Translate

terça-feira, 3 de novembro de 2020

S. MARTINHO DE PORRES (OU DE LIMA), RELIGIOSO DOMINICANO

S. Martinho de Porres, século XVII 

O convento de Nossa Senhora do Rosário, em Lima, era uma estrutura impressionante. Ali, no final de 1600, viviam 100 frades Dominicanos. Seu maior problema era financeiro.
Certo dia, o prior decidiu fazer um pacote, com alguns objetos preciosos, e foi vendê-los para pagar as dívidas e ter um pouco de alívio. O jovem converso, encarregado dos afazeres mais humildes, por ser mulato, correu atrás do prior e, sem fôlego, lhe disse: "Não venda os objetos preciosos, mas me venda como escravo". O prior, petrificado, comoveu-se e mandou de volta aquele jovem que via todos os dias com a vassoura na mão e de bom humor, sem nunca se incomodar de ser "invisível" pela comunidade.

Cor da pele errada

Aquele jovem, um pouco mais que adolescente, chama-se Martinho: é de Lima, mas tinha a cor da pele errada, por ser a cor dos escravos. Sua mãe, Ana, era escrava, e tinha concebido Martinho por ter tido uma relação com seu patrão aristocrático espanhol, Juan de Porres. Uma história como tantas: uma mulher solteira com um filho ilegítimo, que era como inexistente. Mas Martinho era uma criança incomum: esperto, disposto, capaz, apesar de viver na miséria. Até seu próprio pai o percebeu, não obstante lhe tenha dado as costas, por tantos anos, por causa da cor da sua pele. Quando se transferiu para o Panamá, para desempenhar o cargo de Governador, Juan de Porres reconheceu seu filho e dispensou víveres à sua mãe para se manter com o menino, sem problemas.

Dom de curar

Martinho não foi apenas especialista em vassoura. Antes de entrar para o Convento, aprendeu, com alguns farmacêuticos vizinhos, as primeiras noções desta profissão. Além do mais, por algum tempo, frequentou uma barbearia, um trabalho que, não raramente, era associado ao de um cirurgião. Desta forma, em um convento lotado, o rapaz teve muitas oportunidades para ser apreciado como barbeiro e por dar bons conselhos, do ponto de vista médico. Mas, seu dom mais cristalino era a sua fé, que transparecia pelo seu modo de ser. Demonstrou a sua fé também com uma capacidade insuspeitável de transmitir o Evangelho aos pobres, que os entendia melhor que muitos outros.

Como São Francisco

A fama de Martinho aumentou rapidamente. Ele lembrava bem as incursões dos conquistadores no Peru. Por isso, o frade conquistou os corações, também de nobres e vice-reis. A ele são atribuídos sinais extraordinários. Mas, extraordinária era, certamente, a extensão da sua caridade. A enfermaria do convento, onde tinha a capacidade de curar, não apenas o corpo, o tornou uma autoridade indiscutível; muitas vezes, tornava-se casa provisória para migrantes e desempregados.
Para as crianças pobres, mandou construir um colégio, o primeiro da América do Sul. Além do mais, suscitava estupor também seu amor pelos animais, que os tratava com delicadeza e respeito. Tornou-se famoso o episódio dos ratos que roíam as roupas dos doentes. Martinho prometeu-lhes que mataria a sua fome se saíssem daquela casa. E assim foi. O convento ficou “livre” dos ratos e Martinho nunca se esqueceu de lhes levar comida.
Lendas, talvez, de uma história que, em todo o caso, fala de um amor pelas criaturas, semelhante ao de São Francisco de Assis.
Martinho faleceu serenamente na noite de 3 de novembro de 1639. Em 1962, o Papa João XXIII o proclamou Santo.

Vatican News

segunda-feira, 2 de novembro de 2020

O caráter definitivo da doutrina da «Ordinatio sacerdotalis»

Diocese de Eunápolis BA

Posted by 

Artigo do Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé sobre o caráter definitivo da doutrina da Carta Apostólica de São João Paulo II.

«Permanecei em mim, e Eu permanecerei em vós. Tal como o sarmento não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós, se não permanecerdes em mim» (Jo 15,4). Se a Igreja pode oferecer vida e salvação ao mundo inteiro é porque tem as suas raízes em Cristo, seu Fundador. Este enraizamento dá-se em primeiro lugar através dos sacramentos, com a Eucaristia no centro. Instituídos por Cristo, eles são colunas fundantes da Igreja, que geram continuamente como Seu corpo e Sua esposa. Intimamente ligado à Eucaristia, encontra-se o sacramento da Ordem, no qual Cristo se torna presente na Igreja como fonte da sua vida e da sua acção. Os sacerdotes estão configurados «com Cristo sacerdote, de modo a poder actuar em nome de Cristo, cabeça da Igreja» (Presbyterorum ordinis, n. 2).

Cristo quis conferir este sacramento aos doze apóstolos, todos homens, que, por sua vez, o transmitiram a outros homens. A Igreja sempre se reconheceu vinculada a esta decisão do Senhor, a qual exclui que o sacerdócio ministerial possa ser validamente conferido às mulheres. João Paulo II, na Carta Apostólica Ordinatio sacerdotalis, de 22 de Maio de 1994, ensinou, «com o fim de afastar qualquer dúvida sobre uma questão de grande importância que pertence à própria constituição divina da Igreja» e «em virtude do [seu] ministério de confirmar os irmãos» (cf. Lc 22, 32), «que a Igreja não tem de modo algum a faculdade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres, e que esta sentença deve ser considerada como definitiva por todos os fiéis da Igreja» (n. 4). A Congregação para a Doutrina da Fé, em resposta a uma dúvida sobre o ensinamento da Ordinatio sacerdotalis, confirmou que se trata de uma verdade pertencente ao depósito da fé.

Nesta perspectiva, causa séria preocupação ver surgir ainda em alguns países vozes que colocam em dúvida o carácter definitivo desta doutrina. Para sustentar que tal doutrina não é definitiva, argumenta-se que não foi definida ex cathedra e que, portanto, uma decisão posterior de um futuro Papa ou Concílio poderia revogá-la. Semeando estas dúvidas, cria-se grave confusão entre os fiéis, não somente sobre o sacramento da Ordem como parte da constituição divina da Igreja, mas também sobre o Magistério ordinário que pode ensinar de modo infalível a doutrina católica.

Em primeiro lugar, no que se refere ao sacerdócio ministerial, a Igreja reconhece que a impossibilidade de ordenar mulheres pertence à «substância do sacramento» da Ordem (cf. Denzinger-Hünermann, 1728). A Igreja não tem capacidade para mudar esta substância, porque é precisamente a partir dos sacramentos, instituídos por Cristo, que ela é gerada como Igreja. Não se trata somente de um elemento disciplinar, mas doutrinal, enquanto diz respeito à estrutura dos sacramentos, que são lugar originário do encontro com Cristo e da transmissão da fé. Portanto, não estamos diante de um limite que impediria a Igreja de ser mais eficaz na sua actividade no mundo. Com efeito, se a Igreja não pode intervir, é porque nesse ponto intervém o amor originário de Deus. Ele actua na ordenação dos presbíteros, de modo que a Igreja tenha sempre, em cada situação da sua história, a presença visível e eficaz de Jesus Cristo «como fonte principal da graça» (Francisco, Evangelii gaudium, n. 104).

Consciente de não poder modificar, por obediência ao Senhor, esta tradição, a Igreja esforça-se também em aprofundar o seu significado, uma vez que a vontade de Jesus Cristo, que é o Logos, nunca está privada de sentido.Com efeito, o sacerdote actua na pessoa de Cristo, esposo da Igreja, e o seu ser homem é um elemento indispensável desta representação sacramental (cf. Congregação para a Doutrina da Fé, Inter insigniores, n. 5). Certamente, a diferença de funções entre o homem e a mulher não leva consigo nenhuma subordinação, mas um enriquecimento mútuo. Recorde-se que a figura perfeita da Igreja é Maria, a Mãe do Senhor, a qual não recebeu o ministério apostólico. Vê-se assim que o masculino e o feminino, linguagem originária que o Criador inscreveu no corpo humano, são assumidos na obra de nossa redenção. Precisamente a fidelidade ao desígnio de Cristo sobre o sacerdócio ministerial permite, então, aprofundar e promover sempre mais o papel específico das mulheres na Igreja, já que «no Senhor, nem o homem existe sem a mulher, nem a mulher existe sem o homem» (1 Cor 11, 11). Além disso, pode-se lançar assim uma luz na nossa cultura, que tem dificuldade em compreender o significado e a bondade da diferença entre o homem e a mulher, o que afecta também a sua missão complementar na sociedade.

Em segundo lugar, as dúvidas levantadas sobre o carácter definitivo da Ordinatio sacerdotalis têm graves consequências também no modo de compreender o Magistério da Igreja. É importante reafirmar que a infalibilidade não diz respeito somente aos pronunciamentos solenes de um Concílio ou do Sumo Pontífice quando fala ex cathedra, mas também ao ensinamento ordinário e universal dos bispos espalhados pelo mundo quando propõem, em comunhão entre si e com o Papa, a doutrina católica que deve ser considerada definitiva. Foi a esta infabilidade que se referiu João Paulo II na Ordinatio sacerdotalis. Assim, ele não declarou um novo dogma, mas, com a autoridade que lhe foi conferida como Sucessor de Pedro, confirmou formalmente e tornou explícito, com o fim de dissipar qualquer dúvida, aquilo que o Magistério ordinário e universal considerou ao longo de toda a história da Igreja como pertencente ao depósito da fé. Precisamente este modo de se pronunciar reflecte um estilo de comunhão eclesial, já que o Papa não quis actuar sozinho, mas como testemunha que escuta uma tradição ininterrupta e vivida. Por outro lado, ninguém negará que o Magistério possa expressar-se infalivelmente sobre as verdades que estão necessariamente relacionadas com o dado formalmente revelado, pois somente deste modo pode exercer a sua função de guardar santamente e expor fielmente o depósito da fé.

Outra prova do empenho com que João Paulo II examinou a questão, foi a consulta prévia que ele quis ter em Roma com os Presidentes das Conferências Episcopais que estavam seriamente interessados nesta problemática. Todos, sem excepção, declararam, com plena convicção, por obediência da Igreja ao Senhor, que ela não possui a faculdade de conferir a ordenação sacerdotal a mulheres.

Sobre este ensinamento insistiu também Bento XVI, recordando, na Missa Crismal de 5 de Abril de 2012, que João Paulo II «declarou de maneira irrevogável» que a Igreja, em relação à ordenação de mulheres, «não recebeu nenhuma autorização da parte do Senhor». A seguir, Bento XVI perguntou-se, a propósito de alguns que não acolheram esta doutrina: «Mas a desobediência será verdadeiramente um caminho? Pode-se perceber nisto algo da configuração com Cristo, que é o pressuposto de toda a verdadeira renovação, ou, pelo contrário, não será apenas um impulso desesperado para fazer algo, para transformar a Igreja segundo os nossos desejos e as nossas ideias?».

Sobre o tema tratou também o Papa Francisco. Na sua Exortação Apostólica Evangelii gaudium, reafirmou que não põe em questão «o sacerdócio reservado aos homens, como sinal de Cristo Esposo que Se entrega na Eucaristia», e convidou a não interpretar esta doutrina como expressão de poder, mas de serviço, de modo que se perceba melhor a igual dignidade de homens e mulheres no único Corpo de Cristo (n. 104). Na conferência de imprensa, durante o voo de regresso da viagem apostólica à Suécia, em 1 de Novembro de 2016, o Papa Francisco reafirmou: «Sobre a ordenação de mulheres na Igreja Católica, a última palavra clara foi dada por São João Paulo II, e esta permanece».

Neste tempo, em que a Igreja é chamada a responder a muitos desafios da nossa cultura, é essencial que ela permaneça em Jesus, assim como os sarmentos na videira. É por isso que o Mestre nos convida a que as suas palavras permaneçam em nós: «se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor» (Jo 15,10). Somente a fidelidade às suas palavras, que não passarão, assegura o nosso enraizamento em Cristo e no seu amor. Somente o acolhimento do seu sábio desígnio, que toma forma nos sacramentos, revigora as raízes da Igreja, a fim de que possa dar frutos de vida eterna.

Fonte: link Cliturgica.org

https://www.presbiteros.org.br/

Do Livro sobre a morte de seu irmão Sátiro, de Santo Ambrósio, bispo

Santo Ambrósio | Canção Nova

(Lib. 2,40.41.46.47.132.133:CSEL 73,270-274.323-324)             (Séc.IV)

 

Morramos com Cristo, para vivermos com ele

Percebemos que a morte é lucro, e a vida, castigo. Por isso Paulo diz: Para mim, viver é Cristo, e morrer é lucro (Fl 1,21). Como unir-se a Cristo, espírito da vida, senão pela morte do corpo? Morramos então com ele, para com ele vivermos. Morramos diariamente no desejo e em ato, para que, por esta segregação, nossa alma aprenda a se subtrair das concupiscências corporais. Que ela, como se já estivesse nas alturas, onde não a alcançam os desejos terrenos, aceite a imagem da morte para não incorrer no castigo da morte. Pois a lei da carne luta contra a lei do espírito e apoia-se na lei do erro. Mas qual o remédio? Quem me libertará deste corpo de morte? (Rm 7,24) A graça de Deus, por Jesus Cristo, nosso Senhor (cf. Rm 7,25s).

Temos o médico, usemos o remédio. Nosso remédio é a graça de Cristo, e corpo de morte é o nosso corpo. Portanto afastemo-nos do corpo e não se afaste de nós o Cristo! Embora ainda no corpo, não lhe obedeçamos, não abandonemos as leis naturais, mas prefiramos os dons da graça.

E que mais? Pela morte de um só, o mundo foi remido. Cristo, se quisesse, poderia não ter morrido. Não julgou, porém, dever fugir da morte como coisa inútil nem que nos salvaria melhor, evitando a morte. Com efeito, sua morte é a vida de todos. Somos marcados com sua morte, ao orar anunciamos sua morte, ao oferecer o sacrifício pregamos sua morte. Sua morte é vitória, é sacramento, é a solenidade anual do mundo.

Não diremos ainda mais sobre a sua morte, se provarmos pelo exemplo divino que dela resultou a imortalidade, e que a morte se redimiu a si mesma? Não se deve lastimar a morte, que é causa da salvação do povo. Não se deve fugir da morte, que o Filho de Deus não rejeitou, e da qual não fugiu.

Na verdade, a morte não era da natureza, mas converteu-se em natureza. No princípio, Deus não fez a morte, mas deu-a como remédio. Pela prevaricação, condenada ao trabalho de cada dia e ao gemido intolerável, a vida dos homens começou a ser miserável. Era preciso dar fim aos males, para que a morte restituísse o que a vida perdera. Pois a imortalidade seria mais penosa que benéfica, se não fosse promovida pela graça.

Por isso, tem o espírito de afastar-se logo da vida tortuosa e das nódoas do corpo terreno, e lançar-se para a celeste assembleia, embora pertença só aos santos lá chegar, e cantar a Deus o louvor, descrito no livro profético, que os citaristas cantam: Grandes e maravilhosas tuas obras, Senhor Deus onipotente; justos e verdadeiros teus caminhos, ó Rei das nações! Quem não temeria e não glorificaria teu nome? Porque só tu és santo; todos os povos irão e se prostrarão diante de ti (Ap 15,3-4). Contemplar também, ó Jesus, tuas núpcias, nas quais a esposa, ao canto jubiloso de todos, é conduzida da terra ao céu – a ti virá toda carne (Sl 64,3) – já não mais manchada pelo mundo, mas unida ao espírito.

Era isto que o santo Davi desejava, acima de tudo, contemplar e admirar, quando dizia: Uma só coisa pedi ao Senhor, a ela busco: habitar na casa do Senhor todos os dias de minha vida e ver as delícias do Senhor (Sl 26,4).

https://liturgiadashoras.online/

Porque rezar pelas almas?

Canção Nova


A Tradição Católica de visitar os Túmulos e Rezar

Pelos Mortos no Dia de Finados 

Dois de Novembro é tradicionalmente o dia dedicado para visitar os túmulos dos entes amados que já voltaram para a “Casa do Pai”, levar flores e fazer preces e orações. Este costume vem desde o século XIII, mas, mesmo antes da Igreja fixar um dia de Homenagem aos mortos os cristãos já tinham reservavam um dia específico para essas intenções.

Porque rezar pelas almas? Em primeiro lugar porque são práticas de devoção e caridade. Interceder pelas almas do purgatório faz parte das Obras de Misericórdia, conforme define o Catecismo da Igreja Católica (2447): As obras de misericórdia são as ações caritativas pelas quais socorremos o próximo em suas necessidades corporais e espirituais.

Segundo por acreditar na existência do purgatório, “Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não estão completamente purificados, embora tenham garantida a sua salvação eterna, passam, após sua morte, passam por uma purificação, a fim de obterem a santidade necessária para entrarem na igreja do céu. … A Igreja denomina Purgatório a esta purificação final dos eleitos… (Catecismo da Igreja Católica, 1030-1031).

Por fim não podemos deixar de falar do conforto que traz aos corações dos familiares. Para Katia Souza, moradora de Taguatinga, visitar o cemitério dia de finados, é uma tradição na família desde que era criança. Iam juntos às sepulturas dos avós e tios. Não é que a gente esquece das pessoas que perdemos, diz Katia, mas é o dia que as orações se unem por todas as almas do purgatório.  No entanto de uns anos para cá, com o fato do cemitério ficar muito cheio nesse dia, a família passou a fazer as visitas aos túmulos do pai e do irmão, no Campo da Esperança do Plano Piloto, na semana que antecede o feriado.

Kátia ainda relata que a mãe e os irmãos já foram e que irá após o dia dois, ela ressalta que todos os anos no dia do falecimento dos entes queridos coloca a missa em intenção de suas almas. E o Dia de Finados carrega um sentimento especial pois, além de pedir pelo seu, também faz orações por todas as almas, mesmo sem conhecer, pois, as orações alcançam muitas almas que precisam. É um dia mais introspectivo, pensamos nas pessoas que com saudades e aperto no coração, mas o fato de nos reunirmos para rezar os mantém vivos em nossas memorias.

O Diácono Marcos Mascarenhas, da Paróquia Cristo Redentor de Taguatinga Norte nos lembra que o Dia Primeiro de Novembro é dedicado a Todos os santos e fala sobre a tradição de Finados, confira abaixo:

“É uma tradição bonita porque é o que demonstra que a Igreja de Cristo é única, é o  dia em que nós podemos meditar mais sobre os aspectos da Igreja que é peregrina, a igreja que é purgativa, no sentido de ser uma Igreja que se prepara para a eternidade, e uma Igreja triunfante, aqueles que já estão na Glória. É o dia que todo o povo de Deus se une nessa oração, ou seja, pela Igreja peregrina, pela Igreja suplicante, aquela que suplica estar o mais rápido possível na presença de Deus e a igreja triunfante, aqueles cuja almas já estão na Glória. É nesse sentido então que celebramos o Dia de Finados”.

Outra coisa interessante também, continua Diácono Marcos, “o cemitério é uma tradição de cristão católicos. Chamados Campos Santos, é uma tradição católica. Os cristãos enterravam seus irmãos, seus entes queridos em lugares assim chamados campos santos, após então as catacumbas. Temos então, a ideia de cemitério como conhecemos hoje trazidas pelos primeiros cristãos.

Importante ressaltar ainda, que todos aqueles que buscam rezar nesse dia, nos cemitérios ou nas missas, pelos fiéis defuntos, estando em estado perfeito de graça, logram indulgências para aqueles que estão no purgatório. Os que participam da oração da igreja, da missa, comungam na intenção do Papa, rezam o Pai Nosso e as Ave Marias próprias desse dia. Então a essas pessoas são concedidas indulgências até oito dias após o Dia de finados”.

No Brasil, além de ir ao cemitério visitar, enfeitar os túmulos e acender velas, há uma programação especial com vários horários para as celebrações da Santa Missa. Este ano por conta da pandemia, as missas serão nas paróquias que seguindo orientações da Arquidiocese procurando manter os mesmos horários das missas de domingo. Da mesma forma houve algumas alterações para alcançar a indulgência plenária aos os fiéis defuntos, isso para garantir que os fiéis possam cumprir suas devoções de forma segura.

Como as almas do purgatório nada podem fazer por si mesmas, cabe a nós cristãos rezar por elas, fazer orações em sufrágio, especialmente por aquelas mais esquecidas que ninguém se lembra. Elas sofrem por estar longe de Deus, pois nossa alma tem sede e almeja alcançar o céu. Conforme diz Santo Agostinho (Hom.,XVI), “Uma das obras mais santas, um dos melhores exercícios de piedade que podemos praticar neste mundo, é oferecer sacrifícios, esmolas e orações pelos defuntos”.

Cleides Batista – Escritora para a Pascom Brasília
Arquidiocese de Brasília

A missão de um sonhador

Gaia dos rios da Amazônia
27 outubro 2020

Gaia é o nome de uma típica embarcação que navega nos rios amazónicos, pintada de amarelo, inteiramente de madeira, com dois conveses e dotada de redes para dormir à noite sob o céu equatorial que se reflete nas águas escuras ou para ouvir o canto inquietador dos macacos. Tornou-se lenda, nesta terra de maravilhas naturais e de sofrimentos humanos, graças a um sonhador chamado Oliviero Pluviano. Jornalista, hoje aposentado, músico itinerante  e ex-correspondente no Brasil da Agência italiana de imprensa (Ansa), um belo dia decidiu que Gaia, já julgada inadequada para socorrer os doentes da região de Santarém, poderia ser o instrumento para realizar um sonho: levar o cinema aos povos indígenas mais distantes, pobres e isolados da Amazónia, a aldeias em palafitas onde ninguém jamais vira um filme e muitas pessoas nem sequer imaginavam que pudesse existir tal oportunidade de admiração e maravilha.

Levá-lo às comunidades mais isoladas, cuja identidade — e muitas vezes a própria sobrevivência — é ameaçada pela desflorestação, pela violência dos colonos e pelos devastadores incêndios criminosos que, para dar espaço ao cultivo especulativo, destroem o pulmão do planeta. Pluviano — sangue genovês, rosto emoldurado por cabelo macio, barba e bigode brancos — queria que a sua “gaiola” colorida, com uma marcha ligeiramente torta mas muito rápida, espalhasse cultura e alegria entre os índios.  «Não é justo viver só de mandioca e peixe». Na esteira de Fitzcarraldo, o homem que esperava construir um teatro de Ópera lírica na Amazónia e inspirador de um grande filme de Werner Herzog, em 2011 Oliviero zarpou com os primeiros filmes, recebidos da embaixada italiana. Havia também “La vita è bella”, de Roberto Benigni que, Pluviano recorda, se tornou um sucesso imediato entre as comunidades indígenas. Desde então até 2020, Gaia navega no coração da Amazónia para relançar a magia do cinema em lugares esquecidos por todos: do rio Tapajós, afluente do Amazonas, a cursos de água como o Arapiuns, com as suas brancas praias caribenhas e os seus crepúsculos ardentes, ou como o misterioso Paru, um rio de beleza pungente, rodeado pelas árvores mais imponentes da floresta, com quase 100 metros de altura. Em cada etapa, os membros da tripulação de Gaia preparam o cinema durante o dia. Penduram a lona onde podem, instalam o projetor e o sistema de som, verificam se o gerador elétrico funciona; cheias de encanto, as crianças acompanham as preparações, no meio de um alvoroço de macacos, tucanos e araras. A cozinheira de bordo, Lucineide, prepara as pipocas, que certamente não podem faltar num cinema digno desse nome. «A felicidade no olhar de uma criança não tem preço», explica o piloto de Gaia, Dinho, acostumado a navegar em águas traiçoeiras, onde há até piratas. Mas depois veio o coronavírus. Ao longo dos cursos de água, no sulco das doenças trazidas há séculos pelos conquistadores europeus, a Covid-19 atingiu cidades e aldeias, transformando a Amazónia na região mais afetada e indefesa do Brasil. Gaia voltou a zarpar, desta vez para entregar mais de 30 toneladas de ajudas alimentares às comunidades indígenas. «Quando chegamos, as pessoas recebem-nos com admiração», observa Pluviano, «pois  mais ninguém se ocupa delas». Durante a pandemia morreram vários feiticeiros e caciques idosos: assim desapareceram inteiras “bibliotecas” de conhecimentos, explica.

É por isso que, quando acabar a emergência de saúde, ele quer voltar a navegar, e não só para divulgar o cinema, mas também para reunir histórias e o saber dos sobreviventes mais idosos, antes que seja demasiado tarde. «Além disso, tenho outro sonho. Posso dizê-lo? Construir um Templo de Deus, em madeira e ferro, em Alter de Chão, um dos lugares mais lindos da Amazónia, para todos os credos, no centro de uma região onde está em jogo a salvação do planeta».

Elisa Pinna

L'Osservatore Romano

O purgatório descrito por pessoas que já estiveram lá

Public Domain

Confira o relato de pessoas que tiveram esta experiência extraordinária e a contam detalhadamente.

A tradição litúrgica expôs, desde o início dos tempos, a existência de uma condição na qual as almas permanecem depois da morte e se purificam para poder alcançar em algum momento a glória plena. É o chamado “purgatório”, palavra que vem do latim “purgare” e é narrada no Catecismo da Igreja Católica como um estado intermediário no qual estão “os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas imperfeitamente purificados” (1030).

Esta purificação que aperfeiçoa a cura e libertação é uma realidade escatológica, verdade de fé, que foi proclamada desde os primeiros tempos do cristianismo, afirmada por santos, papas e pelo testemunho da própria Nossa Senhora em algumas das suas aparições. Para aprofundar no tema, você pode ler o artigo “O que é o purgatório?”.

Um “fogo de amor”

Bento XVI abordou este dogma de fé durante uma catequese de janeiro de 2011, na qual explicou que o purgatório não é tanto um “espaço”, mas um “fogo interior” que purifica a pessoa e a prepara para contemplar Deus.

Naquela ocasião, Bento XVI recordou as palavras de Santa Catarina de Gênova, que, conta, em sua obra “Tratado do Purgatório”, uma revelação particular. É uma experiência mística na qual ela descreve que “a alma separada do corpo, quando se encontra naquela pureza em que foi criada, vendo-se com tal impedimento, que não pode ser eliminado a não ser por meio do purgatório, imediatamente se lança a ele, com toda a sua vontade”.

Com extraordinária precisão, esta mulher italiana do século XVI afirma: “Não acho que seja possível encontrar um contentamento comparável à de uma alma no purgatório, a não ser a dos santos no Paraíso. Este contentamento cresce cada dia pela influência de Deus nessas almas, e mais ainda na medida em que vão se consumindo os impedimentos que se opõem a esta influência”.

Doutrina de fé

A certeza do purgatório nasce na Bíblia e posteriormente os doutores da Igreja (Agostinho, Gregório Magno e São Crisóstomo) formularam uma extensa e enriquecedor doutrina da fé. Tais abordagens sobre o purgatório foram respaldadas pelos sagrados concílios de Florença (1439) e Trento (1563). Mas também são confirmados por testemunhos de dezenas de pessoas, que expõem sua experiência sobre a existência de almas que buscam a comunhão com Deus.

Um destes valiosos tesouros vem de Santa Maria Faustina Kowalska, religiosa polonesa canonizada em 2001 pelo Papa João Paulo II. Vivendo sua vocação na década de 30, ela foi testemunha de diversas aparições de Jesus na advocação da misericórdia. Foi o próprio Filho de Deus quem lhe revelou aquilo que a santa narra em seu diário de vida.

Faustina conta que, guiada pelo seu anjo da guarda, visitou o purgatório: “Encontrei-me num lugar enevoado, cheio de fogo, e, dentro deste, uma multidão de almas sofredoras. Essas almas rezavam com muito fervor, mas sem resultado para si mesmas; apenas nós podemos ajudá-las. (…) O maior sofrimento delas era a saudade de Deus. Vi Nossa Senhora que visitava as almas no Purgatório. As almas chamam a Maria ‘Estrela do Mar’. Ela lhes traz alívio. Meu anjo da guarda me fez um sinal para sair. Saímos dessa prisão de sofrimento. Ouvi uma voz interior que me disse: ‘Minha misericórdia não deseja isso, mas a justiça o exige’”.

O amigo do Padre Pio que esteve no purgatório

O frei Daniele Natale foi um sacerdote capuchinho italiano que se dedicou a missionar em terras hostis durante a 2ª Guerra Mundial. Ele socorria os feridos, enterrava os mortos e salvava os objetos litúrgicos. Em meio a este cenário, em 1952, na clínica “Regina Elena”, ele recebeu o diagnóstico de câncer.

Com esta triste notícia, ele foi ver o Padre Pio, seu amigo e guia espiritual, quem lhe insistiu para que tratasse sua doença. O frei Daniele viajou a Roma e encontrou o médico que lhe haviam recomendado, Dr. Riccardo Moretti. Este médico, no começo, não queria realizar a cirurgia, porque tinha certeza de que o paciente não sobreviveria. Mas, influenciado por um impulso interior, acabou aceitando o desafio.

A intervenção foi realizada no dia seguinte pela manhã. Apesar da anestesia local, o frei Daniele continuou consciente. Ele sentia dor, mas não manifestava: pelo contrário, estava contente por poder oferecer seu sofrimento a Jesus. Mas, ao mesmo tempo, ele tinha a sensação de que esta dor estava purificando sua alma dos pecados. Depois de algum tempo, ele sentiu que dormia. Para os médicos, ele havia entrado em coma, na qual permaneceu durante três dias, falecendo logo depois. Redigiram o atestado de óbito confirmado pelos médicos e seus familiares se aproximaram do seu leito para rezar pelo defunto. No entanto, após algumas horas, o “morto” voltou à vida.

Três horas de purgatório

O que será que aconteceu com o frei Daniele durante aquelas horas? Onde esteve sua alma? O frade relatou sua experiência no livro “Fra Daniele reconta”. Deste escrito, compartilhamos os seguintes trechos:

“Eu estava em pé diante do trono de Deus. Pude vê-lo, mas não como um juiz severo, e sim como um Pai carinhoso e cheio de amor. Então, percebi que o Senhor havia feito tudo por amor a mim, que havia cuidado de mim do primeiro ao último instante da minha vida, amando-me como se eu fosse a única criatura existente sobre esta terra. Percebi também, no entanto, que eu não só não havia correspondido a este imenso amor divino, senão que havia descuidado dele. Fui condenado a duas-três horas de purgatório.

‘Mas como? – perguntei-me. Somente duas-três horas? Depois vou permanecer para sempre junto a Deus, eterno amor?’. Deu um pulo de alegria e me senti como um filho predileto. (…) Eram dores terríveis, que não sei de onde vinham, mas se sentiam intensamente. Os sentidos que mais haviam ofendido Deus neste mundo: os olhos, a língua, sentiam maior dor e era algo incrível, porque no purgatório a pessoa sente como se tivesse o corpo e conhece, reconhece os outros como ocorre no mundo.

Oração

Enquanto isso, não haviam passado mais que uns poucos minutos dessas penas e já me pareciam uma eternidade. Então pensei em pedir a um irmão do meu convento que rezasse por mim, porque eu estava no purgatório. Esse irmão ficou impressionado, porque sentia a minha voz, mas não me via. Ele perguntava: ‘Onde você está? Por que não consigo vê-lo?’ (…) Só então percebi estar sem corpo. Me contentei com insistir-lhe que rezasse muito por mim e fui embora.

‘Mas como? – dizia eu a mim mesmo. Não seriam só duas ou três horas de purgatório? Mas já se passaram 300 anos!’ – pelo menos esta era a minha impressão. De repente, a Bem-Aventurada Virgem Maria apareceu para mim e lhe supliquei, implorei, dizendo-lhe: ‘Ó Santíssima Virgem Maria, Mãe de Deus, obtém para mim do Senhor a graça de retornar à terra para viver e agir somente por amor a Deus!’.

Percebi também a presença do Padre Pio e lhe supliquei: ‘Pelas suas dores atrozes, pelas suas benditas chagas, Padre Pio meu, reze por mim a Deus, para que me liberte destas chamas e me conceda continuar o purgatório sobre a terra’. Depois não vi mais nada, mas percebi que o Padre Pio conversava com Nossa Senhora (…). Ela inclinou a cabeça e sorriu para mim.

Naquele exato momento, recuperei a possessão do meu corpo. (…) Com um movimento brusco, me livrei do lençol que me cobria. (…) Os que estavam velando e rezando, assustadíssimos, correram para fora do quarto, para buscar os enfermeiros e médicos. Em poucos minutos, o hospital virou uma bagunça. Todos pensavam que eu era um fantasma.”

Agora eu acredito

No dia seguinte pela manhã, o frei Daniele se levantou sozinho da cama e se sentou em uma poltrona. Eram sete horas. Os médicos geralmente visitavam os pacientes às nove. Mas, neste dia, o Dr. Riccardo Moretti, o mesmo que havia redigido o atestado médico de óbito do frei Daniele, havia chegada mais cedo ao hospital. Ele parou na frente do frade e, com lágrimas nos olhos, disse-lhe: “Sim, agora eu acredito em Deus e na Igreja, acredito no Padre Pio!”.

O frei Daniele teve a oportunidade de compartilhar sua dor com Cristo durante mais de 40 anos após estes acontecimentos. Ele faleceu em 6 de julho de 1994, aos 75 anos, na enfermaria do convento dos Irmãos Capuchinhos de San Giovanni Rotondo (Itália).

Em 2012, foi aberta sua causa de beatificação e hoje ele é considerado Servo de Deus.

Aleteia

Dia de finados: Com estas orações pode pedir a Deus pelos defuntos

Foto referencial: Flickr - Bartheird (CC BY-NC-ND 2.0)

REDAÇÃO CENTRAL, 02 nov. 20 / 06:00 am (ACI).- “Uma flor em sua tumba murcha, uma lágrima se evapora, só a oração chega ao trono de Deus”, disse Santo Agostinho. Neste dia 2 de novembro, a Igreja recorda com muito carinho os fiéis defuntos e, por isso, recomendamos essas orações pelas almas que já partiram para a Casa do Pai.

Por uma criança

Senhor, que conhece a nossa tristeza profunda pela morte de..., concede a cada um de nós que acolhemos com dor a tua vontade de levá-lo (a), o consolo de acreditar que viverá eternamente contigo na glória. Por Jesus Cristo nosso Senhor. Amém.

Por um jovem

Concede, Senhor, a felicidade da glória eterna ao teu servo..., a quem chamou deste mundo quando em sua juventude corporal; mostra-lhe a tua misericórdia e acolha-o entre os teus santos em teu canto eterno de louvor. Por Jesus Cristo nosso Senhor. Amém.

Pelos pais e avós

Oh, Deus! Que nos pediu honrar pai e mãe. Por tua misericórdia, tem piedade do meu pai (mãe) e não recorde os seus pecados. Que eu possa vê-lo novamente na alegria do eterno esplendor. Por Cristo nosso Senhor. Amém.

Em caso de acidente ou de suicídio

Escuta, Senhor, as orações do teu povo unidas às lágrimas de dor que sentimos pela morte inesperada do nosso irmão..., e permita que ele alcance a tua misericórdia e esteja para sempre na luz daquela pátria onde não há mais sofrimento nem morte. Por Jesus Cristo nosso Senhor. Amém.

Oração no cemitério no dia dos fiéis defuntos

O costume de visitar os cemitérios no dia dos defuntos é uma boa oportunidade para rezar por eles e reafirmar a nossa fé na ressurreição. A seguir, propomos a seguinte oração para esta ocasião.

A/. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. T/. Amém.

A/. Bendigamos ao Senhor que, pela ressurreição do seu Filho, nos ajuda a nascer a uma esperança viva. T/. Bendito seja Deus para sempre.

A/. Irmãos: Todos nós temos parentes e amigos que morreram. Hoje recordamos todos aqueles que faleceram e pedimos que Deus tenha misericórdia deles. Neste cemitério, nos unimos para reafirmar a nossa fé em Cristo, que venceu a morte, e com a esperança de que também vencerá a nossa morte e nos reunirá com nossos entes queridos em seu reino de glória. Que esta celebração nos encoraje a sermos fiéis ao Senhor e a seguir os bons exemplos que nossos parentes nos deixaram em suas vidas. Comecemos reconhecendo nossos pecados diante do Senhor (momento de silêncio).

Senhor, que ressuscitou Lázaro do sepulcro. SENHOR, TENDE PIEDADE.
Cristo, que venceu a morte e ressuscitou. CRISTO, TENDE PIEDADE.
Senhor, que nos prometeu uma vida eterna contigo. SENHOR, TENDE PIEDADE.

A/ O Senhor todo-poderoso tende piedade de nós, perdoe nossos pecados e nos conduza à vida eterna. T/. Amém.

L/. Leitura da carta do apóstolo Paulo aos Romanos (6, 3-4, 8-9).

“3Ou ignorais que todos os que fomos batizados em Jesus Cristo, fomos batizados na sua morte? 4Fomos, pois, sepultados com ele na sua morte pelo batismo para que, como Cristo ressurgiu dos mortos pela glória do Pai, assim nós também vivamos uma vida nova. 8Ora, se morremos com Cristo, cremos que viveremos também com ele, 9pois sabemos que Cristo, tendo ressurgido dos mortos, já não morre, nem a morte terá mais domínio sobre ele”.

A/. Irmãos: Invoquemos com fé o Deus Pai todo-poderoso que ressuscitou dentre os mortos o seu Filho Jesus Cristo para a salvação de todos.

• Para que fortaleça o povo cristão na fé, na esperança e no amor, roguemos ao Senhor. Todos: SENHOR, ESCUTAI A NOSSA PRECE.
• Para que liberte o mundo inteiro de todas as suas injustiças, violência e sinais da morte, roguemos ao Senhor.
• Para que acolha e ilumine com a luz do seu rosto todos aqueles que morreram na esperança da ressurreição, roguemos ao Senhor.
• Para que receba em seu reino... (nomes dos falecidos) e todos os defuntos da nossa família, roguemos ao Senhor.
• Para que a nossa visita e nossas flores e velas sejam sinais da nossa fé na vida eterna, roguemos ao Senhor.
• Para que fé em Cristo mova os nossos corações para dar frutos de solidariedade e de justiça, roguemos ao Senhor.

A/. Oremos, irmãos, como Jesus nos ensinou.

T/. Pai Nosso... Ave Maria ... Glória ao Pai ...

A/. Deus de todo consolo, que com amor inefável criaste o homem e por meio da ressurreição do teu Filho deu aos crentes a esperança de ressuscitar, derrame sobre nós a tua bênção. T/. Amém.

A/. Que Deus nos conceda o perdão dos nossos pecados e conceda aos que morreram o lugar da luz e da paz. T/. Amém.

A/. Que Deus nos conceda viver eternamente com Cristo, que proclamamos ressuscitado dentre os mortos. T/. Amém.

A/. E a bênção de Deus todo-poderoso Pai, Filho e Espírito Santo desça sobre nós e nos acompanhe sempre.  T/. Amém.

A/. Dá-lhes, Senhor, o descanso eterno.  T/. E brilhe para eles a luz perpétua.

A/. Que as almas de todos os fiéis defuntos, pela misericórdia de Deus, descansem em paz.  T/. Amém.

ACI Digital

COMEMORAÇÃO DE TODOS OS FIÉIS DEFUNTOS

Finados | Vatican News

A Celebração dos fiéis defuntos é uma solenidade que tem um valor profundamente teológico, porque chama a nossa atenção para todo o mistério da existência humana, desde suas origens até o seu fim e para além também. A novidade introduzida pela nossa fé é a esperança: nós cristãos acreditamos em um Deus. que não é apenas Criador, mas também Juiz.

A morte é apenas uma porta ...

Logo, Deus é também é um Juiz! O seu juízo vai para além do tempo e do espaço, em uma vida após a morte e na vida eterna, na qual o Reino de Deus se realiza plenamente. O julgamento do Senhor será duplo: além de responder individualmente às nossas ações, no final dos tempos, seremos chamados a responder-lhes também como humanidade.
Se morrermos em Cristo, porque vivemos a nossa vida em comunhão com Ele, seremos admitidos na Comunhão dos Santos.
A celebração de hoje se insere nesta perspectiva: a Igreja não esquece seus irmãos falecidos, mas reza por eles, oferece sufrágios, celebra Missas e oferece esmolas, para que também as almas, que ainda precisam de purificação, após a morte, possam alcançar a visão de Deus.

Cristo venceu a morte!

A morte é um acontecimento inevitável. Cada um de nós pode entender isso pela própria experiência pessoal. Segundo a visão cristã, porém, não é considerada um fato natural. Pelo contrário, é o oposto da vontade de Deus! Deus, o Senhor da vida, nos dá a vida em abundância e a morte é uma mera consequência do nosso pecado. Entretanto, em Cristo, Deus toma sobre si os nossos pecados e suas consequências. Desta forma, a morte se torna uma passagem, uma porta.
Graças à vitória de Cristo sobre a morte, podemos superar o medo que temos dela e a dor que sentimos quando atinge alguém que está próximo de nós.
Enfim, para o cristão, não há distinção entre vivos e mortos, porque nem os mortos são "mortos", mas "defuntos", ou seja, "privados das funções terrenas", à espera de serem transformados pela Ressurreição.

História e origem desta celebração

A “pietas” humana para com os defuntos remonta aos primórdios da humanidade. Mas, como vimos, com o advento do cristianismo a perspectiva muda radicalmente.
Os primeiros cristãos, como podemos facilmente observar nas catacumbas, esculpiam a figura de Lázaro nos túmulos, como anseio de que seus entes queridos pudessem também voltar à vida, por intermédio de Cristo.
No entanto, somente no século IX começou a celebração litúrgica de um falecido, como herança do uso monacal, já em vigor no século VII, de empregar, dentro dos mosteiros, um dia inteiro de oração por um falecido.
Este costume, porém, já existia no rito bizantino, que celebrava os mortos no sábado anterior à Sexagésima, um período entre o fim de janeiro e o mês de fevereiro.
Mais tarde, no ano 809, o Bispo de Trier, Dom Amalário Fortunato de Metz, inseriu a memória litúrgica dos falecidos - que aspiram ao céu - no dia seguinte ao dedicado a Todos os Santos, que já estavam no céu.
Enfim, em 998, por ordem do abade de Cluny, Odilone de Mercoeur, a solenidade de Finados foi marcada para o dia 2 de novembro, precedida por um período de preparação de nove dias, conhecido como Novena dos Defuntos, que começava no dia 24 de outubro.

Vatican News

domingo, 1 de novembro de 2020

Com o auxílio da tecnologia, figura de Cristo é reconstruída em 3D

Guadium Press

Itália – Veneza (30/10/2020 16:00, Gaudium Press) A reconstrução em 3D do homem do Santo Sudário de Turim, torna ainda mais claro, se isto é possível, que estamos diante do Cristo descrito nos Evangelhos.

De julho a setembro, o Museu da ‘Scuola Grande di San Marco’ em Veneza apresentou a exposição “O Cristo do Santo Sudário: Uma Anatomia Sagrada Tridimensional”, que incluía um modelo 3D de Jesus Cristo seguindo a informação oferecida pela Síndone.

Os trabalhos para a realização da imagem 3D de Cristo demoraram dois anos. Para a reconstrução se utilizou uma foto tirada pelo fotógrafo Gian no ano de 2002, a qual se fez um amplo trabalho de laboratório para acentuar os detalhes. A fotografia trabalhada foi entregue ao escultor Sergio Rodella, que estabeleceu o perfil e a postura do corpo.

A voz de um especialista

“Consideramos que temos finalmente a imagem precisa de como era Jesus nesta terra. De agora em diante já não se poderá representá-lo sem ter esta obra em conta”, expressou em seu momento o professor Giulio Fanti, da Universidade de Pádua. “Segundo nossos estudos, Jesus era um homem de uma beleza extraordinária. Esbelto, mas muito robusto, tinha um metro e oitenta de altura, quando a estatura média da época era de 1,65 metros. E tinha uma expressão real e majestosa”, afirma.

A projeção tridimensional da figura do Santo Sudário, permite fazer uma estimativa das feridas que infligiram em Cristo:

“No Santo Sudário –expressa o professor Fanti– se contaram 370 feridas de flagelo, sem ter em conta as laterais, que a tela não oferece porque envolvia apenas a parte da frente e as costas do corpo. Mas podemos lançar a hipótese de cerca de 600 golpes. Além disso, a reconstrução tridimensional permitiu reconstruir que na hora da morte, o homem do Sudário estava encurvado para a direita porque o ombro direito estava deslocado de maneira tão grave que feriu os nervos”. (EPC)

https://gaudiumpress.org/

Santa Catarina de Alexandria, Megalomártir († c.305)

Santa Catarina de Alexandria | ECCLESIA

Pedro Bargelline, no livro “Mille Santi Del Giorno” diz: “entre as santas que levam o nome de Catarina, a mais conhecida na literatura é Catarina de Sena; a mais célebre na história da espiritualidade é Catarina de Gênova; porém, a mais venerada universalmente, tanto pelo Ocidente quanto pelo Oriente é Santa Catarina de Alexandria”.

Nascida em Alexandria no Egito, foi virgem ilustre e não somente por nobreza de nascimento, formosura, riqueza, mas também por um grau de ciência incomum. Era filha do Rei Costus do Egito. Um dia sua mãe apresentou-a a um eremita. Vendo ele a graça e a inteligência de Catarina resolveu ensinar a ela tudo sobre a vida cristã. Assim ela renunciou as riquezas e a vida de conforto que vivia e resolveu oferecer-se a Cristo e gastar sua fortuna ajudando aos pobres e necessitados. Sua mãe sempre esteve do seu lado, apoiando e incentivando a que ela prosseguisse na sua vida devotada a Cristo.

Durante toda sua vida dedicou-se com especial zelo à prática da virtude e da virgindade. Fiel a Cristo, amou-O como verdadeiro esposo. Soube por isso resistir ao afago e a brutalidade do imperador Maxentius que, tendo ido à Alexandria exigia que também ela oferecesse sacrifícios aos deuses.


«Por que queres perder esta multidão com o culto aos deuses? Aprende a conhecer a Deus, criador do mundo e ao seu único filho Jesus Cristo, que com a cruz livrou a humanidade do inferno».
Narra-se que apenas com 18 anos ela animava os cristãos e assim falou ao imperador:

O imperador, impressionado pela coragem e formosura de Catarina convocou retóricos e filósofos para fazer mudar as idéias da jovem, mas aconteceu o contrário: a eloqüência da Santa convenceu de erros os próprios filósofos que se converteram ao cristianismo.

Derrotado em seus intentos o Imperador vingou-se, decretando a prisão de Catarina e, conta-se, durante o período em que permaneceu encarcerada foi nutrida milagrosamente por uma pomba e visitada por Jesus e pelos Anjos.

O imperador ordenou então que a jovem fosse dilacerada por uma roda munida de lâminas cortantes e ferros pontiagudos. Esta roda, porém, ao contato com o corpo da santa, despedaçou-se tendo seus pedaços atingido e esmagado alguns pagãos, ficando a virgem preservada do suplício. Após várias torturas, Catarina foi enfim decapitada.

A história diz que o corpo da Santa foi levado pelos anjos ao Monte Sinai onde, de fato, já antes do ano 1000 foi construído um famoso mosteiro. Neste mosteiro os monges acumularam uma rica biblioteca contendo preciosos códigos entre os quais, no século passado, foi encontrado um código do século IV escrito em grego contendo o antigo e novo testamentos, e que passou à história com o nome de Código Sinaítico, conservado no Museu de Londres.

Uma parte das relíquias da Santa foi levada por volta do ano 1000 a um convento Beneditino na França e se tornaram famosas pelo alto poder taumatúrgico.

As fontes literárias que documentam a vida e o culto da Santa estão na língua grega e remontam o século VI.

Sabe-se ainda por outra fonte que os anjos transladaram seus restos mortais, logo após seu martírio, para um sepulcro no monte onde Moisés tinha recebido as tábuas da Lei e onde atualmente se localiza o famoso mosteiro de Santa Catarina. Erguido no tempo do imperador Justiniano. Talvez, para preservá-las dos invasores árabes é que alguns séculos depois da morte algumas importantes relíquias da santa foram levadas para Mosteiro do Sinai. Com efeito, a primitiva denominação do Mosteiro era outra e o esquife da mártir não se encontra debaixo do altar-mor e no meio da Igreja mas no coro, à direita.

Outras fontes ainda revelam que durante 200 anos depois de sua morte, o seu corpo intacto foi escondido pelos cristãos até o dia em que o imperador Justiniano edificou um enorme mosteiro na Montanha do Sinai, no Egito onde o colocou. Isto ocorreu no ano 307 depois de Cristo.

Em louvor à Santa Catarina foram erguidos numerosos templos em toda a Europa; Literatura e arte andaram à porfia em celebrar os louvores e imortalizar a figura da Santa, símbolo de rara pureza, de singular beleza, de preclaro saber e de graça.

A Universidade de Paris escolheu-a como padroeira e é invocada como protetora dos estudantes e filósofos.

Na Igreja do Oriente venera-se Santa Catarina com o título de “megalomártir” (grande mártir) a virgem de Alexandria do Egito que ofereceu sua própria vida pela fé cristã no ano 305.

Tendo como sua padroeira esta Megalomártir do Cristianismo, o Estado de Santa Catarina foi presenteado pelo Arcebispado Grego Ortodoxo do Monte Sinai - Egito, com uma grande relíquia. Mons. Angelos Kontaxis, Archimandrita da Igreja Grega de Florianópolis acompanhando uma comitiva sob a direção do então governador do Estado, Dr. Esperidião Amin, esteve pessoalmente no Mosteiro Ortodoxo do Monte Sinai de onde, mais tarde, trouxe esta relíquia. O Poder Público do Estado providenciou a edificação de uma capela ecumênica, em estilo bizantino, situada em frente ao Palácio da Justiça, onde as relíquias foram depositadas para veneração dos fiéis.

REFERÊNCIAS:

BÍBLIA – Bíblia de Jerusalém (Nona Edição Revista e Ampliada). São Paulo: Paulus, 2013.


Ecclesia

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF