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sábado, 31 de outubro de 2020

A forma do batismo: somente por imersão? (Parte 12/12) – O emprego das palavras “bapto” e “baptizo” na literatura grega clássica

Veritatis Splendor

O emprego das palavras “bapto” e “baptizo” na literatura grega clássica

Na literatura grega de Aristófanes encontrmos o vocábulo grego “baptizo” empregado para descrever o ato de tingir a água com o sangue de um sapo, ou para pintar a cara com tinta, ou para manchar a mão ao experimentar uma subtância corante. Em nenhum desses exemplos temos o significado de “mergulhar”, o que significa que no próprio grego clássico não há outro sentido.

Hipócrates diz sobre o líquido corante:

  • “Quando pinga sobre as roupas, estas se tingem”.

Usa aqui a palavra “bapto” não para dar a ideia de “imersão”, mas de “impregnação”.

Ésquilo fala de “uma roupa tingida pela espada de Egisto”; seu pensamento aqui não é o de “imersão”, mas da “transferência” da cor do sangue para a roupa. O conceito é o de “transformação”.

Considere-se ainda o caso em que Hornero fala que Crombófago “caiu e não respirou mais; e o lago ficou tingido de sangue”. O lago não foi submergido! Ao contrário, o lago recebeu o sangue. O mais significativo à vista é o efeito, não o meio específico pelo qual se obteve o efeito.

Platão, escrevendo por volta do ano 400 a.C., em seu “Syinposium”, traz uma discussão sobre como obter o máximo prazer bebendo vinho, porém, com o mínimo dano. Aristófanes confessa para Pausânias sua própria embriaguez anterior: “Porque eu mesmo fui batizado ontem”. Não há aqui nenhuma ideia de imersão, mas de beber em demasia, que conduz da sobriedade à intoxicação. “Baptizo” aqui tem o sentido de “transformação”.

Flávio Josefo, o historiador nascido mais ou menos no tempo da morte de Jesus, contemporâneo mais jovem que Paulo e outros escritores do Novo Testamento, em suas “Antiguidades Judaicas” comenta um incidente relatado em Jeremias 41,2; ele faka de Ismael, que se destacou por sua cordialidade e até sua embriaguez. Josefo escreve:

  • “Percebendo que estava tão afetado e batizado, a ponto de estar anestesiado pelo sono por causa das bebidas fortes, Ismael, levantando-se com os seus dez amigos, esfaqueou Gedalias”.

A ideia é que Gedalias foi reduzido de um estado de defesa vigilante para um absurdo estado de indefesa devido ao álcool. A ideia aqui é simplesmente a de “transformação”.

Como nossos amigos imersionistas podem ver, as provas são fortes. A única coisa que podem fazer é fechar os olhos diante de todas estas provas irrefutáveis sobre as formas de batismo por infusão e aspersão. Se apegar e continuar a limitar tão importante sacramento e torná-lo de difícil acesso para todas as pessoas de boa vontade é coisa digna de uma seita.

Benedicite Deum!

Veritatis Splendor

Santo Afonso Rodrigues

Santo Afonso Rodrigues | Canção Nova

Afonso Rodrigues nasceu na Espanha, em 25 de julho de 1532. Pertencia à uma família pobre e profundamente cristã. Após viver uma sucessão de fatalidades pessoais, Afonso encontrou seu caminho na fé. A primeira provação foi a morte do pai. Diante da ausência paterna, Afonso assumiu os negócios da família.

Com 23 anos Afonso casou-se e o seu matrimônio gerou dois filhos. Mas aí veio a segunda provação: sua esposa adoeceu gravemente e faleceu. Em seguida seus filhos também faleceram. A perda da família fez Afonso decuidar-se dos negócios.

Afonso entrou então numa profunda crise espiritual. Retirado na própria casa, rezou e meditou muito e resolveu dedicar sua vida completamente à serviço de Deus servindo os semelhantes. Ingressou como irmão leigo na Companhia de Jesus em 1571 e um noviciado de sucesso, foi enviado para trabalhar no colégio de formação de padres jesuítas na ilha de Maiorca.

No colégio exerceu somente a simples e humilde de porteiro, por quarenta e seis anos. Se materialmente não ocupava posição de destaque, espiritualmente era dos mais engrandecidos entre os irmãos. Recebera dons especiais e muitas manifestações místicas o cercavam, como visões, previsões, prodígios e cura.

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR

Reflexão
A Companhia de Jesus gerou missionários santos que deixaram a assinatura dos jesuítas na história da evangelização e na história da humanidade. Figuras ilustres que se destacaram pela relevância de suas obras sociais cristã em favor das minorias pobres e marginalizadas, cujas contribuições ainda florescem no mundo todo. Santo Afonso Rodrigues é um desses grandes homens.
Oração
Ó Deus, concedei-nos, pelas preces de Santo Afonso Rodrigues, a quem destes perseverar na imitação de Cristo pobre e humilde, seguir a nossa vocação com fidelidade e chegar àquela perfeição que nos propusestes em vosso Filho. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

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sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Das Obras de Balduíno de Cantuária, bispo

Caritas Christ


(Tract.6:PL204,451-453)       (Séc.XII)

 

A palavra de Deus é viva e eficaz

A palavra de Deus é viva e eficaz, mais penetrante que uma espada de dois gumes (Hb 4,12). Quão grande seja o poder e quanta sabedoria na palavra de Deus, estas palavras o demonstram aos que buscam a Cristo, que é o verbo, poder e sabedoria de Deus. Coeterno com o Pai no princípio, este verbo no tempo determinado revelou-se aos apóstolos e, por eles anunciado, foi humildemente recebido na fé pelos povos que creem. Está, portanto, o verbo no Pai, o verbo nos lábios, o verbo no coração.  

Esta palavra de Deus é viva; o Pai deu-lhe ter a vida em si mesmo, do mesmo modo como tem ele a vida em si mesmo. Por isto é não apenas viva, mas a vida, conforme ele disse a seu respeito: Eu sou o caminho, a verdade e a vida (Jo 14,6). Sendo a vida, é vivo de forma a ser vivificante. Pois, como o Pai ressuscita os mortos e vivifica-os, também o Filho vivifica a quem quer (Jo 5,21). É vivificante ao chamar o morto do sepulcro: Lázaro, vem para fora (Jo 11,42).  

Quando esta palavra é pregada pela voz do pregador que se escuta no exterior, ele dá a esta voz a palavra de poder, percebida interiormente. Por ela, os mortos revivem e com seus louvores são suscitados filhos de Abraão. É, portanto, viva esta palavra no coração do Pai, viva na boca do pregador, viva no coração daquele que crê e ama. Sendo assim viva, não há dúvida de ser também eficaz.  

É eficaz na criação das coisas, eficaz no governo do mundo, eficaz na redenção do universo. Que de mais eficaz, de mais poderoso? Quem dirá seus portentos, fará ouvir todo o seu louvor? (Sl 105,2). É eficaz ao agir, eficaz ao ser anunciada. Pois não volta vazia, mas tem êxito em tudo a quanto é enviada.  

Eficaz e mais penetrante do que a espada de dois gumes (Hb 4,12), quando é crida e amada. O que será impossível a quem crê, ou difícil a quem ama? Quando este verbo fala, suas palavras transpassam o coração quais setas agudas do poderoso. Como pregos profundamente cravados, entram e penetram até o mais íntimo. Porque é mais aguda do que a espada de dois gumes esta palavra, já que é mais poderosa do que toda a força e poder para abrir, e mais sutil do que a maior argúcia do engenho humano. Mais que toda sabedoria humana e a sutileza das palavras doutas, é ela penetrante.


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Por quanto tempo as almas ficam no Purgatório?

Fr Lawrence Lew OP/Flickr | CC BY-NC-ND 2.0
por Philip Kosloski

De uma coisa nós sabemos: o Purgatório não é eterno.

Se acabarmos no Purgatório depois de morrermos, por quanto tempo ficaremos lá? A Igreja Católica fala com moderação sobre o estado final de preparação que leva à vida eterna, no Céu.

O Catecismo da Igreja Católica explica:

“A Igreja chama Purgatório a esta purificação final dos eleitos, que é absolutamente distinta do castigo dos condenados. A Igreja formulou a doutrina da fé relativamente ao Purgatório sobretudo nos concílios de Florença  e de Trento. A Tradição da Igreja, referindo-se a certos textos da Escritura (624) fala dum fogo purificador: ‘Pelo que diz respeito a certas faltas leves, deve crer-se que existe, antes do julgamento, um fogo purificador, conforme afirma Aquele que é a verdade, quando diz que, se alguém proferir uma blasfémia contra o Espírito Santo, isso não lhe será perdoado nem neste século nem no século futuro (Mt 12, 32). Desta afirmação podemos deduzir que certas faltas podem ser perdoadas neste mundo e outras no mundo que háde vir'” (CIC 1031).

A Igreja não fala especificamente sobre o “tempo” que as almas ficam neste local de purificação.

Por um lado, isso ocorre porque, para falar de uma quantidade de tempo no Purgatório, importa o que queremos dizer com “tempo”. Na tradição, o Purgatório fornece o “castigo” temporal devido aos nossos pecados. Podemos dizer que o Purgatório tem tempo no sentido de que as almas começam e terminam períodos de purificação demarcada lá. No entanto, não é, até onde sabemos, a maneira como medimos o tempo nesta vida.

Outra consideração importante é que o Purgatório é diferente para cada um. Deus, sendo um bom juiz, distribui um “castigo” de acordo com nossos pecados.  Algumas pessoas podem passar “minutos” no Purgatório, enquanto outras podem ficar lá por “anos”.

O que é verdadeiro e imensamente importante é que o Purgatório não é eterno.

Como explica o livro Purgatory Surveyed, “é mais certo que essas dores não são eternas; caso contrário, não seria o Purgatório, mas o próprio inferno: pois nisso reside principalmente a diferença entre o inferno e o Purgatório, que as dores do Purgatório duram apenas um tempo; as do inferno, por uma eternidade.”

No final dos tempos, quando Nosso Senhor voltar, o Purgatório deixará de existir, pois todas as almas dentro dele serão purificadas e seu objetivo será alcançado. Todas as almas do Purgatório entrarão no Céu.

Aleteia

Mãe brasileira vítima de atentado em Nice: “Diga aos meus filhos que eu os amo”

A brasileira Simone Barreto Silva /
Foto: Facebook Simone Barreto Silva

PARIS, 30 out. 20 / 11:45 am (ACI).- “Diga aos meus filhos que eu os amo”, essas foram as últimas palavras da brasileira que foi uma das vítimas do atentado ocorrido na Basílica Notre-Dame de Nice, na França, na quinta-feira, 29 de outubro.

Simone Barreto Silva, de 44 anos, foi uma das três pessoas assassinadas a facada por um homem na Basílica de Nice. A brasileira deixou três filhos, entre 4 e 14 anos.

De acordo com a imprensa francesa, Simone foi atacada dentro da igreja e teria se refugiado em um café próximo, onde morreu devido às apunhaladas. De acordo com o canal de notícias da televisão francesa BFMTV, uma testemunha a ouviu dizer enquanto morria: "Diga a meus filhos que eu os amo".

Nascida em Lobato, no subúrbio de Salvador (BA), vivia há 30 anos na França, para onde se mudou ainda na adolescência. Ela tinha nacionalidade francesa, era formada em gastronomia e trabalhava como cuidadora de idosos.

Em declarações a RFI, familiares e amigos recordaram que Simone era uma mulher de alegria e “muita fé”.

Segundo Rita de Cássia Barreto, prima de Simone, “esta fatalidade aconteceu no momento em que ela estava fazendo o que ela mais gostava: rezar, pedir a Deus por todos. Pedir saúde, proteção e paz”.

“Paz é o que a gente está precisando neste momento. E Simone era isso! Antes de ir ao trabalho, ela sempre passava na igreja para agradecer pelo dia e por todas as graças concedidas”, assinalou.

Rita de Cássia indicou que a família “esta devastada”. “É muito difícil você receber a notícia de que uma pessoa foi assassinada dentro de uma igreja, fazendo o que ela mais gostava. A gente não entende isso. A gente está sentindo muito, também por estar longe de nossos familiares que estão no Brasil”.

“Vocês não podem imaginar a dor que a família está sentido, inclusive porque tem três crianças que estão sem a mãe; é muito difícil”, completou.

Após a confirmação da nacionalidade brasileira de Simone Barreto, o Itamaraty emitiu uma nota, por meio da qual o governo brasileiro expressou “suas profundas condolências aos familiares e amigos da cidadã assassinada em Nice, bem como aos das demais vítimas, e estende sua solidariedade ao povo e Governo franceses”.

“Neste momento, o Governo brasileiro manifesta em especial sua solidariedade aos cristãos e pessoas de outras confissões que sofrem perseguição e violência em razão de sua crença”, acrescentou.

Por fim, o Itamaraty informou que, “por meio do Consulado-Geral em Paris, presta assistência consular à família da cidadã brasileira vítima do ataque terrorista”.

ACI Digital

Beata Maria Resoluta

Catedral de Petrópolis

No dia primeiro de maio de 1894 nasceu Helene, na República Checa. Ainda jovem Helene e sua família mudaram-se para Viena, onde a menina concluiu os estudos e formou-se enfermeira. Apesar da resistência dos pais, Helene queria ser religiosa. Com muito custo entrou na Congregação das Franciscanas da Caridade Cristã.

Logo recebeu o apelido carinhoso de "Irmã Resoluta", pelo seu modo cordial e decidido e por sua segurança e competência como enfermeira de sala cirúrgica e anestesista. No hospital em Viena, a religiosa se tornou uma referência para os médicos, enfermeiras e especialmente para os doentes, aos quais soube comunicar com lucidez o amor pela vida, na alegria e na dor.

Em março de 1938, Hitler mandou o exército ocupar a Áustria. Irmã Restituta se colocou logo contrária a toda aquela loucura desumana. Não teve receio de mostrar que sendo favorável à vida não apoiaria jamais ao nazismo de Hitler, fosse qual fosse o preço.

Por isto, quando os nazistas retiravam o Crucifixo também das salas de cirurgias, ela serenamente o recolocava no lugar, de cabeça erguida, desafiando os nazistas. Como não se submetia e muito menos se "dobrava", os nazistas a eliminaram. Foi presa em 1942 e em 30 de março de 1943, foi decapitada.

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR

Reflexão
Antes de ser executada, Maria Resoluta pediu para dizer as suas irmãs: "Por Cristo eu vivi, por Cristo desejo morrer". E na frente dos assassinos nazistas, antes que o carrasco levantasse a mão que a mataria, Irmã Restituta disse ao capelão: "Padre, me faça na testa o sinal da cruz". Estes gestos de coragem e de fé fizeram desta mulher um sinal de santidade para a Igreja.
Oração
Deus Pai de amor, que escolhes homens e mulheres para manifestar sua glória ao mundo, dai-nos pela intercessão de Santa Maria Resoluta alcançar as graças necessárias para nosso bem viver neste mundo, preparando-nos para alcançar as glórias da vida eterna. Por Cristo nosso Senhor. Amém.

https://www.a12.com/

Plante uma árvore no Dia de Finados pelas vítimas da Covid-19 e pela Casa Comum

Vatican News

Em tempo de pandemia, para evitar aglomerações nos cemitérios, o secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado, convida para a campanha nacional do Dia de Finados: #CuidarDaSaudade. Neste ano, diante das medidas sanitárias impostas pela Covid-19, os fiéis são convidados a realizar uma simples ação junto à oração no Dia de Finados: plantar uma árvore, nativa ou frutífera, em homenagem às vítimas da pandemia, manifestando também o compromisso pela Casa Comum, tão agravada pela crise ambiental.

https://youtu.be/LHgQY6skXXg

Andressa Collet - Vatican News

“Mais um Dia de Finados em que a saudade bate forte no coração, como ela se faz presente a cada dia do ano, a cada momento, a cada hora. Neste ano, porém, além da memória dos que se foram, nós nos lembramos das inúmeras vítimas da Covid-19. Um ano que nos impede de fazer o que usualmente nós fazemos no Dia de Finados. Como, neste ano, temos a dificuldade da aglomeração, apresentamos a você uma forma de, junto com a oração, junto com tudo aquilo que você já faz - sem se colocar em risco e colocar outras pessoas em risco, nós propomos a você uma maneira de manifestar a fé e homenagear as vidas que se foram.”

A nova proposta apresentada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), parte através do secretário-geral, dom Joel Portella Amado. Em mensagem em vídeo, o bispo auxiliar do Rio de Janeiro exorta os fiéis a, junto à oração pelos falecidos, realizar uma pequena ação que pode fazer a diferença pelo bem da Casa Comum:

“No tempo em que nós não podemos nos reunir fisicamente e num tempo também que, através das queimadas, o meio ambiente vem se mostrando cada vez mais agredido, destruído, propomos a você uma atitude pequena, simples, que se une à oração, que se une a tudo que é feito, manifestando o nosso compromisso pela Casa Comum que o Criador nos deu. Uma muda de árvore, uma árvore nativa, uma árvore própria da sua região portanto, se possível, uma árvore alimentícia: plante uma árvore! Esse é um convite feito a todos nós num tempo em que a aglomeração, estar fisicamente juntos, compartilhando abraço, compartilhando a saudade, nada disso é possível ainda, né? A pandemia não deixa."

“Neste ano, junto com as orações, junto com tudo aquilo que faz mexer a saudade no coração da gente, fica o convite para que, através de um compromisso com a Casa Comum, você possa manifestar a fé no Deus da vida.”

Cuidar da Saudade e da Casa Comum

Ao plantar uma árvore, de preferência a partir de mudas nativas ou frutíferas, enaltece ainda dom Joel, quem puder, também pode fazer uma foto e compartilhar nas redes sociais com a #CuidarDaSaudade, junto à história de quem vai receber a homenagem. Essa é mais uma iniciativa que faz parte da Ação Solidária Emergencial da Igreja no Brasil “É Tempo de Cuidar” para, no Dia de Finados, “testemunhar a esperança na ressurreição”, afirma o bispo auxiliar, que complementa:

“Assim como quem se foi, deixou muito nesta vida para todos nós; nós, também, ao plantar as árvores queremos expressar tudo aquilo que, de coração e motivados pela fé, nós queremos deixar para as próximas gerações.”

Vatican News

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

O relacionamento com Deus é gratuito, é uma relação de amizade

Papa Francisco | Capela Santa Marta
15 de maio de 2020

Introdução

Hoje é o Dia mundial da família. Oremos pelas famílias, para que o Espírito do Senhor, o espírito de amor, respeito e liberdade, possa crescer nas famílias.

Homilia

No Livro dos Atos dos Apóstolos vemos que na Igreja, no início, houve tempos de paz, como o diz tantas vezes: a Igreja crescia em paz e o Espírito do Senhor difundia-se (cf. At 9, 31); tempos de paz! Houve também tempos de perseguição, começando com a perseguição de Estêvão (cf. capp. 6-7); depois Paulo, perseguidor, convertido e em seguida também perseguido... Tempos de paz, tempos de perseguição, e houve também tempos de perturbação. Este é o tema da primeira Leitura de hoje: um período de perturbação (cf. At 15, 22-31). «Porquanto ouvimos que alguns que saíram dentre nós - os apóstolos escrevem aos cristãos que vieram do paganismo - ouvimos que alguns de nós, a quem não tínhamos dado incumbência alguma, viemos para vos perturbar - para vos perturbar - com discursos que transtornaram as vossas almas» (v. 24).

O que tinha acontecido? Aqueles cristãos que vieram dos pagãos acreditaram em Jesus Cristo, receberam o batismo e estavam felizes: receberam o Espírito Santo. Do paganismo para o cristianismo, sem qualquer etapa intermédia. Ao contrário, aqueles que eram chamados “judaizantes” alegavam que não se podia fazer assim. Se alguém era pagão, primeiro tinha que se tornar judeu, um bom judeu, e depois tornar-se cristão, para estar na linha da eleição do povo de Deus. E aqueles cristãos não compreendiam isto: “Mas como, nós somos cristãos de segunda classe? Não se pode passar diretamente do paganismo para o cristianismo? A ressurreição de Cristo não dissolveu a lei antiga, levando-a a uma plenitude ainda maior?”. Estavam perturbados e havia muitas discussões entre eles. E aqueles que o queriam eram pessoas que, com argumentos pastorais, teológicos e alguns até morais, afirmavam que não: que deviam dar aquele passo! E isto questionava a liberdade do Espírito Santo, até a gratuidade da ressurreição e da graça de Cristo. Eram metódicos. E também rígidos.

Deles, dos seus mestres, dos doutores da Lei, Jesus dizia: «Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, pois percorreis mares e terras para fazer um só prosélito; e, quando o conseguis, fazeis dele um filho do inferno duas vezes pior do que vós mesmos». Jesus diz mais ou menos isto no capítulo 23 de Mateus (cf. v. 15). Essas pessoas, que eram “ideológicas” mais do que “dogmáticas”, “ideológicas”, reduziam a Lei, o dogma, a uma ideologia: “Deve-se fazer isto, isso e aquilo”... Uma religião de prescrições, e com isto tiravam a liberdade do Espírito. E as pessoas que os seguiam eram rígidas, pessoas que não se sentiam à-vontade, que não conheciam a alegria do Evangelho. A perfeição do caminho para seguir Jesus era a rigidez: “Há que fazer isto, isso, aquilo...”. Essas pessoas, esses doutores “manipulavam” as consciências dos fiéis, e ou tornavam-se rígidos... ou iam embora.

Por esta razão, repito muitas vezes, a rigidez não é do Espírito bom, porque questiona a gratuidade da redenção, a gratuidade da ressurreição de Cristo. E isto é algo antigo: isto repete-se durante a história da Igreja. Pensemos nos pelagianos, nestes... nesses rígidos famosos. E também no nosso tempo vimos algumas organizações apostólicas que pareciam realmente bem constituídas, que funcionavam bem... mas todas rígidas, todas iguais umas às outras, e depois ficamos a saber da corrupção que havia dentro, até nos fundadores.

Onde há rigidez, não há Espírito de Deus, porque o Espírito de Deus é liberdade. E essas pessoas queriam dar passos, tirando a liberdade do Espírito de Deus e a gratuidade da redenção: “Para seres justificado, deves fazer isto, isso e aquilo...”. A justificação é gratuita. A morte e a ressurreição de Cristo são gratuitas. Não se pagam, não se compram: são um dom! E eles não queriam fazer isto.

O caminho [o modo de proceder] é bom: os apóstolos reúnem-se em concílio e no final escrevem uma carta que começa assim: «Na verdade, pareceu bem ao Espírito Santo e a nós, não vos impor mais incumbência alguma» (At 15, 28), e conferem estas obrigações mais morais, de bom senso: não confundir o cristianismo com o paganismo, com a abstenção da carne oferecida aos ídolos, etc. E no final, os cristãos que estavam perturbados, reunidos em assembleia, receberam a carta e «quando a leram, alegraram-se pela exortação que ela infundia» (v. 31) . Da perturbação à alegria. O espírito de rigidez leva-nos sempre à perturbação: “Mas será que fiz bem isto? Não o fiz bem?”. O escrúpulo. O espírito de liberdade evangélica leva-vos à alegria, porque foi precisamente isto que Jesus fez com a sua ressurreição: Ele trouxe alegria! O relacionamento com Deus, a relação com Jesus não é assim, de “fazer coisas”: “Eu faço isto e tu dás-me aquilo”. Uma relação, digo eu - perdoai-me Senhor - comercial: não! É gratuito, tal como é gratuita a relação de Jesus com os discípulos. «Sois meus amigos» (Jo 15, 14). «Não vos chamo servos, chamo-vos amigos» (cf. v. 15). «Não fostes vós que me escolhestes, mas fui Eu que vos escolhi» (v. 16). Tal é a gratuidade!

Peçamos ao Senhor que nos ajude a discernir entre os frutos da gratuidade evangélica e os frutos da rigidez não evangélica, e que nos liberte de toda a perturbação daqueles que colocam a fé, a vida de fé sob as prescrições da casuística, as prescrições que não têm sentido. Refiro-me às prescrições que não têm sentido, não aos Mandamentos. Que nos liberte deste espírito de rigidez, o qual nos tira a liberdade.

Oração para fazer a Comunhão espiritual

As pessoas que não podem receber a Eucaristia, agora fazem a Comunhão espiritual

Ó meu Jesus, prostro-me aos vossos pés e ofereço-vos o arrependimento do meu coração contrito que mergulha no vosso coração e na vossa santa presença. Adoro-vos no Sacramento do vosso amor, a inefável Eucaristia. Desejo receber-vos na pobre morada que o meu coração vos oferece. À espera da felicidade da Comunhão sacramental, quero possuir-vos em espírito. Vinde a mim, ó meu Jesus, e que eu venha a Vós. Que o vosso amor possa inflamar todo o meu ser, na vida e na morte. Creio em Vós, espero em Vós, amo-vos. Assim seja!

L'Osservatore Romano

Intolerância a cristãos cresce na Índia: assassinatos, agressões e discriminação

Jeffrey Bruno-ALETEIA
por Francisco Vêneto

Casos de cristofobia, que "não existem" segundo a "grande mídia" ocidental, aumentaram 40,87% na Índia só durante a pandemia de covid-19.

Intolerância a cristãos cresce na Índia, mas silêncio das grandes organizações “humanitárias” do Ocidente permanece inabalável.

agência UCA News informou que, neste 23 de outubro, sete homens armados invadiram uma igreja pentecostal de Amritsar, no Estado indiano do Punjab, e mataram uma pessoa. Além disso, feriram outras três a bala e fugiram. A polícia conseguiu prender quatro dos criminosos. Um sobrevivente testemunhou que o alvo do ataque era um homem que havia tido uma briga com um dos criminosos. O agressor o acusava de proselitismo cristão.

De fato, segundo o relatório semestral do fórum ecumênico Persecution Relief, publicado em 28 de julho, o panorama da liberdade religiosa na Índia é “muito sombrio”. Crimes atribuídos ao ódio contra cristãos aumentaram 40,87% em plena pandemia de covid-19, apesar do severo lockdown imposto aos indianos.

O Punjab, que é de população predominantemente sikh, é um dos Estados em que a hostilidade anticristã vem crescendo mais, porque os nacionalistas hindus consideram o hinduísmo não apenas uma religião, mas uma identidade cultural, política e étnica. Por isto são resistentes ou mesmo hostis a outras religiões.

Casos de intolerância a cristãos na Índia são subnotificados

O fórum Persecution Relief registrou 450 episódios de intolerância anticristã na Índia desde janeiro até setembro de 2020. Entre os casos, por exemplo, há 10 assassinatos, além de agressões físicas inclusive contra mulheres, denúncias falsas, boicotes sociais, ataques a igrejas e prisões ilegais de cristãos.

No acumulado de janeiro de 2016 a setembro de 2020, os casos de cristofobia documentados na Índia somam 2.224. A realidade, porém, é bastante pior, porque a maioria dos casos não é registrada. Aliás, o próprio fundador da Persecution Relief, Shibu Thomas, destaca que esses números são “só a ponta do iceberg”:

“Nossas estatísticas se baseiam nas ligações que recebemos em nosso número gratuito e em relatos de pessoas”.

Segundo Thomas, de fato, muitos cristãos não fazem denúncias porque têm medo:

“Eles temem retaliações dos agressores e até da polícia e de outros funcionários do governo que simpatizam com os agressores, principalmente ativistas hinduístas”.

Os Estados indianos com mais registros de violência sectária contra cristãos na Índia são Uttar Pradesh, Tamil Nadu, Chattisgarh, Madhya Pradesh, Orissa, Karnataka, Maharashtra e Andra Pradesh.

Aleteia

São Judas Tadeu: o Santo das causas impossíveis

São Judas Tadeu | Guadium Press

Redação (28/10/2020 09:00, Gaudium Press) No dia de hoje, 28 de outubro, a Igreja Católica celebra a festa de São Judas Tadeu, um dos doze apóstolos de Jesus.

São Judas Tadeu era primo-irmão de Jesus

Nascido em Caná da Galiléia, Palestina, São Judas era filho de Alfeu (ou Cleofas) e Maria Cleofas. Seu pai, era irmão de São José e sua mãe prima-irmã de Maria Santíssima. Portanto, São Judas Tadeu era primo-irmão de Jesus.

Alfeu (Cleofas) era um dos discípulos a quem Jesus apareceu no caminho de Emaús, no dia da ressurreição. Maria Cleofas, era uma das piedosas mulheres que tinham seguido a Jesus desde a Galiléia e que permaneceram ao pé da Cruz, no Calvário, junto com Nossa Senhora.

Os quatro irmãos de São Judas Tadeu

São Judas Tadeu tinha quatro irmãos: Tiago, que foi um dos doze apóstolos e primeiro Bispo de Jerusalém; José, conhecido como o Justo; Simão, que foi o segundo Bispo de Jerusalém, sucessor de Tiago; e Maria Salomé, mãe dos apóstolos São Tiago Maior e São João Evangelista.

Acredita-se que São Judas Tadeu conviveu bastante com seu primo Jesus e seus tios, Maria e José. Foi certamente essa fraterna convivência, além do parentesco muito próximo, que levou São Marcos a citar São Judas Tadeu e seus irmãos como sendo os “irmãos” de Jesus (Mc 6,3).

São Judas Tadeu e a Bíblia

O nome de São Judas Tadeu é pouco citado na Bíblia. Ele aparece como um dos apóstolos escolhidos a dedo por Jesus e no episódio da Santa Ceia, na quinta-feira santa.

Nesta ocasião, quando Jesus confidenciava aos apóstolos as maravilhas do amor do Pai e lhes garantia especial manifestação de si próprio, São Judas Tadeu, demonstrando sua generosa compaixão para com todos os homens, perguntou: “Mestre, por que razão hás de manifestar-te só a nós e não ao mundo?”. Jesus lhe respondeu afirmando que haveria manifestações d’Ele a todos os que guardassem sua palavra e permanecessem fiéis a seu amor.

Uma vida dedicada à evangelização

Após receber o Espírito Santo, no Cenáculo em Jerusalém, junto dos outros apóstolos, São Judas iniciou sua pregação na Galiléia, viajando depois para a Samaria e outras populações judaicas. Ele também participou do primeiro Concílio de Jerusalém, realizado no ano 50.

Mais tarde evangelizou a Síria, a Armênia e a Mesopotâmia (atual Irã), onde ganhou a companhia de outro apóstolo, Simão, o “zelote”, que já evangelizava o Egito. Por conta de sua pregação e o testemunho enérgico e vigoroso, São Judas Tadeu converteu ao cristianismo inúmeros pagãos e povos de outras religiões.

São Judas Tadeu é preso junto de São Simão

Sua vida foi totalmente dedicada à evangelização e ao testemunho completo e incondicional aos ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo. Suas pregações começaram a atrair a inconformidade de alguns pagãos, que começaram a colocar o povo contra ele.

São Judas Tadeu e São Simão foram presos e levados ao templo do sol. Ali recusaram-se a renegar a Jesus Cristo e prestar culto à deusa Diana. Nessa ocasião São Judas disse ao povo: “Para que fiqueis sabendo que estes ídolos que vós adorais são falsos, deles sairão os demônios e os hão de quebrar”. No mesmo instante, dois demônios hediondos quebraram todo o templo e desapareceram.

O martírio de São Judas Tadeu

O povo indignou-se e, incitado pelos sacerdotes pagãos, atirou-se contra os apóstolos furiosamente. São Judas Tadeu foi trucidado por sacerdotes pagãos de modo cruel, violento e desumano.

São Judas Tadeu é representado segurando um livro, que simboliza a palavra de Deus que ele anunciou, e uma alabarda, uma espécie de machado, que foi o instrumento utilizado em seu martírio. Suas relíquias são veneradas na Basílica de São Pedro, em Roma.

Oração a São Judas Tadeu, padroeiro das causas impossíveis

São Judas Tadeu, apóstolo escolhido por Cristo, eu vos saúdo e louvo pela fidelidade e amor com que cumpristes vossa missão.

Chamado e enviado por Jesus, sois uma das doze colunas que sustentam a verdadeira Igreja, fundada por Cristo.

Inúmeras pessoas, imitando vosso exemplo e auxiliadas por vossa oração, encontram o caminho para o Pai, abrem o coração aos irmãos e descobrem forças para vencer o pecado e superar todo o mal.

Quero imitar-vos, comprometendo- me com Cristo e com sua Igreja, por uma decidida conversão a Deus e ao próximo, especialmente o mais pobre.

E, assim convertido, assumirei a missão de viver e anunciar o Evangelho, como membro ativo de minha comunidade. Espero, então, alcançar de Deus a graça que imploro confiando na vossa poderosa intercessão. Amém!

São Judas Tadeu, rogai por nós! (EPC)

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF