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sábado, 7 de novembro de 2020

EUA: Multinacional abortista abandona processo contra leis pró-vida de Arizona

Imagem referencial / crédito: ACI Prensa

ARIZONA, 06 nov. 20 / 11:00 am (ACI).- A organização abortista Planned Parenthood retirou na terça-feira, 3 de novembro, um processo que questionava várias restrições ao aborto no Arizona (Estados Unidos).

As restrições incluem um período de espera de 24 horas para mulheres que desejam fazer um aborto, leis que proíbem não-médicos de realizar abortos e leis estaduais contra abortos por telemedicina.

Em um anúncio datado de 3 de novembro, a Planned Parenthood Arizona (PPAZ) voluntariamente e sem explicação desistiu de seu processo contra o procurador-geral do Arizona, Mark Brnovich, aberto em 2019.

A PPAZ assinala que as leis pró-vida contra as quais lutava reduziram o número de abortos que realizou no estado em 40% desde 2011.

Cathi Herrod, presidente do Center for Arizona Policy, disse à CNA, agência em inglês do Grupo ACI, que Planned Parenthood tentou argumentar que a combinação das diversas leis pró-vida do Arizona criava um "fardo indevido" sobre o direito da mulher de optar pelo aborto.

Center for Arizona Policy tem defendido várias medidas pró-vida no Arizona por vários anos, trabalhando com a Conferência Católica do Arizona e o Fundo de Defesa de Bioética para elaborar políticas, disse Herrod.

“É um grande dia para as mulheres do Arizona e para os nascituros. Planned Parenthood impugnou as leis que basicamente previam a saúde e a segurança das mulheres”, disse Herrod à CNA em uma entrevista.

No processo, Planned Parenthood havia impugnado várias leis no Arizona relacionadas ao aborto, incluindo disposições que "proíbem efetivamente qualquer pessoa que não seja um médico licenciado de fornecer abortos e serviços relacionados", assim como a proibição do uso de telemedicina para prescrever pílulas de aborto.

"As leis que estavam sendo impugnadas pela Planned Parenthood eram todas regulamentações de sentido comum que se aplicariam a quase qualquer outro procedimento médico, por isso, é uma boa notícia que tenham desistido deste processo”, continuou Herrod.

Denise Harle, conselheira principal do grupo jurídico cristão Alliance Defending Freedom (ADF), também saudou a retirada do processo como uma bênção para as mulheres do Arizona.

ADF, junto com um centro de gravidez pró-vida da área de Phoenix, interveio no processo em março para defender a cláusula do período de espera de 24 horas na lei do Arizona.

“O aborto é uma decisão que muda a vida e nenhuma mulher deve ser apressada ou pressionada a fazê-lo. É por isso que estamos satisfeitos que Planned Parenthood tenha notificado o tribunal que deseja abandonar seu processo judicial contra as proteções de sentido comum do Arizona para as mulheres, que são semelhantes às que a Suprema Corte dos Estados Unidos já confirmou”, disse Harle em um relatório de 4 de novembro.

“Como muitos especialistas médicos concordam, procedimentos médicos importantes não emergenciais não devem ser realizados sem uma consulta presencial ou sem uma consulta prévia, e muito menos por alguém que não seja um médico autorizado”, assinalou Harle.

Planned Parenthood Arizona afirmou em seu processo que as leis pró-vida em questão levaram a organização a realizar 40% menos abortos no estado desde 2011, e também levaram ao fechamento de quatro clínicas de aborto localizadas em Yuma, Goodyear, Prescott Valley e Chandler.

Arizona impôs pela primeira vez o período de espera para o aborto de 24 horas em 2009.

Pelo menos 26 estados exigem períodos de espera para mulheres que desejam fazer um aborto, a maioria deles de 24 horas. Cinco estados - Utah, Missouri, Arkansas, Oklahoma e Dakota do Sul - têm um período de espera de 72 horas.

A Suprema Corte decidiu em 1992 que os períodos de espera de 24 horas não representavam um ônus indevido sobre o direito ao aborto. Os tribunais federais não haviam anulado o período de espera de um estado até este ano, quando em outubro um juiz federal declarou inconstitucional um período de espera obrigatório de 48 horas para mulheres que buscam um aborto no Tennessee, que estava em vigor desde 2015.

O Arizona aprovou várias medidas pró-vida desde 2009, incluindo uma disposição segundo a qual as menores devem ter o consentimento autenticado de um dos pais para obter um aborto. O estado também aprovou em 2011 uma proibição dos abortos baseada na raça ou no sexo do feto ou em função da raça de um dos pais.

Em 2015, a legislatura do Arizona aprovou uma lei que proíbe a cobertura do aborto de todos os planos de saúde oferecidos pela bolsa de seguro de saúde do estado.

Durante abril de 2018, o governador Doug Ducey sancionou uma lei que exige que os médicos perguntem às mulheres que buscam abortos o motivo específico pelo qual querem interromper a gravidez, como por estupro ou tráfico sexual. As perguntas são dirigidas a mulheres que estão sendo coagidas a fazer um aborto; as mulheres podem se recusar a responder.

Publicado originalmente em CNA.

ACI Digital

As maravilhas da Basílica da Natividade de Belém

2020.11.06 Documentario Basilica Natività

Após sete anos de restauração, a Basílica da Natividade de Belém voltou a resplandecer com a sua beleza original: este monumento, de extraordinária importância para a fé de milhões de pessoas, é um cruzamento de arte e fé.

Vatican News

A emergência da pandemia da Covid-19 dificulta a visita dos fiéis à Basílica da Natividade. Mas, graças ao documentário de Tommaso Santi, intitulado "As maravilhas de Belém", o imenso valor estético e espiritual deste lugar torna-se acessível aos fiéis do mundo inteiro. O autor do documentário, falando à Vatican News, explicou: “Trata-se de uma homenagem ao lugar da Natividade de Jesus, que pretende ser uma janela aberta às imagens nunca dantes vistas. Devido à impossibilidade de serem apreciadas pessoalmente, por causa da Covid-19, o documentário pode ser um meio para visitar um lugar, infelizmente inacessível, e um convite a visitar a cidade de Belém logo que possível”.

Documentário sobre a Basílica da Natividade

O vídeo, disponível em DVD, narra a história milenar de todo o conjunto monumental da Basílica, construído no ano 333, sobre o local da humilde gruta, e do seu patrimônio artístico: dos maravilhosos mosaicos do pavimento às pinturas incríveis nas colunas das naves, submetidas às intervenções de manutenção de 2013 a 2020. “As pinturas das colunas e os mosaicos das paredes”, - observa Santi -, “eram invisíveis, antes da restauração, obscurecidas pela fumaça e umidade”. Agora, voltaram ao seu esplendor original "como ninguém jamais viu". A restauração, realizada com o apoio da Autoridade Nacional Palestina, foi fortemente desejada pelas três Igrejas cristãs, que administram a Basílica: os Católicos da Custódia da Terra Santa, os Greco-ortodoxos e os Armênios, com o apoio de toda a comunidade de Belém.

Vídeo de 37 minutos

O autor do documentário, Tommaso Santi, - vencedor, em 2017, do Globo de Ouro da Imprensa Estrangeira na Itália, - retoma, em 37 minutos, as últimas escavações arqueológicas que trouxeram à luz o incrível tapete de mosaico da Basílica de Constantino, rico de decorações geométricas, que representam animais e vegetais; recorda a Época das Cruzadas, quando a Basílica atingiu seu ápice de esplendor. As restaurações são a confirmação da beleza, transmitida pelos peregrinos ao longo das gerações. Entre os conteúdos do DVD, estão as entrevistas com o arqueólogo, Alessandro Fichera, diretor das escavações, e com o Padre Ibrahim Faltas, da Custódia da Terra Santa.

Vídeo da Canção Nova - https://youtu.be/dTkzvShp7sA

Vatican News

Créditos: Internet

São Wilibrordo (ou Vilibrado)

ArqSP
Wilibrordo nasceu na Inglaterra em 658. A família deste jovem missionário ofereceu muitos santos para a vida da Igreja na Inglaterra.


Aos cinco anos seu pai o entregou aos beneditinos do mosteiro de York, onde foi educado. Ainda jovem demonstrou realmente vocação religiosa e aos vinte anos, seguiu para a Irlanda para aperfeiçoar seus conhecimentos teológicos. Pouco

 antes de completar trinta anos de idade recebeu ordenação sacerdotal.

Em 690, Wilibrordo seguiu para a primeira e única missão. Junto com outros onze companheiros missionários, foram evangelizar as regiões no norte da Europa, povoadas pelos bárbaros pagãos. O ponto inicial foi a Holanda, que era um lugar selvagem. Com as bênçãos do papa Sérgio I, os missionários partiram para a missão, levando relíquias para serem colocadas nas igrejas nascentes.

Ele foi um grande organizador, era um excelente líder e logo fez muitos progressos. Cinco anos depois, ele voltou e entregou ao mesmo Papa, um relatório dos resultados que conseguira. O qual em agradecimento o consagrou Bispo. Na sua diocese ele construiu a Catedral do Santíssimo Redentor.

Morreu no seu mosteiro, no dia 07 de novembro de 739, já bem idoso.

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR

Reflexão
A vocação da Igreja é essencialmente missionária. Hoje celebramos a festa de São Wilibrordo, um grande missionário das regiões norte da Europa. Sua coragem e fé o levou enfrentar os desafios da evangelização nas regiões marcadas pelo paganismo bárbaro. Que Deus nos conceda espírito missionário para continuar espalhando a fé no Reino dos Céus.
Oração
Deus Pai de misericórdia, que no seu projeto de amor pela humanidade, escolhestes São Wilibrordo para proclamar as maravilhas da fé, concedei-nos, por sua intercessão, conservar em nós o espírito missionário que nos leva a união com Cristo. Que vive e reina para sempre. Amém.

Portal A12

sexta-feira, 6 de novembro de 2020

A Secretaria de Estado do Vaticano não administrará mais o dinheiro da Igreja

Guadium Press

Redação (05/11/2020 20:16Gaudium Press) A Secretaria de Estado do Vaticano não vai mais gerir o dinheiro da Igreja; apenas o necessário para seu funcionamento. Isso é o que se deduz do que foi dito por Matteo Bruni, diretor da sala de imprensa do Vaticano. Os fundos que eram geridos pela Secretaria de Estado passam a ser geridos pela Administração do Patrimônio da Sé Apostólica (APSA).

Ontem, quarta-feira, o Papa Francisco presidiu uma reunião na qual participaram o Secretário de Estado, Cardeal Parolin, o substituto da Secretaria de Estado, Dom Edgar Peña; o Secretário-Geral do Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano, Dom Fernando Vergez; o Presidente da Administração do Patrimônio da Sé Apostólica (APSA), Dom Nunzio Galantino; e o Prefeito da Secretaria para Economia (SPE), o jesuíta Pe. Juan Antonio Guerrero.

O tema da reunião foi a implementação do que o Papa tinha solicitado em uma carta dirigida ao Cardeal Parolin em 25 de agosto passado sobre estes assuntos.

“Na mesma reunião – disse Bruni – o Papa criou a ‘Comissão de passagem e controle’, que entra em funcionamento com efeito imediato, para levar a cabo, nos próximos três meses, as disposições contidas na carta dirigida ao Secretário de Estado”. A Comissão é constituída pelo Substituto da Secretaria de Estado, pelo Presidente da APSA e pelo Prefeito da Secretaria para a Economia.

A carta do Papa

Francisco expressou em seu texto de 25 de agosto que “a Secretaria de Estado é sem dúvida o Dicastério que mais estreita e diretamente apoia a ação” do Papa “na sua missão, representando um ponto de referência essencial na vida da Cúria e dos Dicastérios que dela fazem parte”. Contudo, não parece necessário nem oportuno que a Secretaria de Estado desempenhe todas as funções que já são atribuídas a outras dependências da Cúria.

Não apenas os fundos financeiros, mas também os patrimônios imobiliários são transferidos para a APSA. Entre esses patrimônios imobiliários está incluída – e é mencionada na Carta do Papa – a propriedade em 60, Sloane Avenue, em Londres, que tem causado tanta dor de cabeça à Cúria. A Carta também menciona o famoso fundo Centurión, “do qual é preciso sair o mais rapidamente possível, ou pelo menos dispor deles de maneira que se eliminem todos os riscos de reputação”.

Uma comissão aprovará o fundo que se destina a “assuntos confidenciais”

A partir de agora, a Secretaria de Estado funcionará “através de um orçamento aprovado pelos mecanismos habituais, com os procedimentos próprios exigidos a qualquer departamento, exceto no que diz respeito aos assuntos confidenciais que estão sujeitos a sigilo, aprovados pelo Comissão designada para esta finalidade ”.

Esta comissão, chamada de assuntos reservados, é composta pelo cardeal Kevin Farrell; por Dom Filippo Iannon que atua como secretário, e também são membros Dom Fernando Vérgez Alzaga, Dom Nunzio Galantino e Pe. Juan Antonio Guerrero. Eles determinarão, caso a caso, quais os atos econômicos que devem ser mantidos em sigilo.

A supervisão de todo o fundo será responsabilidade da Secretaria para a Economia.

Com informações de Vatican News

https://gaudiumpress.org/

Essas são as três “mártires da castidade” brasileiras

Albertina Berkenbrock, Benigna Cardoso e Isabel Cristina.
Créditos: www.beataalbertina.com /
Facebook Paróquia Senhora Sant'Ana -
Santana do Cariri /Arquidiocese de Mariana

REDAÇÃO CENTRAL, 06 nov. 20 / 11:46 am (ACI).- No último dia 28 de outubro, foi publicado o decreto da Congregação para as Causas dos Santos que reconheceu o martírio de Isabel Cristina Mrad Campos, uma jovem que ao lado de outras duas brasileiras se torna mais uma “mártir da castidade” do Brasil.

“Isabel Cristina soube ser católica e defender os valores da Igreja, que ela sempre anunciou e morreu por causa disso”, disse o Arcebispo de Mariana, Dom Airton José dos Santos durante Missa em ação de graças pelo reconhecimento do martírio de Isabel Cristina, no último dia 31 de outubro.

Ao agradecer ao Papa Francisco, o Prelado indicou que agora esperam “com muita alegria e esperança o dia que ela será beatificada”.

Além de Isabel Cristina, outras duas brasileiras foram martirizadas para defender sua castidade e são modelos para a juventude do país, a já Bem-aventurada Albertina Berkenbrock e Benigna Cardoso da Silva, cuja data de beatificação também é aguardada.

A seguir, confira a biografia dessas brasileiras “mártires da castidade”:

Bem-aventurada Albertina Berkenbrock

Albertina nasceu em 11 de abril de 1919, em Imaruí (SC). Filha de agricultores, recebeu desde cedo uma formação católica. Participava da vida religiosa de sua comunidade, confessava-se com frequência e sempre participava da Eucaristia. Cultivou especial devoção a Nossa Senhora e ao padroeiro de sua comunidade, São Luís.

Em 15 de junho de 1931, quando tinha 12 anos, Albertina obedeceu a um pedido de seu pai e foi procurar um animal que estava perdido. No caminho, encontrou seu malfeitor, apelidado “Maneco Palhoça”.

A jovem perguntou a ele se sabia onde estava o animal que procurava e o homem lhe indicou uma pista falsa, enviando a menina para o local onde tentou violentá-la. Albertina não se deixou subjugar. Resistiu bravamente e não cedeu. Então, Maneco cravou um canivete em seu pescoço, degolando-a.

O homem escondeu o canivete e foi avisar aos familiares da menina que ela tinha sido assassinada, mas desviou-se de possíveis acusações.

Jurando inocência, um homem chamado João Cândido chegou a ser preso, acusado injustamente. Entretanto, Maneco não conseguiu esconder por muito tempo seu crime. Segundo consta, o assassino não parava de ir e vir na sala do velório e, ao aproximar-se do caixão, a ferida no pescoço de Albertina começou a sangrar novamente.

Foi então que o prefeito da cidade mandou soltar João Cândido e, com ele, pegou um crucifixo na capela. Os dois seguiram até o velório e a cruz foi colocada sobre o peito da menina morta. Ali, João se ajoelhou e, com as mãos no crucifixo, jurou ser inocente. Conforme relatos, naquele momento a ferida parou de sangrar.

A essa altura, Maneco Palhoça havia fugido, mas foi preso posteriormente. Ele confessou o crime e deixou claro que Albertina não cedeu à sua intenção de manter relações sexuais com ela porque não queria pecar.

Albertina Berkenbrock foi proclamada Bem-Aventurada em 20 de outubro de 2007 pelo Papa Bento XVI.

Benigna Cardoso da Silva

Também conhecida como “heroína da castidade”, Benigna nasceu em 15 de outubro de 1928, em Santana do Cariri (CE). Em 24 de outubro de 1941, aos 13 anos, foi assassinada, após se recusar a ter relações sexuais com um adolescente.

Conforme relata o site da Diocese de Crato, amenina Benigna “era muito religiosa e temente a Deus”. A jovem era assediada por um colega de escola, mas rejeitou as propostas dele.

Então, em uma tarde de sexta-feira, o rapaz, Raul Alves, sabendo que a menina costumava buscar água próximo de casa, escondeu-se atrás do mato e a abordou, tentando abusar da menina.

Como Benigna resistiu e dizia “não” com veemência, o rapaz a golpeou com um facão , assassinado a meninda.

Na época do assassinato, conforme conta Vatican News, Pe. Cristiano Coelho Rodrigues, que fora mentor espiritual da jovem, escreveu a seguinte nota ao lado do registro de batismo de Benigna: “Morreu martirizada, às 4 horas da tarde, no dia 24 de outubro de 1941, no sitio Oiti. Heroína da Castidade, que sua santa alma converta a freguesia e sirva de proteção às crianças e às famílias da Paróquia. São os votos que faço à nossa santinha”.

Desde então, vem aumentando a devoção à menina. Em 2004, teve início a Romaria da Menina Benigna, que acontece de 15 a 24 de outubro e entrou para o calendário oficial do Estado do Ceará em junho de 2019.

O Papa Francisco autorizou a beatificação da menina Benigna em outubro de 2019 e, inicialmente, a data estava marcada para 21 de outubro deste ano. Porém, precisou ser adiada devido à pandemia de coronavírus.

Embora ainda não haja uma data prevista para a beatificação da jovem mártir, esta deverá ocorrer apenas em 2021.

Isabel Cristina Mrad Campos

Isabel Cristina Mrad Campos nasceu em 29 de julho de 1962, em Barbacena (MG), em uma família católica, filha de José Mendes Campos e Helena Mrad Campos. De acordo com informações da Arquidiocese de Mariana, era “sensível, sobretudo com os mais pobres, idosos e crianças, o que certamente aprendeu na família, que era vicentina”.

Desde a adolescência, fez parte da Associação de voluntariado das Conferências de São Vicente e seu pai foi presidente do Conselho Central de Barbacena. Participava frequentemente da Missa e dos Sacramentos.

Em 1982, mudou-se para Juiz de Fora (MG) a fim de frequentar um curso pré-vestibular para ingressar na faculdade de medicina, pois sonhava em ser pediatra para ajudar crianças carentes.

Desde o início, indica o site postulazionecausesanti.it, “achou na nova cidade um lugar para poder estudar, mas acima de tudo para rezar na Igreja do Cenáculo, onde era exposto o Santíssimo Sacramento”.

Naquele mesmo ano, a jovem preparava um pequeno apartamento para onde havia se mudado com seu irmão, Paulo Roberto. No dia 1º de setembro, um homem que foi para montar um guarda-roupa tentou violentá-la, mas Isabel resistiu para manter sua castidade.

Diante da resistência da jovem, o homem lhe deu uma cadeirada na cabeça, amarrou a moça, amordaçou e rasgou suas roupas. Como a jovem não cedeu, o agressor lhe deu 15 facadas, matando-a.

Devido ao modo como morreu e, sobretudo, pela forma como viveu – indica a Arquidiocese mineira – “algumas pessoas tiveram a iniciativa de entrar com o pedido de um processo para sua beatificação” e o processo foi instalado em 2001.

Como Isabel Cristina foi batizada e recebeu a primeira comunhão na Matriz da Piedade, em Barbacena, e também pela ligação afetiva de seus pais com a paróquia, decidiu-se que seus restos mortais deveriam ficar no Santuário da Piedade.

Após o reconhecimento de seu martírio, no último dia 28 de outubro, agora se aguarda a data de sua beatificação.

AGI Digital

A importância dos meios digitais na pandemia

Idoso segue a Missa através da Internet 

A vida nas paróquias e dioceses está cada vez mais marcada pela comunicação digital neste tempo de pandemia. O padre Nuno Rosário Fernandes conta a sua experiência no som da Agência Ecclesia.

Rui Saraiva 

O número de contágios de coronavírus continua a aumentar em toda a Europa. Sucedem-se medidas governamentais cada vez mais restritivas da movimentação das pessoas. O objetivo é estancar a curva ascendente da pandemia.

Comunicação na proximidade digital

Com a regra fundamental de uso da máscara e a necessidade de distanciamento social, aumentou a importância da comunicação produzida na proximidade digital.

Passaram a ser utilizados em massa os meios de comunicação à distância. Surgiram novos espaços de contacto, informação, reunião, partilha e decisão.

Os meios digitais são cada vez mais necessários. Também na vida da Igreja. A comunicação nas paróquias e dioceses está marcada pela utilização intensa de vídeos e de transmissões audiovisuais em direto nas redes sociais.

O padre Nuno Rosário Fernandes, do Patriarcado de Lisboa, em entrevista à Agência Ecclesia, revelou que tem dedicado muita da sua atividade pastoral transmitindo eventos nas redes sociais, devido à pandemia. “Eu sinto que o importante é levarmos às pessoas a possibilidade de um tempo de oração” – diz o padre Nuno.

Abrir as fronteiras da paróquia

Com sensibilidade para as novas tecnologias e com “algum material técnico”, o padre Nuno, que é também diretor do jornal Voz da Verdade, semanário da diocese de Lisboa, revela que para transmitir uma celebração litúrgica é preciso incluir alguma qualidade. “Mais do que ter uma grande imagem é preciso ter um bom som”, porque na Liturgia é essencial “ouvir a Palavra de Deus” – salienta. Sendo que “a tecnologia permite com muita facilidade fazer um direto”.

Muito importante para quem comunica nos meios digitais é “saber o que quer” e quais “os objetivos” de comunicação que procura cumprir.

Para o padre Nuno Rosário Fernandes, que é pároco de Nossa Senhora do Amparo em Lisboa, o grande objetivo das transmissões online é permitir que as pessoas que estão em casa, impedidas de ir à Igreja, possam ter um contacto com a sua comunidade.

A continuidade das transmissões de celebrações através dos meios digitais foi uma experiência que “abriu as fronteiras da paróquia” – sublinha o padre Nuno.

O padre Nuno Rosário Fernandes, do Patriarcado de Lisboa, partilhou em entrevista à Agência Ecclesia, a sua experiência no âmbito da comunicação digital e das transmissões online.

No meio de uma pandemia que modificou o mundo e alterou profundamente as formas de comunicação e relação, as comunidades tentam reagir na ajuda fraterna a quem precisa procurando a proximidade através dos meios digitais.

Vatican News

Como podemos combater cultura do estupro

Shutterstock
por Octavio Messias

Atitudes do dia a dia contribuem com a objetificação da mulher.

Um dos assuntos mais comentados da semana (além das eleições presidenciais dos Estados Unidos) foi o vídeo da audiência do caso da influenciadora digital Mariana Ferrer, ocorrida em setembro, do julgamento do empresário André Aranha, que foi absolvido da acusação de estupro de vulnerável, uma vez que ela alegou ter sido dopada antes do ato sexual. 

O registro foi divulgado pelo site The Intercept Brasil e causou revolta nas redes sociais pela maneira como Mariana foi tratada pelo advogado do acusado, Cláudio Gastão da Rosa Filho, que humilhou a vítima e se referiu aos trajes e às suas fotos em posições sensuais como se justificassem um estupro. O Intercept ainda resumiu a sentença como “estupro culposo”, o que não existe no Código Penal, e gerou a proliferação das hashtags #justicapormarriferrer e #estuproculposo. 

Mari Ferrer alega que em dezembro de 2018, quando trabalhava em uma boate de luxo em Florianópolis, André Aranha a teria dopado e cometido o estupro em uma área reservada da casa noturna. No dia seguinte à repercussão do vídeo, o Ministério Público afirmou que a sentença foi definida por falta de provas, e não por ter sido um “estupro culposo”, ou seja, quando não há dolo, intenção de cometer o crime, o que seria um tanto absurdo tratando-se da natureza do ato. Independentemente da procedência da sentença ou não, a audiência ressalta um aspecto perigoso da nossa cultura, que é o de tentar culpar a vítima pelo estupro.     

Violência contra a mulher

O Brasil é o quinto país do mundo que mais mata mulheres. Por aqui, em média, uma mulher é estuprada a cada oito minutos. E, como apontam antropólogos e sociólogos, isso é resultado de algo que está muito enraizado na nossa sociedade, que é a cultura do estupro. Isso não significa que todo homem seja necessariamente um estuprador, mas que a maneira como enxergamos, tratamos e objetificamos as mulheres contribui diretamente para que elas sejam violentadas. 

E isso pode ser observado em atos do cotidiano que são aceitos e disseminados pelo homem, como quando se  buzina para uma mulher na rua, se puxa uma mulher pelo braço em uma festa, se tira proveito do corpo dela em situações como um ônibus lotado etc. Não é fácil ser mulher no Brasil e basta conversar com uma delas para perceber como vivem em constante estado de ameaça e temor, especialmente nos grandes centros urbanos. 

Tanto pela mídia quanto até pela educação que recebemos dos nossos pais, somos condicionados a enxergar a mulher como um objeto destituído de vontade própria, como se sua única função fosse nos servir, seja nas atividades domésticas, seja sexualmente. E isso, por si, é uma enorme violência contra a individualidade delas.

Respeito é para todos

O próprio contexto em que ocorreu o ato sexual com Mari Ferrer, que não foi desmentido pelo acusado e foi comprovado no exame pericial, é extremamente comum. Casas noturnas tentam atrair o público feminino com entradas gratuitas ou descontos nas comandas, como se elas fossem iscas para atrair o público masculino. E nesses camarotes muitas vezes não há câmeras e nem um segurança. 

Não existe atenuante para estupro. A mulher pode sair na rua embriagada e de biquini: nada justifica que o seu corpo seja violado contra a sua vontade. Não nos esqueçamos que todos fomos gerados por mulheres. Podemos ter irmãs, filhas, amigas, esposas, e todas, sem exceção, independente do grau de parentesco, devem ter suas vontades respeitadas e sua individualidade preservada.  

E para combater a cultura do estupro nos cabe policiar a nós mesmos e interferir sempre que virmos ou ouvirmos algum outro homem, especialmente se for um amigo, faltar-lhes com o respeito. 

Sejamos agentes da mudança por uma sociedade mais justa e acolhedora. 

Aleteia

CONVITE PARA NOS PREPARAR PARA O PÓS-PANDEMIA

Dom João Carlos Petrini
Bispo da Diocese de Camaçari (BA)


As forças que podem mudar o mundo são as mesmas que podem mudar a pessoa

É comum ouvir que o mundo não será mais como era antes do corona vírus. Certamente, foram acumuladas experiências que deixam marcas profundas. Mas não está garantido que essa mudança será positiva, criando para nós um mundo melhor. Afinal, o pecado original continua.

Estamos caminhando para uma convivência mais humana, de maior respeito entre as pessoas? Viveremos um tempo em que as pessoas estarão menos aceleradas para correr atrás de seus objetivos e de suas fantasias buscando alguma vantagem ou satisfação, mesmo atropelando quem por acaso ficasse pelo caminho? Ou está por vir um tempo de maior cinismo e de acentuação dos interesses individuais já que “a farinha” é pouca?

A realidade humana e social não se constrói mecanicamente. As circunstâncias produzidas pelo corona vírus não podem definir como será nossa maneira de viver e de conviver depois dessa pandemia sem a participação de cada pessoa que avalia, discerne, decide, toma atitudes, de acordo com a recomendação de Paulo em 1Tes 5, 21: “Discerni tudo, ficai com o que é bom”. É necessário avaliar o que deve ser preservado deste tempo marcado pelo isolamento social e o que deve ser mudado ou substituído.

Passamos muito tempo em silêncio, sem ver pessoas, sem manifestações de afeto e carinho com amigos e familiares. Às vezes, a solidão pareceu excessivamente amarga. O medo de ser contagiado e de morrer solitariamente tirou o sono de muitos. Todos perderam recursos: mercados e lojas fechadas, horários de trabalho e salários reduzidos. Sobrou mais tempo para conviver: inicialmente uma alegria mas, muitas vezes, uma decepção com motivos para conflitos.

Nenhuma dessas situações, por si só, irá mudar comportamentos e criar novas atitudes para viver melhor depois da pandemia. Este é o tempo de usar o coração (a inteligência, mais a afetividade, mais a vontade) para avaliar, para discernir o que vislumbramos de positivo e o que reconhecemos como negativo no tempo da pandemia e deve entrar em jogo a liberdade de cada um para escolher, decidir.  A liberdade é movida pela atração, pela visualização de um bem que desperta a curiosidade, que nos atrai, que pode tornar-se bem para nós.

Indico três aspectos da nossa humanidade que estavam um pouco perdidos antes da pandemia e que podem ser resgatados depois que o vírus deixar de ser tão ameaçador.

Durante o isolamento social continuamos e até intensificamos as conexões virtuais. Mas sentimos falta de outras conexões que as circunstâncias nos ajudaram a pensar como relevantes e decisivas e, quem sabe, pouco cultivadas.

A conexão presencial com os familiares pode ser menos apressada, cultivadas melhor, reservando horários para elas, decidindo nunca mais passar pelas pessoas como se fossem sacos de batatas. Vamos recuperar e valorizar:

A conexão com Deus Pai. Ele tomou a iniciativa de trazer-nos a este mundo e ainda nos quer por aqui com um plano para cada um que desejamos conhecer. Através desta conexão originária, podemos recuperar a conexão mais profunda com pai e com mãe, que foram os instrumentos deste Amor maior que nos quis e nos quer, e com outros familiares, mesmo quando não são tão maravilhosos como gostaríamos.

A conexão com aquelas duas ou três pessoas que foram e continuam sendo decisivas para descortinar horizontes que sequer imaginávamos, para crescer na capacidade de pensar, discernir, avaliar, decidir. A conexão com o nosso destino, com a meta última de nossa caminhada terrena. Muitas vezes, durante a pandemia pensamos na possibilidade de morrer. Que vida quero levar até o momento de morrer, para que a existência tenha sentido e valor? Que vida terei depois desse momento? Haverá uma tarefa especial, a mim reservada e que realiza o desígnio do Pai Criador para mim? Se é assim, preciso repensar como crescer para dar conta dela, como reorganizar o uso do tempo, a ordem das escolhas pessoais.

A conexão com Jesus e com o seu Evangelho, portanto a conexão com a Igreja, não apenas o Papa e os Bispos, mas com a comunidade, a Missa dominical, os sacramentos, bem como a conexão com figuras gloriosas dessa história que nos inspiram: com São Bento, com São Francisco, com Santa Dulce, com Santa Terezinha, mas também com Churchill, com Einstein…  Essas conexões alimentam, sustentam, orientam, fortalecem cada passo. Pensávamos de ser super conectados com tecnologias atualizadas, mas as conexões mais decisivas presenciais correm perigo de ficarem para trás.

Recuperar uma dimensão de vida interior, como capacidade de pensar e avaliar e de tomar atitudes. A vida interior ajuda a identificar os traços constitutivos do próprio “Eu” e conviver bem consigo mesmo. São Bento dizia que um homem de Deus gosta habitare secum (de morar consigo mesmo), sem se escandalizar com seus limites e contradições, porque cultiva a esperança de poder crescer, superando alguns e aprendendo a conviver com outros, contando com a Misericórdia e com a potência divina que vence o mal e a morte, admirando a obra que Deus está realizando. “Eu vos peço: não deixeis inacabada esta obra que fizeram vossas mãos! Ó senhor, vossa bondade é para sempre! completai em mim a obra começada!” (Sl 137, 8).

Quando dizemos “Eu”, falamos de um Amor que nos constitui, de um Desígnio que nos guia, de uma Misericórdia que nos acolhe, de um Batismo que nos resgata. É importante aprender a dizer o nosso nome como nossa mãe o pronunciava quando éramos bebês, sempre com uma ponta de ternura ou, melhor ainda, como Jesus, olhando para nós do alto da cruz. Este olhar de compaixão cheia de esperança para conosco nasce da certeza de que somos feitos por um Outro que nos quer e nos ama. Quanto mais capacitados para dizer “Eu” com simpatia e estima, mais seremos capazes de dizer “Tu” com uma simpatia e uma estima semelhantes, conscientes que uma mesma origem e um mesmo destino definem a nossa humanidade.

A vida interior é necessária para que cada um possa elaborar, em etapas, seu projeto de vida, enquanto busca realizar o Desígnio maior. E é indispensável também para estabelecer relações de amizade, cooperação, solidariedade, serviço, amor, construindo comunhão fraterna. É importante distinguir os fatos e os acontecimentos das opiniões e emoções, das fantasias, tanto na vida pessoal como no contexto social. Vale a pena comparar os fatos com os desejos mais profundos (de viver com significado e com beleza, de que nossa existência tenha utilidade, de amar e de ser amado, de que possamos realizar nossas potencialidades). Isto exige momentos de silêncio.

Redefinir as relações. As pessoas vivem muitas relações e interagem com muitos ambientes, participam de uma densa rede de comunicações. As relações são produzidas, consumidas, modificadas e postas de lado num incessante movimento de construção e desconstrução, que faz pensar à espuma produzida pelas ondas quando quebram na praia. Muitas relações aparecem fluidas ou líquidas, ou flutuantes. Elas geram personalidades que se assemelham a uma massa gelatinosa, ambiente ideal para o poder agir a seu bel prazer.

É necessário discernir as relações que têm essas características e dar menos atenção daquelas que são consistentes e comunicam consistência à nossa pessoa, que vale a pena valorizar, preferir.  Algumas nos constituem biologicamente. Outras nos constituem como personalidades fortes, através delas adquirimos recursos intelectuais, psicológicos, espirituais, que nos proporcionam uma existência que não é fluida e nem líquida. Algumas delas duram para sempre, para além da nossa existência terrena, como ser mãe, ou pai, ou filho. Outras marcam decisivamente a nossa personalidade e o nosso modo de estar neste mundo. Essas relações dão fortaleza à nossa pessoa, que se torna tanto mais consistente quanto mais afunda suas raízes na Rocha sobre a qual a nossa construção pode crescer com solidez.  “Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos, renovando a vossa mente, a fim de poderdes discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, agradável e perfeit.” (Rm 12, 2).

CNBB

“Não chameis ninguém de ‘pai'”?

Veritatis Splendor
  • Autor: Pe. Arthur W. Terminiello
  • Fonte: Livro “The 40 Questions Most Frequently Asked about the Catholic Church by Non-Catholics” (1956) / Site “Una Fides, One Faith” (http://net2.netacc.net/~mafg)
  • Tradução: Carlos Martins Nabeto

– Por que os católicos chamam os seus sacerdotes de “Padre” [Pai] quando a Bíblia diz: “Não chameis ninguém na terra de ‘pai’, pois um é o seu pai: Aquele que está no céu” (Mateus 23,9).

Os católicos chamam seus sacerdotes de “padre”:

1) Porque ele é um Pai Espiritual para eles:

a) Na infância, ele os batizou e, portanto, foi o instrumento de seu NASCIMENTO ESPIRITUAL, assim como os pais físicos dos católicos são responsáveis ​​pelo seu NASCIMENTO FÍSICO;

b) Ele dá ALIMENTO espiritual para suas almas sempre que recebem o Corpo e o Sangue de Cristo na Sagrada Comunhão. “Porque minha carne é verdadeiramente comida e meu sangue é verdadeiramente bebida” (João 6,57). FORNECER ALIMENTO É OUTRA OBRIGAÇÃO DE UM PAI.

c) Na confissão, o sacerdote não apenas perdoa o pecado em nome de Cristo, mas também o aconselha sobre a melhor maneira de superar suas dificuldades espiritual e material. ESTE TAMBÉM É O DEVER DE UM PAI.

d) Como um pai, o padre está sempre no leito de morte de um católico para consolá-lo e ajudá-lo. Nenhum católico gostaria de morrer sem um padre – SEU PAI ESPIRITUAL – ao lado dele.

Portanto, um padre não EXIGE este título. Os católicos o chamam de “pai” como sinal da afeição que ele compartilha com seus pais naturais e porque ele compartilha com eles os deveres e obrigações dos pais.

2) Porque a Bíblia não obriga que NENHUM homem deva ser chamado de “Pai”:

a) A Concordância de Cruden (que é uma concordância não-católica), no início da citação que trata da palavra “pai” diz:

  • “Além de seu uso comum, essa palavra também é usada no sentido de idosos… De ancestrais… Fundadores de ofícios ou profissões… Chefe dos habitantes de uma cidade, etc.”

A palavra “Pai” é encontrada quase 1000 vezes [na Bíblia] e apenas metade delas se refere a Deus. As outras se referem a SERES HUMANOS que são chamados de “pai”.

b) Não era intenção de Cristo que NINGUÉM fosse chamado de “Pai”:

i) Em Mateus 13,1-3, Ele adverte o povo a seguir os ensinamentos dos fariseus, mas não o exemplo deles: “Mas não ajam de acordo com suas obras”. Segundo esses versículos, nenhum mestre deve ser seguido para nos afastar de Cristo.

ii) O próprio Cristo permitiu e usou a palavra PARA OUTROS homens e não só para Deus:

  • Em João 4,12, Ele não corrigiu a mulher samaritana que disse: “És maior que o nosso pai Jacó, que nos deu o poço?”;
  • Em João 8,56, Ele mesmo empregou o termo para Abraão: “Abraão, vosso pai, se alegrou por ver meus dias”.

c) São Paulo, seguindo o exemplo de Cristo, não tomou essa palavra em seu sentido literal:

i) Ele chama os coríntios de seus filhos espirituais: “Porque embora tenhais dez mil tutores em Cristo, ainda não tens muitos pais. Porque em Cristo Jesus, através do Evangelho, eu vos gerei” (1Coríntios 4,15);

ii) Ele chama Timóteo de “filho amado na fé” (1Timóteo 1,2);

iii) Ele fala dos coríntios como seus filhos: “Mas eu vos admoesto como meus filhos mais queridos” (1Coríntios 4,14);

iv) Ele diz aos filipenses que a prova da lealdade de Timóteo pode ser encontrada no fato dele ter servido a Paulo no Evangelho como “um filho ao PAI” (Filipenses 2,22);

v) Veja também: 1Tessalonicenses 2,11.

3) Se aderirmos à interpretação literal:

a) Todos os títulos honorários serão proibidos: juízes, desembargadores etc. não poderão ser chamados de “Meritíssimo”. Presidentes, embaixadores, prefeitos etc., não poderão ser chamados de “Vossa Excelência”;

b) Os médicos não poderão ser chamados de ‘doutor’ e os ministros religiosos não poderão ser chamados de ‘reverendo’;

c) Não poderíamos chamar nosso pai e nossa mãe de “Pais”, pois não haveria exceções na interpretação literal;

d) Da mesma forma, não poderíamos mais chamar Cabral de “Pai do País”;

e) Não poderíamos usar a expressão “Senhor”, pois é equivalente a “Mestre” e o mesmo texto diz: “Nem chameis mestres”;

f) Nem poderíamos usar o termo “Senhor”, pois é uma contração de “Pai”, que significa “Senhor” ou “Mestre”.

Portanto, este texto de São Mateus não deve ser considerado literalmente ou como uma lei geral. Os padres católicos não EXIGEM este título. É para eles uma fonte de HUMILDADE e não de ORGULHO, pois lembra o sacerdote das suas OBRIGAÇÕES como PAI espiritual do seu rebanho.

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF