Translate

sexta-feira, 2 de outubro de 2020

No mês do Rosário, um milhão de crianças rezam pela paz e pelo fim da pandemia

ACI Digital

https://youtu.be/xfz9DNlxQnA

REDAÇÃO CENTRAL, 01 out. 20 / 10:41 am (ACI).- Neste mês do Rosário, a Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) convida novamente crianças do mundo todo a se unir em oração pela paz mundial e também pelo fim da pandemia de Covid-19.

Trata-se da campanha “Um Milhão de Crianças Rezam o Terço pela Paz”, que acontecerá no dia 18 de outubro, unindo cerca de 80 países, presentes em todos os continentes.

A iniciativa, que teve início em 2005, neste ano acontecerá em um contexto diferente, em meio a uma crise de saúde existencial, conforme assinalaram em uma carta aos padres o presidente internacional da ACN, Cardeal Mauro Piacenza, e o assistente eclesiástico da internacional da fundação, Pe. Martin Barta.

“Nunca antes houve uma crise de saúde e uma crise existencial tão global. A escala desta epidemia ultrapassa tudo o que a humanidade experimentou até hoje. O mundo inteiro foi, e ainda está, exposto a um vírus invisível que levou centenas de milhares de pessoas à morte e que gerou repercussões econômicas e sociais devastadoras e, ainda na sua maioria, imprevisíveis”, afirmaram na carta.

Entretanto, como recordaram Jesus “deu-nos um ‘soro’ universal, que pode nos tornar-nos imunes à praga que atingiu o nosso mundo. Jesus deu-nos novamente a confiança e a esperança de que Deus deseja curar-nos, mesmo que ainda tenhamos de vir a carregar a cruz”.

Para ajudar os homens, indicaram, de uma maneira especial, Jesus “envia aos nossos tempos, que muitos santos denominam de tempos apocalípticos, a Mãe d’Ele para nos assistir nas grandes necessidades”.

Assim, lançaram o convite para que todos se unam à iniciativa “Um Milhão de Crianças Rezam o Terço pela Paz”. “Esta oração conjunta mundial do Terço, com as crianças, deve encher-nos de uma nova confiança no amor e na proteção de Deus, que Ele nos deseja presentear através da Mãe d’Ele”, ressaltaram.

Uma iniciativa das próprias crianças

Como conta o site da Fundação ACN, a campanha “Um Milhão de Crianças Rezam o Terço pela Paz” surgiu em 2005, em Caracas, Venezuela, por parte de um grupo de crianças que rezavam espontaneamente o Terço, à beira do caminho para um santuário de Nossa Senhora.

Algumas mulheres que também estavam presentes sentiram uma profunda presença de Nossa Senhora. Uma delas recordou que, certa vez, São Pio de Pietrelcina havia dito: “Quando um milhão de crianças rezarem o Terço, então o mundo vai mudar”.

A campanha se espalhou pelo mundo e, desde 2008, conta com apoio da Fundação ACN, a qual assumiu a organização do evento em âmbito mundial há dois anos.

Segundo a Fundação ACN, esta iniciativa de oração tem como objetivo mostra que “a oração confiante das crianças pode voar como uma flecha diretamente para o coração de Deus e, consequentemente, tem grande poder”.

“Quão poderosa, então, é a oração do Terço, rezada pelas crianças na intenção pela paz e unidade dentro das famílias, dentro do seu próprio país e em todo o mundo”, completa.

Para participar da campanha, basta acessar o site da Fundação ACN e fazer download do material que inclui orações com instruções sobre como rezar o Terço, reflexões dos Mistérios Gloriosos adaptadas para as crianças e uma consagração à Nossa Senhora.

ACI Digital

SS. ANJOS DA GUARDA

SS. Anjos da Guarda  (© BAV, Vat. lat. 3769, f. 27v)

A existência dos Anjos é um dogma de fé, definida várias vezes e em muitas ocasiões pela Igreja, desde o Concílio de Nicéia ao Vaticano I. Tudo o que lhes diz respeito faz parte de um estudo próprio, denominado "angelologia", ao qual se dedicaram os Padres da Igreja e os maiores teólogos. Todos refletiram muito sobre a sua espiritualidade, tornando-a tema central do Magistério eclesial, que afirma: os anjos são seres totalmente espirituais, sem corpo, imortais e imutáveis, que se tornam visíveis apenas para manifestar a sua ação.

Quem e quantos são os Anjos?

O termo "anjo" indica uma criatura celeste bem próxima de Deus. Seu nome é citado 175 vezes no Novo Testamento e pelo menos 300 no Antigo, aonde vem especificada a função desta milícia sobrenatural, dividida em nove hierarquias: Querubins, Serafins, Tronos, Dominações, Poderes, Virtudes Celeste, Principados, Arcanjos, Anjos. Estes espíritos puros, dotados de inteligência e vontade, são chamados, muitas vezes, mensageiros ou intérpretes das ordens divinas; eles se manifestam, sobretudo, em momentos cruciais da história da salvação. Com efeito, o IV Concílio de Latrão definiu, como verdade de fé, o fato de que, se alguns anjos abusarem da sua liberdade, poderão cair no pecado: foi o que aconteceu com Lúcifer, o mais bonito de todos, que, ao pecar, por orgulho, contra Deus, caiu nas profundezas do inferno. Enfim, voltando à sua hierarquia, as criaturas celestes distinguem-se por suas funções e sinais específicos: por exemplo, os Serafins, os mais próximos de Deus, são coloridos de vermelho, para indicar seu amor particularmente ardente; os Querubins, ao invés, têm asas cobertas de manchas oculares, como as do pavão.

O Anjo da Guarda

As funções, atribuídas aos anjos pela Sagrada Escritura, são as de acompanhar o homem no caminho do bem e oferecer ao Senhor as nossas orações e sacrifícios: é esta a função do nosso Anjo da Guarda, que, embora seja uma verdade de fé, hoje encontra pouco espaço, como o Catecismo ensina às crianças. De fato, no Batismo, todo cristão recebe, como dom de Deus, o próprio Anjo da Guarda, uma presença silenciosa que o acompanha e guia ao longo de toda a sua existência: é um companheiro de viagem, uma figura exemplar, mas, também, irmão mais velho. Ao longo dos séculos, apesar de invisíveis, os anjos foram representados de várias maneiras: sobretudo, em atitude de adoração a Deus, mas também entristecidos, quando representados nas sepulturas; e, enfim, como músicos no presépio ou guerreiros na luta contra o demônio.

Origens da sua memória litúrgica

A memória litúrgica dos Santos Anjos é celebrada em 2 de outubro, desde 1670, por desejo do Papa Clemente X, enquanto a Igreja ortodoxa prefere celebrar em 11 de janeiro. Antigamente, a sua festa era celebrada em 29 de setembro, junto com a dos três Santos arcanjos: Miguel, Gabriel e Rafael. Porém, sua data foi diferenciada, tornando-se, de modo particular, memória própria dos Anjos da Guarda: primeiro, na Espanha, no século XV; depois, se difundiu em Portugal, Áustria e, por fim, em toda a Europa. Na verdade, a devoção aos Anjos é mais antiga que aos santos, de modo especial na Idade Média, graças aos monges eremitas, que viviam uma vida de recolhimento, silêncio e oração, em companhia só dos seus Anjos da Guarda. Finalmente, em 2005, o Parlamento italiano, inspirando-se na figura dos Anjos da Guarda, introduziu, na mesma data de 2 de outubro, a celebração civil da Festa dos Avós, verdadeiros Anjos da Guarda de suas famílias.

Oração ao Anjo da Guarda

Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador, se a ti me confiou a Piedade divina, sempre me rege, me guarde, me governe, me ilumine, Amém!

Vatican News

quinta-feira, 1 de outubro de 2020

APASCENTA AS MINHAS OVELHAS!

Instituto Hesed

Cristo vivo e ressuscitado confiou ao Apóstolo Pedro o encargo de, em Seu nome, reger e orientar o Seu rebanho, dizendo: “Apascenta os meus cordeiros!” (Jo 21,15). “Apascenta as minhas ovelhas!” (Jo 21, 17). Desde os primórdios da Igreja até o fim dos tempos, o Sumo Pontífice é o chefe dos apóstolos, a Rocha sobre a qual se edifica a Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo. Desse modo, contemplando, com o olhar da fé, os duzentos e sessenta e seis papas que governaram a Igreja, podemos afirmar que Deus suscitou a autoridade do papa para que este possa nos demonstrar, com o seu exemplo, a sua voz e os seus escritos, o caminho seguro para a vida eterna, transmitindo-nos as verdades do Evangelho, clareando as nossas dúvidas, fazendo brotar em nossas almas as fontes da sabedoria cristã e o sol da esperança.
Impulsionados pelas virtudes teologais da fé e da esperança, professamos que Deus concede, em profusão, os dons de Sua graça à Igreja. Estas graças, muitas vezes, chegam até nós por meio da obediência aos ensinamentos pontifícios e à sua plena sintonia. É também pela fé que acreditamos que, tão logo são chamados a assumir a cátedra do príncipe dos apóstolos, os papas escutam, no fundo do coração, a suave voz de Cristo que lhes diz: “Confirma os teus irmãos!” (Lc 22,34).
Na missão de confirmar os fiéis na fé e na obediência ao Evangelho de Cristo, o papa nos fala por meio de audiências, pronunciamentos, cartas e exortações apostólicas, encíclicas e homilias. Anunciando, não a si mesmos ou suas vontades, mas o plano de salvação de Cristo, os papas anunciam e denunciam aos povos, “aberta e claramente com profundas e luminosas palavras, os dogmas de nossa santíssima religião, os preceitos da Igreja Católica e a doutrina dos Padres, para que os fiéis bem instruídos e restaurados pela palavra de Deus evitem todos os vícios, sigam as virtudes e, assim, possam escapar das penas eternas e obter a glória celeste”. (Pio X, Encíclica Qui pluribus).
Se formos dóceis ao Espírito Santo, Ele suscitará em nós uma maior
compreensão do valor do pontificado em todos os tempos de nossa história. Ele nos fará compreender a abrangência da afirmação de Cristo a Pedro: “Tudo o que atares sobre a terra será atado também nos céus; e tudo o que desatares sobre a terra será desatado nos céus”. (Mt 16,19). Sabendo da força da palavra do papa, em 1915 o Papa Bento XV se referia à Primeira Guerra Mundial, chamando-a de “horrenda carnificina”. Em sua exortação aos povos beligerantes e a seus chefes, ele bradou: “O equilíbrio do mundo e a tranquilidade próspera e segura das nações repousam sobre a benevolência mútua e sobre o respeito aos direitos e à dignidade dos outros, muito mais do que num enorme aparato de armas e do que num formidável circuito de fortificações”. (Papa Bento XV, Exortação apostólica Allorché fummo chiamati,7).
Ao tratar do mesmo assunto, o Papa Bento XVI, nos dias de seu pontificado, afirmou: “Os temas da paz e da tolerância são de vital importância em um mundo no qual atitudes rígidas provocam, com demasiada frequência, mal-entendidos e sofrimentos e podem inclusive levar à violência letal. Está claro que o diálogo é indispensável para encontrar soluções aos conflitos e às tensões que tantos danos causam à sociedade. O relativismo moral mina o funcionamento da democracia, que em si mesma não é suficiente para garantir a tolerância e o respeito entre os povos”. (Papa Bento XVI, “Mensagem à Conferência sobre Paz e Tolerância, em 08 de novembro de 2005).
Conhecendo os pronunciamentos dos papas e lendo, meditando e refletindo os ensinamentos que Deus nos concede por meio da maior autoridade da Igreja, somos chamados a reconhecer que o papa é o testemunho mais eloquente da misericórdia de Cristo e, por isso, com gratidão, podemos bradar: “O Papa é o doce Cristo na terra!”.
Podemos, também, em uma sublime oração dizermos ao Senhor: “Obrigado, meu Deus, pelo amor ao Papa que pusestes em meu coração!”. (São Josemaría Escrivá, Caminho 573).
Em nossas almas, devemos cultivar um profundo respeito pela pessoa do papa e nutrir em nossos corações um amor entusiasta pela cátedra petrina, pois, em sintonia com Pedro, adquirimos uma grande solidez doutrinária, bem como uma absoluta e fiel obediência aos ensinamentos de nosso Redentor. E não poderia ser diferente, pois, “na verdade, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!” (Lc 24,34).
Pedro, o Sumo Pontífice, é a coluna universal do Deus vivo e, por isso, “Pedro tem que ser o custódio da comunhão com Cristo; tem que guiar até à comunhão com Cristo, de forma que a rede não se rompa, mas que sustente a grande comunhão universal. A responsabilidade de Pedro consiste em garantir assim a comunhão com Cristo, com a caridade de Cristo, guiando até a realização dessa caridade na vida de todos os dias”. (Papa Bento XVI, Audiência geral, em 07 de junho de 2006). Rezemos todos os dias, e em todas as celebrações da Santa Missa, por Pedro, para que “o Senhor o conserve, lhe dê vida e o torne feliz na terra, e não o entregue em poder dos seus inimigos”.

Aloísio Parreiras
(Escritor e membro do Movimento de Emaús)

Arquidiocese de Brasília

10 maneiras de fazer do Rosário um salva-vidas neste mês de outubro

Maria Marganingsih | Shutterstock
por Annabelle Moseley | Ricardo Sanches

Temos a resposta para tudo o que nos causa dor e ansiedade, e está literalmente em nossas mãos.

Outubro é o mês do Rosário. E, especialmente neste ano de 2020, com as preocupações abundantes relacionadas à pandemia, as próximas eleições, incêndios e mudanças sociais surreais, somos abençoados por ter este presente do céu. O Rosário, literalmente, salva vidas.

O Papa Pio XI já dizia: “O Rosário é uma arma poderosa para afugentar os demônios e evitar o pecado. Se desejais paz nos vossos corações, nas vossas casas e nos vossos países, rezai todas as noites o Rosário.”

Portanto, temos a resposta para tudo o que nos causa dor e ansiedade. E esse remédio está, literalmente, em nossas mãos. Seguramos Rosário como se segurássemos nas mãos de nossa mãe Maria. E, quando não temos as contas, podemos contar as orações em nossos 10 dedos, rezando para que nossas mãos sempre sejam usadas para fazer a obra de Deus.

Em suma: vamos nos unir neste mês de outubro, neste mês do Rosário! Não vamos passar um dia sem rezar o Rosário pela paz em nossos corações, em nossas casas e em nosso país.

Aqui estão 10 maneiras de honrar o Rosário e confiar nele como uma forma de salvar o mundo e também nossas próprias vidas:

1. Reze o Rosário todos os dias do mês de outubro

Se ainda não o faz, por que não começar a rezar o Rosário todos os dias? É uma ótima maneira de celebrar o mês do Rosário. E, e se você fizer isso diariamente, verá uma diferença perceptível em sua vida. Não deixe a preocupação de que você não está rezando-o perfeitamente interromper esse ciclo. Se você adormecer no meio da reza, encare isso como uma oração silenciosa.

2. Comece a rezar o Rosário em família

“Família que reza unida permanece unida”. Comece a rezar o Rosário em família. Depois, utilize esse momento de oração para compartilhar quaisquer preocupações pelas quais você gostaria de pedir ajuda. Deixe cada pessoa compartilhar uma intenção de oração.

3. Reze o Rosário on-line

Por outro lado, se você vive sozinho(a), encontre faça uma videochamada e reze o Rosário virtualmente com um amigo ou parente. Existem vários companheiros de oração online que ajudam a manter nosso foco durante o Rosário. É só procurar no Instagram ou no Youtube.

4. Aproxime-se da arte e da música mariana

Seja o canto gregoriano mariano, o Magnificat de Bach ou a Ave Maria de Pavarotti, encha sua casa com os belos sons de homenagem à nossa Mãe Celestial.  Além disso, por que não contemplar uma obra-prima mariana? A arte religiosa não é apenas para a igreja. Pesquise obras de arte clássicas de Nossa Senhora e encontre uma das favoritas. Depois, obtenha uma impressão para decorar sua casa. Da Vinci, Raphael, Botticelli… as possibilidades de belas imagens são abundantes. Por exemplo: clique aqui e veja uma bela imagem de Nossa Senhora do Rosário feita por Tommaso Minardi em 1840.

5. Faça orações inspiradas no Rosário

Faça, por exemplo, uma Ave- Maria antes ou após as refeições. Você também pode rezar a Salve Rainha ou uma oração a Nossa Senhora de Fátima em outros momentos do seu dia. Note, portanto, que este pode ser um mês especial para ler mais e considerar fazer uma consagração a Maria.

6. Leia um livro sobre o Rosário

Em uma busca na internet você pode encontrar bons títulos que trazem belas histórias relacionadas ao Santo Rosário. Aqui vamos dar uma sugestão: leia “O Segredo Admirável do Santíssimo Rosário“, de São Luís Maria de Montfort.

7. Construa um jardim dedicado ao Rosário

Seria uma atividade perfeita para unir a família inteira. Depois de pronto, já pensou que maravilha rezar os mistérios percorrendo seu quintal repleto de flores? Certamente será uma grande atividade meditativa. Use sua criatividade para escolher as flores que têm a ver com cada mistério.

8. Faça um altar para Nossa Senhora em sua casa

Você pode, por exemplo, construir um pequeno e simples altar ou colocar a imagem em uma mesa de destaque. Uma sugestão é forrar a mesa com uma toalha azul (cor de Maria) ou branca (paz) e colocar a imagem de Nossa Senhora do Rosário em cima dela. Depois, adorne com um vaso de flor e vela, que você pode acender à noite. Como é o mês do Rosário, inclua também um Rosário neste altar.

9. Dedique os sábados a Maria

O sábado é o dia que nossa Igreja reserva para Nossa Senhora. Faça uma visita a uma igreja que tem uma capela ou imagem mariana e peça a intercessão de nossa Mãezinha. Por outro lado, a Festa de Nossa Senhora de Fátima é 13 de outubro, e uma forma de homenageá-la é lembrar o pedido de Nossa Senhora de Fátima para os primeiros sábados. Clique aqui e saiba tudo sobre essa devoção.

10. Pratique a caridade

Escolha um dos dias de festa de outubro – por exemplo Nossa Senhora do Rosário (7 de outubro) e faça um ato especial de caridade para alguém em necessidade. Ofereça sua intenção ao Imaculado Coração de Maria.

Conclusão: faça deste mês uma maratona destinada ao Santo Rosário e colha os frutos dessa devoção.

Aleteia

Papa denuncia à ONU a promoção do aborto e a destruição da família

O Papa Francisco entrega sua mensagem.
Foto: Captura do Youtube

Vaticano, 25 set. 20 / 03:10 pm (ACI).- O Papa Francisco denunciou, perante a 75ª Assembleia Geral da ONU, que muitos “países e instituições internacionais estão promovendo o aborto como um dos chamados 'serviços essenciais' na resposta humanitária”.

“É triste ver como se tornou simples e conveniente, para alguns, negar a existência da vida como solução para problemas que podem e devem ser resolvidos tanto para a mãe como para o nascituro”, denunciou o Pontífice em uma vídeo-mensagem enviada do Vaticano nesta sexta-feira, 25 de setembro.

O Santo Padre implorou às autoridades civis "que prestem especial atenção às crianças a quem lhes são negados seus direitos e dignidade fundamentais, em especial seu direito à vida e à educação”.

Do mesmo modo, destacou que “os primeiros educadores da criança são sua mãe e seu pai, a família que a Declaração Universal dos Direitos Humanos descreve como o elemento natural e fundamental da sociedade”.

O Papa também denunciou o processo de desintegração da família. “Muitas vezes, a família é vítima de colonialismos ideológicos que a tornam vulnerável e acabam provocando em muitos de seus membros, principalmente nos mais indefesos, crianças e idosos, um sentimento de desenraizamento e orfandade”.

“A desintegração da família acarreta a fragmentação social que impede o compromisso de enfrentar inimigos comuns. É hora de reavaliar e comprometer-se novamente com nossos objetivos".

O Pontífice também citou “as consequências devastadoras da crise da Covid-19 sobre as crianças, compreendendo os menores migrantes e refugiados não acompanhados. A violência contra as crianças, incluindo o horrível flagelo do abuso infantil e da pornografia, também aumentou drasticamente”.

Recordou que “milhões de crianças não podem voltar à escola. Em muitas partes do mundo, esta situação ameaça o aumento do trabalho infantil, da exploração, dos maus-tratos e da desnutrição”.

Saída solidária para a pandemia

Em sua mensagem, o Pontífice destacou como a pandemia do coronavírus, ainda em curso, mudou o modo de vida das pessoas. “Esta crise está mudando nossa forma de vida, questionando nossos sistemas econômicos, de saúde e sociais, e expondo nossa fragilidade como criaturas”.

O Papa recordou as muitas pessoas que perderam a vida por causa da COVID-19 e destacou que é necessário “repensar nossa forma de vida e nossos sistemas econômicos e sociais, que estão ampliando as distâncias entre ricos e pobres, à raiz de uma distribuição dos recursos injusta”.

Nesse sentido, assinalou que a crise pode dar lugar a duas atitudes distintas: uma individualista e elitista, frente à outra multilateral e solidária.

Reforçou que o multilateralismo é “a expressão de uma corresponsabilidade mundial renovada, de uma solidariedade baseada na justiça e na realização da paz e da unidade da família humana, projeto de Deus no mundo”.

O outro caminho, o individualista, leva a “atitudes de autossuficiência, nacionalismo, protecionismo, individualismo e isolamento, deixando de fora os mais pobres, os mais vulneráveis, os habitantes das periferias existenciais. E certamente será prejudicial para toda a comunidade, causando automutilação para todos. E isso não deve prevalecer”.

Do mesmo modo, assegurou que “a pandemia destacou a necessidade urgente de promover a saúde pública e de realizar o direito de toda pessoa à atenção médica básica. Portanto, eu renovo o chamado aos responsáveis políticos e ao setor privado para que tomem as medidas adequadas para garantir o acesso às vacinas contra a COVID-19 e tecnologias essenciais necessárias para cuidar dos enfermos.

“Se for preciso privilegiar alguém”, pediu, “que esse seja o mais pobre, o mais vulnerável, aquele que normalmente é discriminado por não ter poder ou recursos econômicos”.

Garantir o direito ao trabalho

O Papa Francisco também pediu que tenham presente os efeitos do desenvolvimento tecnológico sobre o trabalho e, em concreto, advertiu sobre a tentação de servir-se da robotização e da inteligência artificial para desestabilizar o mercado laboral.

"É particularmente necessário encontrar novas formas de trabalho que sejam verdadeiramente capazes de realizar o potencial humano e que, ao mesmo tempo, afirmem nossa dignidade".

Exigiu uma mudança no “paradigma econômico dominante que visa apenas ampliar os lucros das empresas. Oferecer trabalho a mais pessoas deveria ser um dos principais objetivos de cada empresário, um dos critérios para o sucesso da atividade produtiva. O progresso tecnológico é útil e necessário sempre que sirva para tornar o trabalho das pessoas mais digno, seguro, menos pesado e opressor”.

Cultura de descarte

O bispo de Roma defendeu o desenvolvimento de “um quadro ético mais forte, capaz de superar a cultura do descarte”.

“Na origem desta cultura do descarte está um grande desrespeito pela dignidade humana, uma promoção ideológica com visões reducionistas da pessoa, uma negação da universalidade de seus direitos fundamentais e um desejo de poder e controle absolutos que domina a sociedade moderna hoje. Digamos pelo nome: isso também é um atentado contra a humanidade”.

O Papa denunciou os muitos direitos fundamentais que sendo violados com impunidade e, especificamente, citou perseguições por motivos religiosos, incluindo genocídios. “Também, entre os religiosos, nós, cristãos, somos vítimas: quantos sofrem ao redor do mundo, às vezes obrigados a deixar suas terras ancestrais, isolados de sua rica história e cultura”.

Guerras e refugiados

Denunciou o uso em guerras de armas "convencionais" cada vez menos convencionais e cada vez mais "armas de destruição em massa", o que faz com que os conflitos bélicos sejam cada vez mais destrutivos.

“Devemos nos perguntar se as principais ameaças à paz e à segurança, como pobreza, epidemias e terrorismo, entre outras, podem ser enfrentadas de forma eficaz quando a corrida armamentista, incluindo as armas nucleares, continua desperdiçando recursos preciosos que seriam mais bem aproveitados no benefício do desenvolvimento integral dos povos e para proteger o meio ambiente natural”.

Ele exigiu “desmantelar as lógicas perversas que atribuem à posse de armas a segurança pessoal e social. Tais lógicas só servem para incrementar as ganâncias da indústria bélica, alimentando um clima de desconfiança e de temor entre as personas os povos”.

Em particular, assegurou que “a dissuasão nuclear fomenta um espírito de medo baseado na ameaça de aniquilação mútua, que acaba envenenando as relações entre os povos e dificultando o diálogo. Por isso é tão importante apoiar os principais instrumentos jurídicos internacionais de desarmamento, não proliferação e proibição nuclear”.

O número de deslocados pelas guerras é cada vez maior. “Frequentemente, os refugiados, os migrantes e os deslocados internos nos países de origem, trânsito e destino sofrem abandonados, sem oportunidade de melhorar sua situação de vida ou de sua família”.

“Pior ainda, milhares são interceptados no mar e devolvidos à força aos campos de detenção, onde enfrentam tortura e abusos. Muitos são vítimas de tráfico, escravidão sexual ou trabalho forçado, explorados em trabalhos degradantes, sem um salário justo. O que é intolerável, porém, é hoje uma realidade que muitos ignoram intencionalmente!”.

Frente a esta situação, o Santo Padre apelou à promoção dos Pactos Globais sobre Refugiados e Migração.

Novo modelo econômico

Diante da “desigualdade cada vez maior entre os super ricos e os permanentemente pobres”, o Papa Francisco pediu “um modelo econômico que promova a subsidiariedade, apoie o desenvolvimento econômico local e invista em educação e infraestrutura que beneficie as comunidades locais”.

“A comunidade internacional deve fazer um esforço para acabar com as injustiças econômicas”, afirmou. “Temos a responsabilidade de fornecer assistência ao desenvolvimento para as nações empobrecidas e alívio da dívida para as nações altamente endividadas”.

Mudança climática

Em sua mensagem de vídeo, o Papa Francisco também fez um balanço dos últimos anos de luta contra as mudanças climáticas. Especificamente, citou os compromissos assumidos por meio da Agenda 2030 e do Acordo de Paris sobre Mudanças Climáticas.

Ele reconheceu que "embora algum progresso tenha sido feito, a capacidade limitada da comunidade internacional de cumprir suas promessas feitas cinco anos atrás me leva a reiterar que devemos evitar qualquer tentação de cair em um nominalismo declaracionista com um efeito tranquilizador sobre as consciências".

Referiu-se à "situação perigosa da Amazônia e de suas populações indígenas" e afirmou que "a crise ambiental está intrinsecamente ligada a uma crise social e que cuidar do meio ambiente exige uma abordagem integral para combater a pobreza e combater a exclusão".

Elogiou o aumento da sociedade ecológica integral e o desejo de ação, mas convidou também a perguntar-se seriamente sobre se existe “a vontade política para mitigar os efeitos negativos da mudança climática”.

Promoção da mulher

O Papa Francisco assinalou que “em todos os níveis da sociedade as mulheres estão desempenhando um papel importante, com sua contribuição única, assumindo as rédeas com grande coragem no serviço do bem comum”.

“Muitas mulheres ficaram para trás”, denunciou o pontífice. “São vítimas de escravidão, do tráfico, da violência, da exploração e do tratamento degradante”. O Papa sublinhou o seu empenho “na luta contra estas práticas perversas que levam à degradação não só das mulheres mas de toda a humanidade que, com o seu silêncio e não uma ação eficaz, se torna cúmplice”.

ACI Digital

O Cardeal Zen pede ao Papa um novo Bispo para Hong Kong

Cardeal Joseph Zen (imagem de arquivo).
Foto: Wikipedia (DC-BY-SEA-3.0)

Vaticano, 30 set. 20 / 07:00 pm (ACI).- O Cardeal Joseph Zen, Bispo Emérito de Hong Kong, esteve recentemente em Roma e, embora não tenha conseguido falar com o Papa Francisco, enviou-lhe uma carta na que mostra sua preocupação pela falta de um Bispo nesta Diocese chinesa e pela difícil situação que atravessa a cidade autônoma devido às pressões exercidas pelo governo de Pequim.

Em uma entrevista concedida ao grupo ACI / EWTN, o Cardeal Zen explicou que em Hong Kong os católicos estão à espera da nova nomeação episcopal. “Há mais de ano e meio que não temos Bispo”, lamentou.

Ele explicou que devido aos recentes protestos contra a nova Lei de Segurança sancionada pelo governo em Pequim, que supõe uma limitação de direitos e da autonomia da cidade, o atual clima é “muito mais político”.

“Eu gostaria de recordar ao Santo Padre que realmente precisamos de um Bispo que seja um bom pastor do rebanho. Lembro-me que ao começo de seu Pontificado nos deu muitas recomendações: ‘Um Bispo deve ser assim, e não deve ser deste outro modo…’. portanto, espero que recorde todas estas coisas e que nomeie um bom Bispo, que não dê muita importância aos aspectos políticos”.

Na entrevista, o Cardeal Zen também expressou a preocupação dos católicos de Hong Kong pela medida autoritária do governo chinês para com esta cidade que outrora foi colônia britânica, e que pretende reduzir sua autonomia e degradar seu sistema democrático.

“Todos sabem que quando Hong Kong ficou submetida à soberania do governo de Pequim, em 1997, nos foi prometido que desfrutaríamos de uma ampla autonomia. Essa autonomia está incluída na lei fundamental que nos permitiu ser uma democracia”.

O Cardeal afirmou que essa promessa de autonomia foi quebrada: “Pouco a pouco nos demos conta de que os comunistas não mantêm suas promessas. Então estalou este movimento de protesto. Neste momento, acredito que todos se uniram a ele porque se fez óbvio que, como colônia, possivelmente não desfrutávamos de democracia, mas desfrutávamos de todas as liberdades. Agora, necessitamos de uma democracia em Hong Kong para salvaguardar as liberdades”.

O purpurado assinalou que com a nova Lei de Segurança pretendeu-se silenciar as vozes dos cidadãos. “Isso é terrível porque é o único que temos, nossas vozes. Neste momento, eu partilho minha voz com todos, sendo cauteloso e sem falar muito, porque isto, agora, é realmente perigoso”.

Na entrevista, o Cardeal Zen recordou os muitos católicos encarcerados na China. “Não tiveram Missa durante anos, mas estão cheios de graça. Eu hoje aconselho a não enfrentar o governo porque pode-se sofrer de forma inútil, e podem tirar tudo de nós. Podem mandar-nos à prisão, e isso não é necessário. Basta manter silêncio. Não acredito que hoje seja fácil sobreviver. Mas precisamos sobreviver e esperar dias melhores”.

Por último, lamentou que “em Hong Kong a situação esteja se tornando igual à do resto da China. Por isso, eu dou o mesmo conselho: não provoquem o governo, porque agora é perigoso, porque podem mandar alguém para a prisão por uma simples palavra pronunciada. Em breve, quando for necessário, poderão dar este testemunho da verdade e de sua fé”.

ACI Digital

S. TERESA DO MENINO JESUS, VIRGEM CARMELITA, DOUTORA DA IGREJA, PADROEIRA DAS MISSÕES

S. Teresa do Menino Jesus  (Joachim Schäfer -
Ökumenisches Heiligenlexikon)

Salvar as almas

Thérèse Françoise Marie Martin nasceu em Alençon, em 2 de janeiro de 1873, de um casal de ourives, muito católicos, “dignos mais do céu do que da terra”, como Terezinha os definia. Ele era a última de oito filhos, três dos quais morreram quando crianças. Aos quatro anos, ficando órfã de mãe, reviveu o drama do abandono, por causa da entrada progressiva de quatro de suas irmãs para o Carmelo. No entanto, recebia o carinho especial do seu pai, que a chamava “pequena rainha da França e de Navarra”, como também “a pequena órfã de Beresina”.

Por sua vez, ela também entra para o Carmelo de Lisieux, com apenas quinze anos, por especial autorização do Papa Leão XIII, após ter ido suplicá-lo em Roma: “Você vai entrar, se Deus quiser”, foi a resposta do Pontífice.

O desejo da jovem era “salvar as almas” e, sobretudo, “rezar para ajudar os sacerdotes”. Na hora de fazer a profissão dos votos religiosos ela recebeu o nome de Irmã Teresa do Menino Jesus e da Santa Face.

A pedido da Superiora, Terezinha começou, imediatamente, a escrever um diário, no qual fez algumas anotações sobre as etapas da sua vida interior. Em 1895, escreveu: “No dia 9 de junho, festa da Santíssima Trindade, recebi a graça de entender, mais do que nunca, quanto Jesus quer ser amado!”.

Pequeno Caminho

Na França, no final do século XIX, difundia-se o pensamento positivista, impulsionado por grandes invenções e apoiado por ideias anticlericais e ateístas.

Por isso, a elaboração de uma espiritualidade muito original, por parte de Teresa, também chamada “teologia do Pequeno Caminho” ou “da Infância Espiritual”, assume particular importância; trata-se de uma espiritualidade, cuja pratica do amor a Deus não se baseava em grandes ações, mas em pequenos atos diários, aparentemente insignificantes.

Em sua autobiografia, Santa Teresa escreve: “Há somente uma coisa a ser feita: oferecer a Jesus as flores dos pequenos sacrifícios”. E, ainda: “Quero transmitir as pequenas ações que consegui fazer”.

Na sua elaboração original, o Diário tem um subtítulo: “História primaveril de uma florzinha branca”. No entanto, sob um aparente romanticismo, se oculta, na verdade, um caminho árduo rumo à santidade, marcado por uma forte resposta ao amor de Deus pelo homem.

Incompreendida pelas coirmãs do Carmelo, Teresa declara ter recebido “mais espinhos que rosas”, mas aceitava com paciência as injustiças e as perseguições, como também as dores e os sofrimentos da sua doença, oferecendo tudo “pelas necessidades da Igreja”, “lançar rosas sobre todos, justos e pecadores”.

Para João Paulo II e Bento XVI, a exclusividade da sua espiritualidade era a total abertura à invasão do amor de Deus, a capacidade de responder a este amor também nas “noites” do espírito: neste sentido, era irmã dos pecadores, dos distantes, dos ateus, dos desesperados; eis porque foi declarada Padroeira dos missionários.

Morte e acontecimentos da “História de uma alma”

Após nove anos de vida religiosa, Teresa morre, com apenas 24 anos de idade, em 3º de setembro de 1897, acometida por tuberculose. Em 1923, foi beatificada pelo Papa Pio XI, que a considerava a “estrela do seu Pontificado” e, logo a seguir, canonizada em 1925.

Nos anos 50, no século passado, o abade André Combes, - teólogo no “Institut Catholique”, na Sorbonne de Paris, e na Universidade Lateranense, em Roma, - descobriu as manipulações feitas, em boa fé, no Diário de Teresa, pelas suas próprias coirmãs, que a consideravam a pequena de casa; a doutrina espiritual e teologal da “Infância Espiritual” não se limitavam, apenas, em um princípio psicológico e sentimental, composto só de pequenas coisas. O coração da sua espiritualidade consistia mais na consciência de que o homem, mesmo na sua pequenez, acaba sendo divinizado pela Graça. Desta forma, Teresa responde aos “mestres suspeitosos”, como Feuerbach, Marx, Freud, Nietzsche. O homem-criatura, que se deixa divinizar pela invasão do amor de Deus, não é, absolutamente, “alheado”. A Cristologia e Antropologia caminham, portanto, de pari passu: Teresa antecipa, de quase um século, alguns textos do Concílio Vaticano II, de Paulo VI, e, em particular, alguns trechos da “Caritas in veritate” de Bento XVI.

Textos correlacionados:

- Santa Missa do Papa Pio XI, em honra de Santa Teresa de Lisieux, 17 de maio de 1925:

https://w2.vatican.va/content/pius-xi/it/homilies/documents/hf_p-xi_hom_19250517_benedictus-deus.html

- Mensagem radiofônica do Papa Pio XII na consagração da Basílica de Santa Teresa, em Lisieux:

http://w2.vatican.va/content/pius-xii/fr/speeches/1954/documents/hf_p-xii_spe_19540711_lisieux.html

- Capela papal de João Paulo II pela proclamação de Santa Teresa de Lisieux, Doutora da Igreja, 19 de outubro de 1997:

http://w2.vatican.va/content/john-paul-ii/it/homilies/1997/documents/hf_jp-ii_hom_19101997.html

- Audiência geral do Papa Bento XVI, 6 de abril de 2011:

http://w2.vatican.va/content/benedict-xvi/it/audiences/2011/documents/hf_ben-xvi_aud_20110406.html

- Encíclica de Bento XVI “Caritas in veritate”:

http://w2.vatican.va/content/benedict-xvi/it/encyclicals/documents/hf_ben-xvi_enc_20090629_caritas-in-veritate.html

- Santa Missa de Papa Francesco, na Casa Santa Marta, 1° de outubro de 2013:

http://w2.vatican.va/content/francesco/it/cotidie/2013/documents/papa-francesco-cotidie_20131001_forza-del-vangelo.html

- Do site “La santa Sede”:

http://www.vatican.va/news_services/liturgy/documents/ns_lit_doc_19101997_stherese_fr.html

Vatican News

quarta-feira, 30 de setembro de 2020

O SUICÍDIO NA ERA DO VAZIO

Dom Leomar Antônio Brustolin
Bispo auxiliar de Porto Alegre

Desde a década de 90, a Organização Mundial da Saúde (OMS) trata o suicídio como um problema de saúde pública. O suicídio é a morte que nasce de dentro, que mata a pessoa primeiro interiormente, para, depois, manifestar-se como gesto externo. O gesto do suicidado gera muitas aflições, questionamentos e dor à família e aos amigos que ficarão procurando o significado desse fim trágico.

As atuais pesquisas demonstram a extrema complexidade das motivações ou causas do comportamento suicida, que passam por fatores mentais, psicológicos, afetivo-emocionais, biológico-genéticos, etiológicos, socioeconômicos, culturais e religiosos.

Esse é um fenômeno no qual as causas e motivações individuais estão necessariamente associadas a determinadas relações sociais fundamentais. A estrutura social tem decisiva influência sobre o indivíduo, podendo proteger e ajudar o sujeito a viver, ou levá-lo à busca da autodestruição.

Nas sociedades em que a exclusão e o individualismo dominam, o suicídio agrava-se consideravelmente. Ao acentuar o individualismo, as sociedades regidas por uma lógica narcísica, multiplicam as iniciativas autodestrutivas. Numa sociedade marcada pela banalização e pelo relativismo, o suicídio, assim como o próprio fato da morte, torna-se um tabu, evitando-se falar sobre ele.

Produto da ordem alienada que a sociedade atual impõe ao indivíduo, o suicídio é hoje a expressão de uma crise de despersonificação. É o sujeito dessubstancializado, perdido no turbilhão de informações, vítima da overdose de opções de consumo que a sociedade tecnocientífica oferece para se atingir a felicidade, porém, uma felicidade momentânea, hedonista e eminentemente individual. Chega-se a dizer que se vive a era do vazio, numa atmosfera de várias opções de sentido e de ética, mas com dificuldades de se garantir o bem comum.  O indivíduo pós-moderno move-se sem um horizonte último, capaz de orientar a vida entre altos e baixos, ganhos e perdas.

A estrutura, o ambiente e a educação familiar, o senso de pertença à comunidade e o cultivo da espiritualidade são fundamentais para desenvolver níveis de felicidade que diminuam o instinto autodestrutivo. Aqui entram a ética e o cuidado para pensar preventivamente, atuando no sistema educacional, reconstruindo sentidos, resgatando valores, autorizando a expressão de sentimentos e pensamentos e fortalecendo os vínculos.

CNBB

O ponto fraco do diabo

Luc Viatour | CC BY SA 3.0
por Philip Kosloski

Sim, existe um jeito de combatermos o maligno.

Muitas vezes, quando vemos um grande mal no mundo, sentimos um desejo de “combater o fogo com fogo” e usar as mesmas táticas do inimigo. Começamos a nos convencer de que se fôssemos “poderosos” o suficiente, poderíamos derrubar Satanás e todos os seus seguidores.

No entanto, essa estratégia só vai nos machucar. Se realmente quisermos ter o poder de Satanás em nossas vidas, precisamos ir atrás de sua maior fraqueza.

Satanás ama o poder e usa nossa sede pelo poder contra nós. Mas há uma coisa que ele odeia e isso pode acabar com a sua suposta força: a humildade.

O maior exemplo de humildade que superou o mal foi a crucificação de Jesus Cristo. O Rei dos Reis estava despido na madeira da cruz em suprema agonia. Suas mãos e pés estavam pregados, deixando-o inteiramente vulnerável. Seus captores podiam fazer o que quisessem,e ele não podia fazer nada para se defender.

Porém, esse ato de fraqueza e humildade foi, na realidade, um ato de amor e sacrifício extraordinários. Era o real poder do amor, que continha os laços da morte e abriu as portas do céu.

Incontáveis homens e mulheres ao longo da história seriam inspirados a seguir os passos de Jesus e, como resultado, os impérios do mal foram destruídos e os sistemas políticos corruptos demolidos.

O filósofo Peter Kreeft aponta em seu livro The Philosophy of Tolkien [“A Filosofia de Tolkien] como até mesmo no Apocalipse, a “última batalha entre o bem e o mal é uma batalha entre dois animais míticos: o pequeno cordeiro manso e a terrível besta do dragão. E o cordeiro vence a besta por uma arma secreta: o seu próprio sangue”.

Kreeft prossegue explicando: “O ponto fraco do mal é que ele não consegue vencer a humildade. Não importa quanto poder o mal tenha, é sempre derrotado pela renúncia amorosa e livre do poder”.

Satanás despreza a humildade enquanto prospera na busca pelo poder terrestre. Quanto mais tentamos ser “fortes” e “influentes” no mundo, mais Satanás trabalha sobre nós. Pense em Madre Teresa. Ela trabalhava com os mais pobres dos pobres e, aos olhos do mundo, era uma mulher idosa baixa, fraca e frágil. Porém, na verdade, ela era uma das mulheres mais fortes que já viveu; era um espinho para Satanás. Ele nunca poderia conquistá-la nem destruir o bom trabalho que ela fez.

Portanto, se quisermos vencer o mal, o caminho para a vitória passa pela humildade e pelo sacrifício pessoal. Somente quando entregarmos tudo a Deus poderemos derrotar o mal.

Aleteia

Carta Apostólica do Papa dedicada a São Jerônimo: a “Biblioteca de Cristo”

São Jerônimo, sacerdote e doutor da Igreja 

“Verdadeiramente Jerônimo é a ‘Biblioteca de Cristo’, uma biblioteca perene que, passados dezesseis séculos, continua a ensinar-nos o que significa o amor de Cristo, um amor inseparável do encontro com a sua Palavra. Palavras do Papa Francisco, na Carta Apostólica “Scripturæ Sacræ Affectus”, uma homenagem São Jerônimo no XVI centenário da sua morte.

Jane Nogara – Vatican News

Foi publicada uma Carta Apostólica do Papa Francisco, na memória litúrgica de São Jerônimo “Scripturæ Sacræ Affectus”, uma homenagem ao santo no XVI centenário da sua morte. Francisco inicia a Carta recordando o grande amor do santo pela Sagrada Escritura: “O afeto à Sagrada Escritura, um terno e vivo amor à Palavra de Deus escrita é a herança que São Jerônimo, com a sua vida e as suas obras, deixou à Igreja. Tais expressões, tiradas da memória litúrgica do Santo, dão-nos uma chave de leitura indispensável para conhecermos, no XVI centenário da morte, a sua figura saliente na história da Igreja e o seu grande amor a Cristo”.

Visão na Quaresma de 375

Na Introdução do documento o Papa recorda a vida do santo, seu percurso, seus estudos que iniciaram a partir da visão, talvez na Quaresma de 375: “Aquele episódio da sua vida concorre para a decisão de se dedicar inteiramente a Cristo e à sua Palavra, consagrando a sua existência a tornar as palavras divinas cada vez mais acessíveis aos outros, com o seu trabalho incansável de tradutor e comentador”. E afirma: “Colocando-se à escuta na Sagrada Escritura, Jerônimo encontra-se a si mesmo, encontra o rosto de Deus e o dos irmãos, e apura a sua predileção pela vida comunitária”.

A chave sapiencial do seu retrato

“Para uma plena compreensão da personalidade de São Jerônimo – explica o Papa - é necessário combinar duas dimensões caraterísticas da sua existência de crente: por um lado, a consagração absoluta e rigorosa a Deus, renunciando a qualquer satisfação humana, por amor de Cristo crucificado (cf. 1 Cor 2, 2; Flp 3, 8.10); por outro, o empenho assíduo no estudo, visando exclusivamente uma compreensão cada vez maior do mistério do Senhor. É precisamente este duplo testemunho, admiravelmente oferecido por São Jerônimo, que se propõe como modelo, antes de tudo, para os monges, a fim de encorajar quem vive de ascese e oração a dedicar-se ao labor assíduo da pesquisa e do pensamento; e, depois, para os estudiosos a fim de se recordarem que o conhecimento só é válido religiosamente se estiver fundado no amor exclusivo a Deus, no despojamento de toda a ambição humana e de toda a aspiração mundana”.

“A ignorância das Escrituras é ignorância de Cristo”

Recordando o amor do santo pela Sagrada Escritura o Pontífice destaca que “nos últimos tempos, os exegetas descobriram a genialidade narrativa e poética da Bíblia, exaltada precisamente pela sua qualidade expressiva; Jerônimo, ao contrário, destacava mais, na Escritura, o caráter humilde com que Deus Se revelou expressando-se na natureza áspera e quase primitiva da língua hebraica, quando comparada com o primor do latim ciceroniano. Portanto, não é por um gosto estético que ele se dedica à Sagrada Escritura, mas apenas – como é bem sabido – porque ela o leva a conhecer Cristo, pois a ignorância das Escrituras é ignorância de Cristo”.

Obediência

“O amor apaixonado de São Jerônimo às divinas Escrituras está imbuído de obediência: antes de tudo, obediência a Deus, que Se comunicou em palavras que exigem escuta reverente e, consequentemente, obediência também a quantos na Igreja representam a tradição interpretativa viva da mensagem revelada”.

A Vulgata

“Mas – lê-se na Carta - para os leitores de língua latina, não existia uma versão completa da Bíblia na sua língua; havia apenas algumas traduções, parciais e incompletas, feitas a partir do grego. Cabe a Jerônimo – e, depois dele, aos seus continuadores – o mérito de ter empreendido uma revisão e uma nova tradução de toda a Escritura. Tendo começado em Roma, com o encorajamento do Papa Dâmaso, a revisão dos Evangelhos e dos Salmos, depois, já no seu retiro em Belém, lançou-se à tradução de todos os livros veterotestamentários diretamente do hebraico; uma obra, que se prolongou por vários anos”.

A tradução como inculturação

“Com esta sua tradução, Jerônimo conseguiu ‘inculturar’ a Bíblia na língua e cultura latinas, tornando-se esta operação um paradigma permanente para a ação missionária da Igreja” . Na verdade, ‘quando uma comunidade acolhe o anúncio da salvação, o Espírito Santo fecunda a sua cultura com a força transformadora do Evangelho’,  estabelecendo-se assim uma espécie de circularidade: se a tradução de Jerônimo é devedora à língua e à cultura dos clássicos latinos, cujos vestígios são bem visíveis, por sua vez ela, com a sua linguagem e o seu conteúdo simbólico e rico de imagens, tornou-se um elemento criador de cultura”.

Biblioteca de Cristo

Por fim, o Papa faz um apelo: “Entre muitos elogios feitos a São Jerônimo pelos seus vindouros, encontra-se este: não foi considerado simplesmente um dos maiores cultores da ‘biblioteca’ de que se nutre o cristianismo ao longo dos tempos, a começar pelo tesouro da Sagrada Escritura, mas aplica-se-lhe aquilo que ele mesmo escreveu sobre Nepociano: ‘Com a leitura assídua e a meditação constante, fizera do seu coração uma biblioteca de Cristo’. Recordando que “Jerônimo não poupou esforços para enriquecer a sua biblioteca, vendo nela um laboratório indispensável para a compreensão da fé e para a vida espiritual; e, nisto, constitui um exemplo admirável também para o presente”.

“Verdadeiramente Jerônimo é a ‘Biblioteca de Cristo’, uma biblioteca perene que, passados dezesseis séculos, continua a ensinar-nos o que significa o amor de Cristo, um amor inseparável do encontro com a sua Palavra”.

Vatican News

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF