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quinta-feira, 10 de setembro de 2020

O Evangelho e os evangélicos

Acuse e Responderemos
Veritatis Splendor

INTRODUÇÃO

Olhando para o título deste artigo, alguns podem pensar que é algo ofensivo, mas não é. O objetivo deste artigo não é atacar ou ofender os nossos irmãos evangélicos. Meu desejo é simplesmente mostrar a Verdade do Evangelho tal como ela é, em um ambiente ecumênico, de amor ao irmão e à verdade.

Jesus Cristo disse: “A verdade vos libertará” (João 8,32) e é essa Verdade que queremos proclamar sem comentários, interpretações ou acréscimos. Queremos proclamar o Evangelho completo de nosso Salvador e Senhor Jesus Cristo.

Se você é evangélico, compare todas as citações que damos em sua própria Bíblia, a [Almeida], que é a que usamos neste artigo, e ore para que Deus o ilumine e o guie para a verdade completa. Se você é católico, agradeça a Deus e ore para que possa viver como um verdadeiro cristão, seguindo o Evangelho de Jesus Cristo. Neste artigo, você perceberá que o que muitos irmãos separados proclamam em panfletos, rádio e televisão simplesmente não senão o Evangelho segundo os “evangélicos”. Primeiramente, você encontrará as frases comuns de muitos evangélicos e, a seguir, o que a Sagrada Escritura realmente diz.

São 12 verdades do Evangelho que, como verdadeiros cristãos, devemos conhecer.

1. Os ‘evangélicos’ dizem:

  • Eu já estou salvo e, se eu morrer, vou para o céu; não posso perder a salvação.

O Evangelho, porém, ensina:

  • “Mas aquele que perseverar até ao fim, esse será salvo” (Mateus 24,13)

2. Os ‘evangélicos’ dizem:

  • Sou salvo apenas pela fé; as obras e a obediência não nos salvam.

O Evangelho, porém, ensina:

  • “Nem todo o que me diz: ‘Senhor, Senhor!’ entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.
    Muitos me dirão naquele dia: ‘Senhor, Senhor: não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitas maravilhas?’ E então lhes direi abertamente: ‘Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade’ (Mateus 7,21-23).
  • “E quando o Filho do homem vier em sua glória, e todos os santos anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória. E todas as nações serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas; e porá as ovelhas à sua direita, mas os bodes à esquerda. Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: ‘Vinde, benditos de meu Pai: possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e foste me ver” (Mateus 25,31-36).

3. Os ‘evangélicos’ dizem:

  • Cristo não está presente na Eucaristia; isso é apenas algo simbólico.

O Evangelho, porém, ensina:

  • “‘Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo’. Disputavam, pois, os judeus entre si, dizendo: ‘Como nos pode dar este a sua carne a comer?'” (João 6,51-52).
  • “Jesus, pois, lhes disse: ‘Na verdade, na verdade vos digo que, se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne verdadeiramente é comida, e o meu sangue verdadeiramente é bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele'” (João 6,53-56).
  • “Muitos, pois, dos seus discípulos, ouvindo isto, disseram: ‘Duro é este discurso; quem o pode ouvir?'” (João 6,60).
  • “Desde então muitos dos seus discípulos tornaram para trás, e já não andavam com ele” (João 6,66).
  • “Então disse Jesus aos Doze: ‘Quereis vós também retirar-vos?’ Respondeu-lhe, pois, Simão Pedro: ‘Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna'” (João 6,67-68).

4. Os ‘evangélicos’ dizem:

  • Devemos confessar diretamente a Deus e não a homens pecadores.

O Evangelho, porém, ensina:

  • “Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: ‘A Paz seja convosco; assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós’. E, havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: ‘Recebei o Espírito Santo.
    Àqueles a quem perdoardes os pecados lhes são perdoados; e àqueles a quem os retiverdes lhes são retidos'” (João 20,21-23).
  • “‘Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu'” (Mateus 18,18).

5. Os ‘evangélicos’ dizem:

  • Não se deve chamar ninguém de “pai”[*]; a Bíblia o proíbe.

O Evangelho, porém, ensina:

  • “E, clamando, disse: ‘Pai Abraão: tem misericórdia de mim, e manda a Lázaro, que molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama'” (Lucas 16,24).
  • “Sabes os Mandamentos: ‘Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não dirás falso testemunho, honra a teu pai e a tua mãe'” (Lucas 18,20).
  • “Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: ‘Pai, pequei contra o céu e perante ti'” (Lucas 15,18).

6. Os ‘evangélicos’ dizem:

  • Tudo está escrito na Bíblia; se não estiver escrito, não vale nada.

O Evangelho, porém, ensina:

  • “Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez; e se cada uma das quais fosse escrita, cuido que nem ainda o mundo todo poderia conter os livros que se escrevessem. Amém” (João 21,25).
  • “E disse-lhes: ‘Ide por todo omundo, pregai o evangelho a toda criatura'” (Marcos 16,15).
  • “E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes” (Marcos 16,20).

7. Os ‘evangélicos’ dizem:

  • As crianças não devem ser batizadas; elas não precisam disso. Ademas, o batizando deve ser submerso em um rio, já que Jesus Cristo recebeu o Espírito Santo quando desceu às águas.

O Evangelho, porém, ensina:

  • “Jesus respondeu: ‘Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito'” (João 3,5-6).
  • “E, logo que saiu da água, viu os céus abertos, e o Espírito, que como pomba descia sobre ele” (Marcos 1,10).

8. Os ‘evangélicos’ dizem:

  • Maria é uma mulher como qualquer outra; não é necessário venerá-la porque a Bíblia não menciona tal fato.

O Evangelho, porém, ensina:

  • “E, entrando o Anjo aonde ela estava, disse: ‘Salve, agraciada; o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres'” (Lucas 1,28).
  • “E aconteceu que, ao ouvir Isabel a saudação de Maria, a criancinha saltou no seu ventre; e Isabel foi cheia do Espírito Santo.
    E exclamou com grande voz, e disse: ‘Bendita és tu entre as mulheres, e bendito o fruto do teu ventre'” (Lucas 1,41-42).
  • “‘Pois eis que desde agora todas as gerações me chamarão bem-aventurada'” (Lucas 1,48).

9. Os ‘evangélicos’ dizem:

  • Maria não pode fazer nada porque está morta como também os Santos; e a Bíblia também não diz que podem interceder.

O Evangelho, porém, ensina:

  • “Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó? Ora, Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos” (Mateus 22,32).
  • “E apareceu-lhes Elias, com Moisés, e falavam com Jesus” (Marcos 9,4).
  • “E, faltando vinho, a mãe de Jesus lhe disse: ‘Não têm vinho’. Disse-lhe Jesus: ‘Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora’. Sua mãe disse aos serventes: ‘Fazei tudo quanto ele vos disser’ (…) E, logo que o mestre-sala provou a água feita vinho (não sabendo de onde viera, se bem que o sabiam os serventes que tinham tirado a água), chamou o mestre-sala ao esposo, e disse-lhe: ‘Todo o homem põe primeiro o vinho bom e, quando já têm bebido bem, então o inferior; mas tu guardaste até agora o bom vinho'” (João 2,3-10).

10. Os ‘evangélicos’ dizem:

  • Não é necessário repetir as mesmas palavras ao orar, como no Rosário. Repetição de palavras não é bíblico.

O Evangelho, porém, ensina:

  • “E [Jesus] foi outra vez e orou, dizendo as mesmas palavras” (Marcos 14,39).

11. Os ‘evangélicos’ dizem:

  • Todos os Apóstolos eram iguais entre si. Essa estória de “Papa” é uma invenção que não se encontra na Bíblia. Pedro era igual aos Onze.

O Evangelho, porém, ensina:

  • “E levou-o a Jesus. E, olhando Jesus para ele, disse: ‘Tu és Simão, filho de Jonas; tu serás chamado Cefas’ (que quer dizer ‘Pedro’)” (João 1,42).
  • “‘Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela; e eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus'” (Mateus 16,18-19).
  • “Disse também o Senhor: ‘Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para vos cirandar como trigo; mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, confirma teus irmãos'” (Lucas 22,31-32).
  • “E, chegando, achou-os dormindo; e disse a Pedro: ‘Simão, dormes? Não podes vigiar uma hora?'” (Marcos 14,37).
  • “E, depois de terem jantado, disse Jesus a Simão Pedro: ‘Simão, filho de Jonas: amas-me mais do que estes?’ E ele respondeu: ‘Sim, Senhor, tu sabes que te amo’. Disse-lhe: ‘Apascenta os meus cordeiros’. Tornou a dizer-lhe segunda vez: ‘Simão, filho de Jonas, amas-me?’ Disse-lhe: ‘Sim, Senhor, tu sabes que te amo’. Disse-lhe: ‘Apascenta as minhas ovelhas’. Disse-lhe terceira vez: ‘Simão, filho de Jonas, amas-me?’ Simão entristeceu-se por lhe ter dito terceira vez: ‘Amas-me?’ E disse-lhe: ‘Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo’. Jesus disse-lhe: ‘Apascenta as minhas ovelhas'” (João 21,15-17).

12. Os ‘evangélicos’ dizem:

  • A Igreja não importa; apenas Cristo salva. Dá no mesmo estar em qualquer uma. A única coisa necessária é aceitar a Cristo, não a Igreja.

O Evangelho ensina:

  • “‘Quem vos ouve a vós, a mim me ouve; e quem vos rejeita a vós, a mim me rejeita; e quem a mim me rejeita, rejeita aquele que me enviou'” (Lucas 10,16).
  • “‘Quem vos recebe, a mim me recebe; e quem me recebe a mim, recebe aquele que me enviou'” (Mateus 10,40).
  • “‘Ora, se teu irmão pecar contra ti, vai, e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, ganhaste a teu irmão. Mas, se não te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para que pela boca de duas ou três testemunhas toda a palavra seja confirmada. E, se não as escutar, dize-o à igreja; e, se também não escutar a igreja, considera-o como um gentio e publicano” (Mateus 18,15-17).
  • “‘Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela'” (Mateus 16,18)

Portanto, siga em frente, irmão! É hora de decidir aceitar o Evangelho completo de Jesus Cristo, tal como ele é, e não adaptá-lo segundo o gosto de cada um.

Jesus Cristo disse:

  • “‘Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha'” (Mateus 7,24).

Se você é evangélico, este é o convite de Nosso Senhor. Se você é católico, este é o convite de Nosso Senhor. Viva para ser um verdadeiro cristão.

De minha parte, como católico, ao invés das crenças dos grupos evangélicos, prefiro o ensino do Evangelho; ainda que ao fazer issose dê o que disse o Apóstolo Paulo:

  • “Fiz-me acaso vosso inimigo, dizendo a verdade?” (Gálatas 4,16).

Que a Virgem Maria interceda por cada um de nós, para que sejamos fiéis ao Evangelho do seu Filho Jesus Cristo e fiéis à Igreja que Ele fundou: a Católica.

—–
NOTA
[*] Não sendo possível chamar ninguém de “pai”, logo, por extensão, nenhum fiel poderia chamar o sacerdote de “Padre” (N.doT.)

Veritatis Splendor

Católicos e evangélicos suíços publicam livro sobre os Santos

“A santidade não é algo de especial e abstrato, reservado a poucos, mas é a vocação normal de cada um vivida na vida quotidiana, como reflexo de Deus”.
“A santidade não é algo de especial e abstrato, reservado a poucos,
mas é a vocação normal de cada um vivida na vida quotidiana,
como reflexo de Deus”. 

“Quanto mais aprofundávamos o tema, mais percebíamos que os Santos não dividem as Igrejas, mas as aproximam”, apesar de ainda serem “tema de discussão” entre as denominações cristãs., explicam os autores.

Vatican News

O diálogo ecumênico também envolve questões delicadas, como a veneração dos Santos: disto está convencida a Comissão para o Diálogo evangélico/católico romano da Suíça (Ergk) - um órgão conjunto das Igrejas Católica e Protestante – que decidiu publicar um livro comum contendo seis biografias de santos ou de pessoas que, de uma forma ou outra, foram exemplares para o ecumenismo.

Disponível atualmente apenas em alemão, o livro tem por objetivo demonstrar - relata a agência Cath - que “é precisamente examinando as diferenças que é possível chegar a uma posição comum aceitável” de ambas as partes, na perspectiva de um “enriquecimento recíproco”.

Cada membro da Comissão, portanto, escreveu uma biografia, que vai de Madeleine Delbrêl, uma mística católica francesa conhecida por seu compromisso social, a Etty Hillesum, uma escritora judia holandesa vítima do Holocausto; da Santa carmelita Teresa de Lisieux ao teólogo protestante alemão e escritor Jochen Klepper; da fundadora do Movimento Católico dos Focolares, Chiara Lubich, ao secretário-geral das Nações Unidas e ganhador do Prêmio Nobel da Paz, Dag Hammarskjöld.

“Trata-se de personalidades - explicam os autores - que viveram dificuldades e contradições, mas sempre se colocando ao serviço dos outros”. E acrescentam: “Quanto mais aprofundávamos o tema, mais percebíamos que os Santos não dividem as Igrejas, mas as aproximam”, apesar de ainda serem “tema de discussão” entre as denominações cristãs.

Ao contrário dos católicos, de fato, os evangélicos não praticam a veneração dos Santos. Todavia, “olhando para essas seis pessoas que viveram conscientemente suas vidas diante de Deus, se descobre o potencial para uma forma comum de ser cristãos e de ser Igreja, sente-se uma maior comunhão na fé e entende-se como ela pode transformar profundamente as pessoas".

Nesta perspectiva, os autores recordam que “a santidade não é algo de especial e abstrato, reservado a poucos, mas é a vocação normal de cada um vivida na vida quotidiana, como reflexo de Deus”.

Vatican News Service - IP 

quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Por que a Igreja é tão atacada?

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Cléofas
por Prof. Felipe Aquino

“Perguntou-lhe então Pilatos: És, portanto, rei? Respondeu Jesus: Sim, eu sou rei. É para dar testemunho da verdade que nasci e vim ao mundo. Todo o que é da verdade ouve a minha voz” (João 18,37).

Jesus veio ao mundo para salvá-lo, ensinando a verdade de Deus que nos liberta e salva; Ele é sinal de contradição.

Quando seus pais o levaram para apresentarem-no a Deus no Templo de Jerusalém, o velho Simeão profetizou: mãe: “Eis que este menino está destinado a ser uma causa de queda e de soerguimento para muitos homens em Israel, e como um sinal de contradição, a fim de serem revelados os pensamentos de muitos corações” (Lc 2, 34-35).

Jesus veio como a Luz de Deus a brilhar nas trevas do mundo pagão; como disse o evangelista São João: “Nele havia a vida, e a vida era a luz dos homens. A luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam” (Jo 1,4-5). Falando de João Batista, o evangelista diz: “Este veio como testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que todos cressem por meio dele. Não era ele a luz, mas veio para dar testemunho da luz. Era a verdadeira luz que, vindo ao mundo, ilumina todo homem. Estava no mundo e o mundo foi feito por Ele, mas o mundo não o reconheceu. Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam” (v. 7-11).

E Jesus deixou a Igreja, Seu Corpo Místico, para continuar Sua obra de salvação da humanidade, pela Verdade que salva (cf. Cat. n. 851).

O mundo de trevas e de pecado odeia a Cristo e a Igreja porque tornam visível o seu mal; e o mundo sem Deus não suporta isso. Assim, vemos hoje no Ocidente, outrora todo cristão, um laicismo anticristão e anticatólico como nunca vimos antes.

A Lei da Igreja é a Lei de Cristo. “Eu vim ao mundo para dar testemunho da Verdade”. “Eu sou a verdade” (Jo 14, 6); não apenas “uma” verdade, mas “a” verdade; a única. Mostrou ao mundo que sem a verdade não há salvação: “Se permanecerdes na minha palavra, sereis meus verdadeiros discípulos; conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8,32). Ele é o Verbo que “se fez carne e habitou entre nós, e vimos sua glória, a glória que o Filho único recebe do seu Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1, 14).

“Ora, este é o julgamento: a luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais as trevas do que a luz, pois as suas obras eram más. Porquanto todo aquele que faz o mal odeia a luz e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas. Mas aquele que pratica a verdade, vem para a luz. Torna-se assim claro que as suas obras são feitas em Deus” (Jo 3,21).

Aqueles que fazem o mal amam as trevas, as caladas das noites para praticar os crimes, as corrupções, os conchavos…

Cristo não recuou diante das ofensas e perseguições; hoje a Igreja precisa imitá-lo como fez nesses dois mil anos.

São Mateus narrou no capitulo 10 do seu Evangelho, as recomendações que Jesus deu aos Doze Apóstolos; e lhes deixou claro a perseguição que sofreriam. Quase todos morreram martirizados por causa de Jesus. E hoje esse martírio continua.

“Cuidai-vos dos homens. Eles vos levarão aos seus tribunais e açoitar-vos-ão com varas nas suas sinagogas. Sereis por minha causa levados diante dos governadores e dos reis: servireis assim de testemunho para eles e para os pagãos… Sereis odiados de todos por causa de meu nome, mas aquele que perseverar até o fim será salvo. Se vos perseguirem numa cidade, fugi para uma outra. Em verdade vos digo: não acabareis de percorrer as cidades de Israel antes que volte o Filho do Homem. O discípulo não é mais que o mestre, o servidor não é mais que o patrão. Basta ao discípulo ser tratado como seu mestre, e ao servidor como seu patrão. Se chamaram de Beelzebul ao pai de família, quanto mais o farão às pessoas de sua casa! Não temais aqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma; temei antes aquele que pode precipitar a alma e o corpo na geena… Não julgueis que vim trazer a paz à terra. Vim trazer não a paz, mas a espada… Eu vim trazer a divisão entre o filho e o pai, entre a filha e a mãe, entre a nora e a sogra, e os inimigos do homem serão as pessoas de sua própria casa” (Mt 10,17-42).

a_minha_igrejaMais do antes hoje se nota uma aversão a Cristo e à Igreja Católica porque ela é fiel a Ele e a seus ensinamentos. Especialmente nas universidades se nota uma repulsa à Igreja Católica e às verdades que ela ensina; e procura-se a todo custo mostrar aos jovens que ela é obscurantista, como se fosse contra a ciência, e destaca-se os erros dos filhos da Igreja sem mostrar a beleza de tudo quanto a Igreja fez e faz pelo mundo.

Há no Ocidente hoje uma verdadeira Cristofobia. O Papa Bento XVI desde o início do seu pontificado tem condenado o que chama de “ditadura do relativismo” que quer proibir as pessoas de serem e pensarem diferente do que se chama hoje de “politicamente correto” (ser a favor do aborto, eutanásia, cultura marxista, casamento de homossexuais, coabitação livre, manipulação de embriões, útero de aluguel, inseminação artificial, sexo livre, camisinha, contracepção, etc.).

Vai se formando uma mentalidade, uma cultura social, no sentido de fazer, inclusive os cristãos, acharem “normal” essas imoralidades. Começamos a ver jovens e adultos cristãos acharem que a Igreja está “exagerando em suas exigências”, e que “é preciso ser mais tolerante…” É bom lembrar que Jesus amava o pecador, mas era intolerante com o pecado. “Vai e não peques mais”.

Prof. Felipe Aquino

https://cleofas.com.br/ 

A VIRGEM MARIA E O DOM DO SERVIÇO

O ícone da Dormição da Nossa Santíssima Virgem Mãe de Deus
DomTotal


JESUS E O SERVIÇO AO PRÓXIMO

Nosso Senhor Jesus Cristo, quando se fez carne, “não considerou um privilégio ser igual a Deus, mas esvaziou-se assumindo a forma de servo” (Fl 2, 6-7). Ele, ao se encarnar, humilhou-se para ser igual ao homem, exceto no pecado. Conservando sua natureza divina, assumiu a natureza humana. Foi para a salvação do homem que Cristo Jesus veio ao mundo (cf. Tm 1, 15). Essa salvação foi realizada através da sua Paixão, Morte e Ressureição. Foi em nosso favor que Ele se ofereceu ao Pai na Cruz em sacrifício.

Ele, que é o “Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14, 6), mostrou-nos que o maior mandamento é amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a mim mesmo (cf. Mc 12, 29-31). Nosso Senhor nos mostrou que um dos caminhos para amar é por meio do serviço, já que Ele viveu para servir a Deus Pai e aos seus irmãos. Ele mesmo nos disse que não veio para ser servido, mas para servir e para dar a sua vida por muitos (cf. Mt 20, 28). Jesus fez a sua autobiografia com o verbo servir. [Salmos: Servir com Alegria]

O CRISTÃO DEVE ESTAR A SERVIÇO

Diz-nos São Paulo, na sua carta aos Filipenses, que devemos ter os mesmos sentimentos de Cristo Jesus. Portanto, fica claro para nós que, se Nosso Senhor se fez servo de Deus e dos outros por amor, nós também devemos transformar nossa existência em um contínuo serviço. Além disso, na epístola aos Gálatas, o Apóstolo dos gentios diz que devemos ser servos uns dos outros por amor (cf. Gl 5, 13), assim como Jesus fez.

Quando fomos batizados, tornamo-nos reis, sacerdotes e profetas. O aspecto real que nos é dado nesse sacramento nos lembra de que, assim como Cristo, que era Rei e se fez servo, nós também devemos viver como servos. Se eu não vivo para servir, não sirvo para viver, nos ensina o Papa Francisco. [Papa Francisco: Audiência Jubilar] É evidente que a essência do cristão é permeada pelo espírito de serviço.

O SERVIÇO DE MARIA

Assim como Nosso Senhor, a Virgem Maria fez da sua vida um serviço. Ela, nossa maior intercessora junto de seu Filho, é o maior exemplo de serviço que a humanidade já presenciou depois de Jesus. Na anunciação do Arcanjo Gabriel à Santíssima Virgem, ela, pela “obediência da fé” (cf. Rm 1, 5), se declara como a humilde serva do Senhor (cf. Lc 1, 38) e, sem pestanejar, se submete à Vontade Divina, por meio do seu Fiat. Mediante sua obediência e seu serviço, ela nos trouxe a Vida. Deus quis a livre cooperação de uma criatura para ocorrer a salvação do gênero humano. [Catecismo da Igreja Católica, n.488] Com isso, Santa Maria nos ensina a nos submetermos prontamente à vontade divina.

Há outro relato que nos mostra claramente como Nossa Senhora tinha sua existência envolvida pelo servir. Após descobrir que sua prima Isabel estava grávida, levantou-se e foi apressadamente em busca dela, em uma cidade de Judá, que ficava em uma região montanhosa (cf. Lc 1, 39). O papa São Pio X, ao comentar esse relato, diz que “com santa solicitude, Maria foi visitar a prima (…) para servi-la como humilde criada, como o fez por três meses”. [Catecismo Maior de São Pio X, em Breve História da Religião, n. 88] Ela não espera: quando vê a necessidade de sua prima, vai rapidamente ao encontro dela.

Para se conhecer Maria, diz São Luís de Montfort, deve-se conhecer o Filho. Isso porque, seguindo o exemplo do seu Filho, Maria não considerou privilégio ser a mãe do Salvador, mas se fez serva dos outros por amor. Na sua simplicidade e no seu silêncio, serviu com discrição, humildade, amor e piedade.

A partir desses dois relatos do primeiro capítulo do Evangelho de São Lucas, podemos tirar uma conclusão: precisamos buscar a virtude da humildade e da diligência. Crescer na humildade, primeiramente, para que possamos, assim como o Senhor no lava-pés (cf. Jo 13, 1-15), nos rebaixar para servir e para amar. Além disso, para proclamarmos as maravilhas de Deus, como foi cantado no Magnificat (cf. Lc 1, 46-55).

A diligência é realizar o que é preciso ser feito, com zelo, atenção e da melhor forma possível. Nossa Senhora, no relato da Visitação à Santa Isabel, nos mostra que esse é o caminho para o serviço. Precisamos, como diria o Papa Francisco, “primeirar”, [Papa Francisco: Exortação Apostólica Evangelii Gaudium] tomar a iniciativa, mesmo sem sermos requisitados. Foi isso que Maria fez: ao ver que sua prima precisaria de ajuda nos últimos meses da gravidez, não pensou duas vezes e foi apressadamente a uma cidade de Judá, aproximadamente a 150 km de Nazaré. Mesmo estando grávida do Redentor, não se preocupou consigo mesma e foi ao encontro de Isabel, para amá-la e servi-la.

Peçamos a Nossa Mãe, Nossa Senhora da Esperança, um coração semelhante ao dela e ao de seu Filho Jesus, para que, cada vez mais, possamos nos configurar a Ele. Precisamos desse coração humilde e servidor para chegarmos ao céu e para levarmos os outros para Deus.


Seminarista Gabriel Dias Ferraz
Graduando em Filosofia no Seminário Nossa Senhora de Fátima – DF

Fonte: Site da paróquia Nossa Senhora da Esperança – Asa Norte

Arquidiocese de Brasília

Por que não devemos pensar que Maria foi mãe solteira

PREGNANCY
https://www.flickr.com/photos/paullew/22909774254/
por Robert Mc Teigue

Desde os primeiros tempos do Cristianismo, Maria foi referida como a “esposa do Espírito Santo”; sob esse ponto de vista, ela não poderia ser uma mãe solteira.

O mundo católico está repleto de exemplos de devoção a Maria, a mãe de Jesus. Meios de arte, incontáveis ​​livros, as maiores catedrais, uma miríade de santos através dos tempos: todos deram testemunhos das inspirações recebidas enquanto contemplavam os méritos e a beleza de Maria.

O Beato Bartolo Long escreveu: “Qual é a minha vocação? Escrever sobre Maria, para que Maria seja louvada, para que Maria seja amada ”. (Uma declaração notável de alguém que, quando jovem, era um ocultista e satanista antes de ser levado à conversão e à devoção ao Rosário).

Sim, nunca ficamos sem coisas boas, verdadeiras e belas a dizer sobre Maria. Mas há algumas coisas que não devem ser ditas sobre ela, por mais bem-intencionadas que sejam. De vez em quando, diz-se que Maria foi “mãe solteira”. Acho que uma das raízes desse erro é um mal-entendido das Escrituras, bem como uma tentativa bem-intencionada, mas mesmo assim mal colocada, de despertar simpatia por Maria depois que o arcanjo Gabriel deu a ela a surpreendente notícia de que ela conceberia o Filho de Deus. A outra raiz desse erro é uma compreensão distorcida do papel do Espírito Santo na vida de Maria. Vamos dar uma olhada em ambos.

Estaremos em dificuldades se deixarmos de entender o conceito bíblico de “noivado” em ação na cultura judaica de Maria e José. O Evangelho de Mateus, capítulo 1, versículo 18 diz:

“Eis como nasceu Jesus Cristo: Maria, sua mãe, estava desposada com José. Antes de coabitarem, aconteceu que ela concebeu por virtude do Espírito Santo.”

O noivado era a primeira parte do casamento, comprometendo um homem e uma mulher como marido e mulher, mesmo antes de fazerem um lar juntos. No versículo 19, Mateus continua:

“José, seu esposo, que era homem de bem, não querendo difamá-la, resolveu deixá-la secretamente”.

São Mateus deixa claro que José era seu marido, senão ele não teria pensado em se divorciar dela.

Algumas pessoas, com a melhor das intenções, podem estar inclinadas a pensar que Maria foi “mãe solteira” a fim de despertar compaixão pelas mulheres que se encontram enfrentando o que, às vezes, é chamado de “uma gravidez de crise”. Essas mulheres e seus filhos precisam de nossa compaixão e apoio, mas não porque Maria era uma mãe solteira. Desde os primeiros tempos do Cristianismo, Maria foi referida como a “esposa do Espírito Santo”; sob esse ponto de vista, ela não poderia ser uma mãe solteira.

Há mais de cem anos, o Papa Leão XIII escreveu: “Vós conheceis bem as relações íntimas e maravilhosas que existem entre Maria e o Espírito Santo, para que ela seja justamente chamada de Sua Esposa”. Ele confirma as palavras escritas por Santo Agostinho cerca de 1.400 anos antes: “Maria foi a única que mereceu ser chamada de Mãe e Esposa de Deus”. Sim, desde as primeiras reflexões da Igreja, Maria foi corretamente chamada de “Mãe de Deus” porque ela é a mãe de Jesus que é verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Ela também é chamada de esposa do Espírito Santo (e, portanto, a “esposa de Deus”).

O que quero dizer com isso? Que o casamento é caracterizado por um amor pleno, livre, fiel e fecundo. Maria, “cheia de graça” (Lucas 1,28), é preservada do pecado original desde o momento de sua Imaculada Conceição. O amor divino por Maria é gratuito, na medida em que Deus escolheu amá-la como expressão de sua providência e soberania. Esse amor é fiel, pois nunca falha e nunca é retirado dela. É um amor fecundo, porque esse amor resulta na concepção de Cristo, que é filho de Deus e filho de Maria. Assim entendida, Maria é corretamente chamada de “a esposa do Espírito Santo”.

Qual é a conclusão desta lição de teologia? Simplesmente isto: se queremos ajudar a causa pró-vida e inspirar generosidade em favor das mulheres em dificuldades, podemos e devemos fazê-lo porque Maria é a prova de que Deus está trabalhando amorosamente na vida humana desde o momento da concepção. Maria é justamente a maior inspiração para os cristãos que defendem a causa pró-vida, porque ela escolheu cooperar com a obra do Deus que dá vida, e não por causa de um apelo mal aplicado de piedade como uma mãe solteira.

Vamos, portanto, orar e trabalharmos juntos para defender o presente dado por Deus de cada vida humana, desde a concepção até a morte natural.

Aleteia 

1º Concílio Ecumênico de Constantinopla [ano 381] (Parte 4/4): Carta Sinodal ao Imperador Teodósio

Concílio Ecumênico de Constantinopla I
Veritatis Splendor
  • Carta do mesmo Santo Sínodo ao piedoso imperador Teodósio, o Grande, à qual são anexados os cânones promulgados [pelos Bispos]:

Ao religiosíssimo imperador Teodósio, o Santo Sínodo dos Bispos de diferentes províncias reunido em Constantinopla:

Começamos nossa carta à vossa piedade agradecendo a Deus, que estabeleceu o Império de vossa piedade para a paz comum das igrejas e para o apoio da verdadeira Fé. E após prestarmos graças a Deus, como é [nosso] dever, colocamos diante de vossa piedade as coisas que foram realizadas no Santo Sínodo:

Quando, então, nos reunimos em Constantinopla, de acordo com a carta de vossa piedade, renovamos primeiramente nossa unidade de coração um com o outro e, depois, pronunciamos algumas definições concisas, ratificando a fé dos Padres nicenos e anatematizando as heresias que surgiram contrárias a elas.

Além dessas coisas, também estruturamos certos cânones, para melhor ordem das igrejas, que seguem anexados a esta nossa carta.

Por isso, suplicamos a vossa piedade que o decreto do Sínodo seja ratificado para que, assim como honrastes a Igreja por vossa carta convocatória, colocareis vosso selo na conclusão do que foi decretado.

Que o Senhor estabeleça vosso Império na paz e retidão, e o prolongue de geração em geração; e que Ele também adicione ao vosso poder terreno a fruição do Reino celeste.

Que Deus, pelas orações dos Santos (εὐχαῖς τῶν ἁγίων), mostre favor ao mundo, para que sejais forte e eminente em todas as coisas boas, como um imperador verdadeiramente piedoso e amado por Deus.

Veritatis Splendor

Atleta católica brasileira conta que quase se tornou religiosa

Valéria Kumizaki / Foto: Facebook Valéria Kumizaki

REDAÇÃO CENTRAL, 08 set. 20 / 02:30 pm (ACI).- Valéria Kumizaki é uma carateca brasileira que está em busca de uma vaga para os Jogos Olímpicos de 2021, no Japão; porém, antes de adotar os equipamentos de luta e proteção, a atleta tinha outro sonho até a adolescência: vestir um hábito de religiosa.

A carateca, de 35 anos, vem de uma família católica e sua mãe, Marina, chegou a procurar um convento para concretizar o desejo da filha. Mas, o fato de ter que morar muito longe da família contribuiu para que não entrasse para a vida religiosa.

Entretanto, Valéria guarda com carinho a recordação de uma experiência que quase fez com que realizasse esse sonho. “Quando fui ao Vaticano pela primeira vez, uma freira veio em minha direção, me deu um cartão do convento delas e disse: ‘Deus pediu pra te entregar isso, e a hora que você quiser você pode se juntar a nós’. Eu chorei muito e tenho o cartão guardado até hoje”, relembrou a atleta, que na época estava participando de uma competição.

Passada essa experiência, agora, a atleta está se dedicando ao esporte e tem novos planos de casar e ter filhos.

“Neste momento, estou vivendo minha vida focada no caratê, mas a gente não sabe o dia de amanhã. Isso (ser freira) é uma vocação, é um chamado de Deus, sempre digo que não sou eu quem tenho de decidir. Já ouvi falar que a gente sente uma coisa muito forte quando ouve esse chamado”, expressou.

Devota de Nossa Senhora Aparecida, Valéria não abre mão de praticar sua fé, mesmo quando está viajando devido às competições. “A primeira coisa que faço quando chego a uma cidade é procurar uma igreja. Essa comunhão com Deus é muito forte para mim”, declarou.

Quando está na casa da família, em Presidente Prudente (SP), o fim do dia é marcado pela oração do Pai Nosso, ao lado da mãe e do sobrinho. “Cresci assim. Minha mãe nunca nos obrigou a nada, mas colocou esses valores na nossa casa: pedir bênção para a avó, pai e mãe antes de dormir” e a rezar toda noite.

“Não uso nada para me dar sorte, mas rezo sempre. Agradeço no começo do dia, depois do treino e antes de dormir”, disse a atleta, que expressa sua fé no dia a dia tendo consigo uma correntinha com pingente da Virgem e o escapulário. Tem também sempre à mão um terço e um livrinho de orações.

Este hábito, aliás, pôde ser testemunhado por aqueles que acompanham a carreira esportiva de Valéria Kumizaki, a qual costuma levar um terço para o pódio em suas conquistas.

Em 2019, ao conquistar a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima, Valéria carregou seu terço e publicou em seu Instagram a foto com a descrição: “Obrigada meu Deus e minha Nossa Senhora Aparecida”.

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ACI Digital 

S. PEDRO CLAVER, PRESBÍTERO JESUÍTA, APÓSTOLO ENTRE OS NEGROS DEPORTADOS

S. Pedro Claver
S. Pedro Claver  (© Compagnia di Gesù)

“O que posso fazer para amar de verdade o Senhor? O que devo fazer para que Ele goste de mim? Ele me inspira a ser todo seu, mas não sei como fazer.” Estas perguntas Pedro Claver, estudante de filosofia em Palma de Maiorca, nas Ilhas Baleares, fazia ao porteiro do convento dos Jesuítas, Alfonso Rodriguez. Este, depois de rezar muito, exortou o jovem a sair e a evangelizar as colônias espanholas no continente americano.

Da Catalunha à Colômbia

Pedro nasceu em Verdú, na Catalunha, em 25 de junho de 1581, e não pertencia a uma família nobre. Fez o noviciado em Tarragona, os estudos filosóficos em Palma de Maiorca e iniciou os teológicos em Barcelona. Ele ainda não havia terminado seus estudos quando foi destinado à missão de Nova Granada, como era chamada a atual Colômbia. O jovem desembarcou em Cartagena, em 1610, e foi ordenado sacerdote, em 1616, naquela missão onde, por 44 anos, trabalhou entre os escravos afro-americanos, em um período de forte tráfico.

A escolha dos últimos

Educado na escola do missionário Alfonso de Sandoval, Pedro tornou-se servo dos negros para sempre “Aethiopum semper servus”; na época, todos os negros eram chamados etíopes. As costas litorâneas, - onde milhares de pessoas eram abandonadas, arrancadas sem nenhum remorso da sua vida familiar e da sua terra, - transformaram-se em campo de apostolado para o jovem Jesuíta.

Todas as vezes que Pedro era avisado sobre a chegada de novos escravos, apinhados nos navios, entrava no mar, com o seu barco, para encontrá-los e levar-lhes comida, ajuda e conforto; despertava em cada um o sentido da própria dignidade humana; levava a fé aos não batizados; encaminhava-os ao conhecimento e à prática das virtudes evangélicas; curava as suas feridas, pedia esmola para comprar-lhes vestidos e matar sua fome; aprendeu a língua dos angolanos e serviu-se de outros 18 intérpretes para instruir os escravos. Pela sua obra incansável, foi acusado de descuidar e profanar os Sacramentos, administrando-os a criaturas que “mal entendiam”.

Morte no abandono e na contemplação

Em 1650, foi acometido pela peste. Sobreviveu, mas, pelo resto da vida, não pode mais trabalhar. Transcorreu os últimos quatro anos da sua existência terrena imobilizado em uma enfermaria do convento. O homem, que foi a alma da cidade, pai dos pobres e consolador de tantas desventuras, foi completamente esquecido por todos, transcorrendo o tempo em oração.

Pedro Claver morreu em 8 de setembro de 1654, na Colômbia. Em 16 de julho de 1850, foi beatificado por Pio IX e, em 15 de janeiro de 1888, canonizado por Leão XIII, junto com Alfonso Rodriguez. Em 7 de julho de 1896, foi proclamado Padroeiro de “Todas as Missões Católicas entre os Negros”.

Vatican News

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF