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sábado, 28 de novembro de 2020

Argentina: “Convocatória para Vida” será realizada no sábado

Guadium Press

Redação (27/11/2020, 15:45, Gaudium Press) A propósito da “Convocatória pela Vida na Argentina” a senhora Maria Virginia Oliveira de Cristelli, dona de casa, catequista, professora de Ciências Religiosas, em vários colégios, licenciada em Letras, escreveu um comunicado contundente sobre a manifestação convocada para o sábado (28/11) por toda a Argentina, tendo uma grande repercussão em vários ambientes do país .

Incentivar quem tem dúvidas se deve comparecer à manifestação

Maria Virginia lembra o evento para que ele seja agendado por todos e para incentivar quem tem dúvidas se deve comparecer ou não no próximo sábado na manifestação pela vida.
Para os mais fracos, ela diz que “não podemos resignar-nos em silêncio ao totalitarismo da Morte e da Mentira que hoje nos rege, alimentados com tanto sangue inocente, porque em cada um deles os filhos das trevas ratificam o seu ódio ao Inocente com letra maiúscula, em cuja imagem fomos concebidos”.
A catequista mãe de família afirma que “Eles não vão nos silenciar, não importa quantos tapa-bocas os protocolos do Grande Circo prescrevam.

Não podemos resignar-nos em silêncio ao totalitarismo da Morte e da Mentira que hoje nos rege, alimentados com tanto sangue inocente...

Não podemos baixar os braços e deixar de dar testemunho

Segundo Maria Cristina, “embora os inimigos do país já pagaram e decidiram, não podemos baixar os braços e deixar de dar testemunho neste início do Advento, em que continuamos a esperar e a celebrar a chegada da Vida, por mais sombrias que sejam as nossas circunstâncias, porque eles passam, mas a vitória de Cristo nunca passará”.

Quanto mais adversos os tempos, maior deve ser a nossa Esperança

E ela anima seus leitores neste breve comunicado de cunho religioso:
“Porque quanto mais adversos os tempos, maior deve ser a nossa Esperança, se for virtude teológica”.
Até logo, se Deus quiser, no sábado, dia 28, em todas as províncias do país, sob o manto da Rainha Maria, que sempre terá a última palavra. (JSG)

https://gaudiumpress.org/

O Papa acompanha a situação na Etiópia e convida a rezar pelo país

Milhares de etíopes fugiram para o Sudão por causa do conflito  
(AFP or licensors)

"Os confrontos, que se intensificaram a cada dia, estão causando uma grave situação humanitária. O Santo Padre convida à oração para este país e faz um apelo às partes em conflito para que cessem a violência", ressalta a nota da Sala de Imprensa da Santa Sé.

Vatican News

O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, divulgou um comunicado, em nome do Papa Francisco, na tarde desta sexta-feira (27/11), sobre a situação na Etiópia.

Eis o que diz o texto:

“O Santo Padre acompanha as notícias que chegam da Etiópia, onde há algumas semanas está em andamento um conflito militar que afeta a Região de Tigré e as áreas vizinhas. Por causa da violência, centenas de civis morreram e milhares de pessoas são obrigadas a fugir de suas casas para o Sudão.

Durante o Angelus de 8 de novembro, o Papa Francisco, referindo-se ao conflito na Etiópia, disse: “Exorto a rejeitar a tentação do conflito armado e convido todos à oração e ao respeito fraterno, ao diálogo e à solução pacífica das discórdias.”

Os confrontos, que se intensificaram a cada dia, estão causando uma grave situação humanitária.

O Santo Padre convida à oração para este país e faz um apelo às partes em conflito para que cessem a violência, salvaguardem a vida, especialmente dos civis, e que as populações possam reencontrar a paz.”

Vatican News

Única igreja em Gaza leva esperança às casas com a imagem do Menino Jesus para o Natal

Pe. Romanelli visitando casas na Faixa de Gaza.
Crédito: Asia News.

JERUSALÉM, 28 nov. 20 / 09:00 am (ACI).- Pe. Gabriel Romanelli, pároco da única igreja católica da Faixa de Gaza, disse que no Natal estão visitando as poucas famílias católicas que vivem no território com uma grande imagem do Menino Jesus, para levar-lhes esperança em meio ao medo pelo aumento esperado dos casos da COVID-19 durante o inverno.

Em declarações a Asia News, Pe. Romanelli confirmou que o aumento dos infectados com o vírus e do número de vítimas na Faixa de Gaza já é “muito alarmante” e que a chegada do inverno suscita ainda mais receios. Nas últimas 24 horas, 1.560 novos casos de COVID-19 e 16 mortes foram informadas nos territórios palestinos; e deles, 689 infectados e 3 mortos são da Faixa de Gaza.

Atualmente, na Faixa de Gaza, há 15.500 infectados e 69 mortos, em uma população de dois milhões de pessoas que viviam em isolamento permanente desde antes da pandemia da COVID-19. Dos portadores de coronavírus, há 92 pacientes em estado grave e apenas 100 leitos disponíveis na UTI.

Os profissionais de saúde alertaram que "os respiradores estão acabando", assim como os leitos de UTI. O sacerdote contou que os hospitais e unidades de terapia intensiva estão funcionando quase na capacidade máxima e que, dos dois mil exames que realizaram, 800 tiveram resultado positivo.

Segundo o microbiologista Abdelraouf Elmanama, membro do grupo de trabalho local, “nos próximos 10 dias o sistema não será capaz absorver os picos”.

Tudo isso faz com que a população se mantenha em alerta e experimente um “medo mais acentuado”, mas “tentam encontrar a própria normalidade e conviver com o vírus”, disse o sacerdote.

Explicou que, com as restrições do caso e com a participação limitada das pessoas, “muitas atividades ainda são permitidas”, incluindo o ensino presencial nas escolas, a Eucaristia e outras atividades paroquiais.

“Não estamos em um contexto de confinamento total: na escola algumas aulas ainda são presenciais. Na paróquia também permitimos várias atividades, embora com números restritos e protocolos de desinfecção, medição da temperatura à entrada e [necessidade de] uso de máscara”, disse.

“Também retomamos as Missas com a presença dos fiéis” e realizam-se regularmente muitas atividades “de adultos, crianças e adolescentes”, embora com menos pessoas porque “uns têm medo do vírus, outros têm um familiar doente ou infectado”.

Disse que algo positivo é que "com a pandemia, as pessoas entenderam a importância da dieta e da atividade física". Para o Pe. Romanelli, que a população, “que até agora pouco se preocupou com a saúde”, realize uma simples caminhada é algo bom.

Além disso, assinalou que na Faixa de Gaza "novas medidas estão sendo estudadas" para evitar novos aumentos nos casos de COVID-19. Uma hipótese é que “limitem a movimentação interna, mas dependerá muito dos números dos próximos dias”, disse.

Por isso, diante da possibilidade de um novo “fechamento”, os católicos já começaram a realizar algumas iniciativas relacionadas ao Natal para fazer as famílias cristãs sentirem que a Igreja Católica está perto delas em meio a este clima de grande incerteza.

“Somos extravagantes e já começamos a visitar as casas com a grande imagem do Menino Jesus, aquela que usamos para a adoração durante a Missa do Galo. A fé nos move, porque a oração destes tempos pode ajudar, por isso seguimos em frente, porque não sabemos o que vai acontecer, se vai haver mais fechamentos”, afirmou.

O sacerdote disse que embora os cristãos, como a maioria dos habitantes da Faixa de Gaza, "tenham visto de tudo, não nos falta esperança, mesmo quando as pessoas estão acostumadas ao sofrimento". No entanto, disse que “a proximidade do pároco, da Igreja, fez-lhes perceber que não estão abandonados”.

As circunstâncias humanitárias para os cristãos de Gaza pioraram desde que o grupo radical islâmico Hamas assumiu o poder em junho de 2007, levando a um bloqueio israelense que restringe o fluxo de mercadorias comerciais para a Faixa.

Segundo a Cáritas Internacional, 80% da população de Gaza vive abaixo da linha da pobreza. Hoje, os cristãos na Faixa de Gaza são menos de 1.000 em uma população de 1,8 milhão, menos da metade do que eram há dez anos.

Até agosto, Israel e Egito bloquearam a Faixa de Gaza para conter a disseminação da COVID-19. Esta medida foi eficaz no início, conforme confirmado pelo Pe. Romanelli numa entrevista anterior, onde disse que ter poucos casos de infectados em uma região tão pobre como Gaza é algo “milagroso”.

Em 15 de novembro, as autoridades impuseram várias restrições, incluindo a proibição de viagens para as áreas mais afetadas, o fechamento de lojas comerciais a partir das 17 h e a proibição de reuniões de mais de 15 pessoas em locais fechados.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

ACI Digital

São Tiago das Marcas

Franciscanos

São Tiago das Marcas é com João de Capistrano, Bernardino de Sena e Alberto de Sarteano, uma das quatro colunas da Observância Franciscana, a singular reforma do século XV, que propôs novamente, frente a um humanismo exagerado, o retorno à vida pobre, simples e ao zelo apostólico dos primeiros tempos do franciscanismo.

Natural de Monteprandone, na província de Ascoli Piceni, região das Marcas, na Itália, São Tiago nasceu no dia 1º de setembro de 1391. Seu nome de batismo era Domingos Gangali e, ainda pequeno e órfão, foi educado pelo tio, que o conduziu sabiamente no seguimento de Cristo. Estudou em Perugia, onde se diplomou em direito civil junto com o grande São João de Capistrano.

Decidiu deixar a profissão para ingressar na Ordem dos Franciscanos, onde estudou teologia e ordenou-se sacerdote. Quando vestiu o hábito, tomou o nome de Tiago, que logo foi completado com o “das Marcas”, em razão de sua origem. Foi discípulo de outro santo e seu contemporâneo da Ordem, Bernardino de Sena, que se destacava como o maior pregador daquela época, tal qual conhecemos.

Ele era magro e só dormia 3 horas por noite e usava um hábito feito de pano grosso. Ele jejuava dia sim, dia não. No final o papa proibiu que ele jejuasse porque sua saúde era de interesse público. O bom senso do Papa Sixtus IV foi notável para a época ao recomendar ao santo que cuidasse de sua saúde. Mas São Tiago comia apenas pão, feijão, alho e cebola. Dizia que o Espirito Santo o inspirava a grandes sermões com grande poder e ferocidade e com sucesso incrível, mesmo com o estômago vazio.

E era verdade. Em Camerino, certa vez seu discurso quase fez com que a plateia queimasse seu adversário. Em Aquila, 40 mil pessoas aguardavam ele descer do púlpito para dar o que seria hoje uma espécie de autógrafo. Queriam que ele escrevesse o nome de Jesus em um pedaço de pergaminho.

Para conseguir satisfazer a demanda, os frades do convento produziam milhares desses pergaminhos e Tiago colocava sua mão neles abençoando a todos os pergaminhos.

Diz a tradição que sua benção curava várias doenças.

Também Tiago das Marcas consagrou toda a sua vida à pregação. Percorreu toda a Itália, a Polônia, a Boêmia, a Bósnia e depois foi para a Hungria, obedecendo a uma ordem direta de Roma. Permanecia num lugar apenas o tempo suficiente para construir um convento novo ou, num já existente, restabelecer a observância genuína da Regra da Ordem Franciscana.

Depois, partia em busca de novo desafio ou para cumprir uma das delicadas missões em favor da Igreja, para as quais era enviado especialmente, como fizeram os papas Eugênio IV, Nicolau V e Calisto III. Participou na incursão da cruzada de 1437 para expulsar os invasores turcos muçulmanos. Humilde e reto nos princípios de Cristo, nunca almejou galgar postos na Igreja, chegando a recusar o cargo de bispo de Milão.

Viveu em extrema penitência e oração, oferecendo seu sacrifício a Deus para o bem da humanidade sempre tão necessitada de misericórdia. Mas os severos e freqüentes jejuns a que se submetia minaram seu organismo, chegando a receber o sacramento da unção dos enfermos seis vezes. Mesmo assim, chegou à idade de oitenta anos.

Faleceu em Nápoles, pedindo perdão aos irmãos franciscanos pelo mau exemplo que foi a sua vida. Era o dia 28 de novembro de 1476. Seu corpo foi sepultado na igreja de Santa Maria Nova, daquela cidade. A sua biografia mostra muitos relatos dos prodígios operados por sua intercessão, tanto em vida quanto após a morte. O papa Bento XIII canonizou Tiago das Marcas em 1726 e marcou o dia de sua morte para a celebração de sua lembrança.

A Igreja também celebra hoje os santos:  José Pignatelli, Estêvão, o Moço, e a Bem-aventurada Madre Maria Helena Stollenwerk.

https://franciscanos.org.br/

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

PREPARAR O PRESÉPIO

Crédito: Midiamax
por Dom Rodolfo Luís Weber
Arcebispo de Passo Fundo (RS)

Com o Tempo Litúrgico do Advento começa, para os cristãos católicos, a preparação para o Natal de 2020. Não são 2020 anos que nos separam daquele acontecimento central da história da humanidade, mas 2020 anos que esta notícia continua ecoando: “Não tenhais medo! Eu vos anuncio uma grande alegria, que será também a de todo povo: hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós o Salvador, que é o Cristo Senhor!” (Lucas 2, 10-11). Uma das formas de se preparar para celebrar o Natal é preparar o presépio.

No dia 01 de dezembro de 2019, o Papa Francisco escreveu a Carta Apostólica: Admirabile Signum sobre o significado e o valor do presépio. Estimula a montagem do presépio nos lugares em que se conserva este bom costume e nos ambientes em que se perdeu este hábito salutar, o Papa deseja que ele seja redescoberto e revitalizado.

“Admiração e encanto” são os sentimentos imediatos que brotam diante do presépio, por isso ele é um “sinal admirável”, nos ensina o pontífice na primeira frase da carta. Representar o mistério do nascimento de Jesus em forma de presépio é forma bem humana de penetrar no mistério insondável da encarnação. Na encarnação Jesus assume a condição humana para viver entre os humanos e partilhar as suas alegrias e dores, do nascimento até a morte.

Na carta o Papa recorda um pouco da história do presépio. São Francisco de Assis havia viajado para Belém e depois também para Roma para obter a aprovação da Regra Franciscana. Provavelmente, em Roma, visitou a Igreja Santa Maria Maior na qual existe um belo mosaico do nascimento de Jesus. Voltando à Assis, em 1223, quis celebrar o Natal numa gruta conforme a descrição dos textos bíblicos. A partir daí tomou impulso a montagem de presépios. Segundo o Papa Francisco o “Presépio faz parte do suave e exigente processo de transmissão da fé”. São Francisco queria experimentar, junto com os confrades e moradores da região, como foi o nascimento de Jesus naquele ambiente despojado, onde o recém-nascido foi colocado sobre as palhas de uma manjedoura.

O pedido do Papa para montarmos presépios nas casas, em lojas, fábricas, nos mais diferentes ambientes merece ser ouvido. Pede que a montagem do presépio seja coletiva, na medida do possível, envolvendo todos os moradores da casa e dos outros ambientes. Na medida em que todos participam vão colocando a sua vida em cena e no presépio. Fazer a montagem aos poucos, e na medida em se aproxima o Natal, vai ficando completo até ser posto o Menino Jesus.

Existem os personagens centrais no presépio que não podem faltar pois recordam o fato original, mas é vivido no “hoje”, por isso tem espaço para usar a “imaginação criativa”, recomenda Francisco. Podemos e devemos introduzir no cenário outros fatos e personagens da atualidade. Naquele tempo foram aqueles personagens que participaram do evento, mas o Menino Jesus que estende os braços se deixa abraçar por cada pessoa que dele se aproxima. Assim nos recorda o Papa: “Não importa a exata forma como se monta o Presépio, pode ser sempre igual ou pode mudar cada ano. O que conta é que ele fala à nossa vida. Por todo o lado e na forma que for, o Presépio narra o amor de Deus, o Deus que se fez menino para nos dizer quão próximo está de cada ser humano, independentemente de sua condição”.

CNBB

“No Natal, a palavra aos avós e idosos”, iniciativa do Dicastério para os Leigos

Poster da iniciativa "Um presente de sabedoria.
No Natal, a palavra aos avós e idosos".
Foto: Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida

O Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, convida os jovens a participarem desta iniciativa, recordando as palavras do Papa Francisco para a 32ª Jornada Mundial da Juventude, realizada no Panamá: “Queridos jovens, vocês precisam da sabedoria e da visão dos idosos. [...] Eles lhes dirão coisas que apaixonarão a sua mente e comoverão o seu coração”.

Vatican News

O Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, lançou nesta sexta-feira (27/11), uma iniciativa aos jovens intitulada “Um presente de sabedoria. No Natal, a palavra aos avós e idosos”.

“Aproximamo-nos do Natal, Jesus nasce nas nossas famílias. Este ano, no clima particular em que vivemos, pode ser uma oportunidade para os jovens receberem um presente especial”, ressalta a mensagem do organismo vaticano.

“Também devido à pandemia, muitos idosos vivem sozinhos”, frisa o Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, convidando os jovens a construírem “laços com cada um deles: será uma forma de descobrir um tesouro!”

Depois do sucesso da campanha “Cada idoso é seu avô”, com a qual o organismo recolheu os abraços virtuais que muitos jovens enviaram aos seus avôs e avós, o Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida convida agora os jovens de todo o mundo a dar a palavra aos idosos e receber deles um presente de sabedoria, #aGiftOfWisdom.

“Hoje, no difícil clima de um Natal ainda envolvido pela pandemia, propomos aos jovens que publiquem nas redes sociais uma lembrança, um conselho, um presente de sabedoria de um dos idosos com quem estabeleceram vínculo nos últimos meses. Infelizmente, em muitos casos, o encontro só pode ocorrer à distância, de acordo com as normas de saúde em vigor, com vídeo-chamadas, telefonemas e mensagens”, ressalta o organismo vaticano.

Para participar da campanha, basta postar as palavras dos avós e dos idosos nas redes sociais por meio da hashtag #aGiftOfWisdom. As mensagens mais significativas serão divulgadas nas redes sociais do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida. @laityfamilylife.

Vatican News

Do tratado sobre a morte, de São Cipriano, bispo e mártir

São Cipriano

(Cap.18.24.26:CSEL3,308.312-314)            (Séc.III)

 

Superemos o pavor da morte

com o pensamento da imortalidade

Lembremo-nos de que devemos fazer a vontade de Deus e não a nossa, de acordo com a oração que o Senhor ordenou ser rezada diariamente. Que coisa mais fora de propósito, mais absurda: pedimos que a vontade de Deus seja feita e quando ele nos chama e nos convida a deixar este mundo, não obedecemos logo à sua ordem! Resistimos, relutamos e, quais escravos rebeldes, somos levados cheios de tristeza à presença de Deus, saindo daqui constrangidos pela necessidade, não por vontade dócil. E ainda queremos ser honrados com os prêmios celestes a que chegamos de má vontade. Por que então oramos e pedimos que venha o reino dos céus, se o cativeiro terreno nos encanta? Por que, com preces frequentemente repetidas, suplicamos que se apresse o dia do reino, se maior desejo e mais forte vontade são servir aqui ao demônio do que reinar com Cristo?

Se o mundo odeia o cristão, por que tu o amas, a ele que te aborrece, e não preferes seguir a Cristo que te remiu e te ama? João em sua carta clama, fala e exorta a que não amemos o mundo, deixando-nos levar pelos desejos da carne: Não ameis o mundo nem o que é do mundo. Quem ama o mundo não tem em si a caridade do Pai; porque tudo quanto é do mundo é concupiscência dos olhos e ambição temporal. O mundo passará e sua concupiscência; quem, porém, fizer a vontade de Deus, permanecerá eternamente (cf. 1Jo 2,15-17). Ao contrário, tenhamos antes, irmãos diletos, íntegro entendimento, fé firme, virtude sólida, preparados para qualquer desígnio de Deus. Repelido o pavor da morte, pensemos na imortalidade que se lhe seguirá. Com isso, manifestamos ser aquilo que acreditamos. Irmãos caríssimos, importa meditar e pensar amiúde em que já renunciamos ao mundo e vivemos aqui provisoriamente como peregrinos e hóspedes. Abracemos o dia que designará a cada um sua morada, restituindo-nos ao paraíso e ao reino, uma vez arrebatados daqui e quebrados os laços terrenos. Qual o peregrino que não se apressa em voltar à pátria? Nossa pátria é o paraíso. O grande número de nossos queridos ali nos espera: pais, irmãos, filhos. Deseja estar conosco para sempre a grande multidão já segura de sua salvação, ainda solícita pela nossa. Quanta alegria para eles e para nós chegarmos nós até eles e a seu abraço! Que prazer estar ali, no reino celeste, sem medo da morte, tendo a vida para sempre! Que imensa e inesgotável felicidade!

Lá, o glorioso coro dos apóstolos; lá, o exultante grupo dos profetas; lá, o incontável povo dos mártires coroados de glória e de triunfo pelos combates e sofrimentos; lá as virgens vitoriosas, que pelo vigor da continência corporal subjugaram a concupiscência da carne;lá remunerados os misericordiosos, que pelos alimentos e liberalidades aos pobres fizeram obras de justiça, e, observando o preceito do Senhor, transferiram seu patrimônio terreno para os tesouros celestes. Para lá, irmãos caríssimos, corramos com ávida sofreguidão. Que Deus considere este nosso modo de pensar! Que Cristo olhe este propósito do espírito e da fé! Os maiores prêmios de sua caridade ele os dará àquele, cujos desejos forem intensos.


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Mulheres da periferia argentina contra o aborto: o Papa escreve para agradecer

AP/Associated Press/East News

Francisco questiona: para resolver um problema, é justo eliminar uma vida humana?

Mulheres da periferia argentina contra o aborto: o Papa escreve para agradecer. Em carta de 22 de novembro, Francisco destacou a importância de proteger a vida contra as tentativas de legalizar o aborto em seu país natal.

A mensagem do Papa é uma resposta à carta das “mujeres de las villas“, ou seja, mulheres das periferias argentinas que, em aliança, lutam desde 2018 pela proteção dos nascituros, em particular nos bairros pobres de Buenos Aires.

Em sua carta, as mulheres tinham pedido o apoio de Francisco para impedir a legalização do aborto na Argentina, uma insistente bandeira do atual governo de esquerda. Na resposta, o Papa “agradece de coração” pelo trabalho e testemunho dessas mulheres e as incentiva a “seguir em frente”. Ele afirma:

“O problema do aborto não é uma questão de religião, mas de ética humana. É bom fazer-se duas perguntas: para resolver um problema, é justo eliminar uma vida humana? É correto contratar um assassino?”

Mulheres da periferia argentina contra o aborto

As “mujeres de las villas” tinham escrito ao Papa que o projeto de lei do aborto na Argentina foi apresentado tendenciosamente como uma “solução fácil” para as adolescentes das periferias. Elas afirmam que se sentem “dominadas pelo terror”, porque “este projeto cultiva a ideia de que o aborto é mais uma possibilidade na gama de métodos contraceptivos e que os seus principais destinatários são as meninas pobres”. E acrescentam:

“A nossa voz, como a das crianças que não nasceram, nunca é ouvida. Os legisladores e a imprensa não querem nos ouvir. Se não tivéssemos sacerdotes nas ‘vilas’ que levantam a voz por nós, estaríamos ainda mais sozinhas. Nossas filhas adolescentes estão crescendo com a ideia de que não têm o direito de ter filhos porque são pobres”.

Marchas pela vida

Neste sábado, 28 de novembro, várias manifestações contra o projeto de lei do aborto estão programadas em várias cidades da Argentina. Na “Marcha dos Sapatinhos”, por exemplo, os participantes rezarão o terço e colocarão os nascituros sob a proteção de Nossa Senhora.

Os bispos argentinos têm reiterado a importância de proteger a vida desde a concepção. Em 20 de novembro, a Comissão Episcopal para a Vida, os Leigos e a Família emitiu nota denunciando que “pela primeira vez, na Argentina e na democracia, poderia ser aprovada uma lei que inclui a morte de uma pessoa para salvar outra”. Contra isto, os bispos respondem que “somente salvando as duas vidas poderemos todos ser salvos”.

Aleteia

Você conhece a história da Medalha Milagrosa?

Guadium Press

Redação (26/11/2020, 17:00, Gaudium Press) Aconteceu em Paris, na Rua De Lubac, em 1830.
Nossa Senhora apareceu a uma jovem freira –Santa Catarina de Labouré- na capela do convento que pertencia à Congregação fundada por São Vicente de Paulo. Ela já tinha recebido anteriormente alguns sinais de Nossa Senhora.

Nossa Senhora revela a Catarina como deveria ser a Medalha Milagrosa

Santa Catarina descreve como foi a aparição e como Nossa Senhora lhe revelou a Medalha da Imaculada Conceição:
“A Virgem apareceu sobre um globo, pisando uma serpente e segurando nas mãos um globo menor, oferecendo-o à Deus, num gesto de súplica”.

Os raios de luz que saem das mãos de Nossa Senhora

Enquanto A contemplava, Catarina ouviu uma voz que lhe disse:
“Este globo que vês representa o mundo inteiro e especialmente a França, e cada pessoa em particular.
Os raios são o símbolo das Graças que derramo sobre as pessoas que Me as pedem. Os raios mais espessos correspondem às graças que as pessoas se recordam de pedir. Os raios mais delgados correspondem às graças que as pessoas não se lembram de pedir.”

Santa Catarina notou que alguns raios estavam apagados; Nossa Senhora lhe explicou que eram as graças que ela queria distribuir, mas que as pessoas não lhe pediam.

A Virgem apareceu a Santa Catarina e mostrou como seria uma medalha a ser distribuída entre o povo e prometendo graças aos que a usassem. Os milagres foram tantos que os fiéis a chamaram “Medalha Milagrosa”.

“Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós”

Nossa Senhora, então, se fez circundar por uma frase escrita em dourado: “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós”, e mandou que Catarina fizesse cunhar a imagem que ela via em medalha, e prometeu que quem a usassem receberia dela muitas graças:
“Manda cunhar uma Medalha por este modelo; as pessoas que a trouxerem indulgenciada, receberão grandes graças, mormente se a trouxerem ao pescoço; hão de ser abundantes as graças para as pessoas que a trouxerem com confiança. “

As graças e milagres foram tantos que os fiéis passaram a chama-la de Medalha Milagrosa

Depois de algumas resistências de alguns eclesiásticos, foram cunhadas 20 mil medalhas que, então foram distribuídas entre os franceses e que, depois, se espalhou pelo mundo inteiro, derramando graças tão numerosas e extraordinárias que o povo, espontaneamente, passou a chamá-la: “A Medalha Milagrosa”.

Naquela ocasião, uma peste terrível atingiu a França, e milhares de pessoas morreram rapidamente: os que usaram a Medalha não morreram!
A conversão de um judeu chamado Afonso Ratisbona

Um fato que se tornou muito conhecido e famoso foi o da conversão do, ainda jovem, judeu Afonso Ratisbona.
Afonso não era católico, mas era amigo de um francês que lhe deu uma Medalha Milagrosa. Ratisbona, mesmo sem aderir a fé, começou a usar a medalha. Quando chegou o quarto dia que ele a usava, olhando para um quadro de Nossa Senhora, sentiu uma súbita mudança no seu interior.

Nossa Senhora da Medalha Milagrosa havia tocado sua alma, ele tornou-se cristão, pediu o batismo, e alguns meses depois entrou em um seminário.
Afonso tornou-se sacerdote e fundador de uma congregação religiosa.

A Virgem apareceu a Santa Catarina e mostrou como seria uma medalha a ser distribuída entre o povo e prometendo graças aos que a usassem. Os milagres foram tantos que os fiéis a chamaram “Medalha Milagrosa”.

Peçamos as graças que necessitamos e, sobretudo aquelas que Maria nos quer dar e nós não as pedimos…

Ainda hoje Nossa Senhora continua com os braços abertos e com as mãos estendidas de onde saem raios de luz.
É um convite a que recorramos a ela pedindo as graças que necessitamos e, sobretudo aquelas que Maria nos quer dar e nós não as pedimos… (JSG)

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Catolicismo Primitivo (Parte 3/4) – São Clemente Romano

Veritatis Splendor

São Clemente Romano foi o terceiro sucessor de São Pedro e bispo de Roma, tal como afirma Santo Ireneu de Lião em seu tratado “Contra as Heresias”[1] e Eusébio de Cesareia em sua “História Eclesiástica”[2], que também o identificaram com o colaborador de São Paulo mencionado no Novo Testamento (Filipenses 4,3). Pensa-se que conheceu pessoalmente São Pedro e São Paulo. Eusébio fixa o seu pontificado entre os anos 92 a 101. Há algumas tradições pouco dignas de crédito que afirmam que ele foi martirizado[3].

CARTA AOS CORÍNTIOS

Ainda que se lhe atribuam diversos escritos, considera-se autêntica a Carta à comunidade de Corinto, escrita para disciplinar essa comunidade que atravessava uma crise por ter deposto de seus cargos os presbíteros legitimamente constituídos. Referida carta foi considerada canônica por alguns cristãos notáveis, ao ponto de constar no Novo Testamento apresentado por Cirilo, patriarca de Alexandria, ao Rei Carlos I, hoje conservado no Museu Britânico.

Conta com um rico conteúdo apologético em vários temas como: a primazia petrina, a justificação, a sucessão apostólica e a unidade da Igreja.

PRIMAZIA PETRINA

No que diz respeito ao tema do primado de São Pedro, é um documento importantíssimo porque recolhe uma forte evidência implícita de que já no século I, São Clemente, como bispo de Roma e sucessor de São Pedro, possuía uma clara consciência de sua primazia como cabeça visível da Igreja e, portanto, da sua missão de manter a unidade e ortodoxia. Daí que ao escrever à comunidade de Corinto, começa desculpando-se pela demora em abordar o problema e posteriormente emprega um tom de autoridade que seria totalmente impróprio se não tivesse jurisdição sobre uma igreja tão distante.

  • “Por causa das repentinas e sucessivas calamidades e tribulações que sobrevieram sobre nós, cremos, irmãos, ter voltado nossa atenção um pouco tardiamente para os assuntos discutidos entre vós. Nos referimos, caríssimos, à sedição, estranha e alheia aos eleitos de Deus, abominável e sacrílega, que uns tantos sujeitos, pessoas atrevidas e arrogantes, acenderam até tal ponto de insensatez, que vosso nome, venerável, celebradíssimo e digno do amor de todos os homens, veio a ser gravemente ultrajado.” (Clemente Romano, Carta aos Coríntios 1,1)
  • “Mas se alguns desobedecerem às advertências que por nosso meio Ele mesmo [=Deus] vos dirigiu, saibam que se tornarão réus de não pequeno pecado e se exporão a grave perigo. Mas nós seremos inocentes deste pecado e pediremos com fervorosa oração e súplica ao Criador de todas as coisas para que conserve íntegro em todo o mundo o número exato de seus eleitos, por meio de seu servo amado Jesus Cristo.” (Clemente Romano, Carta aos Coríntios 59,1)

Ao longo da História se repetirá, uma e outra vez, que as diferentes igrejas do orbe apelarão para a autoridade da Sé Apostólica, ao longo dos seus vários e numerosos conflitos.

JUSTIFICAÇÃO E SALVAÇÃO

No tema da justificação pela fé, São Clemente nos deixa outra rica contribuição. Ainda que deixe claro que o homem se justifica pela fé e não pelas obras, esclarece que também é necessário realizar boas obras e cumprir os Mandamentos para se salvar; daí que tenha que esforçar-se perseverando no bem para encontrar-se no número dos salvos:

  • “Vigiai, caríssimos: não seja que vossos benefícios, que são muitos, se convertam para nós em motivo de condenação, caso não se faça em toda concórdia, levando conduta digna Dele, o que é bom e agradável em Sua presença.” (Clemente Romano, Carta aos Coríntios 21,1)
  • “Pois bem: o que vamos fazer, irmãos? Vamos ser desidiosos no bem agir e abandonaremos a caridade? Não permita o Senhor que tal coisa ocorra, pelo menos em nós, mas apressemo-nos a levar a cabo toda obra boa com fervor e generosidade de ânimo. Com efeito, o próprio Criador e Dono de todas as coisas se regozija e se compraz em suas obras (…) Já vimos como todos os justos se adornaram com boas obras e o Senhor mesmo, encoberto com elas, se alegrou. Assim, tendo este Modelo, aproximemo-nos intrepidamente da Sua vontade e com toda nossa força façamos obra de justiça.” (Clemente Romano, Carta aos Coríntios 33,1-2.7)
  • “Agora, pois, de nossa parte, lutemos por encontrarmo-nos no número dos que O esperam, a fim de ser também partícipes dos dons prometidos. Mas, como conseguir isto, caríssimos? Consegui-lo-emos sob a condição de que nossa mente esteja fielmente afiançada em Deus; sob a condição de que busquemos onde quer que seja o que é agradável e aceito por Ele; sob a condição, finalmente, de que cumpramos plenamente o quanto diz com seus desígnios irreprováveis e sigamos o caminho da verdade, atirando para longe de nós toda injustiça e maldade, avareza, contendas, malícia e erros, fofocas e calúnias, ódio a Deus, soberba e jactância, vanglória e inospitalidade. Porque os que tais coisas realizam são odiosos a Deus; e não só os que as realizam, como também aqueles que as aprovam e consentem.” (Clemente Romano, Carta aos Coríntios 35,4-6).
  • “Porque Deus vive e vive o Senhor Jesus Cristo e o Espírito Santo, e também a fé e a esperança dos eleitos, só aquele que em espírito de humildade e perseverante modéstia cumprir sem voltar atrás nas justificações e nos mandamentos dados por Deus, só esse será ordenado e eleito no número dos que se salvam por meio de Jesus Cristo, pelo qual se dá a Deus a glória pelos séculos dos séculos. Amém.” (Clemente Romano, Carta aos Coríntios 58,2).

A SUCESSÃO APOSTÓLICA

Nesta Carta, temos também outro testemunho importantíssimo a partir do ponto de vista apologético, porque nos deixou uma definição explícita da doutrina católica da sucessão apostólica, na qual é o próprio Jesus Cristo quem institui os Apóstolos, os quais, obedecendo Sua vontade, instituem os Bispos como seus sucessores no ministério apostólico:

  • “Os Apóstolos nos pregaram o Evangelho da parte do Senhor Jesus Cristo; Jesus Cristo foi enviado de Deus. Em suma, Cristo da parte de Deus e os Apóstolos da parte de Cristo: uma e outra coisa, portanto, sucederam ordenadamente por vontade de Deus. Assim, pois, tendo os Apóstolos recebido os mandatos, e plenamente garantidos pela ressurreição do Senhor Jesus Cristo, e confirmados na fé pela Palavra de Deus, saíram cheios da certeza que lhes infundiu o Espírito Santo, para dar a alegre notícia de que o Reino de Deus estava para chegar. E assim, segundo pregavam por lugares e cidades a Boa Nova, e batizavam os que obedeciam ao desígnio de Deus, iam estabelecendo os que eram primícias deles – depois de prová-los pelo Espírito – como inspetores e ministros dos que haveriam de crer. E isto não era novidade, pois já muito tempo antes se havia escrito acerca de tais inspetores e ministros. A Escritura, com efeito, diz assim em algum lugar: ‘Estabelecerei os inspetores deles em justiça e os seus ministros na fé’ (…) Também nossos Apóstolos tiveram conhecimento, por inspiração de nosso Senhor Jesus Cristo, que haveria contenda sobre este Nome e dignidade do episcopado. Por causa disso, portanto, como tiveram perfeito conhecimento do porvir, estabeleceram os supra mencionados e juntamente impuseram para o futuro a norma de que, morrendo estes, outros homens aprovados lhes sucedessem no ministério. Agora, pois, homens estabelecidos pelos Apóstolos ou, posteriormente, por outros exímios homens com consentimento da Igreja inteira; homens que têm servido irreprovavelmente ao rebanho de Cristo com espírito de humildade, pacífica e desinteressadamente; atestados, ademais, durante muito tempo por todos. Justamente a tais homens, vos dizemos, não cremos que possam ser expulsos de seu ministério. E é assim que cometeremos um pecado nada pequeno se depormos do cargo de Bispo a quem incontestável e religiosamente ofereceu os dons” (Clemente Romano, Carta aos Coríntios 42,1-5; 44,1-4).

DIVISÕES ENTRE CRISTÃOS

Outro elemento importante é a condenação que São Clemente faz às divisões na Igreja e que no Protestantismo fragmentado em milhares de denominações encontra atualmente sua máxima expressão. Insiste que os cismáticos, quando criam divisões, causam escândalos e extraviam almas:

  • “Com que fim desgarramos e despedaçamos os membros de Cristo e nos revoltamos contra nosso próprio corpo, chegando a tal ponto de insensatez que nos esquecemos que somos membros uns dos outros? Lembrai-vos das palavras de Jesus, Senhor nosso. Ele disse, com efeito: ‘Ai daquele homem! Mais lhe valeria não ter nascido do que escandalizar um só de meus eleitos. Melhor seria que lhe colocassem uma pedra de moinho no pescoço e o afundassem no mar do que extraviar um só de meus eleitos’. Vossa cisão extraviou a muitos, desanimou a muitos, fez muitos duvidarem, mergulhou todos nós na tristeza; e, no entanto, vossa sedição é contumaz” (Clemente Romano, Carta aos Coríntios 46,7-9).

Você pode ler uma tradução católica da Primeira carta aos Coríntios nesta url: São Clemente Romano, Primeira carta aos Coríntios

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NOTAS

[1] Santo Ireneu em suas “Adversus Haereses” ou tratado “Contra as Heresias” assinala que “logo depois de ter fundado e edificado a Igreja, os beatos Apóstolos, entregaram o serviço do episcopado a Lino, a este Lino que Paulo recorda em suas providências a Timóteo (2Timóteo 4,21). Anacleto o sucedeu. Depois dele, em terceiro lugar desde os Apóstolos, Clemente herdou o episcopado, o qual viu os beatos Apóstolos e com eles conferiu e teve diante dos olhos a pregação e tradição dos Apóstolos que ainda ressoava; e não somente ele, porque ainda viviam então muitos que dos Apóstolos tinham recebido a doutrina. No tempo deste mesmo Clemente, ocorrendo uma dissensão não pequena entre os irmãos que estavam em Corinto, a Igreja de Roma escreveu a carta de maior autoridade aos Corintos, para congregá-los na paz e reparar sua fé, e para anunciar-lhes a Tradição que pouco tempo antes havia recebido dos Apóstolos” (Santo Ireneu de Lião, Contra as Heresias 3,3).

[2] Eusébio narra que “Paulo também dá testemunho de que Clemente – o qual, por sua vez, foi estabelecido terceiro bispo da igreja de Roma – foi seu colaborador e companheiro de combate” (Eusébio de Cesareia, História Eclesiástica 3,4,9).

[3] Johannes Quasten assinala o seguinte em sua obra “Patrologia”, vol. I, publicada pela Biblioteca de Autores Cristãos: “As Pseudo-Clementinas, que fazem de Clemente membro da família imperial dos Flávios, não são de modo nenhum dignas de fé. Merece ainda menos credibilidade a opinião de Dion Cássio (Hist. Rom. 67,14), segundo o qual Clemente seria nada menos que o próprio cônsul Tito Flávio Clemente, da família imperial, executado no ano 95 ou 96 por professar a fé de Cristo. Tampouco consta historicamente o martírio deste quarto bispo de Roma; o ‘Martyrium S. Clementis’, escrito em grego, é do século IV e apresenta, ademais, um caráter puramente lendário.”

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF