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domingo, 22 de novembro de 2020

8 coisas que talvez não sabia sobre a Festa de Cristo Rei

Pio XI, Primeira Guerra Mundial e Cristo Rei de Swlebodzin, Polônia

REDAÇÃO CENTRAL, 22 nov. 20 / 07:00 am (ACI).- No calendário litúrgico, hoje é a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, comumente conhecida como a Festa de Cristo Rei.

É o último domingo do ano litúrgico (o Advento começa em uma semana) e esta festa nos lembra de que não importa o que os poderes da Terra nos pedem para fazer, Cristo é o verdadeiro rei que deve reinar em nossos corações.

Conheça 8 detalhes desta impressionante festa:

1. Foi instituída em 1925

Após a Primeira Guerra Mundial, em meio ao crescimento do comunismo na Rússia, por ocasião dos 1600 anos do Concílio de Niceia (325), o Papa Pio XI instituiu a festa em 1925 através da encíclica Quas Primas. Sua primeira celebração aconteceu em 1926.

2. Foi celebrada pela primeira vez no dia de Halloween em 1926

Originalmente, foi estabelecida para o último domingo de outubro, antes da Festa de Todos os Santos. No ano de 1926, quando foi celebrada pela primeira vez, esse domingo coincidiu com o dia 31 de outubro.

3. Foi o Beato Paulo VI que, em 1969, revisou a festa e lhe deu o nome e a data atuais

O Papa Paulo VI deu à festa seu atual título completo (Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo) e transferiu para o último domingo do ano litúrgico.

4. A festa foi uma resposta ao crescimento da secularização, do ateísmo e do comunismo

Enquanto o mundo pedia eloquentemente aos cristãos que deviam restringir sua religião e dar maior lealdade aos governos, o Papa Pio XI escreveu sobre a festa:

“Se todo o poder foi dado ao Senhor Jesus, no céu e na terra, se os homens, resgatados pelo seu sangue preciosíssimo, se tornam, com novo título, súditos de seu império, se, finalmente, este poder abraça a natureza humana em seu conjunto, é claro que nenhuma de nossas faculdades se pode subtrair a essa realeza. É mister, pois, que reine em nossas inteligências: com plena submissão, com adesão firme e constante, devemos crer as verdades reveladas e os ensinos de Cristo. É mister que reine em nossas vontades: devemos observar as leis e os mandamentos de Deus. É mister que reine em nossos corações: devemos mortificar nossos afetos naturais, e amar a Deus sobre todas as coisas”. (Quas Primas, 34)

5. Apesar de suas origens católicas, a festa é comemorada por muitos protestantes

Apesar de ter sido criada há menos de cem anos na Igreja Católica, alguns anglicanos, luteranos, metodistas e presbiterianos celebram a festa.

6. Na igreja protestante da Suécia, este domingo é chamado “Domingo da Condenação”

Embora oficialmente os protestantes da Suécia celebrem esta festa como “O regresso de Cristo”, seu nome coloquial “Domingo da Condenação” procede do fato de que dão um enfoque particular ao Juízo Final e à segunda vinda de Cristo.

7. Alguns anglicanos se referem a este domingo como “Domingo da agitação”

Tem esse nome por duas razões:

Em primeiro lugar, a oração coleta anglicana para o dia começa com as palavras “agitado, despertado, te suplicamos, ó Senhor, as vontades de teus fiéis”.

Em segundo lugar, algumas das antigas receitas do pudim de pão doce requerem que o pudim seja agitado e se assente durante várias semanas antes de ser assado. Este domingo se tornou um dia em que as pessoas tradicionalmente começavam a preparar o pudim cristão, que incluía “agitar”.

Esses dois dados se uniram nas mentes dos anglicanos e, segundo a Wikipédia: “Supostamente, os cozinheiros, esposas e seus servos iam à igreja, escutavam as palavras ‘agitados, te suplicamos, ó Senhor...’ e recordavam, por associação de ideias, que já era hora de começar a agitar os pudins de Natal”.

8. A estátua de “Cristo Rei” da Polônia é a maior estátua de Jesus Cristo Rei do Universo no mundo

Com 33 metros de altura (um metro para cada ano da vida terrena de Jesus) e 3 metros de base, a estátua de Cristo Rei de Swlebodzin, no noroeste da Polônia, é três metros mais alta do que o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro.

ACI Digital

Cuba: cresce participação e compromisso dos leigos na missão da Igreja

Nossa Senhora da Caridade do Cobre
Padroeira de Cuba
Diocese de Cienfuegos, em Cuba, instituiu 117 Ministros da Palavra e 93 Ministros Extraordinários da Comunhão.

Cienfuegos – Cuba (21/11/2020, 12:15, Gaudium Press) Durante o último mês de outubro e início deste mês de novembro, Dom Domingo Oropesa Lorente, da Diocese de Cienfuegos, em Cuba, instituiu, em várias paróquias da Diocese, 117 Ministros da Palavra e 93 Ministros Extraordinários da Comunhão.

De acordo com informações fornecidas pela Conferência Episcopal de Cuba (CEC), a concessão dos ministérios foi feita nas cidades de Paraíso, Cruces, Lajas, Aguada, Rodas, Abreu, Cumanayagua e Ariza.

A diocese de Cienfuegos, sufragânea de Camagüey, tem uma população de 495.900 habitantes, dos quais 299.400 são católicos que estão distribuídos em 22 paróquias.
Existem 7 sacerdotes diocesanos, 10 sacerdotes religiosos, 14 religiosos não sacerdotes e 23 religiosas.

Diocese de Cienfuegos, em Cuba, instituiu 117 Ministros da Palavra e 93 Ministros Extraordinários da Comunhão.
Guadium Press

Formação dos Ministros da Palavra

Segundo a nota da CEC, os candidatos a Ministros da Palavra foram formados em um curso que trazia em seu conteúdo passagens significativas da Constituição dogmática do Concílio Vaticano II “Dei Verbum” sobre a Revelação Divina.
Foi destacado no curso o valor da Palavra de Deus como uma revelação do próprio Deus e Seu plano de salvação.

Os candidatos estudaram todo o processo de revelação de Deus, desde a criação até a manifestação em Cristo. Os encontros de formação evidenciaram também a presença de Cristo no anúncio da Palavra, que fala pessoalmente através do leitor, ao próprio leitor e a todos os presentes nas leituras da celebração eucarística.

Formação dos Ministros Extraordinários da Comunhão

A formação dos Ministros Extraordinários da Comunhão baseou-se no Catecismo da Igreja Católica (n. 1374), no comentário de alguns versículos do Capítulo VI do Evangelho de Santa Igreja.

Nos cursos, os formadores dos novos Ministros ofereceram algumas considerações de como cultivar a fé no poder salvador de Cristo na comunhão, orar por aqueles que recebem a comunhão e por aqueles que não o fazem e oferecer a comunhão em um ambiente espiritual e com sacralidade. (JSG)

(Da Redação Gaudium Press, com informações Fides)

Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo – Ano A

Crédito: Jornal O São Paulo

Ano A
34º DOMINGO DO TEMPO COMUM
NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO

Tema do 34º Domingo do Tempo Comum

No 34º Domingo do Tempo Comum, celebramos a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo. As leituras deste domingo falam-nos do Reino de Deus (esse Reino de que Jesus é rei). Apresentam-no como uma realidade que Jesus semeou, que os discípulos são chamados a edificar na história (através do amor) e que terá o seu tempo definitivo no mundo que há-de vir.
A primeira leitura utiliza a imagem do Bom Pastor para apresentar Deus e para definir a sua relação com os homens. A imagem sublinha, por um lado, a autoridade de Deus e o seu papel na condução do seu Povo pelos caminhos da história; e sublinha, por outro lado, a preocupação, o carinho, o cuidado, o amor de Deus pelo seu Povo.
O Evangelho apresenta-nos, num quadro dramático, o “rei” Jesus a interpelar os seus discípulo acerca do amor que partilharam com os irmãos, sobretudo com os pobres, os débeis, os desprotegidos. A questão é esta: o egoísmo, o fechamento em si próprio, a indiferença para com o irmão que sofre, não têm lugar no Reino de Deus. Quem insistir em conduzir a sua vida por esses critérios ficará à margem do Reino.
Na segunda leitura, Paulo lembra aos cristãos que o fim último da caminhada do crente é a participação nesse “Reino de Deus” de vida plena, para o qual Cristo nos conduz. Nesse Reino definitivo, Deus manifestar-Se-á em tudo e actuará como Senhor de todas as coisas (vers. 28).

LEITURA I – Ez 34,11-12.15-17

AMBIENTE

Ezequiel é conhecido como “o profeta da esperança”. Desterrado na Babilónia desde 597 a.C. (no reinado de Joaquin, quando Nabucodonosor conquista Jerusalém pela primeira vez e deporta para a Babilónia a classe dirigente do país), Ezequiel exerce aí a sua missão profética entre os exilados judeus.
A primeira fase do ministério de Ezequiel decorre entre 593 a.C. (data do seu chamamento) e 586 a.C. (data em que Jerusalém é arrasada pelas tropas de Nabucodonosor e uma segunda leva de exilados é encaminhada para a Babilónia). Nesta fase, Ezequiel procura destruir falsas esperanças e anuncia que, ao contrário do que pensam os exilados, o cativeiro está para durar… Eles não só não vão regressar a Jerusalém, mas os que ficaram em Jerusalém (e que continuam a multiplicar os pecados e as infidelidades) vão fazer companhia aos que já estão desterrados na Babilónia.
A segunda fase do ministério de Ezequiel desenrola-se a partir de 586 a.C. e prolonga-se até cerca de 570 a.C. Instalados numa terra estrangeira, privados de Templo, de sacerdócio e de culto, os exilados estão desesperados e duvidam da bondade e do amor de Deus. Nessa fase, Ezequiel procura alimentar a esperança dos exilados e transmitir ao Povo a certeza de que o Deus salvador e libertador – esse Deus que Israel descobriu na sua história – não os abandonou nem esqueceu.
O texto que nos é hoje proposto pertence, provavelmente, à segunda fase do ministério de Ezequiel. Depois de denunciar os “maus pastores” que exploraram e abusaram do Povo e o conduziram por caminhos de morte e de desgraça, até à catástrofe final de Jerusalém e ao Exílio (cf. Ez 34,1-9), o profeta anuncia a chegada de um tempo novo em que o próprio Deus vai conduzir o seu Povo e apascentar as suas ovelhas. É um oráculo de esperança, que abre uma nova história e propõe um novo futuro ao Povo de Deus.

MENSAGEM

No Antigo Médio Oriente, o título de “pastor” é atribuído, frequentemente, aos deuses e aos reis. É um título bastante expressivo em civilizações que viviam da agricultura e do pastoreio. A metáfora expressa admiravelmente dois aspectos, aparentemente contrários e com frequência separados, da autoridade exercida sobre os homens: o pastor é, ao mesmo tempo, um chefe que dirige o seu rebanho e um companheiro que acompanha as ovelhas na sua caminhada para as pastagens onde há vida.
Além disso, o pastor é um homem forte, capaz de defender o seu rebanho contra os animais selvagens; e é também delicado para as suas ovelhas. Conhece o estado e as necessidades de cada uma, leva nos braços as mais frágeis e débeis, ama-as e trata-as com carinho. A sua autoridade não se discute: está fundada na entrega e no amor.
É sobre este fundo que Ezequiel vai colocar as relações que unem Deus e Israel.
A este Povo a quem os pastores humanos (os reis, os sacerdotes, a classe dirigente) trataram tão mal, o profeta anuncia a chegada desse tempo novo em que Jahwéh vai assumir a sua função de pastor do seu Povo. Como é que Deus desempenhará essa função?
Deus vai cuidar das suas ovelhas e interessar-se por elas. Neste momento, as ovelhas estão dispersas numa terra estrangeira, depois dos acontecimentos dramáticos que trouxeram ao rebanho morte e desolação; mas Deus, o Bom Pastor, vai reuni-las, reconduzi-las à sua própria terra e apascentá-las em pastagens férteis e tranquilas (vers. 11-12).
Mais: Deus, o Bom Pastor, irá procurar cada ovelha perdida e tresmalhada, cuidar da que está ferida e doente, vigiar a que está gorda e forte (vers. 16); além disso, julgará pessoalmente os conflitos entre as mais poderosas e as mais débeis, a fim de que o direito das fracas não seja pisado (vers. 17).

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 22 (23)

LEITURA II – 1 Cor 15,20-26.28

AMBIENTE

No decurso da sua segunda viagem missionária, Paulo chegou a Corinto, vindo de Atenas, e ficou por lá cerca 18 meses (anos 50-52). De acordo com Act 18,2-4, Paulo começou a trabalhar em casa de Priscila e Áquila, um casal de judeo-cristãos. No sábado, usava da palavra na sinagoga. Com a chegada a Corinto de Silvano e Timóteo (2 Cor 1,19; Act 18,5), Paulo consagrou-se inteiramente ao anúncio do Evangelho. Mas não tardou a entrar em conflito com os judeus e foi expulso da sinagoga.
Como resultado da pregação de Paulo nasceu, contudo, a comunidade cristã de Corinto. A maior parte dos membros da comunidade eram de origem grega, embora, em geral, de condição humilde (cf. 1 Cor 11,26-29; 8,7; 10,14.20; 12,2); mas também havia elementos de origem hebraica (cf. Act 18,8; 1 Cor 1,22-24; 10,32; 12,13).
De uma forma geral, a comunidade era viva e fervorosa; no entanto, estava exposta aos perigos do ambiente corrupto que se respirava na cidade e não podia deixar de ser influenciada por esse ambiente. É neste contexto que podemos entender alguns dos problemas sentidos na comunidade e apontados na Primeira Carta aos Coríntios: moral dissoluta (cf. 1 Cor 6,12-20; 5,1-2), querelas, disputas, lutas (cf. 1 Cor 1,11-12), sedução da sabedoria filosófica de origem pagã que se introduzia na Igreja revestida de um superficial verniz cristão (cf. 1 Cor 1,19-2,10)… Na comunidade de Corinto, vemos as dificuldades da fé cristã em inserir-se num ambiente hostil, marcado por uma cultura pagã e por um conjunto de valores que estão em contradição com a pureza da mensagem evangélica.
Um dos pontos onde havia uma notória dificuldade em conciliar os dados da fé cristã com os valores do mundo grego era na questão da ressurreição. Enquanto que a ressurreição dos mortos era relativamente bem aceite no judaísmo (habituado a ver o homem na sua unidade), constituía um problema muito sério para a mentalidade grega. A cultura grega estava fortemente influenciada por filosofias dualistas, que viam no corpo uma realidade negativa e na alma uma realidade nobre e ideal. Aceitar que a alma viveria sempre não era difícil para a mentalidade grega… O problema era aceitar a ressurreição do homem total: sendo o homem (de acordo com a mentalidade grega) constituído por alma e corpo, como podemos falar da ressurreição do homem?

MENSAGEM

Frente às objecções e dúvidas dos coríntios, Paulo parte da ressurreição de Cristo (cf. 1 Cor 15,1-11), para concluir que todos aqueles que se identificarem com Cristo ressuscitarão também (cf. 1 Cor 15,12-34).
O nosso texto começa precisamente com a afirmação de que “Cristo ressuscitou dos mortos, como primícias dos que morreram” (vers. 20). A sua ressurreição não foi um caso único e excepcional, mas o primeiro caso. “Primeiro” deve ser entendido aqui, não apenas em sentido cronológico, mas sobretudo no sentido do princípio activo da ressurreição de todos os outros homens e mulheres. Cristo foi constituído por Deus princípio de uma nova humanidade; a sua ressurreição arrasta atrás de si toda a sua “descendência” – isto é, todos aqueles que se identificam com Ele, que acolheram a sua proposta de vida e o seguiram – ao encontro da vida plena e eterna (vers. 21-23).
O destino dessa nova humanidade é o Reino de Deus. O Reino de Deus será uma realidade onde o egoísmo, a injustiça, a miséria, o sofrimento, o medo, o pecado, e até a morte (isto é, todos os inimigos da vida e do homem) estarão definitivamente ausentes, pois terão sido vencidos por Cristo (vers. 24-26). Nesse Reino definitivo, Deus manifestar-Se-á em tudo e actuará como Senhor de todas as coisas (vers. 28).
A reflexão de Paulo lembra aos cristãos que o fim último da caminhada do crente é a participação nesse “Reino de Deus” de vida plena e definitiva, para o qual Cristo nos conduz.

EVANGELHO – Mt 25,31-46

AMBIENTE

Esta impressionante descrição do juízo final é a conclusão das três parábolas precedentes (a “parábola do mordomo fiel e do mordomo infiel” – cf. Mt 24,45-51; a “parábola das jovens previdentes e das jovens descuidadas” – cf. Mt 25,1-13; a “parábola dos talentos” – cf. Mt 25,14-30). Tanto no texto que nos é proposto como nessas três parábolas aparecem dois grupos de pessoas que tiveram comportamentos diversos enquanto esperavam a vinda do Senhor Jesus. O autor do texto mostra agora qual será o “fim” daqueles que se mantiveram e daqueles que não se mantiveram vigilantes e preparados para a vinda do Senhor.
Mais uma vez, para percebermos a catequese que Mateus aqui desenvolve, temos de recordar o contexto da comunidade cristã a quem ela se destina. Estamos nos últimos decénios do séc. I (década de 80). Já passou o entusiasmo inicial pela vinda iminente de Jesus para instaurar o Reino definitivo. Os cristãos que constituem a comunidade de Mateus estão desinteressados, instalados, acomodados; vivem a fé de forma rotineira, morna, pouco exigente e pouco comprometida; alguns, diante das dificuldades, deixam a comunidade e renunciam ao Evangelho…
Mateus, preocupado com a situação, procura revitalizar a fé, reacender o entusiasmo, entusiasmar ao compromisso. Vai fazê-lo através de uma catequese que convida à vigilância, enquanto se espera o encontro final com Cristo.
No texto que nos é proposto, Mateus mostra aos crentes da sua comunidade – com a linguagem veemente dos pregadores da época – o que espera, no final da caminhada, quer aqueles que se mantiveram vigilantes e viveram de acordo com os ensinamentos de Jesus, quer aqueles que se esqueceram dos valores do Evangelho e que conduziram a vida de acordo com outros interesses e preocupações.

MENSAGEM

A parábola do juízo final começa com uma introdução (vers. 31-33) que apresenta o quadro: o “Filho do Homem” sentado no seu trono, a separar as pessoas umas das outras “como o pastor separa as ovelhas dos cabritos”.
Vêm, depois, dois diálogos. Um, entre “o rei” e “as ovelhas” que estão à sua direita (vers. 34-40); outro, entre “o rei” e os “cabritos” que estão à sua esquerda (vers. 41-46). No primeiro diálogo, o “rei” acolhe as “ovelhas” e convida-as a tomar posse da herança do “Reino”; no segundo diálogo, o “rei” afasta os “cabritos” e impede-os de tomar posse da herança do Reino. Porquê? Qual é o critério que “o rei” utiliza para acolher uns e rejeitar outros?
A questão decisiva parece ser, na perspectiva de Mateus, a atitude de amor ou de indiferença para com os irmãos mais pequenos de Jesus, que se encontram em situações dramáticas de necessidade – os que têm fome, os que têm sede, os peregrinos, os que não têm que vestir, os que estão doentes, os que estão na prisão… Jesus identifica-Se com os pequenos, os pobres, os débeis, os marginalizados; manifestar amor e solidariedade para com o pobre é fazê-lo ao próprio Jesus e manifestar egoísmo e indiferença para com o pobre é fazê-lo ao próprio Jesus.
A cena pode interpretar-se de duas maneiras, dependendo de como entendemos a palavra “irmão”. Entendida em sentido genérico, a palavra “irmão” designaria qualquer homem; neste caso, a exortação de Jesus convida os que querem entrar no Reino a ir ao encontro de qualquer homem que tenha fome, que tenha sede, que seja peregrino, que esteja nu, esteja doente ou que esteja na prisão, para lhe manifestar amor e solidariedade. Entendida num sentido mais restrito, a palavra “irmão” designaria os membros da comunidade cristã… De qualquer forma, os dois sentidos não se excluem; e é possível que Mateus se refira às duas realidades.
A exortação que Mateus lança à sua comunidade cristã (e às comunidades cristãs de todos os tempos e lugares) nas parábolas precedentes ganha, assim, uma força impressionante à luz desta cena final. Com os dados que este Evangelho nos apresenta, fica perfeitamente evidente que “estar vigilantes e preparados” (que é o grande tema do “discurso escatológico” dos capítulos 24 e 25) consiste, principalmente, em viver o amor e a solidariedade para com os pobres, os pequenos, os desprotegidos, os marginalizados. Em última análise, é esse o critério que decide a entrada ou a não entrada no Reino de Deus.
Esta exortação dirige-se a uma comunidade que negligencia o amor aos irmãos, que vive na indiferença ao sofrimento dos mais débeis, que é insensível ao drama dos pobres e que não cuida dos pequenos e dos desprotegidos. Como essas são atitudes que não se coadunam com a lógica do Reino, quem vive desse jeito não poderá fazer parte do Reino.
A cena do juízo final será uma descrição exacta e fotográfica do que vai acontecer no final dos tempos?
É claro que não. Mateus não é um repórter, mas um catequista a instruir a sua comunidade sobre os critérios e as lógicas de Deus. O objectivo do catequista Mateus é deixar bem claro que Deus não aprova uma vida conduzida por critérios de egoísmo, onde não há lugar para o amor a todos os irmãos, particularmente aos mais pobres e débeis. Um dos pormenores mais sugestivos é a identificação de Cristo com os famintos, os abandonados, os pequenos, os desprotegidos: todos eles são membros de Cristo e não os amar é não amar Cristo. Dizer que se ama Cristo e não viver do jeito de Cristo, no amor a todos os homens, é uma mentira e uma incoerência.
Deus condena os maus (“os cabritos”) ao inferno? Não. Deus não condena ninguém. Quem se condena ou não é o homem, na medida em que não aceita ou aceita a vida que Deus lhe oferece. E haverá alguém que, tendo consciência plena do que está em jogo, rejeite o amor e escolha, em definitivo, o egoísmo, o orgulho, a auto-suficiência – isto é, o afastamento definitivo de Deus e do Reino? Haverá alguém que, percebendo o sem sentido dessas opções, se obstine nelas por toda a eternidade?
Então, porque é que Mateus põe Deus a dizer aos “cabritos”: “afastai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e para os seus anjos”? Porque Mateus é um pregador veemente, que usa a técnica dos pregadores da época e gosta de recorrer a imagens fortes que toquem o auditório e que o levem a sentir-se interpelado. Para além dos exageros de linguagem, a mensagem é esta: o egoísmo e a indiferença para com o irmão não têm lugar no Reino de Deus.

Dehonianos

XXXIV Domingo do Tempo Comum - Ano A

Dom José Aparecido
ADM. Apost. Arquidiocese de Brasília

SOLENIDADE DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO REI DO UNIVERSO

O Papa Pio XI, ao instituir a festa de Cristo Rei em 1925, com a Encíclica Quas primas, quis proclamar solenemente a realeza, o senhorio de nosso Senhor Jesus Cristo sobre o mundo, sobre a história. Este senhorio do Senhor se estende a todas as pessoas, às famílias e às cidades, aos povos e às nações, enfim sobre todo o universo. A proclamação da realeza de Cristo sobre a sociedade – sem prejuizo de reconhecer o valor da genuina laicidade do estado moderno –, é um remédio que se põe aos efeitos nefastos da ideologia laicista que pretende organizar a vida social como se Deus não existisse. Organizar a vida social sem reconhecer na natureza humana o anelo pela transcendência e o desejo de respostas para questões fundamentais da existência, tem levado ao aviltamento da dignidade humana, a muitas formas de pobreza, de escravidão, de corrupção e de abuso de poder de um homem sobre outro, de um povo sobre outro. O reino de Deus apregoado por Jesus, não apenas para a eternidade, começa na história, oferecendo remédio para os males presentes nas relações dos homens com a criação, dos homens entre si, bem como entre a humanidade e o Criador.

Ao declarar diante de Pilatos que o Seu reino não é deste mundo (Jo 18,36), o Senhor Jesus não se esquiva do compromisso histórico, mas rejeita as estratégias de poder, tomando a misericórdia e o serviço humilde aos irmãos como caminho para edificar a civilização do amor. Reivindica a realeza oferecendo a Sua vida em resgate por muitos.

Na primeira leitura, Ezequiel mostra que a majestade e a realeza de Deus se manifestam na imagem do pastor que cuida das ovelhas: “Como o pastor toma conta do rebanho… eu mesmo vou apascentar as minhas ovelhas e fazê-las repousar. Vou procurar a ovelha perdita, reconduzir a extraviada, enfaixar a da perna quebrada, fortalecer a doente, vigiar a ovelha gorda e forte. Vou apascentá-las conforme o direito”. (Ez 34, 12.15-16). O próprio Jesus aplica a Si e à Sua atuação a imagem do Bom Pastor que dá a vida pelas ovelhas. Na Sua vitória sobre o pecado e a morte, Ele destrói “todo o principado, todo poder e força” (1Cor 15,25), e submete tudo ao Pai “para que Deus seja tudo em todos” (v. 28).

A sua realeza não consiste em honrarias e de aparências, mas precisamente na “justiça, paz e alegria no Espírito Santo” (Rm 14,17). Esta realeza, vêmo-la descrita na parábola do juizo final (Mt 25,31-46). O critério para decidir sobre a nossa participação na vida eterna é precisamente este: “o que fizestes a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizestes” (Mt 25,40).

Se pomos em prática o amor ao nosso próximo, segundo a mensagem evangélica, então abrimos espaço para o Senhorio de Deus, e o Seu Reino se realiza entre nós” (Bento XVI) e nos tornamos todos irmãos conforme o ardente convite feito pelo Papa Francisco na sua última encíclica “Fratelli tutti”.

Folheto: "O Povo de Deus"

Arquidiocese de Brasília

S. CECÍLIA, VIRGEM E MÁRTIR, NO CEMITÉRIO DE CALISTO

Santa Cecilia  (© Musei Vaticani)

A tradição narra que Cecília, nobre jovem romana, foi martirizada por volta do ano 230, durante o império de Alexandre Severo e o Pontificado de Urbano I. Seu culto é antiquíssimo: a Basílica a ela dedicada no bairro romano de Trastevere, é anterior ao edito de Constantino (313) e a festa em sua memória foi celebrada no ano 545.

A força do amor

A narração do seu martírio está contida na Passio Sanctae Caeciliae, um texto mais literário que histórico caracterizado por uma forte conotação lendária. Segundo a Passio, Cecília era esposa do Patrício Valeriano, ao qual, no dia do matrimônio, revelou ter-se convertido ao Cristianismo e ter feito o voto de virgindade perpétua. Valeriano aceitou ser catequizado e batizado pelo Papa Urbano I. Logo depois, também seu irmão Tibúrcio abraçou a fé cristã. Em breve, ambos os irmãos foram presos, por ordem do prefeito Turcio Almachio; após serem torturados foram decapitados, juntos com Máximo, o oficial encarregado de levá-los ao cárcere; mas, ao longo do caminho, ele também se converteu.

A fé que vence a morte

Por conseguinte, Almachio decidiu também matar Cecília. No entanto, ele temia as repercussões por uma execução pública, visto a popularidade da jovem cristã. Então, após tê-la submetido a um julgamento sumário, mandou levá-la para a sua casa, onde foi trancada em uma terma, em altíssima temperatura, simulando uma morte por asfixia. Depois de um dia e uma noite, os guardas a encontraram, milagrosamente, viva, envolvida em um celeste refrigério. Assim, Almachio mandou decapitá-la. Mas, apesar de três golpes violentos na nuca, o algoz não conseguiu cortar sua cabeça. Cecília morreu após três dias de agonia, durante os quais doou todos os seus bens aos pobres, a sua casa à Igreja; não podendo mais pronunciar sequer uma palavra, continuou a professar a sua fé em Deus, Uno e Trino, apenas com os dedos das mãos, como o pintor Maderno a esculpiu na famosa estátua, que ainda se encontra sob o altar central da Basílica a ela dedicada.

O Evangelho no coração

A Lenda Áurea, - a coletânea medieval de biografias hagiográficas, composta em latim pelo dominicano, Jacopo de Varagine, que conta uma série de elementos narrativos da Passio, - narra que foi o próprio Papa Urbano I, com a ajuda de alguns diáconos, que sepultou o corpo da jovem mártir nas Catacumbas de São Calisto, em um lugar de honra, perto da cripta dos Papas. No ano 821, o Papa Pasqual I, grande devoto da santa, - invocada como “a virgem Cecília que trazia sempre em seu coração o Evangelho de Cristo” – transladou suas relíquias à cripta da Basílica de Santa Cecília, no bairro romano de Trastevere, edificada em sua memória.
Às vésperas do Jubileu de 1600, durante as obras de restauração da Basílica, a pedido do Cardeal Paulo Emílio Sfrondati, foi encontrado o sarcófago, com o corpo da jovem Santa, em ótimo estado de conservação, coberto com um vestido de seda e ouro.

Música e iconografia

Há uma conexão explícita entre Santa Cecília e a Música, documentada desde a Idade Média tardia.
O motivo deve-se a uma errada interpretação, segundo alguns, de um trecho da Passio; e, segundo outros, da antífona de entrada da Missa por ocasião da sua festa, onde se lê: “... enquanto os órgãos tocavam, ela canta, em seu coração, somente ao Senhor”.
A partir da segunda metade do século XV, em diversos lugares da Europa, a iconografia da Santa começa a proliferar-se e a enriquecer-se de elementos musicais.
O êxtase de Santa Cecília, obra-prima de Rafael para a igreja de São João no Monte, em Bolonha, - que a representa com uma mão em um órgão móvel e, em seus pés, vários instrumentos musicais – confirma a íntima ligação da mártir romana com a música. Ela já era invocada e celebrada como Padroeira dos músicos e cantores. Foi dedicada a ela a Academia de Música, fundada em Roma, em 1584.

Vatican News

sábado, 21 de novembro de 2020

O Sínodo dos Jovens continua. Do Panamá a Lisboa: chamados à sinodalidade missionária

JMJ - rumo a Lisboa 2023 | Vatican News

Convocados pelo lema “De Panamá a Lisboa: chamados à sinodalidade missionária”, o encontro reviveu os momentos fortes da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) realizada no Panamá, em janeiro de 2019, provocando um rico intercâmbio de experiência e sugestões para a próxima edição em Lisboa 2023.

Vatican News

O Sínodo dos Bispos sobre “os jovens, a fé e o discernimento vocacional”, realizado em outubro de 2018, continua em plena etapa de implementação. Um encontro online, organizado pelo Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, que se concluiu neste sábado (21/11), reuniu por quatro dias mais de 250 responsáveis de Pastoral Juvenil das Conferências Episcopais e dos principais movimentos internacionais juvenis.

Convocados pelo lema “De Panamá a Lisboa: chamados à sinodalidade missionária”, o encontro reviveu os momentos fortes da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) realizada no Panamá, em janeiro de 2019, provocando um rico intercâmbio de experiência e sugestões para a próxima edição em Lisboa 2023.

O encontro começou com uma reflexão sobre os desafios e as oportunidades que a pandemia da COVID-19 significa para os jovens do mundo inteiro. Diversos testemunhos destacaram como tantos jovens cristãos têm respondido com criatividade e protagonismo ao momento presente. O mundo será diferente depois da pandemia e os jovens têm a missão de indicar caminhos melhores, não só para a Pastoral Juvenil e para a JMJ, mas para a toda a Igreja e a sociedade.

A gratidão pelo acolhimento caloroso do povo panamenho e pela organização exemplar do Comitê Organizador Local (COL) marcou a tônica do segundo dia de encontro, que contou com a presença de S. Ex. Mons. José Domingo Ulloa, arcebispo do Panamá. Em seguida, os participantes dedicaram um dia a refletir sobre a sinodalidade missionária, expressão acunhada pelo Sínodo de 2018: o que ela significa, seus desafios, quais os caminhos para colocá-la em prática e pistas para uma pastoral juvenil sinodal, contando experiências que têm dado certo. Esses foram temas abordados na palestra da Ir. Nathalie Becquart, nos testemunhos de jovens que participaram do processo sinodal e nas partilhas realizadas em grupos de trabalho online.

No último dia do encontro, o COL de Lisboa – encabeçado por S. Em. Card. Manuel Clemente, Patriarca de Lisboa – apresentou o estado atual da organização da próxima JMJ e entusiasmou a todos para essa grande peregrinação juvenil, que começa já agora com a passagem dos símbolos da JMJ – a cruz e o ícone de María – enviados a Portugal durante a missa deste domingo, Solenidade de Cristo Rei, presidida pelo Papa Francisco na Basílica de São Pedro para um grupo muito reduzido devido às restrições sanitárias.

Vatican News

Por que dizemos que Cristo é Rei?

Andreas F. Borchert | CC BY-SA 4.0

Neste domingo, 22 de novembro, a Igreja comemora o Cristo Rei. Mas por que se fala em Cristo Rei quando o próprio Jesus disse "o meu Reino não é deste mundo" (Jo 18,36)?

São João oferece-nos este estranho diálogo entre Pilatos e Jesus sobre Cristo Rei. Pilatos insiste: “Você é o rei?”, “Então você é um rei?”, “Querem que eu solte o rei?” E Jesus responde: “O meu Reino não é deste mundo”, ou inclusive: “Dizes assim: Eu sou rei. Para isso nasci e vim ao mundo: para dar testemunho da verdade”.

Um rei desconcertante: uma coroa de espinhos pregada em sua cabeça e um cetro de junco enganchado em sua mão, com a púrpura de um manto sobre sua carne ferida. Aqui estão os sinais ridículos desta realeza confusa, em que este homem vestido desta forma é, ao mesmo tempo, rei e reino.

E, de fato, Jesus faz disso uma bem-aventurança presente: “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles pertence o reino dos céus”. Inclusive o ladrão, que não pede para ser tirado da cruz, pede o Reino! Na verdade, esse Reino não é um conceito, uma doutrina ou um programa político a ser aplicado; ele é, antes de tudo, uma Pessoa que tem o rosto e o nome de Jesus de Nazaré: “Hoje você estará comigo no paraíso”.

Na eucaristia, Cristo Rei senta-se no seu trono de misericórdia

Este Reino se inaugura no coração do homem: é aí que Cristo quer reinar primeiro. Resta-nos, portanto, renunciar às rédeas do poder sobre as nossas vidas para deixar o governo da nossa existência a Cristo Rei: “Arrependei-vos, porque o reino dos céus está próximo” (Mt 3,2; 4,17). A felicidade tem esse preço! Graças a esta conversão, Cristo pode estabelecer o seu reinado sobre a inteligência humana, porque ele é a Verdade que liberta. Cristo também reinará por meio de sua caridade, que atrai nossa vontade para a lógica da entrega. No entanto, ressuscitado e glorioso, Jesus manifesta o caráter real e universal do seu reinado: “Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra” (Mt 28,18). Consequentemente, este reinado de Cristo terá necessariamente efeitos sócio-políticos.

Ao instituir a festa de Cristo Rei no dia 11 de dezembro de 1925, num tempo confuso da História, o Papa Pio XI declarou: “Se os homens, pública e privadamente, reconhecerem o poder real de Cristo, eles virão necessariamente a toda a sociedade benefícios civis incríveis, tais como: justa liberdade, tranquilidade e disciplina, paz e harmonia”. Em outras palavras, uma autêntica cultura de paz e justiça não pode ser estabelecida sem o reino da verdade e do amor, isto é, sem o reino de Cristo, que é Verdade e Amor.

Reino de Deus e Eucaristia

A Igreja já é o Reino de Deus misteriosamente presente neste mundo. Ao comunicar a vida divina às pessoas, estende o reino de Cristo na terra assim como no céu. O centro deste reino é a eucaristia. Aí, o coração de Cristo Rei bate e vai bater até o dia em que Jesus devolver toda a realeza a seu Pai; então Deus será tudo em todos! Na eucaristia, Cristo Rei senta-se no seu trono de misericórdia à espera de nos conduzir perante o seu trono de glória para entrar plenamente num reino que não tem fim!

Aleteia

Jornalista francesa ‘denuncia’ os católicos em Rennes: “Eles estão rezando!”

Guadium Press
Um fato ameaçador aconteceu com uma jornalista do Quotidien.

Redação (17/11/2020 21:03, 18/11/2020 13:02 Gaudium Press) A França, berço da ‘laicidade’, é também, neste momento, um campo de batalha sobre como esta deve ser interpretada. Evidentemente, aqueles menos favoráveis à religião entenderão (a laicidade) como a proibição de qualquer prática de culto que transcenda os limites do individual.

Parece que esta é a linha de interpretação de alguns jornalistas dedicados, nesses últimos dias, a ‘caçar’ qualquer manifestação de fé que façam os católicos no espaço público, após o decreto do segundo confinamento, pelo qual o governo fechou suas igrejas para as missas presenciais.

No domingo passado, houve manifestações em toda a França, pedindo que o governo voltasse a autorizar as missas presenciais. E, numa delas, em Rennes, ocorreu um fato que justifica os que afirmam que muitos meios de comunicação são agentes bastante ideológicos.

Em frente à catedral

Estavam os católicos reunidos em frente à Catedral de São Pedro, em Rennes, quando uma repórter do Quotidien se dirige aos jovens organizadores, que expressam seu desejo de respeitar as medidas de biossegurança, e – é claro – de fazer suas reivindicações.

https://twitter.com/i/status/1329098048081956866

Ela espera que mais pessoas cheguem e faz uma pergunta sugestiva: “O que é legal? O que não é?” Volta-se, então, para os policiais, e, já completamente fora de seu papel, afirma que “o ministro do interior queria que se autuasse, a partir deste fim de semana, os fieis que rezassem diante das igrejas”.

A excitação da repórter chega ao auge quando a multidão começa a rezar o Pai-Nosso: “Eles estão rezando!” Não há necessidade de mais provas, diziam os fariseus ante a declaração da divindade de Jesus.

“Então este é o tom da reivindicação? Para mim, trata-se de cantos religiosos”, insiste a senhora.

Nas redes sociais, a jornalista foi bastante criticada. Entre outras coisas, perguntaram-lhe se ela teria a mesma “valentia” com os muçulmanos que entoassem suas orações. Ou também se o que estava acontecendo na França era um volta à época da ditadura soviética.

“Jornalista, auxiliar de polícia?”, perguntava-se inclusive um jornalista de esquerda.

O debate sobre o papel orientador ou ideológico da mídia é global. Nos EUA, por exemplo, nas últimas eleições, muitos americanos não procuram estes ou aqueles meios de comunicação, mas escolhem-nos de acordo com sua tendência ou preferem informações alternativas. O papel da imprensa como difusora de informação veraz está sendo muito questionada, e, em muitas mentes, substituída pelos impulsionadores de uma agenda. Bem, talvez seja melhor, porque as máscaras caem e pode-se ver o rosto, sendo mais fácil decidir se agrada ou não.

A questão da laicidade

O assunto laicidade continua: cantos ou orações podem ser entoados em vias públicas? Para a jornalista-auxiliar de polícia isso é mais do que uma blasfêmia contra o dogma da laicidade.

No entanto, muitos pensam diferente, como Dom Xavier Malle, Bispo de Gap, esclarecendo que as procissões são permitidas nas ruas.

Mas o fanatismo já aparece por inteiro quando em Strasbourg, as autoridades proibiram até mesmo de “rezar em silêncio”. Não, não é brincadeira.

Ante essas situações, Grégor Puppinck, Doutor em Direito e Presidente do European Center for Law and Justice afirma: “Evidentemente, todas essas ordens (de nenhuma manifestação de fé na via pública) são ilegais. São ilegais, porque são contrárias às leis da República (em particular, à lei de 1905), aos direitos do homem (em particular, às liberdades de expressão e de religião), e, sobretudo, à lei de Deus (em particular, ao primeiro mandamento do decálogo)”.

Por enquanto, as autoridades governamentais passaram da prudência à ameaça e, em seguida, ao oferecimento de um diálogo. No país de Robespierre, elas são elegantes e eloquentes quando querem. Mas podem também ser violentas. A partida está interessante.

(Gaudium Press / Saul Castiblanco)

7 santos que viveram a extrema pobreza

São Francisco de Assis, Santo Inácio de Loyola,
São João de Deus, Santa Bernadete, São Domingos Sávio,
São José Cupertino e São Diego de Alcalá.

REDAÇÃO CENTRAL, 20 nov. 20 / 08:00 am (ACI).- Em 2017, o Papa Francisco instituiu o Dia Mundial dos Pobres, que este ano foi celebrado no domingo, 15 de novembro. Os santos também sofreram com a pobreza e agora apresentamos sete deles que a viveram de forma extrema.

1. São Francisco de Assis

Ele é, provavelmente, o mais famoso dos santos pobres que deixou tudo para seguir o Senhor.

Nasceu em uma família rica, mas decidiu vender tudo o que tinha para dar aos pobres e viver na pobreza, na humildade e na compaixão.

Em 1210 escreveu a regra dos franciscanos, tendo a pobreza como fundamento de sua ordem, que se manifestava no modo de vestir, nos utensílios que usavam e em suas ações. Apesar de tudo, sempre pareciam felizes.

2. São João de Deus

Este santo de origem portuguesa deixou tudo e até fingia estar louco para expiar os seus pecados.

Foi levado a um manicômio e sofreu vários espancamentos, pois era assim que tratavam os loucos naquele tempo. Isso lhe permitiu descobrir que para curar os doentes primeiro deveria curar a alma.

Fundou um hospital para os pobres onde trabalhou incansavelmente por dez anos. Morreu em 1550 deixando a Ordem Hospitalar de São João de Deus como um legado.

3. Santo Inácio de Loyola

O fundador dos Jesuítas ou da Companhia de Jesus era o mais jovem dos filhos de uma rica família espanhola.

Quando se reencontrou com o Senhor, decidiu viver a pobreza e a penitência. Ele se vestia como um mendigo e vivia da providência.

Seu espírito foi compartilhado por seus primeiros companheiros, como São Francisco Xavier e São Pedro Fabro, entre outros.

4. Santa Bernadette Soubirous

A vidente de Nossa Senhora de Lourdes na França nasceu em uma família que padecia da mais absoluta pobreza. Às vezes, nem tinham comida.

As dívidas obrigaram os Soubirous a abandonar o engenho onde viviam e procurar uma casa com apenas um quarto, onde se alojava toda a família composta pelos pais e seus quatro filhos.

Para conseguir pão para os filhos, os pais Francisco e Luísa aceitavam todo o trabalho que encontravam.

5. Santo Domingo Savio

Ele era o mais velho dos cinco filhos de Ángel Savio, um mecânico muito pobre, e de Brígida, uma mulher que contribuía com a casa fazendo costura para os vizinhos.

Aos 12 anos, Domingos conheceu São João Bosco pela primeira vez e pediu-lhe que o admitisse gratuitamente na escola que o santo tinha para as crianças pobres.

No dia de sua primeira comunhão, escreveu a famosa resolução que diz: "Prefiro morrer a pecar."

Faleceu quando tinha apenas 14 anos.

6. São José Cupertino

O chamado “santo voador”, devido às suas muitas comprovadas levitações, veio ao mundo em um pobre barracão localizado ao lado de sua casa porque seu pai, um humilde carpinteiro, não tinha podido pagar as taxas que devia pela casa e ela havia sido embargada.

Aos 17 anos pediu para ser admitido na ordem franciscana, mas não foi aceito. Pediu para ser acolhido nos Capuchinhos e foi aceito como irmão leigo, mas depois de oito meses foi expulso porque era extremamente distraído.

José então se refugiou na casa de um parente rico, mas este dizia que o jovem "não era bom para nada" e o jogou na rua. Viu-se então obrigado a voltar à miséria e ao desprezo de sua casa.

A mãe implorou persistentemente a um parente franciscano que recebesse o menino como mensageiro no convento dos frades. Foi aí que começou sua impressionante vida de santidade.

7. São Diego de Alcalá

Este irmão franciscano, conhecido pelos muitos milagres operados por sua intercessão em vida, nasceu em uma família muito pobre em San Nicolás del Puerto, em Sevilha (Espanha).

Viveu toda a sua vida na pobreza e com os pobres, servindo-os com uma dedicação especial. Morreu em Alcalá de Henares onde foi porteiro e jardineiro em um convento durante sete anos.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

ACI Digital

Apresentação de Nossa Senhora no Templo

Crédito: localprayers

A memória que a Igreja celebra hoje não encontra fundamentos explícitos nos Evangelhos Canônicos, mas algumas pistas no chamado proto-evangelho de Tiago, livro de Tiago, ou ainda, História do nascimento de Maria. A validade do acontecimento que lembramos possui real alicerce na Tradição que a liga à Dedicação da Igreja de Santa Maria Nova, construída em 543, perto do templo de Jerusalém.

Os manuscritos não canônicos, contam que Joaquim e Ana, por muito tempo não tinham filhos, até que nasceu Maria, cuja infância se dedicou totalmente, e livremente a Deus, impelida pelo Espírito Santo desde sua concepção imaculada. Tanto no Oriente, quanto no Ocidente observamos esta celebração mariana nascendo do meio do povo e com muita sabedoria sendo acolhida pela Liturgia Católica, por isso esta festa aparece no Missal Romano a partir de 1505, onde busca exaltar a Jesus através daquela muito bem soube isto fazer com a vida, como partilha Santo Agostinho, em um dos seus Sermões:

“Acaso não fez a vontade do Pai a Virgem Maria, que creu pela fé, pela fé concebeu, foi escolhida dentre os homens para que dela nos nascesse a salvação; criada por Cristo antes que Cristo nela fosse criado? Fez Maria totalmente a vontade do Pai e por isto mais valeu para ela ser discípula de Cristo do que mãe de Cristo; maior felicidade gozou em ser discípula do que mãe de Cristo. E assim Maria era feliz porque já antes de dar à luz o Mestre, trazia-o na mente”.

A Beata Maria do Divino Coração dedicava devoção especial à festa da Apresentação de Nossa Senhora, de modo que quis que os atos mais importantes da sua vida se realizassem neste dia.

Foi no dia 21 de novembro de 1964 que o Papa Paulo VI, na clausura da 3ª Sessão do Concílio Vaticano II, consagrou o mundo ao Coração de Maria e declarou Nossa Senhora Mãe da Igreja.

Nossa Senhora da Apresentação, rogai por nós!

Portal Canção Nova

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF