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sexta-feira, 27 de novembro de 2020

O Consistório no tempo da pandemia

Consistório 2020  (Vatican Media)

Será uma cerimônia remodelada pela emergência sanitária a que o Papa presidirá neste sábado à tarde. Dos 13 novos cardeais, 2 não poderão chegar a Roma, uma plataforma digital permitirá que os cardeais do Colégio de Cardeais se unam à celebração. A participação na basílica também será restrita.

Gianluca Biccini, Silvonei José – Vatican News

Consistório no tempo da Covid-19: respeitando a tradição, mas também observando o distanciamento e outras medidas necessárias para evitar a difusão do contágio. De acordo com as explicações do Escritório das celebrações litúrgicas do Sumo Pontífice (Ucepo), como todas as celebrações neste período pandêmico, também o rito para a criação de novos cardeais realiza-se no altar da Cátedra da Basílica de São Pedro, e não na Confissão; e, consequentemente, com uma participação muito reduzida dos fiéis: cerca de uma centena de pessoas.

Redução no número de presenças

Assim, o evento que tradicionalmente atrai eclesiásticos e fiéis dos cinco continentes - os novos cardeais com as suas famílias e amigos, e os cardeais já membros do colégio - foi marcado pelo Papa Francisco para as 16 horas deste sábado, 28 de novembro, no início do novo ano litúrgico. A missa do dia seguinte, que o Papa concelebrará com os novos cardeais também na Basílica, às 10 da manhã do primeiro domingo do Advento, também foi confirmada. Ambas as celebrações não tomarão a forma da Capela Papal e terão lugar com um número muito limitado de pessoas: leigos, pessoas consagradas, padres e bispos ligados aos cardeais recém-criados. A este respeito, os bilhetes, emitidos pela Prefeitura da Casa Pontifícia, serão reservados apenas para aqueles que acompanharão os eclesiásticos e, portanto, nenhuma outra pessoa poderá estar presente nos dois eventos.

Máscaras sim, visitas de cortesia não

Além disso, em conformidade com as normas em vigor que visam contrastar a circulação do coronavírus, também no Consistório Ordinário Público para a criação de novos cardeais - o sétimo do pontificado de Bergoglio - haverá a obrigação de usar a máscara; e a única verdadeira novidade litúrgica será a omissão do abraço da paz que os novos cardeais recebem de outros cardeais de criação mais antiga.

Quanto ao resto, a celebração no sábado tem lugar como habitualmente, com a presença também dos párocos e reitores das igrejas titulares confiadas aos novos cardeais: o primeiro deles, neste caso o maltês Mario Grech, secretário-geral do Sínodo dos Bispos, cumprimenta o Santo Padre. E, sobretudo, os ritos da imposição do barrete, a entrega do anel e a atribuição do título tera lugar regularmente perante o Pontífice, destaca Escritório das celebrações litúrgicas do Sumo Pontífice Ucepo quase respondendo aos rumores e hipóteses fantasiosas que circularam em alguns meios de comunicação social nos últimos dias. É verdade que, em conformidade com as disposições atualmente em vigor, as visitas de cortesia habituais aos novos cardeais não terão lugar. Portanto, o tradicional evento das chamadas "visitas calorosas" ao Vaticano, onde amigos e conhecidos prestam homenagem aos escolhidos em algumas salas do Palácio Apostólico e na Sala Paulina, não será realizado.

Participação à distância

A atual emergência, enfim, terá repercussões na participação, antes de tudo, dos diretamente interessados: dos treze anunciados pelo Papa no Angelus de 25 de outubro passado, onze deverão estar presentes, dado que os dois asiáticos - o filipino José Fuerte Advincula, arcebispo de Capiz, e Cornelius Sim, vigário apostólico de Brunei - já comunicaram que não participarão "por causa da contingente situação sanitária". A este respeito, a Sala de Imprensa da Santa Sé anunciou que "os cardeais serão igualmente criados no Consistório". Um representante do Santo Padre, em outro momento a ser determinado, irá entregar-lhe o barrete, o anel e a bula com o título". Por outras razões, também ligadas às condições de saúde e à idade avançada, existem pelo menos cinco precedentes recentes de novos cardeais incapazes de receber as insígnias do Papa: Sebastian Koto Khoarai, do Lesoto, em 2016; o colombiano José de Jesús Pimiento Rodríguez, em 2015; os italianos Loris Capovilla, em 2014, e Alberto Bovone, em 1998, e o dominicano francês Yves Congar, em 1994.

Muito mais amplo poderá ser o número de deserções no resto do Colégio dos Cardeais, cujos membros impossibilitados de chegar a Roma poderão unir-se à celebração, participando remotamente da sua sede, através de uma plataforma digital que lhes permitirá coligar-se à Basílica do Vaticano.

Vatican News

S. VIRGÍLIO, BISPO DE SALZBURGO

Icatolica

São Virgílio nasceu no ano 700, na Irlanda, onde abraçou com sua juventude e ardor a vida monástica e sacerdotal. Foi batizado com o nome de Fergal, depois traduzido para o latim como Virgílio. Católico, na juventude voltou-se para a vida religiosa, tornou-se monge e, a seguir, abade do Mosteiro de Aghaboe, na Irlanda, onde adquiriu vasta cultura não só teológica e bíblica, mas também científica, sobretudo em matemática e geografia. Deixou a ilha em peregrinação evangelizadora em 743 e não mais voltou. Por isso, é considerado um dos grandes missionários irlandeses do período medieval.

Pepino, rei dos francos, desejando fundar em seu reino centros culturais e pacificar o seu povo com a fé cristã, convidou Virgílio em 743 para abrir uma escola superior na região da Baviera, junto ao Duque Odilon. Com a morte do bispo de Salzurgo, atual Áustria, Virgílio foi eleito abade da Abadia de São Pedro, do qual dependia o bispado. Nesta qualidade, Virgílio devia governar a diocese embora sem sagração episcopal.

Na época, São Bonifácio, o chamado apóstolo da Alemanha, atuava como representante do papa na região, e caberia a ele essa indicação e não a Odilon. O que o desagradou não foi a escolha de Virgílio, mas o fato de ter sido feita por Odilon. Ambos nutriam entre si uma profunda divergência no campo doutrinal e Virgílio participava do mesmo entendimento de Odilon. Essa situação perdurou até a morte de são Bonifácio, quando, e só então, ele pôde ser consagrado bispo de Salzburgo.

Como pastor e mestre da diocese, Virgílio se destacou por seu zelo, por seu espírito de organização, pelas iniciativas que visavam a educação religiosa do povo e por seu alto saber. Conhecia o grande apóstolo da Alemanha, São Bonifácio, discutindo inclusive com ele questões litúrgicas e doutrinais, chegando ambos a acordo amigável.

Edificou uma catedral majestosa separada do mosteiro de São Pedro, dando origem a uma pacífica distinção entre a abadia dos monges e a diocese. O rei Pepino, ao convidar Virgílio a trabalhar em seu reino, talvez tivesse objetivos políticos, mas o santo soube habilmente corrigi-los, impondo sua ação pastoral e seu ensinamento num plano exclusivamente espiritual e com preocupações unicamente morais.

Virgílio era apelidado de “o Geômetra” em seu tempo. Viveu oito séculos antes de Galileu e Copérnico e já sabia que a Terra era redonda, o que na ocasião e em princípio era uma heresia cristã. Foi para Roma para se justificar com o papa, deixou a ciência de lado e abraçou integralmente o seu apostolado a serviço do Reino de Deus como poucos bispos consagrados o fizeram.

Em 755, um ano após a morte de São Bonifácio, Virgílio foi consagrado bispo de Salzburgo. Continuou evangelizando a Áustria de Norte a Sul, inclusive uma parte do Norte da Hungria. Fundou e restaurou mosteiros e igrejas, com isso construiu o primeiro catálogo e crônica dos mosteiros beneditinos, obra magistral que continuou seus relatórios por cinco séculos, transmitindo preciosas notícias da vida cristã, inclusive, oito mil nomes de personalidades e lugares.

Virgílio faleceu aos 27 de novembro de 784, já octogenário. Foi sepultado na Catedral de Salzburgo por ele construída e que foi destruída pelo fogo 500 anos depois. Contudo, suas relíquias foram salvas e, por ocasião da trasladação, ocorreram vários milagres. O Papa Gregório IX reconheceu oficialmente a santidade do grande bispo Virgílio, em 1233, que recebeu um vasto culto popular, sobretudo na Alemanha.  São Virgílio foi proclamado padroeiro de Salzburgo.

https://catedraldeosasco.com.br/

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

NÃO ÀS ARMAS: Santa Sé pede adesão à Convenção sobre Munições de Fragmentação

Foto: Reuteus
Da redação (Canção Nova), com Vatican News

O Observador Permanente da Santa Sé nas Nações Unidas em Genebra apela à adesão universal à Convenção sobre Munições de Fragmentação.

Santa Sé reiterou com firme determinação a contribuir para a adesão universal à Convenção sobre Munições de Fragmentação (CCM, na sigla em inglês) e renovou seu apelo a todos os estados fora da Convenção para que considerem unirem-se aos esforços globais para construir juntos um mundo mais seguro. O Tratado foi assinado em 2008 por mais de 100 estados a fim de abordar as consequências humanitárias e os danos inaceitáveis causados a civis por este tipo de munição, por meio de categórica proibição de seu uso.

Arcebispo Ivan Jurkovič, Observador Permanente da Santa Sé nas Nações Unidas / Foto: Reprodução Yotube

Falando à Segunda Conferência de Revisão da Convenção, atualmente realizada em 25-27 de novembro de 2020 em formato virtual, o arcebispo Ivan Jurkovič, Observador Permanente do Vaticano junto à ONU e outras Organizações Internacionais em Genebra, expressou o apreço da Santa Sé pelos esforços feitos à universalização da Convenção, dando suas boas-vindas a São Tomé e Príncipe, Niue e Santa Lúcia como novos estados integrantes do acordo.

Segundo a CCM, as munições de fragmentação são inaceitáveis por duas razões. A primeira: elas têm um efeito abrangente e não têm a capacidade de diferenciar civis e combatentes. Segundo: o uso destas munições deixa para trás um grande número de munições perigosas e não detonadas. Esses resíduos matam e ferem civis, obstruem o desenvolvimento econômico e social e têm outras consequências graves que persistem por anos a fio após seu uso.

Objetivos firmados em 2015 estão longe de serem atingidos

No entanto, o religioso lamentou que a meta de adesão de 130 estados, definida na primeira Conferência de Revisão em Dubrovnik em 2015, ainda esteja longe de ser alcançada e — mais importante — o fato de que “estas munições continuam a ser usadas em alguns conflitos mesmo hoje em dia, inevitavelmente dando origem a novas vítimas. “A universalização não é um componente opcional da convenção. É uma obrigação legal que tem implicações diretas e consequências de longo prazo nas operações e na implementação efetiva da Convenção, em particular no que se refere ao atendimento às vítimas”, afirmou, destacando ainda que “quanto mais investimos na universalização e esforços de desarmamento, menos teremos de gastar em assistência humanitária”.

Em sua declaração, o arcebispo Jurkovič também reiterou a preocupação da Santa Sé acerca da introdução de uma nova terminologia no Plano de Ação proposto que, afirmou, “desviaria a atenção e os esforços das obrigações essenciais da Convenção para questões mais políticas e ideológicas”. Sendo assim, o arcebispo mais uma vez pediu “que qualquer linguagem que possa ter um impacto negativo nos esforços de universalização deve ser evitada”.

Apelo aos estados fora da convenção

Finalmente, o Observador do Vaticano destacou a firme determinação da Santa Sé em contribuir para a adesão universal à Convenção e a determinação em manter seus padrões e renovou o apelo a todos os Estados fora da Convenção para que considerem a adesão: “Devemos isso às muitas vítimas do passado e às vítimas potenciais cujas vidas podemos proteger com a plena implementação da Convenção ”, concluiu.

Portal Canção Nova

Estudante católica presa em Hong Kong após protestos pró-democracia

Presídio. Foto referencial: Pixabay

HONG KONG, 25 nov. 20 / 10:30 am (ACI).- Três ativistas pró-democracia em Hong Kong, incluindo a estudante universitária católica Agnes Chow, declararam-se culpados nesta segunda-feira por sua intervenção em uma “assembleia ilegal” em 2019 diante de uma delegacia de polícia.

Chow, de 23 anos, junto com Joshua Wong, de 24 anos, e Ivan Lam, de 26 anos, se confessaram culpados na segunda-feira. Os três foram presos em agosto de 2019 por um protesto em junho e foram presos novamente este ano.

Inicialmente, esperava-se apenas que Chow se declarasse culpada. O jornal South China Morning Post informou que Lam e Wong decidiram no "último minuto" mudar suas declarações de inocentes para culpados.

Wong disse que espera que suas sentenças na prisão sirvam para chamar a atenção para as ações do governo chinês, que impôs amplas restrições à liberdade de expressão em Hong Kong após a nova Lei de Segurança Nacional que entrou em vigor em julho.

Wong criticou a "contínua repressão aos cidadãos [de Hong Kong]", dizendo que isso significa que os jovens estão indo "dos protestos às prisões para salvaguardar a liberdade" em Hong Kong. "Nem as grades da prisão, nem as proibições eleitorais, nem qualquer outro poder arbitrário nos impedirão de fazer ativismo", disse.

Wong e Chow estão entre os cofundadores de um partido político pró-democracia agora extinto em Hong Kong. O partido deixou de funcionar após a promulgação da Lei de Segurança Nacional.

Esta regra surgiu para impedir as manifestações pró-democracia em Hong Kong. A administração da cidade apoiada por Pequim considerou o movimento pró-democracia uma atividade terrorista, e a nova legislação visa punir crimes como terrorismo e secessão.

Tanto Wong quanto Chow foram acusados "sedição" e impedidos de concorrer separadamente nas eleições para o Conselho Legislativo de Hong Kong.

Chow disse que estava "se sentindo incomodada” sobre a possibilidade de ser enviada à prisão pela primeira vez, e disse que a sentença significava que teria um “futuro incerto”. “Mas espero que vocês não se esqueçam das muitas pessoas que fizeram sacrifícios maiores que os nossos”, afirmou na segunda-feira.

O Cardeal Joseph Zen-ze kiun, Bispo Emérito de Hong Kong, criticou o silêncio do Vaticano sobre a situação dos direitos humanos nesta província e na China.

"Inclusive as pessoas de fora da Igreja dizem 'por que o seu Papa não diz nada sobre o que a China está fazendo?'".

“O Papa tem um poder espiritual e deve usá-lo para encorajar o governo a agir melhor, a mudar suas posições”, disse o Cardeal em um vídeo divulgado nas redes sociais.

Em outubro, a Santa Sé e a República Popular da China prorrogaram até 22 de outubro de 2022 o Acordo Provisório para a Nomeação de Bispos, aprovado em 22 de setembro de 2018 em Pequim.

A este respeito, o Cardeal considerou que “parece que [o Papa] acreditava que com este compromisso, esta situação, ele poderia obter qualquer coisa, mas os fatos mostram que não conseguiu nada”.

Publicado originalmente em CNA.

ACI Digital

Egito: jovens católicos seguem os caminhos de São Tomás de Aquino

Guadium Press
Os jovens da Família de São Tomás querem dar testemunho da glória de Cristo e não buscam sucesso em si e para si.

Minya – Egito (26/11/2020, 11:15, Gaudium Press) A organização religiosa “Família de São Tomás” nasceu em 2019 da iniciativa de um grupo de jovens que frequentavam a catedral copta católica de Minya, no Egito.

Os jovens egípcios da “Família de São Tomás de Aquino” afirmam que a entidade adotou o nome do “Doutor Angélico” movidos exatamente pelo intuito preciso de manifestar sua devoção ao grande Santo dominicano, referência e expoente teológico no horizonte da Igreja Católica e em todo o mundo.

A Família de São Tomás não busca o sucesso da Igreja Católica em si e para si: querem dar testemunho da glória de Cristo

Os jovens procuram trilhar pelos caminhos de um singular “retorno às fontes”. Eles estão dando seus primeiros passos na pesquisa científica e acadêmica, com o objetivo primordial de conhecer e difundir os ensinamentos e a doutrina da Igreja Católica
Os jovens da Família de São Tomás afirmam que sua intenção “não é buscar o sucesso da Igreja Católica em si e para si, mas dar testemunho da glória de Cristo”.
Dentro deste horizonte, oferecem a todos, como contribuição específica, uma série variada de iniciativas voltadas a promover a redescoberta, o estudo e a difusão da doutrina, da teologia e da espiritualidade católicas em suas características essenciais.

Os jovens da Família de São Tomás querem dar testemunho da glória de Cristo e não buscam sucesso em si e para si.
Guadium Press

Importante reconhecimento pelos méritos de suas iniciativas

A Família de Santo Tomás de Aquino recebeu um importante reconhecimento pelos méritos de suas iniciativas durante a primeira Conferência sobre educação cristã, organizada em meados de novembro pelo Setor de comunicação católica do Egito e pelo Centro cultural franciscano no Convento franciscano localizado no bairro de Mokattam, no Cairo.

Organização, encargos, funções e assistência pastoral da Família de São Tomás

A atividade da “Família” é promovida por um responsável/secretário, assistido por um pequeno conselho de cinco pessoas. Todos os encargos e papéis são exercidos rotativamente pelos membros da Família, que também fazem uso do acompanhamento de um assistente pastoral, papel atualmente exercido pelo padre Saïd Luca.

Nos primeiros anos de atividade foi principalmente o padre Malek Sami, então pároco da Catedral de Minya, quem apoiou a iniciativa.

Primeiros passos na área da pesquisa científica e acadêmica

Os jovens da Família de São Tomás de Aquino estão dando seus primeiros passos no campo da pesquisa científica e acadêmica, com o objetivo de difundir os ensinamentos e a doutrina da Igreja católica através da divulgação de opúsculos – até agora foram publicados 45.

Eles animam conferências e encontros em paróquias de todo o país, encenam apresentações teatrais de textos cristãos e animam verdadeiros “Acampamentos escolares apostólicos” organizados no verão nos vilarejos da província egípcia de Minya.

A pandemia e surgimento do uso de vídeos e a utilização das redes sociais

No último ano, devido à suspensão de muitas iniciativas por causa da pandemia, a “Família” concentrou-se em utilizar as redes sociais para transmitir vídeos curtos com o conteúdo produzido pelo padre franciscano norte americano Frei Casey Cole. (JSG)

(Da Redação Gaudium Press, com informações Fides)

https://gaudiumpress.org/

Santidade e Sabedoria nos Pais da Igreja

Ecclesia

Santidade e Sabedoria nos Pais da Igreja

Pe. José Artulino Besen*

Com a liberdade, a Igreja recebeu a oportunidade de se organizar, mas também passou a enfrentar um grande perigo, maior do que a perseguição: o controle por parte do imperador e do estado romano. Essa interferência política será sempre um perigo para a fé, ameaçada por imperadores adulados por bispos cortesãos.

Deste modo, as próprias decisões dos concílios sofrem rupturas de acordo com a vontade imperial. Mas, esta é a grande glória da Igreja nos séculos IV e V: grandes pastores, doutores na fé, santos, defenderão a doutrina sem nenhum medo, garantindo a unidade e a ortodoxia. São conhecidos como Pais (Padres) da Igreja, os Santos Pais.

A autoridade deles é tamanha no seio da Igreja que seus escritos quase são colocados ao lado dos textos da Escritura: conservaram a verdadeira doutrina, foram santos, foram sábios. Dividem-se em Pais latinos e Pais gregos, dependendo da língua utilizada.

Defensores da fé e dos pobres

Formados nas escolas de cultura pagã, colocaram essa sabedoria a serviço do Evangelho. Normalmente eram de famílias cristãs; a maioria, porém, pediu o batismo em idade adulta. Após o exercício de uma profissão profana, formaram-se espiritualmente com os Pais do Deserto, aliando a sabedoria à santidade de vida e à contemplação. Retornando a suas cidades, foram ordenados sacerdotes, sendo depois candidatos naturais ao episcopado, oferecendo à Igreja uma plêiade nunca repetida de grandes bispos.

Como pastores zelosos, seus ensinamentos foram ministrados através da catequese e da pregação. O povo que os escutava também os compreendia. Não eram teólogos profissionais: eram santos teólogos. Vale para eles a máxima da sabedoria cristã oriental: Se sabes rezar, és teólogo; se és teólogo, sabes rezar.

Os teólogos da Corte se apressavam em justificar o imperador de plantão. Já os Santos Pais não aceitavam que nada e ninguém se opusesse à doutrina verdadeira e à unidade da Igreja. Em tempos favoráveis, chamavam o imperador de “santo”: mas bastava que ele se desviasse da reta doutrina para chamá-lo de satanás ou anticristo.

Mesmo possuidores de vasta cultura, jamais se afastaram do povo, vivendo junto à multidão dos pobres e humildes. Na mais pura imitação de Cristo, são pais dos pobres. Seus sermões contra os ricos e as riquezas são tão fortes e claros que ainda hoje causam espanto.

Homens normais em sua santidade e sabedoria



Sobre o combativo Atanásio, patriarca de Alexandria, Gregório de Nazianzo afirmou “que estudou apenas o necessário para não parecer ignorante”. Era um homem de Igreja, amado pelo seu povo e odiado pelos adversários heréticos ou pelos poderosos. Constantino disse que ele era insolente, orgulhoso, provocador de confusão. Para salvar a unidade da Igreja, não recuava diante de nada.

Atanásio foi vítima de chantagens, calúnias, mas soube sempre responder, conduzindo o povo a seu favor. Sua defesa da fé o fez sofrer 20 anos de exílio em 46 anos de episcopado.

Toda a Igreja tem em grande conta três Pais conhecidos como os Grandes Capadócios, por serem da Capadócia: os dois irmãos, Basílio de Cesaréia e Gregório de Nissa, e Gregório de Nazianzo.

Basílio de Cesaréia, o maior dos Pais do Oriente, esperou muito tempo para pedir o batismo. Em busca do saber, peregrinou de escola em escola, freqüentando os mestres de Constantinopla e de Atenas. Fundador da vida monástica oriental, teve imensa preocupação com os pobres. Percebeu a exploração dos humildes: em anos difíceis, os impostos e os dízimos eram cobrados com antecipação, criando verdadeiros escravos.

Suas palavras: “As exigências chegam ao cúmulo da desumanidade. Exploras o desespero, fazes dinheiro com lágrimas, estrangulas quem está nu, esmagas o faminto, foram ditas ao ver um pai vender um filho como escravo para escapar da miséria!”. Um prefeito, que não conseguia convencê-lo, lhe disse: “Até hoje ninguém ousou falar-me com tal liberdade”. Respondeu secamente: “Sem dúvida nunca encontraste um bispo!”



O pai de Gregório de Nazianzo era um herege. Com a oração da esposa converteu-se e até tornou-se bispo de Nazianzo, gerando Gregório, filho único depois batizado por ele. Gregório era muito sensível, mais propenso à poesia e à contemplação do que à administração. Foi eleito bispo de Sásima, mas se recusava a assumir um posto povoado de estrangeiros e de vagabundos. Diz, porém, que não se recusava a defender as galinhas e os porquinhos.

Gregório diversas vezes fugiu, pois não queria administração. Quando o velho bispo pai morreu, fugiu mais uma vez. Mas, sua fama persistia e acabou levando-o à escolha como patriarca de Constantinopla, onde adquiriu fama como o bispo da Trindade. Nas vezes em que novamente quis fugir, o povo dizia: “Então nos deixarás sem a Trindade?”

Gregório, durante o concílio de Constantinopla (451), não agüentou mais as discussões em que os mais jovens tagarelavam como um bando de papagaios. Preferindo pregar a Trindade a ficar discutindo, fugiu, fixando-se na diocese de seu pai, que administrou por algum tempo, dedicando-se mais à vida literária e contemplativa.

João Crisóstomo



Nascido em Antioquia, João Crisóstomo (Crisóstomo = boca de ouro) nasceu para ser monge e pregador, e nunca para ser administrador ou político.

Orador nato, conhece todos os recursos para convencer e atrair os ouvintes, especialmente atraindo os humildes, objeto de sua atenção. Denuncia o luxo, a riqueza, a preguiça. A fama de orador fez chegar seu nome à capital do Império e em 397, contra sua vontade, foi praticamente seqüestrado e feito patriarca de Constantinopla. Seu primeiro ato foi limpar do luxo o palácio episcopal. Passou a comer sozinho e não aceitava recepções.

João continua sendo monge e, denunciando os abusos da corte e dos bispos, se indispõe com todos, especialmente com a imperatriz Eudóxia que, para provocá-lo, fez erguer uma imagem própria diante da catedral...

Mas continuou a denunciar a imperatriz e na celebração pascal foi detido e exilado em uma pequena aldeia da Armênia, onde morreu em 407, proferindo suas últimas palavras: “Glória a Deus por tudo”. É o mais amado dos Pais orientais, sendo a liturgia ortodoxa denominada “Divina Liturgia de São João Crisóstomo”.

Qual o assunto dos Pais Orientais

A Santíssima Trindade, a Bíblia, Maria e a justiça social. Os Pais do Oriente eram movidos pelo desejo de contemplar a Deus e esclarecer seu grande mistério.

Saídos do deserto, eram monges em meio ao tumulto da cidade dos homens. O amor a Deus fê-los possuir uma imensa compaixão pelos pobres, criando obras para socorrer os famintos e abandonados.

FONTE:

Seleção "HISTÓRIA DA IGREJA"
Publicação no ECCLESIA autorizada pelo autor

* O Autor, Pe. José Artulino Besen é historiador eclesiástico, professor de História da Igreja no Instituto Teológico de Santa Catarina – ITESC desde 1975 e pároco.


Ecclesia

Pequena catequese sobre o Santo Rosário

Jeffrey Bruno
por Adilson Júnior

O Papa Bento XVI disse que o rosário é “a oração mais querida pela Mãe de Deus, e que conduz diretamente a Cristo”.

“Felizes as pessoas que rezam bem o Santo Rosário, porque Maria Santíssima lhes obterá graças na vida, graças na hora da morte e glória no Céu”.

Santo Antônio Maria Claret, ao pronunciar esses dizeres, impele-nos ao exercício do mais sublime meio de servir e honrar Nossa Senhora.

De fato, Padre Pio referia-se ao santo rosário como “arma” e, em verdade, ele o é. Trata-se de uma astuta arma espiritual, oriunda do coração de Deus, que obtém senão vitórias! Eis o seu maior propósito: vencer grandes combates, não apenas nos campos de batalha – como, deveras, ocorreu muitíssimas vezes, a exemplo do conflito em Lepanto em que, por intermédio da Santíssima Virgem, nós, cristãos, obtivemos vitória sobre o Império Otomano – mas, também, naquelas batalhas que se travam no âmbito espiritual. Neste, sem o saltério de Maria, tornamo-nos débeis, como muito bem nos recorda São Miguel Febres: “Um cristão sem Rosário é um soldado sem armas”.

Instrumento de conversão

Outrossim, é importante considerarmos a dimensão de vinculância indefectivelmente sobrenatural atribuída ao santo rosário, instrumento de conversão entregue aos homens pelas mãos puríssimas de Nossa Senhora.

Em 1208, São Domingos de Gusmão, sacerdote fundador da ordem dos dominicanos, atormentado pelo crescimento da heresia albigense, refugiou-se num bosque e pôs-se a, em incessante oração e árdua penitência, invocar o auxílio da Virgem Maria.

Após três dias e três noites, Nossa Senhora apareceu-lhe, revelando a arma da qual a Santíssima Trindade dispunha para transfigurar o mundo: o saltério angélico. Pedindo-lhe, ademais, que o rezasse e difundisse sua devoção.

São Domingos, nesse sentido, empenhou-se sobremaneira na divulgação do saltério angélico, precioso meio de combate contra os inimigos da fé. Em pouco tempo, com seu ensino e reza frequentes pelos habitantes daquela região, a heresia albigense, que blasfemava contra a maternidade divina e a perpétua virgindade de Maria, foi dizimada de toda a Europa.

Santo Rosário é atualíssimo

Ademais, a Santíssima Virgem não restringiu essa devoção àquele episódio da história. Pelo contrário, o santo rosário é atualíssimo! Em suas aparições, Ela exorta-nos veementemente à reza diária do saltério angélico, pois nos quer partícipes de sua intercessão em favor da humanidade.

Todavia, sendo o rosário caríssimo e eficaz instrumento de conversão, muitos há que se ergam contra ele – os inimigos do reino de Maria – conforme nos recorda Lúcia, uma das videntes de Fátima: “Por isso, o demônio fará todo o possível para nos distrair desta devoção; nos colocará muitos pretextos: cansaço, ocupações etc., para que não rezemos o Santo Rosário”

Nossa Senhora não nos pediu para rezar terços diversos, mas reavivou seu apreço pelo rosário tal qual como Ela o entregou: 150 ave-Marias – das quais se retira fruto espiritual igual ou maior que aquele inerente à tradicional recitação dos 150 salmos, antiquíssimo costume monástico – distribuídas em 15 mistérios nos quais contemplamos o gozo, a paixão e a glória de Nosso Senhor e Nossa Senhora. (Pode- se acrescentar, ainda, os mistérios propostos por São João Paulo II).

“A oração mais querida pela Mãe de Deus”

Portanto, sendo a alma do saltério angélico a meditação de tão sublimes verdades da fé, pomo-nos a repetir os dizeres do Papa Emérito Bento XVI de que o rosário é “a oração mais querida pela Mãe de Deus, e que conduz, diretamente, a Cristo”.

De fato, eis que o mais ímpio dos homens, o mais obstinado dos pecadores, a mais chagada das almas, o mais convicto dos hereges; todos, por meio do santo rosário, podem emendar-se com a intercessão poderosíssima daquela a quem o próprio Deus quis obedecer.

Infere-se, destarte, tratar-se o santo rosário senão da mais digna forma de louvar Maria e participar do Seu agir corredentor na conversão dos pecadores, na perseverança dos justos, no alívio das almas do purgatório, no combate aos erros do presente e na salvação do mundo. Ela, como Mãe e Rainha nossa, por cujas mãos passam todas as graças que Deus quer-nos conceder, renova-nos seu convite: “rezai o meu saltério!” Imaginemo-nos no céu – se lá chegarmos, por graça de Deus e pelo auxílio da Imaculada – a nós ser revelado quanto bem na Terra distribuímos através de tão simples, porém da mais excelsa de todas as devoções.

Se, no entanto, formos tentados à estagnação, à acídia e ao indiferentismo para com o serviço de Maria, lembremo-nos, da advertência de São Maximiliano Kolbe: “A Imaculada transformou muitos em santos (todos aqueles que a Ela recorreram). A falta de devoção a Ela é um mau sinal.” Assim como a fé sem obras é morta, a devoção mariana, isenta do santo rosário, é senão a mais tísica e anêmica das devoções.

Aleteia

Conheça a Coroa do Advento e seus significados

arquimoc

Coroa do Advento é uma tradição que remonta do Século XIX, nos servindo de lembrança para a importância desse período tão importante para nós católicos, “O Advento”.

A Coroa do Advento é um símbolo cristão que pode ser colocada na casa de qualquer católico, muito importante pois além da lembrança do período do advento nos traz mensagens importantes dentro dos símbolos das quais esta guirlanda contém.

Para entendermos mais à fundo os significados desse ícone listamos abaixo os significados de cada elemento nela presente:

A guirlanda da Coroa do Advento

As velas são colocadas em uma guirlanda redonda, pois representa o amor de Deus que é infinito, assim como em um círculo você não encontra seu início e seu fim. Além do mais como no círculo não existem lados diferentes representa que o amor de Deus é igual para todos nós.

O verde dos ramos da Coroa do Advento

O verde dos ramos encontrados na coroa do advento é a representação da esperança que é renovada com a vinda do Príncipe da Paz, e o Senhor da Esperança que está para chegar.

A fita vermelha da Coroa do Advento

Fita vermelha que representa o testemunho e o amor de Deus que nos envolve por completo, um amor forte e infinito.

As velas da Coroa do Advento

Na Coroa do Advento também encontramos as velas, e assim como os outros símbolos dentro desse ícone, sendo elas normalmente colocadas nas seguintes cores: Verde, Vermelha, Roxa e Branca. Abaixo conheceremos os significados das cores das Velas do Advento e quando acender-las.

As Velas da Coroa do Advento possuem uma ordem que devem ser acesas, começando pelo primeiro Domingo do Advento (primeiro domingo de dezembro):

1° Verde

Deve ser acendida no primeiro domingo de dezembro representada pelo verde que é a esperança que é trazida pelos profetas que anunciam a vinda do Messias.

2° Vermelha

A segunda vela a se acender, a cor vermelha que representa o amor de Deus, também representa a anunciação feita por João Batista

3° Roxa

O roxo durante o advento representa a alegria da chegada do Senhor que se aproxima cada vez mais.  

4° Branca

A vela que representa a pureza do Branco, além da luz que vem da Virgem Maria, na chegada de seu filho O Messias.

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Advento: 8 formas para viver bem este tempo litúrgico

Imagem referencial. Crédito: Unsplash

REDAÇÃO CENTRAL, 26 nov. 20 / 05:00 am (ACI).- Faltando pouco tempo para celebrar o Natal, com as decorações e a compra de presentes, pode ser difícil, especialmente com as crianças, manter o Advento como um tempo sagrado de preparação, e é possível que, quando chegue o dia litúrgico do Natal, já estejamos esgotados por causa do barulho, das luzes e do materialismo da cultura moderna.

Como acalmar o coração e centrá-lo no verdadeiro significado deste tempo litúrgico, sem renunciar à alegria da autêntica preparação? Este é um momento de expectativa que deveria ser sagrado e festivo. Isso é possível?

Apresentamos algumas ideias simples para viver bem o Advento em família.

1. Ter as coisas com antecedência

Tentar fazer a compra de presentes antes do início do Advento, retirando da casa os folhetos de propaganda e referências a brinquedos, lista de desejos ou compras, para focar na preparação espiritual.

2. Boa música

Encher a casa e o carro com música específica de Advento que possa equilibrar as melodias natalinas que enchem as lojas e as rádios. Este tipo de música, que enche a alma e acalma o coração, também poderia ser um presente perfeito para um professor católico.

3. Montar o presépio

Colocar uma manjedoura vazia junto com um recipiente cheio de pedaços de palha ou fios amarelos. Cada vez que alguém da família fizer uma obra de caridade ou um sacrifício, deve colocar uma palha ou fio na manjedoura. Quando chegar o Natal, Jesus terá uma cama macia cheia de palha ou fio que representam ações feitas com amor.

No Natal, o primeiro presente que deve ser aberto é a imagem do Menino Jesus, e o membro mais novo da família pode colocá-la no lugar que prepararam juntos.

4. A coroa do Advento

Comece o tempo litúrgico abençoando a coroa de Advento em alguma paróquia ou colégio, organizando a celebração ou em família com a seguinte oração:

Senhor Deus,
Abençoe com seu poder nossa Coroa de Advento para que, ao acendê-la,
desperte em nós o desejo de esperar a vinda de Cristo
praticando as boas ações, e para que assim,
quando Ele chegar, sejamos admitidos no Reino dos Céus.
Pedimos isso por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.

5. Leitura do Evangelho

Leia as leituras diárias ou o Evangelho no jantar. Demonstre como as leituras nos levam ao nascimento de Cristo com temas de conversão, vigilância e preparação, e assinale como a terceira semana, começando no domingo de Gaudete, nos lembra da alegria enquanto acendemos a vela rosa.

6. Calendário do Advento

Esta atividade trata-se de que as crianças façam um calendário de Advento onde marquem os dias do Advento e escrevam os propósitos que querem cumprir. Podem desenhar na cartolina o dia do Natal com a cena do nascimento de Jesus. As crianças revisarão os propósitos todos os dias para ir preparando seu coração para o Natal.

7. A árvore de Natal

Já tem sua árvore montada? Algumas famílias esperam até o domingo Gaudete ou inclusive mais tarde para colocar as decorações natalinas.

Em vez disso, pode fazer algumas tradições divertidas com as crianças para decorar a casa, como a “Árvore de Jessé”, tradição na qual cada dia do Advento (ou apenas nos quatro domingos) se pendura um enfeite especial na árvore de Natal que represente uma história da bíblia, ensinando sobre o Antigo Testamento e como este conduziu ao nascimento de Cristo.

8. Pouco, mas contínuo

Os pais experientes recomendariam não querer fazer muitas tradições. Escolha algumas que funcionem bem para a sua família e seja fiel a elas. O fundamental é a consistência, a simplicidade e não sentir que fracassou caso não consiga fazer tudo.

Lembre-se: As crianças vão valorizar, acima de tudo, o tempo juntos e continuarão fazendo as tradições que foram mais importantes para a sua família até a idade adulta.

ACI Digital

S. LEONARDO DE PORTO MAURÍCIO, SACERDOTE FRANCISCANO

S. Leonardo de Porto Maurício 

Em 1980, São João Paulo II visitou a paróquia de Acília, perto de Roma, dedicada a São Leonardo de Porto Maurício, pregador da região italiana da Ligúria. Na ocasião, em sua homilia, o Papa disse que este sacerdote franciscano, de “palavra ardente, percorreu toda a Itália, admoestando e convertendo imensas multidões, apelando à penitência e à piedade, e vivendo, pessoalmente, a íntima união com Deus”.

O tema da Via Sacra

São Leonardo de Porto Maurício, - no civil se chamava Paulo Girolamo Casanova - nasceu em Porto Maurício, atual Impéria, no noroeste da Itália, em 20 de dezembro de 1676. Estudou em Roma, no Colégio Romano, depois entrou para a Casa de Retiro São Boaventura, no Palatino, onde recebeu o saio franciscano. Em suas pregações, Frei Leonardo tinha sempre em mente o suplício da Cruz. Além do Nome de Jesus e da Virgem Maria, ele sempre meditava sobre o tema da Via Sacra, devoção tipicamente franciscana, à qual deu grande impulso. Imensas multidões aglomeravam-se para ouvir seus sermões, que as comoviam e emocionavam, a ponto verter lágrimas. “Ele foi o maior missionário do nosso século”, disse Santo Afonso Maria de Ligório. Suas Missões Populares o levaram por toda a Itália, sobretudo à região da Toscana. Enviado também à Córsega, para restabelecer a harmonia entre os cidadãos, conseguiu até a receber um inesperado abraço da paz, apesar das graves divisões entre os habitantes.

Pregador incansável

Debilitado em sua obra missionária, Leonardo voltou para a Ligúria e, depois, para Roma. Pregador incansável, no Ano Santo de 1750, proclamado pelo Papa Bento XIV, criou 14 oratórios, no Coliseu de Roma, para a celebração do rito da Via Sacra, plantou uma grande cruz dentro do anfiteatro. Este foi seu último ato heroico. Leonardo de Porto Maurício faleceu, em 26 de novembro de 1751, na Casa de Retiro São Boaventura, no Palatino, quando já era venerado como Santo, sobretudo pelos romanos. Sua beatificação deu-se em 19 de março de 1796 e a canonização em 29 de junho de 1867, durante o pontificado do Papa Pio IX, que era muito devoto de São Leonardo. Em 1923, Pio XI o proclamou Padroeiro dos missionários nos países católicos. Desde meados dos anos 90, o Santo franciscano foi escolhido também como Padroeiro da cidade de Impéria, sua cidade natal.

Vatican News

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF