Translate

quarta-feira, 4 de novembro de 2020

O hospital onde trabalharam 33 médicos que se tornaram santos

Fiore Silvestro Barbato-(CC BY-SA 2.0)
por Maria Paola Daud

O Hospital dos Incuráveis, de Nápoles, é considerado o único do mundo em funcionamento há mais de 500 anos.

Hospital dos Incuráveis é um dos muitos tesouros de Nápoles. Essa joia artística já garantiu suporte, alívio e esperança aos acometidos pelas doenças graves ou difíceis.

O hospital fica no ponto mais alto da cidade antiga, onde os gregos construíram as muralhas para defender a cidade.

De fato, o lugar se transformou em um complexo médico que, por mais de 500 anos, tem sido referência para todo o sul da Itália e até da Europa.

Origens e características do hospital

A fundação do Hospital dos Incuráveis ficou a cargo da nobre catalã María Lorenza Longo, que se dedicou por muitos anos às obras de caridade. Essa mulher hoje é beata. 

O complexo de estilo renascentista inclui, por exemplo, a igreja de Santa Maria do Povo, o oratório da Compagnia dei Bianchi della Giustizia, o Hospital de de Santa Maria do Povo dos Incuráveis, o convento de Santa Maria da Consolação, a igreja de Santa Maria de Jerusalém e o claustro das “Trinta e Três”.

Além disso, uma grande escada leva a um edifício que faz parte do corpo arquitetônico do século XVI. Trata-se, portanto, da sede do mosteiro das “Convertidas” ou “Arrependidas”, uma referência às prostitutas convertidas por María Lorenza Longo.

O complexo arquitetônico também conta com um museu em que estão em exibição instrumentos médicos e cirúrgicos antigos.

No entanto, a joia artística insuperável do complexo – obra do barroco do século XVIII – é sua famosa farmácia, que conta com várias obras de arte.

Médicos e santos

De fato, o complexo hospitalar é o único do mundo em funcionamento há mais de 500 anos. Ademais, é também o único hospital onde trabalharam 33 médicos que depois foram canonizados. Por isso, também é conhecido como Hospital dos Santos.

Trabalharam no local, por exemplo: São Luis Gonzaga, São Caetano de Thiene, Santo Afonso de Ligório, São Camilo de Lélis. Nas dependências do hospital, portanto, esses médicos santos aliviaram dores, salvaram vidas e curaram doenças consideradas incuráveis.

Aleteia

O MAIOR BULLYNG NACIONAL

Dom Ricardo Hoepers
Bispo de Rio Grande - RS

A que ponto chegamos! Ao tomar consciência da ADI 5668/2017 eu lembrei do mito grego de Procusto que fazia os viajantes deitarem numa cama, no meio da noite, imobilizava-os e os obrigava a ocupar o exato tamanho do leito oferecido. Dependendo do tamanho do hóspede, ele o adaptava à cama, cortando a cabeça ou os pés, ou esticando até quebrar os ossos. É isso que alguns partidos têm feito no Brasil com suas ideologias. Se as leis, a sociedade e toda a nação não se adaptarem aos seus projetos, não servem. Eles não podem ceder, mas o país inteiro tem que ceder a eles. Falam em diálogo, mas no fundo, querem imobilizar a todos com um monólogo de sua ideologia partidária.

O Plano Nacional de Educação (PNE) passou por um longo caminho para ser aprovado. A partir de 2011 foram quatro anos de discussões, incluídos diferentes setores da sociedade, realizadas consultas públicas e as diretrizes exaustivamente debatidas em todos os segmentos previstos. Enfim, em 2014, o PNE foi aprovado nas instâncias previstas. As propostas foram sendo depuradas para que o PNE pudesse atender aos novos desafios da Educação, em meio a uma sociedade em mudança de época. Longe de ser um PNE perfeito, foi democraticamente construído, e seu valor está, tanto no processo, quanto no resultado. Depois de 2014 vinha o desafio de implementar e fazer acontecer as adequações necessárias sobre os Planos educacionais dos Estados e Municípios. E, mais uma vez, o Brasil mostrou sua vitalidade aprovando os mesmos, em seus níveis subsequentes, com a participação vigorosa e atuante dos legisladores, educadores e famílias.

Diante desse contexto gostaria de afirmar que a ADI 5668, ajuizada pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) é como a cama de Procusto: improcedente, incoerente, injusta, inconsequente, inadequada, interesseira.

·         Improcedente porque sua argumentação procede de uma carência de interpretação que quer incluir o que já está incluído.

·         Incoerente porque um partido que se diz democrático não pode impor algo que a sociedade não quer.

·         Injusta porque quer defender um único grupo em detrimento de outros.

·         Inconsequente porque não leva em conta as reais dimensões que envolvem um tema reduzindo-o a uma única estratégia.

·         Inadequada porque não considerou o processo realizado, mas só o resultado.

·         Interesseira porque não admite que seus interesses não estejam demarcados categoricamente como prerrogativa em detrimento do bem comum.

Sinceramente, não quero acreditar que o Supremo Tribunal Federal (STF) irá cair nas redes desse argumento maquiado de vingança, ajuizado na ADI 5668, que aparenta ser mais um imbróglio jurídico. Parece ser forçada por quem não admite derrota nos processos democráticos e quer impor sua ideologia goela abaixo, não se importando com quem vai se afogar. O STF tem uma chance privilegiada, um momento oportuno, de mostrar a sociedade que os processos democráticos têm um valor imprescindível para o equilíbrio social. Os partidos devem aprender a dialogar nas instâncias corretas, no momento certo e da maneira certa e não instrumentalizar o STF para seus deleites ideológicos. Ao meu ver, esse é o âmago da questão: um partido político, usando de um instrumento democrático como uma ADI, faz uma petição na maior instância jurídica do país (STF), para impor sobre toda a sociedade, através de um Plano Nacional de Educação, uma ideologia de desconstrução dos valores da família, chamada teoria de gênero. Todo o processo democrático de construção do PNE escolheu tirar essa referência ideológica. As famílias brasileiras não querem esse viés estranho aos seus valores nas escolas, pois educação sexual é uma prerrogativa do seio familiar. Mas, o PSOL não satisfeito, quer obrigar o fatídico retorno dessa proposta, através de um discurso maquiado de “prevenção do bullyng”. Isso, ao meu ver, é manipulação dos interesses da nação. O STF há de desconstruir esse intento antidemocrático.

E como fica a questão da prevenção do bullyng nas escolas públicas e particulares? O bullyng existe, é real e, de fato, muitas crianças, adolescentes e jovens sofrem essa realidade. A CNBB, em sua nota, colocou muito bem que são muitos tipos e cita alguns: em nível físico, moral, psicológico, material, verbal, sexual, social, religioso, familiar ou cibernético. Foi exatamente por isso que o PNL previu com muita propriedade toda essa amplitude que, contempladas nas Diretrizes, podem ser tratadas de modo personalizado nas suas realidades respeitando a cultura local. Assim foram aprovadas as Diretrizes do PNE:

Nas Diretrizes para a superação das desigualdades educacionais:
III – Superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da cidadania e na erradicação de todas as formas de discriminação.

Nas Diretrizes para a promoção da qualidade educacional:
V – Formação para o trabalho e para a cidadania, com ênfase nos valores morais e éticos em que se fundamenta a sociedade.

Nas Diretrizes para a promoção da Democracia e dos Direitos Humanos
X – Promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, à diversidade e à sustentabilidade socioambiental.

Está contemplada a abertura para todas as ações de defesa, proteção e prevenção ao bullyng na expressão: ERRADICAR TODAS AS FORMAS DE DISCRIMINAÇÃO.

Estão contemplados os valores que fundamentam a sociedade. O Brasil tem VALORES MORAIS E ÉTICOS que devem ser respeitados dentro do processo democrático.

Está contemplado o respeito aos DIREITOS HUMANOS E À DIVERSIDADE que temos no nosso país.

Portanto, diante dessa perspectiva é necessário um grande esforço em nível nacional, de todos os setores da sociedade, para adequar as realidades educacionais àquilo de melhor que o PNE propõe, de maneira especial a valorização dos nossos educadores. Essa sim seria a pauta mais digna para uma Ação Direta de Inconstitucionalidade no STF: A VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO. É inconstitucional o tratamento que está sendo dado aos profissionais da área da educação conforme rege a Constituição no art. 206, inciso V, que trata da valorização dos profissionais da educação escolar. Se alguém está sofrendo bullyng em nosso país, são os nossos educadores, que são intimidados a sofrer a humilhação de dar o melhor de si e receber o desprezo e a desvalorização profissional estampados nos seus salários. Esse é o maior bullyng nacional.

O Papa Francisco já se manifestou em muitos discursos oficiais sobre a ideologia de gênero. Falando para os jovens de Nápoles, em 2015, o Papa Francisco diz que a teoria de gênero é um erro da mente humana. E mais: “A crise da família é uma realidade social. Há as colonizações ideológicas das famílias, modalidades e propostas que estão na Europa e provêm também de além-mar. E ainda o erro da mente humana que é a teoria de gênero, que cria muita confusão. Assim a família está sob ataque”.

Os termos usados pelo PSOL para justificar a ADI 5668, tais como “heteronormatividade, norma cisgênera, homossexuais, bissexuais, assexuais, travestis, transexuais ou intersexos” são extremamente complexos, sem consenso científico, e trazem muita confusão quando utilizados indevidamente para crianças e adolescentes. E o problema se torna ainda maior ao ser jogado nas costas do educador a responsabilidade de distinguir essas situações e resolver esses dilemas criados e impostos por grupos ideológicos. Se a família está sob ataque, como diz o Papa, neste caso, eu diria que querem tornar a escola o campo de guerra.

Talvez para responder a esses desafios educacionais já temos uma perspectiva que nos traz o próprio Papa Francisco: um Pacto Educativo Global. É uma proposta que une as famílias, comunidades, escolas e universidades, as instituições, as religiões, governantes, a humanidade inteira “na formação de pessoas maduras”. O Pacto Educativo Global parte da figura de um provérbio africano: “Para educar uma criança, é necessária uma aldeia inteira”, isto é, todos somos responsáveis. Vamos voltar a focar no essencial, e para um país se desenvolver o essencial é cuidar da família e da educação, pois o resto vem por consequência.

CNBB

Líder católico explica por que extremistas muçulmanos atacam a França

Foto referencial. Crédito: Unsplash

PARIS, 03 nov. 20 / 10:05 am (ACI).- Após o atentado ocorrido à Catedral de Nossa Senhora da Assunção em Nice, Denis Jordan, vice-presidente da iniciativa juvenil Protège ton Église (Protege tua Igreja), garantiu que extremistas muçulmanos estão atacando a França porque esta é "a filha mais velha da Igreja".

“A França é um símbolo. A França é a filha mais velha da Igreja. É a nação com um rei santo que liderou as cruzadas (essas palavras específicas estão em uma comunicação de 25 de outubro de Thabat, a agência não oficial da Al Qaeda)”, explicou Jordan à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, em 1º de novembro, após o ataque de 29 de outubro no qual três pessoas foram assassinadas.

Naquela manhã, um homem armado com uma faca entrou na Basílica de Nossa Senhora da Assunção de Nice, gritou "Allah Akbar" (Alá é grande) e matou três pessoas.

Jordan disse à ACI Prensa que a França "é considerada por um importante autor islâmico, Abou Moussah Al Souri, como a porta para a conquista da Europa". Este muçulmano “é conhecido por ser o ideólogo da 'terceira jihad (guerra santa muçulmana)' que vê a Europa como o primeiro lugar a atacar, especialmente a França, pelas guerras no Afeganistão e outros, e assim aumentar a islamofobia e dar aos muçulmanos uma razão para se unirem contra o Ocidente”.

“Essa retórica também foi usada por Ayman Al-Zawahiri, atual líder da Al Qaeda). Isso está escrito”, acrescentou Jordan.

O vice-presidente de “Protege a tua Igreja” disse que outro motivo para os ataques muçulmanos contra a França se encontra no Alcorão, exatamente na surata 9, versículo 36.

Esta passagem do livro sagrado islâmico indica que “o número de meses, para Alá, é doze. Foram inscritos na Escritura de Alá no dia em que criou os céus e a terra. Quatro deles são sagrados: Essa é a verdadeira religião. Não sejais injustos com vós mesmos não respeitando-os! E combatei unanimemente os idólatras, tal como vos combatem; e sabei que Alá está com os que o temem”.

Denis Jordan disse à ACI Prensa que “os muçulmanos acreditam que os cristãos são politeístas por causa da Santíssima Trindade. A explicação dos ataques é simples, está escrita em preto e branco numa folha de papel”.

Jordan disse que embora não tenham planejado nenhum evento em relação aos recentes ataques na França, certamente "apoiam as muitas manifestações de solidariedade e rezam pelas vítimas".

Quando questionado sobre o que pensa do atentado em Nice, o jovem católico disse que “este trágico acontecimento é um entre muitos outros que estão se tornando parte da vida cotidiana na França. Não há nada para 'pensar' exatamente sobre este evento, mas devemos considerá-lo para o futuro. O mais difícil é não entender, mas admitir”.

“Protège ton Église” (Protege tua Igreja) é uma iniciativa de um grupo de jovens na França que surgiu entre março e abril de 2019 em face da onda de ataques a templos católicos e lugares sagrados.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

ACI Digital

S. CARLOS BORROMEU, ARCEBISPO DE MILÃO E CARDEAL

S. Carlos Borromeu, Giovanni Battista Crespi 

Das margens do Lago Maggiore pode-se ver a estátua de São Carlos Borromeu, que predomina sobre a cidadezinha de Arona: construída no século XVII, tem 35 metros de altura, incluindo sua base. A escultura em cobre e ferro representa o Arcebispo de Milão que abençoa. No entanto, o monumento tem uma particularidade: pode ser visitado por dentro, graças a uma longa escadaria. Quem consegue subir os numerosos degraus, pode admirar o mundo subjacente por meio de duas aberturas nos olhos de Borromeu. Nisto consiste o ensinamento deste Santo: olhar o mundo através dos seus olhos, isto é, através da sua caridade e humildade.

De "bispo-menino" a "gigante da santidade"

Primeiro, "bispo-menino", depois "gigante da santidade". A vida de São Carlos Borromeu desenvolveu-se sobre estes dois polos, em uma aceleração do tempo, proporcional à sua ação pastoral.
De fato, o pequeno Carlos queimou as etapas: nasceu em 2 de outubro de 1538, em Arona, na nobre família Borromeu, sendo o segundo filho de Gilberto e Margarida. Com apenas 12 anos, recebeu o título de "comendatário" de uma abadia beneditina local. Seu título honorífico proporcionava-lhe uma renda considerável, mas o futuro Santo quis destinar seus bens à caridade dos pobres.

O Concílio de Trento

Carlos Borromeu estudou Direito Canônico e Direito Civil em Pavia. Em 1559, aos 21 anos, tornou-se Doutor in utroque jure.
Poucos anos depois, faleceu seu irmão mais velho, Frederico. Muitos aconselharam Carlos a deixar o encargo eclesiástico para ser chefe de família. Ao invés, decidiu seguir sua vocação sacerdotal.
Em 1563, aos 25 anos, foi ordenado sacerdote e, logo a seguir, consagrado Bispo, título que lhe permitiu participar das últimas etapas do Concílio de Trento (1562-1563). Assim, tornou-se um dos principais promotores da chamada "Contra-reforma" e colaborador na redação do"Catecismo Tridentino".

Arcebispo de Milão com apenas 27 anos

Colocando logo em prática as orientações do Concílio, que obrigava os Pastores a residir em suas respectivas dioceses, em 1565, com apenas 27 anos de idade, Carlos tomou posse da Arquidiocese de Milão como Arcebispo.
A sua dedicação à Igreja ambrosiana foi total: fez três visitas pastorais em todo o território, dividindo-o em Circunscrições; fundou Seminários para ajudar a formação dos sacerdotes; mandou construir igrejas, escolas, colégios, hospitais; fundou a Congregação dos Oblatos, sacerdotes seculares; deu aos pobres toda a riqueza da sua família.

"Conquistar as almas de joelhos"

Carlos dedicou-se a uma profunda reforma da Igreja, começando por dentro. Em uma época bastante delicada para a cristandade, o "menino-bispo" não teve medo de defender a Igreja contra as ingerências dos poderosos e tampouco lhe faltou coragem para renovar as estruturas eclesiais, sancionando e corrigindo seus erros.
Ciente de que a reforma da Igreja, para ser crível, tinha que começar pelos Pastores, Borromeu levou os sacerdotes, religiosos e diáconos a acreditar mais na força da oração e da penitência, transformando as suas vidas em um verdadeiro caminho de santidade. "Almas – repetia sempre – devem ser conquistadas de joelhos".

"Pastores devem ser servos de Deus e pais do povo"

A sua ação pastoral, profundamente animada pelo amor de Cristo, não lhe poupou hostilidades e resistências. Contra ele, os chamados "Humilhados" - ordem religiosa com risco de desvios doutrinários - organizaram um atentado, disparando em suas costas um tiro de mosquete, enquanto o futuro Santo estava recolhido em oração.
O ataque falhou e Carlos continuou a sua missão, porque "queria que os Pastores fossem servos de Deus e pais do povo, especialmente dos pobres" (Papa Francisco em Audiência à Comunidade do Pontifício Seminário Lombardo em Roma, 25.01.2016).

A epidemia de Milão

Pelos anos ‘70 de 1500, abateu-se uma epidemia sobre Milão. A cidade sucumbiu diante da pestilência e da escassez, podendo contar somente com seu Arcebispo, que não poupou esforços: fiel ao seu lema episcopal, "Humilitas", entre 1576 e 1577 visitou, consolou e empregou todos os seus bens para ajudar os enfermos.
Sua presença entre as pessoas foi tão constante que aquele período permaneceu nos anais da história como a "praga da São Carlos". Séculos depois, até Alessandro Manzoni comentou este fato em seu romance "Os noivos".

Peregrinação ao Sudário

O Arcebispo de Milão desempenhou também um papel fundamental para a vinda do Sudário à Itália. Por seu ardente desejo de rezar diante do Linho Sagrado, os duques de Savóia, em 1578, decidiram trasladar o Sudário de Cristo do Castelo de Chambéry, na França, para Turim, onde permaneceu até hoje. Borromeu foi para lá, em peregrinação a pé, caminhando por quatro dias, em jejum e oração.

A "Urna" na Catedral de Milão

O físico enfraquecido de Carlos Borromeu, devido aos muitos esforços, começou a ceder e se rendeu em novembro de 1584, vindo a falecer com apenas 46 anos, deixando, no entanto, uma imensa herança moral e espiritual.
Carlos Borromeu foi beatificado em 1602, por Clemente VIII e, depois, canonizado em 1610, por Paulo V. Desde então, seus restos mortais descansam na Cripta da Catedral de Milão, no chamado "Scurolo" (urna), coberto com painéis de prata, que descrevem a sua vida.

Das margens do Lago Maggiore pode-se ver a estátua de São Carlos Borromeu, que predomina sobre a cidadezinha de Arona: construída no século XVII, tem 35 metros de altura, incluindo sua base. A escultura em cobre e ferro representa o Arcebispo de Milão que abençoa. No entanto, o monumento tem uma particularidade: pode ser visitado por dentro, graças a uma longa escadaria. Quem consegue subir os numerosos degraus, pode admirar o mundo subjacente por meio de duas aberturas nos olhos de Borromeu. Nisto consiste o ensinamento deste Santo: olhar o mundo através dos seus olhos, isto é, através da sua caridade e humildade.


Vatican News

terça-feira, 3 de novembro de 2020

Vírus Católico, República Universal e Autoridade Verdadeira

Guadium Press

Redação (29/10/2020 08:38Gaudium Press) Temos visto como, aos poucos, as rigorosas leis acerca dos cuidados sanitários contra a Covid-19 – aliás, indispensáveis – têm sido mitigadas em diversos países. Passados muitos meses, quase um ano, desde que o vírus começou a fazer seus estragos na saúde corporal, psicológica e espiritual, pode-se comprovar, com infelicidade, o descaso sacramental em que muitos fieis se encontram.

Embora devesse ser o contrário, o adensamento do caos mundial concorreu em larga medida para isto: a soma de ocorrências telúricas, escândalos financeiros e muito silêncio por parte daqueles que devem apontar os rumos dos fatos, cada cristão confessa estar “desnorteado”. Muitos se perguntam: “Em que direções da rosa dos ventos estará carregado os céus?!

No entanto, o que causa realmente perplexidade é constatar que, ou há uma incidência de fatos muito casual, ou é-se levado a crer haver rumos bem delineados, cujo rabisco, embora traçado no papel da Providência, é feito pelo homem.

As igrejas, desde há muito tempo não cheias, terminam de se esvaziar. Contudo, só pode entrar nelas o vírus: talvez seja ele a “expressão da catolicidade atual”.

Estaremos, pois, diante de um “vírus católico”?

Num outro viés, amadurece a ideia de desordem comum, preparatória do “advento duma República Universal, baseada nos princípios da igualdade absoluta dos homens e na comunhão dos bens, da qual seja banida qualquer distinção de nacionalidades e que não reconhece nem a autoridade do pai sobre os filhos, nem a do poder público sobre os cidadãos, nem a de Deus sobre a sociedade humana. Postas em prática, tais teorias devem desencadear um regime de inaudito terror”…[1]

Estaria sendo desbancada a autoridade suprema de nosso Senhor Jesus Cristo da face da terra? E, portanto, posto em xeque o sentido do pecado e a gravidade da ofensa a Deus?

Cabe ressaltar que quem realmente dita os acontecimentos e detém o timão da História são os justos; são eles que têm suplicado a Deus a implantação da verdadeira ordem das coisas. E, assim, como para deixar algo limpo, é necessário, antes, esfregar muito, a Providência parece estar esfregando muitas consciências, apontando para a autoridade verdadeira, a única capaz de deixar limpo um mundo, helás, imundo.

Com muito estro e precisão, afirmou certo autor: “Cada época é salva pelo santo que mais a contradiz”.[2]

De fato, os bons remédios são com frequência amargos na boca, mas curam. Se Santa Catarina de Siena, por exemplo, tivesse preferido ser doce, quando de suas repreensivas cartas a Gregório XI, os destinos da barca de Pedro teriam ido à deriva. Embora as circunstâncias, em nada, depusessem em favor da Mantellata[3]ela foi de uma severidade e rigor implacáveis – “em certos casos, a única forma de amar os homens é revestir de aço a alma mais delicada e feri-los em cheio no rosto”.[4]

Os santos são, pois, a verdadeira autoridade. Saibamos reconhecê-los, e não estaremos sujeitos a algum vírus universal, afastados de Cristo e de sua Igreja. Caso contrário, nos entregaremos a um novo regime de “inaudito terror”, como apontado por Bento XV.

Por Bonifácio Silvestre


[1] Bento XV, Motu proprio Bonum Sane de 25 de julho de 1920. Disponível em: http://www.vatican.va/content/benedict-xv/it/motu_proprio/documents/hf_ben-xv_motu-proprio_19200725_bonum-sane.html

[2] G. K. Chesterton. Suplementos Vida Nueva, nº. 1917, 23 de outubro de 1993.

[3]  Por andar vestida de branca com uma capa negra, os italianos apelidaram a Santa Catarina de Siena de la mantellata.

[4] ROPS. Daniel. A igreja da Renascença e da Reforma (II A Reforma Católica). São Paulo: Quadrante, 1996, p. 20.

https://gaudiumpress.org/

Angola. D. Filomeno: “Fratelli tutti” um convite a superar a globalização da indiferença

D. Filomeno do Nascimento Vieira Dias,
Arcebispo de Luanda (Angola) e Presidente da CEAST 

D. Filomeno do Nascimento Vieira Dias, Arcebispo de Luanda e Presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST) destaca a Encíclica “Fratelli Tutti” como um convite à superação da indiferença e da não globalização da indiferença.

Anastácio Sasembele – Luanda, Angola

Na série de reportagens que nos propusemos apresentar em torno da Carta Encíclica “Fratelli tutti” do Papa Francisco, hoje trazemos a reação do Presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), D. Filomeno do Nascimento Vieira Dias.

D. Filomeno, na sua reflexão, afirma que a “Fratelli tutti” é um convite à superação da indiferença e da não globalização da indiferença.

“Precisamos ter saudades daquilo que é mais próprio do homem, o homem por natureza é alguém fraterno, solidário, alguém que vive com os outros”, afirma D. Filomeno.

Apresentada a 4 de outubro, dia de São Francisco de Assis, a Carta Encíclica “Fratelli tutti” do Papa Francisco indica a fraternidade e a amizade social para construir um mundo melhor, pacífico e com mais justiça.

A “Fratelli tutti” é uma concretização daquilo que é doutrina, daquilo que é ensinamento, daquilo que é pregação, não ficarmos no ar, mas termos gestos concretos, gestos que manifestam essa proximidade concreta com os mais necessitados, disse D. Filomeno que antecipou o Dia Mundial dos Pobres, a ser celebrado a 15 de novembro próximo, como uma oportunidade sublime de reafirmar que a Carta encíclica “Fratelli tutti” do Papa Francisco busca aproximar os mais necessitados.

Para o dia 7 de novembro está agendada em Luanda, uma mesa redonda denominada “Fratelli tutti e Economia Solidária”, numa promoção da Comissão Episcopal de Justiça, Paz e Migrações, da CEAST.

Vatican News

“Avós-babás”: devemos limitar os favores que fazemos aos nossos filhos?

Monkey Business Images - shutterstock

Os pais podem ter dificuldade em encontrar um sistema adequado para cuidar de seus filhos, por razões financeiras ou mera escolha pessoal. Alguns decidem usar seus avós como babás. Um favor comum que se faz com prazer, mas não sob qualquer condição.

“Quando minha filha teve que voltar a trabalhar após a licença de maternidade, ela não tinha conseguido vaga numa creche nem tinha guarda compartilhada. Então ela me pediu para cuidar do bebê”, conta Patricia. Por sua vez, Geniviève ofereceu espontaneamente à sua filha para cuidar do neto todas às quintas-feiras à tarde. Quanto a Yolaine, ela cuidou de suas duas netas todas as quartas-feiras durante anos até elas entrarem no ensino médio. Com a falta de vagas em creches, o custo das babás e o aumento do número de pais solteiros, a geração mais velha é hoje muito mais procurada.

Que os nossos pais ou sogros cuidem dos nossos filhos é tão reconfortante como confortável: os filhos os conhecem bem, eles respeitam melhor o seu ritmo, os cuidados vão muito bem mesmo em caso de doença e as relações baseiam-se na confiança mútua.

Uma solução prática, sem dúvida, mas que tem vantagens e desvantagens. Para que funcione da melhor forma possível, é importante considerar os prós e os contras e definir as regras para cada um desde o início.

Ter um tempo para estar sós e tempo para estar com o cônjuge

Geneviève começa seu segundo ano cuidando de seu neto: “Fico feliz em ajudar minha filha e meu genro. Isso fortalece o relacionamento com minha filha: a gente se encontra quando ela vem deixar ele e ela pode ficar um pouco para conversar quando vem buscar ele. Tenho momentos lindos também com o Igor e fico feliz em estreitar nossos laços. Leio contos para ele, brinco com ele, faço mimos à ele, falo-lhe do Bom Deus também, tudo isso é cansativo, é verdade, mas traz tantas alegrias!”.

Os avós de hoje em dia são jovens. Mas um terço deles ainda trabalham. Muitos deles ainda carregam a carga dos seus próprios pais. A maioria está muito ocupada. E se estamos em ótima forma aos 55 anos, estamos menos aos 65 anos, inclusive se eles querem ajudar aos seus filhos, tornar-se uma babá no dia a dia não é fácil.

A conselheira matrimonial Christiane Behaghel recomenda refletir bem antes de começar essa idéia de ajuda aos filhos: “Além dos limites físicos (o neto ou neta tomar banho, por exemplo, é muito cansativo), é preciso levar em consideração as condições materiais do cuidado: há um jardim próximo ou moram num apartamento na cidade? Devemos usar o carro?” Para ela, também é fundamental que os dois avós concordem. O avô pode querer aproveitar seu tempo com sua esposa, para viajar, para organizar seu tempo como quiser, em vez de ser limitado por um compromisso regular. Por outro lado, os avós devem ter uma vida além dos seus netos e poder sair juntos para fazer qualquer coisa, com a condição, é claro, de avisar com antecedência. É importante que eles façam isto também, para não ficarem deprimidos quando eles são menos necessários. “Presto muita atenção em ter tempo livre para minhas atividades e compromissos pessoais”, explica Geneviève. “Minha filha sabe disso e respeita isso”. Por todas essas razões, o cuidado regular dos netos deve ser limitado no tempo, de acordo com Christiane Behaghel.

Esclarecer as expectativas de um lado e do outro

Depois de estar confirmado esse acordo desse cuidado habitual, como ele será realizado concretamente? Uma coisa é ser um “avô das férias” e outra ser um “avô do dia a dia”. Embora nas férias seja permitida uma certa flexibilidade na educação, nos horários ou na alimentação, durante o ano deve-se respeitar o ritmo da criança. Você também não deve ceder aos caprichos, sob a pena de ser oprimido. Os avós, em casa, farão o que quiserem, mas não devem ser substitutos dos pais, os primeiros educadores dos filhos. Os pais também podem ter desejos, como fazer com que o filho coma comida caseira, não levá-lo ao parque ou até mesmo não assistir televisão.

Para que exista confiança nas relações, Christiane Behaghel aconselha a deixar claras as expectativas de um lado e do outro: “Não é preciso dar por certo determinadas coisas pelo fato de estar com sua família”. Para não criar conflitos, os pais expressarão seus desejos, enquanto os avós estabelecerão suas limitações. É perfeitamente possível ouvir a necessidade de segurança de uma avó que está mais calma quando a criancinha está no parque. Por que não pedir com educação que deixe a criança pular livremente num quarto fechado por uma barreira? Por sua vez, Yolaine lembra: “Quando me pediram para alimentar minhas netas com comida caseira, salientei que preferia usar o tempo que estive na cozinha para brincar com elas. Por isso, minha nora era quem fazia as refeições. Quanto à televisão, afirmei que precisava de uma folga no dia, por isso combinamos que as crianças assistissem um filminho no tablet por meia hora”. Embora os relacionamentos entre mãe e filha sejam fluidos, talvez o sejam menos com uma nora. De acordo com Christiane Behaghel, “neste caso específico, parece-me que o vínculo deve ser nutrido com cuidado, por exemplo, avaliando regularmente o desenvolvimento dos cuidados”.

Esse serviço de babá parece tão natural que raramente é pago, por isso, é mais uma razão para os pais compensarem as despesas de gasolina, a compra e o abastecimento de produtos ou mantimentos e que sejam agradecidos. Uma forma de reconhecimento pelo belo gesto de amor oferecido pelos “avós-babás”.

Aleteia

Os Padres da Igreja não ensinaram a suficiência formal da Escritura

Portal Veritatis Splendor

Ao contrário do que os apologistas protestantes querem fazer crer, os Padres da Igreja JAMAIS ensinaram a suficiência formal das Escrituras. Deste modo eles não ensinaram a “Sola Scriptura”, mas sim a suficiência material das Escrituras, tal como os apologistas católicos sempre defenderam.

Isso é confirmado por um erudito protestante chamado Timothy Ward em seu livro “Word and Supplement: Speech Acts, Biblical Texts, and the Sufficiency of Scripture” (“Palavra e Suplemento: Atos Discursivos, Textos Bíblicos e a Suficiência das Escrituras”), publicado em 2002:

  • “Em geral, os Padres afirmam a suficiência material das Escrituras, mas negam sua suficiência formal” (Timothy Ward. “Word and Supplement: Speech Acts, Biblical Texts, and the Sufficiency of Scripture”. Nova Iorque: Oxford University Press, 2002, p.25).

Para quem não sabe quem é Timothy Ward e prefira dizer que ele é um ignorante, deixo aqui algumas informações sobre ele:

  • “Reverendo Tim Ward, MA, PhD. Professor de Homilética. Tim se graduou em Oak Hill. Antes de retornar (regressar) para Oak Hill, deu aula no Curso de Capacitação em Proclamação da Verdade em Cornhill. Antes ainda, serviu no ministério pastoral por 14 anos. É autor de um livro sobre a doutrina da Escritura, ‘Palavras de Vida: Escritura como a Palavra Viva e Ativa de Deus’ (IVP). Obteve seu PhD na Universidade de Edimburgo na década de 1990, cuja tese foi publicada como ‘Word and Supplement: Speech Atts, Biblical Texts and the Sufficiency of Scripture’ (OUP)” (cf. https://www.oakhill.ac.uk/people/tim-ward).

Mas antes que o protestante afirme que trata-se de uma falácia de autoridade, vamos confirmar o que os apologistas católicos e Tim Ward afirmam; para tanto, usaremos como exemplo um Padre da Igreja que os apologistas protestantes costumam citar como prova do ensino da suficiência formal ou “Sola Scriptura” na Patrística.

Estamos falando de Santo Atanásio: os protestantes frequentemente citam as seguintes palavras deste Padre da Igreja:

  • “As sagradas e inspiradas Escrituras são suficientes para declarar a verdade” (Contra os Pagãos 1,3).

Por si só, esta declaração parece mostrar que Santo Atanásio acreditava que a Escritura era tudo que um crente precisava (=suficiência formal). Mas devemos lembrar que, para mostrar que um Padre da Igreja acreditava na suficiência formal ou “Sola Scriptura”, ele teria que acreditar que as Escrituras não exigem qualquer outra autoridade para determinar o seu significado, tal como o ensino da Igreja ou a Tradição, já que a “Sola Scriptura” afirma a suficiência formal da Escritura.

Ora, para Santo Atanásio as Escrituras contêm a verdade do Evangelho; porém, também para ele, a correta interpretação dessa verdade deve ser buscada por aqueles que ensinam a fé (=Magistério). É por isso que em sua Carta Festal ele escreve:

  • “Mas depois dele e com ele estão todos os inventores de heresias ímpias, que na verdade se referem às Escrituras, mas NÃO SEGUEM AS OPINIÕES QUE OS SANTOS DISSERAM; e recebendo estas como tradição humanas, estão errados, porque não as conhecem corretamente, nem o seu poder. Por isso, Paulo elogia com justiça os coríntios [cf. 1Coríntios 11,2], porque as suas opiniões estavam em conformidade com suas tradições” (Carta Festal 2,6).

Do mesmo modo, confessa a autoridade do Concílio Ecumênico de Niceia e como Deus também fala através dele (e não somente pelas Escrituras):

  • “Porém, as palavras do Senhor proferidas pelo Concílio Ecumênico de Niceia permanecerão para sempre” (Carta Sinodal aos Bispos da África 2).

E quando examinamos outros Padres que são citados na defesa da Sola Scriptura, percebemos confusões semelhantes entre sua veneração sincera e importância das Escrituras e a ideia protestante da suficiência formal das Escrituras.

Se um protestante deseja demonstrar a Sola Scriptura nos Padres, ele deve demonstrar a diferença e ainda uma afirmação muito mais forte de que a Escritura é tão clara que nenhuma informação externa ou autoridade é necessária para interpretá-la.

Portanto, a menos que o protestante mostre que Padres como Agostinho e Atanásio não declararam que os Concílios eram infalíveis e que a Igreja não tinha autoridade para interpretar as Escrituras, eu pediria a ele que não perdesse o seu tempo. James White, Jason Enwerg, Willian Webster, entre outros apologistas protestantes, em vários debates com apologistas católicos, não foram capazes de encontrar respostas para a acusação de que os seus argumentos eram direcionados apenas para demonstrar a suficiência material e não a suficiência formal.

Portal Veritatis Splendor

Faleceu Andrew Walther, presidente da EWTN News

Andrew Walther | ACI Digital

Connecticut, 03 nov. 20 / 09:00 am (ACI).- Andrew Thomas Walther, presidente e diretor de operações da EWTN News, morreu na noite de domingo em New Haven, Connecticut, Estados Unidos. Recordado como um esposo e pai amoroso, em sua vida profissional se dedicou a servir a Igreja Católica e a defender as minorias religiosas perseguidas em todo o mundo. Walther tinha 45 anos.

Em junho, Walther ingressou na EWTN News como presidente e diretor de operações. Pouco depois, foi diagnosticado com leucemia. Durante o tratamento, Walther continuou liderando a equipe da EWTN News e servindo tanto a sua família como a Igreja.

“A morte de Andrew Walther é uma fonte de grande tristeza para todos nós da EWTN e para mim pessoalmente. Embora Andrew só estivesse em sua função de presidente e diretor de operações da EWTN News desde junho, já havia conquistado muito. Também foi um amigo e colaborador por muitos anos antes de entrar para a rede. Sua morte é uma grande perda para todos os que o conheceram, para a EWTN e para a Igreja”, relembrou Michael Warsaw, Presidente do Diretório e diretor executivo da EWTN, em 2 de novembro.

Dedicado durante muito tempo à causa de canonização do Pe. Michael McGivney, fundador dos Cavaleiros de Colombo, Walther morreu no dia seguinte à beatificação do sacerdote. Pouco antes de falecer, venerou uma relíquia do Pe. McGivney e cantou um hino de ação de graças à Santíssima Virgem Maria.

De 2005 a 2020, Walther trabalhou para os Cavaleiros de Colombo, onde foi Vice-presidente de Comunicações e Planejamento Estratégico. Nesse cargo, serviu como assessor do Cavaleiro Supremo Carl Anderson, enquanto supervisionava várias iniciativas para a organização fraterna católica, incluindo uma campanha de resposta à pandemia no início deste ano e outros projetos de resposta a crises.

Assumindo papéis de liderança nos meios de comunicação e defendendo a liberdade religiosa, Walther também supervisionou a publicação de livros e pesquisas dos Cavaleiros, que incluíram vários bestsellers do New York Times. Junto com sua esposa Maureen, ele foi coautor de "Cavaleiros de Colombo: Uma história ilustrada", um livro publicado este ano.

O trabalho de Walther em favor dos cristãos do Oriente Médio é especialmente notável e estava particularmente próximo de seu coração.

Desempenhou um papel essencial no esforço dos Cavaleiros de Colombo para ajudar os cristãos perseguidos e refugiados, por meio de um fundo que distribuiu mais de 20 milhões de dólares em ajuda, especialmente na Síria, Iraque e região circunvizinha. O mesmo esforço foi oferecido aos cristãos para reconstruir suas vidas, igrejas e até mesmo cidades destruídas pelo Estado Islâmico (ISIS), incluindo apoio para reconstruir completamente a cidade iraquiana de Karamles na planície de Nínive.

O trabalho de Walther na região foi amplamente elogiado por bispos e outros líderes cristãos em todo o Oriente Médio.

Nasceu em 30 de novembro de 1974, na Califórnia, e foi católico por toda a vida. Walther obteve graduação e pós-graduação em Clássicos na Universidade do Sul da California, onde ensinou redação por vários anos e foi reconhecido com o Prêmio de Excelência em Ensino da universidade.

Walther começou sua carreira como jornalista católico escrevendo para o National Catholic Register há duas décadas.

“Era um homem de profunda fé e dons extraordinários que sempre usava seus talentos para servir ao próximo. Deixa um legado tremendo que inclui anos de serviço à Igreja, à causa dos cristãos perseguidos em todo o mundo e à construção da cultura da vida. Meus pensamentos e orações vão para sua esposa Maureen e seus quatro filhos pequenos. Era um homem incrível e um amigo maravilhoso de quem terei muita saudade. O fato de sua morte ter ocorrido na solenidade de Todos os Santos é um grande consolo para todos nós”, lembrou Warsaw.

Os amigos dizem que foi a sua família o que mais alegrou a vida de Walther. Walther e sua esposa Maureen se casaram em 2010 e são pais de quatro filhos.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

ACI Digital

Fundador dos Cavaleiros do Colombo foi proclamado beato este fim de semana

Foto: Captura de tela YouTube/EWTN

Vaticano, 02 nov. 20 / 12:21 pm (ACI).- Em uma Missa celebrada este 31 de outubro na Catedral de São José em Hartford, em seu estado natal de Connecticut, (Estados Unidos), o Pe. Michael McGivney, fundador da Ordem dos Cavaleiros de Colombo, foi proclamado beato.

Eucaristia foi presidida pelo Cardeal Joseph William Cardeal Tobin, Arcebispo de Newark e representante do Papa Francisco para a cerimônia de beatificação.

A memória litúrgica do Pe. McGivney se celebrará cada ano em 13 de agosto.

Na carta apostólica com a que o proclamou Beato, o Papa Francisco destacou que o ardor do fundador dos Cavaleiros do Colombo "pela proclamação do Evangelho e generosa preocupação pelas necessidades de seus irmãos e irmãs o fazem uma testemunha sobressalente da solidariedade cristã e a ajuda fraternal".

O milagre que permitiu sua beatificação foi a completa cura de um menino que padecia uma enfermidade terminal. O Papa Francisco aprovou o milagre em 27 de maio deste ano.

O Pe. McGivney é o quarto homem nascido nos Estados Unidos a ser beatificado, junto aos beatos Stanley Rother, James Miller e Solanus Casey.

O Pe. McGivney fundou em 1882 os Cavaleiros de Colombo em New Haven, Connecticut. Inicialmente, a organização tinha a intenção de ajudar às viúvas e suas famílias. Entretanto, ganhou um alcance mundial, com mais de dois milhões de membros que levam a obra de caridade e evangelização em todo mundo.

Em 2018, os 16 mil conselhos dos Cavaleiros de todo o mundo doaram mais de 185 milhões de dólares a entidades caritativas e deram mais de 76 milhões de horas de voluntariado em 2018. Seu trabalho voluntário incluiu apoio para os jogos paraolímpicos, campanhas de arrecadação de agasalho e campanhas de mantimentos para famílias necessitadas.

Entre 2017 e 2018, os Cavaleiros arrecadaram e entregaram 2 milhões de dólares para a cidade iraquiana de Karamles. Do mesmo modo, ajudaram os sobreviventes cristãos do genocídio cometido pelo Estados Islâmico (ISIS) na cidade a reassentar-se em seus lares e construir seu futuro.

A princípios deste ano, em uma audiência privada concedida ao cavaleiro supremo Carl Anderson, o Papa Francisco elogiou o “testemunho fiel particular da santidade e dignidade da vida humana, evidente tanto a nível local como nacional”.

O Papa Francisco no ângelus deste domingo recordou o novo beato afirmando que o Pe McGivney era um homem “comprometido com a evangelização, que se prodigou atendendo as necessidades dos pobres, promovendo a ajuda fraterna. Que seu exemplo nos mova a todos a testemunharmos cada vez mais o Evangelho da caridade. Um aplauso para o novo beato!”

ACI Digital

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF