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terça-feira, 10 de novembro de 2020

DROGA QUE MATA

HypeScience
por Dom Sérgio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Salvador (BA)

Durante a pandemia, tem sido verificado um crescimento preocupante no consumo de bebidas alcoólicas. A quarentena pode ser um desafio, de modo especial, para quem luta contra o alcoolismo. O abuso de bebida alcoólica, especialmente, a situação dos dependentes de álcool tem sido motivo de piadas em programas humorísticos e em rodas de amigos. Contudo, o alcoolismo necessita ser tratado com a merecida seriedade, pois o álcool está incluído na relação de drogas que causam dependência e, em muitos casos, a morte. O álcool pode se tornar uma droga que mata! O alcoolismo é doença que atinge grande parcela da população brasileira, devendo ser tratado como um problema de saúde pública. As suas tristes consequências são bastante conhecidas: graves danos à saúde, acidentes de trânsito, acidentes de trabalho, violência doméstica, brigas e homicídios.

O atual estilo de vida tem favorecido a iniciação sempre mais precoce no uso de bebidas alcoólicas, fazendo dos jovens as grandes vítimas do alcoolismo, muitas vezes, associado ao uso de outras drogas. O alcoolismo tem causado muito sofrimento para os que são dependentes de álcool e para os seus familiares, sendo motivo de lágrimas para muitas mães, esposas e filhos. Infelizmente, a compreensão que se tem do problema não ajuda na recuperação das pessoas. É preciso superar a visão que reduz o alcoolismo a uma fraqueza moral, para considerá-lo enfermidade que exige tratamento sério e continuado.

 A relutância em admitir a situação, em pedir ou aceitar ajuda, dificulta muito a superação do problema. A ajuda fraterna de familiares e de amigos é fundamental na recuperação dos dependentes de álcool. Hoje, cada vez mais, surgem tratamentos que possibilitam a desintoxicação e o controle do alcoolismo, levando as pessoas a uma vida saudável. Conforme a situação, podem ser indicados medicamentos, terapias individuais, de grupo ou familiar, internação em clínicas e centros especializados, aconselhamento psicológico e espiritual. Muitas instituições têm prestado precioso serviço na recuperação de inúmeras pessoas.

 No campo religioso, são muitas as iniciativas em andamento, como a Pastoral da Sobriedade. É preciso valorizar, divulgar e apoiar os esforços em favor da superação do alcoolismo chamando a atenção para a responsabilidade social na solução deste problema, pois resta muito a fazer. Há necessidade de medidas preventivas, de cunho educativo e social; de controle rigoroso da venda de bebidas alcoólicas para menores; de aplicação da lei coibindo o uso de álcool pelos motoristas; de eliminar bebidas alcoólicas da propaganda. Além disso, a vivência religiosa e o cultivo dos valores éticos muito podem contribuir para vencer a dependência de álcool e trazer uma nova vida, inspirada na fé em Cristo.

CNBB

RENOVAR O AMOR E A VENERAÇÃO POR MARIA

Virgem Maria | Sinais do Reino

A Virgem Santa Maria ocupa um lugar especialíssimo na história da salvação, pois, não apenas aos pés da Cruz, mas em toda a sua existência, ela viveu o seu sim, sua plena entrega nas mãos do Senhor. A Santíssima Virgem é, com toda a certeza, a pessoa que realizou mais perfeitamente sua doação e amor para com Deus e para com todos nós, seres humanos.

Como uma nova primavera que anuncia o suave aroma das rosas e das flores, o nascimento de Maria fez brilhar em todo o universo a límpida luz da santidade. Como a chuva copiosa do inverno que rega e fecunda a terra árida, o sim de Maria irrigou e transformou a história da salvação em uma história de identificação com os planos do Altíssimo. Como a nascente de um grandioso rio, um imenso manancial da mais pura e límpida água, Maria conservou em sua alma as mais nobres virtudes e os mais preciosos sentimentos de incontida alegria por ter transmitido ao mundo um novo tempo, a pessoa de Jesus, o motivo maior da nossa paz e da nossa alegria.

Contemplando o exato momento da anunciação do Anjo Gabriel e o ecoar do sim de Maria, aprendemos a reviver o amor e a veneração pela Mãe de Cristo. Quando temos o bom hábito de recorrer a Nossa Senhora, nas diversas horas do dia, desde o amanhecer até o anoitecer, vislumbramos com os olhos da fé que existe uma Mulher, uma Mãe, que pela amplitude de seu serviço, amor e doação, traz em sua face os traços de Deus; e pela perseverança na correspondência aos desígnios do Senhor apresenta inúmeros detalhes de graça e de santidade. Enfrentando muitos desafios, rompendo com muitos preconceitos, valorizando a participação da mulher na vida da Igreja, praticando a caridade sem fronteiras, Maria nos ensina a acolher sempre mais em nossas almas aquele Coração que batera em uníssono com o seu coração. Ao lado de Jesus, à espreita do amado Filho, com humildade e simplicidade, Maria conquistou para si um privilegiado espaço na história da salvação e, a todo instante, ela não se cansa de nos convidar a acolher em nosso íntimo o seu amado e adorado Filho.

Quando o Sangue de Cristo circula em nossas veias, por meio da participação na Eucaristia ou quando revivemos  nossa devoção mariana pela oração do rosário, do ângelus e do ofício de Nossa Senhora, nós percebemos que Maria é a Santa Mãe de Deus, a Virgem digna de louvor, o Espelho da justiça, a Causa da nossa alegria. Ela é a Mãe de Jesus e a nossa mãe.

Por amor a Cristo, ela está sempre disposta a ouvir nossos rogos quando recorremos a ela, expondo as preocupações com a salvação do nosso próximo e dos nossos familiares. “Maria é, ao mesmo tempo, uma Mãe de misericórdia e de ternura, a quem ninguém recorreu em vão; abandona-te cheio de confiança no seu seio materno, pede-lhe que te alcance esta virtude da humildade que ela tanto apreciou; não tenhas medo de não ser atendido, pois Maria a pedirá por ti a esse Deus que exalta os humildes e reduz ao nada os soberbos; e como Maria é onipotente junto do seu Filho, será ouvida com toda a certeza”. (Papa Leão XIII, Prática da humildade, nº 56). Com renovada esperança, temos que recorrer, hoje e sempre, à Virgem Maria para que ela interceda por nós, diante do Senhor que tanto aprecia o silêncio, o autêntico sacrifício e a correspondência ao Seu amor.

Ó Maria, estamos e somos felizes, pois reconhecemos que Tu és a Mãe da Igreja, a Nossa Senhora da Conceição Aparecida. Doce Mãe, quando diante de nós surgem as possibilidades do pecado, recorremos à tua materna proteção, suplicando: “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós!” Pelo reto exercício da piedade mariana, utilizando as palavras do Cura D’Ars, não nos cansamos de dizer aos nossos amigos e parentes: “Se não fores para o céu, como ficarei magoado! Não verás a Santíssima Virgem, esta criatura tão linda!”. Querida Mãe, ensina-nos a valorizar esse sublime privilégio de te reconhecer como nossa mãe. Nosso amor por ti é sólido e profundo; por conseguinte, a cada dia criamos singulares títulos para expressar a certeza de que, quando depositamos todas nossas coisas em teu materno coração, Cristo vem prontamente ao nosso auxílio, pois por ser um bom Filho Ele sempre atende aos teus pedidos.

Incomparável Mãe, nós agradecemos ao Cristo a graça de te reconhecer como a Mãe do bom conselho. O melhor conselho que tu, constantemente, nos ofereces é: “Fazei tudo o que Ele vos disser!” (Jo 2, 5). Fazer a vontade de Deus, aprofundar a vida da santidade, anunciar a Boa Nova da Salvação, tendo a ti, Mãe Maria, no coração e na alma, é atualizar, de alguma forma, nossa pertença ao Deus Altíssimo e nossa devoção para contigo, amada Mãe.

Cristo, obrigados por nos fazer perceber o alcance da intercessão de Maria em nossas vidas. Maria, “coitado de mim se não te conhecesse ou se me esquecesse de te invocar; correria grave perigo de me perder. Ó Maria, feliz quem te reconhece como mãe e se entrega à tua proteção”. (Santo Afonso de Ligório, Visitas a Jesus sacramentado e a Nossa Senhora, página 90).

Virgem Maria, não podemos esquecer tampouco que tu mereces todo o nosso respeito, gratidão e apreço e, por isso, confiando em tua materna proteção, nós te saudamos, dizendo: “Salve Maria, Mãe de misericórdia, vida, doçura e esperança nossa, salve!”. Maria, Mãe e Rainha, ensina-nos a fazer o bem, a servir ao Senhor, a crescer na prática da caridade e a expandir as possibilidades do verdadeiro amor. Inigualável Mãe, nós te amamos!

Aloísio Parreiras

(Escritor e membro do Movimento de Emaús)

Arquidiocese de Brasília

O significado da expressão: "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida"

Wilson Tamayo | Cathopic CC0

E por que você deveria "tatuar" essas palavras em seu coração.

Disse Jesus: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14,6a). Ao colocar essas afirmações, Ele consegue condensar e sintetizar o processo de santificação, de humanização, de divinização e de cura. Ele mostra como pode fazer um processo de cura do homem como um todo, porque a grande meta de Jesus é que todos sejamos perdoados, regenerados e inteiramente curados.

Jesus se diz o Caminho, que implica para todos nós cristãos, para todos aqueles que de fato querem chegar ao Pai, uma porta estreita, difícil de passar (cf. Jo 10,9). Ninguém vai ao Pai se não passar por Jesus, e para passar por Jesus é necessário entender sua proposta.

O Caminho

Caminho significa seguir os Seus passos, assumir as consequências do discipulado. Simboliza resignação, esvaziamento, obediência a Deus. Significa aceitar a perseguição. O Caminho é carregar a cruz, o Caminho é Jesus Cristo.

A Verdade

Nós encontramos a Verdade nos ensinamentos de Jesus Cristo, nas suas ações, na sua forma de agir. A verdade que contrapõe é uma verdade falsa, é a verdade do mundo. Estamos no mundo, mas não somos do mundo (cf. Jo 17,14ss).

A Verdade que é colocada diante de cada um de nós, de mim a cada dia nestes 25 anos de sacerdócio, de você cristão e que está diante de nós para que não erremos nas nossas opções e decisões é: a Verdade é Jesus. A Verdade que não nos deixa recuar, que nos faz caminhar certo.

A Vida

“Eu sou a Vida”, disse Jesus. Quando se perde a vida plena de Deus somos prisioneiros de nossas paixões. A vida que Deus nos propõe em Jesus Cristo nos faz livres, mais donos de nós mesmos. A Vida em Cristo é liberdade diante de nossos próprios apetites, de nossas próprias paixões e de nossos próprios vícios. É a liberdade de escolhas, que o Apóstolo Paulo ilustrou muito bem ao dizer: “Tudo me é permitido, mas nem tudo convém. Tudo me é permitido, mas eu não me deixarei dominar por coisa alguma” (1Cor 6,12). Por isso é um caminho de santificação e humanização.

O Caminho, a Verdade e a Vida

Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. São três palavras que nós não deveríamos escrever, mas tatuar em nossos corações, em nossa mente, em nossa alma. Desculpe a palavra tatuar, mas é a que eu acredito que seja mais oportuna.

O Apóstolo Felipe foi aquele que, como nós, nos momentos de dificuldades pediu: “Mostra-nos o Pai” (cf. Jo 14,8). Um pedido até inocente e estaria tudo certo se a resposta de Jesus não fosse: “Ninguém vai ao Pai, senão por mim” (Jo 14,6b). Repito, Ele é a porta estreita que temos que atravessar. Felipe representa exatamente a nossa busca de Deus sem Jesus, do Criador sem o Redentor, do Todo-Poderoso sem a encarnação. Por isso, Felipe representa um pouco de cada um de nós, na nossa limitação de fé.

Se estamos buscando a santidade, temos que nos perguntar: o Caminho, a Verdade e a Vida são para nós realmente um modelo de discipulado e de vida?

Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação (1Ts 4,3). Que Ele em Jesus, com a intercessão de todos os santos, nos ajude a buscar e viver a santidade.

Por Padre Reginaldo Manzotti 

Aleteia

Após roubar barco de padre, ladrões se arrependem e voltam para tirá-lo do rio

Imagem referencial / Foto: Pixabay (domínio público)

BELÉM, 10 nov. 20 / 08:59 am (ACI).- Um sacerdote que viajava de barco para celebrar uma Missa no interior do Pará foi assaltado e obrigado a pular no rio; mas, ao se dar conta de que se tratava de um padre, os ladrões se arrependeram e voltaram para salvá-lo.

O caso aconteceu no último sábado, 7 de novembro, com Padre Mateus Tavares dos Santos, da Paróquia de São Sebastião da Boa Vista, na ilha de Marajó (PA).

O delegado de Breves, Jorge David, contou ao portal UOL que “o padre emprestou uma lancha e, ao se aproximar da localidade, foi abordado por outra embarcação em que estavam dois indivíduos, armados com arma de fogo tipo pistola. Eles anunciaram o assalto e mandaram o padre pular na água. Em seguida, empreenderam fuga em outra embarcação”.

Segundo o relato em depoimento do sacerdote, os bandidos entraram na lancha, revistaram-no e levaram seu celular, R$ 500 e uma mochila que estava com o material para a Missa. Além disso, tiraram o colete salva-vidas do presbítero, mandaram que pulasse no rio e fugiram com a embarcação.

Pe. Mateus disse que ficou cerca de 15 minutos na água, até que não conseguia mais resistir e começou a rezar. Foi quando viu a embarcação retornando e um dos assaltantes perguntou: “Tu é [sic] padre mesmo?”.

Como o Pe. Mateus respondeu que era sacerdote, o bandido estendeu a mão para ele e o retirou da água.

De acordo com o depoimento do sacerdote, os bandidos ainda disseram para ele segurar em uma embarcação que passava pelo local e pediram ao piloto que o levasse até a margem, onde foi socorrido por pessoas da ilha Jararaca.

O caso foi registrado na delegacia no município de Breves e os ladrões ainda não foram localizados.

ACI Digital

Diante de apagão no Amapá, Bispo faz apelo à solidariedade

Dom Pedro José Conti | Seles Nafes

REDAÇÃO CENTRAL, 09 nov. 20 / 03:46 pm (ACI).- O Amapá enfrenta o sétimo dia de apagão após um incêndio que atingiu a principal subestação do estado, com consequente desabastecimento e falta de água potável; diante disso, o Bispo do Macapá, Dom Pedro José Conti lançou um apelo à solidariedade, por meio da campanha lançada pela Cáritas Diocesana.

No último dia 3 de novembro, um incêndio atingiu a subestação de energia elétrica localizada na Zona Norte de Macapá , a qual, segundo a Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA), “atende o estado todo”.

A falta de eletricidade, então, afetou o Amapá, causando também problemas nas telecomunicações, de abastecimento de água potável, filas em postos e combustíveis.

Em recente vídeo publicado pelo Regional Norte 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Pedro Conti relatou que muitos perderam o que estava na geladeira e tiveram que jogar os alimentos fora e que também faltou água potável.

Segundo o Prelado, o que mais o preocupa é “o povo que mora mais nas periferias, que é o nosso povo pobre”.

“De qualquer maneira, estamos trabalhando e queremos que logo cheguem condições melhores para todos”, declarou o Bispo, acrescentando que “muitas pessoas, generosamente, querem ajudar. Obrigado”.

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Por isso, a Cáritas Diocesana de Macapá lançou a campanha “É Tempo de Cuidar”, a fim de arrecadar doações de materiais de higiene, limpeza, água potável e alimentos para o atendimento das famílias mais vulneráveis.

Essas doações podem ser feitas nas paróquias e na sede da Cáritas da Diocese de Macapá, localizada no endereço: Av. Padre Manoel da Nóbrega , n° 1000, CEP: 68.905-627 – Jesus de Nazaré, Macapá – AP.

Além disso, foi disponibilizada uma conta para receber doações financeiras, as quais serão destinadas para a compra de produtos necessários.

“Quem quiser ajudar, colabore. E nós nos comprometemos a identificar quem realmente está precisando neste momento”, indicou Dom Conti.

Por fim, assinalou que “a ajuda, a colaboração e a fraternidade sempre é uma possibilidade que nós temos não só de manifestar o nosso amor, a nossa unidade e fraternidade, mas também superar as dificuldades, os medos e as divisões”.

As doações podem ser realizadas por meio da seguinte conta:

Cáritas Diocesana de Macapá – C.D.M.
CNPJ 11.452.602/0001-04.
Banco do Brasil: Agência: 2825-8 Conta: 60702-9.

ACI Digital

S. LEÃO MAGNO, PAPA E DOUTOR DA IGREJA

S. Leão Magno, Basílica de São Paulo Extramuros 

No ano 452 d.C., a península italiana tremia diante dos Hunos, liderados por Átila. Grande parte do norte já havia caído nas garras do invasor. As cidades de Aquileia, Pádua e Milão tinham sido conquistadas, saqueadas e arrasadas. Átila avançava na sua continua corrida e se encontrava perto de Mântua, no rio Mincio. Ali, a história se detém e se forma.
Leão Magno, eleito Papa doze anos antes, guiou uma delegação de Roma para se encontrar com Átila, o qual dissuadiu a continuar a guerra de invasão.
A lenda – retomada depois por Raphael, nos afrescos das "Salas do Vaticano" – narra que o líder dos hunos se retirou após ter visto aparecer, atrás de Leão, os Apóstolos Pedro e Paulo, armados de espadas.
Três anos depois, em 455, foi ainda o "Papa Magno", embora desarmado, a deter, às portas de Roma, os Vândalos da África, guiados pelo rei Genserico. Graças à sua intervenção, a cidade foi saqueada, mas não incendiada. Permaneceram intactas as Basílicas de São Pedro, de São Paulo fora dos Muros e de São João em Latrão, nas quais a população encontrou abrigo e se salvou.

"Pedro falou pela boca de Leão"

A vida de Leão, porém, não consistiu apenas no seu compromisso com a paz, que levou adiante com coragem e sem cessar. O Pontífice dedicou-se muito também à defesa da doutrina. Foi ele que, de fato, inspirou o Concílio Ecumênico de Calcedônia – atual Kadiköy, na Turquia -, que reconheceu e afirmou a unidade de duas naturezas em Cristo: humana e divina; rejeitou a “heresia de Eutiques”, que negava a essência humana do Filho de Deus. A intervenção de Leão no Concílio foi feita através de um texto doutrinal fundamental: o “Tomo de Leão” contra Flaviano, bispo de Constantinopla. O documento foi lido publicamente aos 350 Padres conciliares, que o acolheram por aclamação, afirmando: "Pedro falou pela boca de Leão, que ensinou segundo a piedade e a verdade".

Teólogo e pastor

Sustentador e promotor da Primazia de Roma, o "Pontífice Magno" deixou para a história quase 100 sermões e cerca de 150 cartas, nos quais demonstra ser teólogo e pastor, zeloso com a comunhão entre as várias Igrejas, sem jamais esquecer as necessidades dos fiéis. De fato, foi para eles que incentivou as obras de caridade em uma Roma dominada pela escassez, pobreza, injustiças e superstições pagãs; colocou em prática todas as ações necessárias – lê-se em seus escritos – para manter constantemente a justiça e "oferecer amorosamente a clemência, porque sem Cristo nada podemos fazer, mas com Ele tudo é possível".

O 45º Papa da história

Natural da Toscana, tornou-se diácono da Igreja de Roma, por volta do ano 430; dez anos depois, Leão foi enviado pela imperatriz Plácida para pacificar a Gália, disputada pelo general Aécio e o prefeito pretoriano Albino. Após alguns meses, faleceu o Papa Sisto III. Leão, seu conselheiro, foi o Sucessor. Sua consagração como Pontífice - o 45º da história – ocorreu em 29 de setembro de 440.

Um Pontificado de "primazias"

Seu Pontificado, que durou vinte e um anos, colecionou várias primazias: foi o primeiro Bispo de Roma a ser chamado Leão; o primeiro Sucessor de Pedro a ser chamado "Magno"; o primeiro Papa, que por sua pregação, foi também um dos dois únicos Papas - o outro foi Gregório Magno - a receber, em 1754, por desejo do Papa Bento XIV, o título de "Doutor da Igreja".
A morte de Leão Magno ocorreu em 10 de novembro de 461. Segundo alguns historiadores, ele foi também o primeiro Papa a ser sepultado na Basílica Vaticana. Suas relíquias, ainda hoje, são conservadas na Capela de "Nossa Senhora do Pilar, na Basílica de São Pedro".

Vatican News

segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Governo comunista chinês força religiosas a abandonarem convento

Guadium Press
Segundo uma das freiras, caso elas se opusessem à investida policial, o governo teria demolido o convento.

China – Shanxi (06/11/2020 11:00, Gaudium Press) O governo comunista chinês continua sua perseguição contra a Igreja Católica. Desta vez as autoridades estatais da China enviaram policiais à um convento na província de Shanxi com o intuito de intimidar as religiosas que viviam naquela comunidade.

Religiosas despejadas, cruzes e imagens religiosas removidas

De acordo com informações da revista Bitter Winter, publicação dedicada à liberdade religiosa e aos direitos humanos na China, as oito freiras que moravam neste convento foram obrigadas a abandoná-lo após uma investida policial. Na ocasião, também foram removidas a cruz principal, as cruzes dentro do prédio e uma dúzia de imagens religiosas.

Uma das freiras comentou o triste fato recordando que “a cruz é um símbolo de salvação. Tirar foi como se tivessem tirado um pedaço de carne de nós”. A Irmã comentou ainda que se elas se opusessem, “o governo teria demolido o convento”.

Autoridades vigiavam as religiosas 24 horas por dia

As religiosas eram vigiadas 24 horas por dia através de quatro câmeras de segurança instaladas no convento. Já se planejava a instalação de outras câmeras na sala de jantar, cozinha e lavanderia, mas as freiras conseguiram impedir.

“Os policiais nos declararam ‘pessoas perigosas’ e repetidamente nos assediavam. Pediram que escrevêssemos o que havíamos feito na vida desde o jardim de infância e exigiram que revelássemos tudo o que fizemos nos últimos meses. Inclusive, queriam que lembrássemos os números das placas dos carros em que estivemos em nossas viagens”, lamentou a religiosa.

Assédios e intimidações por parte do governo

Segundo outra religiosa “três pessoas, um policial e duas autoridades locais, foram designadas para nos observar. Entravam no convento com frequência para perguntar sobre nossas atividades, às vezes à noite. O governo inclusive contratou alguns bandidos para nos assediar. Chegavam a entrar na cozinha para nos intimidar e atuar de forma indecente, e pediam para que comêssemos com eles”. (EPC)

https://gaudiumpress.org/

Bispos dos EUA a Biden: defenda a santidade da vida e a liberdade religiosa

JIM WATSON / AFP

Joe Biden é pró-aborto, apesar de se dizer católico. Bispos incentivam debate, porque o Partido Democrata já impôs aborto a entidades católicas.

Bispos dos EUA a Biden: defenda a santidade da vida e a liberdade religiosa. Esta foi uma das mais relevantes partes da nota que a Conferência Episcopal norte-americana divulgou neste sábado, 7, depois que grande parcela da imprensa do país projetou como irreversível a vitória do candidato do Partido Democrata nas eleições presidenciais.

nota é assinada por dom José H. Gomez, arcebispo de Los Angeles e presidente da Conferência Episcopal dos Estados Unidos. O texto lança um convite a todos os habitantes do país:

“Trabalhar unidos para realizar a bela visão dos missionários e fundadores dos Estados Unidos: uma nação sob Deus”.

Os bispos reforçam a importância do respeito à liberdade:

“Agradecemos a Deus pela bênção da liberdade. O povo americano manifestou-se nestas eleições. Agora, é hora de nossos líderes cooperarem num espírito de unidade nacional e se disporem ao diálogo e ao compromisso pelo bem comum”.

No tocante a promover a paz, a fraternidade, a confiança recíproca e o espírito de verdadeiro patriotismo, os bispos acrescentam:

“A democracia exige que todos nos comportemos como pessoas virtuosas e autodisciplinadas. Exige que respeitemos a livre expressão das opiniões e nos tratemos uns aos outros com caridade e civismo, mesmo que estejamos profundamente em desacordo em nossos debates sobre questões de direito e de política pública”.

Bispos dos EUA a Biden: defenda a santidade da vida

De fato, Joe Biden é pró-aborto, apesar de se declarar católico. Tal posição é abertamente incompatível com a fé cristã, com a ética natural e com a ciência livre de ideologias. Afinal, todo nascituro humano é uma pessoa viva em seu estágio inicial de desenvolvimento, e, portanto, requer proteção. O “profundo desacordo” entre Biden e a Igreja, neste ponto, parece evidente.

Além disso, o maior conglomerado de clínicas de aborto do mundo, a Planned Parenthood, declarou explicitamente durante a campanha o seu apoio ao então candidato Joe Biden, devido à sua postura favorável ao aborto. Leia sobre o fato na matéria recomendada ao final deste artigo.

A Conferência Episcopal dos EUA pede que haja debate. É uma boa lembrança a Biden: o debate, afinal, envolve diálogo, e, portanto, não é compatível com a imposição de censura contra quem discorde das posições ideológicas do seu partido. Reforçar este ponto é crucial porque o Partido Democrata, durante o governo de Barack Obama, já obrigou as instituições católicas a oferecerem “serviços de interrupção da gestação” nos hospitais privados que administram, o que é absolutamente inaceitável tanto do ponto de vista do respeito à liberdade religiosa quanto do respeito à própria democracia.

Um caso concreto e aberrante foi o que vitimou a congregação das Irmãzinhas dos Pobres: as políticas sanitárias do governo de Barack Obama as obrigava a cobrir procedimentos abortivos e de esterilização em seus hospitais católicos. Elas precisaram enfrentar uma longa batalha judicial até que a Suprema Corte dos Estados Unidos reconheceu o óbvio: que elas não podem ser obrigadas a se sujeitar aos notórios atropelos ideológicos impostos à sua congregação religiosa. Confira

Reconhecimento da validade da projeção da imprensa

Os bispos reconheceram, sem polêmicas, o resultado da eleição de 2020 conforme projetado pela imprensa:

“Joseph R. Biden recebeu votos suficientes para ser eleito o 46º presidente dos Estados Unidos da América. Parabenizamos o Sr. Biden e reconhecemos que ele se une a John F. Kennedy como o segundo presidente dos Estados Unidos a professar a fé católica”.

O episcopado norte-americano também cumprimenta a senadora Kamala Harris como “a primeira mulher da história a ser eleita vice-presidente” do país.

Uma nação sob Deus

A nota dos bispos finaliza:

“Peçamos à Bem-aventurada Virgem Maria, padroeira desta grande nação, que interceda por nós. Nos ajude a trabalhar unidos para realizar a bela visão dos missionários e fundadores dos Estados Unidos: uma nação sob Deus, onde se defenda a santidade de cada vida humana e se garanta a liberdade de consciência e de religião”.

Aleteia

A conversão de Graham Leonard: ex-Bispo anglicano de Londres

Graham Leonard | Veritatis Splendor
  • Autor/Fonte: Agência Zenit – Madri, 06.11.2001
  • Tradução: Apostolado Veritatis Splendor

O ex-bispo anglicano de Londres revela o motivo de sua conversão ao Catolicismo:

  • “Na Igreja Católica encontra-se a verdade sem subjetivismos”.

Não é fato comum que o bispo anglicano de Londres se converta ao Catolicismo. Mas este é o caso de mons. Graham Leonard, que neste último fim de semana (11/2011) participou de um congresso realizado na capital espanhola pela Associação de Conversos ao Catolicismo “A Caminho de Roma”. Em entrevista concedida a ultima edição do semanário “Católicos do Século XXI”, revela os motivos que o levaram a dar este surpreendente passo:

P: Qual a origem da sua conversão?

– Minha conversão ao Catolicismo vem de muito tempo, não foi de repente. Há muitos anos, experimentei uma grande preocupação ante aos acontecimentos que ocorriam naquela que era a minha Igreja, a Igreja Anglicana. Sempre defendi que a fé é um dom de Deus e que ela não é fruto das descobertas individuais que cada um pode fazer. Como membro da Igreja Anglicana, me preocupava muito em que nela se dava cada vez mais importância às interpretações particulares e individuais da fé. Interpretações que dependiam da situação, do ambiente, do que a Igreja tivera por bem decidir e opinar em certo momento.

P: Essa queda para o subjetivismo, para o relativismo, o senhor percebeu apenas nos últimos anos ou chegou a dar conta de que o problema estava enraizado desde o nascimento da Igreja Anglicana?

– Na realidade, sempre foi assim desde a Reforma do século XVI. Naquela época, quando nasceu a Igreja Anglicana, a fé foi expressa como uma tentativa de resposta para a situação política criada por Henrique VIII. O professor Powicke assim afirmou, com clareza: “O que pode-se dizer definitivamente da Reforma na Inglaterra é que esta foi um ato de Estado”. A Igreja na Inglaterra encontrava-se à mercê e submissa aos objetivos políticos da monarquia Tudor. Para ele, deixou de ser a Igreja Católica na Inglaterra, passando a ser a Igreja da Inglaterra.

P: Isto ocorreu outras vezes?

– Na realidade, este processo de adaptação da fé às necessidades do momento vem se repetindo desde então. O conteúdo doutrinário da fé dependeu, durante muitos anos, da interpretação das fórmulas realizada pelos juristas. Nos últimos anos, tem dependido do Sínodo Geral. Segundo a Conferência de Lambeth – uma espécie de Sínodo de todas as igrejas anglicanas do mundo – cada Igreja em cada país está livre para determinar como deve entender a sua fé. Quando me dei conta disto tudo, compreendi também que já não poderia seguir exercendo meu ministério sacerdotal nestas condições.

P: Foi determinante o fato da Igreja da Inglaterra aceitar o sacerdócio feminino?

– Isso foi detonante, pois representou o estabelecimento de uma nova comunhão, segundo a qual se requer como necessário crer em algo que a Igreja jamais requereu como matéria de fé. Foi um passo adentro desse processo de subjetivismo, segundo o qual cada um é livre para crer no que quiser. Já ocorrera antes com a fé na ressurreição.

P: O senhor é casado, como é costume no clero anglicano. Como a sua esposa acolheu a decisão de sua conversão, de que pretendia renuncia a uma vida confortável como bispo de Londres e passar para uma situação incerta?

– Ainda antes de mim, ela queria ser católica, mas nunca me disse nada para não pressionar-me, em razão da minha responsabilidade dentro do Anglicanismo. Ela, assim como eu, está muito feliz desde que optamos pelo Catolicismo.

P: E seus filhos? Como acolheram tais decisões?

– Temos dois filhos e cinco netos. Aceitaram a nossa decisão e a respeitaram; porém, permanecem como anglicanos.

P: Sentem-se acolhidos na Igreja Católica?

– Muito bem, sem dúvida alguma.

P: E os sacerdotes anglicanos que, como o senhor, se converteram ao Catolicismo? Estão contentes?

– Sim, sem dúvida. Não conheço nenhum que não esteja satisfeito.

P: Em que trabalham após a conversão?

– Fazemos o mesmo que qualquer outro sacerdote católico: nas paróquias, como capelães nas universidades, nos hospitais, como professores. Por exemplo, um deles, que era sacerdote da diocese de Londres quando eu era seu bispo, é agora vigário geral da diocese católica de Westminster. Em meu caso concreto, a nomeação de prelado honorífico que recebi de Sua Santidade tem sido vista pelos ex-anglicanos como sinal de aprovação do Santo Padre às boas-vindas que já tinha recebido localmente. Em meu ministério, concentro-me em realizar retiros espirituais com os clérigos diocesanos, a convite do bispo de Birmingham, por exemplo. Há algumas semanas, terminei um retiro com os beneditinos da Inglaterra.

P: Alguns, inclusive na Igreja Católica, pedem para que o primado do Papa deixe de ser jurisdicional e passe a ser apenas um primado honorífico. Qual a sua opinião a respeito?

– O essencial da primazia petrina não é a honra, mas a jurisdição. E isso porque se trata de defender a verdade, os direitos da verdade. O primado do Papa é essencial para a Igreja porque é de instituição divina. É essencial também para alcançar a verdadeira unidade entre as Igrejas.

P: Por quê?

– Porque a unidade, para que seja autêntica, somente pode estar fundamentada na verdade. É responsabilidade do Papa assegurar esta unidade na verdade.

P: O senhor crê que devam ser feitas concessões no diálogo ecumênico para se alcançar mais facilmente a unidade?

– Não creio que se deva falar em concessões. A verdade não se descobre nas negociações, mas na obediência.

P: Como o senhor enxerga a crise que passa a Igreja Católica?

– Sobre a crise da Igreja Católica, depende do ponto de vista, pois nela há muitas coisas positivas, como os novos movimentos e a revitalização que vem fazendo nas paróquias. Basicamente, como crise oriunda dos poderes do mal, o que se tenta é difundir o subjetivismo como método para arruinar e destruir a autoridade divina. Eu confio totalmente e sempre no poder amoroso de Deus e em seus objetivos para a humanidade. Confio em Deus totalmente e porque creio em Deus, creio na Igreja que ele nos deu; por isso tenho esperança. É esta Igreja que deve dar cumprimento aos planos de Deus para a salvação do homem.

  • [Mons. Graham Douglas Leonard morreu em 06 de janeiro de 2010, aos 88 anos].
Apostolado Veritatis Splendor

Qual vínculo existe entre a Virgem de Fátima e a Revolução Russa?

Nossa Senhora de Fátima. Foto: Facebook Santuário de Fátima.

REDAÇÃO CENTRAL, 07 nov. 20 / 05:00 am (ACI).- Neste dia 7 de novembro, faz 103 anos da revolução russa de 1917, com a qual os bolcheviques liderados por Lenin tomaram o poder e que culminou com a criação da União Soviética e a expansão da ideologia comunista pelo mundo.

Mas, este fato está vinculado com as aparições da Virgem Maria em Fátima (Portugal), nas quais a Mãe de Deus pediu explicitamente que se rezasse pela Rússia.

Os jornalistas Darío Chimeno e Josemaría Navalpotro, autores do livro ‘Cem anos de luz. Fátima um foco de paz desde 1917’, asseguraram em uma entrevista concedida ao Grupo ACI em 2017 que, “para um não crente, para um racionalista fechado ao sobrenatural, sim, poderia tratar-se de uma mera coincidência de datas”.

Mas, ambos os jornalistas indicam que “as aparições de Fátima, com sua mensagem, e a Revolução Russa não são coincidência. Os cristãos vemos a mão de Deus em tudo. Mas, neste caso também é muito evidente”.

“O mundo estava em plena Guerra Mundial e as consequências desta disputa sangrenta tiveram sua repercussão nas décadas seguintes, começando pela própria Revolução Russa. Nesse contexto, a Virgem, que é Mãe, aparece com uma mensagem de aviso de um gravíssimo perigo para a humanidade que levava consigo muitas almas que podiam ir para o inferno. Como infelizmente comprovamos, na história, o comunismo trouxe muita calamidade. Inclusive hoje, vive-se seus últimos suspiros”, assegurou Darío Chimeno.

Por sua parte, Josemaría Navalpotro pontuou ao Grupo ACI que a Virgem de Fátima pede aos videntes “que rezem pela conversão da Rússia, que naquele momento estava a ponto de ser engolida pelo monstro comunista”. Este pedido é porque “a Virgem se implica na história humana de uma maneira direta”, afirmou.

Além disso, Navalpotro sublinhou que não se tratava de uma “mera questão política”, mas que o “comunismo é essencialmente materialista, nega Deus, na prática, foi cruelmente antirreligioso”.

Por isso, Chimeno recordou que “a Virgem pediu claramente que a Rússia se consagrasse ao seu Imaculado Coração em julho de 1917. E, em  13 de junho de 1929, voltou a dizer à Irmã Lúcia o mesmo: ‘É chegado o momento em que Deus pede ao Santo Padre fazer, em união com todos os bispos do mundo, a consagração da Rússia ao meu Imaculado Coração, prometendo salvá-la por este meio. São tantas as almas que a Justiça de Deus condena por pecados contra Mim cometidos, que venho pedir reparação’”.

“Talvez alguns, com menos perspectivas, podem menosprezar o perigo que o comunismo representa. Mas é a ideologia que causou mais vítimas no século XX, em termos de danos físicos quantificáveis (assassinatos, guerras, tortura, deportações, prisões...) e, mais difícil de quantificar, em danos espirituais. Em sua mensagem, a Virgem queria afastar o perigo que o comunismo supunha”, assegurou o jornalista ao Grupo ACI.

Nesse sentido, Chimeno destacou como era significativo que “a mensagem da Virgem tinha que ser entendida pelos videntes, crianças. Em 1917, as três crianças não sabiam nem o que era Rússia: achavam que era uma senhora! Em 1929, Irmã Lúcia transmite uma locução em um ano em que a Rússia já era comunista, mas em seus primeiros estágios”.

Embora seja impossível saber o que teria sido da Rússia sem a intercessão da Virgem Maria, ambos os jornalistas concordam que “fazer previsões é perigoso, mas gostaríamos de pensar que sim, que se não fosse pela intercessão da Virgem, poderia ter sido muito pior. De fato, para muitos historiadores e pensadores, a queda do comunismo não pode ser explicada apenas por fatores humanos”.

“Em alguma ocasião, ouvi Joaquín Navarro Valls, que foi porta-voz vaticano com João Paulo II, dizer que ninguém em são consciência pensava nos anos oitenta que o comunismo soviético seria derrubado em 1989, após mais de 50 anos de sólida construção. Mais ainda, quando alguém estuda as mensagens de Fátima e as compara com a história, tem a ideia clara de que, graças à Virgem, há mais luz do que escuridão”, afirmou Navalpotro.

Além disso, destacou um fato que pode passar despercebido, mas que, segundo Navalpotro, é relevante: “Após a Segunda Guerra Mundial, a Áustria ficou sob a autoridade das potências vencedoras. Na parte sob domínio soviético, a pressão comunista aumentou e um grupo de fiéis começou a rezar o rosário em público como a Virgem de Fátima tinha pedido”.

“Milhares de pessoas se reuniram com esta finalidade periodicamente. E, em um determinado momento, sem razão política nem geoestratégica aparente, os russos inesperadamente decidiram ir embora da Áustria. Foi isso. Que cada um pense o que quiser”, assinalou.

ACI Digital

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF