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quarta-feira, 18 de novembro de 2020

Milhares de católicos pedem em vigília a retomada das Missas públicas na França

ACI Digital

BURDEOS, 17 nov. 20 / 02:43 pm (ACI).- Milhares de católicos na França manifestaram-se pacificamente com orações, cantos e vigílias diante de catedrais e igrejas para pedir ao governo que retome as Missas públicas, proibidas pelo novo confinamento até 1º de dezembro devido à segunda onda de coronavírus.

Embora as autoridades tenham permitido que as igrejas permaneçam abertas, os sacerdotes não podem celebrar Missas com os fiéis. Por isso, os bispos entraram com um recurso perante o Conselho de Estado para solicitar a reconsideração desta medida, indicando que viola a liberdade de culto. No entanto, o pedido dos prelados foi rejeitado.

https://twitter.com/i/status/1328054134042468352

A primeira manifestação foi realizada em Nantes, onde se reuniram cerca de 600 pessoas. A iniciativa foi para Lyon, Versalhes e finalmente para Paris, Bordeaux, Toulousse, Marselha e Reims, entre outras cidades.

“Os católicos questionaram o governo sobre a proibição das Missas neste tempo de novo confinamento. Os católicos exigem respeito pela liberdade de culto católico”, disse o grupo Protège ton Église (Protege a tua Igreja) em sua conta no Facebook.

Depois de ameaçar multar os manifestantes, o Ministro do Interior, Gérald Darmanin, reuniu-se nesta segunda-feira, 16 de novembro, com os representantes dos principais cultos religiosos para discutir “as condições em que as cerimônias poderão voltar a ser realizadas de acordo com a evolução da situação de saúde”.

O Presidente do Senado, Gérard Larcher, foi favorável à celebração das Missas, mas com a “condição de que as condições sanitárias sejam respeitadas”, pois “estamos aqui perante uma liberdade fundamental e o governo deve estar atento a ela”.

Em Versalhes, Adélaïde, uma estudante de 22 anos foi quem deu início às vigílias. “Fiquei deprimida depois da Missa de domingo de manhã no YouTube, vi o que estavam fazendo em Nantes e mandei uma mensagem no WhatsApp aos meus contatos para me encontrarem às 18h”, disse. Segundo a polícia, entre 500 e 600 pessoas estiveram presentes na Praça da Catedral no domingo, 15 de novembro.

Em Paris, os fiéis manifestaram-se na sexta-feira em frente à Igreja de São Sulpício, na margem esquerda do rio Sena. Segundo relatórios da AFP, a polícia indicou que o distanciamento social não foi respeitado. Os fiéis carregavam faixas com slogans como "Deixem-nos rezar" e "Queremos Missa".

O Vigário Geral da Arquidiocese de Paris, Mons. Benoist de Sinety, exortou os fiéis a seguirem as regras, considerou as manifestações inúteis, mas especificou que a Missa é "uma necessidade vital" e é uma forma de "sofrimento não poder participar”.

Segundo informa a Efe, o Administrador Apostólico da Arquidiocese de Lyon, Dom Michel Dubost, disse à estação France Info que "devemos ser pacientes" porque os católicos "não somos as únicas vítimas da covid".

“Devemos tomar todas as precauções solicitadas pelo Governo”, acrescentou, e disse que, como alternativa às celebrações litúrgicas, os fiéis podem ajudar os pobres.

Para a reunião de ontem com o ministro do Interior, os bispos da França prepararam um novo protocolo “muito específico” com “medidas para todos os atos católicos, não apenas para as missas”, explicou Vincent Neymon, porta-voz do Episcopado. “Já havíamos demonstrado durante o primeiro confinamento que sabíamos como manter estas medidas rigorosas”, acrescentou.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

ACI Digital

São Frediano

ArqSP

Frediano teria nascido na Irlanda, numa data desconhecida do século IV. Cristão e monge, o jovem saiu de sua terra natal como peregrino e estudante, com destino à Roma, onde viveu como ermitão.  A sua vida austera, de trabalho, oração e penitência, somada à sabedoria e cultura, logo se fizeram evidentes.

Assim sendo, o clero da região e o povo decidiram que Frediano era o cidadão mais indicado para ser Bispo. Foi eleito e consagrado Bispo de Luca, em 560.  Conduziu o rebanho de sua diocese com muito zelo e caridade. Sempre cuidando dos pobres, era incansável, na busca de esmolas para construir asilos, creches, hospitais, igrejas e mosteiros. 

Utilizou toda a ciência que possuía sobre matemática, engenharia, agricultura e hidrografia, para ajudar a população. Uma das mais citadas de suas realizações foi o desvio do curso de um rio que comumente inundava a região. 

O Bispo Frediano morreu no dia 18 de março de 588. 

 

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR

Reflexão
Nossa Igreja ofereceu ilustres homens e mulheres para a santificação da humanidade. Dentre eles, temos a figura de são Frediano, eremita que foi reconhecido pela sua capacidade de administrar conflitos e incentivar a proclamação da fé. Que o testemunho cristão deste santo inspire-nos a viver fielmente nossa vocação missionária.
Oração
Pai de bondade e de amor, que escolhestes vosso servo Frediano para testemunhar a fé os povos, dai-nos seguir seus exemplos e viver com fidelidade nossa consagração batismal, levando aos homens e as mulheres vossa palavra de libertação.

Portal A12

Dedicação das basílicas de S. Pedro e S. Paulo

ArqSP
O ano de 314 inaugura um novo capítulo na história da Igreja. Constantino, depois de haver restituído a paz à Igreja, quis assegurar-lhe o triunfo também exterior sobre as antigas divindades dos pagãos, multiplicando os edifícios do culto cristão. De Constantino a Justiniano nascem as grandes basílicas sob o modelo das basílicas civis.

A basílica de Latrão (cuja dedicação é celebrada em 9 de novembro) e depois a basílica vaticana tornaram-se o sinal do triunfo do cristianismo. A dedicação da basílica de São Pedro foi feita pelo papa Silvestre (314-335), e a da basílica de São Paulo, pelo papa Sirício (384-399).

A memória de sua dedicação não pretende tanto celebrar a finalização do edifício material, que se prolongou nos séculos com várias restaurações, quanto oferecer uma ocasião de refletir sobre a figura e a obra dos dois grandes apóstolos, Pedro e Paulo. Ambos os nomes e sobretudo sua obra de evangelização estão ligados à cidade de Roma, onde deram o supremo testemunho a Cristo com a efusão do próprio sangue.

Roma compartilha com Jerusalém e com Antioquia o privilégio de ter hospedado Pedro durante a pregação. Em Roma Pedro teria vivido 25 anos antes de enfrentar o martírio.
Sua pregação tinha por tema Jesus, a lembrança do tempo passado junto com ele: “Fomos testemunhas oculares da sua grandeza”, escreve na sua segunda carta, e “essa voz nós a ouvimos descer do céu enquanto estávamos com ele sobre o seu santo monte”.

Sob o altar da confissão da basílica vaticana é conservado o túmulo de Pedro crucificado durante a perseguição desencadeada pelo imperador Nero. As escavações mandadas fazer por Pio XII debaixo da basílica permitiram identificar o lugar da sepultura do príncipe dos apóstolos. Nenhuma dúvida, ao contrário, quanto ao túmulo de são Paulo, guardado na basílica a ele dedicada. Quanto à realidade da pregação feita na Cidade Eterna, temos o testemunho direto na Carta aos Romanos.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

Arquidiocese de São Paulo

terça-feira, 17 de novembro de 2020

NASCIMENTO DO MILENARISMO CRISTÃO

Apologistas da Fé Católica

• O milenarismo, Espera de um reino deste mundo, reino que seria uma espécie de paraíso terrestre reencontrado, está, por definição mesma, estreitamente ligado à noção de uma idade de ouro desaparecida. assim ele existiu sobretudo entre os povos e nas religiões que afirmaram a existência de um mundo auroral e perfeito tal como existia antes que o tempo ocorreu esse e a história o aviltasse.

• No cristianismo, deve-se chamar de milenarismo a crença no reino terrestre vindouro de Cristo e de seus eleitos — reino este que deve durar mil anos, entendidos seja literalmente, seja simbolicamente. O advento do milênio foi concebido como devendo situar-se entre uma primeira ressurreição — a dos eleitos já mortos — e uma segunda — a de todos os outros homens na hora de seu o julgamento. O milênio deve, portanto, intercalar-se entre o tempo da história e a descida da Jerusalém Celeste. Dois períodos de provações irão emquadrá-lo. o primeiro verá o reino do anticristo e as atribulações dos fiéis de Jesus que, com este, triunfarão das forças do mal e estabeleceram o reino de paz e de felicidade. O segundo, mais breve, verá uma nova liberação das forças demoníacas, que serão vencidas no último combate.

• AS PROMESSAS DO ANTIGO TESTAMENTO

• Numerosos são os registros do antigo Testamento que anunciam ao povo Judeu em perigo, perseguido ou humilhado, um futuro repleto de felicidade. A prova final de Amós é esta:

• Naquele dia, levantarei a cabana arruinada de Davi. […] Eis que vêm dias. Oráculo do Senhor, em que [ …] As montanhas fazem correr o mundo e toda colina Jorra. Mudo o destino de Israel, meu povo: eles reconstroem as cidades devastadas para nelas morar, plantam vinhas para beber seu vinho, cultivam jardins para comer seus frutos; eu os planto em sua terra: eles não mais serão arrancados da terra que deitei. [19,11-15]

• O mesmo final em oseias: “Serei para Israel como o orvalho, ele florescerá como o lírio […]. Eles farão reviver o trigo, florescerão como a vinha” (14, 6-8). Joel anuncia por sua vez: “Naquela dia as montanhas farão escorrer vinho novo, as colinas farão jorrar leite; em todos os riachos de Judá as águas correrão” (4,18).
• Zacarias, profetizando o que será “o dia do Senhor” assegura:

• Depois o Senhor meu Deus chegará, acompanhado de todos os seus santos. Naquele dia, não haverá mais luminária, nem frio, nem gelo. Será um dia único — o Senhor o conhece. Não haverá mais dia nem noite, mas na hora da noite trabalhará a luz. […] Então o Senhor se mostrará o rei da terra. Naquele dia, o senhor será o único e seu nome único. [14, 5-9]

• A literatura milenarismo Cristã estou esses textos. Porém, mais ainda, recorreu a Isaías, de quem é necessário citar aqui alguns trechos exaltantes:

• Acontecerá no futuro que a montanha do templo do Senhor estará no cume das montanhas e dominará as colinas. Todas as nações afluirão para ela, povos numerosos se colocaram em marcha ir dirão. “Vinde, subamos à montanha do Senhor, ao templo do Deus de Jacó […]”. Ele será o juiz das nações, o árbitro da multidão dos povos. De suas espadas eles formarão relhas de arado, e de suas lanças, foices. uma nação não levantará mais a espada contra outra, elas não serão mais arrastadas à guerra [2, 1-5]

• Um ramo brotará do tronco de Jessé […]. A justiça será o cinto de seus quadris […]. Então o lobo habitará com o cordeiro, o leopardo se deitará junto ao cabrito. O bezerro e o leãozinho serão alimentados juntos, um menino pequeno os conduzirá. A vaca e a ursa terão o mesmo alimento, suas crias o mesmo abrigo. O leão comerá forragem com o boi. A criança de peito brincará junto ao ninho da cobra. Sobre a toca da víbora a criança pequena estender a mão. Não se fará mal nem destruição na montanha Santa, pois a terra está repleta do conhecimento do Senhor. [11, 1-9]

• Naquele dia, o Senhor, Deus do universo, preparará para todos os povos, na montanha, um festin de carnes gordas e de vinhos capitosos, um festin de carnes suculentas e vizinhos decantados. Retirará o réu de luto que envolvia todos os povos e a mortalha que cobria todas as nações. Destruirá a morte para sempre. O senhor enxugará as lágrimas em todos os rostos, e por toda a terra apagará a humilhação do seu povo; porque o prometeu.. [25,6-9]

• É de fato no júbilo que partireis, e na paz que sereis conduzidos. À vossa passagem, montanhas e Colinas iromperão em aclamações, todas as árvores do campo baterão Palmas. No lugar do espinheiro crescerá o cipreste, no lugar da urtiga crescerá a Murta… [55,12-3]

• E venho para reunir todas as nações de todas as línguas; elas virão e verão minha glória […] Sim, como os céus novos e a terra nova que faço permanecem firmes diante de mim — oráculo do Senhor —, assim permanecerão firmes vossa descendência e vosso nome! E assim, de lua Nova em lua nova e de Sabá em Sabá toda carne virá prosternar-se diante de mim, diz o Senhor. [66,18-23]

• Essas profecias bíblicas fazem compreender como o milenarismo cristão enraizou-se na espera vetero-testamentária que divisava no horizonte a Vitória definitiva do Senhor, a regeneração completa de Israel e, ao mesmo tempo, a paz e a felicidade estendidas na terra a todas as nações. Do mesmo modo, Ezequiel sonhou com a cidade onde um dia haveria de se estabelecer sua nação ressuscitada. Em sua visão, ele contempla a cidade do futuro onde seria chamado a viver o povo dos tempos escatológicos. Sua descrição minuciosa do tempo Novo (40-8) almejava ser uma evocação da cidade do futuro, cujo nome seria “IHVH-Shamma”, isto é, “o Senhor está aí”. na documentação dos textos do antigo Testamento que marcaram profundamente o quiliasmo cristão, é preciso dar um destaque especial ao célebre sonho de Nabucodonosor que Daniel explicou ao soberano:

• Tu, ó rei, observavas; e eis uma grande estátua. Essa estátua era muito alta e seu esplendor extraordinário. Ela se erguia diante de ti e seu aspecto era aterrador. Essa estátua tinha a cabeça de fino ouro, o peito e os braços de prata, o ventre e as coxas de bronze, as pernas de ferro, os pés em parte de ferro em parte de cerâmica. Tu observavas, quando uma pedra rolou da montanha sem intervenção de mão alguma; bateu nos pés de ferro e de cerâmica da estátua e os pulverizou. Então foram pulverizadas juntos o ferro, a cerâmica, o bronze, a prata e o ouro; eles se tornaram como a palha que voa pelos ares no verão: o vento os levou e deles mais nenhum traço se descobriu. Quanto à pedra que havia atingido à estátua, tornou-se uma grande montanha e ocupou a terra inteira [2,31-6]

• Daniel deu a Nabucodonosor a chave para compreender esse sonho: a estátua composta de cinco materiais de valor decrescente simboliza os “grandes reinos” que, sucessivamente, serão derrubados pela pedra rolada da montanha. eles darão lugar a “um reino que jamais será destruído e cuja soberania não passará a outro povo” (2,42). Os milenaristas cristãos de todos os séculos incansavelmente comentaram esse texto de Daniel.

• A esperança vetero-testamentária de um reino messiânico terrestre, que libertaria o povo eleito de seus perseguidores e asseguraria seu triunfo e sua felicidade, fora expressa já antes de Jesus em especulações cifradas. Daniel havia indicado o quê, nas provações que procedem o triunfo final, os santos serão entregues às mãos de um rei ímpio, “durante um período, dois períodos e um meio período”(7,25); que “setenta semanas” eram dadas ao povo e à cidade santa para pôr fim à essas transgressões e para selar os pecados” (9,24); enfim, que “a abominação da desolação” duraria 1290 dias e que a resistência exigida dos fiéis seria de 1335 dias (12, 11-2).

• Quanto à focalização do número mil, ela se explica por uma convergência de influências e de textos. O salmo 90 (89), no versículo 4, afirma: “Senhor […], Mil anos, a teus olhos, são como contém; um dia passa como uma hora da noite”. Por muito tempo, aliás, a tradução mais habitual foi “mil anos são como um dia”. Todavia, a divisão das épocas do mundo em milênios de anos parece ter sido estranha ao antigo testamento, que calculava o tempo em semanas de semanas — os jubileus. A origem dos milênios se situaria na Babilônia no Irã. O primeiro texto em que eles são evocados é precisamente o livro dos jubileus, IV, 29-31 (anterior a 100 A.C.), onde se escreve: Adão morreu 70 anos antes de ter atingido 1000 anos. Pois mil anos são como um dia no céu; e isto por causa do que está escrito acerca da árvore do conhecimento: “no dia em que dela comeres, morrerás”. Por essa razão, Adão morreu antes de ter completado quantos anos desse dia, portanto aos 930 anos. Essa argumentação reaparecerá textualmente em Justino e Irineu.

• Delumeau, Jean, Mil anos de felicidade, São Paulo, companhia das Letras, 1997.

https://apologistasdafecatolica.wordpress.com/

Abandonastes o teu primeiro amor!

Pergaminhos Eventuais

Desde o dia do nosso nascimento, nós nos deparamos com muitos perigos. Há o perigo de contrairmos doenças, de sermos assaltados, de perdermos o emprego, de sofrermos acidentes e muitos outros. Estamos cercados de perigos reais que conhecemos e aprendemos a superar, com sabedoria e prudência, nas diversas fases da vida, lutando para não sermos aprisionados por nenhuma síndrome do pânico.

Os perigos não são uma realidade exclusiva da vida natural, pois, na vida espiritual, nós também estamos sujeitos a inúmeras intempéries que podem, se não cuidarmos, diminuir, esfriar, ou até mesmo desmotivar a nossa correspondência ao amor de Deus. Portanto, não podemos esquecer que, desde o dia feliz do nosso batismo, nós somos capacitados para crescermos na vida sobrenatural da graça, pois nascemos com o destino de sermos filhos de Deus, de sermos amigos de Deus, com a tarefa de servir, de construir e de edificar.

Buscar a santidade, almejar a identificação com o Cristo deve ser o objetivo principal de todos os dias da nossa existência. Mas, se nos acomodamos na vivência da fé, corremos o sério risco de esquecermos que o processo da nossa conversão abrange todas as fases da vida, ou seja, temos que permanecer firmes no aprendizado da santidade com a consciência de que “O Senhor é rico em amor e fidelidade”. (Ex 34, 6). “Ele é o Deus da lealdade” (Dt 3,4) e “a Sua fidelidade permanece para sempre”. (Sl 116, 1).

O nosso caminho na santidade pode ser comparado ao caminho do povo eleito no deserto, ou seja, é um caminho de esforços, de acomodações, de cansaços, de alegrias, de tristezas, de avanços, de retrocessos, de paradas e de partidas. No caminho da vida, quando nos acomodamos na vivência da santidade, o Senhor Jesus nos adverte: “Conheço tuas obras, teu trabalho e tua paciência… Tens perseverança, sofreste pelo Meu Nome e não desanimaste. Todavia, há uma coisa que Eu reprovo: abandonaste o teu primeiro amor. Lembra-te de onde caíste! Converte-te e volta à tua prática inicial”. (Ap 2, 2-5)

Com estas palavras do Apocalipse, nosso Deus adorado e amado bate à porta dos nossos corações, incentivando-nos a perseverar na justiça, confirmando-nos no bem e, ao mesmo tempo, despertando-nos para uma nova conversão. Ele evidencia que na vida há quedas, pois todos somos pecadores, podemos cair e já caímos inúmeras vezes. Se ouvirmos os ensinamentos do Senhor, nós aprenderemos que não podemos ser fogos de artifícios que brilham somente por um curto período, mas devemos, sim, sermos faróis de luz mesmo em meio às tempestades.

Nenhum amor é autêntico se não atravessa, com maestria, as renúncias e os sacrifícios que a vida apresenta. Por conseguinte, todas as coisas essenciais que devemos cultivar neste mundo exigem de nós as virtudes da perseverança e da fortaleza.  Levar até o fim a correspondência ao amor de Deus, a prática das virtudes humanas e cristãs, a fidelidade aos Mandamentos e a luta contra o egoísmo, o pecado e o mal são coisas difíceis, mas extremamente gratificantes na vivência cotidiana do amor.

Nos pequenos e grandes detalhes que constroem a nossa vida espiritual não basta a empolgação do início ou o entusiasmo que manifestamos no dia em que fizemos a Primeira Comunhão e a Crisma, pois precisamos manter viva a chama do Espírito Santo em nossas almas, pois é o Divino Paráclito quem nos santifica, ensinando-nos que precisamos de uma fidelidade sempre nova, um entusiasmo sempre vivo e dinâmico e um ardor sempre renovado que não nos deixe à mercê dos sentimentos, nem das circunstâncias e nem das facilidades.

Quando somos dóceis ao Espírito Santo, Ele nos ensina que abandonar o Primeiro Amor é viver a graça divina friamente em nossas vidas, é se acomodar aos pecados veniais, é recusar a se abrir às novas possibilidades de crescimento na fé e na santidade. Ele também nos ensina que abandonamos o Primeiro Amor quando vamos à Igreja só para cumprirmos um preceito, uma obrigação, mas sem vivermos o zelo e o amor pela Graça. Em outras palavras, Deus Espírito Santo nos faz perceber que abandonar o Primeiro Amor é esfriar o fervor, a entrega e o nosso sim, passando a aceitar a ser morno, professando a fé sem vivê-la. Abandonar o Primeiro amor é deixar-se levar pela tibieza espiritual, se conformar com a falta de frutos, passando a ter complacência com a preguiça, a acomodação e a ociosidade. Abandonar o Primeiro Amor é não se dispor ao serviço, é ajudar, reclamando, é sacrificar, relutando, é se acomodar em ser escravo do corpo quando podemos ser senhores, é preferir caminhar em direção à morte quando podemos trilhar o caminho da plena vida.

Para fazer contraponto à tibieza, nós temos que, diuturnamente, renovar a memória do Primeiro Amor, ou seja, devemos manter acesa a lareira da nossa vida espiritual com o fogo vivo do entusiasmo do primeiro encontro com o nosso Redentor, professando que o amor está no cumprimento dos Mandamentos, na vivência das Bem-aventuranças e nosso aprendizado da misericórdia. É o Espírito Santo quem nos ajuda a perseverar no serviço da caridade. É Ele quem nos faz perceber que, mesmo que venhamos a sofrer escorregões, tropeços e quedas, em Deus somos convidados a uma nova conversão com a certeza de que iremos amar e lutar até o último suspiro e, por isso, jamais podemos dizer basta, desistir e jogar a toalha ou abandonar o bom combate da fé.

Na correspondência ao Primeiro Amor, devemos sempre nos questionar: Ainda tenho reservas que me impedem de me lançar no Sagrado Coração de Jesus? Minha alma está totalmente aberta à ação de Deus? Tenho a consciência de que “no ocaso da vida, seremos julgados no Amor?” No silêncio, com o auxílio de Deus, respondendo a esses questionamentos, iremos verificar que, para permanecermos na fidelidade ao Primeiro Amor, precisamos de doutrina, de piedade e de santidade.

Por meio do estudo da doutrina, por meio de uma formação contínua, nós alicerçamos a nossa vida espiritual na sabedoria, na piedade e na santidade. Agindo assim, ficamos mais fortes e conscientes, pois percebemos que o egoísmo, o amor voltado para si, é poderoso, mas a caridade, o amor voltado para Deus e o próximo, é invencível, é essencial e determinante. Portanto, somente na vivência da caridade, poderemos testemunhar que o processo da nossa conversão perpassa toda a nossa existência, evidenciando, nas pequenas e grandes coisas, “uma esperança cheia de imortalidade”. (Sb 3,4).

Peçamos à Virgem Santa Maria, a Mãe do Belo Amor, a graça de mantermos sempre acesa a chama do Primeiro Amor em nossas almas para que possamos ser, hoje, amanhã e sempre, testemunhas da fé, da esperança e da caridade, no bom combate em prol do Reino de Deus, a fim de que nada e nem ninguém nos roube as certezas, as revelações e os sinais dos encontros que nosso Senhor Jesus Cristo semeou no terreno de nossos corações. Unidos à Virgem Maria, nós podemos cantar as maravilhas que Deus realizou em nossa História, salmodiando: “Meu coração exulta porque me salvais. Cantarei ao Senhor pelo bem que me fez!”. (Sl 12,6).

 Aloísio Parreiras
(Escritor e membro do Movimento de Emaús)
Arquidiocese de Brasília

Restrições à religião atingem novo pico, assinala relatório

Imagem referencial / crédito: Unsplash

Roma, 17 nov. 20 / 10:00 am (ACI).- As restrições governamentais à religião estão em seu ponto mais alto desde o início do monitoramento em 2007, assinalou o Centro de Pesquisa Pew em um novo relatório que descobriu que 56 países atingiram níveis "altos" ou "muito altos" de restrições à liberdade em 2018.

“Em 2018, a média global de restrições governamentais à religião - ou seja, leis, políticas e ações de funcionários que afetam as crenças e práticas religiosas - continuou aumentando, atingindo um ponto mais alto desde que o Centro de Pesquisa Pew começou a rastrear estas tendências em 2007”, indicou Pew em 10 de novembro.  

Embora o aumento desde 2017 tenha sido "relativamente modesto", o "aumento substancial" nas restrições continua, disse o relatório.

Para rastrear as tendências na religião, o renomado centro de pesquisa criou um Índice de Restrições do Governo, uma escala de 10 pontos que usa 20 indicadores. Também criou um índice de hostilidades sociais. Embora a epidemia de coronavírus tenha gerado uma onda de debate sobre as restrições às reuniões religiosas, o último relatório do Pew refere-se ao ano de 2018.

De acordo com a análise, a região do Oriente Médio e Norte da África ainda tinha a maior média de restrições governamentais à religião, 6,2, em comparação a 6,0 em 2017. São 18 países, representando 90% da região, que apresentam níveis de restrições altos ou muito altos.

No entanto, a Ásia e o Pacífico viram o maior aumento nas restrições governamentais. Por exemplo, 31 países na região da Ásia-Pacífico testemunharam o uso da força por parte do governo relacionado à religião, um aumento de 26 países em 2017.

Os incidentes na região da Ásia e do Pacífico incluíram a prisão de um membro da fé Bahá'í por motivos religiosos, o que foi denunciado pela Armênia. Nas Filipinas, três missionários Metodistas Unidos foram forçados a deixar o país ou tiveram problemas para renovar seus vistos depois de tentarem investigar violações dos direitos humanos. Na Birmânia, agora conhecida como Mianmar, mais de 14.500 muçulmanos rohingya fugiram para o Paquistão para escapar dos abusos patrocinados pelo Estado, e outros 4.500 foram confinados a uma região de fronteira e perseguidos por funcionários que queriam que eles fossem para Bangladesh. No Uzbequistão, pelo menos 1.500 muçulmanos continuam presos sob a acusação de extremismo ou de pertencer a grupos proibidos.

A China ocupou o pior lugar no índice Pew de restrições governamentais à religião, marcando 9,3 de 10. Suas restrições incluem a proibição de grupos religiosos como o Falun Gong e vários grupos cristãos. Também proíbe algumas práticas religiosas, invade locais de culto e detém e tortura pessoas. Continuou uma campanha de prisão contra os uigures na província de Xinjiang, com pelo menos 800 mil pessoas detidas. O Departamento de Estado dos EUA disse que as instalações de detenção são "projetadas para apagar identidades religiosas e étnicas".

O Tajiquistão agora está classificado em 7,9 no índice de restrições governamentais, devido a mudanças legais que aumentaram o controle sobre a religião em 2018. A educação religiosa enfrenta regras mais rígidas e os grupos religiosos devem informar as atividades às autoridades. A nomeação de imãs requer aprovação do estado. As Testemunhas de Jeová não têm reconhecimento oficial e mais de uma dúzia de membros foram interrogados e pressionados a abandonar sua religião.

Os problemas continuam no Oriente Médio e no Norte da África. Na província oriental da Arábia Saudita, mais de 300 muçulmanos xiitas permaneciam na prisão após protestos por mais direitos.

As autoridades argelinas detiveram vários cristãos por violarem uma lei que proíbe o proselitismo por parte de não muçulmanos. Também processaram 26 muçulmanos ahmadi por supostamente "insultar os preceitos do Islã", assinala Pew em seu relatório.

Entre os países mais populosos, as maiores restrições religiosas estão na Índia, Egito, Indonésia, Paquistão e Rússia.

O Centro de Pesquisa Pew também mede as hostilidades sociais, que "abrangem tudo, desde conflitos armados relacionados à religião até o assédio devido às roupas". Este número atingiu seu ponto máximo em seu relatório de 2017 e diminuiu ligeiramente em 2018.

A Índia obteve a pior classificação no índice de hostilidade social, com 9,6 de 10, devido à significativa violência de máfias relacionadas à religião e as hostilidades por conversões religiosas em 2018. A classificação de restrições do governo da Índia também atingiu o pico de 5,9 em 2018. O estado de Uttar Pradesh acusou 271 cristãos de "espalhar mentiras sobre o hinduísmo" e supostamente tentar ganhar conversos drogando pessoas.

O Oriente Médio e o Norte da África tendem a ter a pior classificação nesse índice, enquanto as Américas têm a melhor classificação. Na América, porém, El Salvador experimentou o maior aumento. Um exemplo de hostilidade religiosa ocorreu em março de 2018 durante a Semana Santa, quando homens armados roubaram um sacerdote salvadorenho e seus companheiros a caminho da Missa. Assassinaram o sacerdote.

Os cristãos e muçulmanos, que são os grupos religiosos mais populosos e geograficamente mais dispersos do mundo, sofreram perseguições no maior número de países: 145 países para os cristãos e 139 para os muçulmanos.

Os judeus representam apenas 0,2% da população mundial, mas enfrentaram perseguição em 88 países e foram o terceiro grupo religioso mais hostilizado, depois de cristãos e muçulmanos.

Aqueles que não têm afiliação religiosa, incluindo ateus, agnósticos e aqueles que não se identificam com nenhuma religião, viram uma diminuição no assédio. Este grupo foi assediado em 18 países, uma diminuição em relação a 23 países no ano anterior.

Na análise do Pew, os governos autoritários são mais propensos a restringir a religião e apenas 7% dos países com restrições baixas são autoritários. No entanto, muitos países autoritários tiveram apenas níveis “baixos” ou “moderados” de hostilidades sociais.

“Nenhum país classificado como uma democracia plena teve restrições governamentais ou hostilidades sociais 'muito altas'”, acrescentou Pew.

Publicado originalmente em CNA.

ACI Digital

A linguagem secreta dos pisos de algumas igrejas de Roma

LPLT | Wikimedia Commons
por Maria Paola Daud

Obras de arte que servem de caminho para o encontro como sagrado

As igrejas de Roma escondem verdadeiros tesouros da arte sacra. Por exemplo: quando você vai à Capela Sistina, pode dizer que tem uma obra de arte literalmente a seus pés.

Entretanto, diante da imponente obra de Michelangelo e da grande quantidade de pessoas que a visita, o solo fica em segundo plano. Mas não deveria.

Quando o Papa Sisto IV decidiu construir e decorar a capela do Palácio Vaticano (que depois levou seu nome), também quis criar um piso digno de sua grandeza. Para isso, pensou em utilizar o estilo medieval cosmatesco.

O estilo cosmatesco

É uma técnica de arte em mosaico que surgiu em 1.200 d.C. A família Cosmati foi a precursora do estilo. No princípio, os artistas juntavam as peças de mármore que sobravam das construções. Depois, passaram a adicionavam vidro e discos de outras pedras para formar figuras e composições geométricas. Com a minuciosidade digna de um quebra-cabeça com milhares de peças, os artistas, portanto, cobriam o chão das mais importantes e imponentes igrejas de Roma.

SAN SILVESTRO
Sailko-CC-BY-3.0

Arte e espiritualidade

A arte desses mosaicos não é fruto do destino. De fato, pode-se dizer que eles escondem uma linguagem secreta e com muita espiritualidade.

Teólogos, historiadores, cientistas e arquitetos estudaram e escreveram sobre os mosaicos cosmatescos. Eles chegaram à conclusão que, além de serem uma obra magnífica de decoração, as formas funcionam como caminhos para a meditação e para se chegar ao mais sagrado: o encontro com Deus no altar, ou seja, a Eucaristia.

Essas obras de arte nos pisos das igrejas de Roma e outras cidades italianas inspiraram muitas igrejas ao redor do mundo. A Abadia de Westminster, em Londres, é um exemplo de local onde a técnica se faz presente. 

Aleteia

Patriarca Tawadros: as redes sociais não abrem as portas do Paraíso

Crédito: Newsweek

Tawadros II afirma que as redes sociais são “uma arma de dois gumes”, como uma “faca” que pode ser usada corretamente ou incorretamente, com um potencial destrutivo que pode prejudicar os indivíduos e dilacerar o tecido social. No nosso tempo “cada pessoa não pode prescindir da utilização de dispositivos tecnológicos modernos na sua vida quotidiana. Mas tal uso deve ser feito com sabedoria e sem excessos”, frisa o Patriarca da Igreja copta ortodoxa.

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Não são certamente as redes sociais e os meios de comunicação social que podem abrir as portas do Paraíso aos homens e mulheres de hoje. Foi o que quis sublinhar, fazendo uma singular associação entre as redes sociais e a salvação eterna (semelhante à famosa frase “Prefiro o Paraíso”, atribuída a São Filipe Neri), o Patriarca da Igreja copta ortodoxa, no Egito, o Papa Tawadros, II num discurso dirigido aos membros do Rotary Club egípcio de Alexandria-Pharos.

Em seu discurso, o Papa Tawadros acrescentou que as redes sociais são “uma arma de dois gumes”, como uma “faca” que pode ser usada corretamente ou incorretamente, com um potencial destrutivo que pode prejudicar os indivíduos e dilacerar o tecido social.

Risco de jogar fora tesouro do dom do tempo dado por Deus

“Cada pessoa recebe de Deus o dom do tempo, 24 horas por dia”. E se se passa grande parte da própria vida em redes sociais, como acontece a tantos jovens – observou o Patriarca – acabará por jogar fora este tesouro.

No nosso tempo – reconheceu o Papa Tawadros – “cada pessoa não pode prescindir da utilização de dispositivos tecnológicos modernos na sua vida quotidiana. Mas tal uso deve ser feito com sabedoria e sem excessos”.

A Igreja copta ortodoxa já de há muito se interroga sobre o impacto causado pela expansão das redes sociais e dos meios de comunicação social na vida concreta das comunidades eclesiais.

Abuso da Internet, preocupação entre as Igrejas Orientais

Nos últimos meses, o alarme eclesial sobre os usos distorcidos da rede foi também alimentado pelos numerosos casos de falsos perfis sociais atribuídos a monges, monjas e mosteiros, utilizados para organizar golpes, divulgar angariação abusiva de fundos ou mesmo atrair garotas para redes de exploração sexual.

Os falsos perfis sociais atribuídos ao Mosteiro de Santa Demiana no deserto, a uma “Irmã Aghaby” inexistente e a um monge igualmente fantasma Samayel, que se creditava a si próprio com seus “seguidores” também utilizando a foto roubada de um monge real do Mosteiro de Santo Tomás, o Eremita, foram denunciados publicamente.

Para além das operações montadas por verdadeiros trapaceiros, o abuso da Internet para manipular conteúdos e dinâmicas eclesiásticas, ou para dar vazão ao narcisismo clerical, é um fenômeno que as Igrejas têm de enfrentar no mundo inteiro, e que nos últimos tempos parece alimentar uma preocupação particular entre as Igrejas do Oriente.

O trágico episódio do assassinato do bispo Epiphanius

No Egito, o trágico episódio do assassinato no mosteiro do bispo copta ortodoxo Epiphanius – e da prisão de um monge acusado de ser o autor do crime – acelerou nos últimos anos o processo de discernimento sobre a vida monástica já iniciado há muito tempo no seio da Igreja copta ortodoxa.

“Poucos dias após o assassinato de Anba Epiphanius, o comitê para os mosteiros do Santo Sínodo copta ortodoxo estabeleceu 12 regras - ratificadas pelo Patriarca Tawadros II – dirigidas a todos aqueles que vivem a condição monástica na Igreja copta ortodoxa.”

Entre outras coisas, foi também pedido aos monges e monjas coptas que encerrassem suas contas de usuários e quaisquer blogs geridos nas redes sociais, considerados com um olhar crítico como ferramentas utilizadas sobretudo para espalhar “ideias confusas” e alimentar personalismos.

Uma “palavra de conforto” para fiéis e leitores

Há mais de dois anos, também o Patriarcado caldeu, numa mensagem difundida através dos seus canais oficiais, quis expressar uma “palavra de conforto” para fiéis e leitores, face ao fenômeno desenfreado de intervenções enganosas e textos manipuladores publicados online sobre questões relacionadas com a vida da Igreja e das comunidades cristãs.

Em abril de 2018, também a Igreja maronita tinha divulgado o documento intitulado “A verdade que liberta e une”, que se apresentou como um verdadeiro manual doutrinal e pastoral, destinado a oferecer critérios e pontos de referência que devem inspirar e orientar intervenções e debates nos meios de comunicação social centrados em questões e temas relativos à fé católica e ao magistério da Igreja.

Tal pronunciamento – assim se referia na parte introdutória – pareceu necessário depois que, nos meses anteriores, as disputas sobre questões doutrinárias – alimentadas também através dos meios de comunicação social – tinham em alguns casos assumido formas e tons exagerados, proporcionando um espetáculo incompatível com os critérios sugeridos pela comunhão eclesial, e correndo o risco de espalhar dúvidas e desconcerto entre os fiéis.

(Fides)

Vatican News

Delegação portuguesa receberá símbolos da JMJ no próximo domingo, no Vaticano

Cruz peregrina e ícone de Maria Salus Populi Romani /
Fotos: Facebook da Jornada Mundial da Juventude

Lisboa, 16 nov. 20 / 12:17 pm (ACI).- Uma delegação portuguesa irá ao Vaticano no próximo domingo, Solenidade de Cristo Rei do Universo, para receber os símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), a qual acontecerá em Lisboa em 2023, com o tema “Maria levantou-se e partiu apressadamente” (Lc 1, 39).

A confirmação foi dada pelo presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), Dom José Ornelas, durante coletiva de imprensa no sábado, 14 de novembro, quando afirmou que, apesar da pandemia de coronavírus, a entrega dos símbolos acontecerá.

“Está já confirmada a entrega. Apesar de tudo, a ideia é de não atrasar demasiado a recepção dos símbolos dentro do país e aproveitar esta ocasião para mobilizar os nossos jovens”, declarou o Prelado, segundo a Rádio Renascença.

Dom Ornelas afirmou que “o programa básico está feito”, mas a sua “calendarização, como temos de adaptar à pandemia, estamos a ver como vai ser”.

A entrega da Cruz peregrina e do ícone da Salus Populi Romani (Protetora do Povo Romano) à delegação portuguesa por representantes do Panamá (país que acolheu a última JMJ, em 2019), acontecerá na Basílica de São Pedro.

Tradicionalmente, os símbolos da JMJ são entregues aos jovens do próximo país sede no Domingo de Ramos. Entretanto, devido à pandemia de Covid-19, a data foi adiada para a Solenidade de Cristo Rei, no próximo domingo, 22 de novembro.

A Cruz peregrina, explica o site oficial da JMJ Lisboa 2023, tem 3,8 metros e foi “construída a propósito do Ano Santo, em 1983”. No Domingo de Ramos do ano seguinte, o Papa São João Paulo II a confiou aos jovens, “para que fosse levada por todo o mundo”.

“Desde aí, a Cruz peregrina, feita em madeira, iniciou uma peregrinação que já a levou aos cinco continentes e a quase 90 países. Tem sido encarada como um verdadeiro sinal de fé”, assinala.

E, “desde 2000 que a cruz peregrina conta com a companhia do ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani, que retrata a Virgem Maria com o Menino nos braços”.

Trata-se de um quadro de 1,20 metros de altura e 80 centímetros de largura. É uma replicado ícone que se encontra na Basílica de Santa Maria Maior, o qual, segundo a tradição, teria sido pintado por São Lucas.

“Este ícone foi introduzido ainda pelo Papa João Paulo II como símbolo da presença de Maria junto dos jovens”, explica o site da JMJ.

ACI Digital

Santa Isabel da Hungria

S. Isabel da Hungria | ArqSP

Vida breve, mas intensa. Filha de André, rei da Hungria, e de Gertrudes, nobre dama de Merano, queimou etapas atingindo a santidade em 24 anos, no decurso dos quais experimentou alegrias e dores com o ânimo de quem está sempre agradecida a Deus.

Noiva aos 4 anos, esposa aos 14, mãe aos 15 e viúva aos 20 anos — quando o marido, Luís IV, duque da Turíngia, morreu em Otranto, à espera de embarcar com Frederico II para a cruzada na Terra Santa. O seu matrimônio fora combinado, como ocorria entre as casas reinantes da Europa.

Foi entretanto um matrimônio feliz sob todos os aspectos, a ponto de fazer exclamar a jovem esposa, com toda a sinceridade: “Se eu amo tanto uma criatura mortal, quanto não deverei amar ao Senhor!”. Amou a Deus com toda a alma, amou-o no próximo, destinando riquezas materiais e espirituais ao alívio dos infelizes.

Teve três filhos, Hermano, Sofia e Gertrudes, em seis anos de vida conjugal. À morte do marido, Isabel retirou-se para Eisenach, depois para o castelo de Pottenstein e, finalmente, escolheu como residência uma modesta casa de Marburgo, onde erigiu, às próprias expensas, um hospital, reduzindo-se à pobreza. Vendeu até o dote para completar a obra. Para os pobres sempre havia lugar no hospital, e Isabel reservava para si os trabalhos mais humildes.

Contra ela explodiram os maus humores reprimidos dos cunhados, que suportavam mal sua generosidade para com os pobres. Privaram-na por fim dos filhos e ela pôde viver plenamente o ideal franciscano de pobreza, ingressando na Ordem Terceira, obediente às diretrizes de um rigoroso confessor. À sua morte foi proclamada santa em altas vozes pelo povo. Isso a tal ponto, que o papa Gregório IX, em 1235, quatro anos depois da morte dela, inscreveu-a oficialmente no livro de ouro dos santos.

Sob seu nome surgiram várias congregações. Na Alemanha, as mulheres que se dedicam ao cuidado dos doentes são chamadas simplesmente (mas não tão facilmente) “Elisabethinerinnen”.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

Arquidiocese de São Paulo

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF