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quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Cisma na Igreja Alemã? A opinião de 3 cardeais

Cardeal Rainer Woelki,
Arcebispo de Colônia

Redação (20/10/2020 08:40Gaudium Press) Edward Pentin, do National Catholic Register, consultou a opinião de 3 cardeais alemães sobre a possibilidade de que, boa parte da Igreja na Alemanha incorra em cisma, pelo desejo de vários de seus bispos de compartilhar a comunhão com os protestantes, reabrir o debate sobre a ordenação de mulheres, entre outros temas, debatidos no chamado Caminho Sinodal – neste programa de reforma, de duração de dois anos, participam bispos, sacerdotes e leigos da Igreja alemã, que questionam os ensinamentos da Igreja sobre fé e moral.

O tema do ‘cisma’ foi levantado pelo Cardeal Woelki em setembro passado

Este temor de um cisma foi alimentado também pelas declarações, em setembro passado, do Cardeal Rainer Woelki, Arcebispo de Colônia, que advertiu que “o pior resultado será se o Caminho Sinodal conduzir ao cisma”, e que  “pior ainda” será se uma “igreja nacional alemã for criada aqui”.

Em declarações ao jornal Register, o ex-prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, o cardeal Gerhard Muller, afirmou que o pensamento predominante na Igreja da Alemanha e em boa parte de seus bispos é mais característico do modernismo do que do protestantismo: “Eles querem corrigir a Palavra de Deus. Eles querem se sobrepor a ela, ser superiores à Palavra de Deus … Eles querem ensinar Roma”.

O Cardeal Muller declarou que a Igreja Alemã está contaminada por um “pensamento político, um pensamento mundano”.

No entanto, o cardeal acredita que esse processo continuará por um tempo indefinido e que é pouco provável que os bispos alemães rejeitem qualquer censura do Vaticano. Eles farão um ‘teatro’ e, de forma não oficial, continuarão seu caminho se padres e paróquias adotarem novas posições contrárias ao ensinamento da Igreja. “Oficialmente, eles [os bispos] dirão ‘Não’ a tais mudanças, mas , na verdade, adotá-las-ão”, previu o Cardeal.

Se o cisma da Igreja alemã for declarado, esta “perderia toda a influência na Igreja Católica”, de modo que os bispos não se arriscarão”, declarou o cardeal Muller.

Cardeal Cordes

Por sua vez, o cardeal Paul Cordes, presidente emérito do Pontifício Conselho Cor Unum, também vê o cisma como “na verdade, improvável”, pois isso implicaria uma recusa formal de “subordinação ao Papa”.

No entanto, o Cardeal assinalou, em declarações semelhantes as do Cardeal Muller, que vê a Igreja de seu país aberta ao “espírito dos tempos”, bem como ao “vírus teológico” do secularismo que “infecta a Verdade da fé”.

O cardeal Cordes afirmou que Deus “não dita novas mensagens teológicas à Igreja por meio de acontecimentos históricos ou necessidades terrenas”. Qualquer observação dos “sinais dos tempos”, disse ele, deve ser interpretada “à luz da eterna Palavra de Deus”, e não o contrário.

Quando o Register abordou este tema com Cardeal Woelki, ele afirmou estar “muito preocupado com algumas das ideias que estão sendo promovidas no âmbito do chamado Caminho Sinodal que comprometem o ‘vínculo de unidade’ com o Papa e a Igreja universal”.

O purpurado considera que a Igreja da Alemanha ainda está unida a Roma, mas adverte que “quem promove a ordenação de mulheres ou exige um debate ‘aberto’ sobre mulheres sacerdotes ou diáconos, por exemplo, só está aprofundando as divisões entre os católicos na Alemanha, assim como aprofunda as divisões entre nós e os católicos do mundo inteiro ”.

A “opção chilena”

Pentin declara que alguns funcionários do Vaticano têm discutido a possibilidade de estudar a aplicabilidade do que se convencionou chamar de “opção chilena”, para solucionar problemas pela raiz, aludindo ao oferecimento de renúncias em massa dos bispos deste país, após os escândalos de abuso sexual de membros do clero que chocaram a sociedade chilena em 2018.

A sugestão é que os bispos alemães sejam convidados a oferecer uma renúncia em massa ao Papa, enquanto se examina sua conformidade privada e pública com o magistério da Igreja.

Com informações de National Catholic Register

https://gaudiumpress.org/

Professores: Educação é uma questão de material humano

sebra | Shutterstock
por Francisco Borba Ribeiro Neto

Existem 3 formas de valorizar um profissional: bom pagamento, boas condições de trabalho, reconhecimento social.

No dia 15 de outubro, aqui no Brasil, foi celebrado o Dia do Professor. Particularmente nesse ano, em que o Papa Francisco lançou a proposta do Pacto Educativo Global, vale a pena fazer uma reflexão sobre a situação dos educadores em nosso País. A leitura de dois artigos em particular, pode ser interessante. Um se refere ao fato do Brasil, em pesquisas internacionais, liderar o ranking mundial de violência contra professores. Outro comenta os frequentes casos de doenças nervosas e transtornos mentais entre docentes.

Sem entrar no detalhamento das duas questões, interessa notar as más condições de trabalho encontradas por educadores e educandos na maior parte das escolas brasileiras, principalmente nas públicas. Além dos problemas materiais, os docentes encontram também dificuldades oriundas da falta de reconhecimento, das dúvidas e incertezas que pairam com relação a sua atuação, da falta de integração entre família e escola.

A valorização do profissional

Educação é uma questão de material humano, professores e alunos são gente e como tal precisam de incentivo, apoio, formação, acompanhamento, cobranças e – por que não dizer? – amor. Mas nosso sistema educacional (com poucas e louváveis exceções) é muito mais um castigo cotidiano ao qual se submetem professores e alunos do que um espaço de valorização do material humano que eles representam.

Existem 3 formas de valorizar um profissional: bom pagamento (o ídolo de nossos tempos), boas condições de trabalho (a quase perdida satisfação de saber que se fez um trabalho bem feito), reconhecimento social (aquela gratidão com a qual o outro nos comove e mostra o valor de nosso esforço). O professor médio hoje não recebe nenhum destes estímulos.

A contribuição das famílias

O que cada um de nós e nossas comunidades podem fazer nesse contexto? Às vésperas de uma nova eleição, sempre vale a pena lembrar de buscar candidatos que se comprometam com a melhoria da educação, trabalhando para dar condições de trabalho e remuneração justa aos professores – e depois acompanhar a atuação dos eleitos, para ver o que estão fazendo nesse sentido. Mas existem outras práticas importantes.

Em primeiro lugar, famílias e professores devem ser parceiros e colaboradores ativos uns com os outros. Debates ideológicos estéreis tentaram criar uma divisão inexistente, na prática, entre a educação para os valores (que seria atribuição da família) e o ensino de conteúdos e habilidades (que aconteceria na escola). Quem ensina, além de apresentar ideias e desenvolver habilidades, demonstra os valores que pratica com seu exemplo. Isso é impossível de evitar, tanto na família quanto na escola. Além disso, se os professores se omitissem de sua missão formativa, deixariam as famílias ainda mais sozinhas diante da influência das mídias sociais, da propaganda e das mais inconsequentes ideologias. Afinal, professores também são pais e mães, sentem-se comprometidos com seus alunos e, via de regra, têm uma visão de mundo próxima daquela das famílias de seus alunos. Já as outros possíveis influências que os alunos podem receber costumam estar muito menos comprometidos com o desenvolvimento integral dos jovens.

Além disso, é importantíssima toda a colaboração que for dada para tornar a escola mais humana e acolhedora. Muitas vezes se criou um antagonismo entre os gestores das escolas e a comunidade na qual elas estão inseridas. As reuniões só servem para reclamações mútuas ou cumprimento de formalidades burocráticas. Isso é muito mal. As realidades mais bem sucedidas na educação dos jovens costumam ter uma grande sintonia entre famílias e escola, com reconhecimento e valorização de ambas as partes.

Nesse sentido, nossas comunidades cristãs podem ajudar muito. São lugares onde os pais podem conversar para entender o que se passa na escola, discutirem seus receios e suas incertezas, pensarem juntos em formas de colaboração no processo educativo de seus filhos e em como caminhar junto com a escola, em seu bairro e em sua cidade. Os professores muitas vezes participam da comunidade cristã e aí o apoio a eles, em seus momentos difíceis, se torna ainda mais significativo.

A “vocação” do educador

Fui professor e formei professores durante a maior parte da minha vida. Venho de uma tradição familiar de professores: mãe, tios e tias, primos e primas contaminados pelo “vírus” do magistério. Ser professor é como uma doença incurável, uma janela de realização humana que pode até se fechar, mas uma vez vislumbrada nunca será esquecida.

Para os professores, é fundamental distinguir essa dimensão pessoal de seu trabalho das condições institucionais nas quais ele se desenvolve. Os salários podem ser baixos, as escolas podem ser precárias, os alunos podem ser rebeldes – mas o amor e a dedicação que devotamos a eles não depende dessas condições exteriores. Procuramos fazer o melhor que podemos não pela recompensa ou pela valorização eu recebemos do ambiente em torno, mas pela realização pessoal que o próprio magistério nos dá.

Infeliz do professor que tiver esquecido essa verdade. Será o mais expropriado de todos, pois além de todas as dificuldades materiais, terá perdido também um pouco da própria alma.

Aleteia

Vaticano e China renovam Acordo Provisório para nomeação de Bispos

Católicos chineses no Vaticano durante uma audiência.
Foto: Daniel Ibáñez / ACI Prensa

Vaticano, 22 out. 20 / 08:51 am (ACI).- A Santa Sé e a República Popular da China decidiram prorrogar por mais dois anos o Acordo Provisório para a Nomeação dos Bispos, aprovado em 22 de setembro de 2018 em Pequim, e que expirava na quinta-feira, 22 de outubro.

Em um comunicado divulgado pela Sala de Imprensa do Vaticano, informa-se que “A Santa Sé, acreditando que o início da aplicação do Acordo mencionado - de valor eclesial e pastoral fundamental - foi positivo, graças à boa comunicação e colaboração entre as Partes no assunto acordado, e está intencionada em continuar o diálogo aberto e construtivo para promover a vida da Igreja Católica e o bem do povo chinês”.

Em virtude do Acordo, a Santa Sé readmitiu na plena comunhão eclesial os bispos “oficiais” ordenados sem mandato pontifício na China.

Apesar desse acordo, o regime comunista chinês não abandonou a perseguição religiosa contra os católicos em diferentes partes do país.

No entanto, o Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, destacou em declarações à imprensa os benefícios do Acordo que, segundo afirmou, permitiu à Igreja alcançar a unidade na China e que não haja Bispos ilegítimos.

Reconheceu, porém, que “ainda existem muitos problemas que o acordo não resolveu, mas esperamos que através do diálogo possamos resolvê-los”.

Em declarações anteriores, que proferiu durante um simpósio sobre liberdade religiosa realizado em 30 de setembro na Embaixada dos Estados Unidos ante a Santa Sé, o Cardeal Parolin explicou que “estamos na política de pequenos passos. Acreditamos em cada resultado, mesmo que não seja chamativo ou marcante, mesmo que à primeira vista pareça não dar grandes resultados. Procuramos dar passos adiante para a afirmação de uma maior liberdade religiosa”.

Da mesma forma, em um artigo publicado hoje em L'Osservatore Romano, o jornal oficial do Vaticano, explica-se que a renovação é “uma ocasião propícia para aprofundar os objetivos e motivos”.

“O objetivo principal do Acordo Provisório sobre a nomeação de Bispos na China é apoiar e promover a proclamação do Evangelho naquelas terras, reconstituindo a unidade plena e visível da Igreja”.

Por outro lado, “as principais motivações que têm guiado a Santa Sé neste processo, em diálogo com as autoridades do país, são fundamentalmente de natureza eclesiológica e pastoral”.

O Acordo, prossegue o artigo de L'Osservatore Romano, garante “anto a unidade de fé e comunhão entre os bispos quanto o serviço integral em favor da comunidade católica na China”.

“Atualmente, pela primeira vez em muitas décadas, todos os bispos da China estão em comunhão com o bispo de Roma e, graças à implementação do Acordo, não haverá mais ordenações ilegítimas”, enfatiza o artigo.

Ao mesmo tempo, pontua-se que com o Acordo “não foram tratadas todas as questões ou situações em aberto que ainda suscitam preocupação para a Igreja, mas exclusivamente o tema das nomeações episcopais”.

Após a renovação, o Acordo Provisório entre a Santa Sé e a China permanecerá em vigor até 22 de outubro de 2022.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Natalia Zimbrão.

ACI Digital

13 fatos fascinantes da vida de Karol Wojtyla, hoje São João Paulo II

ACI Digital

REDAÇÃO CENTRAL, 22 out. 20 / 06:00 am (ACI).- Por ocasião da festa de São João Paulo II, celebrada neste dia 22 de outubro, nossos amigos do Churchpop.com resgataram estes 13 fatos fascinantes da vida do grande Pontífice.

1. Aos 15 anos quase morreu por um disparo acidental

Um amigo lhe mostrou uma arma, a qual acreditava estar descarregada. Foi quando durante uma brincadeira este amigo apertou o gatilho e disparou bem perto de Karol. Felizmente (ou milagrosamente), a bala não o tocou.

2. Teve uma “namorada” judia durante sua juventude

Seu nome era Ginka Beer, era “uma bela judia, com lindos olhos e cabelos, magra, uma excelente atriz”. Embora não possamos descrever com precisão o vínculo entre Karol Wojtyla e Ginka, ela foi primeira e possivelmente a única com quem ele teve uma relação romântica.

3. Foi ator e dramaturgo

Era membro de um grupo de teatro e pretendia trabalhar como ator, antes de descobrir sua vocação ao sacerdócio.

4. Aos 21 anos de idade já tinha perdido todos seus familiares diretos

Sua mãe morreu quando ele tinha 8 anos devido a algumas complicações durante um parto, seus três irmãos morreram durante sua infância e seu pai morreu de um ataque cardíaco, quando ele tinha 21 anos.

5. Foi atropelado por um caminhão nazista durante a Segunda Guerra Mundial

Em fevereiro de 1944, enquanto voltava do trabalho para sua casa, foi atropelado por um caminhão alemão. Os oficiais alemães pararam e, ao ver que estava inconsciente e gravemente ferido, detiveram um automóvel para usá-lo como ambulância e levá-lo ao hospital. Ficou internado durante duas semanas. A terrível experiência e sua surpreendente recuperação confirmaram sua vocação ao sacerdócio.

6. Foi detido por soldados nazistas e fugiu escondendo-se atrás de uma porta

Em agosto de 1944, durante um levantamento polonês, soldados nazistas invadiram a sua cidade a fim de prender todos os homens jovens. Ao entrar em sua casa, escondeu-se atrás de uma porta. Os soldados revistaram sua casa, mas não o encontraram e foram embora. Em seguida, escondeu-se na casa do seu Arcebispo, onde permaneceu até o final da guerra.

7. Participou do Concílio Vaticano II como Bispo e ajudou a escrever vários documentos

Colaborou na redação do texto final de Dignitatis humanae, o Decreto sobre a liberdade religiosa, e Gaudium et spes, a Constituição Pastoral sobre a Igreja no mundo atual.

8. Foi o primeiro Papa não italiano desde o século XVI

João Paulo II era polonês e não tivemos um Papa italiano a partir dele: Bento XVI é alemão e Francisco é argentino.

9. Como Papa, falava 9 idiomas com facilidade

Sabia polonês, latim, grego antigo, italiano, francês, alemão, inglês, espanhol e português. Durante sua juventude, esteve familiarizado com 12 idiomas.

10. Visitou 129 países durante seu pontificado

Isto o tornou um dos líderes mundiais que mais viajou na história e fez com que ganhasse o apelido de “Papa Peregrino”.

11. Beatificou e canonizou mais pessoas que o resto dos Papas que o antecederam... juntos

Beatificou 1.340 pessoas e canonizou 483 pessoas. Esta cifra supera todos os beatos e santos canonizados por todos os Papas anteriores a ele em toda a história da Igreja.

12. Foi herói de um gibi de Marvel na década de 1980

Assim como ele, a Beata Madre Teresa de Calcutá e São Francisco de Assis também protagonizaram livros de histórias em quadrinho.

13. É o quarto Papa com o título de “o Grande”

Embora o título não seja de maneira oficial e é apenas pelo uso popular, somente outros três papas na história mereceram tal honra: São Leão Magno (440 até 461), São Gregório Magno (590-604), e São Nicolau Magno (858-867).

São João Paulo II, rogai por nós!

ACI Digital

S. JOÃO PAULO II, PAPA

S. João Paulo II, Basílica de São Paulo Extramuros 

Karol Józef Wojtyła nasceu em Wadowice, Polônia, em 1920. Sua família e infância foram marcadas por diversos lutos. Em 1939, quando a Alemanha nazista invadiu a Polônia, o Terceiro Reich fechou a Universidade Jagelônica, em Cracóvia, que ele frequentava. Então o jovem Karol começou a trabalhar, primeiro, em uma pedreira e, depois, em uma fábrica de produtos químicos Solvay, para poder sobreviver e evitar a deportação para a Alemanha. Em 1942, sentindo a vocação para o sacerdócio, frequentou os cursos de formação, no Seminário maior clandestino de Cracóvia, dirigido pelo Arcebispo Adam Stefan Sapieha.

Pastor em uma Polônia finalmente livre

Depois da guerra, Karol continuou seus estudos no Seminário maior de Cracóvia e na Faculdade de Teologia da Universidade Jagelônica, até ser ordenado sacerdote, em 1946. Em 1948, recebeu seu primeiro cargo na Polônia: coadjutor na paróquia de Niegowić, perto de Cracóvia, e, depois, na cidade, naquela de São Floriano; foi capelão dos universitários, até 1951, e, a seguir, lecionou Teologia Moral e Ética, no Seminário maior de Cracóvia e na Faculdade de Teologia de Lublin. Em 13 de janeiro de 1964, foi nomeado Arcebispo de Cracóvia, pelo Papa Paulo VI, que também o criou Cardeal, três anos depois. Logo depois, participou do Concílio Vaticano II, durante o qual deu uma importante contribuição para na elaboração da Constituição Gaudium et spes.

Primeiro polonês no trono de Pedro

Com a morte prematura de João Paulo I, contra todas as previsões, Karol Wojtyła foi eleito Papa, em 16 de outubro de 1978: foi o primeiro Papa não italiano, após 455 anos - desde Adriano VI -, o primeiro polonês da história e também o primeiro Pontífice de um país de língua eslava. Seu Pontificado começou logo a bater recordes: fez 104 Viagens Apostólicas pelo mundo, expressão da constante solicitude pastoral do Sucessor de Pedro por todas as Igrejas; sabendo falar 11 línguas, João Paulo II sempre trabalhou para construir pontes entre as diferentes nações e religiões, em nome do Ecumenismo, verdadeiro farol, que o guiou ao longo do seu longo Pontificado. Na Itália, fez 146 Visitas Pastorais; como Bispo de Roma, visitou 317 paróquias romanas, das atuais 332.

Um ministério realmente universal

A sua solicitude de Pastor o levou a criar numerosas dioceses e circunscrições eclesiásticas; promulgou Códigos de Direito Canônico para as Igrejas latinas e orientais, e o Catecismo da Igreja Católica. Propôs ao Povo de Deus momentos de particular intensidade espiritual: convocou o Ano da Redenção, o Ano Mariano, o Ano da Eucaristia, como também o Grande Jubileu de 2000. Reuniu as novas gerações com a instituição das Jornadas Mundiais da Juventude, a primeira das quais ocorreu em Roma, em 31 de março de 1985. Desde então, o evento foi celebrado a cada dois anos, em cidades diferentes do mundo, que ele escolhia, adquirindo importância cada vez maior. Nenhum Papa encontrou tantas pessoas como João Paulo II: mais de 17 milhões e 600 mil peregrinos participaram das Audiências Gerais de quarta-feira (mais de 1160), sem contar as audiências especiais e cerimônias religiosas; expressou seu carinho, apertando as mãos de milhões de fiéis, durante suas Visitas pastorais e Viagens Apostólicas.

Atentado na Praça São Pedro

João Paulo II sofreu um grave atentado na Praça São Pedro, em 13 de maio de 1981: ao passar, com seu jipinho entre a multidão, foi ferido com um tiro. Depois de uma longa hospitalização, visitou o terrorista na penitenciária, o turco Ali Agca, que o perdoou e manteve uma longa conversa. Em sinal de agradecimento à Mãe de Deus, que o salvou com a sua mão materna, o Papa pediu para colocar a bala, com a qual foi atingido, na coroa da estátua de Nossa Senhora de Fátima, uma vez que o atentado ocorreu no seu dia litúrgico. Ciente de ter renascido para uma nova vida, João Paulo II intensificou ainda mais seus compromissos pastorais, com generosidade heroica.

Documentos e textos

Durante seu longo pontificado, o Papa Wojtyła também assinou vários documentos, que, depois, fizeram parte do Magistério da Igreja: 14 Encíclicas, 15 Exortações Apostólicas, 11 Constituições Apostólicas e 45 Cartas Apostólicas. Entre todas as Encíclicas, recorda-se aquela sobre o trabalho e a doutrina social, como a Laborem Exercens, de 1981, e a Centesimus Annus, de 1991, por ocasião do centenário da Rerum Novarum de Leão XIII. Destaca-se também a Constituição Apostólica Pastor Bonus, de 1988, com a qual organizou a Cúria Romana e as funções dos vários Dicastérios. Ao Papa João Paulo II são atribuídos também cinco livros: O Limiar da Esperança (outubro de 1994); Dom e Mistério: no quinquagésimo aniversário do meu sacerdócio (novembro de 1996); Tríptico Romano, meditações em forma de poesia (março de 2003); Levantai-vos! Vamos! (maio de 2004) e Memória e Identidade (fevereiro de 2005).

Morte e culto

João Paulo II faleceu em Roma, no Palácio Apostólico do Vaticano, no sábado, 2 de abril de 2005, às 21h37, às vésperas do Domingo in Albis ou da Divina Misericórdia, por ele instituído. Seu pontificado foi o terceiro mais longo da história, depois de São Pedro e de Pio IX. Seu solene funeral ocorreu na Praça São Pedro, no dia 8 de abril, com uma participação incrível de pessoas. João Paulo II foi beatificado no dia 1 de maio de 2011, por seu sucessor imediato, Bento XVI, e canonizado pelo Papa Francisco, em 27 de abril de 2014.

Oração que João Paulo II rezava, todos os dias, desde criança:
Vinde Espírito Criador,
a nossa alma visitai
e enchei os corações
com vossos dons celestiais.

Vós sois chamado o Intercessor de Deus
excelso dom sem par,
a fonte viva, o fogo, o amor,
a unção divina e salutar.

Sois o doador dos sete dons
e sois poder na mão do Pai,
por Ele prometido a nós,
por nós seus feitos proclamai.

A nossa mente iluminai,
os corações enchei de amor,
nossa fraqueza encorajai,
qual força eterna e protetor.

Nosso inimigo repeli,
e concedei-nos a vossa paz,
se pela graça nos guiais,
o mal deixamos para trás.

Ao Pai e ao Filho Salvador,
por vós possamos conhecer
que procedeis do Seu amor,
fazei-nos sempre firmes crer.

Glória a Deus Pai,
ao Filho, que ressuscitou dos mortos,
e ao Espírito Santo
por todos os séculos.
Amém!

Vatican News

São Donato

São Donato | icaranews

Donato, filho de nobres cristão, nasceu na Irlanda nos últimos anos do século VIII. Desde criança foi educado na fé católica. Ainda jovem abandonou a família e a pátria seguiu em peregrinação por várias regiões até chegar em Roma, onde se tornou sacerdote, em 816.

Na volta para a Irlanda, acabou sendo eleito bispo na cidade de Fiesole. A tradição conta que quando Donato entrou na igreja, os sinos tocaram e os círios se acenderam, sem que alguém tivesse contribuído para isso. O povo viu nestes sinais a chegada do novo pastor. Era o ano 829. Existem muitos registros sobre o seu governo pastoral que durou cerca de quarenta anos.

Teve uma boa relação com os soberanos daquela época, os quais acompanhava nas empreitadas e nas viagens. Escritos relatam que Donato era professor, trabalhou para os reis franceses, participou de expedições com os imperadores italianos e chefiou uma campanha contra os invasores muçulmanos na Itália meridional.

Em 850, o Bispo Donato esteve em Roma participando da coroação do imperador Ludovico, feita pelo Papa Leão IV. Morreu em 877 na cidade de Fiesole, Itália. A festa de Santo Donato se espalhou por todo o mundo cristão, mas principalmente na Irlanda ele é muito homenageado.

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR

Reflexão
Era um sacerdote muito instruído, sábio e prudente, por isso se preocupou com a instrução do clero e da juventude. Escreveu diversas obras, entre as quais um Credo poético, que recitou antes de morrer.
Oração
Bendito sejais Deus, que concedestes ao bispo Donato a graça da santidade. Dai também a nós, o espírito de tranqüilidade e amor por vós. Concedei-nos hoje e sempre a firmeza da fé e a fortaleza nas adversidades. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.

Portal A12

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

TEOLOGIA: Os Fundamentos Teológicos da Ética Cristã

Pe. Jean Breck

Os Fundamentos Teológicos da Ética Cristã

Deus é o Alfa e o Omega da vida humana, O Criador, o Redentor e a Realização última de toda existência pessoal. Toda pessoa é criada à imagem e semelhança de Deus (Gn.1, 26-27). Toda pessoa sem exceção é apta à santidade e à teosis ou deificação: uma plena e eterna participação nas energias divinas ou atributos divinos. É por esta razão que a Tradição Cristã põe tão fortemente o acento sobre o caráter sagrado da vida humana. Este caráter sagrado, uma vez ainda, tem sua origem em Deus e é concedido como uma pura expressão de Seu Amor (...) é Dom: o Dom da Vida própria de Deus e de Sua Santidade, que nos foi conferida, independentemente de todo o mérito, valor ou realização pessoal. Isolada deste Dom, a vida é absurda, sem sentindo algum (...)

A vida moral: liberdade em espírito

O reconhecimento e a celebração de Deus como Mestre de nossa vida é o fundamento sobre o qual edificamos a compreensão e a esperança que levam à uma conduta cristã, uma conduta que se conforma à vontade divina e manifesta os atributos divinos: Justiça e Amor. A confissão de Deus como Senhor e Sua celebração na Liturgia da Igreja são, por esta razão, o fundamento da teologia moral cristã.

A problemática da teologia moral, que cria dilemas éticos em nossa vida cotidiana, provém do conflito existente entre a nossa confissão de fé e nossas "paixões"; os "impulsos da carne" que conduzem ao pecado e à separação com Deus, que é a fonte e a plenitude da existência humana. Sem esse conflito, nós conheceríamos pela nossa própria natureza a vontade de Deus e conformaríamos nossas atitudes e nossas ações à esta vontade. O pecado, portanto, resulta da autonomia humana conduzida ao absurdo que corrompeu nossa natureza criada e a capacidade natural de todos, em virtude da divina imagem na qual ela é investida, de conhecer, de amar a Deus e de, então, obedecê-lo acima de tudo.

"Todos pecaram e destituídos estão da Glória de Deus" (Rm.3,23). Cada um de nós sofre os efeitos do nosso próprio estado de pecado. É por este fato mesmo que os mais santos dentre nós devem afrontar este conflito entre a razão e as paixões.

Atingir as qualidades de bondade, de amor, de misericórdia e de justiça requer uma disciplina - uma ascese ou um combate - de arrependimento contínuo. O movimento de "retorno" implicado pela metanóia ou arrependimento não pode, todavia, ser um retorno a nós próprios, à nossa própria natureza caída e corrompida; mas sim um retorno a Deus. A conduta ética cristã não pode ser pregada a partir de idéias ou objetivos humanos; suas condições e suas metas, tal como a própria vida humana, devem estar ancorados em Deus, o único que determina aquilo que é bom, justo e reto, e que nos revela esta determinação pela Escritura, a oração e outros aspectos da experiência da vida em Igreja.

O amor trinitário

Eis porque a ética cristã deve fundamentar-se sobre a Revelação. Se devemos nós empreendermos um combate para conformar nossa vontade, nossos desejos e nossas ações à vontade de Deus, devemos então saber o que a vontade divina exige. De fato, como é que Deus gostaria que nós nos conduzíssemos? Se procurarmos a resposta nas Escrituras e no ensinamento - A Tradição - da Igreja, algumas indicações emergem. Uma dentre elas se destaca particularmente: "Deus é Amor"; como nos diz o apóstolo João (I Jo.4,7-12). Em conseqüência, nossas atitudes e nossas ações vão refletir o amor oblativo, sacrifical que resplandeceu de forma particular na crucifixão de Jesus Cristo, o Filho Bem-Amado do Pai.

Esse amor revelado é essencialmente trinitário, é uma comunhão de Dom dividida de maneira igual entre as Três Pessoas Divinas. Desta forma, ele é sempre "dirigido aos autores"; ele consiste de dom de si, oferecido livre e jubilosamente ao outro e para o outro. Nossa resposta a este amor é também uma resposta em comunidade. Ao saber que somos objetos da profunda e terna afeição de Deus, nós oferecemos a Ele, de nossa parte, o nosso amor, pela nossa oração e nossa fidelidade aos Seus mandamentos. Ao mesmo tempo nós estendemos nosso amor ao outro (próximo), a todo "outro" que tal como nós mesmos, traz nos recônditos da alma a imagem da divina beleza e da vida divina. Não há limites nem qualificações para tal amor. Ele deve estender-se igualmente e plenamente ao amigo e ao inimigo, ao ortodoxo e ao não ortodoxo, qualquer que seja sua identidade étnica, sua classe social, sua raça, sua religião ou seu sexo. Deus revelou-nos o Seu amor sem medidas; e este amor confere à cada ser humano um valor e uma dignidade infinitas. Todo "outro" é então digno do nosso amor, ele requer, mesmo, nosso amor. Olivier Clément o exprime de uma maneira simples, mas profunda ao dizer que "todo homem tem direito a uma compaixão infinita" (...)

A revelação da vontade do Pai no e pelo Filho e o Espírito é raramente específica no ponto de vista das ações particulares que devem ser levadas em certas situações concretas. À nossa época, onde inquietudes avançadas têm lugar na tecnologia biomédica, somos geralmente confrontados com decisões pelas quais parece-nos não ter diretrizes confiáveis nas fontes da revelação, compreendidas nas Sagradas Escrituras. Os Dez Mandamentos (ex. 20; Dt.5), as Bem-Aventuranças (Mt.5; Lc.6) e outras regras de vida similares (cf: Ef.5; Cl.3) assim como os ensinamentos específicos de Jesus, de Paulo e de outros autores apostólicos (como por exemplo a respeito do casamento e divórcio: Mt.19, 3-12; I Co.7, 10-16; ou sobre a Ressurreição e o Julgamento: Mt.25, 31-46; Jo.5, 19-29; I Co.15, 34-58) nos fornecem condutas preciosas apesar de seu pequeno número, para tomadas de decisões éticas. Elas "condenam" certas atividades (tais como a idolatria, o matar, o furto, o adultério) e nos prescrevem outras atividades (a pureza, de coração, a reconciliação, a caridade).

A reflexão ética deve proceder da fé cristã

Se atualmente há tanta confusão quanto à tomada de decisões éticas, não é apenas em virtude da novidade e da complexidade das questões que devemos nós afrontar mas, primeiramente, porque a disciplina da ética foi isolada de suas raízes teológicas. Se ela deve constituir uma "teologia moral" autêntica, a reflexão ética deve proceder da Fé da Igreja e exprimi-Ia. Ela deve começar e terminar com a convicção de que somente Jesus Cristo é o Caminho, a Verdade e a Vida, o domínio e o próprio fim de toda ação ética, tão específica ou tão trivial que ela possa parecer. A ética é a teologia aplicada, a teologia em atos. Em tanto que tal, ela encontra seu tratamento mais fundamental e mais eloqüente nesta exortação [...]

Pe. Jean Breck

NOTA:

[1] O Padre Jean Breck ensina no Instituto Saint-Serge, em Paris, depois de ter sido professor no Instituto de Teologia de Saint-Vladimir em Nova York; especialista do Novo Testamento e de Bio-Ética, autor de várias obras da teologia bíblica.


Ecclesia

Bispos do mundo se solidarizam com Igreja no Chile por ataques a seus templos

Paróquia da Assunção e Igreja de São Francisco de Borja.
Crédito: Giselle Vargas- ACI Prensa

SANTIAGO, 21 out. 20 / 11:03 am (ACI).- Diferentes conferências episcopais expressaram sua fraternidade e proximidade à Igreja no Chile diante dos recentes ataques a três de seus templos.

As mensagens dirigidas ao presidente da Conferência Episcopal do Chile e Bispo Castrense, Dom Santiago Silva, contaram com expressões de afeto ante a dor da destruição de igrejas no contexto das manifestações sociais no país.

A Paróquia da Assunção e a igreja de São Francisco de Borja, em Santiago, foram completamente destruídas após grandes incêndios em 18 de outubro, enquanto a igreja de São Francisco de Assis, em La Serena, foi saqueada e destruída na noite de segunda-feira, 19.

Esses ataques ocorrem no contexto das manifestações um ano após a rebelião social no país e alguns dias antes da realização de um plebiscito constitucional em 25 de outubro.

A Conferência Episcopal Espanhola se uniu "profundamente na dor do povo católico pelos ataques sofridos nos últimos dias".

Indicou que reza "a Deus para que derrame sua graça sobre o povo chileno para que os corações dos violentos sejam apaziguados e surja o respeito pela verdade, a justiça e os direitos humanos", descreveu um comunicado no site.

A Conferência Episcopal Argentina (CEA) renovou “a comunhão fraterna” e pediu “a Deus que conceda paz e amizade social à nação irmã”.

“Invocamos a intercessão de Nossa Senhora do Carmo, Padroeira do Chile, por todas as pessoas e, especialmente, por aqueles que sofrem violência”, manifestou em carta enviada por Dom Oscar Ojea e Dom Carlos Malfa, presidente e secretário do CEA, respectivamente.

O Bispo Militar da Argentina, Dom Santiago Olivera, também expressou solidariedade. “Unidos pela paz. Rezamos pelo Chile e pela América Latina”, escreveu.

Enquanto isso, a Conferência do Episcopado Mexicano (CEM) lamentou “profundamente os fatos ocorridos no Chile. Os templos são sinais da identidade de um povo, sua destruição significa uma perda que lastima e fere a comunidade”, expressou em sua conta no Twitter.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Natalia Zimbrão.

ACI Digital

Por que queimam igrejas: Dom Henrique e Pe. José Eduardo desmascaram causas

CLAUDIO REYES | AFP
por Francisco Vêneto

"O laicismo se vitimiza diante da moral bíblica apenas como arma retórica para legitimar a perseguição sistemática ao cristianismo".

Por que queimam igrejas? Certamente não é por brincadeira.

Dom Henrique Soares da Costa, que em paz descanse, já tinha alertado que as chamas em Nôtre-Dame eram um sinal. De fato, nos últimos meses, criminosos incendiaram dezenas de igrejas mundo afora em nome de ideologias extremistas ardentes de ódio. Os casos mais recentes, no Chile, foram uma mostra especialmente virulenta e escancarada desse ódio ideológico.

Sobre isso, o pe. José Eduardo de Oliveira se manifestou via rede social:

“A queima de Igrejas no Chile é uma demonstração de que o laicismo não veio para brincar. É uma ideologia assassina, que se vitimiza diante da moral bíblica apenas como arma retórica para legitimar a perseguição sistemática ao cristianismo. Infelizmente, muitos trocaram os fundamentos da fé pelos pressupostos laicos, desconstruindo a teologia cristã a partir de categorias emprestadas do marxismo atual, travestido de eco-feminismo. Isso não é uma brincadeira! Primeiro, queimam a teologia católica; depois, queimam Igrejas”.

“Salgados pelo fogo”

Antes dele, dom Henrique havia escrito sobre as chamas ateadas na catedral parisiense de Nôtre-Dame em abril de 2019. Na ocasião, ele deu ao texto o título “Salgados pelo fogo”:

“O incêndio da Notre Dame de Paris é um sinal, um símbolo… Quem o entenderá?
Os grandes da terra choram e lamentam… E tantos franceses inimigos do cristianismo e da Igreja choram… E os filhos dos que no século XVIII colocaram naquele mesmo Altar sagrado uma mulher fantasiada de deusa Razão lamentam…
Não por um lugar de culto a Deus, não por uma Catedral onde o Sacrifício do Cordeiro é oferecido para a Vida do mundo…
Lamentam porque um museu incendiou… Hipócritas!
Não compreendem que sem a fé, sem o cristianismo genuíno, sem a fé católica inteira e integral, sem negociações mundanas, é a Europa, é o Ocidente que incendiarão e virarão cinzas…
O incêndio da Notre Dame de Paris é um sinal… Triste e potente sinal…
Quem a incendiou? Foi mesmo um acidente?
Mais de dez igrejas foram incendiadas na França, nas últimas semanas…
Que sinal! Sinal potente, eloquente, para a França, para a Igreja, para a Europa, para o Ocidente… Mas, não ouvirão… Não darão atenção…”.

 Aleteia

Papas corruptos em uma Igreja infalível? (Parte 3/4): Escândalos na Igreja de Cristo

Veritatis Splendor
  • Autor: Jesús Urones
  • Fonte: Blog Convertidos Católicos-Religion en Libertad
  • Tradução: Apostolado Veritatis Splendor

ESCÂNDALOS NA IGREJA DE CRISTO

Por acaso Jesus não disse: “Aquele que de entre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela” (João 8,7)?

Condenamos todos os executivos das grandes companhias em razão das más ações de uns poucos?

Condenados Pedro e os demais Apóstolos por causa de Judas?

É o que sempre fizeram os protestantes, hereges e demais sectários, esquecendo-se que o próprio Cristo sentava-se à mesa com pecadores. Este é um sinal de que todos somos bem-vindos à Sua mesa:

  • “E aconteceu que, estando ele em casa sentado à mesa, chegaram muitos publicanos e pecadores, e sentaram-se juntamente com Jesus e seus discípulos. E os fariseus, vendo isto, disseram aos seus discípulos: ‘Por que come o vosso Mestre com os publicanos e pecadores?’ Jesus, porém, ouvindo, disse-lhes: ‘Não necessitam de médico os sãos, mas sim os doentes. Ide, porém, e aprendei o que significa: ‘Misericórdia quero, e não sacrifício’. Porque eu nào vim a chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento'” (Mateus 9,10-13).

Ou seja: a Igreja Católica é – e sempre foi – um hospital de enfermos e não um hotel de Santos (cf. Marcos 2,17). A Igreja Católica visível está povoada com seres humanos pecadores. A obra e o objetivo da Igreja Católica é transformar os pecadores da terra em Santos do céu. Quem quiser, pode comparar isto com o pensamento dos protestantes e hereges: os protestantes afirmam que “uma vez salvos, sempre salvos”; tal declaração, na verdade, quer dizer que “podemos pecar tanto quanto quisermos porque já fomos salvos”; porém, qualquer um que afirme estar salvo nesta vida não estaria desde logo se autoproclamando Santo?

Por que há tantos escândalos na Igreja Católica? Simplesmente porque a Sagrada Escritura nos ensina que haverá escândalos dentra da únida Igreja fundada por Jesus Cristo. Se não houvesse escândalos, então a Bíblia estaria errada, não é verdade? Então, por que se surpreender quando surgem escândalos na Igreja?

  • “Ai do mundo, por causa dos escândalos; porque é mister que venham escândalos, mas ai daquele homem por quem o escândalo vem!” (Mateus 18,7).
  • “E disse aos discípulos: ‘É impossível que não venham escândalos, mas ai daquele por quem vierem!'” (Lucas 17,1).

O fato de que na mesma árvore existam Papas Santos e Papas corruptos é a prova mais clara de que a Igreja Católica foi fundada por Cristo, pois Ele sabia ao certo – como já provei – que viriam escândalos e, mesmo assim, fundou uma Igreja infalível. Ademais, o próprio Cristo nos ensina que:

  • “Igualmente o reino dos céus é semelhante a uma rede lançada ao mar, e que apanha toda a qualidade de peixes. E, estando cheia, a puxam para a praia; e, assentando-se, apanham para os cestos os bons; os ruins, porém, lançam fora” (Mateus 13,47-48).

Cristo compara o Reino dos Céus – do qual Pedro possui as chaves – a uma rede que apanha peixes bons e ruins. Jamais Cristo disse que no Reino, na Igreja, haveria apenas peixes bons. Ele claramente fala de peixes ruins na rede, juntamente com peixes bons.

Cristo claramente afirmou que na sua Igreja haveria santidade e pecado. Mas é melhor deixarmos que Ele mesmo nos explique essa doutrina:

  • “E ele, respondendo, disse-lhes: ‘O que semeia a boa semente, é o Filho do homem; o campo é o mundo; e a boa semente são os filhos do reino; e o joio são os filhos do maligno; o inimigo, que o semeou, é o diabo; e a ceifa é o fim do mundo; e os ceifeiros são os anjos. Assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será na consumação deste mundo: mandará o Filho do homem os seus anjos, e eles colherão do seu reino tudo o que causa escândalo, e os que cometem iniquidade; e lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá pranto e ranger de dentes. Então os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça” (Mateus 13,37-43).

As pseudo-igrejas que se gabam de ter todos [os membros já] salvos e não possuir “pecadores” entre eles, não são a Igreja de Cristo, pois não foi isso o que Cristo pregou.

Muitos podem pensar: se o Espírito assiste a Igreja, por que então há Papas corruptos? A resposta é evidente:

No mesmo grupo de Jesus, um grupo de Apóstolos escolhidos pelo próprio Deus, quantoso foram limpos, castos e puros? Zero! Todos eram pecadores: Pedro mentiu; Tiago e João lutaram pelos primeiros postos; Judas O traiu; Tomé duvidou Dele e do seu infinito podeer; André, Mateus, Felipe, Bartolomeu, etc., O abandonaram durante sua Paixão e morte, abandonaram o seu Deus. E todos eles foram [individualmente] escolhidos pelo próprio Deus! É óbvio que é a pessoa quem decide escolher o caminho e é por este caminho que escolheu que ela será julgada. Se Cristo não errou ao escolher os seus Apóstolos, foram eles, da mesma forma, quem decidiram pecar contra Deus: assim, quanto aos maus Papas, não foi a Igreja quem errou ao escolhê-los; foram eles que tomaram o caminho errado.

Agora devemos deixar claro que a Infalibilidade é um dom de Deus. Desde o Gênesis, vemos como Deus outorga este dom a diferentes pessoas – Moisés, Davi, os Apóstolos, os Evangelistas – para dar constância à Sua Palavra. Todos eles foram infalíveis e pecadores, como demonstramos, porém o dom da infalibidade não é perdido pelo pecado. A Bíblia é clara:

  • “Porque os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis” (Romanos 11,29).

É assim que a Palavra de Deus ensina o contrário do que é ensinado pelos protestantes, que creem que com o pecado a Igreja perdeu a infalibilidade e se corrompeu. Além disso, a mesma Bíblia nos deixa um exemplo bastante ilustrativo deste caso:

  • “‘Nem considerais que nos convém que um homem morra pelo povo, e que não pereça toda a nação’. Ora ele não disse isto de si mesmo, mas, sendo o sumo sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus devia morrer pela nação” (João 11,50-51).

Apesar do grande pecado de Caifás, Deus não lhe tirou o dom da profecia, porque o que Deus dá, ninguém – nem o Diabo – o pode tirar.

Caifás cometeu um grande pecado, mas ainda assim foi infalível em sua profecia: esta é uma prova irrefutável de como não se retira os dons que Deus dá.

Veritatis Splendor

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF