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quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Altar profanado por padre em ato obsceno é queimado em reparação

Paróquia de São Pedro e São Paulo /
Arquidiocese de Nova Orleans, EUA
(Reprodução Redes Sociais)
por Francisco Vêneto

O arcebispo descreveu a profanação do altar como demoníaca.

Altar profanado em ato sexual realizado e filmado por padre: esta manchete surreal chocou e entristeceu católicos do mundo inteiro na semana passada.

E não é para menos. Afinal, além da grave infidelidade do sacerdote à própria consagração, o ato constitui um doloroso sacrilégio. Pelo menos não há vítimas como num caso de abuso sexual, mas, ainda assim, o altar é consagrado para receber a Presença Real de Jesus Cristo na Santíssima Eucaristia. A sua profanação, por isso, é particularmente penosa para todo católico fiel.

A polícia de Nova Orleans, nos EUA, deteve Travis Clark, de 37 anos, sob a acusação de prática de ato obsceno em local visível ao público. De fato, uma janela da igreja permite ver o presbitério a partir da rua. Mas não é só isso: o local era sagrado. O padre profanou o altar da igreja de São Pedro e São Paulo em Pearl River, na Luisiana, onde ele mesmo era o pároco.

Altar profanado em ato sexual

O padre foi flagrado realizando e filmando o ato obsceno sobre o altar na companhia de duas mulheres: Mindy Dixon, de 41 anos, e Melissa Cheng, de 23. Segundo informações da polícia, eles instalaram iluminação profissional para filmagens sobre o presbitério, o que demonstra a premeditação da profanação.

Mindy Dixon, de fato, é atriz pornográfica de carreira. Além disso, de acordo com veículos de imprensa norte-americanos, ela publicou em rede social, um dia antes da detenção, que estava indo a Nova Orleans “para profanar uma casa de Deus“.

A polícia não indiciou o padre por abuso sexual, porque houve livre consenso entre os envolvidos. A procuradoria, no entanto, aceitou a acusação de obscenidade contra ele e as duas mulheres, já que o ato sexual sacrílego era visível a transeuntes e vizinhos.

Profanação demoníaca

A Arquidiocese de Nova Orleans destituiu imediatamente o padre do ministério.

O Código de Direito Canônico, por sua vez, determina em seu cânon 1376 que a profanação de um altar deve receber justa punição. No caso do sacrilégio que o padre cometeu, a pena deverá ser bastante severa.

De fato, dom Gregory Aymond, arcebispo de Nova Orleans, descreveu o ato do sacerdote como “demoníaco”. Ele afirmou, ademais, que esse padre jamais voltará ao ministério católico.

“O comportamento obsceno de Travis Clark foi deplorável. A profanação do altar na igreja foi demoníaca. Estou enfurecido com o que ele fez. Quando esclarecerem os detalhes, vamos retirar aquele altar e queimá-lo. Eu vou consagrar um novo altar”.

Dom Aymond também realizou uma liturgia penitencial de reparação. Além disso, ele pediu orações pelos paroquianos e pela comunidade escolar que o padre sacrílego atendia.

Quanto ao altar, a arquidiocese confirmou posteriormente que ele já foi queimado em reparação pelo sacrilégio.

Aleteia

Nova edição do Missal em italiano é apresentada em Roma

Guadium Press
Itália – Roma (13/10/2020 11:00, Gaudium PressNa manhã desta terça-feira, 13 de outubro, foi apresentada à Diocese de Roma a nova edição do Missal Romano em língua italiana. O evento ocorreu na Basílica de São João de Latrão, Catedral de Roma.

Oportunidade para descobrir a Eucaristia como experiência do povo

A apresentação contou com a presença do Cardeal Angelo De Donatis, vigário da Diocese de Roma, que, após ressaltar que esta nova edição do Missal é fruto de 18 anos de trabalho, afirmou ainda que essa é uma “ocasião para descobrir na Missa o polo essencial, a ocasião imprescindível para gerar relações autênticas, sãs, aderidas ao Evangelho”.

Segundo o purpurado, esta é uma oportunidade “para descobrir a Eucaristia como experiência do povo. Diria que será um momento privilegiado do nosso estarmos juntos. O Missal nos remete mais uma vez à comunidade, à experiência do povo. E a Eucaristia é a resposta do povo ao amor envolvente do Pai”.

Não se trata de um novo Missal, mas de uma nova edição

Já para o Bispo de Castellaneta, Dom Caludio Maniago, presidente da Comissão Litúrgica da Conferência Episcopal Italiana, que também esteve presente na cerimônia, a nova edição do Missal exigiu “um trabalho longo, complexo e delicado que teve seu início em 2002”.

O prelado explicou ainda que as novas traduções do Pai Nosso e do Glória já se encontram na nova edição, em seguida frisou que não se trata de “um novo Missal, mas de uma nova edição”.

Convite para redescobrir a beleza e a fecundidade da Eucaristia

“É um presente precioso oferecido à toda comunidade para que se converta em um convite à cada um para redescobrir a beleza e a fecundidade da Eucaristia”, assegurou, salientando que “ajudará as comunidades a celebrar a Eucaristia no sulco do Concílio Vaticano II”.

A nova edição do Missal se tornará de uso obrigatório somente a partir de 4 de abril de 2021, Páscoa da Ressurreição. Entretanto, as comunidades que desejarem já podem utilizá-lo. (EPC)

https://gaudiumpress.org/

Assim ficaram as importantes catacumbas de Roma depois da restauração

ACI Digital

ROMA, 2016 /(ACI).- Os peregrinos que chegaram a Roma por ocasião do Jubileu da Misericórdia percorreram uma das catacumbas mais importantes da Cidade Eterna e admirar pinturas dos primeiros cristãos como as de São Marcelino e São Pedro dos anos 100 e 200 d.C., restauradas durante três anos e que agora finalmente já estão abertas ao público.

As catacumbas são os antigos cemitérios subterrâneos usados durante algum tempo pelas comunidades cristãs de Roma, as quais começaram a ser construídas durante o século II até a primeira metade do século V.

Desde sua origem foi somente um lugar de sepultura onde os primeiros cristãos se reuniam para celebrar os funerais e comemorar o aniversário dos mártires. Não obstante, durante as perseguições contra os cristãos no Império Romano serviram também como refúgio e um local onde celebravam a Eucaristia secretamente.

São Marcelino e São Pedro, cuja festa é celebrada no dia 2 de junho, foram martirizados em Roma no ano 304 durante a perseguição de Diocleciano, imperador de Roma, que liderou a chamada “Grande Perseguição”, uma das mais sangrentas da história.

São Marcelino foi um sacerdote muito estimado em Roma e São Pedro um cristão piedoso com um dom especial para a expulsar demônios. Ambos estão entre os Santos romanos comemorados diariamente no cânon da Missa.

Os trabalhos de restauração foram possíveis graças ao financiamento da fundação de ‘Azerbaiyán Heydar Aliyev’, por meio de um acordo com o Pontifício Conselho para a Cultura e a Pontifícia Comissão de Arqueologia Sacra.

Estes trabalhos possibilitaram a recuperação de valiosas pinturas feitas pelos primeiros cristãos, as quais representam cenas da Bíblia como a pequena sala ou cubículo de Susana, o profeta Daniel, Sabina e Orfeu; ou a Virgem com dois Reis Magos.

Em um dos tetos também ressalta um medalhão central do Bom Pastor, rodeado dos episódios bíblicos de Jonas, de Daniel na cova dos leões e da Arca de Noé.

Para conseguir devolver todo seu esplendor às pinturas e evitar que perdessem totalmente com o passar do tempo, utilizaram algumas técnicas modernas como a limpeza com laser.

Sem dúvida, um dos espaços centrais das catacumbas é a cripta dos mártires Marcelino e Pedro, onde se pode observar o lugar no qual foram cavadas suas tumbas.

As catacumbas dos dois mártires pertencem ao complexo arqueológico Ad duas lauros, localizado em uma área oriental no sul de Roma, onde famílias de classe baixa e comerciantes moravam antigamente.

ACI Digital | Fotos: ACI Prensa

terça-feira, 13 de outubro de 2020

Duas Letras e Um Sinal

Guadesivos
por Prof. Felipe Aquino

Pior do que não crer é zombar de quem crê…

Assim como a palavra fé se escreve com duas letras e um sinal sobre a última, o ato de fé só pode ser produzido por duas faculdades da alma – inteligência e vontade – quando esta última, a vontade, estiver bem “sinalizada” pela graça.

A fé é, portanto, uma lanterna de duas pilhas. Só vai iluminar nosso caminho se as duas pilhas, além de bem conectadas uma à outra, forem estimuladas por energia divina (a Graça é energia espiritual divina).

Porque a fé não é virtude humana que possa vir a ser adquirida pelo nosso esforço. É dom de Deus. Mas podemos pedir que este dom nos seja concedido.

O existencialista Albert Camus, no prólogo do seu “Mito de Sísifo”, diz que não há senão um problema filosófico verdadeiro, o problema do suicídio: “Julgar se a vida vale ou não vale a pena ser vivida é responder à questão fundamental da filosofia”.

Assim, a fé se apresenta, para o cristão, como resposta a uma indagação fundamental. As pedras não levantam questões a respeito de sua existência. As plantas também nada perguntam sobre o seu destino. Nem mesmo o animal irracional o faz.

Ao contrário, a criatura humana pode tracejar em cores, sobre a tela da vida, as linhas mestras de seu caminho.

A criança desde cedo pede explicações. Mais tarde se torna capaz de censurar seu próprio procedimento e até mesmo de sentir vergonha de suas faltas.

Matemático ou economista, biólogo, médico, psicólogo ou jurista, o ser humano, depois de se ter debruçado sobre os seus objetos de estudo, haverá de continuar fazendo, a si mesmo, as mesmas e eternas perguntas.

Qual é o sentido da minha vida? Que valor possuo? A morte é a aparente inimiga que me espreita a cada dia e a cada minuto. Que acontece depois dela?

A fé cristã ilumina todas estas naturais indagações, embora pequenas sombras ainda permaneçam, a fim de que o ato de fé continue mesclado com a virtude da humildade e haja mérito no ato de crer. Mas há uma distância enorme entre fé e opinião:

“É da essência da opinião julgar que as coisas poderiam ser diversas, enquanto na fé, devido à sua certeza, julga-se que a coisa afirmada não pode ser diferente”.

A fé corresponde a uma certeza! Quando existe dúvida, a inteligência oscila entre duas ou mais proposições sem aderir a nenhuma delas.

Por isso, o 1° Concílio do Vaticano definiu a fé como virtude sobrenatural, pela qual, prevenidos e auxiliados pela graça de Deus, cremos como verdadeiro todo o conteúdo da revelação, não em virtude de sua verdade intrínseca, vista apenas pela luz natural da razão, mas por causa da autoridade de Deus, que jamais poderia enganar-se ou enganar-nos.

As duas mais nobres faculdades da alma, inteligência e vontade, unem-se harmoniosamente no ato de fé. A primeira porque se abre para a verdade; a segunda, porque se sente atraída pelo bem supremo.

Aliás, conforme o depoimento de todos os convertidos, Deus age em nós por meio de sedução: “Tu me seduziste, Senhor, e me deixei seduzir”.

Fiquei triste quando vi, pela televisão e pela última vez, a simpática figura de Raquel de Queiroz. Fiquei assim pesaroso porque a escritora confessou que não tinha fé. Pensei logo comigo:

– Ah, meu Deus! Se eu pudesse lhe dar pelo menos um pouco do meu tesouro!

A fé é, de fato, um tesouro porque nos faz perceber que este mundo visível é apenas sombra de um outro. Não sou fariseu. Sei que minha vida cristã ainda não é uma realidade acabada, mas procuro valorizar o mundo incrível que o cristianismo tornou crível para mim.

Quem tem fé, dizia São Paulo, enxerga por intermédio de um “espelho”. Alcança realidades invisíveis. Penso que não seria conveniente substituir o “espelho” de São Paulo pelo moderníssimo satélite artificial. Todavia me agrada a ideia de um satélite sobrenatural.

Este satélite é que nos dá ideia bastante clara do que existe do lado de lá. E afasta de nós o medo da morte. No entanto, os racionalistas não o conhecem. Por que?

Não é fácil dizer. Ninguém sabe. Poderíamos apenas conjeturar que – se Deus deseja atrair para si todas as criaturas – qualquer obstáculo impeditivo deve estar no homem. Seria o orgulho o obstáculo maior?

Possivelmente sim. Porque não conheci pensador ateu que demonstrasse um mínimo de humildade. Os ímpios contestadores, cujos nomes foram neste livro catalogados, lideram um autêntico exército de senhores dispostos a lutar contra o “Senhor dos Exércitos”.

No pensamento bíblico, o ateu aparece como um todo-poderoso que se dispõe a afrontar o “Todo-poderoso”. E, de modo aparentemente cruel, o Salmista assegura que, diante de tamanha soberba:

“O que habita nos céus ri, o Senhor se diverte à custa deles”.

O próprio Cristo, depois de transmitir aos pescadores, escolhidos para serem apóstolos, as mais misteriosas revelações sobre a vida sobrenatural, exclamou:

“Eu te louvo, ó Pai, Senhor do Céu e da Terra, porque ocultastes estas coisas aos sábios e doutores e as revelastes aos pequeninos”.

Porém, pior do que não crer é zombar de quem crê. Por essa razão canta o Salmista que é feliz o homem “que não se assenta na roda dos zombadores”. É melhor reconhecer nossa fragilidade do que inventar filosofias espúrias ou falsas teorias justificadoras.

O objetivo, velado ou expresso, dos sistemas filosóficos que abordamos tem sido o de pleitear, para as criaturas humanas, liberdade moral e intelectual absolutas, por meio de uma formal negativa da existência de Deus ou mediante exaltação da Lei Natural, de modo a rejeitar os ensinamentos do Cristo.

Os ateus são como as mariposas. Sentem-se irremediavelmente atraídos pelo brilho da claridade mas batalham contra a Luz, de modo obstinado, em busca de seu próprio aniquilamento.

Afirmava o francês Littré que o divino seria um oceano insondável, para o qual não teríamos barco nem vela. Porém, o próprio Littré – e inúmeros outros agnósticos, que tiveram receio de abandonar a aparente segurança da praia – foram ali mesmo, sobre a areia, atingidos e arrebatados pelas ondas mais generosas e envolventes do oceano infinito da misericórdia de Deus.

Dr. Lúcio Flávio de Vasconcelos Naves

https://cleofas.com.br/

Por que muitos pais bons têm filhos difíceis?

Antonio Guillem | Shutterstock
por Pe. Henry Vargas Holguín

Fatores que levam à rebeldia e possíveis soluções.

Segundo o velho ditado, “Tal pai, tal filho”. Mas há outro ditado não menos verdadeiro: “Toda regra tem exceções”.

Geralmente, de bons pais, de pais bem formados e educados, saem filhos bons, bem formados e educados; mas, infelizmente, esta regra acaba caindo por terra em alguns casos, quando os filhos se apresentam com personalidade rebelde.

Nos relatos históricos, desde a época bíblica, vemos reis maus que tiveram filhos que governavam com justiça e sabedoria; e igualmente houve reis justos que tiveram filhos que governavam com abusos e prepotência. Como isso é possível?

Como explicar os filhos rebeldes?

De modo geral, podemos destacar algumas possíveis causas deste fenômeno:

1. Um fator é que os pais de família, ainda que sejam boas pessoas, corretas e do bem, podem ser (sem má intenção, logicamente), péssimos educadores ou formadores. É muito difícil transmitir valores, virtudes e códigos de conduta, e às vezes o bom exemplo não é suficiente.

2. Os filhos que manifestam comportamentos difíceis são facilmente reconhecíveis desde que nascem. Quando bebês, costumam acordar muitas vezes durante a noite, chorando muito. Também costuma ocorrer de tão terem meio-termo: vão de um extremo ao outro. Suas alegrias são transbordantes, mas, de repente, ficam bravos e são incapazes de controlar sua ira e sua raiva.

3. Cada filho ocupa um lugar diferente na realidade familiar e mantém relações diferentes com cada membro. Não é a mesma coisa ser o primeiro, segundo ou terceiro filho, porque as circunstâncias de uma família mudam constantemente.

4. A rebeldia também pode começar na infância, quando os pais e avós cometem o erro de “comemorar” certas atitudes, palavras e gestos equivocados, levando a criança a pensar que o que está fazendo é o certo.

5. Em outros casos, mesmo com a melhor intenção do mundo, os pais acabam manifestando, ainda que inconscientemente, preferência por algum dos filhos, o que pode gerar a rebeldia, unida a ciúme, inconformismo ou agressividade.

6. Às vezes, ainda que não haja preferências por parte dos pais, um dos filhos acaba mal-interpretando certas situações como se fossem contra ele, o que gera más reações, levando ao mesmo círculo vicioso.

7. Outra das possíveis explicações está em que os pais não sabem lidar com os primeiros caprichos infantis dos filhos, e acabam querendo agradá-los sempre e em tudo. A criança, se não for corrigida e não assimilar bem a educação recebida, vai crescer mimada.

8. Há pais que só prestam atenção no que os filhos fazem de errado. Passam o dia todo dando broncas, jogando na cara deles o que fizeram de ruim. Isso pode gerar baixa autoestima e raiva nas crianças.

9. Outro dos fatores está inclusive nos próprios irmãos ou nas crianças do bairro ou escola, que ficam apontando os defeitos da criança; esta vai se fechando em um comportamento negativo, especialmente se for muito sensível.

10. Em outros casos, na maioria das vezes, o rebelde é o filho do meio, que não tem as responsabilidades do mais velho (a quem os pais costumam usar como exemplo ou colocar como responsável pelos outros irmãos) nem toda a atenção do filho mais novo (que costuma ser mais mimado que os outros). O filho do meio, neste caso, pode crescer com ressentimentos.

11. Muitos pais consideram que a melhor forma de educar os filhos é impondo regras muito rígidas, quase ao estilo militar, mas isso é errado. Os pais rígidos demais acabam criando filhos retraídos e amedrontados, ou desrespeitosos e rebeldes.

12. Em outros muitos casos, os filhos difíceis são reflexo de certas anomalias familiares, ou seja, são como a ponta do iceberg, pois tornam visíveis os problemas latentes e reprimidos na família. O filho rebelde acaba sendo o bode expiatório e distração do verdadeiro problema familiar.

13. O contexto social em que vivemos não ajuda a educar os filhos. Esta sociedade violenta, competitiva, hostil, queiramos ou não, influencia muito negativamente as crianças, a umas mais que a outras, dependendo das circunstâncias.

O que fazer?

Seja como for, quanto antes for buscada a solução, melhor – começando pela identificação da(s) causa(s). Quanto antes for feita a intervenção, menor será o sofrimento da família e sobretudo do filho.

Uma ajuda profissional pode contribuir para identificar o problema. Se este estiver na família, é preciso modificar a dinâmica familiar. Esta mudança é difícil quando os membros da família se consideram isentos de qualquer responsabilidade, negando ter algo a ser revisto. É muito mais fácil quando os pais, e inclusive os irmãos, se envolvem.

Independentemente da causa e da suposta rebeldia, sempre deve haver comunicação entre os pais, para esclarecer as coisas o quanto antes com o filho – daí a importância da observação.

Se a causa da rebeldia realmente não está nos pais, juntos e privadamente, precisam falar com o filho sobre o que acontece, sobre seu comportamento, para que ele possa ver todas as qualidades que tem para superar seus problemas.

É necessário fazer tudo isso com carinho, mostrando que estas correções são feitas por amor, e depositar um voto de confiança no filho.

Os pais nunca devem classificar seu filho como “o filho rebelde”, “a ovelha negra”, porque fazer isso pode trazer consequências ainda mais negativas.

Isso desespera e isola ainda mais o filho difícil, pois ele procurará ajuda e apoio fora do núcleo familiar, e provavelmente nas pessoas incorretas. Os pais nunca podem descuidar dos seus filhos, confiando sua educação a terceiros.

O que acontece se o problema não for solucionado?

Estes filhos podem ter problemas de comportamento e também dificuldades para lidar com suas emoções, e sua tendência será mostrar-se extremamente críticos consigo mesmos.

Em outros casos, os filhos desenvolvem transtornos depressivos, dependência química, até degenerar em transtornos de personalidade.

Por outro lado, costuma achar que não merecem ser amados, já que as mensagens que receberam da sua família ao longo dos anos é que só trazem problemas, só causam dano, suas reações são sempre inadequadas, estão sempre exagerando etc.

Para a psicologia positiva, ao falar do comportamento das pessoas, costuma-se utilizar três palavras que tendem a ser confundidas: personalidade, caráter e temperamento. Mas são termos muito diferentes.

O temperamento se baseia na herança genética. O caráter é construído ao longo da vida, a partir da sua experiência e da cultura em que se encontra. O temperamento e o caráter são os elementos que formam a personalidade do indivíduo.

Assim, o DNA e o contexto de vida têm um papel primordial na personalidade de cada um. Não podemos negar os genes de uma pessoa, mas tampouco seu ambiente externo.

No entanto, felizmente, existe o livre arbítrio, que, baseando-se na razão, permitirá que cada um de nós tenha capacidade de escolher seu caminho.

A pessoa não pode escolher seu destino, pois sempre haverá eventos fortuitos que podem mudar o rumo da vida, mas sempre terá capacidade de levantar-se, seja qual for a situação, e prosseguir até o final.

Pais que são bons, apesar de eventuais erros educacionais, não têm culpa de que seu filho adulto seja uma pessoa difícil.

Culpar os pais pela personalidade difícil do filho, quando foram bons, normais e bem formados, é um erro. Há muitos fatores que entram em jogo na formação da personalidade. Um filho não é preguiçoso na escola necessariamente por culpa dos pais, por exemplo.

Por outro lado, ninguém pode ser 100% bom ou 100% mau. Se alguém erra, pode se arrepender, porque há algo bom nele, e aqui as emoções e maneira de pensar podem influenciar consideravelmente.

No caso em que os pais não conseguem fazer nada diretamente para combater o problema da rebeldia dos filhos, sempre será possível lutar interiormente por combater neles mesmos a tendência negativa – que pode dar-se em diversos graus – que os preocupa dos filhos, e oferecer a Deus sua luta como oração.

É sempre importante rezar por esse filho e confiar a Deus a solução.

Aleteia

Meu filho não quer ir à missa. E agora?

© DR
por Pe. Henry Vargas Holguín

Como convencer meu filho a ir à missa? A partir de que idade é obrigatório ir? Estas e outras perguntas esclarecidas pelos especialistas.

Os pais querem o melhor para os seus filhos, e isso inclui educá-los para a liberdade, ajudá-los a ser capazes de viver “a partir de dentro”, com sentido. Não se trata de fazerem o que “der na telha” o tempo inteiro, mas tornar realidade em sua vida o que escolheram livremente.

Quando um filho diz aos seus pais que não quer ir à missa, é preciso levar em consideração vários fatores: sua idade, as razões que o levam a expressar-se assim, se esta é uma situação circunstancial ou um problema importante etc.

Em caso de que se trate de um filho pequeno, o pai e a mãe devem introduzir a criança naquela vida que desejam transmitir-lhe, adaptando-se à sua idade.

No caso de católicos, isso inclui acompanhar o filho na missa e tentar mostrar-lhe a grandeza deste mistério, vivido em conjunto com sua família, da mesma maneira que o “obrigam” a ir à escola ou a visitar os avós, ainda que às vezes a criança possa não ter vontade de fazer nada disso.

O fato de que o filho mostre sua oposição a assistir à missa pode servir para que os pais se questionem se estão vivendo com plenitude sua identidade e sua união com Cristo e se estão transmitindo a fé aos seus filhos de maneira eficaz – o que é uma obrigação derivada do seu matrimônio católico. Talvez suponha uma oportunidade de renovar sua fé.

Por outro lado, quando o filho vai avançando em idade, é necessário que vá assimilando tudo aquilo que lhe transmitiram quando era pequeno, e isso às vezes leva a pequenas ou grandes crises.

Neste caminho, o respeito à liberdade deve ser proporcional à idade e à maturidade do filho, e estar acompanhado de uma preocupação pessoal pelo filho de acordo com a responsabilidade como pais, mas isso pode se dar de diversas formas, nem sempre manifestas.

Por exemplo, pais cujo filho mais velho não quer ir à missa podem intensificar sua oração por ele, seu acompanhamento paciente, oferecer a Deus também o sofrimento que isso lhes causa, e esforçar-se por viver melhor a missa, como pais. Às vezes, isso é mais formativo e eficaz a longo prazo que uma resposta coercitiva.

Sacrifício e amor

A Madre Teresa de Calcutá disse: “Estamos em uma cultura em que o amor geralmente é identificado com os sentimentos mais do que com um ato de vontade, com o prazer mais do que com o sacrifício”.

O que isso quer dizer? Que o amor autêntico é um ato da vontade, e que envolve sacrifícios. Amar, então, é um movimento pessoal que surge do querer e se torna realidade no sacrifício.

Em outras palavras, o amor “obriga” a algo. Mas não é uma obrigação inconsciente, sem conteúdo, cega ou realizada de má vontade. É uma obrigação consciente, consequente, conatural, espontânea e realizada com gosto.

Infelizmente, a palavra “obrigação” não é bem vista, pois, erroneamente, ela parece ter uma conotação negativa. Por quê? Porque esta palavra implicitamente exige esforço, sacrifício.

Uma coisa é certa: o que mais custa costuma ser o que mais vale a pena; o que custa constrói; o que custa dá bons frutos.

Negar a si mesmo e carregar a cruz (Mt 16, 24) nos identifica como cristãos, nos permite seguir Cristo onde ele está. Onde? À direita do Pai.

Se queremos seguir Jesus, optamos por abrir mão do nosso ponto de vista, por carregar a cruz. Mas fazemos isso por amor a Ele, a nós e aos outros.

Sem cruz não há amor. Se cremos, somos obrigados a ser consequentes durante toda a vida; caso contrário, nunca tivemos uma fé de verdade.

Por amor, uma pessoa se obriga a fazer várias coisas que, sem amor, nunca faria; sobram exemplos para entender que as coisas sem amor não têm sentido.

Obrigamos os filhos a se levantarem, a se arrumarem; obrigamos os filhos a ir à escola; obrigamos os filhos a fazer suas tarefas escolares; obrigamos os filhos a realizar afazeres domésticos; obrigamos os filhos a mudar maus hábitos; obrigamos os filhos a tomar remédios.

Por que os obrigamos a fazer tantas coisas? Porque achamos que isso é o melhor para suas vidas, porque queremos que sua passagem por esta vida seja feliz.

Supõe-se que, por trás destas obrigações, encontra-se o exemplo dos pais. Mas por que não “obrigamos” os filhos a conhecer Deus e a se relacionar com Ele? Não queremos sua salvação?

O amor obriga a certas coisas. E uma mãe, melhor do que ninguém, sabe muito bem disso. Por amor a Deus e à nossa salvação, nós nos obrigamos a ir à missa. Nossa fé nos obriga a transmitir essa própria fé.

Todos nós temos a obrigação de dedicar parte do nosso tempo a consagrá-lo a Deus e a dar-lhe culto, esta é uma lei gravada no coração. É lei natural dar culto a Deus, e a missa é o ato fundamental de culto cristão.

Assim, a Igreja concretiza o terceiro mandamento da Lei de Deus e o dever dos cristãos é cumpri-lo, além de ser um imenso privilégio e uma honra.

Agora, lembremos o que Jesus disse aos apóstolos: “Deixem que as criancinhas venham a mim”. Portanto, é preciso incentivar o encontro das crianças com Deus, promovê-lo.

Como? Entre outras coisas, com o exemplo.

Mas, claro, ninguém ama o que não conhece. Se não se conhece Deus, se não se conhece o valor da Missa, se não se conhece a importância dos sacramentos, vai ser difícil dar um exemplo coerente aos filhos.

Já sabemos que devemos amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. Mas, se Deus é amor, como funciona a coisa? É simples: damos a Deus o que Ele nos dá, entregando-nos a Ele com todo o coração, a alma, as forças, a mente (cf. Lc 10, 27).

O que significa amar a Deus sobre todas as coisas? Significa que nossa capacidade de amar é dirigida primeiramente a Deus, tem Deus como prioridade; significa amar a Deus acima de tudo e de todos, amando tudo e todos por amor a Ele.

Jesus também nos pede que amemos o próximo como a nós mesmos (Mt 22, 39). Em outras palavras, para poder amar o próximo, precisamos primeiro amar a nós mesmos.

Jesus não diz para “amar o próximo ao invés de amar você mesmo”, nem “amar o próximo antes de a você mesmo”, e sim “como você ama a si mesmo, amará os outros”.

Ou seja, na medida em que você quer ou busca seu bem espiritual e sua relação com Deus, nessa mesma medida é que buscará o bem espiritual dos outros, começando pela sua família: esposo(a), filhos etc.

Como combinar estes dois amores: o amor a Deus e o amor a nós mesmos? Onde podemos encontrar esses dois amores? Simples: na santa missa, na vida sacramental, na oração.

O que Deus e a Igreja nos pedem?

O terceiro mandamento da Lei de Deus nos pede para santificar as festas. E o primeiro preceito da Igreja nos pede ouvir a missa inteira todos os domingos e festas de preceito.

A Igreja, como mãe, quer o nosso bem presente e eterno, e por isso pede que todos os fiéis participem da missa aos domingos e nas festas de preceito.

“No domingo e nos outros dias festivos de preceito os fiéis têm obrigação de participar na Missa; abstenham-se ainda daqueles trabalhos e negócios que impeçam o culto a prestar a Deus, a alegria própria do dia do Senhor, ou o devido repouso do espírito e do corpo” (Direito Canônico, c. 1247).

“A participação na celebração comum da Eucaristia dominical é um testemunho de pertença e fidelidade a Cristo e à sua Igreja. Os fiéis atestam desse modo a sua comunhão na fé e na caridade. Juntos, dão testemunho da santidade de Deus e da sua esperança na salvação. E reconfortam-se mutuamente, sob a ação do Espírito Santo” (Catecismo, 2182).

Quem tem o dever de ir à missa?

As leis eclesiásticas (cânon 11) obrigam os fiéis “sempre que tenham uso de razão suficiente e, se o direito não dispuser outra coisa, que tenham cumprido 7 anos”.

Então, a obrigação de cumprir o primeiro mandamento da Igreja é de todos os fiéis a partir dos 7 anos de idade. Isso inclui as festas de preceito, além da missa dominical.

Obrigações dos pais cristãos

Já se sabe que a família é uma igreja doméstica e, “nesta espécie de igreja doméstica, os pais devem ser para os filhos os primeiros educadores da fé, mediante a palavra e o exemplo” (Lumen Gentium, 11).

A partir disso, os pais precisam ajudar os filhos a superar os obstáculos que podem dificultar humanamente sua vida de fé.

Devem preparar e motivar seus filhos para que, por sua própria iniciativa, relacionem sua vida cotidiana com Deus.

Precisam ajudar os filhos a conhecer Deus e tratá-lo como Pai. Os pais devem rezar pelos filhos e com os filhos. É necessário que criem as disposições adequadas para que os filhos respondam generosamente ao querer de Deus.

Aleteia

Papas corruptos em uma Igreja infalível? (Parte 2/4): Pecadores e infalíveis no Novo Testamento

 

Veritatis Splendor
            Autor: Jesús Urones

            Fonte: Blog Convertidos Católicos-Religion en Libertad

            Tradução: Apostolado Veritatis Splendor

PECADORES E INFALÍVEIS NO NOVO TESTAMENTO

No Novo Testamento, a mecânica continua sendo a mesma: Cristo escolhe discípulos, porém todos eles são pecadores – alguns mentem para ele, outros o negam, outros o traem e todos fogem dele.

Os Apóstolos do Senhor eram impecáveis? Obviamente, como nos demonstram as Escrituras, não o eram.

Podemos mencionar os escândalos e fragilidades humanas do próprio círculo que rodeava Jesus:

  • “Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos, e da família de Deus; edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina” (Efésios 2,19-20).

Eles são seus Apóstolos, individualmente escolhidos por Ele, os próprios fundamentos da Sua Igreja. Mas vejamos como estes fundamentos pecaram:

  • “E Jesus lhe disse: ‘Judas, com um beijo trais o Filho do homem?'” (Lucas 22,48).

Um deles O traiu, como bem reflete São Lucas.

  • “Ora, Pedro estava assentado fora, no pátio; e, aproximando-se dele uma criada, disse: ‘Tu também estavas com Jesus, o galileu’. Mas ele negou diante de todos, dizendo: ‘Não sei o que dizes’. E, saindo para o vestíbulo, outra criada o viu, e disse aos que ali estavam: ‘Este também estava com Jesus, o Nazareno’. E ele negou outra vez com juramento: ‘Não conheço tal homem’. E, daí a pouco, aproximando-se os que ali estavam, disseram a Pedro: ‘Verdadeiramente também tu és deles, pois a tua fala te denuncia’. Então começou ele a praguejar e a jurar, dizendo: ‘Não conheço esse homem’. E imediatamente o galo cantou. E lembrou-se Pedro das palavras de Jesus, que lhe dissera: ‘Antes que o galo cante, três vezes me negarás’. E, saindo dali, chorou amargamente” (Mateus 26,69-75).
  • “Ora, Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. Disseram-lhe, pois, os outros discípulos: ‘Vimos o Senhor’. Mas ele disse-lhes: ‘Se eu não vir o sinal dos cravos em suas mãos, e não puser o meu dedo no lugar dos cravos, e não puser a minha mão no seu lado, de maneira nenhuma o crerei’. E oito dias depois estavam outra vez os seus discípulos dentro, e com eles Tomé. Chegou Jesus, estando as portas fechadas, e apresentou-se no meio, e disse: ‘Paz seja convosco’. Depois disse a Tomé: ‘Põe aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; e chega a tua mão, e põe-na no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente’. E Tomé respondeu, e disse-lhe: ‘Senhor meu, e Deus meu!’ Disse-lhe Jesus: ‘Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram'” (João 20,24-29).

Tomé duvidou Dele.

Quase todos o abandonaram no Calvário e, antes, dormiram no horto do Getsemani.

E, como vimos, todos eles hoje – exceto um – são Santos!

Os discípulos de Emaús, tão logo iniciada a Igreja, já estavam desmotivados (cf. Lucas 24,17). Por que deveríamos nos escandalizar hoje, 2000 anos depois, existirem não só pessoas desmotivadas como, inclusive, apóstatas?

Quando Jesus caminhava na terra, havia o maior escandalizador humano de todos os tempos: Judas. Este foi um dos Doze escolhidos pelo próprio Jesus Cristo, de modo que a porcentavem de escândalo entre os discípulos mais íntimos de Cristo era em torno de 8,5%!

Em Mateus 24, lemos sobre o servo que o Mestre colocou como encarregado da casa:

  • “Quem é, pois, o servo fiel e prudente, que o seu senhor constituiu sobre a sua casa, para dar o sustento a seu tempo? Bem-aventurado aquele servo que o seu senhor, quando vier, achar servindo assim. Em verdade vos digo que o porá sobre todos os seus bens. Mas se aquele mau servo disser no seu coração: ‘O meu senhor tarde virá’; e começar a espancar os seus conservos, e a comer e a beber com os ébrios, virá o senhor daquele servo num dia em que o não espera, e à hora em que ele não sabe, e separá-lo-á, e destinará a sua parte com os hipócritas; ali haverá pranto e ranger de dentes” (Mateus 24,45-51).

Primeiro, vemos que Jesus fala do servo “que constituiu sobre a sua casa” (que representa a Igreja). Este servo pode agir bem ou mal; se é desobediente e “espanca os seus conservos” (abusa da sua autoridade), será castigado – mas Jesus não lhe retira o poder por ser um mau servo, nem nos permite sair da casa em atitude de rebeldia, pois Ele mesmo irá castigar as autoridades más da Igreja.

A Igreja primitiva foi destruída por causa destas gravíssimas infidelidade? Obviamente que não! Jesus não prometeu a impecabilidade aos membros da sua Igreja, por maior que fosse sua relevância. Ele afirmou que o poder do demônio ingressaria na Igreja, mas não prevaleceria contra ela (cf. Mateus 16,18). Quanto mais nos aproximamos do fim dos tempos, mais Satanás intensificará seus ataques contra a Igreja e ingressará nela (cf. Mateus 24,15); a apostasia surgirá (cf. 2Tessalonicenses 2,2), porém sempre haverá um remanescente fiel, ainda que alguns a abandonem e a ataquem.

  • “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; o Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós. Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós” (João 14,16-18).
  • “Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém” (Mateus 28,20).

Como vemos, a promessa do Senhor continua vigente: durante 2000 anos sempre esteve com a sua Igreja. A Igreja primitiva era católica desde os seus primórdios e já então houve escândalos, mas Cristo não a abandonou. Como é dito em Efésios, “a glória da Igreja” é porque verdadeiramente esta Igreja é santa.

Com os olhos da fé e o testemunho da História, podemos ver que a Igreja Católica sempre foi a mais odiada e atacada, a partir de dentro (apostasias, heresias etc.) e a partir de fora. Durante seus 2000 anos de existência, foi criticada, blasfemada, atacada e, inclusive, tentaram exterminá-la; mas tudo sem sucesso: estes envelheceram e morreram, e a “noiva”, a cada dia que passa, está mais bela, aguardando o seu esposo, o Senhor. A todos estes que odeiam a Igreja Católica, a Bíblia lhes diz:

  • “Aquele que de entre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela” (João 8,7).
  • “Portai-vos de modo que não deis escândalo nem aos judeus, nem aos gregos, nem à Igreja de Deus” (1Coríntios 10,32).
  • “Porque eu sou o menor dos Apóstolos, que não sou digno de ser chamado Apóstolo, pois que persegui a Igreja de Deus” (1Coríntios 15,9).
  • “Não temas, porque Eu sou contigo; não te assombres, porque Eu sou teu Deus; Eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a destra da minha justiça. Eis que, envergonhados e confundidos serão todos os que se indignaram contra ti; tornar-se-ão em nada, e os que contenderem contigo, perecerão” (Isaías 41,10-11).

O “Justo” defendeu a sua Igreja todos os dias, por todos os séculos, durante quase 2000 anos. Confundidos estão todos os que a atacam: protestantes, hereges, sectários etc.

Por acaso, por este pecado de Pedro, todos os Apóstolos foram apóstatas? Pedro perdeu a sua autoridade e a sua liderança por ter mentido sobre o Senhor? Lembre-se: a Bíblia tem duas cartas de Pedro que, se não fossem guiadas pelo Espírito Santo, não estariam na Bíblia! Mas como o Espírito Santo vai guiar um pecador, um “apóstata” segundo alguns, porque mentiu e pecou???

Um Apóstolo negou a Cristo (cf. Mateus 26,69-75); um o traiu (cf. Mateus 26,25), outro duvidou Dele (cf. João 20,25) e todos o abandonaram (cf. Mateus 26,56). Isto abrange todos os Doze, não é? Contudo, a Igreja que Jesus Cristo fundou, sobreviveu como um só rebanho, com um só Pastor, e todos os Apóstolos – exceto um – se tornaram Santos!

Saulo perseguiu duramente a Igreja, prendeu muitos cristãos e aprovou o assassinato de pelo menos um, como lemos em Atos 7,58-59 e 8,1-2. No entanto, a Igreja se manteve unida e fiel a Pedro, e Saulo se converteu em Paulo, um de seus maiores Apóstolos.

O que observamos aqui? Que a autoridade da Igreja não depende das obras de nenhum dos seus membros.

A Igreja é maior que qualquer um dos seus membros, é maior que qualquer Papa ou Bispo, Padre da Igreja ou Santo.

Por que a Igreja é maior que qualquer um dos seus membros? Porque ela é o Corpo Místico de Cristo; Ele é a sua Cabeça. E pelo que eu saiba, é a cabeça que diz ao corpo o que fazer e não o contrário! Não é verdade? Os ramos sem frutos podem ser podados, porém a videira segue viva!

Isto nos leva ao próximo ponto…

Veritatis Splendor

Hoje é celebrada a Beata Alexandrina da Costa, que viveu a paixão de Cristo

ACI Digital

REDAÇÃO CENTRAL, 13 out. 20 / 06:00 am (ACI).- “Queres me encontrar, minha filha? Busca-me em teu coração e em tua alma, aí habito teu coração como em meu tabernáculo. Se soubesses o quanto me consolas e o quanto socorres os pecadores só ao dizer-me que eres minha vítima”, disse uma vez Jesus à Beata Alexandrina da Costa, que viveu em êxtase a paixão de Cristo.

Alexandrina nasceu em 1904, em Balasar (Portugal). Para preservar sua virgindade, aos 14 anos se lançou da janela do segundo andar de sua casa, diante da ameaça de alguns mal-intencionados que entraram à força para abusar dela, de sua irmã e de uma amiga.

O golpe lhe causou, depois, uma paralisia total que a obrigou a ficar de cama pelo resto de sua vida. Mais tarde, ofereceu-se a Cristo como vítima pela conversão dos pecadores, por amor à Eucaristia e pela consagração do mundo ao Imaculado Coração de Maria, mensagens fundamentais de Fátima.

Nos últimos 13 anos de sua vida não provou alimento, nem bebida e se manteve apenas da Comunhão. Entregue à vida de oração e jejum, em 180 ocasiões experimentou misticamente a paixão de Cristo com muito sofrimento.

Milhares iam ao seu leito para receber dela palavras de consolo e de tornou Cooperadora Salesiana.

Em 13 de outubro de 1955, aniversário do “milagre do sol” que aconteceu em Fátima 38 anos antes, partiu para a Casa do Pai. Antes de morrer, disse: “Não pequem mais. Os prazeres desta vida não valem nada. Recebam a comunhão; rezem o terço todos os dias. Isso resume tudo”.

A pedido da Beata, ficou escrito no epitáfio de seu túmulo a seguinte inscrição: “Pecadores, se as cinzas do meu corpo puderem ser úteis para a vossa salvação, aproximai-vos: passai todos por cima delas, pisai-as até desaparecerem, mas não pequeis mais! Não ofendais mais o nosso Jesus! Pecadores, queria dizer-vos tantas coisas. Não bastaria este grande cemitério para escrevê-las todas! Convertei-vos! Não queirais perder a Jesus por toda a eternidade! Ele é tão bom!... Amai-O! Amai-O! Basta de pecar!”.

São João Paulo II a beatificou em 2004 e, naquela ocasião, assinalou que “pela esteira da Beata Alexandrina, expressa na trilogia ‘sofrer, amar, reparar’, os cristãos podem encontrar estímulo e motivação para nobilitar tudo o que a vida tenha de doloroso e triste com a prova maior de amor: sacrificar a vida por quem se ama”.

ACI Digital

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF