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terça-feira, 27 de outubro de 2020

Ataques ao Papa

Papa Francisco | Presbíteros
por Mons. José Maria Pereira

Acredito na importância de uma reflexão sobre o que temos visto nas redes sociais, ou até, o que é pior, em grupos dentro da própria Igreja Católica: Críticas ao Papa, à Igreja! Quando tais críticas vêm de jornalistas ou de outras pessoas fora da Igreja, até se entende, pois, às vezes, não têm formação religiosa ou, outras vezes, não têm fé. Quando as críticas vêm de pessoas de dentro da Igreja, denota falta de fé, falta de amor à Igreja.

Ao falar da lei do amor, lembra São Paulo: “A lei se resume neste único mandamento: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Mas se vos mordeis e vos devorais uns aos outros, cuidado para não serdes consumidos uns pelos outros!” (Gl 5, 14-15).

Por mais errada que seja uma mãe, o filho não fica falando mal, expondo a mãe em praça pública. A Igreja é nossa Mãe, merece o nosso respeito e o nosso amor. “Crer que a Igreja é ‘santa’ e ‘Católica’, e que ela é ‘uma’ e ‘apostólica’ (como acrescenta o Símbolo niceno-constantinopolitano) é inseparável da fé em Deus Pai, Filho e Espírito Santo…” (Catecismo da Igreja, 750).

“A Igreja é, em Cristo, como que o sacramento ou o sinal e instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo o gênero humano”, diz o Concílio Vaticano ll, LG 1. Portanto, ser o sacramento da união íntima dos homens com Deus é o primeiro objetivo da Igreja. Como sacramento, a Igreja é instrumento de Cristo (Cf. Catecismo da Igreja, n 775 e 776).

“Cristo e a Igreja, eis, portanto, o ‘Cristo total’ (Catecismo, n. 795). A Igreja é uma Com Cristo. Os santos têm uma consciência bem viva dessa unidade: ‘Nosso Senhor mostrou-se como uma só pessoa com a santa Igreja, que Ele assumiu’” (São Gregório Magno).

Diz São Tomás de Aquino: “Cabeça e membros são como que uma só pessoa mística” (S Th 3, 48,2).

Santa Catarina de Sena é para nós um modelo de amor à Igreja e ao Papa, a quem chamava “o doce Cristo na terra”.

Cristo, ao instituir os Doze, “instituiu-os à maneira de Colégio ou grupo estável, ao qual prepôs Pedro, escolhido dentre eles” (LG 19).

Somente a Simão, a quem deu o nome de Pedro, o Senhor constituiu como a pedra de sua Igreja. Entregou-lhe as suas chaves (Jo 21, 15-17). O Papa, Bispo de Roma e sucessor de Pedro, “é o perpétuo e visível princípio e fundamento da unidade, quer dos Bispos quer da multidão dos fiéis” (LG 23).

Quando se ataca ou se critica o Papa, está-se enfraquecendo e dividindo a Igreja de Cristo.

A pessoa do Papa, a sua tarefa a serviço da Igreja Universal, a ajuda que lhe prestam os seus colaboradores mais diretos devem ocupar, diariamente, um lugar primordial nas nossas orações. O peso que o Vigário de Cristo deve carregar sobre os ombros com solicitude paternal é esmagador.

A fé leva a acatar o que ensina o Concílio: “Com efeito, o Pontífice Romano, em virtude do seu múnus de Vigário de Cristo e de Pastor de toda a Igreja, possui, na Igreja, poder pleno, supremo e universal. E ele pode sempre livremente exercer este poder” (LG 22; CD 2; 9).

É urgente intensificar a oração pelo Papa, pela Igreja! Gosto das palavras de São Josemaria Escrivá, no livro Amar a Igreja, pág. 27: “Estes tempos são tempos de prova e devemos pedir ao Senhor – com clamor que não cesse ( Is 58,1 ) – que os encurte, que olhe com misericórdia para a sua Igreja e conceda novamente luz sobrenatural às almas dos pastores e às de todos os fiéis”. Não podemos negligenciar este dever filial para com a nossa Mãe, a Igreja, misteriosamente necessitada de proteção e de ajuda: “Ela é Mãe…, e uma mãe deve ser amada” (São João Paulo ll, Homilia, 7/11/1982).

O amor ao Papa é sinal do nosso amor a Cristo. E este amor e veneração devem manifestar-se na oração diária pela sua pessoa e intenções: “O Senhor o conserve e o vivifique e o faça feliz na terra, e não permita que caia nas mãos dos seus inimigos”.

É um amor que deve exprimir-se com maior intensidade em determinados momentos, como os que estamos vivendo ultimamente.

Que Santa Catarina de Sena nos comunique um pouco do seu amor à Igreja e ao Papa. E, com palavras da Santa, peçamos à Nossa Senhora: “A ti recorro, Maria! Ofereço-te a minha súplica pela doce Esposa de Cristo e pelo seu Vigário na terra, a fim de que lhe seja concedida luz para governar a Santa Igreja com discernimento e prudência” (Santa Catarina de Sena, Oração, 11).

https://www.presbiteros.org.br/

Inimigos da Igreja triunfam constantemente, mas não poderão derrotá-la

YASUYOSHI CHIBA/AFP/Getty Images

"O combate entre a Igreja e o mundo tem isto de particular: sempre parece que o mundo a vence, mas, de fato, é ela que ganha".

Inimigos da Igreja estão sempre proclamando que a Igreja está morta. No entanto, São John Henry Newman nos recorda a verdadeira realidade: a vitória dos inimigos da Igreja é apenas aparente, porque “as portas do inferno não prevalecerão contra ela“. Afinal, é Cristo quem nos dá essa garantia!

De fato, o cardeal inglês que se converteu do anglicanismo e foi canonizado pelo Papa Francisco nos reafirma: “Tendo sido fundada na primeira vinda de Cristo, a Igreja não desaparecerá antes do Seu regresso“. E ele nos aprofunda nesta certeza de modo inspirador. O seguinte fragmento dos seus escritos, por exemplo, aborda especificamente esta realidade. O texto aparece nos seus “Sermões sobre os temas do dia”, nº 6, “Fé e Experiência”, 2.4:

Era fonte de perplexidade para quem crê, como lemos nos salmos e nos profetas, ver que os maus tinham êxito onde os servos de Deus pareciam fracassar. E o mesmo se passa ao tempo do Evangelho.
No entanto, a Igreja possui este privilégio especial, que nenhuma outra religião tem: o de saber que, tendo sido fundada na primeira vinda de Cristo, não desaparecerá antes do Seu regresso. Em cada geração, contudo, parece que ela sucumbe e que os seus inimigos triunfam. O combate entre a Igreja e o mundo tem isto de particular: sempre parece que o mundo a vence, mas, de fato, é ela que ganha. Os seus inimigos triunfam constantemente, dizendo-a vencida; os seus membros perdem frequentemente a esperança. Mas a Igreja permanece!

Inimigos da Igreja têm o seu tempo, mas a Igreja é eterna

(…) Reinos são fundados e desmoronam; nações se espraiam e desaparecem; dinastias começam e terminam; os príncipes nascem e morrem; as coligações, os partidos, as ligas, os ofícios, as corporações, as instituições, as filosofias, as seitas e as heresias se fazem e se desfazem. Elas têm o seu tempo, mas a Igreja é eterna. E no seu tempo, contudo, elas parecerem ter uma grande importância (…) Neste momento, muitas coisas põem a nossa fé à prova. Não vemos o futuro; não vemos que o que parece agora ter êxito não durará muito tempo. Hoje, vemos filosofias, seitas e clãs se alastrarem, florescentes.
A Igreja parece pobre e impotente (…) Peçamos a Deus que nos instrua: temos necessidade de ser ensinados por Ele; estamos cegos. Quando as palavras de Cristo puseram os apóstolos à prova, eles pediram-Lhe: “Aumenta a nossa fé” (Lc 17,5). Procuremos por Ele com sinceridade: nós não nos conhecemos; temos necessidade da Sua graça. Qualquer que seja a perplexidade a que o mundo nos induza, procuremos por Ele com espírito puro e sincero. Peçamos humildemente que Ele nos mostre o que não compreendemos, que suavize o nosso coração quando ele se obstina, que nos dê a graça de O amarmos e de Lhe obedecermos fielmente em nossa busca.

 Aleteia

Por que os cristãos creem na ressurreição e não na reencarnação?

Cristo ressuscitado. Pintura de Rafaellino Del Garbo.
Wikipédia / Domínio público

REDAÇÃO CENTRAL, 27 out. 20 / 06:00 am (ACI).- Talvez um tema da Nova Era (New age) que goza de popularidade no mundo atual é a reencarnação, uma crença que inclusive alguns católicos aceitam apesar de ser incompatível com a fé cristã.

Uma pesquisa realizada pelo prestigioso ‘Pew Center’ revelou que, por exemplo, 29% dos cristãos nos Estados Unidos aceitam a reencarnação como algo verdadeiro. No caso dos católicos, 36% admitem esta crença.

Onde surge a crença na ressurreição?

Embora a crença na ressurreição comece quando o Senhor Jesus ressuscitou no terceiro dia depois da sua morte, já havia alguma ideia a respeito disso entre alguns judeus e fariseus.

"Os fariseus acreditavam em anjos e almas espirituais e, geralmente, na ressurreição dos mortos", disse à CNA – agência em inglês do Grupo ACI– o diácono Joel Barstad, professor de Teologia no Seminário Saint John Vianney, em Denver (Estados Unidos).

"A ressurreição de Jesus entre os mortos confirmou essa crença, mas também lhe deu uma base sólida e profunda", acrescentou.

A doutrina cristã sobre a ressurreição se encontra no Catecismo da Igreja Católica, do número 988 ao 1001.

O número 989 assinala: “Nós cremos e esperamos firmemente que, tal como Cristo ressuscitou verdadeiramente dos mortos e vive para sempre, assim também os justos, depois da morte, viverão para sempre com Cristo ressuscitado, e que Ele os ressuscitará no último dia. Tal como a d'Ele, também a nossa ressurreição será obra da Santíssima Trindade”.

“A palavra ‘carne’ designa o homem na sua condição de fraqueza e mortalidade. ‘Ressurreição da carne’ significa que, depois da morte, não haverá somente a vida da alma imortal, mas também os nossos ‘corpos mortais’ (Rm 8, 11) retomarão a vida”, diz o número 990.

“Crer na ressurreição dos mortos foi, desde o princípio, um elemento essencial da fé cristã. ‘A ressurreição dos mortos é a fé dos cristãos: é por crer nela que somos cristãos’”, assinala o número 991.

"A salvação é a unidade com Cristo, porque Cristo traz o Reino de Deus e esse Reino se realiza na ressurreição", disse à CNA Michael Root, professor de Teologia sistemática da Universidade Católica da América.

Joel Barstad afirmou que "um cristão é um indivíduo que realmente quer ser alguém agora e depois da morte até o fim do mundo, mas para que isso seja possível, vou precisar do meu corpo ressuscitado e os outros precisarão dos seus", explicou .

Por que os cristãos devem rejeitar a reencarnação?

Segundo Root, as duas razões principais para rejeitar a crença na reencarnação são: que ela se opõe à forma como Cristo oferece a salvação e porque é contra a natureza da pessoa humana.

Root explicou que a reencarnação "contradiz a imagem da salvação do Novo Testamento, onde a nossa participação na ressurreição de Cristo é efetivamente do que se trata a salvação" e "nos dá uma imagem muito diferente do que é ser humano: um ente incorpóreo que não está relacionado a nenhum tempo específico".

"O cristianismo leva muito a sério que somos seres com um corpo e qualquer noção de reencarnação considera que o ser só tem um tipo de ligação acidental com qualquer corpo específico, porque a partir dessa perspectiva a pessoa passa de um corpo para outro e outro e outro; e o fato de não ter um corpo específico acaba na ideia de que a pessoa não sabe quem ela é", destacou Root.

O documento do Vaticano sobre a Nova Era intitulado "Jesus Cristo portador da água da vida" diz que "a unidade cósmica e a reencarnação são incompatíveis ​​com a crença cristã de que a pessoa humana é um ser único, que vive uma vida só sobre a qual é totalmente responsável: este modo de entender a pessoa coloca em questão tanto a responsabilidade quanto a liberdade pessoal".

Barstad também assinalou que a crença na reencarnação não é algo positivo, nem para os budistas e hindus, que veem como algo de que se deve fugir.

"Não conheço uma doutrina sólida sobre a reencarnação (...) que considere a reencarnação de uma alma como algo bom; embora de repente alguns hindus ou estoicos a reconheçam como uma necessidade cósmica benigna; mas certamente a aspiração mais profunda" de alguns que acreditam nisso “seja dissolver completamente o nexo das relações temporais e corporais; ou seja, dissolver a relação com o corpo, de modo que não seja possível outra reencarnação para uma alma. A meta da alma é então se converter permanentemente em ninguém", destacou Barstad.

Esperança da ressurreição

Enquanto os cristãos podem experimentar o sofrimento na vida, também podem viver a esperança de que "são amados por Cristo que, através de sua própria morte humana e divina, e ressurreição, pode levá-los até o fim e remodelá-los, fazendo algo lindo a partir de uma confusão", explicou Barstad.

Além disso, os cristãos esperam a ressurreição dos outros, seus amigos e entes queridos, "para viver em um novo céu e uma nova terra".

"Por tudo isso evangelizamos, por isso nos arrependemos dos nossos erros e perdoamos aqueles que nos fazem algum mal. Por isso rezamos pelos mortos e os santos que já tem a visão beatífica de Deus também rezam por nós".

Os santos, concluiu o especialista, "ainda estão envolvidos com o mundo e esperam conosco a revelação final de Cristo que dará a todos a ressurreição".

Confira também:

ACI Digital 

Aristides de Atenas: Apologia (Parte 2/2)

Estudos OESI

O DEUS DOS JUDEUS E SEUS DEVIOS DA VERDADE

XIV. Abordemos também – ó Rei – os judeus, para ver o que estes, por sua vez, pensam a respeito de Deus. Estes, sendo descendentes de Abraão, Isaac e Jacó, viveram como forasteiros no Egito e dali Deus os retirou com mão poderosa e braço excelso por meio de Moisés, legislador deles, e por muitos prodígios e sinais lhes deu a conhecer o seu poder. Entretando, mostrando-se também eles desconhecidos e ingratos, muitas vezes serviram aos cultos de outras nações e mataram os justos e profetas que lhes foram enviados. Assim, quando o Filho de Deus veio sobre a terra, após o insultarem, entregaram-no a Pôncio Pilatos, governador romano, e o condenaram à morte de cruz, não respeitando os benefícios que ele lhes havia feito, nem as incontáveis maravilhas que operara entre eles; desta forma, pereceram por sua própria iniqüidade. Com efeito, continuam ainda agora a adorar o único Deus onipotente, porém não segundo o cabal conhecimento, já que negam a Cristo, Filho de Deus; são semelhantes aos gentios, embora, de certo modo, pareçam cercar-se da verdade de que, entretanto, se afastaram. Isto é o suficiente sobre os judeus…

O DEUS VIVO DOS CRISTÃOS E SEUS COMPORTAMENTOS

XV. Os cristãos, por sua parte, contam sua origem a partir do Senhor Jesus Cristo; este é professado como sendo Filho do Deus Altíssimo no Espírito Santo, descido do céu para a salvação dos homens. Foi gerado de uma virgem santa, sem gérmen nem corrupção; fez-se carne e apareceu aos homens, para afastá-los do erro da existência de muitos deuses. E, tendo cumprido sua admirável missão, sofreu a morte da cruz por desígnio voluntário, segundo uma maravilhosa economia, e, após três dias, ressuscitou e subiu aos céus. A glória de sua vinda poderás – ó Rei – conhecê-la, se lerdes o que entre eles [=os cristão] se chama Escritura Evangélica.

Este [Jesus] teve doze discípulos, os quais, após sua ascensão aos céus, percorreram as províncias do Império e ensinaram a grandeza de Cristo, de forma que um deles percorreu esta nossa região pregando a doutrina da verdade. Daí que os que servem à justiça de sua pregação são chamados “cristãos”. E estes são os que tem falado a verdade em todas as nações da terra, pois conhecem o Deus criador é artífice do universo em seu Filho Unigênito e no Espírito Santo; eles não adoram outro Deus senão este. Os mandamentos do mesmo Senhor Jesus Cristo trazem gravados em seus corações e são praticados, esperando a ressurreição dos mortos e a vida do século que há de vir. Não cometem adultério, não fornicam, não levantam falso testemunho, não cobiçam os bens alheios, honram o pai e a mãe, amam aos seus próximos e julgam com justiça.O que não querem que se lhes façam, não fazem aos outros. Aos que os ofendem, os exortam e tentam ser amigos; empenham-se em fazer o bem aos seus inimigos, são mansos e modestos. Se afastam de toda união ilegítima e de toda impureza. Não desprezam a vida, não desamparam o órfão. Os que tem compartilham abundantemente com os que não tem. Se vêem um forasteiro, o acolhem sob seu teto e se alegram com ele como um verdadeiro irmão, pois não se chamam irmãos segundo a carne, mas segundo a alma…

Estão dispostos a dar suas vidas por Cristo porque guardam com firmeza os seus mandamentos, vivendo santa e justamente segundo o que lhes ordenou o Senhor Deus. A Ele são dadas graças a todo momento, por toda comida e bevida, bem como pelos demais bens… Este é, portanto, verdadeiramente o caminho para o reino eterno, prometido por Cristo para a vida vindoura.

E, para que saibas – ó Rei – que não digo estas coisas por minha própria conta, inclina-te sobre as Escrituras dos cristãs e verificarás que não digo nada além da verdade.

CONCLUSÃO

XVI. Assim, com toda razão compreendeu o teu filho e foi ensinado a servir o Deus vivo, para salvar-se no século que está por vir. Eis que grandes e maravilhosas são as coisas pregadas e operadas pelos cristãos, pois não pregam palavras de homens, mas sim a de Deus. Pelo contrário, as demais nações erram e a si mesmas se enganam pois, andando nas trevas, se chocam uns contra os outros como bêbados.

XVII. Até aqui – ó Rei – dirigi-te este meu discurso, cuja verdade foi trazida à minha mente. Por isso, que os teus sábios insensatos parem imediatamente de falar contra o Senhor, pois convém a todos vós venerar o Deus Criador e oferecer tudo às suas palavras incorruptíveis a fim de que, escapando do juízo e dos castigos, sejais declarados herdeiros da vida imperecível.

Veritatis Splendor

Ideias para celebrar a Festa de todos os Santos com as crianças

Foto: Shower of Roses / http://showerofroses.blogspot.com

REDAÇÃO CENTRAL, 27 out. 20 / 05:00 am (ACI).- Fantasias, doces, flores e até as polêmicas abóboras também podem ser úteis para celebrar a Festa de Todos os Santos com as crianças. A seguir, apresentamos algumas propostas.

Em algumas paróquias e comunidades católicas, tornou-se costume fantasiar as crianças de um santo favorito e se reunir em um local para compartilhar atividades infantis. Não é preciso um grande investimento, mas com a ajuda de alguns tecidos ou objetos domésticos, uma boa caracterização pode ser alcançada.

Por exemplo, se a ideia é se vestir como Santa Catarina de Sena, pode-se usar um longo vestido branco com um tecido preto para a cabeça em forma de “véu” (usado pelas religiosas), sustentado por uma coroa de ramos secos. Enquanto na mão, pode segurar uma cruz com lírios.

Caso queira dar um toque mais doce, pode mudar o vestido por um de cor creme e a coroa por uma de rosas e, assim, torna-se Santa Rosa de Lima.

No caso dos meninos, uma grande manta ou lençol branco que envolva o corpo e uma imagem de Nossa Senhora de Guadalupe, na parte da frente, daria a impressão de ter na família um São Juan Diego com o manto da Virgem.

Também poderia representar São Domingos Sávio, padroeiro dos coros de crianças, com calça marrom, jaqueta verde, camisa branca e uma gravata borboleta.  E se o que se busca é caracterizar um santo fundador, então, uma túnica preta ou marrom representaria Santo Inácio de Loyola ou São Francisco de Assis, respectivamente.

Nas atividades infantis, é possível usar recipientes com doces e colar neles a imagem dos santos que sejam mais conhecidos.

Por exemplo, para aprofundar sobre a vida de São João Paulo II, são feitas perguntas da vida do Pontífice e que responder corretamente pegará um doce do recipiente que tem a imagem do “Papa peregrino”. Os doces também podem ser envolvidos com algumas de suas frases mais famosas.

Quem vive em regiões de época de abóboras, como Estados Unidos, a ideia é usá-las para desenhar nelas uma estrela, uma cruz; para os mais criativos, o rosto da Virgem Maria ou de Cristo. Assim, evita-se as imagens terríveis e lhe dá um sentido mais cristão.

Pode ver mais ideias para representar os santos em: http://showerofroses.blogspot.com/2013/10/celebrating-saints-our-2013-costumes.html.

ACI Digital

A forma do batismo: somente por imersão? (Parte 11/12) – A arte paleocristã

Veritatis Splendor

A ARTE PALEOCRISTÃ

Denomina-se “arte paleocristã” o estilo de arte que se desenvolve durante os cinco primeiros séculos da nossa Era, desde o surgimento do Cristianismo, durante a dominação romana; e, depois da liberdade de culto, até a invasão dos povos bárbaros[6].

O testemunho das catacumbas, no que se refere à forma de batismo, até onde se pode avançar, é forte e irrefutavelmente a favor da infusão e da aspersão. Todas as figuras representadas neste rito indicam que estas formas de batismo eram praticadas, não existindo nenhuma expressão clara dessa arte como evidência do batismo por imersão. Ademais, nenhuma figura mostra Jesus sendo batizado por imersão.

Como exemplo, vejamos quatro pinturas feitas entre os séculos II e III, das catacumbas romanos, onde os cristãos se refugiavam, sepultavam os seus mortos e se reuniam quando estavam sendo perseguidos pelo Império Romano.

Recordemos que as pinturas nos primeiros anos da Igreja também eram um meio de evangelização, pois mostravam como eles criam. Com efeito, se estas pinturas apresentavam o batismo por infusão, é porque os primeiros cristãos praticavam essa forma, caso contrário haveria uma completa contradição.

Vejamos agora algumas citações sobre a arqueologia de alguns pesquisadores, que têm relação com o batismo:

O “Dicionário Oxford da Bíblia” (2004) afirma:

  • “A evidência arqueológica desde os primeiros séculos mostra que o batismo era administrado às vezes por imersão, mas também por infusão, usando um recipiente para derramar água sobre a cabeça do candidato”.

A “História do Cristianismo de Cambridge” (2006) também conclui a partir da evidência arqueológica que o derramar água três vezes sobre a cabeça do candidato era uma forma frequente (cf. Margaret Mary Mitchell, Frances Margaret Young e K. Scott Bowie; “Cambridge History of Christianity”, vol. 1: “From origins to Constantine”; Cambridge University Press, 2006, ISBN 978-0-521-81239-9, pp.160-161).

Robin Jenses escreve:

  • “Historiadores tem assumido que às vezes que o batismo era realizado pela imersão total do corpo; no entanto, a evidência arqueológica e iconográfica é ambígua neste ponto. Ademais, um grande número de pinturas mostra água sendo derramada sobre a cabeça dos candidatos (infusão), seja a partir de uma queda d’água, seja por um recipiente litúrgico” (“Living Water: Images, Symbols, and Settings of Early Christian Baptism”).

—–
NOTA:
[6] Explicação completa sobre a arte paleocristã aqui: https://www.solumverbumdei.com/2020/02/sabe-usted-que-es-el-arte-paleocristiano.html (em espanhol).

Veritatis Splendor

São Frumêncio

ArqSP

Frumêncio é o primeiro bispo missionário na Etiópia, de onde é considerado o apóstolo, junto com o irmão Edésio. Sua história poderia oferecer a trama a um interessante romance de aventuras.

No tempo do imperador Constantino, um filósofo voltava a Tiro de uma viagem à Índia, acompanhado de seus discípulos e de dois meninos, Frumêncio e Edésio. A nau atracou no porto de Aulis, nas proximidades de Massaua, e pouco depois foi atacada por uma horda de etíopes que trucidaram todos os passageiros. Salvaram-se apenas os dois meninos, que se tinham apartado para ler um livro debaixo de uma árvore. Jamais um livro foi tão precioso...

Quando se deram conta dos dois meninos, os etíopes, já pagos pelo butim, conduziram-nos como escravos a Axum, e o rei os reteve a seu serviço. Depois da morte do soberano, a rainha confiou a Frumêncio a educação do filho.

Os dois irmãos fizeram-se amar e obtiveram a permissão para erguer uma igreja junto ao porto; depois puderam voltar a sua pátria para pedir a Atanásio, bispo de Alexandria do Egito, o envio de um bispo e de sacerdotes.

Atanásio consagrou bispo o próprio Frumêncio e o mandou de volta à Etiópia com alguns sacerdotes. Surgia assim a primeira comunidade cristã na África negra, destinada a expandir-se e a manter-se firme mesmo durante a tempestade islâmica que levou de roldão o cristianismo em quase toda a África.

Frumêncio foi acolhido com alegria pelos etíopes de Axum e pelo próprio jovem rei Ezana, que esteve entre os primeiros a receber o batismo. Também os súditos seguiram o exemplo do rei. Frumêncio — que os etíopes chamam “abba Salama”, isto é, o portador de luz — é justamente incluído entre os maiores missionários cristãos.
 

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

Arquidiocese de São Paulo

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

A EUCARISTIA E AS MISSÕES

ArqBsB

Por ser o sinal visível do Cristo invisível, a Igreja é essencialmente missionária e, por isso, não mede esforços para anunciar corajosamente, na sua íntegra, o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. Neste mês das missões, somos chamados a testemunhar que a “Eucaristia é a fonte e o ápice de toda evangelização”. (Presbyterorum Ordinis, 5). Devemos, também, anunciar que “a Eucaristia é o coração pulsante da missão; é a sua fonte e o seu único fim”. (Instrumentum Laboris, 88).

É na celebração da Santa Missa que renovamos nossos ideais de testemunhar ao mundo nossa pertença a Deus e à Igreja. É da constante participação na Eucaristia que, com docilidade, vamos deixando Cristo agir em nossas almas. Quando participamos retamente da Sagrada Comunhão, sentimos em nosso íntimo a necessidade de se levar ao outro a graça de poder vivenciar, em plenitude, a maravilha de ser filho de Deus. Ao final da Santa Missa, o sacerdote realiza o envio missionário, dizendo-nos: “Ide em paz e o Senhor vos acompanhe!” Esse mandato missionário deve nos levar a partir para nossas famílias e nossos ambientes, refletindo: o que posso e devo fazer para que Cristo seja amado e reconhecido como único e verdadeiro Deus?

Diante da Mesa Eucarística, somos Igreja, comunidade orante e missionária, que se reúne para participar da Fração do Pão. Mediante a Fração do Pão, realizamos um encontro com Jesus Cristo. “O encontro com Cristo, continuamente aprofundado na intimidade eucarística, suscita na Igreja e em cada cristão a urgência de testemunhar e evangelizar”. (Papa João Paulo II, Mane Nobiscum Domine, 24).

Esse encontro com Cristo Eucarístico nos faz sair de nosso comodismo e nos leva ao encontro do outro. A Eucaristia nos faz anunciar a grandeza de Deus. A Eucaristia nos faz perceber que “nós não anunciamos a nós próprios. Anunciamos o Cristo. Isto exige nossa humildade, a cruz de seguimento. Mas é justamente isto que nos liberta, enriquece e engrandece”. (Cardeal Joseph Ratzinger, homilia pronunciada no Seminário Maior de Filadélfia, em janeiro de 1990).

O Cristo Eucarístico nos leva a refletir sobre como, na condição de apaixonados pela Eucaristia, podemos demonstrar hoje, nas realidades cotidianas, o que acreditamos e, assim, expressar as boas coisas que Deus opera em nós. Em ação de graças, devemos reconhecer que “o principal dever dos homens e das mulheres é dar testemunho de Cristo pelo exemplo e pela palavra, na família, no ambiente social e no âmbito da profissão. Importa que neles transpareça o novo homem, criado segundo Deus na justiça e na santidade da verdade”. (Ad Gentes, 21).

A maior parte de nosso tempo é gasto no desempenho de nossas atividades profissionais, estudantis e familiares e é nesses ambientes que devemos demonstrar uma plena coerência de vida que demonstre sem necessidade de palavras que somos discípulos de Jesus Cristo. Mas, se for preciso, recorramos às palavras para bradar que “o que nós vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que também vós estejais em comunhão conosco!” (1 Jo 1,3). Em comunhão, nós sentimos que “a celebração eucarística é a fonte das diversas obras de caridade e de ajuda recíproca, da ação missionária e das várias formas de testemunho cristão”. (Papa João Paulo II, Audiência em 02 de dezembro de 1998).

Por meio da Eucaristia, adquirimos a convicção de que devemos nos interessar pela salvação de todos os homens e de que é nosso dever atuar como missionários. Agindo assim, sentimos a necessidade de conhecer profundamente a Boa Nova de Cristo, a fim de que possamos anunciar a verdade sem reservas.

 Nosso serviço missionário terá crédito quando pudermos demonstrar que é o Cristo Eucarístico quem nos conduz em direção a novas messes. Nossa missão terá crédito todas as vezes que propusermos aos homens os grandes valores humanos que Jesus nos outorgou, pois “em uma comunidade sedenta de autênticos valores humanos e que sofre tantas divisões e fraturas, a comunidade dos fiéis há de ser portadora da luz do Evangelho, com a certeza de que a caridade é antes de tudo comunicação da verdade”. (Papa Bento XVI a peregrinos madrilenos em 04 de julho de 2005).

A Eucaristia nos faz perceber que cada discípulo de Jesus Cristo tem a sua parte na tarefa de propagar a fé e divulgar o Evangelho. É ao redor da Mesa Eucarística que Cristo nos diz: “Ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda criatura”. (Mc 16,15). Amparados no Cristo Eucarístico, sigamos em frente, pois há um imenso campo onde podemos e devemos realizar um fecundo apostolado, uma fecunda obra missionária. É nossa missão repassar, transmitir o Cristo inteiro com suas exigências e compromissos.

Neste mês das missões, nós devemos cada vez mais crer que “todos necessitam do Evangelho. O Evangelho está destinado a todos e não apenas a um grupo determinado, e por isso devemos buscar novos caminhos para levar o Evangelho a todos. (…) A Igreja sempre evangeliza e nunca interrompeu o seu caminho de evangelização. Celebra diariamente o mistério eucarístico, administra os sacramentos, anuncia a palavra da vida, a Palavra de Deus, e compromete-se em favor da justiça e da caridade. E essa evangelização produz frutos: dá luz e alegria, mostra o caminho da vida a um imenso número de pessoas”. (Cardeal Joseph Ratzinger, Mensagem no Congresso de catequistas e professores de religião, Roma, dezembro de 2000).

Graças ao Sublime Sacramento do Altar, o ardor missionário constantemente nasce e renasce na seara da Igreja. Desse modo, é justamente na Eucaristia que encontramos a fortaleza necessária para seguir em frente, com esperança, testemunhando com entusiasmo, “as razões da nossa fé”. (1 Pd 3,15). A Eucaristia nos faz ousados missionários do Evangelho que reconhecem que “a santidade é a manifestação plena da salvação. Só vivendo como salvados é que nos tornamos arautos credíveis da salvação. Por outro lado, cada vez que tomamos consciência da vontade de Cristo de oferecer a todos a salvação, não pode deixar de se reavivar no nosso espírito o ardor missionário, incitando cada um de nós a fazer-se ‘tudo, para todos, para salvar alguns a todo o custo’”. (Carta do Santo Padre João Paulo II aos sacerdotes por ocasião da Quinta-Feira Santa de 2005).

Exercendo, com santidade, o serviço missionário da fé, anunciando o amor e a misericórdia de Jesus, adquirimos a consciência de que necessitamos da Eucaristia para levarmos a Pessoa do nosso Redentor aos nossos coetâneos, pois “a Eucaristia é a realeza de Nosso Senhor na alma fiel. O corpo do comungante se torna para Jesus um templo; o coração, um altar; a razão um trono, a vontade uma serva fiel”. (São Pedro Julião Eymard). Servindo, hoje, amanhã e sempre, à obra missionária da Igreja, iremos professar que a Eucaristia é uma prova irrecusável do amor do nosso Redentor. Que a Virgem Santa Maria, a Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento, nos ajude a crescer na fé eucarística para que possamos passar pelo mundo comunicando as palavras, os gestos, o amor e a misericórdia do Cristo Eucarístico que permanece vivo e ressuscitado em nosso meio.

Aloísio Parreiras

(Escritor e membro do Movimento de Emaús)

Arquidiocese de Brasília

8 dados que todo cristão deve saber sobre Halloween

Imagens: Abóbora (Flickr: The-B's) - Bruxa (Flickr: Lumiago) -
Demônio (Flickr: Adrian Scottow)

REDAÇÃO CENTRAL, 23 out. 20 / 05:00 am (ACI).- Próximos à noite de Halloween, celebrada a cada 31 de outubro, compartilhamos 8 coisas que todo cristão deve saber sobre esta festa pagã que aos poucos foi difundida no mundo inteiro.

“Como o demônio faz para nos afastar do caminho de Jesus? A tentação começa brevemente, mas cresce: sempre cresce. Esta cresce e contagia o outro, é transmitida e tenta ser comunitária. E, finalmente, para tranquilizar a alma, justifica-se. Cresce, contagia e se justifica”, advertiu o Papa Francisco em abril de 2014.

A seguir, os 8 dados:

1. A origem do nome

A Solenidade de Todos os Santos é comemorada no dia 1º de novembro e é celebrada na Igreja desde às vésperas. Por isso, a noite de 31 de outubro, no inglês antigo, era chamada “All hallow’s eve” (véspera de todos os santos). Mais tarde, esta expressão virou “Halloween”.

2. As raízes celtas

No século VI a.C., os celtas do norte da Europa celebravam o fim de ano com a festa do “Samhein” (ou Samon), festividade do sol, iniciada na noite de 31 de outubro e que marcava o fim do verão e das colheitas. Eles acreditavam que naquela noite o deus da morte permitia aos mortos retornarem à terra, fomentando um ambiente de terror.

Segundo a religião celta, as almas de alguns defuntos estavam dentro de animais ferozes e podiam ser libertadas com sacrifícios de toda índole aos deuses sacrifícios, inclusive sacrifícios humanos. Uma forma de evitar a maldade dos espíritos malignos, fantasmas e outros monstros era se disfarçando para tentar se assemelhar a eles e desta maneira passavam despercebidos ante seus olhares.

3. Sua mistura com o cristianismo

Quando os povos celtas foram cristianizados, nem todos renunciaram os seus costumes pagãos. Do mesmo modo, a coincidência cronológica da festa pagã de “Samhein” com a celebração de todos os Santos e a dos defuntos, comemorada no dia seguinte (2 de novembro), fez com que as crenças cristãs fossem misturadas com as antigas superstições da morte.

Através da chegada de alguns irlandeses aos Estados Unidos, introduziu-se neste país o Halloween, que chegou a ser parte do folclore popular do país. Logo, incluindo a contribuição cultural de outros migrantes, introduziu-se a crença das bruxas, fantasmas, duendes, drácula e diversos monstros. Mais tarde, esta celebração pagã foi difundida no mundo inteiro.

4. Uma das principais festas dentro do satanismo

Segundo o testemunho de algumas pessoas que praticaram o satanismo e depois se converteram ao cristianismo, o Halloween é considerada a festa mais importante para os cultos demoníacos, porque se inicia o novo ano satânico e é como uma espécie de “aniversário do diabo”. É nesta data que os grupos satânicos sacrificam os jovens e especialmente as crianças, pois são os preferidos de Deus.

5. A origem da pergunta “Doces ou travessuras?”

No Halloween, as crianças e alguns adultos costumam se disfarçar de seres horríveis e temerários e vão de casa em casa exigindo “trick or treat” (doces ou travessuras). A crença é de que se não lhes dão alguma guloseima, os visitantes farão uma maldade ao morador do lugar. Muitas pessoas acreditam que o início deste costume está na perseguição aos católicos na Inglaterra, onde suas casas eram ameaçadas.

6. A origem da abóbora com forma de rosto

Existe uma antiga lenda irlandesa que conta que um homem chamado Jack tinha sido tão mau em vida que supostamente não podia nem entrar no inferno por ter enganado muitas vezes o demônio. Assim, teve que permanecer na terra vagando pelos caminhos com uma lanterna, feita de um legume vazio com um carvão aceso.

As pessoas supersticiosas, para afugentar Jack, colocavam uma lanterna similar na janela ou na frente de suas casas. Mais adiante, quando isto se popularizou, o legume para fazer a lanterna passou a ser uma abóbora com buracos em forma do rosto de uma caveira ou bruxa.

7. Um grande negócio

Hollywood contribuiu para a difusão do Halloween com uma série de filmes nos quais a violência gráfica e os assassinatos criam no espectador um estado mórbido de angústia e ansiedade. Estes filmes são vistos por adultos e crianças, criando nestes últimos medo e uma ideia errônea da realidade. Do mesmo modo, as máscaras, as fantasias, os doces, as maquiagens entre outros artigos são motivos para que alguns empresários fomentem o “consumo do terror” e favorecem a imitação dos costumes norte-americanos.

8. A festa à fantasia

Segundo Padre Jordi Rivero, grande apologista, celebrar uma festa à fantasia não é intrinsecamente ruim, sempre e quando se cuidar para que esta não esteja contra o pudor, o respeito pelas coisas sagradas e a moral em geral.

É por esta razão que nos últimos anos cresceu a comemoração alternativa do “Holywins” (a santidade vence), que consiste em disfarçar-se do santo ou santa favorito e participar na noite de 31 de outubro de diversas atividades da paróquia, como Missas, vigílias, grupos de oração pelas ruas, adoração eucarística, através de cantos, músicas e danças em “chave cristã”.

ACI Digital

O cristianismo não é fácil mas é feliz

Papa Francisco sobre as bem-aventuranças
13 outubro 2020

«Beati i poveri. Catechesi sulle beatitudini» (“Bem-aventurados os pobres. Catequeses sobre as bem-aventuranças”) é o título do livro, publicado pela Libreria Editrice Vaticana (Cidade do Vaticano, 2020, 46 páginas) que reúne as palavras do Papa Francisco pronunciadas nas audiências gerais de 29 de junho de 2019 a 29 de abril de 2020. Apresentamos a seguir amplos excertos do prefácio escrito pelo bispo presidente da Administração do património da Sé Apostólica.

Após dias em que — como disse o Papa Francisco — uma tempestade desmascarou a nossa vulnerabilidade e pôs a nu as certezas falsas e supérfluas com que construímos as nossas agendas, projetos, hábitos e prioridades, e fez cair a “maquilhagem” dos estereótipos com que mascaramos o nosso “ego”, sentimos a necessidade de “retomar” a nossa vida com as suas esperanças, sonhos e também dificuldades (...).

Neste tempo tão “complicado”, o magistério do Papa Francisco guia-nos, pedindo-nos que façamos a nossa reflexão sobre as bem-aventuranças como «documento de identidade do cristão»; com efeito, enquanto representam a «configuração da vida» com os seus dramas e interrogações, desenham a «arte de estar aqui e agora» (J. Mendonça) do cristão.

Entre as páginas mais fascinantes e exigentes do Evangelho, as bem-aventuranças dizem-nos que a vida cristã não é contrária nem pouco propensa à felicidade, nem sequer tem desconfiança em relação a ela; mostram-nos o rosto alegre do crente que na sua vida encontrou os motivos profundos pelos quais vale a pena viver, lutar e esperar; ajudam a levantar-nos e a voltar a partir até quando a esperança parece ter-se tornado “estrangeira” na nossa vida.

Numa homilia no dia nacional da Argentina, o Papa Francisco, ainda arcebispo de Buenos Aires, exortou a «meditá-las com calma (...), uma espécie de “cadência sapiencial”, para que o seu significado chegue ao nosso coração» (...).

Sentado na montanha, como verdadeiro Mestre, Jesus dirige-se não só aos discípulos e à multidão que o segue, mas a todos aqueles que procuram a felicidade, o homem todo, cada homem, anunciando a promessa de uma vida “boa” e plenamente humana, e o caminho a percorrer para a experimentar. As bem-aventuranças atraem-nos precisamente por este motivo: Jesus fala ao nosso coração inquieto, à nossa sede de amor, à nossa indelével necessidade de felicidade, à carência que há no fundo de cada um de nós, de sermos reconhecidos na nossa verdadeira identidade, amados com afeto puro, total, belo e que dure para sempre. Precisamente aqui começa o anúncio de Jesus. Ao dizer “bem-aventurados” Ele recorda o mundo das nossas maiores aspirações, enquanto o que acrescenta de tempos a tempos nos desconcerta e questiona, porque parece indicar exatamente o oposto do que teríamos imediatamente desejado ou procurado.

Não se trata de um discurso consolador nem ilusório, mas de um grito — recordemos as imagens do Jesus de Pasolini — que convida a levantar-nos, a colocar-nos de novo a caminho. A palavra-chave que Jesus repetirá nove vezes é, com efeito, ’ashre, termo que em hebraico soa como um convite a seguir em frente. Uma promessa que é certa e precede aqueles que vivem uma determinada situação. Uma palavra que indica um estilo a assumir. Uma palavra que muda a perspetiva com que se olha para a vida, para a realidade, para os outros (...).

Traduzimos esta expressão, muitas vezes presente nos Salmos e na sabedoria de Israel, como “bem-aventurados” (do grego makárioi, que os Evangelhos tiram da versão dos lxx). Infelizmente, não temos um termo italiano que revele adequadamente o seu conteúdo. “Bem-aventurados” não é um adjetivo, é um convite à felicidade, à plenitude da vida, à consciência de uma alegria que nada nem ninguém pode subtrair nem extinguir (...).

Aceitar o convite do Papa Francisco a meditar sobre as bem-aventuranças significa descobri-las como uma promessa de felicidade, como uma exortação à beleza, a modelar a própria vida até a transformar numa obra-prima. Mas ainda mais que de felicidade, o homem precisa de sentido, e as bem-aventuranças, como promessa, atestam que se pode encontrar sentido até no absurdo da dor, que o mundo pode ser vivido até no inviável da perseguição, da violência sofrida, das situações de guerra (...).

O autorretrato mais exato e fascinante de Jesus — a imagem de si que Ele nos revela e imprime no nosso coração — as bem-aventuranças tornam-se uma revelação de vida possível para nós, se encontrarmos as nossas raízes na humanidade de Jesus. Então compreendemos que até a perseguição e a aflição, a falta de paz e  de justiça são situações que nos podem abrir à bem-aventurança, ensinando-nos a trabalhar pela paz, a ousar a misericórdia, a viver na mansidão, a criar beleza. São o anúncio de que Deus se alia à alegria dos homens e cuida deles. O Evangelho assegura-me que o sentido da vida consiste, no seu íntimo, no seu núcleo profundo, na busca da felicidade (...).

As bem-aventuranças são também um programa para quantos seguem Jesus. Programa inesperado, contracorrente, que provoca e apela a uma verdadeira mudança na vida, que abre novos caminhos que deixam sem fôlego: felizes os pobres, os obstinados a propor caminhos de justiça, os pacificadores, os que têm um coração doce e olhos de criança, os não-violentos, os que são corajosos porque desamparados. Elas são a única força invencível. A felicidade prevista pelas bem-aventuranças não é apenas do futuro, do além: Jesus não diz que os pobres, os mansos, os aflitos “serão” bem-aventurados; diz que “são” bem-aventurados, já o são agora (...). Permeados por esta alegria pascal, a pobreza torna-se riqueza; as lágrimas podem transformar-se em alegria; a pureza de coração torna-se transparência de Deus; a mansidão conquista mais do que a violência; a misericórdia penetra e convence mais do que a severidade; a paz prevalece sobre a guerra; o amor vence o ódio, destruindo-o. Vivendo a lógica exigente das bem-aventuranças, o cristão traça continuamente caminhos de esperança: afirma que o mundo não está nem estará, nem hoje nem amanhã, sob a lei do mais rico e do mais forte (...).

Nunzio Galantino

L'Osservatore Romano

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF