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sexta-feira, 11 de setembro de 2020

“Eles pertencem ao mundo…”

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Veritatis Splendor
  • Autor: S. João Batista Vianney (Cura d’Ars)
  • Fonte: Lista “Reflexões”

Uma parte, e talvez a maior parte das pessoas, está totalmente envolvida com as coisas deste mundo. E neste largo número, existem aqueles que se julgam felizes por terem suprimido todo e qualquer sentimento de religiosidade, todo e qualquer pensamento sobre a vida eterna, aqueles que fizeram de tudo que estava em seu poder, para apagar da memória, a terrível recordação do Julgamento, no qual um dia, todos nós teremos que nos apresentar e prestar contas. Durante o curso de suas vidas, eles usam de tudo quanto é artimanha, e frequentemente até suas posses, para atrairem para o seu modo de vida, tantos quanto puderem. Eles já não acreditam em mais nada. Aliás, eles até sentem um certo orgulho em se exibirem mais ímpios e incrédulos do que realmente são, para poderem convencer os outros a acreditarem, não em verdades, mas sim em falsidades, que vão fincando raízes nos corações daqueles que são influenciados por eles.

Durante um jantar que Voltaire deu num certo dia para seus amigos,- um bando de ímpios- ele rejubilou-se porque entre todos os presentes não havia um sequer que acreditava na religião. Embora no fundo, ele próprio ainda acreditava. Tanto é verdade, que ele demonstrou isso claramente na hora de sua morte. Naquele momento crucial, ele ordenou com grande pressa que um sacerdote fosse levado à sua presença para reconciliar-lhe com Deus. Mas foi tarde demais!

Deus, contra Quem ele havia lutado e falado mal com tanta fúria durante toda a sua vida, agiu com ele do mesmo modo como agiu com Antíoco. Deus simplesmente o abandonou à fúria dos demônios. Naquele momento de pavor, Voltaire possuía apenas o desespero e o pensamento da condenação eterna que lhe estava destinada. O Espírito Santo nos diz: ” O tolo diz em seu coração: não existe Deus”. Mas é apenas a corrupção de seu coração que o leva a cometer tais excessos. No fundo, no fundo, ele não acredita nisso. Ou seja, aquelas palavras: “Deus existe”, nunca desaparecerão inteiramente de seu coração. O pior dos pecadores sempre proferirá o nome de Deus, mesmo sem pensar no que está dizendo! Mas deixemos esses blasfemos de lado. Felizmente, apesar de vocês não serem tão bons cristãos como deveriam ser, graças a Deus, vocês não estão entre esse tipo de gente.

Mas então vocês me perguntarão, afinal quem são essas pessoas que estão parcialmente do lado de Deus e parcialmente do lado do mundo? Bem, meus caros filhos, permita-me descrevê-los. Eu vou compará-los, se me permitirem usar o termo, com cachorros que correm atrás do primeiro que os chamar ou lhes acenar. Vocês podem segui-los do amanhecer até o fim do dia, do início do ano até o final. Estas pessoas vêem o Domingo simplesmente como um dia de descanso ou de lazer. Nesse dia, eles ficam mais tempo na cama do que nos dias de semana, e ao invés de se entregarem a Deus de todo o seu coração, eles nem sequer pensam no Altíssimo. Alguns deles estarão o tempo todo pensando em como será o seu “dia de lazer”, outros estarão pensando nas pessoas que irão encontrar e ainda outros, nas vendas que irão fazer, ou no dinheiro que esperam gastar ou receber. É com grande dificuldade que essas pessoas fazem o Sinal da Cruz, e quando o fazem, fazem de um modo desleixado. Por outro lado, já que irão à Missa mais tarde, elas simplesmente negligenciam as orações que todos os dias deveriam fazer, usando como desculpa:

– Oh! Eu terei tempo de sobra para fazê-las antes da Missa!

Essas pessoas sempre tem algo mais importante a fazer antes de se prepararem para ir à Missa e apesar de terem planejado rezar um pouco antes de sairem para a Igreja, dificilmente conseguem chegar a tempo para o início da Missa. Se encontram um amigo ao longo do caminho, não têm o menor escrúpulo em voltar para casa com o tal amigo e deixarem a Missa para outra ocasião.

Mas porque ainda querem se parecer “bons cristãos”, tais pessoas acabarão por irem à Missa talvez algum tempo mais tarde, embora sempre o fazendo com relutância e achando um infinito aborrecimento. Durante a Missa, o único pensamento que lhes ocorre é aquele: “Ó meu Deus, será que essa Missa não acaba nunca?!” Você pode também observá-los dentro da Igreja, especialmente durante a homilia, olhando sempre de um lado para outro, perguntando à pessoa do lado pelas horas e assim por diante. Uma boa parte delas, fica folheando o Missal como se estivessem procurando por algum erro de impressão. Há outras que podemos ver dormindo e até mesmo roncando como se estivessem confortavelmente deitadas numa cama. Quando acordam assustadas, o primeiro pensamento que lhes vem em mente, não é aquele de terem profanado um local santo, mas sim este:

– Oh meu Deus! Esse padre ainda está falando? Será que esse sermão não termina mais? Desse jeito eu não volto mais!

E finalmente existe também aqueles para quem a Palavra de Deus (que tem convertido tantos pecadores) é verdadeiramente nauseante. Eles não tem vergonha de dizer que são obrigados a sair pelo menos por alguns minutos da Igreja, “para poder respirar um pouco”, caso contrário eles morreriam! Você sempre os verá desinteressados e tristes durante as Missas. Mas espere pra ver quando a celebração terminar! Frequentemente, mesmo antes do sacerdote deixar o altar, eles já estarão com um pé fora da porta de entrada. Serão sempre os primeiros a abandonar a assembléia e qualquer um perceberá que toda aquela alegria que haviam perdido durante a Missa, súbitamente voltou!

Geralmente essas pessoas estão sempre tão cansadas, que nunca terão forças para retornarem para qualquer outra atividade durante a noite: Vigílias, Adoração Solene do S.Sacramento… etc. E se você lhes perguntar, por que elas não compareceram, elas simplesmente responderão:

– Ah! Você também não quer que eu passe o dia inteiro na Igreja, não é? Afinal, tenho outras coisas para fazer!

Para tais pessoas, não existe nada que se aproveite nas homilias, nem no Rosário ou nas Orações Noturnas.Elas vêem essas coisas como simples consequências. Se você lhes perguntar o que foi dito durante a homilia, elas sempre responderão:

– Ah! O Padre não fez outra coisa a não ser gritar muito durante o sermão… foi enjoativo demais… eu não consigo me lembrar de absolutamente nada…. ah! se ele não tivesse sido tão demorado, eu ainda poderia me lembrar de alguma coisa… tá vendo porque todo o mundo não gosta de ir à Missa? É porque ela é comprida demais!

Pelo menos uma coisa esta pessoa disse certo: “todo o mundo”, porque tais pessoas pertencem à classe dos “mundanos”, embora eles próprios não saibam disso. Mas agora vou tentar fazê-los compreender as coisas um pouquinho melhor, pelo menos se eles quiserem… Mas sendo eles, surdos e cegos como são, é muito difícil fazê-los entender as Palavras de Vida Eterna ou o seu estado tão infeliz.

Só pra começar, eles nunca fazem o Sinal da Cruz antes de uma refeição e nem tampouco fazem Ação de Graças depois das mesmas, e muito menos recitam o Ângelus. Se por acaso ainda observarem esses preceitos, devido à força do hábito ou apenas por costume, eles o farão de um modo tão superficial que qualquer um ficaria decepcionado ao vê-lo. As mulheres o farão, ao mesmo tempo que gritam com os demais membros da casa ou chamam as crianças para a mesa, os homens o farão distraidamente enquanto rodam o chapéu de uma mão para outra como se estivessem procurando por algum buraco. O modo como eles pensam em Deus, e o modo como se comportam nos leva facilmente a pensar que eles não tem nenhuma fé e que tudo que fazem, o fazem apenas por brincadeira. Tais pessoas não tem o menor escrúpulo em comprar ou vender nos dias santos e domingos, muito embora saibam que quando não se tem um motivo razoável para isso, é sempre um pecado mortal. Tais pessoas vêem todos esses fatos como bobagens. Alguns chegam a frequentar a Igreja nos dias santos apenas para recrutarem trabalhadores e se você disser que o que estão fazendo é errado, elas simplesmente responderão:

– Nós temos que ir é onde as pessoas se reunem e quando elas podem ser encontradas! Elas também não se importam nem um pouco em pagar suas contas aos domingos, afinal durante a semana precisarão de todo o tempo disponível para adiantar seus trabalhos.

Você então me dirá:

– Nenhum de nós se preocupa muito com essas coisas!

E eu lhes digo, vocês não se preocupam, meu caro povo, porque vocês também são todos mundanos. Vocês querem servir a Deus e ao mesmo tempo satisfazerem aos padrões deste mundo. Vocês percebem, meus filhos, quem são esse tipo de gente? São pessoas que ainda não perderam completamente a Fé e que de alguma maneira ainda permanecem ligados ao serviço de Deus, são pessoas que ainda não abandonaram de vez todas as práticas religiosas e que chegam inclusive a achar falta naqueles que não frequentam a Igreja de jeito nenhum, mas elas próprias não tem coragem de romper com o mundo para passarem exclusivamente para o lado de Deus.

Tais pessoas não desejam ir para a condenação eterna, mas também não querem se meter em situações muito inconvenientes. Elas acham que serão salvas sem ter que fazer muita violência contra si próprias. Elas têm uma idéia de que Deus sendo tão bom, não criou ninguém para a perdição e que no final, apesar de tudo, Ele perdoará a tudo e a todos; que no tempo propício todos se voltarão para Deus, que corrigirão suas faltas e abandonarão seus maus hábitos. No caso de em algum momento de reflexão, chegarem a dar uma repassada em suas vidas mesquinhas, talvez eles até se lamentem por seus pecados e algumas vezes pode até ser que chorem por causa deles…

Meus filhos, quão trágica é a vida daqueles que querem seguir os caminhos do mundo sem no entanto deixarem de ser filhos de Deus! Vamos um pouquinho mais adiante e vocês serão capazes de compreender mais claramente e ver com os seus próprios olhos o quão estúpido esse estilo de vida pode ser. Num determinado momento você chegará a ouvir tais pessoas rezando ou fazendo um ato de contrição. Pouco depois se alguma coisa acontece, do modo contrário ao que eles esperavam, você poderá ouvi-los fazendo imprecações e até mesmo usando o Santo Nome de Deus em vão. Pela manhã você talvez os encontre na Missa cantando ou louvando a Deus. E no mesmíssimo dia você poderá ouvi-los espalhando aos quatro ventos as conversas mais escandalosas.Ao entrar na Igreja, eles molham as suas mãos na água benta pedindo a Deus que os purifique dos seus pecados. Um pouquinho mais adiante estarão usando essas mesmas mãos em atos impuros contra eles próprios ou contra o seu próximo. Os mesmos olhos que pela manhã derramavam lágrimas de emoção ao contemplar Jesus Cristo no Santíssimo Sacramento, durante o resto do dia se concentrarão em observar as cenas mais imodestas. Ontem você viu um determinado homem fazendo um ato de caridade ou prestando um serviço ao seu próximo, hoje esse mesmo homem dá o melhor de si para trair seu vizinho, buscando seu próprio lucro.

Há poucos momentos atrás, aquela mãe desejava todo o tipo de bênçãos para seus filhos, e agora, só porque eles a aborrecem com suas travessuras, ela roga uma verdadeira chuva de pragas sobre eles: diz que desejaria nunca mais vê-los em sua presença e acaba até os mandando para o Diabo! Num dado momento, ela os envia para a Missa ou para a Confissão, já em outro momento, ela os envia para os bailes, ou pelo menos faz de contas que não sabe que eles se encontram lá, ou até mesmo se chegar a proibir, sempre o fará com um sorriso nos lábios, deixando perceber que mais aprova do que condena. Numa determinada ocasião, essa mesma mãe dirá à sua filha para ser recatada e não se misturar com as más companhias e dali a pouco, estará permitindo que sua filha passe horas a sós com um rapaz sem dizer uma só palavra. Não preciso dizer mais nada, minha pobre mãe! Se vê claramente que você está do lado do mundo! Você até acha que está servindo a Deus por causa das práticas exteriores de religiosidade que você pratica. Mas você está enganada; você pertence àquela classe de gente da qual o próprio Jesus Cristo disse: “Ai do mundo!…”

Observe bem essas pessoas que pensam estar servindo a Deus mas que estão vivendo verdadeiramente segundo as máximas do mundo. Elas não tem o menor escrúpulo em tomar as coisas do seu vizinho, quer seja alguns pedaços de lenha ou frutas, ou mesmo milhares de outras coisas. Sempre que forem lisonjeadas ou elogiadas pelo que fazem em termos de religião, sentirão um grande orgulho por suas ações. Tais pessoas são sempre muito entusiasmadas em dar bons conselhos aos outros. Mas deixe que elas sejam submetidas a algum contratempo ou calúnia e vocês verão como elas se comportam por terem sido tratadas de tal modo! Ontem estavam dispostas a fazer todo o bem desse mundo àquele que as ofendeu, hoje mal conseguem tolerar tal pessoa e frequentemente não conseguem sequer vê-la ou falar com ela.

Pobres mundanos! Quão infelizes vocês são! Sigam em frente com esse modo de vida e vocês não terão nada a ganhar senão o Inferno! Alguns de vocês até gostariam de frequentar o Sacramento da Confissão, pelo menos uma vez ao ano, mas para isso, primeiramente gostariam de encontrar um confessor daqueles bem complacentes. Imagine… até gostariam… se isso fosse todo o problema! Suponhamos que encontrem um confessor que perceba que suas disposições não são boas, ou seja, falta-lhes o arrependimento e a contrição, e que portanto se recuse a dar-lhes a absolvição! Imediatamente se põem a falar mal do confessor, procurando se justificarem a si próprios pelo fato de terem tentado e falhado em obter o Sacramento. Com certeza, tais pessoas falarão muito mal daquele confessor, apesar de terem pleno conhecimento de seu estado pecaminoso e de saberem muito bem porque o confessor recusou a dar-lhes a absolvição . De todo modo, eles sabem bem que o confessor não pode fazer nada para conceder aquilo que eles querem e ainda assim elas não se dão por satisfeitas em sair espalhando suas mentiras!

Continuem assim, filhos deste mundo! Continuem nessa rotina; vocês vão ver um dia aquilo que jamais desejariam ver! Eu sei que vocês gostariam de repartir seus corações em dois! Mas não tem jeito, meus amigos: ou é tudo pra Deus ou é tudo para o mundo. Vocês querem receber com frequência os Sacramentos? Muito bem, pois então, abram mão das danças, dos cabarés e das diversões pecaminosas! Hoje vocês possuem a graça em grau suficiente para virem até aqui, apresentarem-se voluntáriamente no Tribunal da Penitência, ajoelhar-se diante da Mesa Sagrada e partilhar do Pão dos Anjos. Daqui há três ou quatro semanas, talvez até menos, vocês já serão vistos passando as noites ao lado dos bêbados, e o que é pior, se entregando aos mais horríveis atos de impureza! Pois continuem assim, filhos deste mundo! Logo, logo vocês estarão no Inferno! Lá eles ensinarão a vocês tudo que deveriam ter feito para conseguir o Céu, que vocês acabaram perdendo inteiramente por sua própria culpa!

Ai de vocês, filhos deste mundo! Continem assim; sigam o mestre que vocês tem seguido até agora! Muito cedo vocês perceberão o quão errados vocês foram ao seguir esses caminhos. Mas será que isso os fará mais sábios? Infelizmente não. Se alguém nos trai uma vez, nós logo dizemos:

– Nunca mais voltarei a confiar nele novamente!

E com razão! Mas o mundo nos trai continuamente e mesmo assim continuamos a amá-lo. São João nos adverte em sua Primeira Epístola: “Não ameis o mundo nem as coisas do mundo. Se alguém ama o mundo não está nele o amor do Pai.”

Ah! meus caros filhos, se nós tivéssemos a menor idéia do que é o mundo, passaríamos nossas vidas em dar-lhe adeus. Quando uma pessoa atinge a idade de quinze anos , ela dá adeus aos tempos de sua infância, ela olha para trás e vê quão efêmeras e bobas eram as brincadeiras infantis de como construir castelinhos de areia. Aos trinta, a pessoa começa a deixar de lado os prazeres consumistas da juventude leviana. Aquilo que dava tanto prazer nos dias de juventude, começa a tornar-se aborrecido. Se formos pensar bem, meus amigos, todos os dias estamos dando adeus a este mundo. Somos como viajantes que desfrutam da beleza da paisagem apenas enquanto estão viajando. Mais cedo do que esperamos, veremos o tempo que deixamos para trás.

E é exatamente a mesma coisa com os prazeres e bens dos quais nos tornamos tão apegados. Chegará o dia em que a Eternidade jogará todas essas coisas num profundo abismo.E então, meus caros irmãos, o mundo desaparecerá para sempre diante dos nossos olhos e reconheceremos a nossa loucura em termos sido tão apegados a uma realidade que passa E a respeito de tudo o que nos foi dito sobre o pecado? Só então veremos que era tudo verdade! Coitado daquele que tiver vivido somente para o mundo! Aquele que não buscou outra coisa senão o mundo em tudo aquilo que fez… De repente todos os prazeres e alegrias do mundo já não mais existem! Tudo estará escapulindo de suas mãos: o mundo, suas alegrias, todos os prazeres que ocupavam seu coração e o que é pior: também sua alma!

Veritatis Splendor

Exortação do Papa inspira jovens para a JMJ

Jesus Cristo é sempre jovem: Exortação do Papa inspira jovens para a JMJ
Jesus Cristo é sempre jovem: Exortação do Papa inspira jovens para a JMJ 
(ANSA)

Na sua Exortação Apostólica aos jovens, o Papa afirma que a juventude de Jesus ilumina os jovens e a Igreja. Francisco segue “animado” a preparação da JMJ 2023 que decorrerá em Portugal.

Rui Saraiva - Porto

“O Papa acompanha com alegria os preparativos para a próxima Jornada Mundial da Juventude em 2023” – foram estas as palavras de D. Américo Aguiar, bispo auxiliar de Lisboa e responsável executivo do evento, que participou na audiência geral com o Papa na quarta-feira 2 de setembro, a primeira com fiéis neste tempo de pandemia.

“O Papa está muito animado e fica sossegado por ter conhecimento direto que as coisas estão a acontecer, e que o trabalho está a ser feito. E pediu para não esquecer a marca solidária na própria Jornada” – explicou à Agência Ecclesia D. Américo Aguiar, que é também o presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023.

Embora com as precauções obrigatórias devido à pandemia do coronavírus, a Jornada Mundial da Juventude que terá lugar em Portugal em agosto de 2023 está a ser organizada, muito embora a prioridade seja a “solidariedade” neste momento tão difícil.

“A jornada passou para segundo plano, estando atento e indo ao encontro dos que precisam de ajuda na vivência da pandemia. No entanto, as coisas têm de continuar a ser pensadas e programadas” – sublinhou D. Américo Aguiar.

E na preparação do evento os jovens não esquecem a Exortação Apostólica “Cristo Vive” que o Papa lhes dirigiu em 2019. No capítulo II do documento, o Santo Padre refere, precisamente, que Jesus Cristo é sempre jovem. Uma boa inspiração que aqui recordamos para não esquecermos que a juventude de Jesus nos ilumina e renova a Igreja.

A juventude de Jesus

 “Jesus Cristo sempre jovem” é o título do segundo andamento do texto do Santo Padre dedicado aos jovens. Na sua reflexão pós-sinodal Francisco afirma que “Jesus é jovem entre os jovens, para ser o exemplo dos jovens e consagrá-los ao Senhor”.

Cristo entrega-se na Cruz “quando tinha pouco mais de 30 anos de idade” – lembra o Papa – sublinhando que, não obstante o Evangelho não nos fale da meninice de Jesus”, conta-nos alguns “factos da sua adolescência e juventude”. “As primeiras imagens de Jesus, jovem adulto”, são as que apresentam Cristo “na multidão ao pé do rio Jordão, para ser batizado pelo primo João Batista, como qualquer um do seu povo” – assinala o Santo Padre citando o texto de S. Mateus.

Jesus cresceu com a sua família e “era-lhes submisso” – diz o Papa recordando o texto de S. Lucas no seu capítulo 2. Este evangelista dá-nos a conhecer que Cristo “crescia em sabedoria, em estatura e em graça diante de Deus e dos homens”, num verdadeiro processo de aprendizagem que orientam o jovem Jesus para a sua “missão suprema” – escreve Francisco na sua Exortação.

O crescimento de Jesus não teve lugar apenas numa “relação fechada e exclusiva com Maria e José” – diz o Papa – mas “de bom grado movia-Se na família alargada, onde encontrava os parentes e os amigos”.

Em particular, Francisco cita S. Lucas e o episódio da peregrinação a Jerusalém na qual, Maria e José, pensando que Jesus “se encontrava na caravana, fizeram um dia de viagem” sem se preocuparem, pois estavam “tranquilos” pensando que aquele adolescente estava bem, pois movia-se livremente entre todos.

Curiosamente, para expressar esta “caravana de peregrinos” – escreve o Papa – S. Lucas usa o “termo grego synodia” que indica o sentido de “comunidade em caminho” na qual se integrou a Sagrada Família. “Graças à confiança que n’Ele depositam seus pais, Jesus move-Se livremente e aprende a caminhar com todos os outros” – sublinha Francisco.

A sua juventude ilumina-nos

Para o Papa todos estes pormenores da juventude de Jesus não devem ser esquecidos pela “pastoral juvenil”, sendo necessário “não criar projetos que isolem os jovens da família e do mundo, ou que os transformem numa minoria seleta e preservada de todo o contágio. Precisamos, sim, de projetos que os fortaleçam, acompanhem e lancem para o encontro com os outros, o serviço generoso, a missão” – escreve o Santo Padre.

Francisco recorda que Jesus partilha a sua juventude conosco e “é muito importante contemplar o Jesus jovem que os Evangelhos nos mostram, porque foi verdadeiramente um de vós e, n’Ele, é possível reconhecer muitos traços dos corações jovens” – afirma o Papa dirigindo-se aos jovens em concreto.

“Jesus teve uma confiança incondicional no Pai, cuidou da amizade com os seus discípulos e, até nos momentos de crise, permaneceu fiel a eles. Manifestou uma profunda compaixão pelos mais fracos, especialmente os pobres, os doentes, os pecadores e os excluídos. Teve a coragem de enfrentar as autoridades religiosas e políticas do seu tempo; viveu a experiência de Se sentir incompreendido e descartado; experimentou o medo do sofrimento e conheceu a fragilidade da Paixão; dirigiu o seu olhar para o futuro, colocando-Se nas mãos seguras do Pai e confiando na força do Espírito. Em Jesus, todos os jovens se podem rever” – escreve o Papa.

Uma Igreja que se deixa renovar

Atenção especial neste capítulo II da Exortação de Francisco para uma súplica especial do Papa a Deus para que a Igreja se deixe renovar e seja jovem:

“Peçamos ao Senhor que liberte a Igreja daqueles que querem envelhecê-la, ancorá-la ao passado, travá-la, torná-la imóvel. Peçamos também que a livre doutra tentação: acreditar que é jovem porque cede a tudo o que o mundo lhe oferece, acreditar que se renova porque esconde a sua mensagem e mimetiza-se com os outros. Não! É jovem quando é ela mesma, quando recebe a força sempre nova da Palavra de Deus, da Eucaristia, da presença de Cristo e da força do seu Espírito em cada dia. É jovem quando consegue voltar continuamente à sua fonte” – escreve o Santo Padre.

Maria, a jovem de Nazaré

“No coração da Igreja, resplandece Maria” – escreve o Papa – assinalando que o “sim de Maria” sempre impressiona, assim como sua alma disponível quando afirma “eis a serva do Senhor”.

Francisco na sua Exortação guarda um espaço especial para a Mãe de Jesus: “Ela soube acompanhar o sofrimento do seu Filho (...), apoiá-Lo com o olhar e protegê-Lo com o coração. Que dor sofreu! Mas não A abateu. Foi a mulher forte do “sim”, que apoia e acompanha, protege e abraça. É a grande guardiã da esperança (...). D’Ela, aprendemos a dizer “sim” à paciência obstinada e à criatividade daqueles que não desanimam e recomeçam” – escreve o Santo Padre.

“Aquela jovenzinha” – diz Francisco referindo a Nossa Senhora – “é, hoje, a Mãe que vela pelos filhos: por nós, seus filhos, que muitas vezes caminhamos na vida cansados, carentes, mas desejosos que a luz da esperança não se apague. Isto é o que queremos: que a luz da esperança não se apague. A nossa Mãe vê este povo peregrino, povo jovem amado por Ela, que a procura fazendo silêncio no próprio coração, ainda que haja muito barulho, conversas e distrações ao longo do caminho. Mas, diante dos olhos da Mãe, só há lugar para o silêncio cheio de esperança. E, assim, Maria ilumina de novo a nossa juventude” – declara o Papa.

Jovens santos

Francisco conclui o capítulo II da sua Exortação apresentando vários jovens santos porque – escreve o Papa – é “através da santidade dos jovens” que a “Igreja pode renovar o seu ardor espiritual e o seu vigor apostólico”. Dos jovens santos citados pelo Papa Francisco destacamos aqui três exemplos do século XX:

“O Beato Pier Jorge Frassati, que morreu em 1925, «era um jovem de uma alegria comunicativa, uma alegria que superava também as muitas dificuldades da sua vida». Dizia querer retribuir o amor de Jesus, que recebia na Comunhão, visitando e ajudando os pobres.”

“O Beato Marcelo Callo era um jovem francês, que morreu em 1945. Na Áustria, foi preso num campo de concentração, onde, no meio de duros trabalhos, confortava na fé os seus companheiros de cativeiro.”

“A jovem Beata Clara Badano, que morreu em 1990, «experimentou como o sofrimento pode ser transfigurado pelo amor (...). A chave da sua paz e da sua alegria era a total confiança no Senhor e a aceitação também da doença como expressão misteriosa da sua vontade para o seu bem e para o bem de todos».”

O Papa Francisco pede que os jovens santos intercedam pela Igreja, para que esta esteja cheia de jovens alegres, corajosos e devotados que ofereçam ao mundo novos testemunhos de santidade.

Laudetur Iesus Christus  

Vatican News

 

Defensora de aborto e prostituição de adolescentes assume alto cargo na ONU, denuncia C-Fam

Tlaleng Mofokeng / Crédito: Flickr de International
Women's Health Coalition (CC BY-NC-ND 2.0)

WASHINGTON DC, 11 set. 20 / 09:30 am (ACI).- O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU) aprovou recentemente a nomeação da médica pró-aborto sul-africana, Tlaleng Mofokeng, como Relatora Especial para o direito à saúde, um cargo de grande influência e que dura seis anos.

Mofokeng é apresentada oficialmente como uma "ativista pelos direitos das mulheres e da saúde sexual e reprodutiva", e ela mesma reconhece que "presta serviços de aborto há mais de uma década".

Álvaro Bermejo, diretor geral da IPPF, a maior multinacional do aborto do mundo, emitiu um comunicado saudando sua nomeação, reconhecendo-a como uma “provedora de serviços de aborto seguro” e oferecendo seu “apoio incondicional”.

No dia 4 de setembro, o Centro para a Família e os Direitos Humanos (C-Fam), grupo de defesa do direito internacional e pesquisa com sede nos Estados Unidos, publicou um artigo no qual assegura que a ONU nomeou “como sua máxima especialista em saúde e direitos humanos a uma antiga abortista partidária da prostituição das adolescentes”.

C-Fam lembrou que, em abril, Mofokeng “recebeu uma forte reprimenda de ex-vítimas de exploração sexual e das associações que as defendem quando escreveu um artigo na Teen Vogue no qual encorajava as jovens adolescentes a considerarem o 'trabalho sexual' como mais uma opção de trabalho”.

Em seu artigo "Por que considero o trabalho sexual digno", de 2019, Mofokeng escreveu que "o trabalho sexual e os direitos das profissionais do sexo também são direitos das mulheres, direitos à saúde e direitos trabalhistas, e constituem a prova de fogo do feminismo transversal”.

Da mesma forma, escreveu que "a ideia de comprar a intimidade e pagar por esses serviços pode ser positiva para muitas pessoas que precisam de conexão humana, amizade e apoio emocional". “Algumas pessoas podem satisfazer certas fantasias e preferências sexuais escabrosas graças aos serviços das profissionais do sexo”, acrescentou.

Segundo C-Fam, o novo cargo de Mofokeng lhe permitirá realizar “sua campanha para descriminalizar a prostituição em todo o mundo”.

Enfatizou também que a sua nomeação "indignou" aqueles que lutam pelo fim da violência sexual contra mulheres e meninas vulneráveis.

Deidre Pujols, fundadora da Open Gate International e cofundadora da Strike Out Slavery, duas organizações dedicadas a ajudar vítimas de tráfico e escravidão moderna, afirmou que “a ideia de que legalizar ou descriminalizar o sexo comercial reduziria seus danos é um mito persistente”.

“Muitos afirmam que se o comércio sexual fosse legal, regulamentado e tratado como qualquer outra profissão, seria mais seguro. Mas a pesquisa sugere exatamente o oposto. Os países que legalizaram ou descriminalizaram o sexo comercial tendem a experimentar um aumento no tráfico de pessoas, lenocínio e outros crimes relacionados”, assinalou a C-Fam.

Haley McNamara, vice-presidente do Centro Internacional de Exploração Sexual (ICOSE), com sede no Reino Unido, também falou sobre o assunto ao Friday Fax - uma agência de notícias associada à C-Fam – afirmando que "os compradores de sexo não veem as mulheres que compram como pessoas dignas de respeito, mas como objetos subumanos para usar".

Do mesmo modo, citou um estudo centrado nos Estados Unidos, segundo o qual 75% das mulheres prostituídas declararam ter sido estupradas por aqueles que pagam por sexo.

A C-Fam assinalou em seu artigo que, na última década, algumas agências da ONU, como a ONU Mulheres, a UNAIDS e o Escritório do Alto Comissariado para os Direitos Humanos "assumiram posições neutras em relação à descriminalização da prostituição".

“A lei que a Dr. Mofokeng está defendendo despenaliza completamente todos os aspectos do comércio sexual, incluindo proprietários de bordéis e cafetões. As Nações Unidas deveriam ser o último lugar que defenda a legalização dos traficantes de pessoas e apoie os consumidores que alimentam essa demanda”, afirma Helen Taylor, Diretora de Intervenção da Exodus Cry, iniciativa que visa quebrar o ciclo da exploração sexual comercial e ajuda aqueles que foram vendidos para fins sexuais.

Jewell Baraka, uma mulher que sobreviveu à exploração sexual graças ao Exodus Cry, escreveu que "sistematicamente, a violência é inerente à prostituição" e que "a maioria das sobreviventes de violência sexual contam histórias não de escolha, mas de violência, fraude e coerção, fatores que as empurraram para a prostituição e as impediram de abandoná-la”.

Mofokeng, como Relatora Especial, irá influenciar a forma de interpretar as obrigações em matéria de direitos humanos dentro da burocracia da ONU.

Ela foi membro fundadora e vice-presidente da Coalizão de Justiça Sexual e Reprodutiva da África do Sul e foi reconhecida pela Fundação Bill e Melinda Gates como líder na área de planejamento familiar em 2016. Atualmente, é apresentadora do programa de televisão sul-africano “Fale sobre sexo com Dr. T ".

Publicado originalmente por ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

ACI Digital

 

São João Gabriel Perboyre

São João Gabriel Perboure (A12)
11 de setembro
São João Gabriel Perboyre

João Gabriel Perboyre nasceu no ano de 1802, em Mongesty, diocese de Cahors, França, de uma numerosa família de agricultores profundamente cristã. Primeiro dos oito filhos do casal, foi educado para seguir a profissão do pai. Porém, desde cedo demonstrava vocação religiosa, e na adolescência, juntamente a dois dos seus irmãos, ingressou no seminário da Congregação de São Vicente de Paulo (lazaristas). Três de suas irmãs também se fizeram religiosas, e um seu tio já era sacerdote.

Foi ordenado padre em 1826, ficando alguns anos em Paris, onde foi professor e diretor de seminários vicentinos. Mas aspirava ser missionário na China, numa casa vicentina; neste país, por esta época havia sido martirizado um outro padre.

Em 1832 um dos seus irmãos, também sacerdote, foi enviado ao povo sino, mas faleceu durante a viagem marítima. João pediu para ser seu substituto, seguindo em 1835 primeiro para Macau (possessão portuguesa até 1999). Ali aprendeu os costumes e o idioma chinês, bem como a apresentar-se como um nativo, pois a entrada de estrangeiros era proibida. Seguiu então para as regiões de Ho-Nan, e depois Hou-Pé. Encontrou um quadro de muitas apostasias, pois a perseguição aos católicos era grande e vários fraquejavam. Mas consolou-os e os incentivou à Fé, e realizou batismos, evangelizando em diversas aldeias.

Antes da celebração de uma Missa dominical em 1839, soldados chineses o quiseram prender, mas ele fugiu e se escondeu num bambuzal. Um rapaz recém-batizado o traiu, indicando o lugar aos perseguidores, que o capturaram. Foi imediatamente espancado. Durante este procedimento, era pressionado a revelar onde estavam outros padres; depois, foi levado a “julgamento”. Na prisão, ficou um ano sendo cruelmente torturado, em três cadeias diferentes. Sofreu mais de 20 interrogatórios, sob deboches, pancadas e torturas, com a intenção de que revelasse a localização de outros sacerdotes que deveriam ser mortos. Numa dessas ocasiões, foi-lhe oferecida a liberdade, se pisasse num crucifixo: recusando veementemente, foi punido com 110 chicotadas. Os tormentos incluíram sobrecarregá-lo com correntes, esmagar seus pés num torno, açoitá-lo com bambus, chicoteamento até a desfiguração, obrigá-lo a beber sangue de cachorro, insultar seu pudor. João Gabriel apenas dizia, “melhor morrer do que pecar.”

Foi por fim condenado à morte. Em 11 de setembro de 1839, amarrado a uma cruz em forma de “X”, foi espancado, escarrado, e teve os cabelos arrancados; enquanto o estrangulavam, ainda lhe davam pontapés na barriga. São João Gabriel Perboyre foi o primeiro missionário da China canonizado pela Igreja.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

Ao longo da História, é possível verificar que no Oriente, de forma geral, o Catolicismo sempre foi muito perseguido, e particularmente após o surgimento do Comunismo. E atualmente a intolerância religiosa, particularmente contra a Igreja Católica, é cada vez mais evidente, mesmo nos países, orientais e ocidentais, que se apresentam com denominação de “democráticos” e “tolerantes”. A falsidade e incoerência destes governos fica escandalosa na pressão social, diminuição ou restrição completa de direitos civis, desrespeito aos valores, tradições e ensinamentos católicos, proibições absurdas até de liberdade de expressão, e em muitos casos prisões, deportações e assassinatos dos filhos da Santa Igreja – em geral, com a argumentação de que os católicos é que são intolerantes com os demais! De fato, Deus, a Igreja e os fiéis não podem ser tolerantes com o pecado, que é o que os “tolerantes” desejam, já que adotam facilmente este modo de vida, e não estão dispostos a terem suas iniquidades confrontadas pela Verdade sobrenatural, e pelas verdades naturais, que o Catolicismo comprova; mas se há tolerância com os pecadores, é nos países de matriz católica (os não corrompidos pelo modernismo). Os “tolerantes democráticos” aceitam tudo, inclusive o satanismo, mas não a Igreja; rejeitam, ignoram, distorcem verdades e fatos históricos, usando de poderosa mídia, na tentativa de desacreditar e desmoralizar a Igreja e a Fé, alegando que este tipo de atitude é em prol da “liberdade”… de quem? Só dos que não são católicos. Mentiras tão absurdas e gigantescas não podem trazer futuro bom para nenhuma sociedade, pois estão apoiados na mentira, e os que hoje são indulgentes com essa mentalidade serão os primeiros a serem escravizados por ela. Os “tolerantes democráticos” odeiam a Igreja porque ela prega a caridade, o perdão, a honestidade, a castidade, o amor na família e na sociedade, o estudo para conhecer a verdade (e não para desenvolver uma retórica a serviço da mediocridade e da mentira), o respeito mútuo, que necessariamente não impede a correção quando devido, a justiça, as verdades naturais da Criação de Deus (como a realidade incontestável que um ser humano é um ser humano desde a sua concepção; alguém por acaso contesta que uma baleia é uma baleia desde a sua concepção? Aos animais se dá mais valor intrínseco do que ao Homem, o único ser feito à imagem e semelhança de Deus! Pode haver “tolerância” ou “consenso democrático” por exemplo a respeito da mudança do valor intrínseco de 1 +1 =2?? Verdades biológicas, ou matemáticas, são verdades, não dependem, absolutamente, de acordos ou convenções); e muitas coisas mais, da mesma índole: assim, por ser honesto, casto, moralmente virtuoso, etc. é que o católico é perseguido. Uma bestialidade que não pode mais ser admitida. Não pode haver liberdade em rejeitar e desonrar a Cruz, justamente a prova maior de Cristo para a nossa libertação do pecado. É portanto necessário aos católicos beber o cálice do Sangue de Cristo, e não se regalar no sangue dos cães, se for o caso imitando diretamente a Jesus e a São João Gabriel Perboyre: sofrendo traição, tortura e morte, talvez numa cruz. É também necessário, de forma, premente, rezar e se mortificar pelas conversões dos que perseguem a Cristo e Sua Igreja. “É melhor morrer do que pecar”. Mas se houver fidelidade e obediência aos Mandamentos de Deus, na vida com os Seus Sacramentos, não será necessário chegar a este ponto: os santos e as conversões inúmeras vezes evitaram desgraças no mundo católico. Que comecem, enquanto é tempo, as conversões, primeiro a nossa, dos católicos, para que a nossa santidade, que é obra do Espírito Santo com a nossa cooperação, possa obter a misericórdia de Deus.

Oração:

Ó Senhor, Todo-Poderoso, infinitamente bom, e infinitamente justo: concedei-nos pela intercessão e exemplo de São João Gabriel Perboyre a graça de não nos sobrecarregarmos com as cadeias do pecado, da apostasia, de não trairmos Cristo e os irmãos, mas protegei os Vossos filhos, livrando-os dos males da alma e do mundo, sustentando-nos nas boas obras e na coragem de rezar e agir pelo Vosso Reino. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Do Comentário sobre os Salmos, de São Bruno, presbítero

São Bruno, fundador da Ordem dos Cartuxos
Canção Nova

(Ps 83:edit.CartusiaedePratis,1891,376-377)                 (Séc.XI)

 

Se me esquecer de ti, Jerusalém

Quão diletos são teus tabernáculos! Minha alma anseia por chegar aos átrios do Senhor (Sl 83,2 Vulg.), à amplidão da celeste Jerusalém, à cidade do Senhor. 

Mostra o salmista por que tanto aspira pelos átrios do Senhor. É por isto, ó Senhor, que és Deus dos exércitos celestes, meu rei e meu Deus, é porque felizes são os que habitam em tua casa (Sl 83,5), na Jerusalém celeste. Como se dissesse: Quem não desejaria com ardor chegar a teus átrios, se és Deus, o Criador, Senhor dos exércitos e rei, e se todos são felizes, os que habitam em tua casa? Átrios e casa têm aqui o mesmo sentido. Por dizer felizes, indica que terão tanta beatitude quanto se possa imaginar. E vê-se também serem felizes porque te louvarão por um amor de entrega pelos séculos dos séculos (cf. Sl 83,5), isto é, eternamente. Pois não louvariam eternamente a não ser que eternamente fossem felizes. 

Ninguém por suas forças pode alcançar esta beatitude, mesmo que tenha fé, esperança e amor. Mas feliz é aquele homem, quer dizer, unicamente chega a esta felicidade aquele cujo auxílio vem de ti (Sl 83,6) para as ascensões da beatitude propostas em seu coração. Vale dizer: Só se pode afirmar que chegará à beatitude quem, tendo preparado o coração para elevar-se a esta felicidade por muitas ascensões de virtudes e de boas obras, recebe auxílio de tua graça. 

Por si mesmo ninguém se eleva. O Senhor mesmo o atesta: Ninguém subiu ao céu, por si mesmo, a não ser o Filho do homem que está no céu (Jo 3,13). 

Digo que preparou ascensões por estar no vale de lágrimas (Sl 83,6.7 Vulg.), nesta vida, humilde e cheia de lágrimas das tribulações, em comparação com a outra vida, chamada monte e repleta de alegrias. 

Por ter dito feliz o homem cujo auxílio vem de ti, poderá alguém perguntar: Acaso Deus auxiliará para isto? A resposta será: Verdadeiramente o auxílio para os felizes vem de Deus. Porque o legislador, Cristo, que nos deu a lei, dá e dará continuamente as bênçãos, os múltiplos dons da graça com que abençoa os seus, quer dizer, erguerá até à beatitude. Por estas bênçãos irão de virtude em virtude, subindo sempre. E no futuro, na Sião celeste, ver-se-á Cristo. Deus dos deuses, aquele que, por ser Deus, deifica os seus. Ou, sendo eles Sião, ali se verá espiritualmente o Deus dos deuses, o Deus Trindade. É o mesmo que dizer: Pela inteligência verão em si a Deus que aqui não pode ser visto, porque Deus será tudo em todos (cf. 1Cor 15,28).

https://liturgiadashoras.online/

Deserto da Judeia: fotos do lugar onde Jesus foi tentado por Satanás

JUDEAN DESERT
John Theodor | Shutterstock
por J-P Mauro

Explorar esse local nos deixa mais próximos dos ancestrais da nossa fé católica.

Clique aqui para abrir a galeria de fotos

Estendendo-se das montanhas da Judeia ao leste até o mar Morto ao oeste, o deserto da Judeia está presente em muitas narrativas bíblicas.

João Batista, que pregou no local, se autodenomina “a voz que clama no deserto”. Foi a ele que o profeta Isaías se referiu ao dizer:

“Uma voz clama no deserto:‘ Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas’”.

Depois de ser batizado por João, Jesus passou 40 dias no deserto da Judeia, onde venceu as tentações de Satanás.

O site em inglês Land of the Bible descreve o terreno do deserto como “acidentado”, com profundos desfiladeiros escavados na rocha pelos rios, alguns dos quais fluem o ano todo para criar valiosos oásis onde pessoas e animais podem encontrar descanso no ambiente inóspito. Como as montanhas e formações rochosas são principalmente de arenito, a paisagem muda constantemente devido à erosão causada pelo vento e pela água.

De uma perspectiva histórica, explorar o deserto da Judeia nos aproxima dos ancestrais de nossa fé católica. Existem muitos assentamentos bíblicos encontrados dentro e fora dos limites do deserto da Judeia. Jerusalém, por exemplo, está na fronteira oeste do deserto.

No deserto da Judeia estão as cidades bíblicas de Belém, Jericó e Hebron, para citar algumas. Também localizadas no deserto da Judeia estão as cavernas de Qumran, onde os Manuscritos do mar Morto foram descobertos em meados do século 20, bem como vários mosteiros cristãos primitivos, alguns dos quais ainda ativos.

Há uma variedade de sítios arqueológicos no deserto, incluindo as fortalezas de Masada e Horkenya.

Aleteia

China reforça proibição de que estrangeiros ensinem religião

A província de Hainan oferece a "recompensa" de 100.000 yuans a quem der informações que levem à prisão de estrangeiros "envolvidos em atividades religiosas não autorizadas".
Guadium Press

Redação (09/09/2020, 16:45 – Gaudium Press) De acordo com a Agencia Ásia News, citando estrangeiros que se dedicam ao ensino na China, Pequim está preparando uma série de disposições com o objetivo de coibir ou eliminar a possibilidade de evangelizar ou de se referir a qualquer tipo de religião.

A imposição dessas novas regulamentações será imposta “em breve”. Enquanto isso, na província de Hainan, a Segurança Pública se prepara para pagar uma “recompensa” de 100.000 yuans (quase 12.387 euros) a qualquer pessoa que revele detalhes ou forneça informações que levem à prisão de estrangeiros “envolvidos em atividades religiosas não autorizadas”.

A província de Hainan oferece a "recompensa" de 100.000 yuans a quem der informações que levem à prisão de estrangeiros "envolvidos em atividades religiosas não autorizadas".
Guadium Press

Atividades religiosas sem autorização prévia estão proibidas na China

As atividades religiosas sem autorização prévia –que incluem evangelização, ensino de catecismo, contato com comunidades locais ou do exterior– já haviam sido proibidas na China com a introdução do novo regulamento sobre assuntos religiosos.

Este novo conjunto de regras para educadores estrangeiros visa, sobretudo, refrear a evangelização de missionários cristãos que ministram cursos de línguas, literatura ou cultura, despertando o interesse dos jovens chineses pela religião.

Partido comunista frustrado: jovens têm grande interesse pelo Cristianismo

O Partido Comunista Chinês parece contrariado ao ver o interesse que tem mostrado a juventude do país pelas religiões e, em particular, pelo Cristianismo.

Uma estatística elaborada há poucos anos mostrava que mais de 60% dos estudantes universitários em Pequim e Xangai estão ansiosos por conhecer algo sobre o cristianismo.

Na tentativa de isolar os jovens e mantê-los dentro de uma cultura nacionalista e comunista, o Partido procurou anos atrás remover conteúdo escolar e universitário relacionado à cultura ocidental que, na China é vista pelas autoridades comunistas como sendo um cavalo de Tróia do Cristianismo. Foi assim que a cultura ocidental vem sendo posta de lado no ensino e são banidas todas as participações dos alunos nas festas cristãs, por exemplo nas comemorações do Natal. (JSG)

 https://gaudiumpress.org/

3 passos para responder ao seu filho adolescente que não quer mais ir à Missa

3 passos para responder ao seu filho adolescente que não quer mais ir à Missa

Comece reconhecendo a premissa da liberdade. Em seguida, recorde 2 exigências para que uma escolha seja realmente livre e não apenas um capricho.

O Pe. George W. Rutler é pároco na igreja de São Miguel, em Nova Iorque, e mantém uma coluna de perguntas e respostas no Catholic Herald, importante portal informativo e formativo católico sediado em Londres, fundado como jornal em 1888 e ainda em circulação como revista no Reino Unido e na República da Irlanda.

Uma das muitas perguntas que o padre recebeu foi enviada por uma mãe de família de Salt Lake City, nos EUA, que relatou que a filha de 16 anos começou a afirmar que não quer mais ir à missa “porque tem idade suficiente para decidir sozinha”.

A resposta dada pelo sacerdote pode ser estruturada em três etapas, caso algum pai ou mãe deseje aplicá-la à sua própria realidade.

1 – Liberdade de escolha

Numa primeira etapa, o pe. Rutler reconhece, logo de cara, a premissa da liberdade:

“A fé não pode ser imposta a ninguém (nem a infidelidade)”.

2 – Fundamentação consciente da escolha

Dito isso, porém, ele recorda que a verdadeira liberdade se fundamenta numa escolha realmente consciente e não meramente passional. Isto exige, no mínimo, que a jovem compreenda claramente o que está rejeitando:

“Pergunte por que ela rejeita o Banquete do Céu e como ela sabe mais sobre a Missa do que alguns santos que, na idade dela, ansiavam pela graça da Sagrada Comunhão: Pier Giorgio Frassati, Chiara Badano, Isidore Bakanja, Teresa dos Andes, Stanislaus Kostka, Catarina de Alexandria, Pedro Calungsod, Luís Gonzaga, Domingos Sávio, Teresa de Lisieux e Joana d’Arc. Peça-lhe que, primeiro, leia breves relatos sobre a vida desses santos e, depois, escreva explicando por que eles estavam enganados”.

3 – Aceitação consciente das consequências

Por fim, ele alerta que toda escolha tem consequências com as quais é preciso ser coerente:

“Você pode acrescentar que, se ela tem idade suficiente para decidir rejeitar a Presença Real de Cristo, logicamente também tem idade suficiente para bancar as contas do quarto dela e os seus gastos com a alimentação”.

Em síntese: é preciso respeitar a liberdade. Mas, para isto, é preciso garantir que se trata mesmo de liberdade. É uma escolha fundamentada e consciente? É uma escolha que vai arcar com as próprias consequências? Se não for, é apenas mais um capricho – e é dever dos pais ajudar os filhos a entenderem a diferença.

Aleteia

Igreja é vandalizada no Ceará e fazem ameaças de morte a padre

Igreja de São Francisco de Assis, em Cruz (CE) /
Foto: Facebook Paróquia São Francisco

FORTALEZA, 09 set. 20 / 02:33 pm (ACI).- Na noite de terça-feira, 8 de agosto, a Igreja de São Francisco de Assis, em Cruz (CE), foi invadida por desconhecidos que vandalizaram o templo com pichações de frases maliciosas, com siglas de facções criminosas e ameaça de morte ao padre.

Segundo informou a Pastoral da Comunicação da Paróquia São Francisco de Assis, o sacristão se deparou com o vandalismo no templo quando chegou para abri-lo nesta manhã.

“Não há suspeita de quem tenha feito o ato. Picharam as paredes com duas assinaturas de facções que dominam o estado [do Ceará], nada comum em atos de vandalismo. Nas paredes e no altar onde se celebra a Missa, eles escreveram frases obscenas e maliciosas.”, disse ao blog da paróquia.

https://twitter.com/Jeff4lmeida?

As pichações nas paredes trazem frases como “O diabo manda aqui”. Sobre a toalha do altar, escreveram “Vai morrer padre”. Além disso, a imagem de São Francisco de Assis também foi alvo do vandalismo.

De acordo com a Paróquia, os suspeitos não levaram nada do templo, o sacrário não foi mexido e o cofre não foi arrombado.

Em declarações ao G1, Padre Tomé da Silva informou que fez um boletim de ocorrência e que a polícia esteve no local pela manhã e está investigando o caso. “Nosso desejo é que de fato seja esclarecido. Nós tínhamos acabado de pintar toda a igreja e está na situação que está. As paredes todas pichadas, as imagens, inclusive o altar com ameaças”, afirmou.

O ocorrido abalou os fiéis da região. Ao blog Ancoradouro, uma paroquiana que preferiu não se identificar declarou que todos ficaram “em choque”. “Estamos atemorizados com isso que aconteceu. Não tive nem coragem de ver as imagens. Foi um triste episódio, de cortar o coração, logo agora depois da reabertura da igreja que aconteceu no domingo. A população está entristecida com esse fato”, disse.

O site da Paróquia recorda ainda que há cerca de um mês, a igreja matriz já tinha sido saqueada. Na ocasião, porém, não houve danos ao templo.

“Pedimos ao nosso povo, paroquianos e devotos que entrem em oração de reparação pelo dano ao patrimônio religioso, casa de Deus”, conclui a nota da paróquia.

ACI Digital 

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF