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segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Governo comunista chinês força religiosas a abandonarem convento

Guadium Press
Segundo uma das freiras, caso elas se opusessem à investida policial, o governo teria demolido o convento.

China – Shanxi (06/11/2020 11:00, Gaudium Press) O governo comunista chinês continua sua perseguição contra a Igreja Católica. Desta vez as autoridades estatais da China enviaram policiais à um convento na província de Shanxi com o intuito de intimidar as religiosas que viviam naquela comunidade.

Religiosas despejadas, cruzes e imagens religiosas removidas

De acordo com informações da revista Bitter Winter, publicação dedicada à liberdade religiosa e aos direitos humanos na China, as oito freiras que moravam neste convento foram obrigadas a abandoná-lo após uma investida policial. Na ocasião, também foram removidas a cruz principal, as cruzes dentro do prédio e uma dúzia de imagens religiosas.

Uma das freiras comentou o triste fato recordando que “a cruz é um símbolo de salvação. Tirar foi como se tivessem tirado um pedaço de carne de nós”. A Irmã comentou ainda que se elas se opusessem, “o governo teria demolido o convento”.

Autoridades vigiavam as religiosas 24 horas por dia

As religiosas eram vigiadas 24 horas por dia através de quatro câmeras de segurança instaladas no convento. Já se planejava a instalação de outras câmeras na sala de jantar, cozinha e lavanderia, mas as freiras conseguiram impedir.

“Os policiais nos declararam ‘pessoas perigosas’ e repetidamente nos assediavam. Pediram que escrevêssemos o que havíamos feito na vida desde o jardim de infância e exigiram que revelássemos tudo o que fizemos nos últimos meses. Inclusive, queriam que lembrássemos os números das placas dos carros em que estivemos em nossas viagens”, lamentou a religiosa.

Assédios e intimidações por parte do governo

Segundo outra religiosa “três pessoas, um policial e duas autoridades locais, foram designadas para nos observar. Entravam no convento com frequência para perguntar sobre nossas atividades, às vezes à noite. O governo inclusive contratou alguns bandidos para nos assediar. Chegavam a entrar na cozinha para nos intimidar e atuar de forma indecente, e pediam para que comêssemos com eles”. (EPC)

https://gaudiumpress.org/

Bispos dos EUA a Biden: defenda a santidade da vida e a liberdade religiosa

JIM WATSON / AFP

Joe Biden é pró-aborto, apesar de se dizer católico. Bispos incentivam debate, porque o Partido Democrata já impôs aborto a entidades católicas.

Bispos dos EUA a Biden: defenda a santidade da vida e a liberdade religiosa. Esta foi uma das mais relevantes partes da nota que a Conferência Episcopal norte-americana divulgou neste sábado, 7, depois que grande parcela da imprensa do país projetou como irreversível a vitória do candidato do Partido Democrata nas eleições presidenciais.

nota é assinada por dom José H. Gomez, arcebispo de Los Angeles e presidente da Conferência Episcopal dos Estados Unidos. O texto lança um convite a todos os habitantes do país:

“Trabalhar unidos para realizar a bela visão dos missionários e fundadores dos Estados Unidos: uma nação sob Deus”.

Os bispos reforçam a importância do respeito à liberdade:

“Agradecemos a Deus pela bênção da liberdade. O povo americano manifestou-se nestas eleições. Agora, é hora de nossos líderes cooperarem num espírito de unidade nacional e se disporem ao diálogo e ao compromisso pelo bem comum”.

No tocante a promover a paz, a fraternidade, a confiança recíproca e o espírito de verdadeiro patriotismo, os bispos acrescentam:

“A democracia exige que todos nos comportemos como pessoas virtuosas e autodisciplinadas. Exige que respeitemos a livre expressão das opiniões e nos tratemos uns aos outros com caridade e civismo, mesmo que estejamos profundamente em desacordo em nossos debates sobre questões de direito e de política pública”.

Bispos dos EUA a Biden: defenda a santidade da vida

De fato, Joe Biden é pró-aborto, apesar de se declarar católico. Tal posição é abertamente incompatível com a fé cristã, com a ética natural e com a ciência livre de ideologias. Afinal, todo nascituro humano é uma pessoa viva em seu estágio inicial de desenvolvimento, e, portanto, requer proteção. O “profundo desacordo” entre Biden e a Igreja, neste ponto, parece evidente.

Além disso, o maior conglomerado de clínicas de aborto do mundo, a Planned Parenthood, declarou explicitamente durante a campanha o seu apoio ao então candidato Joe Biden, devido à sua postura favorável ao aborto. Leia sobre o fato na matéria recomendada ao final deste artigo.

A Conferência Episcopal dos EUA pede que haja debate. É uma boa lembrança a Biden: o debate, afinal, envolve diálogo, e, portanto, não é compatível com a imposição de censura contra quem discorde das posições ideológicas do seu partido. Reforçar este ponto é crucial porque o Partido Democrata, durante o governo de Barack Obama, já obrigou as instituições católicas a oferecerem “serviços de interrupção da gestação” nos hospitais privados que administram, o que é absolutamente inaceitável tanto do ponto de vista do respeito à liberdade religiosa quanto do respeito à própria democracia.

Um caso concreto e aberrante foi o que vitimou a congregação das Irmãzinhas dos Pobres: as políticas sanitárias do governo de Barack Obama as obrigava a cobrir procedimentos abortivos e de esterilização em seus hospitais católicos. Elas precisaram enfrentar uma longa batalha judicial até que a Suprema Corte dos Estados Unidos reconheceu o óbvio: que elas não podem ser obrigadas a se sujeitar aos notórios atropelos ideológicos impostos à sua congregação religiosa. Confira

Reconhecimento da validade da projeção da imprensa

Os bispos reconheceram, sem polêmicas, o resultado da eleição de 2020 conforme projetado pela imprensa:

“Joseph R. Biden recebeu votos suficientes para ser eleito o 46º presidente dos Estados Unidos da América. Parabenizamos o Sr. Biden e reconhecemos que ele se une a John F. Kennedy como o segundo presidente dos Estados Unidos a professar a fé católica”.

O episcopado norte-americano também cumprimenta a senadora Kamala Harris como “a primeira mulher da história a ser eleita vice-presidente” do país.

Uma nação sob Deus

A nota dos bispos finaliza:

“Peçamos à Bem-aventurada Virgem Maria, padroeira desta grande nação, que interceda por nós. Nos ajude a trabalhar unidos para realizar a bela visão dos missionários e fundadores dos Estados Unidos: uma nação sob Deus, onde se defenda a santidade de cada vida humana e se garanta a liberdade de consciência e de religião”.

Aleteia

A conversão de Graham Leonard: ex-Bispo anglicano de Londres

Graham Leonard | Veritatis Splendor
  • Autor/Fonte: Agência Zenit – Madri, 06.11.2001
  • Tradução: Apostolado Veritatis Splendor

O ex-bispo anglicano de Londres revela o motivo de sua conversão ao Catolicismo:

  • “Na Igreja Católica encontra-se a verdade sem subjetivismos”.

Não é fato comum que o bispo anglicano de Londres se converta ao Catolicismo. Mas este é o caso de mons. Graham Leonard, que neste último fim de semana (11/2011) participou de um congresso realizado na capital espanhola pela Associação de Conversos ao Catolicismo “A Caminho de Roma”. Em entrevista concedida a ultima edição do semanário “Católicos do Século XXI”, revela os motivos que o levaram a dar este surpreendente passo:

P: Qual a origem da sua conversão?

– Minha conversão ao Catolicismo vem de muito tempo, não foi de repente. Há muitos anos, experimentei uma grande preocupação ante aos acontecimentos que ocorriam naquela que era a minha Igreja, a Igreja Anglicana. Sempre defendi que a fé é um dom de Deus e que ela não é fruto das descobertas individuais que cada um pode fazer. Como membro da Igreja Anglicana, me preocupava muito em que nela se dava cada vez mais importância às interpretações particulares e individuais da fé. Interpretações que dependiam da situação, do ambiente, do que a Igreja tivera por bem decidir e opinar em certo momento.

P: Essa queda para o subjetivismo, para o relativismo, o senhor percebeu apenas nos últimos anos ou chegou a dar conta de que o problema estava enraizado desde o nascimento da Igreja Anglicana?

– Na realidade, sempre foi assim desde a Reforma do século XVI. Naquela época, quando nasceu a Igreja Anglicana, a fé foi expressa como uma tentativa de resposta para a situação política criada por Henrique VIII. O professor Powicke assim afirmou, com clareza: “O que pode-se dizer definitivamente da Reforma na Inglaterra é que esta foi um ato de Estado”. A Igreja na Inglaterra encontrava-se à mercê e submissa aos objetivos políticos da monarquia Tudor. Para ele, deixou de ser a Igreja Católica na Inglaterra, passando a ser a Igreja da Inglaterra.

P: Isto ocorreu outras vezes?

– Na realidade, este processo de adaptação da fé às necessidades do momento vem se repetindo desde então. O conteúdo doutrinário da fé dependeu, durante muitos anos, da interpretação das fórmulas realizada pelos juristas. Nos últimos anos, tem dependido do Sínodo Geral. Segundo a Conferência de Lambeth – uma espécie de Sínodo de todas as igrejas anglicanas do mundo – cada Igreja em cada país está livre para determinar como deve entender a sua fé. Quando me dei conta disto tudo, compreendi também que já não poderia seguir exercendo meu ministério sacerdotal nestas condições.

P: Foi determinante o fato da Igreja da Inglaterra aceitar o sacerdócio feminino?

– Isso foi detonante, pois representou o estabelecimento de uma nova comunhão, segundo a qual se requer como necessário crer em algo que a Igreja jamais requereu como matéria de fé. Foi um passo adentro desse processo de subjetivismo, segundo o qual cada um é livre para crer no que quiser. Já ocorrera antes com a fé na ressurreição.

P: O senhor é casado, como é costume no clero anglicano. Como a sua esposa acolheu a decisão de sua conversão, de que pretendia renuncia a uma vida confortável como bispo de Londres e passar para uma situação incerta?

– Ainda antes de mim, ela queria ser católica, mas nunca me disse nada para não pressionar-me, em razão da minha responsabilidade dentro do Anglicanismo. Ela, assim como eu, está muito feliz desde que optamos pelo Catolicismo.

P: E seus filhos? Como acolheram tais decisões?

– Temos dois filhos e cinco netos. Aceitaram a nossa decisão e a respeitaram; porém, permanecem como anglicanos.

P: Sentem-se acolhidos na Igreja Católica?

– Muito bem, sem dúvida alguma.

P: E os sacerdotes anglicanos que, como o senhor, se converteram ao Catolicismo? Estão contentes?

– Sim, sem dúvida. Não conheço nenhum que não esteja satisfeito.

P: Em que trabalham após a conversão?

– Fazemos o mesmo que qualquer outro sacerdote católico: nas paróquias, como capelães nas universidades, nos hospitais, como professores. Por exemplo, um deles, que era sacerdote da diocese de Londres quando eu era seu bispo, é agora vigário geral da diocese católica de Westminster. Em meu caso concreto, a nomeação de prelado honorífico que recebi de Sua Santidade tem sido vista pelos ex-anglicanos como sinal de aprovação do Santo Padre às boas-vindas que já tinha recebido localmente. Em meu ministério, concentro-me em realizar retiros espirituais com os clérigos diocesanos, a convite do bispo de Birmingham, por exemplo. Há algumas semanas, terminei um retiro com os beneditinos da Inglaterra.

P: Alguns, inclusive na Igreja Católica, pedem para que o primado do Papa deixe de ser jurisdicional e passe a ser apenas um primado honorífico. Qual a sua opinião a respeito?

– O essencial da primazia petrina não é a honra, mas a jurisdição. E isso porque se trata de defender a verdade, os direitos da verdade. O primado do Papa é essencial para a Igreja porque é de instituição divina. É essencial também para alcançar a verdadeira unidade entre as Igrejas.

P: Por quê?

– Porque a unidade, para que seja autêntica, somente pode estar fundamentada na verdade. É responsabilidade do Papa assegurar esta unidade na verdade.

P: O senhor crê que devam ser feitas concessões no diálogo ecumênico para se alcançar mais facilmente a unidade?

– Não creio que se deva falar em concessões. A verdade não se descobre nas negociações, mas na obediência.

P: Como o senhor enxerga a crise que passa a Igreja Católica?

– Sobre a crise da Igreja Católica, depende do ponto de vista, pois nela há muitas coisas positivas, como os novos movimentos e a revitalização que vem fazendo nas paróquias. Basicamente, como crise oriunda dos poderes do mal, o que se tenta é difundir o subjetivismo como método para arruinar e destruir a autoridade divina. Eu confio totalmente e sempre no poder amoroso de Deus e em seus objetivos para a humanidade. Confio em Deus totalmente e porque creio em Deus, creio na Igreja que ele nos deu; por isso tenho esperança. É esta Igreja que deve dar cumprimento aos planos de Deus para a salvação do homem.

  • [Mons. Graham Douglas Leonard morreu em 06 de janeiro de 2010, aos 88 anos].
Apostolado Veritatis Splendor

Qual vínculo existe entre a Virgem de Fátima e a Revolução Russa?

Nossa Senhora de Fátima. Foto: Facebook Santuário de Fátima.

REDAÇÃO CENTRAL, 07 nov. 20 / 05:00 am (ACI).- Neste dia 7 de novembro, faz 103 anos da revolução russa de 1917, com a qual os bolcheviques liderados por Lenin tomaram o poder e que culminou com a criação da União Soviética e a expansão da ideologia comunista pelo mundo.

Mas, este fato está vinculado com as aparições da Virgem Maria em Fátima (Portugal), nas quais a Mãe de Deus pediu explicitamente que se rezasse pela Rússia.

Os jornalistas Darío Chimeno e Josemaría Navalpotro, autores do livro ‘Cem anos de luz. Fátima um foco de paz desde 1917’, asseguraram em uma entrevista concedida ao Grupo ACI em 2017 que, “para um não crente, para um racionalista fechado ao sobrenatural, sim, poderia tratar-se de uma mera coincidência de datas”.

Mas, ambos os jornalistas indicam que “as aparições de Fátima, com sua mensagem, e a Revolução Russa não são coincidência. Os cristãos vemos a mão de Deus em tudo. Mas, neste caso também é muito evidente”.

“O mundo estava em plena Guerra Mundial e as consequências desta disputa sangrenta tiveram sua repercussão nas décadas seguintes, começando pela própria Revolução Russa. Nesse contexto, a Virgem, que é Mãe, aparece com uma mensagem de aviso de um gravíssimo perigo para a humanidade que levava consigo muitas almas que podiam ir para o inferno. Como infelizmente comprovamos, na história, o comunismo trouxe muita calamidade. Inclusive hoje, vive-se seus últimos suspiros”, assegurou Darío Chimeno.

Por sua parte, Josemaría Navalpotro pontuou ao Grupo ACI que a Virgem de Fátima pede aos videntes “que rezem pela conversão da Rússia, que naquele momento estava a ponto de ser engolida pelo monstro comunista”. Este pedido é porque “a Virgem se implica na história humana de uma maneira direta”, afirmou.

Além disso, Navalpotro sublinhou que não se tratava de uma “mera questão política”, mas que o “comunismo é essencialmente materialista, nega Deus, na prática, foi cruelmente antirreligioso”.

Por isso, Chimeno recordou que “a Virgem pediu claramente que a Rússia se consagrasse ao seu Imaculado Coração em julho de 1917. E, em  13 de junho de 1929, voltou a dizer à Irmã Lúcia o mesmo: ‘É chegado o momento em que Deus pede ao Santo Padre fazer, em união com todos os bispos do mundo, a consagração da Rússia ao meu Imaculado Coração, prometendo salvá-la por este meio. São tantas as almas que a Justiça de Deus condena por pecados contra Mim cometidos, que venho pedir reparação’”.

“Talvez alguns, com menos perspectivas, podem menosprezar o perigo que o comunismo representa. Mas é a ideologia que causou mais vítimas no século XX, em termos de danos físicos quantificáveis (assassinatos, guerras, tortura, deportações, prisões...) e, mais difícil de quantificar, em danos espirituais. Em sua mensagem, a Virgem queria afastar o perigo que o comunismo supunha”, assegurou o jornalista ao Grupo ACI.

Nesse sentido, Chimeno destacou como era significativo que “a mensagem da Virgem tinha que ser entendida pelos videntes, crianças. Em 1917, as três crianças não sabiam nem o que era Rússia: achavam que era uma senhora! Em 1929, Irmã Lúcia transmite uma locução em um ano em que a Rússia já era comunista, mas em seus primeiros estágios”.

Embora seja impossível saber o que teria sido da Rússia sem a intercessão da Virgem Maria, ambos os jornalistas concordam que “fazer previsões é perigoso, mas gostaríamos de pensar que sim, que se não fosse pela intercessão da Virgem, poderia ter sido muito pior. De fato, para muitos historiadores e pensadores, a queda do comunismo não pode ser explicada apenas por fatores humanos”.

“Em alguma ocasião, ouvi Joaquín Navarro Valls, que foi porta-voz vaticano com João Paulo II, dizer que ninguém em são consciência pensava nos anos oitenta que o comunismo soviético seria derrubado em 1989, após mais de 50 anos de sólida construção. Mais ainda, quando alguém estuda as mensagens de Fátima e as compara com a história, tem a ideia clara de que, graças à Virgem, há mais luz do que escuridão”, afirmou Navalpotro.

Além disso, destacou um fato que pode passar despercebido, mas que, segundo Navalpotro, é relevante: “Após a Segunda Guerra Mundial, a Áustria ficou sob a autoridade das potências vencedoras. Na parte sob domínio soviético, a pressão comunista aumentou e um grupo de fiéis começou a rezar o rosário em público como a Virgem de Fátima tinha pedido”.

“Milhares de pessoas se reuniram com esta finalidade periodicamente. E, em um determinado momento, sem razão política nem geoestratégica aparente, os russos inesperadamente decidiram ir embora da Áustria. Foi isso. Que cada um pense o que quiser”, assinalou.

ACI Digital

São João de Latrão

Basílica Letaranense de Roma | Opus Dei
No dia 9 de novembro celebra-se a festa da Dedicação da Basílica de São João de Latrão, a catedral da cidade de Roma.

Durante os primeiros séculos, por causa das perseguições, a celebração da Eucaristia e a catequese tinham lugar em casas privadas que algumas famílias – habitualmente as que dispunham de mais meios econômicos, e portanto tinham casas mais amplas – punham à disposição da Igreja. Eram as primitivas igrejas domésticas, que em Roma também são chamadas títulos.

titulus era uma tabuinha de madeira que se pendurava na entrada das vilas romanas, onde estava escrito o sobrenome do proprietário; a vivenda também era denominada com o nome da gens, ou linhagem familiar.

Com o decorrer do tempo, muitas domus ecclesiae acabaram por ser doadas à Igreja e, quando houve liberdade de culto, edificaram-se templos cristãos sobre esses veneráveis lugares, cuja história remontava à época apostólica em alguns casos, e a famosos mártires romanos em outros. A partir do século IV, cada uma das primitivas igrejas domésticas foi dedicada a um santo, em bastantes casos ao antigo proprietário do imóvel, que tinha entregue não só a sua casa mas a própria vida pela fé.

Os títulos mencionados em alguns documentos antigos traçam uma espécie de mapa onde se pode observar como estavam distribuídos os cristãos pela Urbe até ao século III. Os mais antigos são o titulus Clementis (hoje igreja de São Clemente), Anastasiae (Santa Anastácia), Vizantis (São João e São Paulo, no Celio), Equitii (Santos Silvestre e Martinho ‘ai Monti’, no Esquilino), Chrysogoni (São Crisógono, no Trastevere), Sabinae (Santa Sabina, no Aventino); Gaii (Santa Susana); Crescentianae (São Sisto) e Pudentis (Santa Pudenciana).

Estes nove títulos remontam às origens do cristianismo em Roma e há outros três que datam dos finais do século III: o titulus Callisti (hoje Santa Maria in Trastevere), Ceciliae (Santa Cecília) e Marcelli (São Marcelo ‘al Corso’).

Calcula-se que antes do Edito de Milão (ano 313) existiam mais de vinte títulos ou igrejas domésticas na Cidade Eterna. Nessa altura já aproximadamente um terço da população se tinha convertido ao cristianismo, mas esta realidade não se refletia na fisionomia urbana, devido ao fato de a Igreja carecer de personalidade jurídica. O imperador Constantino, além de ter autorizado publicamente o culto cristão, promoveu a construção das primeiras basílicas cristãs, em Roma e em Jerusalém.

Um povo de estirpe nobre

O Batistério lateranense (esquerda). À direita pode-se apreciar a cúpula do Batistério e o exterior do edifício.O Batistério lateranense (esquerda). À direita pode-se apreciar a cúpula do Batistério e o exterior do edifício.

Na Cidade Eterna, o primeiro templo cristão que se edificou foi a basílica Lateranense, nos terrenos até então ocupados por um quartel da guarda privada do imperador. Durante bastantes séculos – até ao período de Avignon – ali esteve a cátedra papal, pelo que esta basílica merecia o título de cunctarum mater et caput ecclesiarum, que ainda hoje se lê numa inscrição junto à entrada.

Ao princípio, recebeu o nome de Basílica do Salvador, mas na época medieval dedicou-se também a São João Batista e a São João Evangelista: O Papa Silvestre consagrou-a no ano de 318, embora tenham passado algumas dezenas de anos até ser concluída. Desde então, foi reconstruída várias vezes por causa de roubos, terremotos e incêndios. O edifício atual data de meados do século XVII e deve-se a Borromini, embora a fachada e a abside tenham sido transformadas posteriormente.

Um pouco separado da Basílica, na esquina direita da grande praça de São João, destaca-se um edifício de planta octogonal e de aspeto antigo, sobriamente adornado, mas de linhas harmoniosas. É o batistério. Data do século V, e foi construído durante o pontificado de Sisto III, sobre um outro primitivo que Constantino tinha mandado edificar.

Nas paredes, cinco afrescos reproduzem episódios da vida de Constantino, entre os quais são de destacar a aparição da Santa Cruz com a promessa: in hoc signo vinces (com este sinal vencerás), que sucedeu – segundo a tradição – quando o imperador estava acampado com o seu exército na zona de Saxa Rubra, na véspera da batalha da Ponte Mílvia em que Constantino derrotou Majêncio

A piscina circular onde antigamente os cristãos eram batizados por imersão fica no centro, rodeada por oito formosas colunas de pórfiro com capitéis jônicos e coríntios. Essas colunas sustentam uma arquitrave, que tem inscritos uns versos em latim, atribuídos ao Papa São Sisto III (432-440), onde se resume, de forma admirável, a doutrina cristã sobre o Batismo. Soam tão magnificamente, que vale a pena lê-los na língua original. Acrescentamos a tradução abaixo.

GENS SACRANDA POLIS HIC SEMINE NASCITVR ALMO
QVAM FECVNDATIS SPIRITVS EDIT AQVIS
VIRGINEO FETV GENITRIX ECCLESIA NATOS
QVOS SPIRANTE DEO CONCIPIT AMNE PARIT
COELORVM REGNVM SPERATE HOC FONTE RENATI
NON RECIPIT FELIX VITA SEMEL GENITOS
FONS HIC EST VITAE QVI TOTVM DILVIT ORBEM
SVMENS DE CHRISTI VVLNERE PRINCIPIVM
MERGERE PECCATOR SACRO PVRGANTE FLVENTO
QVEM VETEREM ACCIPIET PROFERET VNDA NOVVM
INSONS ESSE VOLENS ISTO MVNDARE LAVACRO
SEV PATRIO PREMERIS CRIMINE SEV PROPRIO
NVLLA RENASCENTVM EST DISTANTIA QVOS FACIT VNVM
VNVS FONS VNVS SPIRITVS VNA FIDES
NEC NVMERVS QVEMQVAM SCELERVM NEC FORMA SVORVM
TERREAT HOC NATVS FLVMINE SANCTVS ERIT

Aqui nasce um povo de nobre estirpe destinado ao Céu,
que o Espírito gera nas águas fecundadas.
A Mãe Igreja dá à luz na água, com um parto virginal
os que concebeu por obra do Espírito divino.
Esperai o reino dos céus, os renascidos nesta fonte:
a vida feliz não acolhe os nascidos uma só vez.
Aqui está a fonte da vida, que lava toda a terra,
que tem o seu princípio nas chagas de Cristo.
Submerge-te, pecador, nesta corrente sagrada e purificadora,
cujas ondas, a quem recebem envelhecido, devolverão renovado.
Se quiseres ser inocente, lava-te nestas águas,
tanto se te oprime o pecado herdado como o próprio.
Nada separa já os que renasceram, feitos um
por uma só fonte batismal, um só Espírito, uma só fé.
A nenhum aterrorize o número ou a gravidade dos seus pecados:
o que nasceu desta água viva será santo.

Apóstolo de apóstolos

Pelo Batismo todos os cristãos são chamados à santidade e ao apostolado. A inscrição do batistério lateranense mostra que essa consciência estava muito viva nas origens do cristianismo. Por isso, São Josemaria Escrivá ao explicar o espírito do Opus Dei o comparava com “a vida dos primeiros cristãos. Eles viviam profundamente a sua vocação cristã; procuravam seriamente a perfeição a que estavam chamados pelo fato, simples e sublime, do Batismo”[1].

OS PRIMEIROS CRISTÃOS VIVIAM PROFUNDAMENTE A SUA VOCAÇÃO CRISTÃ; PROCURAVAM SERIAMENTE A PERFEIÇÃO A QUE ESTAVAM CHAMADOS PELO FATO, SIMPLES E SUBLIME, DO BATISMO

Nos primeiros séculos, os neófitos eram batizados com uma tríplice imersão – em honra da Santíssima Trindade – na piscina do batistério, e traziam durante toda a semana seguinte uma túnica branca, como manifestação de não querer voltar a manchar a sua alma com o pecado, depois de purificada com as águas da regeneração. Se tinham a desgraça de cair, recorriam cheios de dor ao Sacramento da Penitência. Mas como eram grandes os seus desejos de santidade, a sua luta estava longe de ser uma luta negativa...! Sentiam-se felizes por terem encontrado a Verdade e o Bem – o Amor de Deus – e desejavam também, como é natural, ir a Deus acompanhados por muitos outros: parentes, amigos, vizinhos, companheiros de ofício... Anunciaram o Evangelho com alegria, e o Senhor concedeu-lhes muito fruto, mas sabemos que em certas ocasiões difundir a mensagem de salvação significou para eles arriscar a vida ou sofrer graves contradições. Contudo, os primeiros cristãos não se detiveram diante dos obstáculos: na sua conduta voltaram muitas vezes a ressoar as palavras pronunciadas por Pedro e João quando os pretendiam calar: “não podemos, pois, deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos[2]“.

Hoje como ontem cabe aos batizados a tarefa de trabalhar para que a salvação chegue a todas as partes e a todos os homens[3]. Por isso, nós cristãos não só procuramos fazer apostolado pessoal, mas encorajamos também os nossos amigos a serem também eles apóstolos e a se comprometerem na maravilhosa tarefa de aproximar almas a Cristo.

“Cada um de vós deve procurar ser um apóstolo de apóstolos”[4], escreveu São Josemaria em Caminho. Deus conta com cada um dos cristãos para que “todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade”[5]. Por isso, é urgente que todos os batizados tomem consciência da sua vocação para a santidade e para o apostolado. Assim aproximarão muitas pessoas da felicidade e serão eles próprios muito felizes, porque encherão de sentido cristão e de esperança qualquer realidade humana: “pelo Batismo, somos portadores da palavra de Cristo, que tranquiliza, que inflama e aquieta as consciências feridas. E para que o Senhor atue em nós, temos que dizer-lhe que estamos dispostos a lutar todos os dias, embora nos vejamos frouxos e inúteis, embora percebamos o peso imenso das nossas misérias e da nossa pobre fraqueza pessoal. Temos de repetir-lhe que confiamos nEle, na sua assistência: se for preciso, como Abraão, contra toda a esperança. Assim trabalharemos com redobrado empenho e ensinaremos os homens a comportar-se com serenidade, livres de ódios, de receios, de ignorâncias, de incompreensões, de pessimismos, porque Deus tudo pode”[6].


[1] Entrevistas com Mons. Josemaria Escrivá, n. 24

[2] Atos dos Apóstolos, 4,20

[3] Cfr. Concílio Vaticano II, Decreto Apostolicam actuositatem, nº 3.

[4] São Josemaria, Caminho, n. 920.

[5] 1 Tm 2, 4.

[6] São Josemaria, Amigos de Deus, n. 210.


São Josemaria / Opus Dei

domingo, 8 de novembro de 2020

A guerra é uma falência da humanidade

 

Papa Francisco no Capitólio
20 outubro 2020

Apelo assinado pelo Pontífice e pelos chefes religiosos


Congregados em Roma no «espírito de Assis», unidos espiritualmente aos crentes de todo o mundo e às mulheres e homens de boa vontade, rezamos uns ao lado dos outros para implorar sobre esta nossa terra o dom da paz. Lembramos as feridas da humanidade, trazemos no coração a oração silenciosa de tantos atribulados, muitas vezes sem nome nem voz. Por isso comprometemo-nos a viver e propor solenemente aos responsáveis dos Estados e aos cidadãos do mundo inteiro este Apelo de Paz.

Nesta Praça do Capitólio, pouco tempo depois do maior conflito bélico de que há memória na história, as nações que se guerrearam estabeleceram um Pacto, fundado sobre um sonho de unidade que em seguida se realizou: uma Europa unida. Hoje, neste tempo de desorientação, açoitados pelas consequências da pandemia de Covid-19, que ameaça a paz ao aumentar as desigualdades e os medos, digamos com força: Ninguém pode salvar-se sozinho, nenhum povo, ninguém!

A guerra e a paz, as pandemias e os cuidados da saúde, a fome e o acesso aos alimentos, o aquecimento global e a sustentabilidade do desenvolvimento, os deslocamentos de populações, a eliminação do risco nuclear e a redução das desigualdades não dizem respeito apenas a cada nação individualmente. Compreendemo-lo melhor hoje, num mundo cheio de conexões, mas onde muitas vezes se perde o sentido da fraternidade. Somos irmãs e irmãos, todos! Peçamos ao Altíssimo que, depois deste tempo de provação, deixe de haver «os outros» para existir apenas um grande «nós» rico de diversidade. É tempo de voltar a sonhar, com ousadia, que a paz é possível, a paz é necessária, um mundo sem guerras não é uma utopia. Por isso queremos dizer mais uma vez: «Nunca mais guerra!»

Infelizmente, aos olhos de muitos, a guerra voltou a aparecer como uma via possível para a solução das disputas internacionais. Não é assim. Antes que seja demasiado tarde, queremos lembrar a todos que a guerra sempre deixa o mundo pior do que o encontrou. A guerra é um falimento da política e da humanidade.

Apelamos aos governantes para que rejeitem a linguagem da divisão, frequentemente apoiada por sentimentos de medo e desconfiança, e não adotem caminhos sem retorno. Pensemos conjuntamente nas vítimas. Existem tantos, demasiados conflitos ainda em aberto.

Aos responsáveis dos Estados, dizemos: trabalhemos juntos numa nova arquitetura da paz. Unamos as forças em prol da vida, da saúde, da educação, da paz. Quanto aos recursos empregues na produção de armas cada vez mais destrutivas, fautoras de morte, chegou a hora de os utilizar para corroborar a vida, cuidar da humanidade e da nossa casa comum. Não percamos tempo! Comecemos por objetivos atingíveis: unamos, já hoje, os esforços para conter a propagação do vírus até termos uma vacina que seja apropriada e acessível a todos. Esta pandemia veio lembrar-nos que somos irmãs e irmãos de sangue.

A todos os crentes, às mulheres e aos homens de boa vontade, dizemos: Com criatividade façamo-nos artesãos da paz, construamos amizade social, assumamos a cultura do diálogo. O diálogo leal, perseverante e corajoso é o antídoto contra a desconfiança, as divisões e a violência. O diálogo dissolve, pela raiz, as razões das guerras, que destroem o projeto de fraternidade inscrito na vocação da família humana.

Ninguém pode deixar de se sentir envolvido. Todos somos corresponsáveis. Todos temos necessidade de perdoar e ser perdoados. As injustiças do mundo e da história curam-se, não com o ódio e a vingança, mas com o diálogo e o perdão.

Que Deus inspire estes ideais a todos nós e este caminho que percorremos juntos, plasmando o coração de cada um e fazendo-nos mensageiros de paz!

Roma, Capitólio, 20 de outubro de 2020.

L'Osservatore Romano

Qual é o significado do "deserto" em nossas vidas?

Giorgio Parravicini/Unsplash | CC0
por Mário Scaniuzzi

O deserto pode não ser apenas um espaço geográfico, mas também uma sensação que atravessamos durante a vida.

Quando falamos em deserto, a primeira imagem que me vem à mente é de um lugar sem vida, cheio de perigos, areia por toda a parte e sem água. Atravessar o deserto exige preparo, coragem.

Mas o deserto pode não ser apenas um espaço geográfico, pode ser também uma sensação que atravessamos durante a vida. Dificilmente uma pessoa não enfrenta momentos de solidão.

No capítulo 4 do Evangelho (v. 1-11), São Mateus mostra que Jesus passou pela tentação no deserto. Porém Ele estava “cheio do Espírito Santo”, isto é, repleto da sabedoria de Deus.

E foi com base na Palavra de Deus que Jesus enfrentou o deserto e as tentações.

Primeiro, o maligno queria que Jesus transformasse as pedras em pão. Depois, que Ele se lançasse do precipício para testar a ação dos anjos do Senhor. Por fim, o demônio queria que Cristo se prostrasse diante dele e o adorasse.

A todas estas tentações, do pão material, da adoração aos falsos deuses e ao teste à ação divina, Jesus respondeu com conhecimento da Palavra de Deus.

Sim, é a Palavra de Deus que nos socorre nos momentos de fraqueza, de tentação, quando precisamos de forças para enfrentar uma situação.

Sabemos que em nossas vidas temos momentos de queda, de solidão. Por isso é tão importante nos alimentarmos sempre com a oração e com e a eucaristia.

É dessa forma que nos preparamos para atravessarmos os desertos, as tentações, e seguirmos nosso caminho rumo ao Pai.

Aleteia

A saudação dos bispos dos EUA a Biden: agora é tempo de unidade

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Dom Gomez falou em nome da Conferência Episcopal: "Parabenizamos o senhor Biden e reconhecemos que se une a John F. Kennedy como segundo presidente dos Estados Unidos a professar a fé católica".

Vatican News

O arcebispo de Los Angeles e presidente da Conferência Episcopal dos Estados Unidos, Dom José H. Gomez, divulgou uma nota após a vitória de Joe Biden nas eleições do último dia 3 de novembro.

“Agradecemos a Deus pela bênção da liberdade. O povo americano se expressou nestas eleições. Agora, é o momento de os nossos líderes se unirem num espírito de unidade nacional e se disporem ao diálogo e ao compromisso pelo bem comum.

Como católicos e estadunidenses, as nossas prioridades e a nossa missão são claras. Estamos aqui para seguir Jesus Cristo, para testemunhar o seu amor em nossas vidas e para construir o seu reino sobre a terra. Creio que neste momento da história dos Estados Unidos, os católicos têm o dever especial de serem agentes de paz, de promover a fraternidade e a confiança recíproca e de rezar por um renovado espírito de verdadeiro patriotismo no nosso país.

A democracia requer que todos nós nos comportemos como pessoas virtuosas e autodisciplinadas. Requer que respeitemos a livre expressão das opiniões e nos tratemos uns aos outros com caridade e civilidade, mesmo que estejamos profundamente em desacordo em nossos debates sobre questões de direito e de política pública.

Assim, reconhecemos que Joseph R. Biden, Jr. recebeu votos suficientes para ser eleito o 46° presidente dos Estados Unidos. Parabenizamos o senhor Biden e reconhecemos que se une a John F. Kennedy como segundo presidente dos Estados Unidos a professar a fé católica. Nos congratulamos também com a senadora da Califórnia Kamala D. Harris, que se torna a primeira mulher da história a ser eleita vice-presidente.

Peçamos à Bem-aventurada Virgem Maria, padroeira desta grande nação, que interceda por nós. Nos ajude a trabalhar unidos para realizar a bela visão dos missionários e fundadores dos Estados Unidos: uma nação sob Deus, onde se defenda a santidade de cada vida humana e se garanta a liberdade de consciência e de religião."

Vatican News

Livro reúne obras artísticas sobre a Anunciação de Maria

Guadium Press
Dirigida ao público em geral, a obra é definida pela autora como “um passeio pela história através das obras de arte inspiradas em um tema central na origem do cristianismo”.

Redação (06/11/2020 16:00, Gaudium Press) “A Anunciação de Maria na arte do Oriente e Ocidente”, assim se intitula o livro de autoria do teólogo francês François Boefsplug e de Emanuela Fogliadini, professora de História da teologia do Oriente cristão na Faculdade de Teologia da Itália Setentrional de Milão.

Um passeio pela história através das obras de arte

Dirigida ao público em geral, a obra é definida pela autora como “um passeio pela história através das obras de arte inspiradas em um tema central na origem do cristianismo”. De fato, na publicação são analisados desde os mosaicos dos primeiros cristãos até os manuscritos iluminados, desde os ícones orientais até os retábulos medievais, desde as pinturas do Beato Angélico até os óleos flamencos, desde as pinturas de Poussin do século XVII até as do século passado, cheias de simbolismo, de Maurice Denise.

Emanuela Fogliadini explica ainda que o livro centra sua atenção na “excepcionalidade do anúncio: a surpresa de Maria nos gestos ou no rosto; a presença implícita ou explícita de Deus neste encontro”.

Obras de arte que podem falar de forma especial às novas gerações

Entre outras representações, a autora menciona também a tela de Henry Ossawa Tanner, conservada no Museu de Arte da Filadélfia e pintada no final do século XIX. “A Anunciação está localizada no quarto de uma jovem sentada em sua cama. O anjo não tem aspecto humano, mas é uma luz intensa, um brilho luminoso quase ofuscante”.

Já para François Boefsplug, estas obras podem falar de forma especial às novas gerações de hoje. “Todas interpretam de acordo com diferentes sensibilidades este misterioso evento narrado nos Evangelho canônicos e apócrifos. Particularmente significativo é o afresco da Iglesia Cristo Pantocrator do Mosteiro de Visoki Decani em Kosovo, que data de 1335-1350. Aqui, Maria está de frente para o espectador, não olhando para o anjo, representado como um mensageiro imperial”, ressaltou. (EPC)

https://gaudiumpress.org/

Washington aprova medida sobre "educação sexual integral", apesar da objeção dos bispos

Imagem referencial / crédito: Unsplash

WASHINGTON DC, 07 nov. 20 / 07:00 am (ACI).- Os eleitores do estado de Washington (Estados Unidos) aprovaram uma medida eleitoral que exigirá uma “educação sexual integral” nas escolas públicas, apesar da objeção dos bispos católicos locais.

Quase 60% dos eleitores de Washington aprovaram a medida.

Os bispos católicos em Washington disseram que a medida promovia um programa educacional prejudicial aos jovens e contrário às verdades da dignidade e sexualidade humana e da formação parental das crianças.

A proposta "não aborda adequadamente os complexos problemas morais associadas à sexualidade humana nem discute adequadamente o sexo no contexto do casamento", disse a Conferência Católica do Estado de Washington. Seus requisitos sobre o ensino do consentimento, por exemplo, não abordam a ideia de que a atividade sexual deve ocorrer apenas entre cônjuges casados.

O Escritório do Superintendente de Instrução Pública disse que os distritos escolares públicos poderiam escolher entre uma variedade de currículos de educação sexual completa e planos de estudos complementares.

O gabinete do superintendente estatal disse que é apropriado que os alunos do quarto ano do ensino fundamental aprendam a definir a orientação sexual e a identidade de gênero. As séries posteriores aprenderiam sobre relacionamentos saudáveis, consentimento, crescimento do desenvolvimento, as funções dos sistemas reprodutivos, como prevenir gravidez indesejada e DSTs. Do mesmo modo, supõe-se que devem compreender as influências da família, dos companheiros, da comunidade e dos meios de comunicação nas relações sexuais estáveis.

No entanto, os bispos de Washington discordaram.

A conferência dos bispos argumentou que "os conselhos escolares eleitos localmente não podem determinar completamente suas próprias políticas nesta área sensível". Explicou que, embora os distritos escolares tenham permissão para criar seu próprio currículo com base nos padrões de saúde do estado de 2005, o mandato de educação sexual não está financiado e, portanto, os distritos escolares são mais propensos a confiar no currículo estadual existente que criar o seu próprio sem financiamento.

A conferência católica advertiu que essa educação sexual pode ter um efeito no ambiente escolar em geral.

“Os pais podem excluir seus filhos da instrução em sala de aula, mas não podem excluí-los das discussões no pátio da escola e da mudança cultural que pode ocorrer na escola como resultado da (educação integral em saúde sexual)”, advertiu.

Os bispos citaram o documento Gaudium et Spes do Concílio Vaticano II, que enfatiza a necessidade de salvaguardar o direito dos pais de "educar seus filhos no seio da família".

Publicado originalmente em CNA.

ACI Digital

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF