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segunda-feira, 21 de setembro de 2020

A FESTA NACIONAL DAS ÁRVORES

Dom Roberto Francisco Ferreira Paz
Bispo de Campos - RJ
Pelo Decreto nº 55.795, de 24/02/1965, institui-se a Festa Anual das Árvores, celebrado dia 21de setembro, nas Regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul. O segundo artigo desse decreto declara a finalidade deste evento: “difundir ensinamentos sobre a conservação das florestas e estimular a prática de tais ensinamentos, bem como divulgar a importância das árvores no processo da pátria e no bem-estar dos cidadãos”. Na letra do Hino Nacional Brasileiro, poema de Joaquim Osório Duque Estrada, cantamos com ervor na segunda parte: “Nossos bosques têm mais vida”. Sim, porque a primeira e fundamental soberania é a soberania da vida, e os bosques são sinal desta soberania primordial, pois de que adianta ser soberano onde não pode existir a vida.

E o verde da nossa bandeira vem também reforçar que nossas matas pertencem ao patrimônio biológico de nossa querida Pátria, atestando a sustentabilidade dos biomas existentes.

É verdade que, desde o descobrimento o Brasil, tem sofrido muito com o desmatamento e com as queimadas que destruíram grande parte da maior reserva florestal do planeta, mas, é verdade também, que nos últimos tempos houve um recrudescimento alarmante, especialmente na Amazônia, no Cerrado e no Pantanal, sem deixar de recordar a antiga exuberância da Mata Atlântica.

Sem sombra de dúvidas, e a sombra tem a ver com árvores, o desmatamento intencional prejudica gravemente a manutenção do equilíbrio  a natureza, destrói o abrigo e o alimento à fauna, desprotege o solo da erosão e impede a purificação do ar do planeta. Mesmo nas cidades, as árvores amenizam e embelezam o paisagismo urbano, purificam o ar saturado de poluentes, significa o ninho do passaredo, e gera qualidade de vida em nossas praças. Neste tempo de cuidado da Criação, defender a florestania, preservando matas e bosques, é contribuir para uma vida saudável, harmoniosa e fraterna para com todas as criaturas. Que o Senhor Jesus, que morrendo numa Cruz, a instituiu como a árvore da vida, nos ajude a estimular o plantio de árvores e sanar a Terra, pois não venceremos a Pandemia do COVID, no ecocídio e no desrespeito à vida no planeta. Deus seja louvado!

CNBB

PRESIDENTE DA CNBB É NOMEADO COMO MEMBRO DO OBSERVATÓRIO DOS DIREITOS HUMANOS DO PODER JUDICIÁRIO

CNJ: Reprodução

O arcebispo da arquidiocese de Belo Horizonte (MG) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo, foi nomeado, dia 17 de setembro, como um dos 19 membros do primeiro Observatório dos Direitos Humanos do Poder Judiciário brasileiro. O Observatório, criado no mesmo dia em que o seu colegiado foi constituído, é coordenado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e presidido pelo presidente do órgão, o ministro Luiz Fux.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Foto: Comunicação Arquidiocese de Belo Horizonte.
O grupo de trabalho do CNJ irá acompanhar a proteção e a implementação dos princípios de direitos humanos no âmbito do Poder Judiciário. Além do presidente do CNJ, ministro Fux, o Observatório dos Direitos Humanos do Poder Judiciário conta, em sua constituição, com 10 conselheiros do CNJ e com profissionais do meio acadêmico, membros da sociedade e de entidades representativas que possuem experiência ou formação na área de direitos humanos.

Cabe ao Observatório a articulação da Justiça com instituições nacionais ou internacionais que atuem na área de proteção aos direitos humanos, assim como parcerias para intercâmbio de informações, experiências e projetos ligados à tutela dos direitos humanos. Para realizar suas atividades, o GT poderá convidar colaboradores eventuais para participar de reuniões, projetos ou outras iniciativas, sempre que houver necessidade.

Direitos humanos: valores universais

Os direitos humanos são valores universais, de todo ser humano, independentemente de raça, sexo, nacionalidade, etnia, idioma, religião ou qualquer outra condição. Eles estão assegurados pela Constituição Federal brasileira e, também, em tratados e acordos internacionais assinados pelo Brasil. Ao ratificar esses textos, o Poder Público deve promover ações que garantam que esses direitos sejam cumpridos.

A criação do GT foi anunciada pelo ministro Luiz Fux em seu discurso de posse na presidência do Supremo Tribunal Federal (STF) e do CNJ, na última quinta-feira, 10 de setembro. Na ocasião, o ministro apresentou cinco eixos de atuação do CNJ alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 e, entre eles, estavam a proteção dos direitos humanos e do meio ambiente.

Membros do Observatório

Também integram esta primeira formação do observatório, o ator Wagner Moura, enquanto embaixador da luta contra o trabalho escravo pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), o frei David Raimundo Santos, da ONG Educafro, e a antropóloga Maria Manuela Ligeti Carbeiro, por suas atuações nas temáticas etnológica, da história e dos direitos dos índios e negros.

O  Rosh da Congregação Judaica do Brasil, rabino Nilton Bonder, também faz parte do colegiado, além do presidente da AVON, Daniel de Almeida Gusmão Alves Silveira, que  foi convidado em razão do trabalho do Instituto Avon na promoção e empoderamento da mulher e no investimento em ações sociais e projetos nessa temática.

Conheça:

Minuta de criação do primeiro Observatório dos Direitos Humanos do Poder Judiciário brasileiro.

Foto:
Reprodução do arquivo do CNJ

CNBB

O que fazer quando perdoar alguém parece impossível

Staff/Shutterstock
por Cerith Gardiner

O primeiro passo do perdão é rezar pela graça de querer perdoar alguém que te magoou.

Meu tipo favorito de oração é aquela que eu mesmo faço, que reflete o que está acontecendo na minha vida e no mundo ao meu redor em um determinado momento. E não importa o que ou como eu rezo: gosto sempre de terminar com um Pai-Nosso.

Ultimamente, no entanto, tenho achado muito mais difícil fazer essa oração, porque estou tendo dificuldade para acreditar no que estou dizendo – e me sinto uma fraude. Eu sinto que estou decepcionando Deus.

A vida tem sido um pouco difícil este ano (e isso é para dizer o mínimo). Há alguém na minha vida que causou tantos danos a mim e aos meus filhos que não consigo perdoar. “Eu nunca vou te perdoar em um milhão de anos” é a frase que vem à mente sempre que penso na dor que passamos.

No entanto, sei que devo perdoar aqueles que me ofenderam. Fico pensando em como perdoar aqueles que transgrediram meus filhos – não é de Deus esperar isso de uma mãe? Mas, no fundo, sei a resposta.

No entanto, não consigo tirar a sensação de ser uma fraude da minha mente e das minhas orações. E isso fez minha situação atual piorar. Felizmente, fui abençoada com colegas que têm tanto conhecimento e compreensão em assuntos da vida espiritual que posso recorrer a eles para obter conselhos com o clique de um botão. E recentemente recebi um ótimo conselho: “A última coisa de que você precisa é sentir que, de alguma forma, não está fazendo tudo o que precisa espiritualmente. Não se sinta uma fraude. Deus está satisfeito com você. Diga isso repetidamente, ok? ”

Essas palavras gentis me deram o impulso espiritual de que precisava, ao mesmo tempo que me permitiram perceber que todo o processo de perdão é realmente isso – um processo. Um que pode ser longo, especialmente em circunstâncias complicadas. E como outro colega me lembrou: “Muitas vezes, o primeiro passo para perdoar é orar pela graça de querer perdoar a pessoa”.

Eu quero perdoar a pessoa que nos causou tanta dor? Não, ainda não. Mas essa é a maravilha do perdão. Pode ser um caminho muito difícil, no qual somos chamados a pedir ajuda ao Senhor, embora pareça ir contra todos os instintos de nossos corpos. Essa é a beleza da Oração do Senhor e por isso vou continuar a dizê-la. É um lembrete de que um dia vou perdoar. No final, terei o desejo de perdoar, se continuar orando, e Deus será fiel e ficará satisfeito com meus esforços.

Aleteia

HAGIOGRAFIA: O Profeta Santo Elias (Parte 7/9)

Ecclesia

O Profeta Santo Elias

Tradução do Amado Irmão WILMAR SANTIN

10. Culto a Elias

Não há dúvida quanto a antiguidade do culto tributado a Elias nas Igrejas orientais. Os cristãos, que visitavam a Terra Santa, paravam para rezar nos lugares que evocavam os santos do AT. O Iter Burdigalense recorda como lugares elianos: o Monte Carmelo, a montanha da Transfiguração e a colina de onde Elias foi arrebatado ao céu (B. Botte, Le culte du prophète Élie dans l'Église chrétienne, em Élie, I, p. 210). O santuário mais conhecido é o de Sarepta. São Jerônimo, ao narrar a viagem de Paula, a apresenta entrando para rezar na pequena torre da viúva de Sarepta (Ep. 108, 18, em PL, XXIV, col. 882). Elias é venerado também como taumaturgo por ter ressuscitado o filho da viúva.

Um outro santuário é indicado por Etéria (fim do séc. IV) situado sobre o Horeb. O culto a Elias, como o de outros santos do AT, não tardou em ultrapassar os confins da Palestina. A epigrafia nos permite verificar sua irradiação. Assim, por exemplo, na província da Arábia as inscrições atestam que Elias é o santo mais popular do Ledgaa (cf. Devreesse, Le christianisme dans la providence d'Arabie, em Revue Biblique, LI [1942], p. 110-46). Na Síria uma inscrição atesta de que os habitantes de Ezra construíram às suas custas uma igreja dedicada a Elias, no ano 542. Em Bizâncio uma tradição atribui a fundação de um santuário de Elias às legiões do imperador Zenão, depois de sua campanha da Pérsia, como ação de graças por uma aparição do profeta ao exército. No Petrion de Constantinopla se celebrava sua festa dia 20 de julho (Synax. Constantinop., col. 832). E na mesma data as Igrejas sírias celebram a memória do Santo, desde o século XV. Entre os Maronitas esta data figura somente a partir de 1673. Antigamente a festa de Elias era geralmente ligada às festas que celebravam as manifestações de Cristo ao mundo, mais precisamente a Circuncisão, que a Igreja Jacobita do Egito celebrava dia 1º de janeiro, era acompanhada de uma ampla memória de Elias. O mesmo ocorria no dia 6 [de agosto], solenidade da Transfiguração, em que Elias aparece junto com Moisés. Às vezes a lembrança de Elias se repetia no dia seguinte, como entre os Melquitas (PO, X, p. 310). Os Nestorianos e os Jacobitas celebravam também esta solenidade no dia 2 de outubro, mês consagrado a Moisés e considerado como o primeiro do ano. O mês de setembro, portanto, encerrava o ciclo e representava o final do ciclo anual. Elias, o precursor prometido, para preparar o triunfo final do Messias, é especialmente recordado nos seis domingos sucessivos, que vão de 6 de agosto a 14 de setembro.

Antigamente, nas Igrejas sírias se celebrava a festa de Elias com o nome de "Migração" (Forget, SA, p. 192).

Também na Igreja Oriental Ortodoxa a festa de Elias é celebrada no dia 20 de julho, precedida de uma vigília, na qual a memória de Elias esteve durante muito tempo associada ao culto ao Profeta Eliseu, que é honrado separadamente em 14 de junho.

Em Constantinopla prosperou igualmente a devoção a Elias. Basílio o Macedônio (séc. IX), além de restaurar o antigo santuário do Petrion, construiu uma igreja dedicada ao nome do Salvador, de São Miguel e de Santo Elias, uma outra em honra de Santo Elias no bairro de Mangani (cf. F. Halkin, Inscriptions Grecques relatives à l'Hagiographie, em Anal. Boll., LXXI [1935], p. 326-58), e enfim uma capela em seu próprio palácio (cf. PG, CIX, cols. 336, 354). Constantino Profirogênito (ibid., col. 237) explica esta devoção do imperador para com Elias como motivada por uma aparição do profeta à mãe do imperador, em que lhe predisse o destino imperial de seu filho. O Sinassario Constantinopolitano (col. 230) marca ainda no dia 13 de janeiro a dedicação de uma igreja em honra do profeta no monastério de Batyriax.

O Oriente bizantino permaneceu fiel a esta tradição. Em 1918, numa espécie de estatística das igrejas da Grécia, sobre um total de 4.637, encontramos 752 dedicadas à Santíssima Virgem, 196 a Santo Atanásio, 189 a São João Batista, 75 a Elias e 69 a São Jorge.

Sabe-se que na Igreja latina os santos do Antigo Testamento tiveram um culto muito limitado. A liturgia de Roma, que se difundiu muito cedo em todo o Ocidente, celebrava quase unicamente os mártires, aos quais se agregaram depois os bispos que haviam lutado pela ortodoxia da fé, sob o nome de confessores.

Apenas uma festa de santos do AT entrou na liturgia romana: a dos Macabeus, dia 1º de agosto, precisamente porque eram mártires. O culto de Elias começou no Ocidente, ao que tudo indica, em Auxerre (cf. Messes de Mone: B. Botte, Une fête du prophète Élie au VI siècle en Gaule, em Cahiers Sioniens, III [1950], p. 170-77), provavelmente na mesma data de 20 de julho: todo o Prefácio está dedicado a Elias. Porém é o único testemunho que existe anterior ao século XV. Por influência dos menológios bizantinos, os santos do AT começaram a figurar nos martirológios. Elias teve que esperar até a publicação da “editio princeps” do Martirológio Romano (1583). Os mesmos Carmelitas não lhe prestaram um culto senão muito tardiamente. O Ordinale carmelitano de Siberto de Beka, de 1312, não menciona sua festa. Esta aparece por primeira vez no Missal Carmelita de 1551. O Prefácio de Elias foi aprovado pela Sagrada Congregação de Ritos em 1919. O culto ao Profeta não pertence, portanto, à liturgia romana, porém é próprio dos Carmelitas. Não parece que no Ocidente existam igrejas dedicadas a Elias, fora das que se encontram na Itália bizantina. Na concessão do novo “Próprio” dos Carmelitas, aprovado em 17 de abril de 1972, a Sagrada Congregação para o Culto Divino disse: “para dar realce ao Fundador ideal da Ordem [Carmelita], concede de bom grado que a festa de Santo Elias seja celebrada com o grau de solenidade”. Já se havia concedido aos Carmelitas Descalços no dia 20 de outubro de 1971 o grau de festa. 

Francesco Spadafora

FONTE:

Título original: Elia Profeta, em Santi del Carmelo, Institutum Carmelitanum, Roma 1972, p. 136-153)

Ecclesia

S. MATEUS, APÓSTOLO E EVANGELISTA

S. Mateus (BAV)  (© Biblioteca Apostolica Vaticana)

Um pecador que encontra Jesus

Levi organizou um grande banquete para Jesus, que aceitou e participou com seus discípulos. Este gesto causou escândalo entre os Escrivas e Fariseus, porque participaram da festa também publicanos e pecadores. A resposta de Jesus impressionou Mateus. “Os sãos não precisam de médico, mas, sim, os doentes”, disse o Nazareno, acrescentando: “Eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores”.

Mateus, que era pescador, deixou tudo e seguiu a Jesus, tornando-se um dos Doze. Seu nome, algumas vezes, foi citado nos Atos dos Apóstolos. O anúncio de Cristo foi a sua missão.

Segundo algumas fontes, Mateus teria morrido por causas naturais; no entanto, segundo algumas tradições, consideradas pouco críveis, a sua existência terminou na Etiópia.

Na descrição dos quatro seres do Apocalipse – águia, boi, leão, homem – São Mateus é associado àquele com aspecto de homem.

As suas relíquias encontram-se na cripta da Catedral de Salerno. Ali o Santo é festejado, em 21 de setembro, com uma solene procissão.

Autor do primeiro Evangelho, destinado aos Judeus

Mateus é autor do primeiro Evangelho, escrito não em grego, mas, quase que certamente, em aramaico. Os destinatários do Evangelho de Mateus são os cristãos de origem judaica: no texto ele coloca em realce o fato de que Jesus é o Messias, que cumpre as promessas do Antigo Testamento.

De Mateus ao Papa Francisco, através de Caravaggio

A figura do evangelista é muito requisitada pela iconografia. A famosa obra da “Vocação de São Mateus”, pintada por Caravaggio, entre 1599 e 1600, encontra-se na igreja de São Luís dos Franceses, em Roma. Trata-se de uma pintura sugestiva, na qual a luz tem um papel fundamental: como símbolo da graça, ela não provém da janela, mas de Jesus. É uma cena que atrai, sobretudo, pela sua ação dramática: o dedo de Jesus aponta para Mateus; ele, por sua vez, aponta para si mesmo, como que pedindo confirmação da sua chamada. A vocação de São Mateus e a pintura de Caravaggio marcaram a vida do Papa Francisco, que fala, sobre si mesmo, em uma entrevista ao Padre Antônio Spadaro, publicada na revista “La Civiltà Cattolica”; o Papa se autodefine “um pecador, ao qual o Senhor dirigiu o seu olhar”.

Vatican News



domingo, 20 de setembro de 2020

Rumo ao Congresso Eucarístico: Eucaristia é fonte da vida e da missão da Igreja, recorda o Papa

Vatican News

O Congresso Eucarístico Internacional foi adiado para o ano que vem, de 5 a 12 de setembro, sempre em Budapeste. Francisco encorajou os fiéis a prosseguirem no caminho de preparação a este evento.

Bianca Fraccalvieri – Vatican News

Ao final da oração mariana, o Pontífice citou um dos inúmeros eventos eclesiais adiados devido à pandemia: o Congresso Eucarístico Internacional, que deveria ter sido realizado nos dias passados em Budapeste, na Hungria.

“Por isso, desejo dirigir a minha saudação aos pastores e fiéis da Hungria e a todos os que aguardavam com fé e alegria este evento eclesial.”

O Congresso foi adiado para o ano que vem, de 5 a 12 de setembro, sempre em Budapeste.

“Prossigamos, espiritualmente unidos, o caminho de preparação encontrando na Eucaristia a fonte da vida e da missão da Igreja.”

Novas gerações

Outra recorrência citada por Francisco foi o Dia da Universidade Católica do Sagrado Coração, celebrado na Itália.

O Pontífice aproveitou para falar do futuro e afirmou que é “mais importante do que nunca que as novas gerações sejam formadas para o cuidado da dignidade humana e da casa comum”.

Francisco se despediu dos fiéis da Praça com o seu pedido tradicional de orações por ele e desejando a todos “bom almoço e até logo!”.

Vatican News

Como se ataca a Igreja alegando defender a fé

Dom Total

A oposição entre Bento XVI e Francisco vem sendo construída artificialmente, por grupos que desejam instrumentalizar o Papa Emérito para atacar seu sucessor.

Recentemente, em Roma, manifestantes contrários ao uso de máscaras para proteção contra a COVID-19 agitavam bandeiras de Bento XVI e um ativista queimou uma foto do Papa Francisco. A associação entre a questão religiosa e as medidas de proteção contra a pandemia foi coisa de uns poucos extremistas. Independentemente das posições pessoais sobre o uso ou não de máscaras, da maior ou menor confiança que cada um deposita nas indicações da comunidade científica, é forçoso reconhecer que os dois papas não têm nada a ver com um gesto político de contestação às normas sanitárias adotadas pelos governos.

Contudo, e aqui sim vale uma reflexão mais aprofundada, a oposição entre Bento XVI e Francisco vem sendo construída artificialmente, por grupos que desejam instrumentalizar o Papa Emérito para atacar seu sucessor. São duas personalidades diferentes, que impulsionam a Igreja em sentidos diferentes, mas complementares e sempre ancorados no Evangelho e no amor a Cristo. O próprio Bento XVI, ao renunciar, deixou implícito que considerava chegado o momento da Igreja trilhar novos caminhos.

As muitas declarações de continuidadeafeto e obediência que um fez em relação ao outro têm pouca significância para quem já se decidiu a imaginar a Igreja dividida. Para esses, as notícias dadas pelo Vaticano e amplamente divulgadas são todas falsas, mais valem as “informações secretas” dadas pelos autores das fake news ou as análises rancorosas de quem se considera mais autorizado a falar pelo Espírito Santo que a própria Igreja. 

O Barrabás de Lagerkvist

O episódio me lembrou o Barrabás do livro de Pär Lagerkvist (Rio de Janeiro: Editora Delta, 1966), que se tornou filme, com o personagem título interpretado por Anthony Quinn. O autor imagina que Barrabás, após ser libertado no lugar de Jesus, nunca mais encontra a paz. Toda a sua vida subsequente é consumida tentando entender àquele que foi crucificado em seu lugar. Mas não consegue aderir ao cristianismo. Quando Nero manda atear fogo a Roma, para acusar os cristãos, Barrabás une-se aos incendiários, acreditando que assim irá finalmente seguir a Cristo. Termina preso e condenado a morrer na cruz, como aqueles que ele – imaginando imitar – tinha ajudado a condenar.

Barrabás não vai além de seu mundo de cólera e ressentimento. Por isso, não consegue entender e seguir um Deus de amor. Em dados momentos, todos podemos agir como ele, nesses nossos tempos, marcados pela polarização, pela desilusão com as lideranças políticas e econômicas, com a insegurança diante dos limites das ciências – a qual nos havia sido apresentada como onipotente.

Quando caímos nessa tentação raivosa, nos tornamos vítimas de notícias falsas, análises tendenciosas, divisões e frustrações. Atacamos antes de compreender, condenamos sem amar e acabamos errando mesmo quando queremos acertar. A raiva e a condenação só conseguem destruir, às vezes destroem coisas ruins, às vezes destroem coisas boas, muitas vezes só destroem a própria pessoa enraivecida. Nunca constroem.

Um critério seguro

Como podemos escapar dessas armadilhas? Como evitar que nosso justo desejo de defender a Igreja, as verdades da fé ou o nosso próximo ameaçado sejam instrumentalizadas contra o próprio anúncio cristão? O cristianismo sempre aponta para a positividade, a capacidade de construir uma sociedade melhor, amar os nossos irmãos – mesmo quando discordamos dele.

Um caminho de pura condenação não está obrigatoriamente errado. Censurar um assassinato é justo e moralmente válido, para dar um exemplo bem evidente. Contudo, se essa condenação se esgota em si mesma, trata-se de um caminho ainda totalmente humano, onde a graça não se manifestou. Não importa se vem recheada de citações bíblicas, referências a filósofos católicos e documentos do Magistério ou dados sobre gravíssimas violações da dignidade da pessoa, ela ainda não está na rota do encontro com Cristo que muda toda a realidade… E pode tornar-se a porta para uma posição destrutiva que serve ao mal e nos afasta da fé e da Igreja, ainda que tenhamos entrado em seu caminho justamente com a intenção de viver mais a fé e nossa pertença eclesial.

O caminho verdadeiramente cristão sempre aponta para a beleza, o amor e a esperança. Nos torna mais capazes de acolher o nosso irmão, tanto em seus sofrimentos quanto em seus erros, nos faz viver em unidade com toda a Igreja e com nossos irmãos mais próximos. Esse é um critério seguro para seguirmos a Cristo.

Aleteia

AS SOMBRAS DA INDIFERENÇA

Obvious

Em seu pontificado, o Papa Francisco tem nos ajudado a refletir sobre a globalização da indiferença que pode atingir três esferas da vida eclesial: a Igreja, as comunidades e cada um dos fiéis. Com sabedoria e coragem, o Santo Padre afirma: “Quando estamos bem e comodamente instalados, esquecemo-nos certamente dos outros, não nos interessam os seus problemas, nem as tribulações e injustiças que sofrem; e, assim, o nosso coração cai na indiferença: encontrando-me relativamente bem e confortável, esqueço-me dos que não estão bem! Hoje, esta atitude egoísta de indiferença atingiu uma dimensão mundial tal que podemos falar de uma globalização da indiferença. Trata-se de um mal-estar que temos obrigação, como cristãos, de enfrentar”.
Se pararmos para pensar na citação do Papa Francisco e ponderarmos o que é a globalização da indiferença, nós perceberemos que basta um simples olhar para o nosso país e as nossas metrópoles e lá encontraremos os sinais da indiferença: crianças abandonadas pelas ruas, idosos carentes de recursos básicos, enfermos se arrastando pelo asfalto pedindo esmolas e jovens perdendo suas vidas no mundo das drogas.
De dentro de nossos veículos e em meio ao transporte público, com os vidros fechados, olhamos para essas cenas cotidianas, em que não faltam sofrimento e perda de dignidade, e afirmamos que não podemos fazer nada para mudarmos essas situações.
Culpamos o Governo, os políticos corruptos e definimos, comodamente, que essas pessoas estão nesta situação de miséria simplesmente porque não querem trabalhar e receber um salário baixo ou porque não se esforçam na superação das dificuldades.
Agindo assim, nós esquecemos o conselho de São Paulo que nos diz: “A religião pura e sem mancha diante de Deus é esta: assistir aos órfãos e às viúvas em suas tribulações e não se deixar contaminar pelo mundo”. (Tg 1, 27).
Com humildade, esperança e fé, nós temos que lutar contra esta tendência que há hoje de ficarmos indiferentes diante do mal que acontece no mundo, em nosso país, em nossas cidades e, sobretudo, à nossa volta. No meio de um mar muito grande de indiferença e de desprezo, é importante que nós, cristãos, olhemos, com mais atenção, para os rostos carregados de sofrimento e de abandono; rostos que suplicam por um minuto de nossa atenção. Se nós somos, de fato, imagem e semelhança de Deus, perceberemos que a multidão de famintos – composta de anciãos, migrantes, crianças e desempregados – dirige aos nossos ouvidos o seu grito de dor. Imploram-nos misericórdia e esperam ser ouvidos. Se nós somos, de fato, imagem e semelhança de Deus, ouviremos a suave voz de Cristo nos orientandos: “Quando encontrares um nu, cobre-o, e não desprezes a tua carne”. (Is 58,7). Ele também nos diz: “Dai-lhes vós mesmos de comer”. (Mt 14, 16).
É em Cristo que nós percebemos que o nosso próximo, que está sofrendo nas periferias de nossas cidades, tem um nome, uma dignidade e um alto valor que precisam ser resgatados. Por conseguinte, cada um de nós, no ambiente profissional e no cotidiano de nossas vidas, podemos, sim, contribuir para superar, de alguma forma, essa globalização da indiferença. Para o cristão que tem vontade de contribuir para a superação das dificuldades do seu próximo, a vida oferece sempre grandes oportunidades de fazer a diferença. Para empreendermos uma luta eficaz contra a globalização da indiferença, é preciso que “imitemos ao nosso Deus que nos precede e ama primeiro, fazendo gestos de proximidade para com nossos irmãos que sofrem solidão, indigência, perda de trabalho, exploração, falta de teto, desprezo por serem imigrantes, doença, exílio nos asilos”. (Homilia do Cardeal Jorge Mario Bergoglio em 22 de abril de 2000).
É em união com Cristo que nós conseguimos novas forças para mover a montanha da globalização da indiferença. Somente n’Ele nós realizamos gestos concretos de caridade, capazes de multiplicar aqueles poucos pães e peixes de que dispomos. N’Ele, abrimos nosso coração para o amor e contemplamos o mundo que nos cerca com mais esperança e bondade. N’Ele, oferecemos uma mão amiga aos nossos irmãos que habitam a periferia de nossas casas e trabalho e solicitam nossa ajuda e atenção. Deste modo, testemunhamos que somos membros de uma “Igreja em saída” que não está fechada em si mesma. Ao contrário, a nossa Igreja é missionária, é acolhedora, é solidária e, por isso, continua sendo, nas palavras do Papa Francisco, “uma ilha de misericórdia no meio do mar da indiferença”.
Concluindo, podemos afirmar que nós e os nossos contemporâneos somos continuamente ameaçados pelo materialismo, pelo egoísmo, pelo niilismo e pela tentação da globalização da indiferença. Se não cuidamos do nosso crescimento humano e espiritual e se não buscamos os meios necessários para crescermos na fé, nós corremos o grave risco de perdermos a capacidade de chorarmos diante do sofrimento do nosso próximo. Para fazermos contraponto a este grave panorama de sombras, nós precisamos incrementar nosso sentido de responsabilidade fraterna e de solidariedade, a fim de que sejamos capazes de superar a indiferença, a acomodação e o descaso com a justiça, a fraternidade e o bem comum.
Que a Virgem Santa Maria nos ensine a superar a tentação da globalização da indiferença e o desprezo pelas necessidades do nosso próximo. Que Ela nos ajude a perceber que “Os pobres estão no centro do Evangelho, estão no coração do Evangelho; se tiramos os pobres do Evangelho, não podemos entender plenamente a mensagem de Jesus Cristo”. (Homilia do Papa Francisco na Missa com os religiosos nas Filipinas, em 16 de janeiro de 2015). Virgem Santa Maria, ajudai-nos no compromisso com os mais pobres de nossa sociedade, com a valorização dos seres humanos que não são notícia, que não são vistos, percebidos e nem lembrados.

Aloísio Parreiras
(Escritor e membro do Movimento de Emaús)

Arquidiocese de Brasília

XXV Domingo do Tempo Comum: Ano "A"

Dom José Aparecido
Adm. Apost. Arquidiocese de Brasília

PARA MIM, O VIVER É CRISTO!

A Palavra é a verdade que surpreende e ensina que os nossos pensamentos não são os pensamentos de Deus. Faz ver que não é segundo os critérios humanos que o bom Deus recompensa os operários do Reino.

A primeira leitura salienta o convite de Isaías a buscar “o Senhor enquanto pode ser achado … enquanto está perto” (Is. 55,6). Na sequência, ele fala do nosso Deus generoso no perdão, ao contrário dos que nesses tempos carregamos uma espécie de sanha punitivista contra quem é ou consideramos ímpio, corrupto, injusto. Deus está sempre disposto a resgatar mediante o perdão a ser dado vezes sem conta, como se dizia no Evangelho da semana passada. Basta que o pecador o invoque, “pois Ele esta perto da pessoa que o invoca, de todo aquele que o invoca lealmente” (Sl. 144,18).

A comunidade de Filipos, à qual Paulo falou do paradoxo da “kenosis” ou da aniquilação de Cristo como caminho da salvação do gênero humano, recebe dele o testemunho de entrega e de amor ao Senhor Jesus: “Cristo vai ser glorificado no meu corpo, seja pela minha vida, seja pela minha morte” (Flp. 1,20). No versículo seguinte, ele completa dizendo que Jesus é o sentido de sua vida e de sua morte: “para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro”. Trata-se do encontro com o Senhor. “É um sentido novo da vida, da existência humana, que consiste na comunhão com Jesus Cristo vivo; não só com uma personagem histórica, um mestre de sabedoria, um líder religioso, mas com um homem no qual Deus habita pessoalmente. A sua morte e Ressurreição é a Boa Nova que, partindo de Jerusalém, se destina a alcançar todos os homens e povos, a partir de dentro das culturas, abrindo-se à verdade fundamental: Deus é Amor, fez-se homem em Jesus e com o seu Sacrifício resgatou a humanidade da escravidão do mal dando-lhe uma esperança certa” (Bento XVI, Ângelus 18/09/2011).

A parábola que Jesus conta (Mt. 20,1-16) sobre o vinhateiro que, em diversas horas do dia, chama trabalhadores para a sua vinha e, ao cair da tarde, dá a todos o mesmo salário, torna-se causa do protesto dos trabalhadores da primeira hora. Parecia-lhes injusto ter recebido a mesma moeda dada também como paga àqueles que só começaram a trabalhar ao entardecer: faltou – diríamos hoje – isonomia. Mas a moeda dada a cada um representa a vida eterna. Deus não pode dar menos do que a vida eterna aos “primeiros” ou aos “últimos”. Além disso, o Senhor não tolera “desemprego” na Sua vinha. Na verdade, a primeira recompensa do operário da Vinha do Senhor consiste precisamente na honra de ser chamado à missão do próprio Vinhateiro divino. Só quem trabalha por amor ao Senhor e ao Seu Reino entende isso. Quem trabalha por um prêmio de qualquer outra natureza, nunca compreenderá que a vocação é “Dom e Mistério” (São João Paulo II).

Maria, a Virgem que sabe ouvir a Palavra, nos ajude a responder “sim” ao chamamento do Senhor para trabalhar na Sua Vinha.

Folheto: "O Povo de Deus"|Arquidiocese de Brasília

HAGIOGRAFIA: O Profeta Santo Elias (Parte 6/9)

Ecclesia

O Profeta Santo Elias

Tradução do Amado Irmão WILMAR SANTIN

9. Elias e os Carmelitas

No tempo das cruzadas, alguns soldados se retiraram ao Monte Carmelo, atraídos pela beleza do lugar, pela sua posição geográfica e também pela lembrança do profeta. Tiago de Vitry, a princípios do século XIII, traçou um quadro retrospectivo do renascimento espiritual da Terra Santa depois das cruzadas dos séculos XI e XII:

“Devotos peregrinos e homens santos de diversas partes do mundo, compareciam a Terra Santa... Varões santos, renunciando ao século, impulsionados por vários sentimentos, desejos e tomados pelo fervor religioso, escolhiam os lugares mais aptos para seu santo propósito e devoção... Alguns, a exemplo e imitação do santo e solitário varão Elias profeta, no Monte Carmelo e particularmente naquela parte que domina a cidade de Porfiria que hoje se chama Haifa, junto à fonte chamada de Elias e não longe do monastério da virgem Santa Margarida, levavam uma vida solitária em alvéolos de pequenas celas, elaborando qual abelhas do Senhor o mel da doçura espiritual" (Historia orientalis sive hierosolymitana, I, caps. 51-52; ed. J. Bongars, Gesta Dei per Francos, Hanoviae 1611, p. 1075).

Entre os anos 1206-1214, um grupo de monges latinos, que viviam "junto à fonte no Monte Carmelo", receberam das mãos de Alberto, patriarca de Jerusalém, uma “norma de vida”, confirmada depois pelo papa Honório III em 1226. Estes viriam a ser os Carmelitas, os irmãos de Nossa Senhora do Carmelo e os filhos de Elias. Não é certo que fora a veneração do profeta Elias o que atraiu estes eremitas ao Monte Carmelo. A Regra não fala de uma inspiração eliana da vida carmelitana. Mais tarde, Nicolau Gálico, ao expressar seu desejo de que os Carmelitas recobrassem a pureza da vida eremítica, não invoca em sua Ignea sagitta o exemplo do grande solitário do AT. É mais provável que o nascimento e desenvolvimento da devoção a Santo Elias tenha surgido do fato de habitarem o Monte Carmelo e, mais tarde, a lembrança conservada. Só ao longo da história é que o tema de Elias se tornou "parte integrante" da espiritualidade carmelitana. Alguma alusão à lenda sobre uma vida eremítica ininterrupta no Monte Carmelo desde o tempo de Elias até as Cruzadas, se encontra na rúbrica prima das Constituições do Capítulo de Londres do ano 1281:

“E assim dizemos, dando testemunho da verdade, que a partir dos profetas Elias e Eliseu, devotos habitantes do Monte Carmelo, alguns santos padres, tanto do Velho como do Novo Testamento, realmente apaixonados pela solidão deste monte, tão adequado à contemplação das coisas celestiais, viveram ali, sem dúvida, de modo digno de louvor, junto à fonte de Elias, em santa penitência, praticada sem interrupção com santos resultados. E nos tempos de Inocêncio III, Alberto patriarca da igreja de Jerusalém reuniu numa comunidade ("collegium") os seus sucessores e lhes escreveu uma regra, que o Papa Honório, sucessor de Inocêncio, e numerosos outros depois dele, aprovando esta Ordem a confirmaram tão devotamente, como o atestam suas bulas. E nesta profissão que nós, seus discípulos, servimos ao Senhor até o dia de hoje nas diversas partes do mundo” (texto latino em AnalOC, XV [1950], p. 208).

Se havia ainda uma diferença entre os primeiros eremitas do Antigo e do Novo Testamento e seus sucessores da época de Inocêncio III, na primeira rubrica das Constituições de 1324, os sucessores aparecem já nos tempos de Cristo. É assim que se forma a idéia da ininterrupta sucessão hereditária da Ordem do Carmelo. Esta convicção desembocará no tão penoso litígio entre os Carmelitas e Daniel Papenbroek. Entretanto, a figura de Elias foi se tornando cada vez mais significativa na espiritualidade da Ordem. No século XV Tomás Waldense escreve, sem ulteriores correções: "nossa profissão religiosa nos estimula a viver segundo sua inspiração" (Mhc, p. 446).

Tudo indica que foi João Baconthorp, morto em 1346, quem pela primeira vez uniu a devoção mariana da Ordem do Carmelo com a lembrança do profeta Elias:

“Segundo os profetas (as profecias?), os Frades do Carmelo nasceram especialmente para venerar à Santíssima Virgem Maria... E posto que [a Virgem Maria] é honrada e pregada através do Carmelo, convém que no Carmelo, dado a ela, exista os carmelitas que a venerem de um modo especial. E assim foi na antiguidade. Na realidade as profecias se compreendem à luz dos acontecimentos... Quantos profetas e reis estiveram no Carmelo rendendo honras à Senhora do lugar, a bem-aventurada Maria! Para continuar o culto à Virgem Maria em seu Carmelo, nasceu a Ordem dos Irmãos do Carmelo. Porque o culto celebrado nos lugares dos santos é tributado primeiro a Deus e depois aos próprios santos... Mas também se todos aqueles que deveriam ser salvos na época dos profetas honraram ao futuro Filho da Virgem Maria..., com muito maior razão os religiosos do Carmelo, venerando no tempo de Elias e Eliseu aquele que havia de vir, instauraram no Carmelo sua Ordem da bem-aventurada Maria... Consequentemente é para este culto que tiveram origem” (Speculum de institutione Ordinis, cap. I; texto latino também em Élie, II, p. 42-43).

A forma mais completa desta espiritualidade eliana e profética encontra-se num escrito do séc. XIV, o Liber de institutione primorum monachorum (texto também em AnalOC, II [1914-16], p. 347-49). 

Cosmas Peters

FONTE:

Título original: Elia Profeta, em Santi del Carmelo, Institutum Carmelitanum, Roma 1972, p. 136-153)

Ecclesia

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF