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quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

CINEMA: Saiba mais sobre o cinema de Hong Kong

Giona A. Nazzaro e Andrea Tagliacozzo,
O dicionário de filmes de Hong Kong,
Universitaria Editrice, Chieti 2005, 463 pp.
novembro 2005

Filme cantonês


por Antonio Terminini


O Dicionário do cinema de Hong Kong , publicado pela Biblioteca da Universidade é um volume essencial que não pode atender não só os fãs de cinema de fãs cinema asiático, mas todos aqueles que têm interesse na ex-colônia britânica voltou à China em 1997. 

Através 850 cartões de tantos filmes lançados entre 1977 e 2005, o leitor não terá, de fato, apenas a possibilidade de encontrar, analisadas sob um prisma crítico, as obras-primas de John Woo, Um amanhã melhor Bala na cabeça O assassino , ou aqueles de Ringo Lam como cidade em chamas, mas também para vivenciar as angústias e inquietações relacionadas com o retorno à China que marcou um momento histórico, política, econômica e socialmente. Por trás da violência paroxística de alguns thrillers, do pessimismo sombrio de muitos filmes de terror, do tom sofisticado das melhores comédias, aliás, está a morfologia de uma ilha que viveu um desenvolvimento econômico extraordinário - graças também à sua posição estratégica, um verdadeiro posto avançado. do Extremo Oriente, um caldeirão de diferentes raças e culturas - mas que muitas vezes, em seus espaços estreitos, desenvolveu um senso generalizado de claustrofobia existencial. 

As duas autoras, Andrea Tagliacozzo e Giona A. Nazzaro (verdadeiras conhecedoras do gênero, pois, em 1996, pela editora Le Mani editaram o volumeSpade, kung fu ) são bons tanto para sublinhar a capacidade do cinema de Hong Kong de se expressar ao mais alto nível como cinema de gênero, como para propor figuras autorais do mais alto nível, capazes de se firmarem nos principais festivais internacionais. Entre eles, é claro, Fruit Chan, diretor de Little Chan Made in Hong Kong Durian Durian , e, acima de tudo, Wong Kar-way, o autor de culto depois da obra-prima In the mood for love , mas, como nos dizem os dois autores , extraordinário já na hora de Dias de ser selvagem Cinzas do tempo Expresso de Hong Kong Anjos Perdidos eFeliz juntos 

Agora que muitos filmes do Extremo Oriente também são regularmente distribuídos pelo circuito comercial europeu e italiano, é naturalmente mais fácil falar com todos sobre os cinemas de Hong Kong também, mas Tagliacozzo e Nazzaro apontam que a cultura espúria desta ilha também vem de gêneros como wuxiapian , ou as histórias de lutas com espadas e punhais, que então encontraram sucesso também em Taiwan e internacionalmente (pense no sucesso mundial de O Tigre e o Dragão ). Agora que muitos desses cineastas, principalmente John Woo, se mudaram para Hollywood, algumas regras de ação suspense foram feitasem Hong Kong, feitos de ritmos altíssimos, de violência paroxística, também entraram na meca do cinema.
O volume contém todos os títulos dos filmes em sua versão original em cantonês e relata as receitas em dólares de Hong Kong na bilheteria .


Revista 30Dias

FLORES PARA NOSSA SENHORA

Breviário

As flores foram criadas por Deus no terceiro dia da criação. Naquele dia, Ele determinou: “Produza à terra erva verde, erva que dê semente, árvore frutífera que dê fruto segundo a sua espécie, cuja semente está nela sobre à terra”. (Gn 1,11). As flores são vegetais que possuem um determinado ciclo de vida e, quando utilizadas em nossas casas, paróquias e comunidades, deixam o ambiente mais bonito, alegre e cheiroso. Cuidar das flores pode ser uma excelente terapia para quem gosta de jardinagem. Flores desabrocham em lugares inesperados e, até mesmo, em meio às pedras e às dificuldades da natureza, esforçando-se para continuar de pé, embelezando a vida.

A beleza das flores é fonte de inspiração para os artistas. Na imaginação dos escritores, as flores se transformam em belos sentimentos e em frases de incentivo que nos desafiam a contemplar a singularidade dos jardins. Com eles, nós aprendemos que “podemos cortar todas as flores, mas não podemos impedir a primavera de florescer”. (Pablo Neruda). Os escritores também nos desafiam: “Sejamos como a primavera, que renasce cada dia mais bela, exatamente porque nunca são as mesmas flores”. (Clarice Lispector).

As flores expressam sinais de amor, uma delicadeza de ternura e de afago e, por isso, muitas pessoas enviam flores nas datas celebrativas. Em especial, nos dias de aniversário, nas formaturas e no dia do nascimento dos filhos. Em nossas Igrejas, as decorações com flores são muito utilizadas. Elas podem ser encontradas ao redor do Altar na Santa Missa ou na frente de imagens de santos e da Virgem Santa Maria. Em nossas Igrejas, “na sua delicada e perfumada elegância, as flores testemunham a magnificência do Criador”. (Saudação do Papa João Paulo II aos floristas italianos em 24 de novembro de 1979).

As flores comunicam a bondade de Deus para conosco. Penso que deve ser por isso que gostamos tanto de apreciar belos jardins. No jardim da misericórdia, Deus, por ser amor, criou a Virgem Santa Maria, a mais perfeita criatura, a flor por excelência da humanidade que nos revelou os sublimes sinais da revelação do Altíssimo em nossa História.

Maria é uma bela flor com que Deus nos presentou. Ela é a nossa Mãe, a Nossa Senhora, o tabernáculo humilde do Verbo, a Mulher da coragem e da sabedoria que pisou a cabeça da serpente. “Maria é o lugar do encontro do humano e do divino, o ponto de convergência das coordenadas do tempo e da eternidade”. (Papa Bento XVI). Ela é a jovem escolhida pelo Senhor para ser a Mãe do Redentor, a jovem de Nazaré que disse sim aos projetos salvíficos do Altíssimo. Sim, Maria acreditou nas palavras do Senhor, comunicadas pelo Arcanjo São Gabriel. Ela é a Mulher da fé que aceitou tornar-se a Mãe do Messias, inserindo-se profundamente no plano de Deus. Ela é a primeira que comungou, a discípula missionária perfeita.

No jardim da economia da salvação, “quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou Seu Filho, nascido de uma mulher, nascido debaixo da Lei, a fim de redimir os que estavam sob a Lei, para que recebêssemos a adoção de filhos”. (Gl 4, 4-5). Naquele exato momento, Deus assumiu a nossa humanidade para reparar a ofensa cometida pelos primeiros homens e nos comunicar o amor do Pai. Naquele exato momento, graças ao sim da Virgem Maria, flores de júbilo, de alegria e de gratidão germinaram no terreno da Igreja, florescendo a nossa justificação.

Quando adquirimos a consciência da importância de Nossa Senhora no desenvolvimento da História da Salvação, nós sentimos a necessidade de lhe oferecer as mais belas e perfumadas flores. Oferecer flores à Virgem Santa Maria é um gesto de carinho, de admiração e de respeito para com Nossa Senhora que evidencia os sinais da autêntica devoção mariana. Por ser uma singular flor de Deus, com a sua presença, a jovem Maria de Nazaré procurou levar alegria, apoio e consolo à sua prima Isabel, aos noivos de Caná da Galileia, aos Apóstolos reunidos no Cenáculo e a todas as pessoas que, no decorrer dos séculos, percorreram o itinerário da santidade.

Quando se fez presente nas bodas de Caná da Galileia, a Virgem Maria notou que os arranjos de flores faziam parte dos detalhes da decoração do ambiente, embelezando o espaço físico da festa e o buquê da noiva. Mas, naquela celebração festiva, a ausência do vinho seria certamente mais notada que a beleza das flores. Pensando no constrangimento a que os noivos seriam submetidos, Nossa Senhora intercedeu por eles, dizendo ao Cristo: “Eles não têm mais vinho!”. (Jo 2,3). Diante da mediação da Sua Mãe, Cristo realizou o Seu primeiro milagre, dando início à Sua vida pública, antecipando a Sua hora, a fim de manter a beleza das flores e a alegria dos noivos, irradiando os detalhes da mediação de Nossa Senhora em nossas vidas.

Gratidão foi o sentimento que os noivos de Caná da Galileia demonstraram para com a Virgem Maria, pois as pessoas que nos fazem felizes, que nos ajudam a conservar o entusiasmo na senda da fé são os jardineiros que fazem a nossa alma florescer. Gratidão, respeito, carinho e amor são os sentimentos do nosso coração no aprendizado e na vivência da devoção mariana. Quando adentramos a escola de Maria, nós aprendemos que o jardim da nossa vida é composto de boas plantas, belas flores e de ervas daninhas, mas, por ser uma bondosa Mãe, Nossa Senhora nos ajuda a tirar as ervas daninhas, indicando-nos os meios de crescimento e perseverança na santidade.

Com a poderosa ajuda de Nossa Senhora, nós adquirimos a certeza de que devemos regar as flores da humildade, da misericórdia e da fortaleza, a fim de que possamos dar bons frutos no jardim dos nossos corações e depois novas sementes, semeando novas flores de esperança, as amarílis da conversão, as azaleias da mansidão,  as begônias da caridade e as calêndulas do amor perfeito.

Se ouvirmos o conselho de nosso Senhor Jesus Cristo e observarmos a beleza dos lírios do campo, no silêncio da oração, iremos aprender a fazer memória dos belos momentos na fé que vivenciamos na presença da Virgem Maria. Agindo assim, veremos que as flores fazem parte da lembrança de inúmeros bons momentos e das celebrações marianas que marcaram a nossa vida. Quantas vezes coroamos Nossa Senhora? Quantas vezes jogamos perfumadas pétalas de rosas nas imagens da Virgem Maria, cantando com a emoção da fé mariana? Quantas vezes ornamentamos as imagens marianas de nossas casas e paróquias com um belo arranjo de flores?

As flores fazem parte da nossa devoção mariana e, por isso, elas podem transformar um dia comum em uma data especial, um lugar simples e modesto em um lugar de encontro com o mistério de Deus. Tudo isso pode ser observado na aparição de Nossa Senhora em Guadalupe, no México. Naquela ocasião, as flores que cresceram num terreno estéril, no qual só cresciam espinheiros, foram o sinal inequívoco que Nossa Senhora utilizou para demonstrar ao Bispo, Frei Juan de Zumárraga, que fora ela mesma, a Rainha do Céu, que havia pedido ao índio Juan Diego que fosse a ele para solicitar a construção de um templo mariano e, por isso, quando o jovem índio abriu a sua rude capa, o seu manto, conhecido no México como Tilma, apareceu entre as flores a maravilhosa imagem da Senhora de Guadalupe, a Padroeira da América Latina.

No aprendizado da fé, podemos oferecer inúmeras flores à Virgem Santa Maria. O lírio da conquista de um coração puro, as margaridas da serenidade e, acima de tudo, o belo ramalhete de flores do santo Rosário onde percorremos os caminhos de Cristo ao lado de Nossa Senhora. No cuidado dos detalhes da devoção mariana, professamos que as flores da oração, das virtudes e da graça divina se desenvolvem na luz sobrenatural da caridade e no calor celestial que é irradiado pelo sol da Sagrada Comunhão Eucarística.

No caminho da justiça, contemplando as flores, percebemos que elas dependem do sol para manter a sua beleza, a sua força e a sua vitalidade. Admirando as flores, o sol e a lua, louvamos a Maria e adoramos o Cristo, bradando: “Nunca separe Nossa Senhora de Cristo. Não separe a Mãe do Filho. Ela é como a lua. Se o sol se apaga, não a veremos mais”. (Papa Paulo VI ao abençoar a Rosa de Ouro doada para a Basílica de Aparecida). Quem é o sol? Jesus. Vamos até Nossa Senhora para chegarmos a Jesus. Vamos até Nossa Senhora, para que possamos ouvir a sua voz que nos diz: “Ouvi-me, rebentos divinos, desabrochai como roseira plantada à beira das águas; como o Líbano, espargi suave aroma, dai flores como o lírio, exalai perfumes e estendei graciosa folhagem. Entoai cânticos e bendizei ao Senhor nas Suas obras!”. (Eclo 39, 17-19).

Aloísio Parreiras

(Escritor e membro do Movimento de Emaús)

Arquidiocese de Brasília

Dos Sermões de São Bernardo, abade

Canção Nova

(Sermo 5 in Adventu Domini, 1-3: Opera omnia, Edit. cisterc. 4 [1966], 188-190)             (Séc. XII)

 

O Verbo de Deus virá a nós

Conhecemos uma tríplice vinda do Senhor. Entre a primeira e a última há uma vinda intermediária. Aquelas são visíveis, mas esta, não. Na primeira vinda o Senhor apareceu na terra e conviveu com os homens. Foi então, como ele próprio declara, que viram-no e não o quiseram receber. Na última, todo homem verá a salvação de Deus (Lc 3,6) e olharão para aquele que transpassaram (Zc 12,10). A vinda intermediária é oculta e nela somente os eleitos o vêem em si mesmos e recebem a salvação. Na primeira, o Senhor veio na fraqueza da carne; na intermediária, vem espiritualmente, manifestando o poder de sua graça; na última, virá com todo o esplendor da sua glória.

Esta vinda intermediária é, portanto, como um caminho que conduz da primeira à última; na primeira, Cristo foi nossa redenção; na última, aparecerá como nossa vida; na intermediária, é nosso repouso e consolação.

Mas, para que ninguém pense que é pura invenção o que dissemos sobre esta vinda intermediária, ouvi o próprio Senhor: Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e o meu Pai o amará, e nós viremos a ele (cf. Jo 14,23). Lê-se também noutro lugar: Quem teme a Deus, faz o bem (Eclo 15,1). Mas vejo que se diz algo mais sobre o que ama a Deus, porque guardará suas palavras. Onde devem ser guardadas? Sem dúvida alguma no coração, como diz o profeta: Conservei no coração vossas palavras, a fim de que eu não peque contra vós (Sl 118,11).

Guarda, pois, a palavra de Deus, porque são felizes os que a guardam; guarda-a de tal modo que ela entre no mais íntimo de tua alma e penetre em todos os teus sentimentos e costumes. Alimenta-te deste bem e tua alma se deleitará na fartura. Não esqueças de comer o teu pão para que teu coração não desfaleça, mas que tua alma se sacie com este alimento saboroso.

Se assim guardares a palavra de Deus, certamente ela te guardará. Virá a ti o Filho em companhia do Pai, virá o grande Profeta que renovará Jerusalém e fará novas todas as coisas. Graças a essa vinda, como já refletimos a imagem do homem terrestre, assim também refletiremos a imagem do homem celeste (1Cor 15,49). Assim como o primeiro Adão contagiou toda a humanidade e atingiu o homem todo, assim agora é preciso que Cristo seja o senhor do homem todo, porque ele o criou, redimiu e o glorificará.


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Papa Francisco: Que o Advento seja um momento de particular graça

Papa Francisco na Audiência Geral. Foto: Vatican Media

Vaticano, 02 dez. 20 / 09:45 am (ACI).- O Papa Francisco convidou a se deixar guiar por Cristo no Caminho do Advento, iniciado no domingo passado, 29 de novembro, para que o Senhor seja “a luz que ilumine nosso caminho” e que este período de espera que antecede o Natal “seja um momento de particular graça”.

O Santo Padre realizou este ensinamento no final de sua catequese durante a Audiência Geral desta quarta-feira, 2 de dezembro, realizada na Biblioteca do Palácio Apostólico do Vaticano.

Francisco exortou a que, “neste tempo de Advento, aprendamos da Virgem Maria a ser portadores de uma palavra de bênção para aqueles que sofrem e perderam a esperança”.

Exortou a que "a luz de Cristo ilumine os passos de nosso caminho do Advento e dissipe as trevas do medo de nossos corações".

O Pontífice lembrou que “o tempo do Advento nos prepara para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. Nele, e por meio dele, somos partícipes de todas as bênçãos. Em comunhão com ele, também nós queremos nos converter para nossos irmãos e irmãs em uma bênção transmitindo generosamente os dons de Deus”.

Por fim, pediu “que o tempo do Advento possa nos conceder o dom de amar cada vez mais o Senhor Jesus, de encontrá-lo na oração”, e que “seja para cada um de nós um momento de particular graça”.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

ACI Digital

A preparação para o Natal e a nossa chance de resgatar o tempo perdido

© MAGDALENA KUCOVA / SHUTTERSTOCK
por Michael Rennier

Neste ano, o desejo de escapar de nossas circunstâncias atuais nos desequilibrou da passagem do tempo. Estamos presos a um passado morto ou sonhando com um futuro imaginado.

Já estamos no Advento, o tempo de preparação para o Natal. É também quando o fim do ano se aproxima.O sentimento que prevalece, de fato, é que estamos todos prontos para um novo começo.

Eu tenho que admitir: tive um ótimo ano, a pesar de cada ano como o que estamos vivendo ser sempre proclamado em voz alta como o pior de todos. Já vivi 39 viagens ao redor do sol e aproveitei todas elas. No entanto, compartilho do sentimento de esperança de que o próximo ano será melhor do que o anterior.

Contemplar deixar 2020 é um pensamento agridoce. Meus filhos nunca mais terão essa idade. Os céus nunca brilharão da mesma forma, com a mesma qualidade de luz de 2020. Pensar no ano passado traz lembranças de estresse e ansiedade, com certeza. Mas traz, principalmente, alegria.

Preparação do Natal e a passagem do tempo

Para muitos, as memórias deste ano podem ser ainda melhores que as minhas – ou piores. Quaisquer que sejam as nossas experiências, 2020 foi incrivelmente difícil para muitas pessoas. Para ser franco e honesto, cada ano traz consigo uma parcela injusta de infortúnios para um certo número de pessoas. Em momentos como esses, com sofrimento em nosso caminho, instintivamente buscamos o passado ou o futuro. O sentimento é que, talvez, o próximo ano seja melhor. Talvez possamos, eventualmente, voltar ao normal.

À medida que faço a preparação para o Natal, percebo que, neste ano, o desejo de escapar de nossas circunstâncias atuais nos desequilibrou da passagem do tempo através de nossos dias. Estamos presos a um passado morto ou sonhando com um futuro imaginado. Posso sentir a inquietação que isso causou – todos sentem que a vida está em pausa. Essa realidade traz consigo uma apatia e falta de motivação, como se estivéssemos economizando todas as nossas energias para um amanhã mais brilhante que nunca chega.

Claro, viver assim é profundamente insatisfatório.  Nunca vivemos realmente no momento presente. É uma vida sombria. No entanto, a homilia do primeiro domingo do Advento contém um grande incentivo de esperança, de vigília, de espera pela vinda do Cristo no Natal.

Acredito muito neste conselho e descobri que, em minha própria vida, quando consigo desacelerar e vigiar, o tempo se estende e meus dias não apenas parecem mais longos, mas também são mais gratificantes.

A beleza do Advento

Porém, a ideia não é desistir do momento presente e esperar por um futuro imaginado. Não devemos simplesmente esgotar o tempo em 2020 e viver para o ano que vem a seguir. Vivemos para redimir este momento presente. Bem aqui. Agora mesmo.

A beleza deste tempo de preparação para o Natal e do próprio Natal é que eles criam tradições vibrantes em torno desses momentos de espera. Essas tradições nos sustentam como um andaime sustenta uma escultura de mármore. Eles nos sustentam quando passamos um ano difícil, libertando-nos do passado e do futuro e permitindo-nos celebrar o momento presente. Isso parece teórico, eu sei, mas o que quero dizer é que não importa que decepções permaneçam em meu passado ou que sonhos febris com o futuro estejam gravados em minha mente se, diante de mim, está uma coroa do Advento.

O que estamos procurando é um ato de amor que atravessa tudo. O passado é o que é, para melhor ou para pior, o futuro não realizado. Mas o amor envolve tudo. Durante o Advento, esperamos este ato de amor. No Natal, nós o celebramos. Nosso próprio ato interior de amor pelo momento presente nos leva a uma existência mais permanente e nos ajuda a transcender o tempo.

Amor não tem fronteiras. Nunca há o suficiente, e mesmo a menor quantidade é infinitamente valiosa. É assim que um ato discreto pode nos libertar. Ele se aninha em nossa experiência de tempo e o transforma, nos eleva, nos redime e renasce no momento presente.

Aleteia

S. SILVÉRIO, PAPA

S. Silvério, papa, Basílica de São Paulo fora dos muros

A vida de Silvério é muito controvertida, desde o lugar do seu nascimento, que – segundo algumas fontes – é disputado entre Frosinone, cidade da qual, hoje, é o Santo padroeiro, e a vizinha Ceccano, onde, porém, não há sinais de sua veneração. Eleito - e não designado - como 58º Papa da Igreja de Roma, seu pontificado durou apenas um ano, por causa da eclosão da guerra grego-gótica, entre Constantinopla e os Ostrogodos, que perdurou por 18 anos.

Eleição controvertida

O Papa Agapito I faleceu em Constantinopla, em 22 de abril de 536. Com a sua morte, deu-se início à corrida para a sua sucessão. Entre o descontentamento de muitos, foi eleito o Papa Silvério, que na época era apenas um subdiácono, um ofício religioso considerado muito baixo para ter acesso direto ao trono de Pedro. Porém, o rei ostrogodo Teodato - que ameaçou domar com a força uma eventual revolta – impôs a sua eleição. Desta forma, a nobreza e o resto do clero tiveram que aceitar, para não piorar a situação. Entretanto, uma das maiores opositoras de Silvério foi Teodora, esposa do imperador oriental Justiniano, partidária dos Monofisistas, que já havia escolhido como sucessor de Agapito seu pupilo, Virgílio.

Heresia monofisista

O Monofisismo era uma doutrina teológica, desenvolvida, por volta do ano 400, pelo arquimandrita Eutíquio, em um mosteiro de Constantinopla. Na prática, esta doutrina negava a natureza divina de Cristo, que, no seu parecer, se "perdeu" com a Encarnação: afirmava como “única” a natureza divina de Jesus. Por isso, o Concílio de Calcedônia, em 451, a condenou como herética. Não obstante, conseguiu encontrar prosélitos, por volta dos séculos V e VI, causando a separação de Roma das Igrejas Copta, Armênia e Jacobita da Síria.

Conspiração do Oriente

Enquanto isso, do ponto de vista político, a situação se complicava na península italiana, que, na época, era disputada precisamente entre Constantinopla e os invasores Godos. A pagar o preço foram a esfera religiosa e o pontificado de Silvério. O imperador Justiniano declarou guerra contra os Ostrogodos, enviando seu melhor general, Belizário: avançando do Sul, conseguiu chegar a Roma e reabilitar, em Ravena, Vitiges, o novo rei ostrogodo que, no entanto, havia sucedido a Teodato. Neste contexto, Teodora continuava a travar a sua batalha pessoal contra Silvério, tentando abrandar suas posições em favor do Monofisismo. Porém, não conseguindo, tramou um complô contra ele: com uma carta falsa, afirmava que o Papa havia permitido a entrada dos Godos em Roma para libertá-la dos Bizantinos. Não podendo desculpar-se, Silvério foi despojado de suas vestes papais e, vestido como monge, foi levado para Constantinopla. Nem o imperador Justiniano conseguiu ajudá-lo e foi deportado para Patara, na Lícia. Em seu lugar, Virgílio tornou-se Papa, mas não foi hostil ao monofisismo.

Exílio na ilha de Palmarola

Quando o Bispo de Patara apresentou ao imperador as provas irrefutáveis da inocência de Silvério, Justiniano foi obrigado a libertá-lo e mandá-lo de volta para Roma. Porém, Virgílio, para se defender, obrigou o general Belizário a prender Silvério e deportá-lo para a ilha das Pontinas, em Palmarola. Ali, na tentativa de pôr fim ao cisma entre as Igrejas, Silvério decidiu abdicar e, após cerca de um mês, no dia 2 de dezembro, faleceu. Seus restos mortais, ao contrário de como se usava fazer com os Papas, permaneceram em Palmarola, onde é venerado no dia 20 de junho, dia da sua chegada à ilha.

Vatican News

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

O ANO LITÚRGICO

 

ArqRio
Cardeal Orani João Tempeste

Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)

Com o primeiro domingo do advento iniciamos na Igreja um novo ano litúrgico. A cada primeiro domingo do Advento a Santa Igreja muda o seu Ano Litúrgico, diferentemente do ano civil que é numeral e a cada ano vai somando mais anos, o ano litúrgico dominical é trienal, e distinto pelas letras A, B e C. Neste mês de novembro de 2020 estamos terminando o ano A (Cristo Rei, 34º domingo do tempo comum) e a partir de Domingo dia 29 de novembro iniciamos o ano litúrgico B (primeiro domingo do advento), no ciclo dominical. Durante a semana o ciclo é de dois anos: impar e par – seguindo o ano civil.

Cada Ano Litúrgico dominical é dedicado a um evangelista sinótico, Mateus (A), Marcos (B) e Lucas (C). João aparece nos dias de festa e solenidades, e, principalmente no Tempo Pascal. Para que a cada ano tenhamos a experiencia de acompanhar o ponto de vista de cada evangelista a respeito do conhecimento que tinham de Jesus. A cada Ano Litúrgico podemos acompanhar a teologia de cada evangelista e a maneira que eles transmitem a mensagem a respeito de Jesus. De uma certa forma ao final de 3 anos teremos lido na liturgia quase toda a Sagrada Escritura.

O ano B, que é o que vamos iniciar agora é dedicado ao Evangelho de Marcos. O centro do Evangelho de São Marcos é o segredo messiânico, ou seja, Marcos quer revelar aos seus leitores a identidade do Messias. Ao mesmo tempo humano e divino, Jesus Cristo vem instaurar um reino de amor e de paz para a humanidade. Marcos ao longo do seu Evangelho nos revela aos poucos quem é esse Messias e o que é o Reino que veio instaurar.

Por isso, o Ano Litúrgico é cíclico e se tivermos a oportunidade de todos os anos participar das Missas aos Domingos, poderemos acompanhar as peculiaridades de cada evangelista a respeito de Jesus.

Nas Missas durante a semana (feriais) o Ano Litúrgico é dividido em ano par e ano ímpar seguindo a numeração do ano civil – nos dias feriais as leituras evangélicas dispõem-se num só ciclo e se repetem todos os anos. Mas a primeira leitura e o Salmo distribuem-se em dois ciclos de modo especial no tempo comum. Assim sendo, se participarmos das missas durante a semana, ao final de dois anos passaremos por toda a Sagrada Escritura.

Como dissemos o Ano Litúrgico é cíclico e por isso o ano litúrgico é dividido em: Tempo do Advento, Tempo do Natal, Tempo da Quaresma, Tempo da Páscoa e Tempo Comum. Divide-se assim para animar a vida da Igreja e dar um sentido para as celebrações de cada tempo. Junta-se a essa organização também as cores da liturgia e as músicas que acompanham os vários tempos.

O Tempo Comum, contudo, é dividido em duas partes, a primeira parte se inicia logo após a festa do batismo de Jesus, pois Ele, a partir desse momento, inicia a sua vida pública até o início da quaresma. A segunda parte acontece após a Solenidade de Pentecostes e vai até o Tempo do Advento. O Tempo Comum é um tempo da igreja, de esperança e de escuta fiel da Palavra do Senhor, por isso a cor predominante é a verde, que é a cor da esperança. O Tempo Comum estimula o fiel a ser sal na terra e luz no mundo e construir aqui na terra o Reino de Deus.

O Ano Litúrgico é assim divido para que em cada Tempo possamos aprofundar um aspecto da espiritualidade católica. No Advento vivemos a expectativa da vinda do Messias, no início mais com relação ao final dos tempos, mas também, do nascimento do Salvador, e preparamos o nosso coração através da oração e ficamos vigilantes aguardando o Natal. O Natal é um tempo de alegria, a Igreja se veste de branco e a partir do nascimento de Jesus na manjedoura, um mistério nos liga a outro, ou seja, o nascimento nos prepara para aquilo que celebraremos na Páscoa. Em seguida celebramos a primeira parte do Tempo Comum e somos convidados a sair em missão com Jesus e construir o Reino de Deus aqui na terra.

A partir da quarta-feira de cinzas entramos no Tempo da Quaresma e somos convidados a entrar em clima de penitência, oração e jejum. Fazer uma boa confissão, uma revisão de vida, e somos convidados a mudar de vida e ressuscitar com Cristo para uma vida nova. E assim, ao celebrarmos o Tempo da Páscoa a Igreja se reveste de inteira alegria, festejando a vida que venceu a morte e todos os fiéis que foram lavados pela água do batismo. E por fim, após Pentecostes volta o Tempo Comum e somos impulsionados pelo Espírito Santo a sair em missão e anunciar a boa nova. Junto com esse esquema litúrgico acompanha também as cores litúrgicas e os cânticos próprios da época.

O Ano Litúrgico nos ajuda a lembrar que Cristo deve ser o “centro” das nossas vidas e conduz a nossa vida, de nossa família, do nosso trabalho. Por isso a missa não é uma repetição, mas uma atualização, a cada ano muda o conteúdo das leituras e a cada tempo litúrgico celebrado envolve-se por um mistério, e tem uma essência que nunca muda que é a Eucaristia.

Neste ano como já dissemos o centro da reflexão da liturgia dominical deste ano B que agora iniciamos é a partir do Evangelho de Marcos, que vai embasar os seus textos na divindade de Jesus. Marcos nos apresentará muitos milagres operados por Jesus, a partir do próprio questionamento de Jesus “Quem sou eu?” (8,28)Percebe-se aqui o porquê a messianidade de Cristo ainda não devia ser divulgada. Depois os discípulos têm a imagem do Messias terreno e depois finalmente compreendem a missão de Jesus que não era deste mundo.

O Tempo Comum como num todo, é composto de 34 semanas e nos apresenta Jesus num caminho de subida a Jerusalém para sofrer a paixão e durante essas 34 semanas ele nos mostra qual o caminho que devemos seguir para construir o Reino de Deus aqui na terra. Um Reino que se inicia aqui e que vamos vivenciá-lo de maneira definitiva no céu. Esse Reino é diferente do que era exercido no tempo de Jesus, é um Reino de amor e de paz e que pregava a inclusão de todas as pessoas.

Celebremos com alegria mais um Ano Litúrgico e participemos desse corpo místico que é a Igreja, celebrando a espiritualidade que cada tempo nos proporciona, vivenciando na nossa vida os mistérios de Cristo. Vivamos no dia a dia o nosso batismo, sendo “sal na terra e luz no mundo” para quem nós encontrarmos.

CNBB

ESPIRITUALIDADE: Amor Abissal a Deus

Ecclesia

Amor Abissal a Deus

Pe. Inácio José do Vale

O primeiro e maior mandamento ensinado por Nosso Senhor Jesus Cristo, é amar o Senhor Deus, Pai eterno e todo-poderoso de todo o nosso coração, de toda nossa alma, de toda nossa mente e de toda nossa força (Mc 12,30).

Se soubéssemos o suficiente sobre Quem Deus é e o que Ele pode ser para nós, estaríamos prostrados, suplicando que nos desse o privilégio de amá-Lo no abissal máximo da nossa capacidade. Quando somos divinamente iluminados, amar ao Bom Deus de todo o nosso coração é o mais sublime prazer da nossa existência.

Viver sem amar é não viver. Ninguém pode viver uma vida de paz, e alegria e de felicidade sem amar a Deus de toda sua alma.Disse Sigmund Freud: «O que se precisa para ser feliz? Trabalho e amor».

O amor é o sentimento mais poderoso do universo. É o sentimento da vitória. Dele afirmou o Pe. José Kentenich: «Permaneçamos fielmente unidos e não esqueçamos que o amor vence tudo».

Há duas palavras no Novo Testamento grego que significam amor. A palavra philos se refere a todo afeto humano natural, algo que todos os seres humanos possuem. A outra palavra é ágape, fala do amor de Deus e seus atributos para humanidade. A maior expressão desse amor está em João 3,16. «Deus amou o mundo de tal maneira que deu o único filho, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna»

O Papa Bento XVI, na sua Carta Encíclica Deus Caritas Est, no final da introdução exorta: «O meu desejo é insistir sobre alguns elementos fundamentais, para desse modo suscitar no mundo um renomado dinamismo de empenhamento na resposta ao amor divino».

Ninguém melhor respondeu ao amor divino do que a bendita Virgem Maria. Está escrito em Lucas 1,38: «Disse então Maria: 'Eis aqui a serva do Senhor: cumpra-se em mim segundo a tua palavra'». No versículo 37 está escrito: «E o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador».

Maria é o mais belo exemplo do amor abissal ao nosso Deus. O amor de Maria é o amor que faz cumprir a gloriosa palavra de Deus em sua vida. Todo esse amor está imbuído de gratidão, alegria, pureza, submissão e sofrimento. Essa manifestação do amor por Deus nos mostra mais claramente a ilusão, o engano, o valor passageiro de tudo que parece ser bom neste mundo. A revelação desse poderoso amor é a arma que «dissipou os soberbos no pensamento de seus corações. Depôs dos tronos os poderosos, e elevou os humildes. Encheu de bens os famintos, e despediu vazios os ricos». (Lc 1, 51-53).

O amor abissal ignora tudo que queira ser intruso no nosso coração para tomar o santo lugar de Deus ou que, no menor sentido possível, tenta dividir com ele o nosso coração. É com a revelação desse amor que escolhemos o Deus da vida e rejeitamos todos os deuses da morte, todos os falsos profetas, todos os ídolos e toda pregação enganosa da teologia da prosperidade. Nossos corações ardem com indignação contra tudo que tenta tomar o santíssimo espaço do Bom Deus ou tenta ocupar a menor parte que seja da honra, da glória, do louvor e da adoração devidos somente a Deus Pai Todo-Poderoso.

Com a graça do amor, exaltamos a soberania de Deus. Com a fé e o amor, temos poder para orar. Com a esperança temos confiança no amor de Deus para vida eterna. Com a bênção do amor, deixamos de lado tudo que possa competir com a nossa salvação. Com amor temos Jesus Cristo como Senhor de tudo. Com o amor de Deus que foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo (Rm 5, 5), ficamos desprovidos das coisas negativos do mundo e do inferno.

Temos certeza absoluta do amor de Deus para a nossa alma. Chegaremos ao paraíso, com o perdão dos nossos pecados, por meio da caridade divina (Pr 10,12; I Pd 4,8).

O amor abissal nos leva a ter sede e fome de Deus. O rei Davi tinha esse amor, quando escreveu: «A minha alma tem sede de Deus do Deus vivo» (Sl 42,1,2). Lindo é o seu clamor descrito no Salmo 63,1,2: «Ó Deus , Tu és o meu Deus; de madrugada Te buscarei. A minha alma tem sede de Ti; a minha carne Te deseja muito em uma terra seca e cansada, onde não há água; para ver a Tua fortaleza e a tua glória, como Te vi no santuário».

Ninguém pode servir a Deus, sem amá-Lo ardentemente. Ninguém pode amar o próximo, sem amar a Deus. Ninguém pode amar a Deus, sem amar a humanidade. Ninguém pode fazer a obra do Senhor, sem ter fome e sede de Deus.

É o amor divino que atrai o ser humano para conhecer e relacionar com a Santíssima Trindade. Através do amor, temos comunhão com as três Pessoas Divinas. A nossa comunhão eclesial, parte da comunhão trinitária. Nada em toda a nossa vida, poderá satisfazer nossos desejos, a não ser o amor, faz-nos negligenciar tudo que é terreno, relativo e insignificante, a fim de alcançar algo maior e eterno.

Diz o padre Vitor Galdino Feller: «Deus é amor (1 Jo 4,8.16). Nesse sentido, Ele basta-se a Si mesmo, na inter-relação infinita de transbordamento de amor entre as três Pessoas Divinas. Por ser assim, Deus-Amor quer que compartilhemos de sua vida, criou-nos para a comunhão consigo e chama-nos do egoísmo e de toda forma de pecado para a reconciliação com Ele e com os nossos irmãos. O ser humano não se cansa de acreditar no amor e na comunhão. Essa esperança se fundamenta em Deus que é amor e no amor de Deus por nós».

Com categoria afirmava o Doutor da Graça, Santo Agostinho: «Se vês a caridade, vês a Trindade».

É a dimensão desse trinitário amor, que arde em nossos corações pelo Senhor Deus, pelo semelhante e que arrebenta o mero espírito religioso rotineiro e o atrai para uma vida de ardor, ousadia e poder. Com atração desse amor, as pessoas insistem pelo valor da vida.Tem forças para lutar contra as injustiças e a cultura de morte. Atravessam terra, mar, montanhas, vales, desertos, barreiras, caminhos solitários, espinhosos e pontes.

Todas as coisas sem o amor de Deus, mais cedo ou mais tarde acabam nos enfadando. Sem amor, nada é feito para durar. Somente é renovado a cada dia, quando o coração apaixonado, descobre o novo a cada momento, uma nova visão para aquecer o amor.

São Paulo Apóstolo afirma que o amor de Cristo nos constrange e que somos edificados em amor (II Cor 5,14; Ef 4,16).

«Se quiséssemos compendiar a mensagem cristã em poucas palavras, encontraríamos a formulação exata em São João Apóstolo: «Ele primeiro nos amou» (1 Jo 4,19). Mas não somente Ele ama. Há Mais: Ele amou PRIMEIRO, isto é, teve a iniciativa de amar não somente ao criar o homem, mas também ao recriá-lo; na verdade, o homem disse NÃO a Deus pelo pecado dos primeiros pais; nessas condições o Pai enviou seu próprio Filho feito novo Adão para redimir o primeiro Adão e sua linhagem. Deus Pai revelou assim a grandeza do seu amor tal que jamais o homem a imaginaria», escreveu Dom Estevão Bettencourt, OSB.

O amor abissal para com Deus é uma oblação radical, é uma atitude de se dar sem reservas ao bondoso Pai Celestial.


Ecclesia

O que é ser católico?

Canção Nova

O Padre Joãozinho recebeu essa pergunta de um jovem em crise de fé. Mas e se a pergunta tivesse sido direcionada a você?

Um jovem me fez essa pergunta. Disse que há algum tempo está em crise de fé e tem buscado a solução em igrejas evangélicas. Em uma delas, ao se confessar católico, ouviu dizer que a palavra “católico” nem sequer está na Bíblia. Pedi que ele abrisse a sua Bíblia no Evangelho de Mateus, capítulo 28, versículos 18b-20.

“É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém”.

Você percebeu que fiz questão de colocar em negrito uma palavrinha que aparece de modo insistente no texto: “todo”. Jesus tem todo o poder; devemos anunciá-Lo a todos os povos, guardar todo o ensinamento d’Ele, na certeza de que estará todos os dias conosco. Essa ordem de Cristo foi levada muito a sério pelos discípulos. Em grego, a expressão “todo” pode ser traduzida por “Kat-holon”. Daí vem a palavra “católico” (em grego seria: Καθολικός). Ao longo do primeiro e segundo séculos, os seguidores de Jesus Cristo começaram a serem reconhecidos como “cristãos” e “católicos”. As duas palavras eram utilizadas indistintamente.

Ser católico já significava “ser plenamente cristão”. O catolicismo, portanto, é o cristianismo na sua “totalidade”.

A riqueza de ser católico

O catolicismo é a forma mais completa de obedecer ao mandato do Mestre antes de sua volta para o Pai. O mesmo mandato pode ser lido no Evangelho de Marcos 16,15: “Ide e pregai o Evangelho a toda criatura”. Há, portanto, uma catolicidade vertical, que é ter o Cristo todo, ou seja, ser discípulo; e uma catolicidade horizontal, que é levar o Cristo a todos, ou seja, ser missionário. Isso é ser católico: totalmente discípulo, totalmente missionário, totalmente cristão!

Ao que tudo indica, o termo “católico”, tornou-se mais popular a partir de Santo Inácio de Antioquia (discípulo de São João) no ano 110 d.C. Pode significar tanto a “universalidade” da Igreja como a sua “autenticidade”. Quase na mesma época, São Policarpo utilizava o termo “católico” também nesses dois sentidos. São Cirilo de Jerusalém (315-386), bispo e doutor da Igreja, dizia: “A Igreja é católica porque está espalhada por todo o mundo; ensina em plenitude toda a doutrina que a humanidade deve conhecer; conduz toda a humanidade à obediência religiosa; é a cura universal para o pecado e possui todas as virtudes” (Catechesis 18:23).

Veja que, já estão bem claros os dois sentidos de “católico” como “universal e ortodoxo”. Durante mil anos, os dois significados estiveram unidos. Mas, por volta do ano 1000, aconteceu um grande cisma que dividiu a Igreja em “Ocidental e Oriental”. A Igreja do Ocidente continuou a ser denominada “católica” e a Igreja do Oriente adotou o adjetivo de “ortodoxa”. A raiz das duas palavras remetem ao significado original de Igreja: “autêntica”.

A Igreja católica reconhece que cristãos de outras igrejas podem ter o batismo válido e possuir sementes da verdade em sua fé. Porém, sabe que apenas ela conserva e ensina, sem corrupção, TODA a doutrina apostólica e possui TODOS os meios de salvação.

Devemos viver e promover a sensibilidade ecumênica favorecendo a fraternidade com os irmãos que pensam ou vivem a fé cristã de um modo diferente. Mas isso não significa abrir mão de nossa catolicidade. Quando celebramos a Eucaristia, seguimos à risca a ordem do Mestre, que disse: “Fazei isso em memória de mim!”. A falta da Eucaristia deixa uma grande lacuna em algumas Igrejas. Um pastor evangélico, certa vez, disse-me que gostaria de rezar a Ave-Maria, mas, por ser evangélico, não conseguia. Perguntei o porquê? Ele disse que se sentia incomodado toda vez que lia o Magnificat, em que a Santíssima Virgem proclama: “Todas as gerações me chamarão de bendita” (Lc 1,48). E se questionava sobre o porquê de sua geração tão evangélica não fazer parte dessa geração que proclama Bem-aventurada a Mãe do Salvador!

Realmente, ser católico é ser totalmente cristão!

Por Padre Joãozinho, SCJ, via Canção Nova e Aleteia

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Hoje é o Dia Mundial de Luta Contra a Aids, rezemos por todos os que sofrem com a doença

Foto referencial / Flickr - Webhamster (CC-BY-2.0)

REDAÇÃO CENTRAL, 01 dez. 20 / 05:00 am (ACI).- Neste dia 1º de dezembro é celebrado o Dia Mundial de Luta Contra a Aids, uma doença que continua matando muitas pessoas. A Igreja Católica é a instituição que mais se preocupa pelas vítimas, atendendo um de cada quatro doentes no mundo inteiro.

Segundo dados do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o HIV/Aids (UNAIDS, em inglês), 38 milhões de pessoas viviam com o HIV em 2019 em todo o mundo. Ou seja, pessoas que têm o vírus, mas que ainda não desenvolveram a doenças e para os quais é importante o uso dos antirretrovirais.

Nesse mesmo ano, 1,7 milhão de pessoas contraíram a infecção do HIV. Por outro lado, 690 mil faleceram por causa de doenças relacionadas com a Aids, frente aos 1,7 milhão de 2004 e os 1,2 milhão de 2010.

Desde que começou a epidemia, 75,7 milhões de pessoas contraíram a infecção do HIV e 32,7 milhões faleceram.

Ação da Igreja Católica

Ao contrário de muitos organismos e instituições que propõem métodos anticoncepcionais, como o uso do preservativo (camisinha) para impedir o Aids, a Igreja destaca que a fidelidade dos esposos e a castidade até o matrimônio é a forma mais segura para evitar todo tipo de doença de transmissão sexual.

As principais instituições católicas que atendem pacientes com HIV/Aids são Cáritas Internacional e Catholic Relief Services (CRS).

Desde 1987, a Cáritas oferece apoio médico, social, emocional e espiritual às pessoas que vivem com HIV e Aids. Sua campanha HAART, para crianças, promove o diagnóstico precoce e o tratamento do HIV em mulheres e bebês. A campanha pressiona para obter programas de teste acessíveis e medicamentos adequados. Defende que todas as mulheres grávidas soropositivas recebam tratamento antirretroviral, cirurgia de cesariana e alternativas à amamentação quando isso for aconselhável e apropriado.

Por sua parte, CRS apoiou programas internacionais de HIV durante mais de 25 anos, quase desde o começo da pandemia. Seus programas abarcam todas as áreas de programação, incluída a atenção domiciliar, terapia antirretroviral, apoio ao tratamento, redução do estigma, prevenção e serviços integrais para crianças vulneráveis. 

São João Paulo II, por motivo da Jornada Mundial do Doente em 2005, enviou uma mensagem ao mundo e recordou que para combater a Aids de forma responsável “é preciso aumentar sua prevenção mediante a educação no respeito ao valor sagrado da vida e a formação na prática correta da sexualidade”.

“Com efeito, se são muitas as infecções por contágio através do sangue, especialmente durante a gestação, infecções que devem ser combatidas com todos os meios, muito mais numerosas são as que se contraem por via sexual e que podem ser evitadas, sobretudo, mediante um comportamento responsável e a observância da virtude da castidade”, enfatizou.

Até 2010, do total de pessoas infectadas no mundo com o HIV/Aids, aproximadamente 25% era atendida por alguma instituição da Igreja Católica. Esta percentagem aumentava no caso da África, onde a Igreja cuidava de aproximadamente 50% dos afetados por este flagelo.

Nos últimos anos, com o impulso do Papa Francisco, esta ajuda caridosa e de amor ao próximo aumentou, o que converte a Igreja em uma das instituições mais importantes a nível mundial neste tema.

Por isso, neste dia especial de luta contra a Aids, unidos a milhares de cristãos, propomos a seguinte oração para que Deus dê fortaleza àqueles que sofrem desta doença.

Oração pelos doentes de Aids

Deus nosso Pai, escuta nossa oração por aqueles que são vítimas da Aids, aqueles que estão em perigo de morte. Concede-lhes o conforto de tua presença, faze com que eles procurem tua face, e encontrem a força em ti que és a fonte da vida. Senhor Jesus, escuta nossa oração por aqueles que acabaram de descobrir que estão contaminados pelo vírus HIV, mas que ainda não estão doentes. Recorda-lhes que eles têm ainda uma vida diante de si: faze com que eles encontrem em Ti a Vida, o Caminho e a Verdade. Espírito Santo de Deus, escuta nossas orações por aqueles que cuidam das pessoas doentes da Aids. Concede-lhes a certeza da presença do Pai e do amor de Jesus. Concede-lhes teu conforto, dá-lhes tua paz. Pai, nós te pedimos que todos nós escutemos teu apelo nestas circunstâncias, um apelo a ajudar os outros. Nós te pedimos que todos façam penitência de suas imoralidades e modelem suas vidas sobre os conselhos que nos dá a tua Palavra. Ajuda-nos a fim de que possamos viver de maneira responsável, pensando não unicamente em nós mesmos, mas também naqueles que estão ao nosso redor. Nós te pedimos pelos cientistas e médicos que trabalham na pesquisa em busca de um remédio para combater a Aids. Nós te pedimos por tua Igreja. Guia-nos a fim de que possamos dar teu conforto àqueles que necessitam de ser apoiados. Cumula nossos corações de tua compaixão para que os contaminados pela Aids tenham a certeza de que a Igreja os ajudará. Guia-nos a fim de que saibamos como ajudar aqueles que necessitam. Isso nós te pedimos porque tua misericórdia por nós é imensa.

Senhor da misericórdia, escuta nossa oração. Amém.

ACI Digital

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF