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quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Dom Paulo Cezar Costa é o novo arcebispo de Brasília

Dom Paulo Cezar Costa | Vatican Media

"Entro na vida desta Igreja Particular com muito respeito pela sua caminhada, pelo trabalho dos meus predecessores, principalmente o Cardeal Sérgio da Rocha, que doou a vida por vários anos nesta Igreja", disse Dom Paulo em carta aos fiéis da arquidiocese de Brasília.

Vatican News

O Papa Francisco nomeou arcebispo de Brasília Dom Paulo Cezar Costa, transferindo-o da Diocese de São Carlos (SP).

Dom Paulo Cezar Costa nasceu em 20 de julho 1967 a Valença (RJ). Possui graduação em Teologia pelo Instituto Superior de Teologia da Arquidiocese do Rio de Janeiro (1991), Mestrado e Doutorado em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana (1998 e 2001).

Em 2010, foi nomeado pelo Papa Bento XVI como Bispo-Auxiliar da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, ocupando inúmeros encargos.

Em 22 de junho 2016 foi nomeado 7º bispo da Diocese de São Carlos pelo Papa Francisco.

É membro do Conselho Permanente e da Comissão Episcopal Pastoral para Educação e Cultura da CNBB. Também é membro do pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos e da Pontifícia Comissão para América Latina.

O bem mais precioso: Jesus Cristo

Em carta aos fiéis de Brasília, Dom Paulo assim comenta a sua transferência:

“Disse sim ao Papa Francisco buscando vivenciar o que os patriarcas e profetas de nossa fé fizeram: partiram respondendo a um Chamado de Deus. Ao Papa Francisco, minha filial obediência, comunhão e gratidão pela confiança.

Entro na vida desta Igreja Particular com muito respeito pela sua caminhada, pelo trabalho dos meus predecessores, principalmente o Cardeal Sérgio da Rocha, que doou a vida por vários anos nesta Igreja.

Vou com a disposição de vos conhecer, amar e doar o melhor de minhas forças para que o Evangelho de Jesus Cristo possa ser conhecido, amado e testemunhado.

Não vou de mãos vazias, levo minha experiência de Fé e Vida em Valença, em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro e em São Carlos, mas principalmente, vou levando aquilo que de mais precioso possuo: Jesus Cristo. Ele é a grande riqueza na minha vida.”

Vatican News

Dom Paulo Cezar Costa

“Natural de Valença (RJ), Dom Paulo Cezar Costa nasceu em 20 de julho de 1967, filho de Geraldo Manoel da Costa Amaral e Maria Alice Miranda Amaral. Possui graduação em Teologia pelo Instituto Superior de Teologia da arquidiocese do Rio de Janeiro (1991), Mestrado (1998) e Doutorado (2001) em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana.

Foi ordenado presbítero aos 5 de dezembro de 1992. Em seu ministério presbiteral, foi vigário paroquial, pároco, reitor do Seminário Diocesano Paulo VI, em Nova Iguaçu (RJ). Colaborou na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) como membro do grupo de peritos da Comissão Episcopal de Doutrina e membro do Instituto Nacional de Pastoral.

Também atuou no âmbito acadêmico: na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), foi professor titular, coordenador e diretor do Departamento de Teologia. No Instituto de Filosofia e Teologia Paulo VI, foi professor e diretor. Ainda exerceu docência no Instituto Superior de Teologia da Arquidiocese do Rio de Janeiro e na Escola Teológica São Bento (ETSB).

Em 2010, foi nomeado pelo Papa Bento XVI como bispo auxiliar da arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ). Durante o quadriênio 2011-2015, foi membro da Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé da CNBB. Na realização da JMJ-2013, atuou como diretor administrativo.

Em 22 de junho 2016, foi nomeado 7º bispo da diocese de São Carlos pelo Papa Francisco. Sua posse canônica ocorreu no dia 6 de agosto daquele ano, na Catedral de São Carlos. Atualmente, é integrante do grupo de bispos consultivos do Conselho Episcopal Latino Americano (Celam); presidente do Grupo de Análise de Conjuntura Eclesial da CNBB; responsável pelo Setor Universidades da Comissão Episcopal Pastoral para a Cultura e a Educação da CNBB; referencial para o Instituto Nacional de Pastoral Alberto Antoniazzi (Inapaz); membro do Conselho Permanente da CNBB; membro da Pontifícia Comissão para América Latina e do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos”.

ACI Digital

S. GASPAR DEL BÚFALO, PRESBÍTERO, FUNDADOR DOS MISSIONÁRIOS DO PRECIOSÍSSIMO SANGUE DE CRISTO

São Gaspar Búfalo | Canção Nova

Em 6 de janeiro de 1786, a família romana Búfalo, aristocratas empobrecidos, rejubilou-se com o nascimento de um filho, que foi batizado - na solenidade da Epifania – com o nome de Gaspar, um dos três reis magos: Gaspar, Baltasar, Melquior. Desde pequeno, dedicou-se à oração e à penitência e frequentou o Colégio Romano, que, na época, era confiado ao clero secular, após a supressão da Companhia de Jesus. No entanto, visto que o seu pai era cozinheiro no Palácio Altieri, em frente à Igreja de Jesus, Gaspar aprendeu a conhecer e a venerar São Francisco de Sales, ao qual atribuiu uma cura milagrosa na sua juventude.

Entre os "carroceiros"

Em 1798, Gaspar recebeu a batina e começou a dar assistência espiritual e material aos necessitados de Roma. Distinguiu-se, de modo particular, pela sua dedicação ao Catecismo, que ocorria no Oratório da igreja de Santa Maria do Pranto: ali, começou a ensinar a Doutrina da Igreja aos "carroceiros", que vinham da zona rural para levar feno ao chamado Campo Vaccino, como era chamado, na época, o Fórum Romano. Ele se dedicava também à preparação de uns jovens, escolhidos para ensinar o catecismo e cuidar dos pobres, fazendo renascer assim a Obra de Santa Gala. Em 1808, Gaspar foi, finalmente, ordenado sacerdote. Desta forma, intensificou o apostolado entre as classes populares, transformando a igrejinha de Santa Maria “in Pincis”, junto à Rupe Tarpea, em um próspero centro de espiritualidade.

"Não devo, não posso, não quero"

Na época de Gaspar, Roma e o Estado Pontifício foram ocupados pelas tropas napoleônicas. Na noite entre 5 e 6 de julho de 1809, a situação se precipitou e o Papa Pio VII foi preso e deportado. Além disso, Napoleão obrigou os Bispos e párocos da cidade a assinar um ato de juramento de fidelidade ao novo regime. Em 13 de junho de 1810, o juramento foi imposto também ao Padre Gaspar, que, porém, se recusou, pronunciando as famosas palavras: "Não devo, não posso, não quero". Por isso, foi preso e mandado para o exílio. Ele descontou sua pena de quatro anos nas prisões de Piacenza, Bolonha, Ímola e, enfim, em Lugo, perto de Ravena. Retornou a Roma somente em 1814.

Um "terremoto espiritual"

Em 1815, Gaspar fundou uma nova Congregação chamada Missionários do Preciosíssimo Sangue. Ele se sentia mais próximo a esta devoção, intimamente ligada ao Sagrado Coração de Jesus, da qual se tornou apóstolo fervoroso. Somente o Sangue, derramado por Cristo para a redenção dos homens, era instrumento de conversão. Percebendo seu zelo, o Papa Pio VII confiou à sua Congregação a missão de uma nova evangelização e restabelecer a fé nos territórios do Estado Pontifício. Na prática, ele lhe pedia para ir aonde ninguém queria e enfrentar pessoas, que ninguém queria encontrar.

"Martelo dos sectários"

Gaspar e seus missionários tiveram que enfrentar duas chagas principais que afligiam Roma: a maçonaria e o banditismo. Suas habilidades de pregador alcançaram resultados extraordinários contra as sociedades secretas, consideradas forjas de um perigoso secularismo ateu: conseguiu levar inteiras lojas maçônicas para o bom caminho, desmascarando este problema oculto, a ponto de receber o apelido de "martelo dos sectários". Da mesma forma, agiu contra os bandidos: para cumprir sua missão, no caminho entre Roma e Nápoles, armado apenas com o crucifixo e a misericórdia evangélica, Gaspar falava e explicava a todos sobre o sangue derramado por Jesus, como sacrifício pela salvação de toda a humanidade. Assim, lentamente, conseguiu alcançar o que ninguém havia conseguido: tornar a cidade mais segura.

Morte e canonização do "Anjo da paz"

Em 1834, graças à colaboração de Maria de Mattias, - que havia conhecido aos 17 anos e à qual revelara a sua vocação, - Gaspar fundou o ramo feminino da Congregação: as Irmãs Adoradoras do Preciosíssimo Sangue de Cristo, que hoje atuam no mundo inteiro, sobretudo na Índia e Tanzânia. Três anos depois, Gaspar de Búfalo faleceu e foi canonizado por Pio XII, em 1954. Falando sobre este Santo aos participantes no Capítulo geral da Congregação, em 14 de setembro de 2001, São João Paulo II disse: “Confiante no fato de que o pedido do Papa era uma ordem de Cristo, seu Fundador não hesitou em obedecer, embora o resultado tenha sido: foi acusado de ser muito inovador. Lançando suas redes nas águas profundas e perigosas, fez uma pesca surpreendente”.

Oração de São Gaspar ao Sangue de Jesus:
Precioso sangue do meu Senhor,
que eu possa vos abençoar sempre.
Amor do meu Senhor, que se tornou chaga,
quanto estamos longe de nos conformar com a vossa vida.
Sangue de Cristo, bálsamo das nossas almas e fonte de misericórdia, fazei que a minha língua, avermelhada de sangue na celebração diária da Missa, possa abençoar-vos agora e sempre.
Senhor, quem não vos amará?
Quem não se consumirá de carinho por vós?
As vossas chagas, vosso sangue, os espinhos, a cruz e, sobretudo, o sangue divino, derramado até à última gota, clamam com voz eloquente ao meu pobre coração!
Visto que agonizastes e morrestes por mim, para me salvar, eu também darei, se necessário, a minha vida, para conseguir a beatitude do céu.
Jesus, vós vos fostes a nossa redenção.
Do vosso peito aberto, arca de salvação, fornalha de caridade, saiu sangue e água, sinais dos sacramentos e da ternura do vosso Amor, Jesus Cristo, que nos amou e nos lavou com o seu Sangue!

Vatican News

terça-feira, 20 de outubro de 2020

São Lucas descansa em Pádua

Instituto Hesed

O esqueleto do autor do terceiro Evangelho e dos Atos dos Apóstolos está preservado na Basílica de Santa Giustina. O crânio, por outro lado, foi levado por Carlos IV e levado para Praga, onde ainda está hoje. Novos estudos científicos confirmaram a antiga tradição.


por Stefania Falasca


Lucas, o autor do terceiro Evangelho, o cronista dos Atos dos Apóstolos, mora aqui em Pádua. Por mais de um milênio em Santa Giustina, a basílica do mosteiro beneditino de Pádua, os restos de seu corpo foram guardados. Uma antiga tradição atestada por documentos históricos indica sua presença. As relíquias são guardadas no transepto esquerdo da Basílica em uma arca de mármore construída em 1313. Embora a memória da presença de seu corpo nesta igreja se tenha perdido com o tempo, o que a antiga tradição transmitiu agora parece receber confirmação científica.
Em 17 de setembro, pela primeira vez, após quase cinco séculos, a arca contendo as relíquias foi aberta para iniciar um reconhecimento científico. A importante decisão foi tomada pelo bispo de Pádua, Antonio Mattiazzo, que nomeou uma comissão composta por quatorze especialistas para analisar em profundidade as relíquias, objetos e documentos que os acompanham. Portanto, os restos mortais autênticos do evangelista Lucas são os encontrados em Pádua? Os primeiros resultados são surpreendentes.
As análises, conduzidas pela comissão presidida pelo anatomopatologista paduano Vito Terrible Wiel Marin, revelaram o bom estado de conservação de um esqueleto quase completo, pertencente a um homem de cerca de dois mil anos atrás, que morreu velho. E não só. A novidade mais importante diz respeito ao crânio, que, como comprovam os documentos, em 1354 foi retirado da urna e trazido por Carlos IV para Praga. O crânio, trazido de volta a Pádua e submetido a exames cuidadosos, pertence irrefutavelmente aos restos encontrados na pesquisa, pois está perfeitamente articulado com a primeira vértebra cervical deste esqueleto. Os especialistas também endossaram a hipótese de que a antiga caixa de chumbo encontrada na arca de mármore e contendo os restos mortais é a mesma em que o corpo foi originalmente colocado. A pesquisa está apenas começando.
Esses são apenas alguns dos resultados alcançados em dois meses de estudos e observações; mas se as investigações interdisciplinares, que continuarão por mais dois anos, confirmarem a hipótese de que o esqueleto preservado em Pádua é realmente do Evangelista Lucas, será uma descoberta verdadeiramente extraordinária: a de São Lucas será o único corpo dos quatro evangelistas preservados intactos. Salved pelos iconoclastas pesquisa histórica, no entanto, já permitiu uma primeira reconstrução de como as relíquias atribuídas ao St. Luke chegou a Itália em Pádua. Sabe-se, a partir do chamado Prólogo Antimarcionita, um texto do final do século 2 que diz que Lucas morreu velho na Beócia e que seu túmulo vazio, um sarcófago de mármore dos primeiros séculos do cristianismo, foi venerado em Tebas, capital da Beócia, na Grécia. Deste local, como atesta uma tradição confirmada pelo testemunho de São Jerônimo, a urna, contendo suas relíquias, foi transferida, na época do imperador Constâncio (século IV), para Constantinopla e colocada na Basílica que mais tarde se chamará dei dei Santi Apostoli, pela presença nele também dos restos mortais do apóstolo André e Mattia, o "décimo terceiro" dos apóstolos. De Constantinopla, de acordo com uma tradição antiga, foi levado para Pádua.
Os historiadores, no entanto, divergem sobre como e quando as relíquias do evangelista Lucas chegaram a Pádua. Alguns argumentam que os restos mortais chegaram do Oriente após o saque de Constantinopla em 1204, trazido pelos Cruzados. No entanto, investigações recentes suportam outra hipótese. Claudio Bellinati, diretor do arquivo histórico de Pádua e membro da comissão científica encarregada do reconhecimento, explica que a presença das relíquias de São Lucas na abadia beneditina já está registrada no ano de 1177, quando, como atestam os documentos, a O chumbo contendo as relíquias de São Lucas foi encontrado no cemitério de Santa Giustina (onde todos os corpos guardados na Basílica foram escondidos durante as invasões bárbaras) e transportados para dentro da igreja. Portanto, os restos mortais do evangelista já estavam presentes em Pádua antes da conquista de Constantinopla e talvez mesmo antes de 1177, ano de sua descoberta no cemitério adjacente à igreja. «Penso que é muito provável» diz Bellinati «que as relíquias de Lucas chegaram até nós no século VIII, durante o período das lutas iconoclastas (741-770). Na verdade, a tradição nos informa que um sacerdote chamado Urio, guardião da Basílica dos Santos Apóstolos em Constantinopla, quis salvar as preciosas relíquias que eram guardadas na Basílica da fúria dos iconoclastas e trouxe os restos mortais de São Lucas e os restos mortais com ele para Pádua. de San Mattia, junto com uma imagem de madeira da Madonna, conhecida como a Madonna Constantinopolitana (ainda presente na Basílica de Santa Giustina). Portanto, as relíquias de Mattia e a imagem de madeira também devem ser examinadas »acrescenta Bellinati« para verificar o que a tradição nos transmitiu ». No entanto, ainda não está claro por que essas relíquias foram trazidas para Pádua e não, por exemplo, para Veneza.

Imperador Carlos IV
Em vez disso, o que é inquestionavelmente certo é que em 9 de novembro de 1354 a arca de mármore contendo as relíquias de São Lucas, construída em 1313 pelo abade Gualpierino Mussato, foi aberta para tomar a cabeça. O imperador Carlos IV, de fato, queria trazer esta preciosa relíquia de São Lucas com ele para Praga e nesta ocasião um verdadeiro levantamento dos restos contidos no túmulo foi realizado. É a primeira identificação documentada que conhecemos. «Mas não é certo» explica Bellinati «que este foi o primeiro reconhecimento. Certamente houve outros precedentes. É provável, por exemplo, que houvesse uma no período das lutas iconoclastas, antes que a caixa de chumbo fosse levada a Pádua, para verificar seu conteúdo. No caso, durante o nosso levantamento, também foram encontradas algumas moedas, algumas das quais são muito antigas, uma datando do ano 299 DC, época do Imperador Maximiano. Outras vezes, a caixa deveria ser aberta ».
Um segundo reconhecimento documentado foi feito em 1463 devido a um julgamento (cujos atos estão contidos no quinto volume do Arquivo Sartori , uma transcrição dos documentos existentes no Arquivo do Estado de Pádua) para estabelecer se o verdadeiro São Lucas foi aquele que foi enterrado em Santa Giustina em Pádua ou um homônimo, cujo túmulo era venerado em Veneza. No processo, após longas e cansativas sessões, com extensa documentação e muitos testemunhos, concluiu-se que o verdadeiro São Lucas estava em Pádua, visto que se constatou que o esqueleto do Luca veneziano pertencia a um jovem de vinte anos, falecido de apenas dois séculos.
A última abertura antes da atual ocorreu em 1562, data que se deduz dos pergaminhos da caixa de chumbo. Em 1562 a identificação foi feita por ocasião da translação dos restos mortais de São Lucas da antiga capela com o mesmo nome para o novo transepto esquerdo da Basílica, onde se encontra hoje. Provavelmente o caso principal foi aberto para expor as relíquias sagradas para a veneração dos fiéis, o que pode ter acontecido também nas aberturas anteriores. Sabe-se também que na antiga capela de origem a lápide de mármore serviu de mesa de altar e que a capela havia sido embelezada pelo famoso políptico de Andrea Mantegna e por afrescos com cenas que remetiam à tradicional história da chegada do corpo. de San Luca em Santa Giustina.
Agora, todos esses dados fornecidos por documentos e tradições serão reconsiderados, esclarecidos e aprofundados à luz das evidências científicas e das pistas das novas investigações interdisciplinares. «Com o contributo de instrumentos científicos modernos» afirma Claudio Bellinati «poderemos finalmente comprovar a autenticidade das relíquias de São Lucas e poderemos reconstruir historicamente o que uma antiga tradição nos indicou».

Revista 30Dias

PAIS DA IGREJA: Santo Atanásio de Alexandria

Santo Atanásio | Ecclesia

Santo Atanásio de Alexandria

Bispo de Alexandria, Confessor e Doutor da Igreja;
nascido c. 296, falecido em 2 de maio de 373.

O século IV, a idade de ouro da literatura cristã, nos oferece em seus umbrais a figura gigantesca de Atanásio de Alexandria, o homem cujo gênio contribuiu para o engrandecimento da Igreja muito mais que a benevolência imperial de Constantino. Seu nome está indissoluvelmente unido ao triunfo do Símbolo de Nicéia»1, que ainda hoje rezamos.

«Há nome mais ilustre que o de Santo Atanásio entre os seguidores da Palavra da verdade, que Jesus trouxe à terra? Não é este nome símbolo do valor indomável na defesa do depósito sagrado, da firmeza do herói face às mais terríveis provas da ciência, do gênio, da eloqüência, de tudo o que pode representar o ideal de santidade de um Pastor unido à doutrina do intérprete das coisas divinas? Atanásio viveu para o Filho de Deus; Sua causa foi a de Atanásio. Quem estava com Atanásio, estava com o Verbo eterno, e quem maldizia o Verbo eterno maldizia Atanásio»2, comenta Dom Guéranger, o admirável autor eclesiástico do século XIX.

É esse grande Santo que comemoramos no dia 2 deste mês (Maio).

1. Arianismo: heresia devastadora

Deus nosso Senhor permitiu que houvesse várias heresias logo no início da Igreja. Com isso, ao refutá-las, os doutores foram explicitando a verdade católica a partir da Revelação e estabelecendo assim os fundamentos básicos sobre os quais se firmasse a verdadeira doutrina.

Uma das heresias que mais dano causou à Igreja, a partir do século III, foi o arianismo, devido ao apoio que encontrou da parte de muitos bispos e imperadores.

Na segunda metade do século III, Melécio, Bispo de Lycopolis, rompeu com São Pedro de Alexandria, provocando um cisma que dividiu o patriarcado de Alexandria. Melécio caiu em cisma (ou seja, provocou uma divisão) por ter discordado da indulgência do Santo ao receber de volta à Igreja cristãos arrependidos que, por fraqueza, haviam oferecido incenso aos ídolos para evitar a morte.

Ário, homem intrigante, habilidoso, persuasivo, vindo da Líbia, juntou-se aos cismáticos. Elevado ao sacerdócio pelo primeiro sucessor de São Pedro de Alexandria, ambicioso e buscando preeminência, Ário começou a pregar uma nova doutrina, que negava a divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo. Santo Alexandre, novo Patriarca de Alexandria, condenou-a como herética.

2. Atanásio: sustentáculo anti-ariano

«Jamais, talvez, nenhum chefe de heresia possuiu em mais alto grau que Ário as qualidades próprias para esse maldito e funesto papel. Instruído nas letras e na filo dos gregos, dotado de uma rara fineza de dialética e de linguagem, ele conseguia dar ao erro o aspecto e o atrativo da verdade. Seu exterior ajudava a sedução. Seu orgulho se disfarçava sob uma simples vestimenta, sob um olhar modesto, recolhido, mortificado, que lhe dava um falso ar de santidade, e ao qual ele sabia aliar um trato gracioso e um tom doce e insinuante»3. Isso lhe abriu a porta dos grandes e poderosos do mundo. Eusébio de Cesaréia lhe concedeu asilo e o protegeu. Eusébio de Nicomédia tornou-se seu mais forte defensor. Por isso sua heresia estendeu-se séculos afora, provocando grande mal à Igreja.

O crescimento e o tumulto da nova heresia preocupou o Imperador Constantino, que enviou o mais venerado Prelado da época, Ósio de Córdoba, a Alexandria, para tentar fazer cessar a "epidemia". Este, estando com Santo Atanásio, reconheceu logo sua ortodoxia; bem como a má-fé e erro de Ario. Por isso, aconselhou o Imperador a convocar um concílio em Nicéia, para condenar a nova heresia. Neste foi composto o famoso Credo de Nicéia, que alguns heresiarcas assinaram constrangidos, e outros, recusando-se a fazê-lo, foram exilados.

Foi ali, na grande assembléia, que um pequeno grande homem, secretário de Santo Alexandre, se fez notar pelo fogo de suas palavras, eloqüência e amor à ortodoxia católica. Era ele Atanásio.

3. Moldador dos acontecimentos

«Atanásio era uma dessas raras personalidades que deriva incomparavelmente mais de seus próprios dons naturais de intelecto do que do fortuito da descendência ou dos que o rodeiam. Sua carreira quase personifica uma crise na história da Cristandade, e pode-se dizer dele que mais deu forma aos acontecimentos em que tomou parte do que foi moldado por eles»4. A esta descrição psicológica devemos acrescentar sua fé profunda e inabalável, a serviço da qual colocou suas qualidades naturais.

De estatura abaixo da média (pelo que foi objeto de debique por parte do apóstata Juliano), segundo seus biógrafos, era de compleição magra, mas forte e enérgico. Tinha uma inteligência aguda, rápida intuição, era bondoso, acolhedor, afável, agradável na conversação, mas alerta e afiado no debate.

A História não guardou o nome de seus pais. Pela alta formação intelectual que ele demonstra ainda jovem, julga-se que pertencia à classe mais elevada.

4. Jovem Patriarca de Alexandria

Ainda adolescente, foi notado e apreciado por Santo Alexandre, que o tomou sob sua proteção e, com o tempo, o fez seu secretário. No Concílio de Nicéia ainda não havia recebido a ordenação. Mas, cinco meses depois, Santo Alexandre, ao falecer, designou-o como seu sucessor na Sé de Alexandria. Atanásio tinha apenas trinta anos de idade.

Triste herança recebeu o jovem bispo. Durante seus primeiros anos de episcopado, os melecianos e arianos juntaram-se para tumultuar o povo e lançar o espírito de revolta, de que se alimentam as heresias. Pois o arianismo, se bem que tivesse um suposto fundamento religioso, era mais um partido político de agitadores, como muitos movimentos da esquerda católica de hoje em dia. Não havia calúnia, difamação e ardil que os arianos não inventassem contra Atanásio, para minar sua autoridade.

O Imperador Constantino, perdendo sua mãe Santa Helena, ficou sob a influência de sua irmã Constância, conquistada pela heresia. A pedido dela, fez voltar do exílio os hereges exilados em Nicéia, enquanto perseguia os católicos ortodoxos.

5. A astúcia dos santos

Apenas retornado do exílio, Eusébio de Nicomédia convoca um concílio em Cesaréia, sede do outro Eusébio ariano, para condenar Santo Atanásio. Este é intimado a comparecer em Tiro — para onde o concílio havia sido transferido — a fim de responder às acusações assacadas contra ele.

Fizeram entrar uma mulher de cabelos desgrenhados que, com altos gritos, acusou o Santo de ter dela abusado. Um dos padres de Atanásio, percebendo o jogo, levantou-se e foi até a impostora, exclamando: «Como! Então é a mim que imputas esse crime?!» Ela, que não conhecia Atanásio, replicou: «Sim, é a ti. Eu bem te reconheço». Houve uma gargalhada geral, e a miserável fugiu cheia de confusão.

Mas isso não desarmou os impostores. Mostrando uma mão ressequida, afirmaram pertencer a um tal Arsênio, que havia tempos desaparecera, e certamente fora esquartejado por Atanásio para efeitos de magia. Atanásio faz entrar na sala o próprio Arsênio, que descobrira na solidão do deserto. Mostrando-o, disse aos acusadores: "Vejam Arsênio, com suas duas mãos. Como o Criador só nos deu duas, que meus adversários expliquem de onde tiraram essa terceira". Os hereges, confundidos, provocaram verdadeiro tumulto e suspenderam a sessão.

6. Exílio causado por amor à ortodoxia

Com calúnias e outros artifícios, os hereges, que gozavam do prestígio do poder imperial, conseguiram que o Santo fosse exilado cinco vezes.

O primeiro exílio, em Treveris, durou cinco anos e meio, terminando em 337 quando, com a morte de Constantino, seu filho do mesmo nome chamou Atanásio para ocupar novamente sua Sé. No ano anterior, Ário, sentindo-se mal quando era levado em triunfo pelos seus partidários, teve que retirar-se a um lugar escuso, onde morreu com as entranhas nas mãos.

Entretanto, morto o heresiarca, não morreu a heresia, que em 340 conseguiu impor um bispo herege em Alexandria, tendo Atanásio que fugir para o exílio em Roma. Foi bem acolhido pelo Papa, que condenou o intruso.

Atanásio passou três anos em Roma, onde introduziu os monges do Oriente. Publicou na Cidade Eterna grandes obras contra os hereges arianos. Em 343 foi exilado para a Gália.

A década de 346 a 356 foi o período de ouro para Atanásio na Sé de Alexandria. Pôde dedicar-se inteiramente ao ministério episcopal, instruindo o clero e o povo, dedicando-se aos necessitados e favorecendo a vida monástica. Sobretudo fortaleceu na fé os católicos fiéis.

Em um novo concílio, em Milão, em 356, os arianos obtiveram que Santo Atanásio fosse mais uma vez exilado. Ele retirou-se então para o deserto do alto Egito, levando uma vida de anacoreta durante os seis anos seguintes, vivendo com os monges e dedicando-se a seus escritos.

7. Perseguição inclemente ao Santo

Com a subida de Juliano, o Apóstata, ao trono imperial, Atanásio pôde voltar, em 362, a Alexandria. Mas, pouco depois, ciumento do prestígio do Santo, o ímpio imperador mandou exilá-lo de novo. Não foi por muito tempo, pois Juliano faleceu no ano seguinte, depois de ter tentado restaurar no Império o paganismo. O novo imperador, Joviano, anulou o exílio de Atanásio, que voltou mais uma vez a Alexandria.

Favorecido com a boa vontade do novo Imperador, o patriarca pensava desta vez poder dedicar-se inteiramente às suas ovelhas. Joviano, entretanto, faleceu no ano seguinte, e Atanásio foi mais uma vez exilado. Conta-se que teve de refugiar-se durante quatro meses no túmulo de seu pai.

O povo de Alexandria não podia passar sem seu zeloso pastor. Recorreu nessa ocasião a Valente, irmão do Imperador ariano Valentiniano, e obteve que Atanásio pudesse voltar em paz à sua igreja.

Assim, depois de uma vida tão tumultuada e de tantos perigos, Santo Atanásio, como ressalta o Breviário Romano, "morreu em paz em seu leito", no dia 18 de janeiro de 373. Havia governado, com intervalos, durante 46 anos, a igreja (diocese) de Alexandria.

8. O grande iluminador

«No caráter de Atanásio» — disse Bossuet — «tudo é grande. Toda sua vida é a revelação de uma energia prodigiosa, que só encontramos em épocas decisivas. Indiscutivelmente, sua grandeza como homem o coloca na primeira linha dos caracteres mais admiráveis que produziu o gênero humano. Como escritor e Doutor, pôde ser chamado o grande iluminador, e coluna fundamental da Igreja».

Ecclesia

São Luís e Santa Zélia, modelos para os pais de hoje

CHARLY TRIBALLEAU | AFP

Beatificados em 19 de outubro de 2008 em Lisieux, pelo caráter exemplar de sua vida conjugal, e canonizados em Roma em 18 de outubro de 2015 pelo Papa Francisco, os Santos Luís e Zélia Martin são exemplos preciosos para os pais que desejam bem corresponder à sua vocação.

Como o primeiro casal canonizado na história da Igreja, São Luís e Santa Zélia Martin viveram a aventura da santidade, testemunharam o Evangelho na vida quotidiana e experimentaram alegrias e tristezas (quatro filhos mortos na infância, o câncer de mama da mãe seguido da sua morte prematura, os filhos órfãos, a viuvez do pai e depois a sua demência…). Apesar de um século separá-los dos casais e pais de hoje, eles ainda mostram como colocar Deus no centro de suas vidas. Veja a seguir a explicação de Hélène Mongin, biógrafa do casal Martin e autora do livro Luís e Zélia Martin – Os santos da vida ordinária (em tradução livre).

Como você definiria a educação dada por São Luís e Santa Zélia Martin aos seus filhos?

Foi uma educação amorosa, exigente e espiritual. Amorosa: fica claro quando você lê as cartas de Zélia nas quais ela descreve seu cotidiano com a família. Louis e Zélie nunca paravam de dizer aos filhos o quanto os amavam e de demonstrar esse amor de mil maneiras. Zélia fazia questão de dar às filhas o que ela mesma não teve na infância: um clima de confiança e ternura. Quanto a Luís, basta reler o início de História de uma Alma para ver como ele era um pai amoroso e atencioso.

Luís e Zélia não são exatamente como pais “amigos”, muitas vezes os vemos repreendendo suas filhas com firmeza. Pois o seu principal objetivo, como descreveu Zélia, era “Criar [nossos filhos] para o Céu”. A prioridade deles não era que suas filhas tivessem “sucesso” ou fossem perfeitamente equilibradas e sóbrias; sua prioridade era lançá-las no caminho da santidade.

São Luís e Santa Zélia Martin dão a impressão de serem um casal moderno: ela, mulher ativa e mãe ao mesmo tempo, ele, muito preocupado com a educação das filhas… Eles são diferentes da imagem tradicional que formamos às vezes da família católica.

De fato, a chefe da empresa que eles tinham era Zélia, e Luís deixou seu próprio emprego para trabalhar para sua esposa. Vá e pergunte ao seu marido, por mais moderno que ele seja, o que ele pensa sobre isso! Para falar a verdade, eles são bem mais proféticos do que exatamente “modernos”. Poderíamos crer que a família fosse um pseudo-mosteiro, que empurrava todas as meninas para a vida religiosa. Mas os pais de famílias numerosas que nos leem sabem que cinco filhos dificilmente conferem a uma casa uma atmosfera monástica! Além disso, Luís e Zélia, a pesar de sua elevada ideia de vida consagrada, nunca empurraram suas filhas por esse caminho. Para descobrir essa família em toda a sua complexidade e beleza, recomendo fortemente que você leia o livro Correspondência Familiar.

Leonie causou-lhes muita preocupação. Os Martin não são uma família perfeita, livre de problemas…

Luís e Zélia não foram pais perfeitos. Cada um tinha sua filha predileta, e a divertida carta de Zélia, que fez da Pauline adolescente sua confidente, onde explicava como “manipular” o pai, vai incomodar mais de uma das filhas! Eles também, como todos os pais, tiveram às vezes atitudes ou palavras infelizes. Santo não significa perfeito, e o exemplo de Leonie fala por si: ela os confrontou por anos, indo até seus limites como pais.

Desde seu nascimento Léonie tinha a saúde debilitada e era mais limitada intelectualmente do que as outras meninas; ela se isolava e desenvolveu assim um caráter muito difícil. A empregada da casa, Louise Marais, passa então a maltratá-la sem que Luís e Zélia percebam, o que explica porque Léonie ficava fechada à menor aproximação. Zélia diz que é um dos maiores sofrimentos de sua vida. Mas Luís e Zélia respondem a isso com uma dupla confiança.

Em primeiro lugar, confiança na filha, que eles não poderiam prender ao papel de “patinho feio”. Sempre que Zélia fala das travessuras de Leonie (e suas cartas estão cheias disso!), ela sempre dizia: mas eu sei que ela é boa, acredito no seu bom coração. E confiança em Deus acima de tudo, a quem Luís e Zélia perseguiram com orações por sua filha. E veja o resultado: o processo de beatificação de Leonie, que comove os corações pelas próprias dificuldades, começou em 2015.

Até que ponto essa forma de educar pode ser um exemplo a ser seguido por outros pais?

Na prática, não existe uma “receita dos Martin” para a educação dos filhos. É impressionante ver como Luís e Zélia dão uma educação diferente para cada uma de suas filhas, de acordo com sua personalidade. Para Pauline, de caráter muito forte, Zélia diz que nunca deixa passar nada, mesmo que doa no coração. Theresa, por outro lado, era uma criança muito sensível que chorava à menor oportunidade e depois ainda chorava por ter chorado! E seu pai só demonstrava gentileza e encorajamento.

Pode-se multiplicar os exemplos: é comovente ver em suas cartas como Zélia se apega a estudar o caráter de cada uma de suas filhas para ver o que mais lhe convém. Não existe uma educação pré-fabricada ou perfeita, mas há um desejo do coração dos Martin que pode ser partilhado conosco: caminhar juntos, com os nossos próximos, com Deus, que Luís e Zélia consideravam como um membro da sua família, no caminho para a santidade. Santidade que viveram em sua existência concreta de pais.

Aleteia

Por que Deus permite a doença? Alguns motivos espirituais

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por Philip Kosloski

Acredite: as doenças podem nos levar a um maior bem-estar espiritual.

Por que Deus permite a doença? Essa é uma pergunta que costumamos fazer quando somos acometidos pela enfermidade ou vemos um amigou ou familiar adoecer.

Antes de responder, precisamos, primeiramente, entender o sofrimento. E, embora o sofrimento no mundo possa remontar a Adão e Eva, Deus é capaz de transformar até as consequências do pecado em um bem maior. Portanto, as doenças que Ele permite podem nos levar a um maior bem-estar espiritual.

É por isso que São Paulo diz (Romanos 8,28) que todas as coisas podem trabalhar juntas para o bem. Da mesma forma, os santos frequentemente se referem à doença e ao sofrimento como “dádivas” de Deus. A doença pode não parecer um presente, mas se entendermos os caminhos de Deus, podemos deixar que esse dom nos transforme e nos aproxime Dele.

São Paulo da Cruz, por exemplo, refletiu sobre esta realidade. Disse ele:

“A doença é uma grande graça de Deus! Ela nos ensina o que somos; nela reconhecemos o homem paciente, humilde e mortificado. Quando a doença enfraquece e mortifica o corpo, a alma está mais disposta a elevar-se a Deus.”

De fato, ele acreditava firmemente que a doença pode nos aproximar de Deus. Além disso, seria através dela que estaríamos “mais dispostos” a elevar nossos corações e mentes ao nosso Criador.

Doença: paciência e humildade

Por outro lado, a doença pode nos ensinar a paciência e humildade. Essas são virtudes que estão entre as mais difíceis de adquirir.

No entanto, São Paulo da Cruz diz que precisamos aceitar a doença como se Deus a estivesse dando de suas mãos. Diz ele:

“Sem dúvida, a melhor maneira de adquirir aquela paz que nasce do amor de Deus, é aceitar todas as tribulações, sejam espirituais ou temporais, como vindo diretamente da mão paterna de Deus.”

Desta forma, podemos encontrar a paz interior através da doença, reconhecendo-a como parte do misterioso projeto de Deus para nossas vidas.

No entanto, isso não significa que não sentiremos a rebelião de nossos espíritos. Não fomos feitos para sofrer e, naturalmente, rejeitamos isso. Ser honesto com Deus sobre nossos sentimentos não significa, entretanto, que deixamos de aceitar sua Providência. Mas ter em mente que Deus é um Pai que sempre deseja o que é bom para nós nos ajudará a superar as cruzes diárias do mundo.

Em suma: existem muitas razões espirituais pelas quais Deus permitiria as doenças. O que precisamos lembrar, entretanto, é que Deus tem um plano de amor para nós.

Aleteia

Ataque a igrejas no Chile: Arcebispo exige respeito para com católicos

Universitários Católicos

SANTIAGO, 20 out. 20 / 08:56 am (ACI).- Após os ataques perpetrados contra a igreja de São Francisco de Borja e a paróquia da Assunção, em Santiago, Chile, o Arcebispo local, Dom Celestino Aós, exigiu respeito para com os católicos.

Durante a tarde de 18 de outubro, em meio às manifestações por ocasião do primeiro ano de revolta social no Chile, as duas igrejas foram saqueadas, destruídas, pichadas por dentro e totalmente queimadas.

No caso da igreja da Assunção, o incêndio provocou a queda da torre, o que foi comemorado pelos agressores. A mesma coisa aconteceu quando outro sujeito derrubou a imagem da " Virgem Maria porta do céu" na fachada da igreja de São Francisco de Borja.

Os agressores colocaram vídeos e fotos dos danos nas redes sociais, enquanto outros posaram com as imagens religiosas destruídas.

Universitários Católicos
Mariano Nin
Mariano Nin
Mariano Nin

A paróquia da Assunção já havia sido atacada em novembro de 2019, enquanto a igreja de São Francisco de Borja sofreu ataques em janeiro deste ano. Ambos estão perto da Praça Itália, local onde os manifestantes se reúnem.

“Queremos um Chile onde reine a paz, onde possamos viver juntos, onde se  receba o respeito. Queremos respeitar e queremos ser respeitados, não queremos ser cidadãos com privilégios, nem cidadãos de segunda categoria, esse respeito está em todo o lado”, afirmou o Arcebispo.

Os ataques "afetam a alma dos chilenos, a alma dos católicos", acrescentou.

Sobre o próximo plebiscito constitucional em 25 de outubro, Dom Aós expressou sua esperança de que seja realizado com "tranquilidade e que todo o processo de construção e renovação deste Chile seja um processo de paz".

Nesse sentido, exortou todos a se comprometerem a ser “pacificadores, para que você e eu possamos ser agentes de paz e de carinho e de saudação a essas comunidades que sofrem”.

Bispo Castrense condena a violência

Por sua vez, o Bispo Castrense do Chile, Dom Santiago Silva, rejeitou a violência “que destrói a construção de uma sociedade mais justa, respeitosa e fraterna”.

“Rejeitamos categoricamente a violência de grupos que não respeitam as pessoas ou o seu direito de se manifestarem em paz”, “com a mesma energia rejeitamos o vandalismo contra tudo o que as pessoas precisam para a sua subsistência, para viver em sociedade e para expressar sua fé e seu amor a Deus”, disse Dom Silva.

Nesse sentido, o Bispo Castrense condenou a violência “que destrói a construção de uma sociedade mais justa, respeitosa e fraterna”, especialmente na Paróquia de São Francisco de Borja, “lugar de culto onde a comunidade cristã se reunia para compartilhar sua fé e a oração, para celebrar os sacramentos e realizar ações de serviço em benefício dos outros”.

Giselle Vargas
Giselle Vargas

“Muitos se dirigiram a ela buscando o Senhor como fonte de paz, guia para seu caminhar, força em meio às dificuldades. O templo já tinha sido saqueado e queimado em janeiro deste ano, após o início da crise social, e o que restou, ontem voltaram a profanar”, indicou o Bispo em relação a um atentado anterior de características semelhantes ocorrido no dia 3 de janeiro deste ano.

O Prelado e os capelães da Diocese Militar expressaram sua “proximidade humana e espiritual aos Carabineiros do Chile e suas famílias”, cujos serviços religiosos são realizados na Igreja de São Francisco de Borja, bem como aos moradores da região, “que há anos celebram sua fé e seus sacramentos na Igreja institucional”.

“Eu os convido a manter a fé, a esperança e o amor em Deus. Este grupo de ativistas violentos que queimaram o templo não destruirá a nossa fé, que é a fé da Igreja como comunidade do Senhor ressuscitado que, com a entrega de sua vida, venceu o mal e a violência”, expressou Dom Silva.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Natalia Zimbrão.

ACI Digital

Atrás da janela, o olhar do Papa que reza secretamente por nós

Papa Francisco  (Vatican Media)

Francisco confessa que olha todas as manhãs para a Praça São Pedro e para a cidade de Roma da janela de seu escritório, onde todos os domingos ele reza o Angelus: é um olhar que se torna oração e bênção para a humanidade.

Sergio Centofanti

Na manhã de sábado, 17 de outubro, por ocasião de um encontro com a Arma dos Carabineiros da Companhia Roma-São Pedro no Palácio Apostólico, o Papa Francisco revelou de modo informal aos presentes algo que o deixa mais próximo de todos nós:

“Todas as manhãs, quando chego ao meu escritório aqui na Biblioteca, rezo para Nossa Senhora e depois vou até à janela para olhar a Praça São Pedro, a cidade e, lá de cima, vejo vocês. Todas as manhãs saúdo todos vocês com o coração e lhes agradeço”

É bonito e comovedor pensar que todas as manhãs o Papa espia entre as cortinas de seu escritório para olhar a praça e a cidade e nos abençoa, reza a Deus por todos nós, por toda a humanidade. Ele olha sem ser visto, secretamente, para a janela onde todos os domingos aparece na TV em todo o mundo, e pensa em nossos trabalhos e sofrimentos, e dá graças por aqueles que fazem o bem, por aqueles que cuidam das pessoas mais frágeis.

Invoca sobre nós os dons do Espírito Santo, reza à nossa "mais terna Mãe" para que ela possa levar ao seu Filho todas as nossas necessidades e expectativas: "Ela é mãe e, como todas as mães ela sabe como cuidar, como proteger, como ajudar".

Caminhando na Praça São Pedro, muitas vezes levantamos os olhos para aquela janela onde tantos Papas olharam para fora e nos vêm tantas lembranças. Hoje podemos imaginar que por trás das cortinas Francisco também está olhando para nós, cuidando de nós, rezando por nós.

Mas também o Papa, no final de cada encontro, pede orações: "E por favor, não se esqueçam de rezar por mim". O Papa precisa disso, especialmente neste período difícil que a Igreja e a humanidade estão vivendo. Sim, rezemos pelo Papa.

Vatican News

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF