oração para pedir a graça do Pai – mas não estabelece condições estritas e muito menos ameaças quanto ao modo de fazermos isto. Quem quiser unir-se a uma intenção de oração pode fazer a prece que preferir, na hora e no lugar que desejar, sozinho ou acompanhado.

Mas é importante distinguir o seguinte: uma coisa é unir-se em oração por uma intenção concreta e real, mesmo quando as pessoas participantes da oração não se conhecem; outra coisa bem diferente é aderir às chamadas “correntes de oração”, que hoje, graças à internet, não apenas se difundem profusamente como ainda “ameaçam” com certos castigos àqueles não as seguirem à risca.

A Igreja não admite que a oração seja instrumentalizada e reduzida a essa espécie de “chantagem psicológica”. É por isso que essas “correntes de oração” merecem clara censura.

Em primeiro lugar, porque elas “prometem desgraça” a quem não as fizer, ou a quem as interromper temporária ou definitivamente, ou a quem não as repassar. Além disto, procuram sustentar tais ameaças citando falsos exemplos ou testemunhos de pessoas que supostamente as romperam e sofreram punições. Quem promove essas correntes em nome de Deus é um falso profeta: ninguém pode ameaçar ninguém em nome de Deus.

Em segundo lugar, essas correntes enganam o próximo, já que obrigam as pessoas a fazerem mau uso da oração, desvirtuando-a ou banalizando-a. Este é, no fundo, o verdadeiro objetivo desse tipo de “cadeia de oração”.

Vincular desgraça ou prêmio a uma determinada corrente de oração é contrário aos ensinamentos da Igreja. Nem prêmio nem condenação decorrem de se participar ou deixar de participar de uma “corrente”. Trata-se de mera superstição: atribui-se à simples materialidade dessas supostas orações uma eficácia que elas não têm.

O catecismo nos lembra que atribuir eficácia à materialidade de orações ou de sinais sacramentais, prescindindo das disposições interiores exigidas, é cair em superstição (cf. núm. 2111). E toda superstição desvia de Deus a nossa confiança e a transfere para práticas ridículas, o que acaba se tornando uma ofensa contra Deus: são formas, no fim das contas, de se desconfiar d’Ele.

A superstição contraria o primeiro mandamento da lei de Deus e é um sinal claro de ausência de fé verdadeira. Por isso, não só comete falta quem envia e difunde essas correntes de oração, mas também quem acredita nelas.

Esse tipo de superstição envolve uma série considerável de erros:

  • As correntes se valem de uma suposta necessidade alheia para forçar os participantes a buscarem benefício pessoal.
  • Apresentam receitas ou fórmulas mágicas para se conseguir resultados em detrimento da fé.
  • Fazem ameaças a quem não realiza certas práticas, o que envolve uma atitude de medo de Deus e confiança em homens que pretendem falar em nome d’Ele.
  • Difundem preces e imagens com erros teológicos, o que é grave porque leva as pessoas de fé pouco sólida a cultivarem uma imagem cada vez mais equivocada de Deus.
  • Fomentam a frustração com Deus quando Ele não “cumpre” o que se esperava que cumprisse.
  • “Motivam” os outros a propagar uma suposta oração a fim de conseguir resultados fáceis, rápidos e interesseiros, sem levarem em conta a verdadeira vontade de Deus.

Outro problema, que não é de caráter religioso, mas nem por isso é irrelevante, é que essas correntes, quando encaminhadas por e-mail, ainda servem com frequência para captar informações pessoais ou espalhar vírus informáticos.

A verdadeira motivação da oração deve ser o amor. Ora-se de verdade quando se ora por autêntico amor a Deus e aos irmãos e irmãs; quando se ora sem esquecer que a oração deve acomodar-se à vontade de Deus e não “pressionar” Deus para se Ele se acomode àquilo que desejamos (ou exigimos). A oração é para nos colocarmos nas mãos de Deus, para confiarmos ao Seu Coração amoroso a nossa vida, “como bebês nos braços da mãe” (cf. Sal 131, 2).

Não podemos manipular Deus. Ele não se pauta pela vontade humana nem é um dispensador de milagres a nosso bel-prazer.

Confiar em Deus é reconhecê-lo como Pai e saber que o triunfo está garantido, mas não ao estilo dos homens ou segundo as lógicas humanas. Confiar em Deus é ter a certeza de que a cruz não é o fim do caminho. Confiar em Deus é saber que, mesmo quando as coisas não saem do jeito que gostaríamos, Ele nunca nos desampara, pois sabe o porquê de cada experiência que nos permite viver. Confiar em Deus é saber que somos amados por Ele. A autêntica oração, portanto, é um ato de confiança em Deus, pedindo-lhe como filhos, mas deixando que Ele decida como Pai.

As “correntes de oração” que fogem a essa relação filial com Deus merecem somente uma resposta: não! E ninguém deve sentir-se mal por ignorá-las tal como elas merecem.

Aleteia

 

Questões sobre o Batismo (Parte 6/12): Poderá o Batismo ser conferido em nome de Cristo?

Apologética
Veritatis Splendor
  • Autor: São Tomás de Aquino
  • Fonte: Suma Teológica, Parte III, Questão 66
  • Tradução: Dercio Antonio Paganini

Objeção 1: Parece que o Batismo pode ser conferido no nome de Cristo. Justificando, existe apenas “uma fé”, então, apenas “um Batismo” (Ef 4,5), mas também está escrito (At 8,12) que “em nome de Jesus Cristo eles foram batizados, tanto homens como mulheres”. Portanto, agora também o Batismo pode ser conferido em nome de Cristo.

Objeção 2: Mas, diz Ambrósio (De Spiritu Sanctu I): “Se você menciona Cristo, você designa tanto o Pai, pelo qual Ele foi enviado, o próprio Filho que foi enviado, como o Espírito Santo, com o qual Ele foi enviado”, então, o Batismo pode ser conferido em nome da Santíssima Trindade, como também pode ser conferido em nome de Cristo.

Objeção 3: O Papa Nicolau I, respondendo às questões feitas pelos Búlgaros, disse: “Aqueles que foram batizados em nome da Trindade, ou apenas no nome de Cristo, como nós vemos nos Atos dos Apóstolos (como é tudo igual, disse Ambrósio), não precisam ser rebatizados, Mas eles deverão ser batizados novamente se eles tão tiveram um batismo válido, de acordo com a fórmula: ‘Eu te batizo em nome de Cristo…'”.

Ao contrário, o Papa Pelagius II escreveu ao Bispo Gaudêncio: “Se qualquer pessoa que vive em seu episcopado, disser que foi batizado apenas em nome do Senhor, não tenha dúvida: batiza-o novamente em nome da Santíssima Trindade quando ele admitir a fé Católica”. Dídimo também disse (De Espiritu Sancto): “Se de fato existir deste mesmo modo, alguém com a pente tão estranha à fé que batize omitindo um dos nomes antes mencionados, (das três Pessoas), esses batizados são inválidos”.

Eu respondo que, como ficou estabelecido acima (perg. 64, art. 3), os Sacramentos obtém sua eficácia pela instituição de Cristo. Consequentemente, se qualquer coisa instituída por Cristo for omitida em relação ao Sacramento, esse Sacramento será inválido, salvo por especial dispensa d’Ele, que não ligou Seu poder aos Sacramentos. Então, como Cristo ordenou o Sacramento do Batismo para ser dado com invocação da Trindade, e consequentemente, é mais que necessária a completa invocação da Trindade, senão, a integridade do Batismo será destruída, assim, não é suficiente, para o Batismo, que no nome de uma única Pessoa, outra esteja implícita, como no nome do Filho está implícito o nome do Pai, ou no caso daquele que menciona o nome de uma só Pessoa e esteja se referindo às Três, pois, como o Sacramento precisa de uma matéria sensível, também precisa de uma fórmula sensível. Por esta razão, para a validade do Sacramento, não é o bastante pensar ou acreditar na Trindade, a menos que a Trindade seja expressada com palavras sensíveis. Por esta razão, no Batismo em Cristo, onde está a fonte da santificação de nosso Batismo, a Trindade está presente em símbolos sensíveis, ou seja, o Pai na Voz, o Filho na natureza humana, e o Espírito Santo na pomba.

Réplica à Objeção 1: Era por uma especial revelação de Cristo que na Igreja primitiva, os apóstolos batizavam em nome de Cristo, uma vez que o nome de Cristo era odioso tanto a judeus como gentios, e passou a ser um objeto de veneração, de modo que o Espirito Santo foi concedido no Batismo na invocação daquele nome.

Réplica à Objeção 2: Ambrósio aqui dá a razão porque a exceção poderia, sem inconsistência, ser atribuída à Igreja Primitiva, a saber, devido à Trindade total ser impelida no nome de Cristo e, todavia, conforme prescrito por Cristo no Evangelho, foi observada Sua integridade, apesar de estar implicita.

Réplica à Objeção 3: O Papa Nicolau confirma suas palavras citando as duas premissas formuladas nas objeções anteriores; portanto, a resposta a esta é clara e proveniente das duas soluções dadas antes.

Veritatis Splendor

9 dados que deve conhecer sobre os Padres da Igreja

São Jerônimo de Estridão, Santo Agostinho, São Gregório Magno,
Santo Ambrósio de Milão / Crédito: Michael Pacher:
Altarpiece of the Church Fathers - Domínio público

REDAÇÃO CENTRAL, 28 ago. 20 / 07:00 am (ACI).- Os Padres da Igreja são santos dos primeiros séculos que, com seus escritos doutrinários, configuraram a Igreja Católica como a conhecemos hoje.

Alguns dos principais Padres da Igreja Grega são Santo Atanásio de Alexandria, São Basílio Magno, São Gregório Nazianzeno e São João Crisóstomo; enquanto os quatro Padres mais importantes da Igreja latina são Santo Agostinho de Hipona, São Gregório Magno, Santo Ambrósio de Milão e São Jerônimo de Estridão.

A seguir, alguns dados importantes sobre eles.

1. Eram em sua maioria pastores, não acadêmicos

Os Padres viviam suas vidas cristãs em resposta à fé única, santa, católica e apostólica que experimentavam na Igreja e na cultura de seu tempo. Seus escritos não provinham de um catedrático titular, mas buscavam servir ao povo de Deus.

2. Santo Tomás de Aquino os citou centenas de vezes

Santo Tomás de Aquino, o Doutor Angélico, não é apenas um teólogo e filósofo, mas um brilhante comentarista da Bíblia e da Tradição. Para escrever a Suma Teológica, citou textos de Santo Agostinho 3.156 vezes. Citou São Gregório Magno 761 vezes, São Dionísio 607 vezes, São Jerônimo 377 vezes, São Damasceno 367 vezes, São João Crisóstomo 309 vezes, entre outras citações aos Padres da Igreja.

3. Amavam a Igreja

Exemplo disso é uma das passagens do corpus patrístico "sobre a unidade da Igreja", escrito por São Cipriano de Cartago em De Ecclesiae Catholicae Unitate: "Ninguém pode ter a Deus por Pai, se não tem a Igreja como Mãe".

4. Ensinavam sobre a natureza do homem

São Cipriano descreve a cultura pecaminosa na qual vivia antes de sua conversão e seu batismo: “Eu ainda estava deitado na escuridão e na noite sombria, vacilando de um lado para o outro, sacudido sobre a espuma desta idade jactanciosa, e incerta de meus passos errantes, sem saber nada da minha vida real, e distante da verdade e da luz... mas depois disso, com a ajuda da água do novo nascimento, a mancha dos anos anteriores foi lavada, e uma luz do alto, serena e pura, tinha sido infundida no meu coração reconciliado...”.

Da mesma forma o faz Santo Agostinho de Hipona em seu livro "Confissões", ensinando a matar o homem velho cheio de pecado e abraçar o novo homem em Cristo.

5. Buscavam a amizade com Deus e com os demais

Os Padres da Igreja buscavam imitar a vida de Cristo, que completamente homem e completamente Deus, foi capaz de fazer grandes amizades.

Assim, São Gregório Nazianzeno revela sobre seu querido amigo São Basílio: “Homens diferentes têm nomes diferentes, que devem a seus pais ou a si mesmos, isto é, às suas próprias buscas e realizações. Mas nossa grande busca, o grande nome que queríamos, era ser cristãos, sermos chamados cristãos”.

6. Eram corajosos e podiam dar a vida pelo Evangelho

Um exemplo é a vida de São Cipriano de Cartago, o primeiro bispo que na África atingiu a coroa do martírio. Durante as grandes perseguições dos cristãos sob o imperador Décio, escreveu cartas pastorais no exílio instruindo o povo de Deus em Cartago. Sob o imperador Valeriano, Cipriano foi condenado à morte e martirizado em 258 dC. Ao receber sua sentença, disse: "Deo gratias!" (Graças a Deus!).

São Máximo o Confessor foi outro corajoso Padre da Igreja que lutou contra o monotelismo, uma heresia que admitia em Cristo duas naturezas, a humana e a divina, e uma única vontade. O imperador Constante II mandou cortar a língua e a mão direita do santo para impedir seu ensinamento ortodoxo.

7. Defendiam a sã doutrina

No século IV, Santo Atanásio teve que enfrentar Ário, um sacerdote de Alexandria que difundiu a doutrina errada de que Cristo não era o verdadeiro Deus. Seu desejo incansável por uma doutrina clara conduziu o Concílio de Niceia à elaboração do Credo Niceno. Hoje, o Credo, como símbolo da fé, é usado de maneira simples e direta pelos cristãos de todo o mundo para professar a fé da Igreja Católica.

8. Amavam profundamente a Virgem Maria

Os Padres da igreja amam a Mãe de Deus. Havia um herege chamado Nestório que ensinava que Maria era apenas Christokos (portadora de Cristo) e não a Theotokos (portadora de Deus). Em outras palavras, Nossa Senhora não era a Mãe de Deus, já que só deu à luz à natureza humana de Jesus. São Cirilo de Alexandria lutou incansavelmente contra esse tremendo erro teológico. Em uma carta que corrige Nestório, Cirilo escreve: “Por nossa causa e para a nossa salvação, assumiu sua natureza humana na unidade de sua Pessoa e nasceu de uma mulher; por isso se diz que nasceu segundo a carne” (Cirilo de Alexandria, Carta II a Nestório).

9. Interpretaram a Bíblia com clareza

Os Padres ensinaram como interpretar a Sagrada Escritura. A maior parte da literatura que temos dos Padres Apostólicos e Pós-Apostólicos são suas homilias, que oferecem algumas das melhores exegeses bíblicas imagináveis. Um exemplo disso são os Tratados de Santo Agostinho sobre o Evangelho de João.

Para a compreensão da Bíblia, devem ser utilizados os sentidos literais, alegóricos, morais e analógicos (como assinala o Catecismo da Igreja Católica no numeral 118) e, por isso, os Padres da Igreja estão entre os melhores exegetas da história.

Publicado originalmente em National Catholic Register.

ACI Digital

 

Convenção Republicana: Abby Johnson descreve a "barbárie" do aborto

AbbyJohnson. Crédito: Facebook AbbyJohson

WASHINGTON DC, 28 ago. 20 / 04:00 pm (ACI).- A ativista pró-vida Abby Johnson, ex-funcionária da Planned Parenthood, descreveu a “barbárie” do aborto durante a sua participação na Convenção Republicana Nacional nos Estados Unidos.

Em sua participação na noite passada, Johnson rejeitou o legado racista e eugênico da fundadora da Planned Parenthood, Margaret Sanger, e explicou que 80% das clínicas de aborto desta organização estão localizadas em bairros habitados por minorias.

Johnson descreveu como é feito um aborto no terceiro trimestre, algo que presenciou quando trabalhava para a Planned Parenthood. Explicou que viu "um nascituro lutando, movendo-se desesperadamente para se livrar da sucção".

"A última coisa que vi foi sua espinha se torcendo no útero da mãe antes de sucumbir à força da sucção", acrescentou.

Ver aquele aborto, continuou, a fez renunciar ao seu emprego e deixar a indústria do aborto. “Para muitos que se consideram pró-vida, o aborto é algo abstrato. É uma barbárie inconcebível”, disse.

“Não sabem sobre os quartos para os 'produtos da concepção' nas clínicas de aborto, onde juntam os pedaços dos cadáveres de bebês para garantir que não ficou nada no ventre das mães, ou que brincamos e os chamamos de ‘quarto de pedaços de crianças’”.

“Para mim, o aborto é real. Eu sei como é. Eu sei como cheira o aborto. Sabiam que o aborto tem um cheiro?”, perguntou Johnson, que antes de sua conversão à causa pró-vida se submeteu a dois abortos.

Abby Johnson disse que "a vida é um tema essencial em relação a quem somos como norte-americanos" e que o presidente Donald Trump "fez mais pelos nascituros do que qualquer outro presidente", enquanto os candidatos democratas Joe Biden e Kamala Harris são "dois radicais, ativistas antivida."

A plataforma do Partido Democrata pediu pela primeira vez que o aborto fosse incluído na lei federal e reiterou seu apelo de 2016 para que a Emenda Hyde seja rejeitada, uma medida que proíbe o uso de fundos federais para o aborto.

A plataforma do Partido Republicano não mudou desde 2016, quando solicitou que o aborto fosse ilegal, mas publicou uma lista de 50 pontos com as prioridades para um segundo mandato de Trump. A política de aborto não é mencionada nesses pontos, embora Johnson disse que, em um segundo mandato, a administração Trump continuaria trabalhando para restringir as proteções legais para o aborto.

Outro tema destacado pelos palestrantes de 26 de agosto foi a liberdade religiosa. Cissie Graham Lynch, neta do líder evangélico Billy Graham, falou sobre a importância desse direito "em nossas escolas, em nossos empregos e sim, na esfera pública também".

“Nossos fundadores não tiveram a visão de uma fé silenciosa ou oculta: eles lutaram para garantir que as vozes da fé fossem sempre bem-vindas, não silenciadas nem atacadas”, disse Lynch; e lamentou que durante a administração Obama / Biden "essas liberdades estiveram sob ataque".

Entre esses ataques, a neta do líder evangélico referiu-se ao mandato anticoncepcional do governo Obama, à pressão sobre questões relacionadas à ideologia de gênero nas escolas, e lamentou que “a visão de Biden-Harris não deixa lugar para as pessoas de fé".

Um momento emocionante na sessão de ontem foi a participação de Jon Ponder, que estava preso por assaltar um banco. Na prisão, ele se juntou à organização Hope for Prisoners (Esperança para os prisioneiros) e fez amizade com o agente do FBI que o prendeu. O Hope for Prisoners auxilia os internos com capacitação, assistência financeira e desenvolvimento profissional para sua integração na sociedade.

"Minha esperança para Estados Unidos é que todas as pessoas, independentemente de raça, cor, classe ou origem, aproveitem o fato de que vivemos em uma nação de segundas oportunidades", disse.

Publicado orginalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

ACI Digital

 

Santos Félix e Adauto

Santos Félix e Adauto, mártires « Paulus Editora
Editora Paulus

Poucos são os registros encontrados sobre Félix e Adauto, que são celebrados juntos, no dia de hoje. As tradições mais antigas dos primeiros tempos do cristianismo nos narram que eles foram perseguidos, martirizados e mortos pelo imperador Diocleciano, no ano 303.

A mais conhecida diz que, Felix era um padre e tinha sido condenado à morte por aquele imperador. Mas quando caminhava para a execução, foi interpelado por um desconhecido. Afrontando os soldados do exército imperial, o estranho se declarou espontaneamente cristão e pediu para ser sacrificado junto com ele. Os soldados não questionaram. Logo após decapitarem Felix, com a mesma espada decapitaram o homem que tinha tido a ousadia de desafiar o decreto do imperador Diocleciano.

Nenhum dos presentes sabia dizer a identidade daquele homem. Por isto, ele foi chamado somente de Adauto, que significa "aquele que recebeu junto com Félix a coroa do martírio". Ainda segundo estas narrativas eles foram sepultados numa cripta do cemitério de Comodila, próxima da basílica de São Paulo fora dos muros. O Papa Sirício transformou o lugar onde eles foram enterrados numa basílica.

O cemitério de Comodila e o túmulo de Felix e Adauto foram reencontrados no ano de 1720, mas vieram a ruir logo em seguida, sendo novamente esquecidos e suas ruínas abandonadas. Só em 1903 a pequena basílica foi definitivamente restaurada descobrindo-se um dos mais antigos afrescos cristãos, no qual aparece São Pedro recebendo as chaves na presença dos Santos Paulo, Estevão, Félix e Adauto.  

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR

Reflexão
A memória dos mártires cristãos continua a alimentar a vida e a espiritualidade da Igreja. Honrar os gestos de entrega dos homens e mulheres que deram sua vida em favor do Cristo nos faz verdadeiros cristãos, conscientes de que a nossa história foi construída com o sangue de muitas pessoas.
Oração
Concedei-nos, Ó Deus Onipotente, a graça de sermos sempre firmes na fé, e pela intercessão de S. Félix e de Santo Adauto, dai-nos, Senhor, a graça que vos pedimos. Por Cristo Nosso Senhor, amém.

 https://www.a12.com/

ABRAÇAR A CRUZ

No alto da Cruz, Jesus nos mostra Maria como nossa Mãe
Canção Nova

Logo no início de Sua vida pública, o Cristo afirmou aos Seus discípulos: “Se alguém quiser Me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e Me siga!”. (Mt 16,24).
Com esses ensinamentos, o nosso Redentor nos ensina que, para permanecermos na escola do Evangelho, nós precisamos abraçar a Cruz, que aos olhos do mundo parece uma derrota, um fracasso, uma perda de vida, sabendo que não a carregamos sozinhos, mas unidos a Jesus, partilhando o Seu caminho de entrega, de doação e de sacrifício.
Para nós, católicos, membros do Corpo Místico de Cristo, a Cruz que preside o Altar é a pedra fundamental da caminhada do Povo de Deus, é o sinal da nossa redenção, baluarte da esperança, símbolo da morte e da vida, da dor e da alegria; é o trono de Jesus, a partir do qual Ele reina atraindo a Si todas as coisas.
Percorrendo a história da Igreja, nós percebemos que a linguagem da Cruz nem sempre foi entendida pelos homens. Desde os primeiros séculos da era cristã, e ainda hoje, para muitas pessoas, a linguagem da Cruz é um escândalo, uma loucura, pois se limita à visão do sacrifício, da dor e da morte. Por outro lado, para todos nós, fiéis cristãos, a Cruz é parte integrante da mensagem salvífica de Cristo, é a máxima expressão do amor ilimitado de Deus e da entrega de nosso Redentor em prol de nossa salvação. Portanto, quando abraçamos a Cruz e aceitamos o seu verdadeiro sentido, nós percebemos que ela manifesta plenamente quem é Deus, ou seja, o Amor que precisa ser amado.
Quando encontramos a Cruz no caminho de nossas vidas, sentimos nossas debilidades e fraquezas. Mas é precisamente na Cruz que a nossa debilidade revela o poder de Cristo, ou seja, a generosidade do amor e a possibilidade de participarmos, de alguma forma, da obra redentora de Jesus e, por isso, nós seguimos e “proclamamos Cristo crucificado, poder de Deus e sabedoria de Deus”. (1 Cor 1, 23-24). Pelo dom da sabedoria, tocamos a Cruz e assim fecundamos os caminhos do nosso coração com a fé que nos redime. Deste modo, “ninguém pode tocar a Cruz de Jesus sem deixar algo de si mesmo nela e sem trazer algo da Cruz para sua própria vida”. (Discurso do Papa Francisco, na Via Sacra com os jovens, na Praia de Copacabana, em 26 de julho de 2013).
As marcas da Cruz de Cristo em nossa existência nos ajudam a vislumbrar o seu autêntico significado: Cristo morreu por nós e, por isso, nós somos convocados a empregar nossos dons e talentos, alegrias e tristezas, sucessos e dificuldades no serviço missionário da Igreja, para que possamos ser discípulos e missionários de Jesus que comunicam o amor gratuito e misericordioso de Deus.
Quando percorremos o caminho da santidade, quer queiramos ou não, podemos sofrer a tentação de julgar que o Cristianismo é um caminho fácil e cômodo onde só existem alegrias. No entanto, pertence à revelação de Jesus Cristo o anúncio de que as dificuldades, as perseguições, as noites escuras e as cruzes fazem parte da senda da fé, pois “misteriosamente, o próprio Cristo, para desenraizar do coração do homem o pecado de presunção e manifestar ao Pai uma obediência total e filial, aceitou morrer na Cruz”. (Papa Paulo VI, Gaudete in Domino).
Do alto do madeiro da Cruz, Cristo nos desafia a abraçar e a santificar as dificuldades cotidianas com a plena consciência de que, por meio da Cruz, reconhecemos e incentivamos a graça que mora em nós, a fim de superarmos o medo.
Abraçar a Cruz significa, desde os primeiros séculos e até o fim do mundo, encontrar a coragem necessária de enfrentarmos as pandemias, as chacotas e as contrariedades, abandonando a ânsia de ser bem visto ou compreendido. Significa também abrir caminhos e possibilidades onde todos só enxergam o fim da jornada, pois a cruz não é o fim, mas sim, o triunfo da vida.
Unidos ao Cristo, obtemos a revelação de que a Cruz não é uma loucura, um erro ou um insulto ao bom senso. A Cruz é, sim, uma das principais letras do alfabeto de Deus. Por conseguinte, a Cruz é parte integrante das nossas vidas, é um mistério que nos toca. Querer excluí-la da nossa existência é como desejar ignorar a nossa realidade de seres humanos. Sim, nós somos criados para a vida; no entanto, não podemos eliminar da nossa história pessoal o sofrimento, as dores, as limitações, as fraquezas e as dificuldades.
Pelos relatos do Evangelho, nós temos conhecimento de que, após o primeiro anúncio da Paixão, Simão Pedro tentou afastar a Cruz da missão de Jesus e, por isso, ele foi censurado com veemência. Quando imitamos a atitude de Pedro e tentamos afastar de nossas vidas a mensagem da Cruz, nós também somos censurados por Cristo. Após a censura, Ele nos faz sentir que somente na aceitação da Cruz estamos capacitados para percorrer o caminho da nossa fé com garbo e elegância. Em Cristo, professando os sinais da nossa esperança, podemos questionar os nossos coetâneos: “Que seria de um Evangelho, de um Cristianismo sem Cruz, sem dor, sem o sacrifício da dor? Seria um Evangelho, um Cristianismo sem Redenção, sem salvação, da qual – devemos reconhecê-lo com plena sinceridade – temos necessidade absoluta. O Senhor salvou-nos por meio da Cruz; com a Sua morte, devolveu-nos a esperança, o direito à vida”. (Papa Paulo VI, Alocução, em 24 de março de 1967).
A cruz é a Fonte de salvação e, por isso, hoje, amanhã e sempre, Jesus Cristo continua a associar a Si e à Sua missão seres humanos dispostos a abraçar a Cruz e a segui-Lo com renovada esperança. Portanto, para os fiéis cristãos levar a Cruz não é algo facultativo, mas é uma missão que se deve realizar por amor.
Nesses nossos dias, onde enfrentamos distanciamento social e somos cercados por sinais de morte e de medo, onde a busca para a cura da enfermidade que assola o mundo parece ser o grande ideal humano, nosso Senhor Jesus Cristo nos questiona: “Que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro, mas perder a sua vida? O que poderá alguém dar em troca de sua vida?”. (Mt 16, 26).
Na caminhada da vida, diante dos desafios dos nossos tempos, nós temos que olhar para a Cruz de Jesus, a fim de refletirmos sobre o seu alcance e, assim, podermos bradar: “A Cruz vitoriosa iluminou quem estava cego pela ignorância, libertou quem estava preso pelo pecado, trouxe à humanidade a redenção”. (São Cirilo de Jerusalém).
Quando abraçamos a Cruz, vislumbramos ao nosso lado a Virgem Santa Maria, que nos acompanha em todas as dificuldades, para nos encorajar com o Seu olhar maternal e nos ajudar a construir a civilização do amor. Ela nos ampara, fortalece-nos e nos faz ver que Cristo nos fala com a linguagem da Cruz, revelando-nos as inúmeras possibilidades de aprendizado da santidade.
Juntos da Virgem Mãe, aprendemos que, quando abraçamos a Cruz,
proclamamos o Evangelho da Salvação e incrementamos a certeza de que a Cruz de Cristo é a única esperança que nos guia, com determinação, para a alegria e a paz da ressurreição e da vida eterna. Supliquemos a intercessão da Virgem Santa Maria, a primeira que seguiu o Cristo pelo itinerário da Cruz até ao fim, para que Ela nos ajude a seguir o Senhor, com decisão e sabedoria, a fim de que possamos vivenciar desde já, mesmo nas provações, a glória da ressurreição.

Aloísio Parreiras
(Escritor e membro do Movimento de Emaús)

Arquidiocese de Brasília

 

XXII Domingo do Tempo Comum: Ano "A"

 

Dom José Aparecido
ADM. APOST. ARQUIDIOCESE DE BRASÍLIA

Quem não se lembra daquelas pessoas generosas que gastaram seu tempo fazendo ecoar a palavra de Deus em nossos corações? Como esquecer aquele ou aquela catequista que nos fez descobrir os fundamentos da vida cristã? É a vocação dos catequistas que a Igreja celebra neste último domingo do mês de agosto.

Na primeira leitura (Jr 20,7-9) vemos um paradigma de toda vocação. Deus que nos atrai, seduz e nos compele ao anúncio da Palavra. E às vezes, como aconteceu com Jeremias, o anúncio é acompanhado de sofrimento. No ambiente em que vivem, os catequistas não raro experimentam na própria pele estas queixas de Jeremias: “Tornei-me alvo de irrisão o dia inteiro, todos zombam de mim”.

Mas tudo isso se esquece quando se manifesta a força do chamamento de Deus: “Seduziste-me, Senhor, e deixei-me seduzir; foste mais forte, tiveste mais poder” (Jr 20,7). Quem experimentou alguma vez o serviço da catequese, sabe como o fogo do amor de Deus nos impele (cf. Jr 20,9).

O Apóstolo (Rm 12,1-2) vai além da lamentação. Ele convida os cristãos de Roma a ver a própria vida como um sacerdócio em que o oferente é inseparável da oblação: “Pela misericórdia de Deus, eu vos exorto, irmãos, a vos oferecerdes em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o vosso culto espiritual” (Rm 12, 1). E diante da oposição do espírito mundano ele vê na cruz, não um castigo, mas a ocasião para distinguir a vontade de Deus: “Não vos conformeis com o mundo, mas transformai-vos, renovando vossa maneira de pensar e de julgar, para que possais distinguir o que é da vontade de Deus, isto é, o que é bom, o que lhe agrada, o que é perfeito” (v. 2).

O episódio evangélico apresentado por Mateus se deu em Cesaréia de Filipe, logo após a confissão de Pedro e a entrega que Jesus lhe faz das chaves do reino. Ao começar a anunciar que o Messias devia sofrer e morrer para depois ressuscitar, Jesus se defronta com a amorosa mas insensata reação de Pedro: “Deus não permita tal coisa, Senhor”. Jesus reage duramente. Ninguém, nem mesmo o primeiro dos Apóstolos, pode separar a sua missão salvadora do caminho da Cruz. Pedro que tinha sido iluminado por Deus para confessar a fé em Cristo, agora se deixa seduzir pelo pensamento mundano, do príncipe deste mundo. E Jesus, repelindo-o como a Satanás, diz que Pedro aqui não pensa como Deus mas como os homens.

Jesus não admite que a sua missão redentora seja separada da Cruz. Mais ainda, convida os discípulos a abraçá-la: “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga” (Mt 16,4). E proclama a cruz como passagem obrigatória no caminho para a Vida.

Nesse contexto se pode acolher o presente dado pela Igreja aos que se deixam seduzir pela belíssima missão de catequista. O Santo Padre mandou preparar para nós o novo Diretório para a Catequese, como instrumento para que os catequistas vivam a verdadeira “alegria do Evangelho”.

Folheto: "O Povo de Deus"/ARQUIDIOCESE DE BRASÍLIA


sábado, 29 de agosto de 2020

6 resoluções a tomar às vésperas do retorno dos filhos à escola

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Zodiacphoto / Shutterstock

Voltar às aulas é a oportunidade ideal para todos os pais tomarem boas decisões!

A volta às aulas nas escolas pode ser uma boa oportunidade de fazer algumas resoluções sobre a educação cristã de nossos filhos. Vamos citar algumas dessas boas decisões possíveis. Esta lista não é restritiva nem imperativa. É, na melhor das hipóteses, um tipo de programa ou ponto de partida para a reflexão.

1
VIVER O DOMINGO COMO O DIA DO SENHOR

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No domingo, vamos dar à missa o primeiro lugar de nossas prioridades, inclusive à custa da participação de algum de nossos filhos numa atividade que fosse no domingo de manhã. Obviamente, há a missa antecipada no sábado à tarde. Mas você tem que entender seu significado. Não vamos à missa no sábado para “livrar-nos de um compromisso” e nos libertar no domingo de manhã. Viver o domingo como o dia do Senhor é organizar o dia em torno da missa. É importante pensar nisso ao matricular as crianças numa ou outra atividade que podem fazer depois de sair da aula.

2
DEDICAR O FIM DE SEMANA PARA A FAMÍLIA

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© Olena Yakobchuk

Não é preciso ter muito dinheiro, visitar parques de diversões caros ou shoppings para viver fins de semana inesquecíveis. As crianças precisam, acima de tudo, sentir que seus pais estão mais disponíveis para elas do que durante a semana: gostam de rir com eles, brincar, fazer bagunça, inventar brincadeiras, preparar surpresas e refeições. Na medida do possível, é importante que as tarefas escolares sejam feitas no sábado para que o domingo seja, para todos, um dia de descanso e relaxamento.

3
REFORMULAR A ORAÇÃO FAMILIAR

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Se já temos o hábito de rezar junto com a família, o que podemos fazer para torná-lo ainda melhor do que no ano passado? Procuremos as fraquezas, as dificuldades, bem como os fatores de progresso, e tiremos algumas conclusões concretas. O canto de oração precisa ser recondicionado? Devemos escolher outro momento para rezar ou devemos deixar esse mesmo momento? As férias podem ter sido o motivo de descobertas e avanços nessa área: como devemos continuar sentindo essas descobertas e esses avanços ao longo do ano?

4
MELHORAR A ORGANIZAÇÃO FAMILIAR E PROFISSIONAL

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Às vezes, nos surpreendemos com os tempos intensos do Advento e da Quaresma ou com alguma festa litúrgica e, quando eles chegam, não temos tempo para prepará-los adequadamente. Vamos anotar a partir de hoje num calendário “de setembro a setembro” as datas que não devem ser esquecidas, os dias em que é conveniente começar a preparar a Quaresma ou qualquer grande festa católica. Também podemos anotar o dia do santo de cada um dos membros da família, bem como o aniversário de seu batismo. Junto com essas datas somam-se circunstancialmente as da história de nossa família, como o aniversário de um acontecimento feliz ou triste, por exemplo. Tudo isso deve ser anotado no início do ano letivo. Depois, os dias passam tão rápido que não temos tempo suficiente para pensar nisso. Este calendário memorando deve ser afixado para que todos possam ver, para que possa ser consultado mais facilmente do que se estivesse no fundo de uma gaveta.

5
REORGANIZAR A CASA

DECO
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A vida cristã não é apenas rezar, é também amar, viver como irmãos. Todos os pais sabem bem que essa harmonia fraterna nem sempre é algo fácil. Sem dúvida, depende da boa vontade de cada um, de sua vida interior, mas também de uma adaptação mínima das condições materiais. É verdade que as casas muito pequenas, a ausência de um jardim e o barulho das cidades são coisas que não favorecem uma vida pacífica. Não é possível trocar de casa com uma varinha mágica, mas talvez possamos modificar o arranjo dos móveis, a distribuição das crianças em seus quartos etc.. Obviamente, as crianças precisam aprender a se aceitar, a viver em boa harmonia, quaisquer que sejam as circunstâncias. Mas é conveniente fornecer essa aprendizagem a elas.

6
REFLETIR BEM SOBRE AS ATIVIDADES QUE AS CRIANÇAS FAZEM DEPOIS DE SAIR DA AULA

BALLET
Shutterstock-antoniodiaz

Que atividades que as crianças fazem depois de sair da aula vamos propor, sugerir ou permitir aos nossos filhos este ano? A escolha destas atividades deve seguir vários critérios: possibilidade material, gostos e aptidões das crianças, qualidades educacionais. Este último critério é essencial: qualquer atividade deve ajudar os filhos a desenvolver-se e crescer. Não podemos colocar a educação da Fé entre parênteses, nem sequer quando se trata de escolher um esporte. O espírito geral da equipe é pelo menos tão importante quanto o desempenho no campo. Não há problema em ser campeão de futebol ou de atletismo, mas não a qualquer preço. É bom começar no mundo do teatro ou da dança, mas não em qualquer contexto.

Além disso, as crianças devem poder oferecer seu tempo a outras pessoas. É essencial que exista uma parte gratuita no uso do seu tempo. É verdade que não são os pais que devem decidir em vez de seus filhos ou filhas ser chefes escoteiros, mas os jovens não podem assumir esses compromissos se seus pais os proíbem ou não os encorajam pelo menos um pouco. E eles não terão nenhum incentivo para fazer isso se virem que estão preocupados apenas com a eficiência e o sucesso material. Por outro lado, eles podem perder o gosto pelo trabalho voluntário ao ver seus pais monopolizados por um número excessivo de compromissos. A dosagem não é fácil!

Neste início de ano letivo é conveniente tomar resoluções, decisões e compromissos, mas o mais importante é permanecer fiel à eles.

Christine Ponsard

Aleteia 

China: o mundo de amanhã?

Divulgação: Internet
Há quem diga que o futuro do mundo está na China. O mundo quer ordem, quer progresso, mas não sabe como possuí-los; será que a solução e a vitória sobre o caos estão numa República Universal fabricada no molde comunista?

Redação (28/08/2020 17:18Gaudium Press) A bandeira sempre foi o símbolo que buscou sintetizar, caracterizar, exprimir e representar em cores e formas o ideal e as convicções de uma determinada nação, povo ou instituição.

Dar importância, ou…?

Há certo tempo que tomei a resolução de adquirir três bandeiras para colocá-las no saguão de entrada do meu escritório. Fiz todo o necessário para que ficassem prontas para o dia 7 de setembro, independência do Brasil.

Sempre gostei muito de símbolos e, por isso mesmo, sou muito sensível a eles. Enquanto se fabricavam as bandeiras com os tecidos que escolhi, fui à compra dos suportes necessários para compor a panóplia. Ao chegar em casa, fui verificar a qualidade do material e limpá-lo. Já começava a desempacotar o último mastro quando, sentado numa cadeira de vime, parei por alguns segundos. Uma frase me havia chamado a atenção como nunca antes. Tenho certeza de ter visto aquela frase milhares de vezes na vida, porém, jamais ela tinha tomado tanto significado a meus olhos.

Pasme o leitor! A frase é tão comum que não me surpreenderia se um taxista dissesse tê-la visto mais vezes durante o dia do que placas de trânsito.

Sinceramente, por um momento fiquei hesitante. À primeira vista, não havia nada, era a simples inscrição “made in China”; mas na minha imaginação estava montada a panóplia com uma bandeira vermelha, um martelo e uma foice. Que arrepio!

Aquilo era um símbolo? Tratava-se de uma propaganda? Um anúncio? Um slogan? Uma mensagem? Infelizmente até agora – momento em que escrevo este artigo – não posso dar uma resposta afirmativa ou que descarte por completo essas hipóteses. Seria o caso de dar importância? Haveria algum símbolo em desfraldar a bandeira do Brasil sobre uma haste chinesa? Pensando mais um pouco e conferindo a proveniência de diversos materiais de minha casa, concluí: se continuarmos assim, dentro de pouco tempo, o mundo inteiro será um mundo “fabricado na China”.

Onde encontrar a ordem e o progresso?

Houve tempo em que o Brasil chamou-se Terra de Santa Cruz. Houve também uma época em que a inscrição da bandeira nacional era “In hoc signo vinces” (Por este sinal vencerás, em latim), fazendo menção à Cruz de Cristo, no entanto, em certo momento, optou-se pela “ordem” e pelo “progresso”. Graças a Deus, em nossa bandeira ainda se conserva uma constelação que ao menos faz lembrar uma cruz…

Ademais, nas últimas semanas, nada parece ser tão buscado em todo o mundo quanto isto que se propõe em nosso lábaro: “Ordem e Progresso”. Diante do caos gerado no mundo pelos mais diversos fatores – epidemias, enchentes, furacões, terremotos, corrupção, assassinatos, explosões inesperadas, escândalos políticos e eclesiásticos, desvios de dinheiro, atentados terroristas, profanações de igrejas etc, etc, etc. – dir-se-ia que os homens de todos os cantos do mundo como que se reuniriam debaixo de nossa bandeira para pedir a “ordem e o progresso”.

Por incrível que pareça, isso não aconteceu assim.

Certas vozes do mundo clamaram um novo regime internacional, baseado nos modelos de uma República Universal e – pasme novamente! – sob a bandeira da China.

Enfim, há quem aponte para o martelo e a foice da bandeira chinesa e diga com ares de promessa: “in hoc signo vinces”.

Ora, quanto tempo falta para que os católicos do mundo inteiro se deem conta disso e se reúnam debaixo da Cruz a fim de implantar o Reino de Cristo, verdadeira ordem e verdadeiro progresso? Se isso não acontecer em breve, preparemo-nos: o mundo inteiro será um mundo “fabricado” sob o molde comunista.

Por Cícero Leite

https://gaudiumpress.org/

 

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF