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segunda-feira, 28 de setembro de 2020

Trump nomeia mãe católica Amy Coney Barrett como juíza da Suprema Corte

Amy Coney Barrett e o presidente de Estados Unidos, Donald Trump.
Crédito: Captura de vídeo / The White House.

WASHINGTON DC, 28 set. 20 / 08:51 am (ACI).- O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apresentou oficialmente Amy Coney Barrett como sua indicada na tarde de sábado, 26 de setembro, para preencher a vaga na Suprema Corte deixada pela morte da juíza Ruth Bader Ginsburg.

Trump apresentou Coney Barrett em uma entrevista coletiva no Jardim das Rosas da Casa Branca. Agora, o comitê judicial do Senado deve programar audiências para a votação na Câmara Alta, que poderia ser realizada no final de outubro.

Ao anunciar a nomeação de Amy Coney Barrett, o Presidente dos Estados Unidos lembrou que "esta é minha terceira nomeação" para juízes da Suprema Corte. "Hoje é uma honra indicar uma de nossas mentes jurídicas mais brilhantes e talentosas".

Trump assegurou que Coney Barrett é "uma mulher de realizações incomparáveis, intelecto imponente, excelentes credenciais e lealdade inabalável à Constituição", assim como "eminentemente qualificada" para a Suprema Corte.

Por sua vez, a indicada à Suprema Corte disse que se sentia "profundamente honrada" com a decisão de Trump. "Prometo cumprir as responsabilidades deste trabalho com o melhor de minhas habilidades", acrescentou.

Barret nasceu em Nova Orleans e cresceu como a mais velha de sete irmãos, formou-se no Rhodes College e, depois, recebeu uma bolsa integral para a Faculdade de Direito Notre Dame, onde se formou como a melhor de sua turma.

Foi assistente jurídico do juiz Laurence Silberman e do falecido juiz da Suprema Corte, Antonin Scalia. Depois, dedicou-se a exercer sua profissão de forma privada. Em 2002, voltou para a Faculdade de Direito de Notre Dame para lecionar e em 2010 tornou-se professora.

A juíza elogiou Antonin Scalia como mentor intelectual e também por sua dedicação ao textualismo, que defende que a Constituição deveria ser interpretada no contexto no qual foi escrita.

Em um evento realizado em novembro de 2016, em Jacksonville, referindo-se a uma vaga anterior na Suprema Corte, Barrett disse que Scalia “resistiu à ideia de que a Suprema Corte deveria estar no negócio de impor seus pontos de vista de costumes sociais sobre o povo norte-americano", e que achava que deveria depender “do povo decidir” coisas na Constituição que não estavam explicitamente proibidas ou permitidas”.

A escolha de Coney Barrett foi muito aguardada, com muitos meios de comunicação assinalando-a como a principal candidata à indicação. Já havia enfrentado críticas de alguns meios de comunicação por causa de sua fé católica.

Durante sua audiência de nomeação em 2017 para o Tribunal de Apelações do Sétimo Circuito, a senadora Dianne Feinstein, do Partido Democrata, questionou Coney Barrett sobre seus valores pessoais e fé, dizendo que “quando lemos seus discursos, a conclusão à qual chegamos é que o dogma vive fortemente em você. E isso é algo preocupante”.

Pouco mais de duas semanas depois de Barrett ter sido confirmada no Tribunal de Apelações do Sétimo Circuito, foi adicionada à lista de possíveis candidatos à Suprema Corte do presidente Donald Trump, e houve rumores de que seria uma das finalistas para substituir o juiz Anthony Kennedy, que se aposentou do cargo em 2018.

Coney Barrett e seu marido têm sete filhos, incluindo dois haitianos adotivos. Em uma entrevista em um evento de ex-alunos da Notre Dame, em Washington, D.C., a juíza disse que criar os filhos é “onde você deve ter o seu maior impacto no mundo” e que ela não poderia imaginar nada maior.

Em meio a um renovado escrutínio da vida pessoal e da fé de Coney Barrett, e enfrentando um difícil processo de confirmação de sua nomeação, Robert George, professor da Universidade de Princeton, alertou para as críticas anticatólicas usadas contra a juíza.

“Era de se esperar que, tendo se envergonhado de si mesmos da última vez depois de atirar sua lança contra a juíza Barrett para atacar sua religião, desta vez tivessem mais cuidado para expor seu preconceito em público. Mas não", disse no Twitter.

Durante as audiências de confirmação, a relação de Coney Barrett com a organização leiga People of Praise (Povo do Louvor) também foi questionada.

Os meios de comunicação qualificaram People of Praise como um "culto" e criticaram a organização por uma prática, modificada desde então, que consistia em chamar líderes de "cabeças" e "donzelas", que são referências a passagens bíblicas.

Mas o grupo é uma expressão comum do desejo cristão de comunidade e santidade, e não um motivo de preocupação, disse Dom Peter Smith, membro da organização, à CNA, agência em inglês do Grupo ACI.

People of Praise foi fundada em 1971 como parte de um “grande surgimento de ministérios e movimentos leigos na Igreja Católica” após o Concílio Vaticano II. O grupo começou com 29 membros que formaram uma aliança ou acordo, não um juramento, de seguir princípios comuns, como dar cinco por cento da renda anual ao grupo e se reunir regularmente para projetos espirituais, sociais e de serviço.

As comunidades da aliança, protestantes e católicas, surgiram na década de 1970 como parte do movimento da Renovação Carismática do Cristianismo nos Estados Unidos.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

ACI Digital

SS. LOURENÇO E COMPANHEIROS, MÁRTIRES

SS. Lourenço e Companheiros | Vatican News

Transcorria o século XVII. As missões no Sudeste asiático, sobretudo nas ilhas do Japão, Filipinas e Taiwan – que se chamava Formosa - eram confiadas aos Dominicanos. Estes sacerdotes da Ordem dos Pregadores contribuíram para a difusão da Palavra de Deus naquelas terras, dando admirável testemunho da universalidade da fé cristã e confirmando o anúncio do Evangelho com o sacrifício da própria vida.

Edito contra os cristãos

O Cristianismo, inicialmente tolerado nos países do Extremo Oriente, começou a ser considerado uma ameaça por se difundir, rapidamente, graças à obra dos missionários, que conseguiam numerosas conversões. Assim, em 28 de fevereiro de 1633, o xogum, Tokagawa Yemitsu – chefe militar supremo da nação – estabeleceu, com um decreto, que todos os fiéis da nova religião, inclusive os estrangeiros, fossem perseguidos e encarcerados na prisão de Omura. Não era a primeira vez que se tomava uma decisão deste tipo no Japão: a primeira onda de perseguições, que ceifou a vida de cerca de duzentos mártires, ocorreu entre 1617 e 1632.

Lourenço Ruiz, mártir por amor de Cristo

Lourenço nasceu em Binondo, distrito da cidade de Manila, capital do arquipélago filipino, e logo abraçou a fé cristã. Casado e pai de família, uniu-se a um grupo de missionários Dominicanos da Província de Santo Rosário, que compreende as Filipinas. Com eles, exerceu o seu apostolado em vários países asiáticos, como Taiwan e Japão. Lourenço foi vítima das perseguições anticristãs em terras nipônicas, onde foi martirizado em 29 de setembro de 1637.

Quinze Companheiros mártires

Os 15 Companheiros mártires de Lourenço Ruiz, todos vinculados, de alguma forma, à Ordem Dominicana, formavam um grupo de nove japoneses, quatro espanhóis, um francês e um italiano: Domingos Ibañez de Erquicia Péerez de Lete, sacerdote; Francisco Shoyemon, noviço; Tiago Kyuhei Gorobioye Tomonaga, sacerdote; Lucas Alonso Gorda, sacerdote; Mateus Kohioye, noviço; Madalena de Nagasaki, Terciária dominicana e Agostiniana; Marina de Omura, Terciária dominicana; Jacinto Giordano Ansalone, sacerdote; Thomas Hioji Kokuzayemon Nishi, sacerdote; Antônio Gonzalez, sacerdote; Guilherme Courtet, sacerdote: Michele Lèibar Garay de Aozarara, sacerdote; Vicente Shiwozuka, sacerdote; Lázaro de Kyoto, leigo.

Vatican News

domingo, 27 de setembro de 2020

Lições sobre alegria de um santo que tinha tudo para não ser feliz

Th. Fink Veringen CC BY-SA 4.0
por Philip Koskoski

Hermano de Reichenau tinha fenda palatina, paralisia cerebral e espinha bífida, mas era o monge mais alegre do mosteiro.

A saúde física é algo tão valorizado na sociedade moderna que quando ficamos doentes ou gravemente incapacitados, é tentador desistir da vida. Podemos ser tentados a crescer em desespero e lamentar a perda de nossas habilidades físicas.

Por um motivo semelhante, muitas crianças diagnosticadas com deficiências são tristemente ignoradas e vistas por muitos como um erro.

No entanto, um santo nos mostra que nossa saúde física não deve ditar nossa saúde espiritual e que ainda podemos manter a alegria em meio ao nosso sofrimento.

Hermano de Reichenau “o aleijado”, viveu no século 11 e parecia destinado ao fracasso. O periódico periódico The Month, do início do século 20, abordou o início da vida dele:

“Seu filho Herman era terrivelmente aleijado e, na verdade, deformado, diz seu amigo e biógrafo, Berthold … Pois os membros do menino eram tão horrivelmente contorcidos que ele não conseguia se mover de um lugar para outro; mal conseguia sentar-se, até mesmo na cadeira que eles fizeram para ele; até seus dedos eram fracos e cheios de nós para escrever; até mesmo sua boca, ao que parece, era deformada, e seus lábios e sua língua formavam palavras que mal podiam ser entendidas.

Naquela época, era comum que crianças deficientes fossem abandonadas na montanha até a morte. No entanto, os pais de Hermano não desistiram dele e o confiaram a um mosteiro próximo. É notável que os monges o aceitaram e foram extremamente pacientes com ele, ensinando-lhe as profundezas da religião, ciência e matemática.

Contra todas as probabilidades, Herman tornou-se um estudioso. Além disso, ele era o monge mais feliz do mosteiro!

“Este homem, incapaz de andar, sentar-se, mentir corretamente; que nunca em sua vida pode ter se sentido confortável; ansioso para escrever, e com dedos que mal o serviam; cheio de ideias e tendo que gaguejá-las por meio de sons quase invisíveis, Hermano junta em torno de si todos os adjetivos que você menos espera.”

O exemplo de Hermano nos mostra claramente que a alegria nunca deve ser baseada no bem-estar físico. Podemos (e devemos) ser alegres tanto nos momentos bons quanto nos maus, na doença e na saúde.

A alegria de Hermano baseava-se exclusivamente em Jesus Cristo, e ele era feliz por estar vivo! A vida, para Hermano, era uma dádiva, e ele viveu feliz seus anos na terra.

Essa alegria foi expressa até em alguns dos hinos mais populares da Igreja Católica. Diz-se que Hermano compôs os hinos: “Salve Regina”, “Veni Sancte Spiritus” e “Alma Redemptoris Mater”.

A vida de Hermano é verdadeiramente notável, e sua história precisa ser ouvida em nosso mundo moderno, em que precisamos de uma alegria verdadeira e duradoura.

Aleteia

Início da Carta aos filipenses, de São Policarpo, bispo e mártir

Cléofas Editora

(Proêmio;nn.1,1-2,3: Funk 1,267-269)                  (Séc.I)

 

Por graça fostes salvos

Policarpo com seus presbíteros à Igreja de Deus que peregrina em Filipos: sejam copiosas em vós a misericórdia e a paz do Deus onipotente e de Jesus Cristo, nosso Salvador. 

Muitíssimo me alegrei convosco, em nosso Senhor Jesus Cristo, porque adquiristes as feições da verdadeira caridade, e, como convinha, assististes os que estão presos em cadeias, coroas dignas dos santos, dos verdadeiros eleitos de Deus e de nosso Senhor. E porque a sólida raiz de vossa fé, já proclamada desde os primeiros tempos, permanece até hoje e produz frutos em nosso Senhor Jesus Cristo. É ele quem por nossos pecados aceitou ir até à morte, a quem Deus ressuscitou, destruindo as dores do inferno (At 2,24); e embora sem tê-lo visto, nele credes com alegria inexprimível e cheia de glória (cf. 1Pd 1,8). Esta alegria na qual muitos desejam entrar, cientes de que por graça fostes salvos, não pelas obras (cf. Ef 2,8-9), mas por vontade de Deus mediante Jesus Cristo. 

Por isto, de rins cingidos (1Pd 1,13), servi a Deus no temor (Sl 2,11) e na verdade, abandonando toda palavra vã e erro vulgar. Tendo fé naquele que ressuscitou dos mortos a nosso Senhor Jesus Cristo (1Pd 1,21) e lhe deu a glória e o trono à sua direita. É ele a quem todas as coisas celestes e terrestres se submetem, todo espírito serve e que virá como juiz dos vivos e dos mortos. Deus reclamará seu sangue daqueles que não creem nele. 

Em verdade, quem o ressuscitou dos mortos também nos ressuscitará, se fizermos sua vontade, andarmos segundo seus preceitos e amarmos aquilo que ele amou. Se evitarmos toda injustiça, fraude, avareza, difamação, falso testemunho; se não pagarmos o mal com o mal nem a maldição com a maldição (1Pd 3,9) nem o golpe com outro nem o ódio com o ódio. Bem lembrados dos ensinamentos do Senhor: Não julgueis e não sereis julgados; perdoai e sereis perdoados; tende misericórdia para alcançardes a misericórdia; com a mesma medida com que medirdes sereis medidos (cf. Mt 7,1; Lc 6,36-38); e: Bem-aventurados os pobres e os que sofrem perseguição porque deles é o reino de Deus (cf. Mt 5,3.10).

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Por que é importante que os filhos também abençoem os pais?

By 4 PM production | Shutterstock

Os pais desenham uma cruz na testa de seus filhos para invocar a bênção do Senhor. No entanto, este gesto não é reservado apenas aos pais, os filhos também têm o direito de abençoar os mais velhos.

Muitos pais adotaram esta bela prática que consiste em abençoar seus filhos com o sinal da cruz desenhado em suas testas. O coração abriga muitas coisas neste momento: um ato de amor e carinho, o desejo de proteção do Céu, a inquietação silenciosa que atravessa o coração de cada pai e mãe. Mas também a oferenda daquele filho que não nos pertence e que deixamos nas mãos de Deus; o apego e o desapego parecem focar nesse simples gesto feito com o polegar.

Um gesto que acalma

A criança que se submete a este ritual não compreende totalmente o conteúdo do gesto, mas sempre sente seu amor. Nos momentos mais ingratos e duros, quando a relação é mais tensa, esse gesto pode ficar mais ausente, mas o filho mais velho vai perceber a falta daquela cruz desenhada na testa.

Se esse gesto é feito com pouca frequência, haverá ocasiões que permitirão que esta breve e doce bênção floresça novamente, a qual terá então a capacidade de acalmar a alma. Um aniversário, uma solenidade do calendário litúrgico, um acontecimento alegre ou doloroso partilhado pela família, oferecerá a este gesto todo o seu sabor e densidade. “Em nome do Senhor, continuo amando-te, embora você tenha se afastado de nós – o que é normal, em suma – e Dele – o que é menos normal”.

O dia em que nossos filhos nos abençoarão

Mas chega um dia em que a situação pode virar. Quando envelhecermos, serão nossos filhos que nos carregarão, que nos lavarão, nos alimentarão, nos tranquilizarão diante da morte. Eles também poderão nos abençoar e espalhar esse bálsamo e aquele frescor sobre nossa alma. A primeira vez que um filho abençoa seus pais pode ser no dia da crisma. Como Eliseo, que recebe de seu pai Elias a plena participação em sua graça, podemos pedir-lhes que compartilhem conosco o favor que receberam e que expressem com este gesto que a comunhão dos santos não é algo virtual.

Como padre, todos os dias dou as bênçãos a todas às crianças e jovens da congregação e às almas que Deus me confia. Gosto de reivindicar esta cruz na testa daqueles que finalmente são cristãos “completos” e consumados. Eles se tornam seres frutíferos na fé. Até agora eles tinham tudo para ser isso, mas faltava o toque final. E a primeira fecundidade que lhes podemos pedir é que nos abençoem, que abençoem seus pais e mães, seus irmãos e irmãs, os mesmos fiéis que assistiram ao acontecimento e, porque não, o próprio bispo que deu a crisma à eles.

Abade Vincent de Mello

Aleteia

TEOLOGIA: A Catolicidade da Igreja (Parte 4/8)

George Florovsky | ECCLESIA

A Catolicidade da Igreja

Trad.: Pe. Pedro Oliveira Junior

5. O sagrado e o histórico

A Igreja é a unidade da vida carismática. A fonte dessa unidade está encoberta no sacramento da Ultima Ceia do Senhor e no sacramento de Pentecostes, essa descida única do Espírito Santo no mundo. Por isso a Igreja é uma Igreja apostólica. Ela foi criada e selada pelo Espírito Santo nos doze apóstolos, e a sucessão apostólica é uma viva e misteriosa costura unindo o todo da histórica plenitude da vida da Igreja no todo católico. Aqui, de novo, nós vemos dois lados: o lado objetivo é a ininterrupta sucessão sacramental, a continuidade da hierarquia. O Espírito Santo não desceu sobre a terra de novo e de novo, mas habita na Igreja "visível" e histórica. E, é na Igreja que Ele sopra e envia seus raios. Aí está a plenitude e catolicidade do Pentecostes. O lado subjetivo é lealdade à Tradição apostólica: uma vida consumida de acordo com essa Tradição, como num vivo reino da verdade. Essa é a demanda fundamental ou postulado do pensamento ortodoxo; e aqui, mais uma vez, essa demanda inclui a negação do separatismo individualista; ela insiste na catolicidade. A natureza católica da Igreja é vista mais vividamente no fato de que a experiência da Igreja pertence a todos os tempos. Na vida e existência da Igreja o tempo é misteriosamente suplantado e dominado, o tempo, por assim dizer, fica parado. Ele fica parado não só porque existe o poder da memória ou da imaginação, que podem "voar sobre a dupla barreira de tempo e espaço"; ele fica parado por conta do poder da Graça, que junta em unidade católica de vida aquilo que tornou-se separado pelos muros constituídos no correr dos tempos. Unidade no Espírito Santo engloba, numa maneira misteriosa de conquista do tempo, os fiéis de todas as gerações.

Essa unidade conquistadora do tempo é manifestada e revelada na experiência da Igreja, especialmente em sua experiência eucarística. A Igreja é a viva imagem da eternidade no tempo. A experiência e vida da Igreja não são interrompidas ou quebradas pelo tempo. Isso também não é só por causa da continuidade do jorro de graça supra-pessoal, mas pela inclusão de tudo o que foi, na misteriosa plenitude do presente. Por isso, a história da Igreja nos dá não só as sucessivas mudanças, mas também identidade. Nesse sentido, Comunhão com os Cantos é uma conamunio sanctorum. A Igreja sabe que é uma unidade de todos os tempos e, como tal, ela constrói a sua vida. Por isso a Igreja pensa no passado não como em algo que não é mais, mas como algo que foi cumprido, realizado, como algo existente na plenitude católica do uno Corpo de Cristo. A Tradição reflete essa vitória sobre o tempo. Aprender da Tradição, ou ainda melhor, na Tradição, é aprender da plenitude dessa experiência conquistadora do tempo da Igreja, uma experiência que todo membro da Igreja deve aprender a conhecer e possuir de acordo com a estatura de sua humanidade espiritual; de acordo com a medida do seu desenvolvimento católico. Isso significa que podemos aprender da História assim como podemos aprender da Revelação. Lealdade à Tradição não significa lealdade a tempos passados e a autoridade externa; é uma conexão viva com a plenitude da experiência da Igreja. Referência à Tradição não é uma investigação do passado. A Tradição náo é limitada à arqueologia da Igreja e, não é um testemunho externo que pode ser aceito por alguém de fora. Só a Igreja é a testemunha viva da Tradição; e só de dentro da Igreja é que a Tradição pode ser sentida e aceita como uma certeza. A Tradição é a testemunha do Espírito Santo; a revelação incessante e a pregação de boas coisas pelo Espírito Santo. Para os membros vivos da Igreja não há autoridade histórica externa, mas sim a eterna e contínua voz de Deus - não só a voz do passado, mas a voz da eternidade. A fé procura suas bases, não meramente no exemplo e legado do passado, mas na Graça do Espírito Santo, testemunhando eternamente, agora e sempre, mundo sem fim.

Como Khomyakov admiravelmente coloca, "Nem indivíduos, nem uma multidão de indivíduos dentro da Igreja preserva a Tradição ou escreve as Escrituras, mas o Espírito de Deus que vive no todo do corpo da Igreja (Rússia e a Igreja Inglesa, p. 198). "Concordância com o passado" é só conseqüência da lealdade para com o todo; é simplesmente a expressão da constância da experiência católica no meio dos tempos mutáveis. Para aceitar e compreender a Tradição devemos viver no interior da Igreja, estar conscientes da presença doadora de Graça do Senhor e sentir o sopro do Espírito Santo nela. devemos, na verdade, dizer que quando aceitamos a Tradição, aceitamos, na fé, nosso Senhor que habita no meio dos fiéis; pois a Igreja é seu corpo que não pode ser separado d'Ele. Eis porque lealdade à Tradição significa não só concordância com o passado mas, num certo sentido, libertação do passado, como de algum critério formal exterior.

Tradição não é só um princípio protetor e conservativo; ela é, primariamente, o princípio de crescimento e de regeneração. Tradição não é um princípio empenhado em restaurar o passado, usando o passado como critério para o presente. Tal concepção de Tradição é rejeitada pela própria História e pela consciência da Igreja. Tradição é autoridade para ensinar, potestas magisterii, autoridade para ouvir testemunhos da verdade. A Igreja sustenta o testemunho da verdade não por reminiscência ou pelas palavras dos outros, mas por seu próprio viver, experiência incessante, por sua plenitude católica ... Nisso consiste aquela "Tradição da verdade," traditio veritatis, a respeito da qual Santo Irineu falou. (Adv. Haeres, i. 10, 2) Para ele, a Tradição está ligada com a "verdadeira unção da verdade," charisma veritatis certum" (Ibid, 4. 26,2), e o "ensinamento dos apóstolos" era, para ele, não tanto um exemplo imutável a ser repetido ou imitado, mas uma fonte de vida e inspiração, eternamente viva e inexaurível . A Tradição é a morada constante do Espírito Santo e não só a memória de palavras. A Tradição é um princípio "carismático," não um princípio histórico.

É falso limitar as "fontes de ensinamento" somente às Escrituras e à Tradição e separar Tradição das Escrituras como sendo aquela apenas um testemunho oral ou ensinamento dos apóstolos. Em primeiro lugar, tanto as Escrituras como Tradição foram dadas somente no interior da Igreja. Só na Igreja elas foram recebidas na plenitude de seu sagrado valor e significado. Nelas está contida a verdade da divina Revelação, uma verdade que vive na Igreja. Essa experiência da Igreja não se exaure nem nas Escrituras nem na Tradição, mas nelas se reflete. Por isso, somente na Igreja as Escrituras vivem e se tornam vivificadas, somente dentro da Igreja elas são reveladas como um todo e não partida em textos separados, mandamentos separados e aforismos separados. Isso significa que as Escrituras foram dadas em Tradição, mas não no sentido de que elas só podem ser entendidas de acordo com os ditames da Tradição, ou que são o registro escrito da tradição histórica ou do ensinamento oral. As Escrituras precisam ser explicadas. Elas são reveladas na teologia. Isso só é possível através da experiência viva da Igreja.

Não podemos assegurar que as Escrituras são auto-suficientes; e isso, não porque elas sejam incompletas ou inexatas ou tenham qualquer defeito, mas porque as Escrituras, em sua essência, não clamam por sua auto-suficiência. Podemos dizer que as Escrituras são um esquema ou imagem (eikón), inspirados por Deus, da verdade, mas não a própria Verdade. Estranho o que vai se dizer mas, freqüentemente, limitamos a liberdade da Igreja como um todo em favor da liberdade dos cristãos individuais. Em nome da liberdade individual a liberdade católica, ecumênica da Igreja, é negada e limitada. A liberdade da Igreja é algemada por um abstrato padrão bíblico para libertar as consciências individuais das demandas espirituais forçadas pela experiência da Igreja. Isso é uma negação da catolicidade, uma destruição da consciência católica; esse é o pecado da Reforma. O Deão Inge diz polidamente dos reformadores: "seu credo foi descrito como um retorno ao evangelho com o espírito do Corão" (Rvdo. W. R. Inge, The Platonic Tradition in English Religious Thought, 1926, p. 27).

Se declaramos ser as Escrituras auto-suficientes, só as expomos a interpretações subjetivas e arbitrárias, cortando-as assim de sua fonte sagrada. As Escrituras nos foram dadas em Tradição. É o centro vital e cristalizador. A Igreja, como Corpo de Cristo, coloca-se misticamente primeiro e é mais completa que as Escrituras. Isso não limita as Escrituras ou as põe na sombra. Mas a verdade nos é revelada não só historicamente. Cristo apareceu e ainda aparece para nós não só nas Escrituras; Ele, imutável e incessantemente, revela-se na Igreja em seu próprio Corpo. Nos tempos dos primeiros cristãos os evangelhos ainda não haviam sido escritos e não poderiam ser a única fonte de conhecimento. A Igreja atuava de acordo com o espírito do evangelho e, mais ainda, os evangelhos vieram à luz na Igreja, na santa eucaristia. No Cristo da eucaristia, os cristãos aprenderam a conhecer o Cristo dos evangelhos, e então sua imagem tornou-se vívida para eles.

Isso não significa que opomos as Escrituras à experiência. Pelo contrário, isso significa que nós as unimos da mesma maneira que elas estiveram unidas desde o início. Não devemos pensar que tudo que nós dissemos nega a História. Ao contrário, a História é reconhecida em todo o seu sagrado realismo. Ao contrastar com o testemunho histórico externo, nós não colocamos experiências religiosas subjetivas, não a consciência mística solitária, não a experiência de cristãos isoladamente, mas a experiência integral e livre da Igreja Católica, a experiência católica, e a vida da Igreja. E essa experiência inclui também a memória histórica; ela é cheia de história. Mas essa memória não é só uma reminiscência e uma lembrança de alguns eventos passados. Pelo contrário, ela é uma visão do que é, e do que tem sido realizado, uma visão da mística consciência do tempo e da catolicidade do todo do tempo. A Igreja conhece nada de esquecimento. A experiência doadora de Graça da Igreja torna-se integral em sua plenitude católica.

Essa experiência não se exaure, nem nas Escrituras, nem na tradição oral, nem em definições. Ela não pode, ela não deve, exaurir-se. Ao contrário todas as imagens e palavras devem ser regeneradas em sua experiência de vida espiritual. Essa experiência é a fonte do ensinamento da Igreja. No entanto, nem tudo dentro da Igreja data dos tempos apostólicos. Isso não significa que foi revelado algo que era "desconhecido" pelos apóstolos; tampouco significa que, o que é de data posterior, é menos importante e convincente. Tudo foi dado e revelado completamente desde o início. No dia de Pentecostes a revelação foi completada, e não admitirá ulterior completamento até o Dia do Juízo e sua última realização. A revelação não tem sido ampliada, mesmo o conhecimento não tem aumentado. A Igreja não conhece Cristo agora mais do que O conheceu no tempo dos apóstolos. Mas ela testifica de coisas maiores. Em suas definições ela sempre, imutavelmente, descreve coisas, mas na imagem imutável, novas características se tornam visíveis. Mas a Igreja conhece a Verdade não menos e não de outra forma do que era conhecido nos tempos antigos. A identidade da experiência é lealdade à Tradição. A lealdade à Tradição não impediu os padres da Igreja de "criarem novos nomes" (como São Gregório de Nazianzo diz) quando isso foi necessário para a proteção da fé imutável. Tudo o que fui dito posteriormente, foi dito de dentro da plenitude católica e é de igual valor e força comparado com o que foi pronunciado no início. E ainda agora, a experiência da Igreja não foi exaurida, mas protegida e fixada em dogmas. Mas, há muito do que a Igreja testifica que não está em forma dogmática, mas numa maneira litúrgica, no simbolismo do ritual sacramental, nas figuras de retórica das orações e no estabelecido ciclo anual de comemorações e festas. O testemunho litúrgico é tão válido quanto o testemunho dogmático. O concreto contido num símbolo é, às vezes, ainda mais vivo, claro e expressivo do que qualquer concepção lógica , como testemunha a imagem do Cordeiro tomando sobre si os pecados do mundo.

Errado e não verdadeiro é aquele minimalismo teológico que quer escolher e colocar à parte "as mais importantes, mais certas e mais obrigatórias" de todas as experiências e ensinamentos da Igreja. Esse é um caminho falso, e uma falsa colocação da questão. Por certo, nem tudo nas instituições históricas da Igreja é igualmente importante e venerável; e nem tudo nas ações empíricas da Igreja foi sancionado ainda. Há muito que é somente histórico. No entanto, nós não temos critério externo para discriminar entre os dois. Os métodos de criticismo histórico externo são inadequados e insuficientes. Somente de dentro da Igreja nós podemos discernir o sagrado do histórico. De dentro é que vemos o que é católico e pertence a todos os tempos, e o que é só "opinião teológica," ou até mesmo um simples e casual acidente histórico. Mais importante na vida da Igreja é sua plenitude, sua integridade católica. Há mais liberdade nessa plenitude que nas definições formais de um mínimo forçado nas quais nós perdemos, o que é mais importante - retidão, integridade, catolicidade.

Um dos historiadores da Igreja Russa deu uma definição de muito feliz do caráter único da experiência da Igreja. A Igreja não nos dá um sistema mas uma chave; não os planos da cidade de Deus, mas os meios para entrarmos nela. Talvez alguém perderá seu caminho porque não tem um plano. Mas tudo que ele verá, verá sem um mediador, verá diretamente, e o que vier a ver será real para ele; enquanto aquele que só estudou o plano, arrisca-se a permanecer fora, não encontrando nada (B.M. Melioransky, Lectures on the History of Ancient Christian Churches. The Pilgrim, Russian, 1910, 6, p. 931).

ECCLESIA

S. VICENTE DE PAULO, SACERDOTE, PADROEIRO DE TODAS AS ASSOCIAÇÕES DE CARIDADE

S. Vicente de Paulo, Juan Nepomuceno Herrera

“Meus irmãos, amemos a Deus, custe o que custar, com a fadiga dos nossos braços e o suor do nosso rosto”.
Vicente de Paulo nasceu, em 1581, em uma pequena cidade da Gasconha, região da França, no seio de uma família de camponeses. Embora tenha transcorrido a sua adolescência no campo, a sua perspicácia foi percebida por um benfeitor, que lhe ofereceu a oportunidade de estudar, tanto que, em 1600, com apenas 19 anos, foi ordenado sacerdote, mas obteve o diploma em teologia somente em 1604. Abriu uma escola particular, mas teve muitos gastos. Além disso, durante uma viagem marítima de Marselha a Narbonne, seu navio foi atacado por piratas: Vicente foi preso e vendido como escravo em Túnis. Ao receber sua alforria, dois anos depois, voltou para França, graças ao seu terceiro patrão, que, no entanto, se converteu ao cristianismo.

De mestre dos ricos a pároco dos pobres

Finalmente, em 1612, tornou-se pároco de uma igreja em Clichy, na periferia de Paris. No entanto, conheceu o Cardeal Pierre de Bérulle, que foi seu diretor espiritual, por muito tempo. Assim, começou suas atividades como catequista, mas, no ano seguinte, foi encarregado da formação dos filhos dos Marqueses de Gondi, onde permaneceu quatro anos. Ali, Vicente percebeu, pela primeira vez, o enorme abismo entre ricos e pobres, não só do ponto de vista material e social, mas também cultural e moral. Sua preocupação com a pobreza foi compartilhada pela Marquesa Gondi, que colocou uma grande quantidade de dinheiro à sua disposição, para que fosse instituída uma obra de pregação quinquenal entre os camponeses das suas terras. Contudo, não podendo contar com a ajuda de outros padres para esta missão, Vicente desistiu, deixando, temporariamente, o castelo para ir trabalhar em uma pequena paróquia na periferia de Châtillon-le-Dombez. Ali, em contato direto com a miséria dos camponeses, ficou mais chocado ainda com a situação.

A “descoberta” da Caridade, que mobiliza o mundo

A primeira coisa, que Vicente fez como pároco, foi cuidar de uma família doente, que não tinha o que comer. Por isso, promoveu uma rede promissora de solidariedade entre os paroquianos. Porém, percebeu que, quando o dinheiro acabasse, a família voltaria à sua indigência de antes. Daí, buscou outro meio, mais eficiente e em longo prazo, para ajudar esta e outras famílias necessitadas da região. Assim, em 20 de agosto de 1617, nasceu a primeira célula da Caridade Vicentina, que foi confiada, segundo os ditames da sociedade, às mulheres, que foram chamadas “Servas dos Pobres”. A instituição cresceu de modo extraordinário, obtendo, em tempo recorde, a aprovação do Bispo de Lyon. Vicente notou que a mobilizar todas as coisas era o amor; por isso, dedicou-se a ela de alma e corpo, transmitindo aos demais pelo menos um pouco daquele amor, com o qual se sentia profundamente amado por Deus.

Damas e Filhas: famílias da Caridade

Vicente voltou ao castelo de Gondi, mas, desta vez, só para tratar da promoção humana e material dos camponeses. Depois, transferiu-se para Paris, porque é nas grandes metrópoles que as diferenças sociais, entre quem tem tudo e quem não tem nada, são maiores: sentiu que era ali que devia intervir. Na capital, muitas senhoras nobres, ansiosas de fazer beneficência, quiseram contribuir, financeiramente, para suas obras de "Monsieur Vincent": assim, em 1617, nasceram as Damas da Caridade, entre as quais se encontrava também a futura rainha da Polônia. A obra mais importante que conseguiram realizar foi a abertura de um hospital municipal. Porém, as senhoras não davam conta, seja pelo seu número seja pela sua posição social, para atender às necessidades mais humildes. Por isso, em 1633, Vicente fundou uma Congregação feminina, inovadora para a época: as Filhas da Caridade, que não seriam "monjas", distantes do mundo e dedicadas à contemplação, mas "freiras", irmãs dos últimos, que vivem ao lado deles no mundo e deles cuidam diariamente. Enfim, pela primeira vez, também as mulheres consagradas participam do apostolado ativo. Ainda hoje, as Filhas da Caridade são a maior família religiosa feminina da Igreja.

Formação do clero e os "Lazaristas"

A obra incessante de Vicente não se limitou apenas à comunidade das Irmãs, mas começou a pregar a Palavra de Deus nas aldeias, onde muitos sacerdotes se uniram ele. Assim, nasceu uma nova comunidade, que contava com a ajuda financeira da família Gondi: a Congregação da Missão, mais tarde conhecida como Lazaristas, cuja sede foi o convento de São Lázaro. Entre as suas regras, destacavam-se a necessidade da vida em comum, a renúncia aos cargos eclesiásticos mais cobiçados, a assistência espiritual aos galeotes e o ensino do catecismo. Contudo, Vicente percebeu que, muitas vezes, a ignorância dos camponeses estava associada à pouca preparação dos sacerdotes, que deveriam cuidar deles, Por isso, comprometeu-se também com a formação do clero, promovendo exercícios espirituais e animando os "encontros das terças-feiras", nos quais os sacerdotes transmitiam suas experiências apostólicas e encaminhavam suas vocações à santidade.

“Regulae” de Monsieur Vincent

Vicente de Paulo faleceu em Paris, em 27 de setembro de 1660, com a idade de 79 anos, sem deixar nenhuma obra escrita. A sua única obra ou a sua obra-prima foi a Caridade: uma caridade, o verdadeiro amor, que não fazia distinção entre o de Deus e o ao próximo. A espiritualidade vicentina, fundada na dupla descoberta de Cristo e dos pobres, na igualdade entre a oração e ação, no compromisso com o mundo e para o mundo, concretiza-se com a evangelização e a promoção humana. Seus Filhos religiosos, portanto, se inspiram apenas nas "Regulae", que encarnam as características do espírito vicentino: simplicidade, humildade, mansidão, mortificação e zelo pela salvação das almas. São Vicente de Paulo foi canonizado por Clemente XII, em 1737, enquanto, em 1885, o Papa Leão XIII o proclamou padroeiro de todas as Associações católicas de caridade.

Vatican News

XXVI Domingo do Tempo Comum – Ano A

Portal Presbíteros

por Pe. Françoá Costa

Arrependimento

“Se arrependimento matasse…” Esta frase é a expressão de uma dor profunda, do desejo de voltar atrás e de não ter feito determinada ação ou dito certa palavra. A contrição, isto é, o arrependimento por termos ofendido a Deus tem a ver com essa realidade: vontade de não ter cometido tal ou qual ação. O primeiro dos filhos que aparecem do Evangelho de hoje teve essa oportunidade: voltar atrás. Ele tinha dito ao seu pai que não queria ir trabalhar na vinha. Falou a verdade. “Mas, em seguida, tocado de arrependimento, foi” (Mt 21,29). Mas será que ele voltou atrás mesmo? Somente em parte. Se observarmos bem, não era possível àquele jovem dar uma resposta diferente daquela que ele já tinha dado ao seu pai: o que aconteceu, aconteceu. O nosso jovem, não obstante, procurou reparar aquela situação através da sua boa ação: foi trabalhar na vinha!

Como foi bela a atitude daquele jovem! Não porque ele tenha dado uma resposta de desobediência ao pai, mas porque ele se arrependeu logo e também porque ele procurou mostrar o seu amor através da própria atuação. Quando as palavras já não são suficientes restam as obras e quando ambas já não servem para expressar o que sentimos, o silêncio ganha em eloquência.

Fazer coisas erradas parece inevitável enquanto estivermos neste vale de lágrimas. No meio a tantos erros e pecados não nos esqueçamos, porém, que Deus espera o nosso arrependimento, a nossa dor de amor. É fruto da graça, sem dúvida, mas também nós podemos colaborar ao não resistirmos à ação do Espírito Santo em nosso favor. O estranho não é ter pecados, o esquisito não é equivocar-se, a coisa rara de verdade não é errar. O que tem de estranho que a miséria seja miserável? Nada. Na vida de um filho de Deus, de um cristão, o verdadeiramente bizarro seria não arrepender-se de ofender a Deus, que é tão bom e amável.

Arrepender-se não é o mesmo que chorar. Pode haver pessoas que estão muito arrependidas, mas das quais não brota sequer uma lágrima. Por quê? São insensíveis? Não, simplesmente porque são pouco propensas à afloração de sentimentos. A contrição ou arrependimento “consiste numa dor da alma e detestação do pecado cometido, com a resolução de não mais pecar no futuro” (Cat. 1451). O Catecismo da Igreja Católica distingue dois tipos de contrição: perfeita e imperfeita.

A contrição perfeita “brota do amor de Deus, amado acima de tudo (…). Esta contrição perdoa as faltas veniais e obtém também o perdão dos pecados mortais, se incluir a firme resolução de recorrer, quando possível, à confissão sacramental” (Cat. 1452). Já que Deus aparece ao fiel como realidade amável, tudo o que lhe afastou de Deus parece como algo profundamente detestável. É o amor, portanto, que abre os olhos para que vejamos a feiura do pecado. No lado oposto de cada amor se encontra o ódio; neste caso, vem à alma o ódio, a detestação, do pecado cometido porque este ofende a Deus, bom e digno de todo o nosso amor e adoração.

A contrição imperfeita (atrição) “nasce da consideração do peso do pecado ou do temor da condenação eterna e de outras penas que ameaçam o pecador (contrição por temor)” (Cat. 1543). Neste caso, o Espírito Santo nos impulsiona através do temor para que percebamos algo do mal que cometemos. Este tipo de arrependimento é suficiente para que possamos aproximar-nos do sacramento da confissão e pedir perdão a Deus de todos os nossos pecados.

Não podemos aproximar-nos do sacramento da confissão sem nenhum tipo de arrependimento. Neste caso, ainda que o sacerdote absolvesse, não seríamos perdoados porque estaríamos resistindo ao perdão de Deus. Note-se: não é que Deus não queira me perdoar, sou eu quem resiste ao seu perdão amoroso ao não arrepender-me. Assim como eu não posso chegar para alguém e dizer assim: “olha, eu matei o seu filho, você me perdoe; mas, se o seu outro filho me agoniar eu vou matá-lo também”. De maneira semelhante, não podemos chegar diante de Deus, no sacramento da confissão, e dizer-lhe: “eu fiz esse pecado, me perdoe; mas eu vou continuar fazendo o mesmo pecado, é só aparecer a primeira oportunidade”. O quê? Ainda esperamos que Deus nos perdoe tendo tal atitude interior. Sejamos sinceros e conscientes de que “de Deus não se zomba” (Gl 6,7).

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sábado, 26 de setembro de 2020

A “grande mídia” se faz hipocritamente de sonsa diante da cristofobia no mundo

Mohammed ABED / AFP ©

Colunista brasileiro chegou a escrever, nesta semana, que a cristofobia é inventada: seria apenas um “intimidador projeto de supremacia cristã”.

Embora até governos estejam se vendo obrigados a reconhecer que os níveis de perseguição contra os cristãos no planeta chegaram a patamares de genocídio, ainda é preciso conviver com negacionistas ideologicamente enviesados que não apenas negam os fatos, mas, baseando-se em narrativas puramente retóricas e sem apresentarem dados e números, ainda proferem insultos como o de que a cristofobia seria apenas “um projeto político que visa a consolidar a soberania de uma religiosidade antidemocrática“.

Nesta semana, o colunista Ronilso Pacheco publicou as seguintes afirmações no portal UOL a respeito da cristofobia:

“Trata-se de uma narrativa criada em torno de uma mentira, que tem sido cada vez mais imposta como verdade. No fundo, estamos lidando com um assustador e intimidador projeto de supremacia cristã. Este discurso da perseguição religiosa é o escudo de um projeto político que visa a consolidar a soberania de uma religiosidade antidemocrática. O discurso da ‘cristofobia’ nasce como ressentimento, deboche e negação do conceito de ‘homofobia’. Portanto, ‘cristofobia’ não é conceito, foi uma palavra inventada por conservadores e fundamentalistas cristãos para rechaçar a realidade de perseguição, violência e preconceito vivenciados por muitas pessoas da comunidade LGBTQI+. ‘Cristofobia’ é palavra-xingamento, é ignorância e insensibilidade dos que querem continuar se escondendo atrás da religião para hostilizar minorias sociais, impedir o reconhecimento de direitos e seguir vivendo em um mundo em que ataques, preconceito e ofensas sejam postos na conta da ‘liberdade religiosa’ cristã”.

É um nível chocante de distorção de uma realidade mundial cada vez mais inegável, mas que, majoritariamente, a “grande mídia” insiste em minimizar e até em mentir que não existe.

Perseguição anticristã aumentou na pandemia

Em agosto de 2020, um levantamento da Release International mostrou que a perseguição religiosa aumentou em todo o mundo durante a atual pandemia do novo coronavírus. Uma das piores situações está na China, onde, segundo a mesma entidade, o governo tem usado a pandemia como pretexto para intensificar a sua repressão aos cristãos. A Release International é uma organização cristã ecumênica fundada em 1968 pelo pastor protestante Richard Wurmbrand, que ficou preso por causa da sua fé durante 14 anos na Romênia comunista. A organização se dedica a ajudar cristãos de quaisquer denominações afetados por perseguições religiosas em 25 países.

No tocante à China, especificamente, o portal Bitter Winter, que monitora a perseguição religiosa sob o regime comunista de Pequim, tem publicado centenas de denúncias com dados concretos de lugares, datas e nomes. Só em 2020, por exemplo, Aleteia repercutiu denúncias como a de que o governo da China continuou destruindo igrejas e cruzes durante o confinamento forçado, ofereceu dinheiro a quem denunciasse igrejas cristãs e ordenou que as igrejas preguem o comunismo durante os sermões. As pressões e perseguições pioraram nos últimos meses na China, cujo regime intensificou no ano passado a demolição de igrejas “rebeldes”, ou seja, que não se enquadrem nas normas estritas e abusivas impostas pelo Partido Comunista. Pequim chegou a implantar a Associação Católica Patriótica Chinesa, entidade estatal que nada tem a ver com a genuína Igreja Católica, mas à qual os católicos chineses deveriam filiar-se obrigatoriamente para fins de absoluto controle por parte do governo. Os que se recusam são sistematicamente perseguidos como clandestinos. Além da perseguição direta, Pequim também tem sido acusada de hackear instituições da Igreja como a diocese de Hong Kong, na qual sacerdotes católicos têm apoiado manifestações pró-democracia.

80% das vítimas de perseguição religiosa no mundo são cristãs

Ainda em agosto de 2020, realizou-se a 6ª edição do Dia de Oração pelos Cristãos Perseguidos, promovida pela Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN, pela sigla internacional em inglês). Para a ocasião, confirmou-se que, embora a mídia pouco fale do assunto, os cristãos continuam sendo o grupo religioso mais perseguido em todo o planeta: 80% das pessoas que sofrem perseguições por causa da fé, atualmente, são cristãs. Há hoje 327 milhões de cristãos vivendo em países onde ocorre perseguição religiosa e 178 milhões em países onde são discriminados por motivos religiosos. De cada 5 cristãos no mundo, um vive em países onde ocorre perseguição ou discriminação religiosa.

1 em cada 8 cristãos sofre perseguição

Em janeiro de 2020, a organização norte-americana Open Doors (Portas Abertas), que monitora a situação dos cristãos perseguidos no mundo, apresentou o seu relatório anual baseado no período de 1º de novembro de 2018 a 31 de outubro de 2019, analisando cerca de 100 países. O levantamento aponta que 1 em cada 8 cristãos sofre perseguição por causa da fé, o que equivale a 260 milhões de pessoas. Na comparação com o período anterior, aumentou em 15 milhões o total de cristãos que sofrem discriminação em níveis “alto”, “muito alto” e “extremo”, segundo a organização.

2019, um dos anos mais sangrentos da História para os cristãos

Também em janeiro de 2020, Thomas Heine-Geldern, presidente da Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), foi enfático ao avaliar 2019 como um ano de calvário para os cristãos: “Um ano de mártires. Um dos anos mais sangrentos da história para os cristãos“.

Governo britânico: perseguição a cristãos atinge níveis próximos do genocídio

Em 3 de maio de 2019, a rede BBC reconheceu que “a perseguição aos cristãos atinge níveis próximos do genocídio”, em referência a um amplo estudo de caráter urgente encomendado pelo secretário de Assuntos Exteriores do Reino UnidoJeremy Hunt. O estudo corroborou que 80% do total de vítimas de perseguição religiosa no mundo são cristãos e que, portanto, os cristãos continuam sendo o grupo religioso mais perseguido do planeta. O estudo apontou também que os níveis de perseguição em certas regiões do mundo são tão extremos que atendem aos parâmetros da ONU para serem considerados genocídio. Ainda em 2019, autoridades internacionais consideraram que o genocídio de cristãos e judeus já havia atingido “um patamar alarmante”.

Até jogadores de futebol se engajam na denúncia: “perseguição inacreditável”

Em junho de 2019, o jogador de futebol Olivier Giroud, da seleção francesa e do clube inglês Chelsea, capitaneou um evento em defesa dos cristãos que sofrem perseguições em dezenas de países de todos os continentes em pleno século XXI. Giroud declarou: “Os números da perseguição anticristã são inacreditáveis e nós temos que falar sobre eles. É preciso que exista essa consciência“. A iniciativa de Giroud contou com a adesão de vários outros jogadores, entre os quais o brasileiro Lucas Moura.

250 cristãos assassinados por mês por causa da fé

Em janeiro de 2019, a Release International já previa que a perseguição contra os cristãos aumentaria em todo o mundo ao longo daquele ano, com base em dados do governo britânico. O secretário Jeremy Hunt, de Assuntos Exteriores, já havia destacado na época que o país precisava “fazer mais” para ajudar os cristãos perseguidos mundo afora. No estudo solicitado por Hunt sobre o crescimento da perseguição, destacaram-se números como os 250 assassinatos de cristãos por mês em decorrência direta da sua fé.

Diversos organismos, inclusive laicos, comprovam o fato da perseguição anticristã

Em novembro de 2018, foi apresentado em Roma, pela ACN, mais um relatório que demonstrava, com números e fatos documentados, que a perseguição religiosa continuava dramática, sendo os cristãos os mais discriminados e oprimidos em todo o planeta, em diferentes contextos. Informações com a mesma conclusão já vinham sendo divulgadas por organismos laicos como a USCIRF (Comissão dos Estados Unidos para a Liberdade Religiosa Internacional) e a International Society for Human Rights, ONG de Frankfurt, Alemanha, bem como por entidades ligadas ao protestantismo como a associação norte-americana Open Doors e o Center for the Study of Global Christianity, do Gordon Conwell Theological Seminary, instituição evangélica do Estado norte-americano de Massachusetts. Os dados apontavam que 300 milhões de cristãos sofriam discriminação e perseguição no mundo; 61% dos cristãos viviam em países onde a liberdade religiosa não é respeitada; 1 em cada 7 cristãos vivia num país onde a perseguição é uma realidade cotidiana.

Piora sobre piora

Em novembro de 2017, o relatório da ACN baseado no período agosto 2015 – julho 2017 ressaltava que os cristãos continuavam sendo as principais vítimas do fundamentalismo, do nacionalismo religioso e dos regimes totalitários, destacando que o relatório anterior (2013-2015) já tinha registrado piora na situação e que o novo documento apontava um crescimento maior ainda da violência contra os cristãos no mundo. Em 2016, o instituto de pesquisas Pew Research, dos Estados Unidos, que é independente e laico, também havia apontado que os cristãos eram perseguidos em pelo menos 144 países.

Casos aberrantes de perseguição

Um dos casos mais emblemáticos da década foi o da mãe de família católica paquistanesa Asia Bibicondenada à morte sob acusações falsificadas de blasfêmia contra o islã. Após intensa mobilização internacional, ela teve a pena de enforcamento suspensa depois de quase dez anos de angústia no corredor da morte. O fato não tem nada de isolado no país, com centenas de registros de condenações do mesmo tipo. O Paquistão tem uma legislação “antiblasfêmia” que facilita as arbitrariedades, perpetradas principalmente contra os cristãos, sem necessidade de provas contundentes contra os acusados: na maioria dos casos, basta o “testemunho” inverificável do acusador para que a vítima seja condenada à prisão ou à pena capital. Um dos casos mais recentes é deste mês de setembro de 2020: o cristão paquistanês Asif Pervaizde, de 37 anos, foi condenado à morte por um tribunal de Lahore pelo mesmo suposto crime de blasfêmia contra o islã.

Grupos fundamentalistas continuam exterminando cristãos à vontade

Em pleno 2020, o Estado Islâmicoquase ao silêncio da grande mídia, continua atacando lugares cristãos, embora com menos intensidade do que durante o seu auge no Iraque e na Síria. O alvo mais recente é Moçambique, o primeiro país de língua portuguesa atacado consistentemente pelo bando jihadista. Também na África, o Níger e a Nigéria continuam tendo regiões literalmente dizimadas por ataques anticristãos perpetrados sistematicamente por grupos terroristas islâmicos, como o Boko Haram. Sobre a gravíssima situação dos cristãos em partes da Nigéria, aliás, o arcebispo de Kaduna, dom Matthew Man-oso Ndagoso, declarou ao portal LifeSiteNews em 26 de abril de 2019: “Estão matando cristãos como frangos”. Nada mudou desde essa declaração.

Discriminações “democráticas” em países “livres”

Além da perseguição cruenta, do tipo que tortura e mata, existem também as discriminações e perseguições ideológicas e culturais em forma de censura e mesmo de escárnio disfarçado de “arte” ou até de “humor”. Não é preciso de grande esforço para encontrar em sites de busca uma notável quantidade de “exposições artísticas” recentes nas quais imagens sacras centrais à fé cristã foram alvo de ridicularização escancarada. No Natal de 2019, o grupo de humoristas de esquerda Porta dos Fundos produziu um filme inteiramente baseado em escárnio à fé cristã – e que, apesar dos muitos protestos, inclusive de juristas, foi considerado mera “liberdade de expressão” pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli. Neste mês de setembro de 2020, porém, um representante da própria Netflix admitiu, perante um tribunal da Espanha, que aquele “especial de Natal” é de fato ofensivo aos cristãos e que a plataforma não tem nenhuma produção que ataque no mesmo nível qualquer outra religião.

Ódio velado sob discursos pró-minorias

O jornalista espanhol Luis Antequera, que estuda a cristofobia no mundo, observa que as formas dessa perseguição variam de região para região, mas são diferentes expressões do mesmo fenômeno: o ódio anticristão. Segundo o livro “Cristofobia: a perseguição a cristãos no século XXI“, esse ódio pode aparecer de modo velado sob discursos de “defesa das liberdades”, “direitos de minorias” ou “liberdade de expressão” para fomentar uma crescente marginalização e mesmo exclusão de pessoas e perspectivas cristãs da sociedade.

Violência e vandalismo anticristão crescentes no mundo

Atos de vandalismo contra igrejas e símbolos cristãos explodiram nos últimos anos, inclusive sob a desculpa de protestos e manifestações “pacíficos” em favor de minorias. Em junho de 2020, o ativista da extrema-esquerda norte-americana Shaun King pontificou via redes sociais que as estátuas de Jesus Cristo com biotipo europeu devem ser depredadas porque seriam uma forma da “supremacia branca”. A destruição de estátuas de Cristo, Nossa Senhora e santos diversos é apenas um exemplo, mas também são crescentes os números de incêndios criminosos contra igrejas e catedrais e até mesmo o de sequestros, ataques físicos e assassinatos contra sacerdotes, religiosos e freiras. Basta fazer uma busca na internet pelo assunto para encontrar relatos, muitos deles chocantes pelo grau de violência infligida às vítimas simplesmente por conta da sua fé cristã.

Restrições arbitrárias contra cristãos em países desenvolvidos

As crescentes imposições arbitrárias à Igreja em países desenvolvidos levaram o cardeal dom Gérald Cyprien Lacroix, de Québec, no Canadá, a denunciar em agosto de 2020 que as igrejas na região estão sofrendo mais restrições do que os cassinos e até a maconha. De fato, o Canadá é um dos países em que a ideologia laicista do governo de esquerda tem imposto mais limitações enviesadas à liberdade religiosa, principalmente de cristãos, inclusive com legislação proibindo símbolos religiosos. Bispos canadenses denunciaram graus de perseguição que vão desde a pena de morte em diversos países até uma infinidade de matizes de discriminação cotidiana em nações supostamente democráticas.

Na França das narrativas de “igualdade, liberdade e fraternidade” (que se aplicam seletivamente), dois deputados denunciaram que os cristãos sofrem média superior a 3 ataques por dia. Eles foram tachados de “exagerados”, mas uma pesquisa laica demonstrou que a realidade é ainda pior que a denúncia. Os dados que provam que os ataques diários anticristãos na França são superiores à média denunciada pelos deputados foram publicados pelo jornal laico Le Figaro e replicados pelo site Christianophibie.fr, que monitora os atos de perseguição anticristã na França e no mundo.

Apesar dos fatos, a cristofobia é tratada como “narrativa mentirosa”

Como se nada disso bastasse, ainda é preciso ler, sobre o fato real, comprovado e chocante da cristofobia, aberrações como as que foram publicadas nesta semana afirmando que a cristofobia é só “uma narrativa criada em torno de uma mentira imposta como verdade” e que o que se denuncia como cristofobia seria somente “um assustador e intimidador projeto de supremacia cristã“.

Assustador, intimidador e profundamente indignante é negar a realidade a ponto de transformar milhões de vítimas cristãs em supostos executores ou cúmplices de um “projeto de supremacia” que não se sustenta diante de fatos e números consolidados por estudos internacionais que revelam um panorama de nada menos que genocídio.

Aleteia

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF