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terça-feira, 15 de setembro de 2020

SETE PARÁBOLAS DE JESUS SOBRE O REINO

Dom Gil Antônio Moreira
Arcebispo de Juiz de Fora

O número sete, na cultura judaica, tem especial significado. Representa plenitude. Para traduzir a palavra de Jesus sobre o Reino de Deus, o evangelista São Mateus escolheu sete comparações, às quais chamamos parábolas. Estão todas no capítulo 13 de seu evangelho. Na liturgia católica, elas são lidas em três domingos seguidos, a saber, nos 15º, 16º e 17º Domingos do Tempo Comum do Ano A. Ao encerrar este ciclo, são apresentadas as parábolas do tesouro escondido no campo, em que uma pessoa vende tudo o que tem e o compra; a da pérola preciosa, em que alguém também dá tudo o que possui em troca; e a da rede com os peixes, que, no fim dos tempos, serão separados entre bons e maus, indo os bons para os cestos do Senhor e os demais para o fogo da condenação eterna.

As duas primeiras parábolas coincidem em sua mensagem: quem encontra o Reino de Deus é capaz de deixar tudo por ele. Vende tudo o que tem e o acolhe. Coloca-o acima de qualquer riqueza. O Reino de Deus é para ele o maior de todos os bens. Os apóstolos deixaram tudo por causa dele. Além deles, quantos exemplos nós encontramos na história, na tradição da Igreja, de pessoas que foram capazes de deixar tudo por causa do Reino dos Céus! A começar por São Paulo Apóstolo, Silas, Barnabé, São Policarpo de Esmirnia, Santo Irineu de Lião; todos mártires que preferiram perder a vida do que abandonar o Reino. Há, também, Santo Antão e São Bento, filhos de famílias ricas que se fizeram monges para viver mais intensamente no Reino de Deus. São Francisco e Santa Clara, Santa Catarina de Sena, São Camilo de Léllis, Santo Inácio de Loyola, Santa Teresa de Ávila, Santa Teresinha do Menino Jesus; Santa Teresa Benedita da Cruz, que no século XIX chamava-se Edit Stein, filósofa, fenomenologista, judia convertida ao cristianismo; Santa Teresa de Calcutá, São João Paulo II, Santa Dulce dos Pobres e tantos outros. A Igreja guarda com carinho de mãe os nomes de todos estes e de milhares outros como exemplos de pessoas que foram capazes de deixar tudo por causa do Reino de Deus.

A sétima parábola é a da Rede e os peixes. Ela se compara à metáfora do joio e do trigo, com a qual tem algo em comum: ao final dos tempos, alguns vão para a companhia do Pai e outros serão jogados fora, e vão para o fogo que não se extingue. Ela fala das realidades escatológicas, de nossa vida após a morte, a entrada no Reino Definitivo, que é o céu, e se refere aos que, por escolha própria, lá não poderão entrar.

Mas o que é, afinal, este Reino de Deus? Ele não se confunde com organização social ou política. Não se compara com uma realidade mundana, porque na Terra nunca haverá perfeição. Isso não significa, porém, que não tenhamos que criar aqui um mundo mais justo e mais fraterno, mais humano.

O Reino é um estilo de vida em Deus. Um modus vivendi que resulta em comunidade de fé e amor. Na verdade, podemos afirmar que o Reino se resume na pessoa de Jesus Cristo. Quem n’Ele está, está no reinado de Deus, está sob o Senhorio amoroso do Pai. Neste sentido, podemos dizer que o Reino é uma pessoa: é Deus mesmo. Quem está em Deus, está no Reino e quem n’Ele não está, mesmo que estivesse numa organização social exemplar, no Reino ainda não está. A Igreja, por sua vez, é sacramento do Reino. Ela é o Corpo Místico de Cristo no qual nos encontramos como membros do Reino.

Entre muitas de Suas parábolas, Jesus também se compara à porta do redil, por onde entramos para o rebanho de Deus. Por ele, como peixes bons, mergulharmos no Pai. Ele é a porta de entrada para o grande ‘mar’ de salvação que é a Trindade Santíssima. Aqui na Terra vamos vivendo até nos encontrarmos eternamente em Deus, como peixes bons que só têm vida dentro d’água. Se dela saem, morrem na praia e vão servir para o lixo.

Ao redor de Jerusalém, havia um vale onde jogavam a imundície da cidade. Era chamado Geena. Por medida de higiene, mantinham-no sempre incandescente, às vezes nele lançando enxofre para o fogo não se extinguir. Ali jogavam, além do lixo doméstico, toda podridão que surgisse, animais mortos e até cadáveres de pessoas condenadas ou consideradas indignas. Quem caísse vivo neste lugar, não tinha mais salvação. Era impossível resgatar alguém que se afundasse naquele lixão de fogo.

Jesus usou esta imagem para falar do fogo do inferno. Quem se recusa a estar no Reino de Deus, ou seja, estar imerso no Seu amor, mergulhado em Deus, como peixe na água, se tornará lixo e seu fim será trágico, por louca escolha pessoal. Eis aí o que significa a expressão de Jesus ao afirmar que “no fim dos tempos, os anjos virão para separar os homens maus dos que são justos, e lançarão os maus na fornalha de fogo, onde haverá choro e ranger de dentes” (Mt 13, 49-50).

Contudo, o perseverante viverá para sempre na plenitude do Reino celeste. Jesus, ao ensinar aos apóstolos a rezar, incluiu este pedido: “venha a nós o vosso Reino”. Deus nos quer junto d’Ele, com Ele e n’Ele para sempre. Amém!

CNBB

Por que algumas pessoas são alegres e outras amargas?

Giuseppe Milo (CC BY 2.0)
por Carlos Padilla Esteban

Tudo depende da nossa capacidade de valorizar as coisas que temos, não as que nos faltam.

Sei que é mais importante louvar, do que temer. Agradecer, do que queixar. Olhar o céu e sorrir, do que viver amargurado.

Eu gosto das pessoas que agradecem. Das que sorriem sem motivo aparente. Das que chegam à tua vida e a enchem de esperança. Das que entram pelas janelas da alma, abrindo-as de par em par.

Não gosto dos que sempre se queixam, dos que exclamam com pesar: “Se tudo tivesse sido de outra forma…”

Tem gente que tem medo das más notícias. Não quero ser assim. Por isso, gosto de agradecer, sobretudo por aquilo que não é evidente.

A psicóloga Pilar Sordo falou, em certa ocasião, sobre um paciente cego. Ela pediu para que ele agradecesse pelas coisas da vida. O homem, então, enumerou tantas razões pequenas pelas quais tinha que agradecer que ela ficou surpresa. “Tudo vai depender da capacidade que tenho para registrar as coisas que possuo e não as que me faltam. Posso estar permanentemente feliz na medida em que encontro sentido para tudo o que faço. E não consigo isso fazendo sempre o que eu quero. Isso não me faz feliz. Tenho que focar no que eu quero conseguir”, diz a especialista.

Trata-se de mudar as atitudes na vida. Adquirir hábitos que me tornam agradecido, não resmungão.

Enumero tantas coisas que não são evidentes. Não tenho direitos sobre o sol nem sobre a chuva. Tampouco sobre dormir muitas ou poucas horas.

Em momentos de dor, creio que nada é suficiente, pois me falta motivo para estar alegre. Não descubro o motivo da minha existência. E penso que nunca mais vou poder ser feliz.

Como pode uma pessoa agradecer por aquilo que não tem, quando lhe falta aquilo de que ela mais precisa? Quando me falta o que mais amo, é como se o resto fosse insuficiente. E não tenho motivos para estar alegre.

Sinto que não valorizo a vida que tenho. Não dou conta daquilo que me importa. Até que eu perco algo. Não quero passar a vida entre queixas e amarguras. Como se nada pudesse voltar a ser como antes.

Dizia Enrique Rojas: Para ser feliz é necessário não se equivocar com as expectativas e esperar de forma moderada”.

Essa atitude me torna agradecido. Mais consciente do que tenho. Mais feliz por não querer mais do que preciso. Não é feliz aquele que mais tem. Mas aquele que menos precisa. Simples assim!

E eu complico tudo, exigindo dos outros aquilo que eles não  podem me dar. Exigindo da vida o que ela não me presenteia. Exigindo do futuro o que ele talvez não traga. Queixando-me do passado que me tirou tantas coisas importantes. Assim eu não cresço, não amadureço, não sorrio.

Ao invés de me queixar do que não posso fazer, quero alegrar-me do que tenho entre as minhas mãos. Um novo sonho. Um novo projeto. Sem menosprezar o que estar por vir.

Reclamo do destino. Do que eu poderia ser e não fui. Do que poderia ter sido diferente. O que é o destino? Que a moeda caia de um lado e do outro. Que a fortuna sorria para mim e eu tenha o que tanto esperava.

Quando minha felicidade está focada em conseguir o que eu desejo, o que eu sonho e o que eu espero, eu sofro mais. Quero aprender a viver com expectativas mais simples. Sem me amargar quando as coisas não saem como eu quero.

Algo ruim pode se tornar algo bom. Depende de mim, do meu olhar. Depende do que está no centro do meu coração. Para quem vivo? Se Deus é o centro, tudo muda. Espero que seja assim.

Quero agradecer a Deus por tudo o que Ele me deu. Por tudo o que tirou de mim. Por aquilo que eu não tenho. E nunca terei. Por tudo o que ele faz comigo. E por tudo que não faz. Agradeço pelos meus fracassos, minhas cruzes. Minhas tragédias e alegrias.

Parece simples. Decido deixar de reclamar. E passo a agradecer mais pelas coisas simples da vida.

Aleteia

Questões sobre o Batismo (Parte 11/12): Será que os três tipos de Batismo são realmente descritos: Batismo de Água, Batismo de Sangue e Batismo do Espírito?

Veritatis Splendor

  • Autor: São Tomás de Aquino
  • Fonte: Suma Teológica, Parte III, Questão 66
  • Tradução: Dercio Antonio Paganini

Objeção 1: Parece que os três tipos de Batismo não são realmente descritos: Batismo de Água, de Sangue e do Espírito (Espírito Santo). Pois o Apóstolo diz: (Ef. 4,4-5: “Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; um só Senhor, uma só fé, um só batismo). Assim sendo, existe apenas uma Fé, e portanto não poderá haver três batismos.

Réplica à Objeção 1: Os outros dois Batismos estão incluídos no Batismo de água, da qual ele retira sua eficácia, tanto da Paixão de Cristo como do Espírito Santo. Consequentemente, por esta razão a utilidade do Batismo não é destruída.

Objeção 2: Lembremo-nos que o Batismo é um sacramento pelo qual nós fomos limpos antes (perg. 65, art. 1). Fica claro que nenhum outro batismo, senão o da água, é o verdadeiro sacramento. Assim sendo, nós não devemos reconhecer os dois outros batismos.

Réplica à Objeção 2: Como ficou estabelecido acima (perg. 60, art. 1) o sacramento é uma espécie de sinal. Os outros dois, todavia, não estão, de fato, como está o Batismo da Água, na natureza do sinal, mas no efeito batismal. Consequentemente, não são sacramentos.

Objeção 3: Realmente, Damasceno (De Fide Orth. IV) distingue diversos tipos de Batismo, mas nós poderíamos admitir mais de três Batismos.

Réplica à Objeção 3: Damasceno enumera certos Batismos figurativos, por exemplo, “o Dilúvio” foi uma figura de nosso Batismo, com respeito à salvação da fé na Igreja. Então “umas poucas… almas foram salvas na arca (Vulgata) ‘pela água'”, de acordo com 1Pd 3,20. Ele também menciona “a travessia do Mar Vermelho” como sendo uma outra figura de nosso Batismo, em relação à nossa libertação da escravidão do pecado. Também o Apóstolo diz (1Cor 10,2) que “todos… fomos batizados na nuvem e no mar “. E ainda ele menciona “as diversas lavagens que eram costumeiras na Velha Lei, “as quais eram figuras de nosso Batismo, como limpeza dos pecados”, e “o Batismo de João,” que preparou o caminho para o nosso Batismo.

Pelo contrário, em Hb 6,2, “da doutrina dos Batismos”, a interpretação diz: “é utilizado o plural porque existe o Batismo de Água, de Sangue e de Arrependimento.”

Eu respondo que, como estabelecido antes (perg. 62, art. 5), o Batismo da Água tem sua eficácia a partir da Paixão de Cristo, pela qual um homem é conformado pelo Batismo e também pelo Espírito Santo como primeira causa. O efeito do Batismo depende da primeira causa, e a causa supera em muito o efeito, não apenas o faz, mas depende dele. Consequentemente, uma pessoa pode, sem o Batismo da Água, receber o efeito sacramental a partir da Paixão de Cristo, se estiver muito conformado com Cristo, pelo sofrimento Dele. Também está escrito (Ap 7,14: “Respondi-lhe: ‘Meu Senhor, tu sabes’. Disse-me ele: ‘Estes são os que vêm da grande tribulação, e lavaram as suas vestes e as branquearam no Sangue do Cordeiro'”. Dessa maneira, uma pessoa recebe o efeito do Batismo pelo poder do Espírito Santo, não apenas sem o Batismo da Água, mas também sem o Batismo do Sangue, visto que seu coração é movido pelo Espírito Santo para acreditar em amar a Deus e arrepender-se de seus pecados. Assim sendo, isto também é chamado Batismo do Arrependimento. A respeito disso, está escrito em Is 4,4: “Quando o Senhor tiver lavado a imundícia das filhas de Sião, e tiver limpado o sangue de Jerusalém do meio dela com o espírito de justiça, e com o espírito de ardor”. Isto também é chamado Batismo, visto que isso toma o lugar do Batismo. Mas Agostinho diz (De Único Baptismo Parvulorum IV): “O bem-aventurado Cipriano argumenta com considerável razão a respeito do ladrão que não era batizado, Jesus disse: ‘Ainda hoje estarás comigo no Paraíso’; este sofrimento pode tomar o lugar do Batismo. Tendo isto se fixado em minha mente mais e mais, eu prescrevo que não apenas pode o sofrimento em nome de Cristo suprir a falta do Batismo, mas também a fé e conversão do coração, se porventura for levado em conta que devido à urgência do tempo, a celebração do mistério do Batismo for impraticável”.

Veritatis Splendor

Beato Antônio Maria Schwartz

arquisp

Antônio nasceu em uma família humilde e cristã, em 1852, na Áustria. Aos quinze anos ficou órfão de pai, vivendo uma grave crise pessoal, que durou dois anos. Em 1869, recuperado, foi estudar na escola popular gratuita de padres. Ali conheceu a obra do fundador São José Calazans, tornando-se um seu devoto extremado. Ainda jovem resolveu seguir a vida religiosa, e mesmo passando por momentos de grave enfermidade, conseguiu ordena-se sacerdote em 1875.

O Padre Antônio Maria foi capelão por quatro anos, depois viajou à Viena, para promover assistência espiritual aos doentes nos hospitais das Irmãs da Misericórdia. Além disso, lembrando-se de sua própria infância, começou a orientar na religião, os operários e os jovens aprendizes em formação profissional.

Neste período sofreu outro período conturbado de enfermidades, mas não desanimou. Em 1888 criou o "Artesanato cristão", um jornal para os artesãos e operários, que escreveu durante um longo tempo sozinho. Também buscou e conseguiu os meios para construir a primeira igreja para os operários de Viena. Foi nessa igreja que, para melhor assisti-los, fundou a "Congregação dos Pios Operários", adotando a regra de São José de Calazans.

Morreu em 15 de setembro de 1929, em Viena, Áustria. O Papa João Paulo II o proclamou Beato em 1998, designando a data da morte para a homenagem litúrgica.


Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR 

Reflexão
Antônio Maria vivificou sua obra com valentia cristã durante quarenta anos. O "Apóstolo Operário de Viena" que, dividia opiniões, permaneceu sempre fiel a si mesmo e à Igreja de Cristo. Seus passos foram corajosos para conseguir lugares de formação profissional para os jovens e para o justo repouso dominical dos operários.
Oração
Deus, Pai de Misericórdia, que a todos amais sem distinção, dai-nos seguir o exemplo de Santo Antônio e lutar pelos direitos e justiça dos trabalhadores. Fazei de nós verdadeiros missionários entre os trabalhadores e, sobretudo, inspirai-nos palavras e ações para confortar os desempregados e esquecidos pela sociedade. Por Cristo nosso Senhor Amém!

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segunda-feira, 14 de setembro de 2020

O sofrimento de Jesus na Cruz e a nossa dor

O sofrimento de Jesus na Cruz e a nossa dor
por Pe. Reginaldo Manzotti

Com as celebrações da Exaltação da Santa Cruz e de Nossa Senhora das Dores aprendemos a viver o nosso sofrimento de forma santificante.

Nesta semana, iremos celebrar duas festas litúrgicas: a Exaltação da Santa Cruz, dia 14/09, e Nossa Senhora das Dores, dia 15/09. Com essas duas celebrações, aprendemos a viver o sofrimento de uma forma santificante.

Diante da dor e do sofrimento, costumamos questionar a razão de estarmos enfrentando tamanha adversidade. A nossa vida é feita de muitos “por quês”. Por que esta doença? Por que minha melhor amiga se matou? Por que meu filho nasceu com esta doença? Por que eu? Por que comigo?

Filhos e filhas, aqui proponho a não focarmos nestes “por quês”. Verdade que a aridez espiritual, fruto do sofrimento, é terrível, mas ela começa dentro do nosso coração. Então, como fazer para lidar com a dor e o sofrimento? Contemplando a Cruz de Cristo para, ao contemplá-la, mergulharmos neste entendimento da dor e do sofrimento.

Ao olharmos para o sofrimento de Jesus na Cruz, somos chamados a contemplar também a nossa dor. Tem gente que gosta de se “vitimizar”. Gostar da dor é considerado uma patologia, uma doença. E existem pessoas que caminham pela vida como se gostassem de sofrer. Cuidado! A medicina e a ciência se empenham em minimizar nossas dores. No entanto, elas até conseguem minimizar, mas tirá-las totalmente jamais.

Saiba que a dor é pedagógica. Ela nos ensina. Todos querem seguir ao Senhor Glorioso. Poucos são aqueles que querem seguir ao Senhor Crucificado. Diante de uma dor, nossa primeira reação é a de negar este sofrimento. E, logo em seguida, o segundo passo é o do “por quê”. Os nossos “por quês” devem nos levar ao “para que”. É preciso descobrir, dentro deste mistério que é o sofrimento humano, a razão pela qual enfrentamos determinada dor. É preciso aceitar a dor. Mas não de uma forma passiva.

Jesus assumiu a nossa condição humana em tudo, exceto no pecado. E em Cristo conseguimos redimensionar esta experiência dolorosa do sofrimento na própria vida. O sofrimento nos amadurece. Diante do sofrimento somos trabalhados por Deus em nos abrirmos ao próximo. Jesus era tão humano, tão humano, que não media esforços para ajudar as pessoas.

Meus irmãos, precisamos ser mais humanos! Quantos casamentos não teriam terminado, quantos relacionamentos entre pais e filhos não estariam em crise, se estivéssemos mais atentos às fragilidades dos outros. E isso se adquire como um fruto que vem da contemplação de Cristo na Cruz. A liberdade mal-usada provoca dor, sofrimento.

Existem muitas coisas em nossas vidas que ficarão sem respostas. Morreremos sem saber e entender os tais “por quês”! Por isso, o importante é o “para que” deste sofrimento.

Jesus passou pelo Calvário e a gente se pergunta: “Para que Jesus morreu na Cruz?” Ele morreu para revelar esta verdade: o Pai nos ama!

Por isso, filhos e filhas, aprendamos com a dor. E uma forma é redimensioná-la, e como fazer isso? Existem muitas formas, mas a melhor forma de redimensionar uma dor é entregando-se por amor aos irmãos. A dor santifica. A cruz liberta.

Aleteia

Papa: melhor perdoar para ser perdoado

POPE FRANCIS
Antoine Mekary | Aleteia | I.MEDIA

“Quanto sofrimento, quantas lacerações, quantas guerras poderiam ser evitadas se o perdão e misericórdia fossem o estilo de nossa vida”.

O Papa Francisco afirmou nesse domingo que não é fácil perdoar, mas é melhor fazê-lo, para poder também ser perdoado.

“Perdoar não é algo só de momento, é uma coisa contínua contra esse rancor, esse ódio que volta. Pensemos no final, deixemos de odiar (…). Quanto sofrimento, quantas lacerações, quantas guerras poderiam ser evitadas se o perdão e misericórdia fossem o estilo de nossa vida!”.

Inspirado na passagem de São Mateus (Mt 18, 21-35), proposta pela liturgia do dia, o Papa dedicou sua reflexão no Angelus deste domingo ao perdão.

O cerne da parábola do rei misericordioso contada por Jesus é a indulgência que o patrão demonstra para com o servo com a dívida maior.

A súplica “Dá-me um prazo e eu te pagarei tudo” é encontrada duas vezes na parábola, começou explicando o Papa:

“A primeira vez é pronunciada pelo servo que deve a seu patrão dez mil talentos, uma soma enorme, hoje seriam milhões de euros. A segunda vez é repetida por outro servo do mesmo patrão. Ele também está em dívida, não com seu senhor, mas com o mesmo servo que tem uma dívida enorme. E a dívida dele é muito pequena, talvez como o salário de uma semana.”

O patrão – conforme descrito pelo evangelista – teve compaixão – nunca esquecer esta palavra. Jesus teve compaixão – , deixou o servo ir embora, perdoando sua dívida. Como a dívida era enorme, o perdão também o foi.

Mas o servo, por sua vez, após perdoado, mostra-se implacável com seu companheiro que lhe devia uma soma modesta, e manda-o para a prisão até que este quite a sua pequena dívida. O patrão fica indignado ao saber, chama o servo malvado e faz com que seja condenado: “Mas eu te perdoei tanto e és incapaz de perdoar este pouco?”

Francisco explica que na Parábola encontramos duas atitudes diferentes: a de Deus – representado pelo rei –  que perdoa tanto, porque Deus perdoa sempre, e a do homem:

“No comportamento divino, a justiça é permeada pela misericórdia, enquanto o comportamento humano se limita à justiça. Jesus exorta-nos a abrirmo-nos com coragem ao poder do perdão, porque nem tudo na vida se resolve com a justiça, sabemos disso.”

De fato, “há necessidade desse amor misericordioso”, que é também a base da resposta do Senhor à pergunta de Pedro sobre quantas vezes deve perdoar um irmão que peca contra ele.

O “setenta vezes sete”, na linguagem simbólica da Bíblia, “significa que somos chamados a perdoar sempre”:

“Quanto sofrimento, quantas lacerações, quantas guerras poderiam ser evitadas se o perdão e misericórdia fossem o estilo de nossa vida! Mesmo em família. Quantas famílias desunidas, que não sabem se perdoar, quantos irmãos e irmãs que têm este rancor. É necessário aplicar o amor misericordioso em todas as relações humanas: entre os cônjuges, entre os pais e os filhos, nas nossas comunidades, na Igreja e também na sociedade e na política.”

O Papa recordou então da Missa celebrada pela manhã, quando ficou profundamente tocado por uma frase do Livro do Eclesiástico: “Lembra-te de teu fim, e deixa de odiar”, exortando ao exercício contínuo do perdão:

“Bela frase! Mas pense no fim! Pense que estarás em um caixão e levarás o ódio para lá. Pense no final, deixe de odiar! Deixe do rancor. Pensemos nesta frase tão tocante: “Lembre-se do teu fim e deixa de odiar”. E não é fácil perdoar, porque nos momentos tranquilos alguém diz: “Sim, mas eles ou ele me aprontaram de tudo, mas também eu aprontei tantas. Melhor perdoar para ser perdoado”. Mas então o ressentimento volta, como uma mosca incômoda no verão que vai e vem e volta … Perdoar não é algo só de momento, é uma coisa contínua contra esse rancor, esse ódio que volta. Pensemos no final, deixemos de odiar.”

“Essas palavras contêm uma verdade decisiva. Não podemos pretender o perdão de Deus para nós se, por sua vez, não concedermos perdão ao nosso próximo. É uma condição: pense no fim, no perdão de Deus e deixe de odiar, mande embora o rancor, aquela mosca incômoda que volta e volta e volta. Se não nos esforçarmos para perdoar e amar, tampouco nós seremos perdoados e amados.”

Confiemo-nos à materna intercessão da Mãe de Deus: que ela nos ajude a perceber o quanto somos devedores a Deus e a recordá-lo sempre, para assim ter o coração aberto à misericórdia e à bondade.

(Com Vatican News)

Aleteia

 

A Oração do Senhor: por que não é a mesma?

Apologética
Veritatis Splendor
  • Autor: Pe. Arthur W. Terminiello
  • Fonte: Livro “The 40 Questions Most Frequently Asked about the Catholic Church by Non-Catholics” (1956) / Site “Una Fides, One Faith” (http://net2.netacc.net/~mafg)
  • Tradução: Carlos Martins Nabeto

– Por que os católicos não rezam o Pai Nosso tal como se encontra nas Escrituras, com o final: “Pois Teu é o reino, o poder e a glória para sempre”?

Os católicos rezam a oração do Senhor como é encontrada nas Escrituras; e é a mesma que se encontra na SUA versão da Bíblia.

Não condenamos a Doxologia, “pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre”. É uma linda oração. No entanto, não é bíblica.

A Doxologia encontra-se na Versão do Rei Tiago [KJV], é verdade. A Versão Revisada do Rei Tiago [RKJV], no entanto, a omite e traz uma anotação marginal de que alguns manuscritos a possuem, mas que os melhores manuscritos não. Assim também, a Versão Revisada Padrão [SVR] diz na nota de rodapé de Mateus 6,13:

  • “Outras autoridades, algumas antigas, acrescentam de alguma forma: ‘porque teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém'”.

Portanto, podemos dizer que os NÃO-CATÓLICOS não estão usando o texto da Oração do Senhor encontrado nas últimas versões de sua própria Bíblia.

Por que existe uma diferença? Provavelmente essa Doxologia se deveu a uma nota marginal feita por algum copista da Bíblia na Igreja primitiva. Mais tarde, acabou entrando no texto de alguns dos manuscritos antigos.

Veritatis Splendor

Conheça esse crucifixo gigante de uma cidade brasileira dedicada à Santa Cruz

Crucifixo Gigante em Taquarana - AL (ACI Digital)

Maceió, 11 set. 20 / 02:05 pm (ACI).- Desde o mês passado, quem visita a cidade de Taquarana (AL) tem agora um gigante monumento religioso para conhecer: uma cruz de 17 metros de altura, construída em homenagem à Padroeira local, a Santa Cruz.

 O crucifixo gigante foi inaugurado em 24 de agosto, dentro das festividades de emancipação política do município.

Ao citar o jovem escritor Emanuel Varela, a Diocese de Penedo – a qual engloba e cidade de Taquarana – explicou em seu Facebook: “é sabido e ressabido por todos que foi no entorno da igreja Matriz de Taquarana, que a sede do município se originou e se desenvolveu. Ora, a história de Taquarana, de certa forma, muito se confunde com a história de nossa padroeira. Na verdade, até caminham juntas”.

Por sua vez, o Santuário da Santa Cruz, de Taquarana, indica em seu Instagram que este monumento é “um grande presente, tendo em vista que em 2021 a igreja celebrará 200 anos da construção da capela, a qual passou a ser a paróquia e hoje é considerada um santuário, onde recebe pessoas de todo o Brasil e possui uma das maiores festa de Alagoas”.

Segundo Varela, citado pela Diocese de Penedo, “ao logo dos duzentos anos de história do Madeiro de Cristo em terras taquaranenses muitas famílias foram educadas para entender que a Cruz simboliza as duas direções que se cruzam do mandamento do amor: o amor de Deus na direção vertical e o amor ao próximo na direção horizontal. A Cruz nos acompanha desde a mais tenra idade como forte lembrança da maior prova de amor de Deus por nós: a entrega de Seu Filho único pela vida do mundo”.

O escritor ainda pontua que “foi dentro desse contexto educativo que nos tornamos uma comunidade de paz e de bem. Assim, será uma justa homenagem a esse povo cristão, fundacional e desenvolvimentista do nosso território”.

A Gloriosa Santa Cruz está localizada na Praça Alto da Santa Cruz, às margens da rodovia AL 110, em um dos acessos à cidade, e trata-se de uma antiga reivindicação da população.

O monumento possui 17 metros de altura, sendo 3 metros de base mais 14 metros do crucifixo. É uma obra feita om fibra de vidro (resinado)  pelo artista plástico Regivaldo da Silva Santana.

Segundo assinala a Diocese de Penedo, “tal obra é uma cópia de uma imagem de madeira que encontra-se na Casa Paroquial, na posse do Padre Jackson, autor da sugestão”.

Anualmente, a festa da Santa Cruz, no Santuário de Taquarana, é celebrada entre 24 de abril e 3 de maio, dia em que a Igreja recorda a Descoberta da Santa Cruz. Entretanto, como este ano não foi possível realizar, devido à pandemia de Covid-19,a festividade será celebrada no próximo dia 14 de setembro, por ocasião da Exaltação da Santa Cruz.

Haverá a novena de 11 a 13 de setembro e, no dia 14, às 15h30 sairá a procissão do Santuário rumo à Praça Alto da Santa Cruz, onde se encontra o novo monumento, onde será realizada a Missa solene.

ACI Digital

Exaltação da Santa Cruz

Celebração da Paixão do Senhor na Basílica de São Pedro
Celebração da Paixão do Senhor na Basílica de São Pedro  (Vatican Media)

“Nós, porém, pregamos um Messias crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os pagãos” (I Cor 1,23)

Dom Eurico dos Santos Veloso - Arcebispo emérito de Juiz de Fora

Hoje, 14 de setembro, celebramos a Festa da Exaltação da Santa Cruz, fonte da santidade e símbolo da libertação, onde através da morte de Jesus na cruz, revela a vitória da Vida sobre o pecado, a morte e o mal.

Tal data recorda a dedicação das Basílicas sobre o Gólgota e o Sepulcro de Cristo ressuscitado. Também, faz-se memória da vitória de Heraclio sobre os persas (630 d.C), dos quais foram recuperados as relíquias da cruz e, solenemente, transladadas para Jerusálem (https://www.ofm.org.br/artigo/o-que-significa-a-festa-da-exaltacao-da-santa-cruz--13092018-100720).

Embora tenha todo este simbolismo por detrás da data, a essência principal da Festa da Exaltação da Santa Cruz é recordar e vivenciar a Paixão que nos libertou de nossas paixões; é exaltar a Cruz que condenou e esmagou o pecado em cada um de nós; é recordar dos cravos encravados nas mãos d‘Aquele que apagou o castigo do mal em cada um de nós. Afinal, todo aquele que olha a Cruz encontra Jesus Cristo que, “existindo em condição divina, não fez do ser igual a Deus uma usurpação, mas ele esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e tornando-se igual aos homens. Encontrado com aspecto humano, humilhou-se a si mesmo, fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz” (Fl 2,6-8).

Ora, tudo isto foi realizado por Amor, com Amor e pelo Amor, pois “do mesmo modo como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do Homem seja levantado, para que todos os que nele crerem tenham a vida eterna. Pois Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna” (cf. Jo 3,14-16).  

Em suma, que possamos reconhecer, verdadeiramente, a profundidade do amor de Jesus por nós e pela humanidade, inspirando através deste ato de Amor, replicar a entrega deste mesmo Amor pelos nossos irmãos através da redenção e felicidade.

A Cruz Sagrada seja a minha luz! Saudações em Cristo!

Vatican News

São Materno de Colônia

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São Materno é celebrado pela tradição como o primeiro bispo da cidade de Colônia, na Alemanha. Ainda segundo a tradição, no século quarto, Materno veio da Palestina para evangelizar os germânicos.

Materno viveu num período de crise da Igreja. Após um período de perseguições do império, o problema agora estava no próprio seio da Igreja, que estava em perigo de dividir-se por causa das heresias.

O bispo Materno foi um grande pacificador na Igreja. Por causa da heresia donatista, ele viu-se obrigado a deslocar-se para o norte da África. A heresia donatista pregava o elitismo moral cristão, deixando de lado os infiéis e pecadores. Por causa de suas infidelidades, estes cristãos não poderiam nunca mais ser admitidos a comunhão da Igreja.

Materno interferiu na comunidade africana, mostrando-se favorável ao reestabelecimento da paz e da comunhão dos cristãos que tinham extraviado do bom caminho. Mas, mesmo assim, o cisma donatista continuou a espalhar-se pelo norte da África.

São Materno é venerado pelo povo germânico e suas ações estão estampadas nos vitrais da Catedral de Tréveris, que também abriga seus restos mortais.


Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR 

Reflexão
Na história da Igreja muitos foram os homens e mulheres que doaram suas vidas e suas capacidades para manter a unidade da fé. Guiados pelo Espírito Santo e convictos da Boa Nova do Reino, estas pessoas viveram plenamente sua vocação de servir a Deus e ao próximo, a exemplo de Jesus Cristo.
Oração
Ó Deus Pai de bondade, que enviastes vosso servo São Materno para reconciliar os cristãos entre si e manter a unidade da fé, ensinai-nos a viver de tal modo unidos a Vós e que em tudo que fizermos proclamemos vosso amor. Por Cristo nosso Senhor. Amém!

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF