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sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Vacina não altera DNA nem tem microchip: as mentiras sobre imunização contra o coronavírus

GETTY IMAGES
Uma equipe de repórteres da BBC analisou algumas das informações falsas sobre vacinas mais amplamente compartilhadas nas redes sociais — tudo, desde supostas tramas para colocar microchips em pessoas até a suposta reengenharia de nosso código genético.

·         Flora Carmichael e Jack Goodman

·         BBC Reality Check

3 dezembro 2020

'DNA alterado'

O medo de que uma vacina seja capaz de mudar de alguma forma o DNA das pessoas é algo regularmente compartilhado nas redes sociais.

A BBC perguntou a três cientistas independentes sobre o assunto. Eles responderam que a vacina contra o coronavírus não alteraria o DNA humano.

Algumas das vacinas recém-criadas, incluindo a agora aprovada no Reino Unido e desenvolvida pela Pfizer/BioNTech, usam um fragmento do material genético do vírus — ou RNA mensageiro.

"Injetar RNA em uma pessoa não mexe em nada no DNA de uma célula humana", explica o professor Jeffrey Almond, da Universidade de Oxford, do Reino Unido.

A vacina funciona dando instruções ao corpo para produzir uma proteína que está presente na superfície do coronavírus.

O sistema imunológico então aprende a reconhecer e produzir anticorpos contra o vírus.

Esta não é a primeira vez que alegações de que uma vacina contra o coronavírus supostamente altera o DNA ganham força. Investigamos um vídeo popular divulgando a teoria em maio.

Algumas postagens apontavam que a tecnologia da vacina de RNA mensageiro (mRNA) "nunca foi testada ou aprovada antes".

É verdade que nenhuma vacina de mRNA foi aprovada até então, mas vários estudos com medicamentos desse porte foram testados em humanos nos últimos anos. E, desde o início da pandemia, a vacina foi testada em dezenas de milhares de pessoas em todo o mundo e passou por processos de aprovação de segurança.


A vacina contra covid-19 não altera o DNA de quem recebê-la

 

Como todas as novas vacinas, ela deve passar por verificações de segurança rigorosas antes de ser recomendada para uso generalizado.

Nos ensaios clínicos de fase 1 e fase 2, as vacinas são testadas em um pequeno número de voluntários para verificar se são seguras e determinar a dose certa.

Nos testes de fase 3, as imunizações são testadas em milhares de pessoas para verificar a eficácia. O grupo que recebeu a vacina e um grupo de controle que tomou placebo são monitorados de perto para quaisquer reações adversas, como efeitos colaterais. O monitoramento de segurança continua após a vacina ser aprovada para uso.

 

Bill Gates e microchip

A seguir, uma teoria da conspiração que se espalhou pelo mundo.

Ele afirma que a pandemia de coronavírus é uma cortina de fumaça para um plano de implante de microchips rastreáveis nas pessoas. O cofundador da Microsoft, Bill Gates, estaria por trás do plano.

Não existe um "microchip" de vacina e não há evidências que sustentem as alegações de que Bill Gates esteja planejando isso no futuro.


Não é verdade que vacinas contra o coronavírus tenham microchips de Bill Gates

 

A Fundação Bill e Melinda Gates disse à BBC que a teoria é "falsa".

Os rumores se espalharam em março, quando Gates disse em uma entrevista que eventualmente "teremos alguns certificados digitais" que seriam usados ​​para mostrar quem se recuperou, foi testado e, finalmente, quem recebeu a vacina. Ele não fez menção aos microchips.

Isso levou a um artigo amplamente compartilhado com o título: "Bill Gates usará implantes de microchip para combater o coronavírus."

O artigo faz referência a um estudo, financiado pela fundação do bilionário, sobre uma tecnologia que poderia armazenar os registros da vacina de uma pessoa em uma tinta especial administrada com uma injeção.

No entanto, a tecnologia não é um microchip e é funciona mais como uma tatuagem invisível. Ela ainda não foi implementada, não permitiria que pessoas fossem rastreadas e informações pessoais não seriam inseridas em um banco de dados, diz Ana Jaklenec, cientista envolvida no estudo.

O bilionário fundador da Microsoft foi objeto de muitos falsos rumores durante a pandemia.

Ele foi visado por causa de seu trabalho filantrópico em saúde pública e desenvolvimento de vacinas.

Apesar da falta de evidências, em maio, uma pesquisa do YouGov com 1.640 pessoas apontou que 28% dos americanos acreditavam que Gates queria usar vacinas para implantar microchips em pessoas. O percentual crescia para 44% entre os seguidores do Partido Republicano, de Donald Trump.

 

Tecido de feto

As vacinas contra covid-19 não contêm células de fetos abortados

 

Também há teorias de que as vacinas contêm tecido pulmonar de fetos abortados. Essa teoria também é falsa.

"Não há células fetais usadas em qualquer processo de produção de vacina", explica Michael Head, da Universidade de Southampton, no Reino Unido.

Um vídeo em particular postado em uma das maiores páginas antivacinas do Facebook aponta que um estudo sobre a vacina desenvolvida pela AstraZeneca e pela Universidade de Oxford mostrava o uso desse tecido.

Mas a interpretação do narrador do vídeo está errada: o estudo citado explorou como a vacina reagiu quando introduzida em células humanas em um laboratório, e não que havia tecido de fetos abortados no desenvolvimento do medicamento.

A mentira pode ter surgido porque há uma etapa no processo de desenvolvimento de uma vacina que usa células cultivadas em laboratório, que são descendentes de células embrionárias que de outra forma teriam sido destruídas. A técnica foi desenvolvida na década de 1960, e nenhum feto foi abortado para ser utilizado nesta pesquisa.

Muitas vacinas são feitas desta forma, explica David Matthews, da Universidade de Bristol, acrescentando que quaisquer vestígios das células são completamente removidos da vacina, "com padrões excepcionalmente elevados".

Os desenvolvedores da vacina na Universidade de Oxford dizem que trabalharam com células clonadas, mas essas células "não são células de bebês abortados".

As células funcionam como uma espécie de fábrica. Ela cria uma forma muito enfraquecida do vírus que foi adaptada para funcionar como uma vacina.

Mas, embora o vírus enfraquecido seja criado a partir dessas células clonadas, esse material celular é removido quando o vírus é purificado, e não é usado na vacina.

 

Taxa de recuperação

Um dos questionamentos bastante compartilhado nas redes sociais é sobre o qual o motivo da necessidade de uma vacina se a chance de morte por covid-19 é tão pequena.

Um meme compartilhado por pessoas que se opõem à vacinação colocou a taxa de recuperação da doença em 99,97% e sugeriu que ser infectado por covid-19 é uma opção mais segura do que tomar uma vacina.

Para começar, o número referido no meme como "taxa de recuperação" — o que implica que são pessoas que contraíram o vírus e sobreviveram — não é correto.

Cerca de 99% das pessoas que pegam covid sobrevivem, diz Jason Oke, estatístico da Universidade de Oxford.

Portanto, cerca de 100 pessoas por grupo de 10 mil infectados vão morrer — muito mais do que três em 10 mil, conforme sugere o meme.

No entanto, Oke acrescenta que "em todos os casos os riscos dependem muito da idade e não levam em consideração a morbidade de curto e longo prazo da covid-19".

Não se trata apenas de sobrevivência. Para cada pessoa que morre, há outras que sobrevivem, mas passam por cuidados médicos intensivos. Também há aquelas que sofrem com sequelas duradouras.

Isso pode contribuir para um serviço de saúde sobrecarregado, cheio de pacientes com covid, competindo com os recursos limitados de um hospital que trata pacientes com outras doenças e lesões.

Concentrar-se na taxa de mortalidade geral, ou dividir a aplicação de uma vacina em um ato individual, perde o sentido da vacinação, diz o professor Liam Smeeth, da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres. "A vacinação deve ser vista como um esforço da sociedade para proteger os outros, diz ele.

"No Reino Unido, a pior parte da pandemia, o motivo do lockdown, ocorre porque o serviço de saúde ficaria sobrecarregado. Grupos vulneráveis ​​como idosos e doentes em lares de idosos têm uma chance muito maior de adoecer gravemente se contraírem o vírus,", explica.


Reportagem adicional de Kris Bramwell, Olga Robinson e Marianna Spring

 https://www.bbc.com/portuguese/geral-55181327

BBC News Brasil

Buscou a Deus no ocultismo, mas achou-O na confissão e no câncer

Photocreo | Depositphotos
por Opus Dei

"Com 22 anos, tinha perdido a fé, mas andava à procura de Deus", conta Miguel.

Buscou a Deus no ocultismo, mas achou-O na confissão e no câncer. Este é apenas um resumo pobre, mas serve ao menos como introdução para a trajetória de Miguel e da sua procura por Deus.

Português de 40 anos, esposo e pai de família, ele publicou o seu depoimento no site do Opus Dei, confessando que procurava Deus nos lugares errados e compartilhando como foi que O encontrou.

“Sou o Miguel, de Sobral de Monte Agraço e tenho 40 anos. Nasci numa família normalíssima com mais dois irmãos. Agradeço a educação que recebi: sempre me souberam exigir nos momentos certos”.

A paixão pelos cavalos o levou à França para trabalhar com cavaleiro e aprender mais a respeito. A prática religiosa já tinha sido abandonada fazia tempo: “saídas à noite quase diárias com diferentes amigos do mundo dos cavalos (…) Tive várias namoradas e tinha a convicção clara de que nunca me iria comprometer com o casamento. Com 22 anos, tinha perdido a fé”.

Miguel, porém, ressalva:

“Mas andava à procura de Deus”.

Buscou a Deus no ocultismo…

Nessa procura, passou a consultar uma astróloga “médium”, porque ela era reconhecida como alguém que ajudava muitas pessoas.

“Entre muitas sugestões que me deu, uma delas surpreendeu-me: ir à missa durante nove dias seguidos”.

E ele foi. No entanto, alguém um dia lhe fez uma observação:

“As bruxas mandam-te ir à missa, mas nunca te vão falar de confissão”.

…mas achou-O na confissão

A ideia lhe deu voltas na cabeça até certo ponto, mas ele não foi atrás de confessor nenhum.

“Um dia, em meados de 2011, a convite do primo daquela que é hoje minha esposa (Maria), fui almoçar com o Pe. Hugo. Aquela conversa com um sacerdote teve enorme impacto em mim. Naquele encontro pedi-lhe imediatamente para me confessar. Perdi uma ‘tonelada’ naquela confissão. Percebi também que, até então, tinha vivido no escuro”.

Com a conversão, também a relação com Maria fortaleceu-se: “e sentia, já antes de me converter, que a Maria seria a pessoa com quem estaria até ao resto da minha vida. E Deus confirmou-me que era essa a minha vocação”.

O casal tem hoje três filhos.

Perseverar na conversão, porém, não é fácil.

“Passado o fulgor inicial, comecei a sentir que não avançava como devia: o peso da minha vida passada e as tendências que lutavam contra o meu desejo de uma vida diferente – muitas delas mal conseguia detectar – não me deixavam melhorar. Era para mim claro que precisava de apoio”.

Miguel deu início então a um percurso de formação católica no Opus Dei, prelazia que incentiva a praticar a santificação em meio às atividades normais do dia-a-dia, em particular na realização do próprio trabalho como meio de colaborar com Deus para a salvação das almas.

O câncer

Em 2019, porém, um novo desafio se desenhou: um mieloma múltiplo, espécie de câncer no sangue, para o qual ainda não exite cura.

“O que me ocorreu logo foi que, se Jesus se entregou e morreu por mim, por que não hei-de eu padecer por Ele? Seguramente isto seria para meu bem, para a minha salvação e da minha família. Então não fiquei nunca com medo, nem desesperado nem tão pouco revoltado”.

Miguel afirma que a sua vida ganhou novo valor com a experiência da doença e do sofrimento: “unia-me como nunca a Jesus, podia rezar e oferecer tudo isso por todos os que amo, pela Igreja e pela obra”.

Em maio de 2020, durante a pandemia de covid-19, Miguel ficou internado no Instituto Português de Oncologia (IPO), em Lisboa, sem poder receber visitas. No entanto, conheceu ali “uma pessoa muito especial que me ajudou muito: o Pe. Custódio, capelão do IPO”.

Comungava, assim, diariamente, além de contar com o apoio de Maria, de toda a família, dos amigos e dos companheiros de fé.

“As muitíssimas pessoas que rezaram por mim foram e são o meu suporte, tal como a nossa queridíssima Mãe, Maria Santíssima”.

Miguel encerra seu testemunho declarando a sua felicidade e lançando uma pergunta sobre a natureza dessa felicidade:

“Chegar a um tão difícil desafio da vida e poder dizer que sou feliz, profundamente feliz, não tem explicação. O que poderá ser senão a graça de Deus?”

Aleteia 

Como José e Maria esperavam o nascimento de Jesus?

Gentile da Fabriano | Public Domain
por Carlos Padilla Esteban

O maior milagre está escondido em Maria, o maior segredo é cuidado por José.

Maria está a caminho de Belém. Junto a José. E com Jesus no seu interior. É advento. É espera. É silêncio. Desligamos o celular e nos conectamos a Deus. Descansamos do barulho do mundo. Faz bem desconectar-se um pouco. Renunciar um pouco. Fazer mais silêncio.

Caminhamos com Maria e José. Maria acalma José quando ele se inquieta. José se ajoelha diante de Maria, diante de Jesus em Maria. Maria, no advento, é o único lugar do mundo onde se encontra o Deus feito carne. Que grandeza! Que pequenez!

O medo, a incerteza, o sentimento de fragilidade, o poder descansar em José. Maria não está sozinha. Como Deus é bom! Ela pode falar com José, sonhar com ele, rezar com ele olhando as estrelas, caminhar na ponta dos pés pela vida, levantar o olhar e os anseios, construir um mundo de ternura.

Ele sabe de tudo e compreende Maria. Com ele, ela pode falar tudo. Com José, com suas mãos sobre sua barriga. Os três estão sozinhos neste momento.

O caminho

Imagino a intimidade de Maria com Jesus. Os diálogos intermináveis no silêncio do caminho. Imagino a intimidade de Maria com José, a intimidade dos três. Como será que eles rezavam juntos? Certamente, também tinham medos, dúvidas, inseguranças.

“Como será este menino? O que vai acontecer? Onde ele nascerá? O que teremos de fazer? Como poderemos educar o próprio Deus?” Eles sentem que não sabem nada, que são fracos e ignorantes. Como se educa um Deus que sabe tudo, que pode tudo?

José está tranquilo porque Maria está presente. Ele confia totalmente nela. É um tempo de olhares, de silêncios, de ternura. De abraços calados. O anjo veio ao seu encontro. Ao de Maria, ao de José. Mas depois o anjo parece ficar calado. Não há mais sinais. Só Deus em Maria, só Maria em Deus.

Quantos caminhos nesse primeiro advento! O caminho de Deus até nós, tocando com imenso respeito a porta de Maria, a porta de José. O caminho até a casa de Isabel, Maria cheia de Deus, levando a alegria em seu ventre.

Há quadros que representam José caminhando com Maria rumo à casa de Isabel. Como poderia deixá-la sozinha? O caminho sagrado até Belém. Muitos passos, muitos dias, muitas noites. Calor e frio. Escuridão e luzes. Vento e medo. Alegria e espera. Assim como em nossa vida, quando caminhamos.

Nossa história

Repassamos o passado e encontramos também caminhos em nossa história, encontros e desencontros, medos e esperanças. Como José e Maria no advento. Caminhos e descansos. Muitos momentos de quietude, de recolhimento, de oração profunda, interior, de descansar em silêncio, um junto ao outro, os três unidos.

O maior milagre está escondido em Maria. O maior segredo é cuidado por José. Deus cresce dentro dela. Maria o guarda como o mais sagrado. Acaricia-o. E o espera quando ninguém o espera. Em silêncio, seu corpo e sua alma se preparam para Ele.

Ela já sabe seu nome. Chama-o pelo nome. Calada, em seu coração. Pronuncia seu nome. Chama-o suavemente. Com imensa ternura. Ela sempre o amou, e agora Ele está com Ela, para sempre.

Maria pensa nas pessoas a quem Jesus ajudará. Repete seu “sim”. Às vezes com força. Às vezes também com voz suave. Subitamente, diz como um grito. Mas, outras vezes, seu “sim” será o silêncio, o gesto calado. O simples estar em pé. O ajoelhar-se para segurar aquele que não consegue se manter em pé.

Esse “sim” de Nazaré, esse “sim” de Ain Karim, esse “sim” repetido no caminho a Belém. Esse “sim” em Belém, escondida ao lado de uma manjedoura. Esse “sim” no Egito, cheia de desconcerto. E novamente esse “sim” do silêncio de trinta anos.

Esse “sim” oculto em uma família santa. Esse “sim” que nós tantas vezes não pronunciamos. Esse “sim” que fica preso na garganta. Esse desejo torpe e pobre por levantar o olhar, a alma, o interior. Esse anseio profundo por chegar ao mais profundo da vida.

Hoje, podemos nos unir a esta oração:

“Ensina-me, Maria, neste advento, a querer, a velar, a guardar, a olhar para o meu interior sem mês distrair. Porque eu me distraio. Ajuda-me a caminhar, como tu. Tu carregas Deus sem dizer nada. Isso me comove. Como eu gostaria de me parecer mais com você!

Tu carregas Deus em tua paz, em tua ternura, em tua misericórdia, na luz dos teus olhos, nesse teu jeito de estar preocupada pelos detalhes mais humanos, de acolher com teu olhar limpo, de deixar de pensar em ti para pensar no outro.

Teu ‘sim’ de Nazaré… Ah, quantos ‘sim’ saíram dos teus lábios, da tua alma! Agora, tu e José não veem mais que o hoje, mas confiam. Em breve, haverá outro passo a ser lado, e Deus lhes marcará esse pedaço de caminho com seus passos, dando-lhes luz.

Ajuda-me a ser assim, a dar o meu ‘sim’ nos passos que preciso dar hoje, e confiar em que, para os passos de amanhã, Deus estará comigo. ‘Sim’ ao hoje. ‘Sim’ a este passo.”

Neste advento, queremos aprender novamente a caminhar. Sem pressa. Em silêncio. Desconectados um pouco. Conectados profundamente com Deus. Primeiro um passo, depois o outro. Assim, o caminho se tornará mais leve. Enxergaremos mais longe. Confiaremos com mais força. Como as crianças, que sabem que alguém as espera para iluminar seu caminho de cada dia.

Aleteia

Jesus nasceu em 25 de dezembro? (Parte 2/7)

Nascimento de Jesus | Caravaggio

A reivindicação do feriado pagão

Poderiam os cristãos ter decidido celebrar o aniversário de Jesus em 25 de dezembro para criar uma alternativa a uma celebração pagã popular?

Alguns cristãos fazem esse tipo de coisa hoje. Devido às implicações macabras que o Halloween tem em nossa cultura, algumas igrejas protestantes realizam as celebrações do “Festival da Colheita” ou do “Dia da Reforma” em 31 de outubro para dar aos jovens uma alternativa, por isso não é impossível que os primeiros cristãos tivessem feito a mesma coisa.

Mas há um fraco histórico de reivindicações que os feriados cristãos têm origens pagãs. Por exemplo, a alegação de que a Páscoa tem uma origem pagã é baseada em uma etimologia esboçada para a palavra inglesa Easter, que é supostamente baseada no nome de uma deusa germânica da qual não temos registro.

Além disso, a Páscoa não começou na Inglaterra. É comemorada em todo o mundo cristão e, na maioria das línguas, seu nome deriva de Pesakh – a palavra hebraica para a Páscoa – porque Jesus foi crucificado na Páscoa. Assim, o que quer que seja chamado em países individuais, tem origens judaicas.

Para sustentar a alegação de que o Natal é baseado em um feriado pagão, seria necessário fazer duas coisas: (1) Identificar o feriado pagão que ele suplantou e (2) mostrar que essa foi a intenção dos cristãos que introduziram o Natal em 25 de dezembro.

Alguns alegam que o Natal é baseado no feriado romano Saturnalia – um festival do deus Saturno. No entanto, este feriado foi comemorado em 17 de dezembro, e embora tenha sido posteriormente expandido para incluir os dias que antecederam a 23 de dezembro, foi antes de 25 de dezembro. Uma celebração cristã no último dia não suplantaria a Saturnalia.

Um candidato melhor é o Sol Invictus (latim, “o Sol Inconquistável”), que foi celebrado em 25 de dezembro. No entanto, o registro mais antigo que temos que pode apontar para ser celebrado naquele dia é tarde e ambíguo.

A Cronografia Cristã de 354 d.C registra o “Aniversário do Invicto” sendo celebrado naquela data em 354, mas a identidade do “Invicto” não é clara. Como é um documento cristão que alista o aniversário de Jesus em 25 de dezembro, pode ser o Cristo Invicto- não o sol – cujo nascimento foi celebrado.

Mesmo se o Natal e o Sol Invictus fossem ambos em 25 de dezembro, o Natal poderia ter sido a base do Sol Invictus, ou o contrário, ou poderia ser apenas uma coincidência. Se você quiser reivindicar que a data do Sol Invictus é a base para o Natal, você precisa de provas.

Isso é difícil de encontrar. Mesmo que a Cronografia de 354 dC se refira ao Sol Invictus sendo celebrado em 25 de dezembro, esta é a primeira referência ao fato, e – como veremos abaixo – alguns cristãos afirmaram que Jesus nasceu nessa data por um longo tempo.

Se os cristãos estavam subvertendo o Sol Invictus, deveríamos encontrar os Padres da Igreja dizendo: “Vamos oferecer uma celebração alternativa”. Mas nós não encontramos. Os padres que comemoraram o dia 25 de dezembro pensaram sinceramente que é quando Jesus nasceu.

E mesmo que o Natal tenha sido programado para subverter um feriado pagão, e daí? O Natal é a celebração do nascimento de Jesus Cristo e celebrar o nascimento de Cristo é uma coisa boa. Então, está subvertendo o paganismo. Se os primeiros cristãos estavam fazendo as duas coisas, grande coisa!

Por fim, no entanto, as evidências não apoiam a reivindicação. Bento XVI acertou quando disse:

A alegação costumava ser feita que em 25 de dezembro, desenvolvido em oposição ao mito de mitra, ou como uma resposta cristã ao culto do sol invicto promovido pelos imperadores romanos no terceiro século em seus esforços para estabelecer uma nova religião imperial. No entanto, essas velhas teorias não podem mais ser sustentadas (O Espírito da Liturgia, 107-108).

Continua...

Portal Apologistas da Fé Católica

O Papa: com amizade social não haverá guerras

Vatican News

https://youtu.be/NmGRAlEL2dY

Francisco fala aos participantes do 23º Dia da Pastoral Social na Argentina, enfatizando o tema da "Fraternidade e amizade social". "Olhando como vai o mundo, guerras para todo lado, estamos vivendo a Terceira Guerra Mundial em pedaços. Isto não é amizade social", ressalta na mensagem de vídeo.

Mariangela Jaguraba - Vatican News

Foi divulgada, na tarde desta quinta-feira (03/12), a videomensagem do Papa Francisco para o 23º Dia da Pastoral Social na Argentina sobre o tema “Por uma cultura do encontro, um país para todos. Fraternidade e amizade social”.

Este é um tema que preocupa o Pontífice, “porque pelo pecado, pelas tendências, vamos sempre em direção à inimizade, à guerra, esquecendo que a nossa vocação é a da harmonia, da fraternidade, é ser irmãos. Amizade social”.

Inimigos da amizade social

“Olhando como vai o mundo, guerras para todo lado, estamos vivendo a Terceira Guerra Mundial em pedaços. Isto não é amizade social. Olhamos muitos países onde não se sabe dialogar, se grita. Antes que a outra pessoa termine de expressar o seu pensamento, já estamos respondendo, sem ter ouvido”, sublinha na mensagem de vídeo.

Segundo Francisco, “não pode haver amizade social sem ouvir, sem ouvir o outro. Para ouvir o outro deve haver no meu coração a convicção de que o outro tem algo de bom para me dizer”.

A seguir, o Papa cita dois grandes inimigos da amizade social. “O primeiro são as ideologias que comandam tudo. Elas tendem a comandar e as ideologias conseguem desarmar a concretude da natureza humana. O segundo inimigo são as paixões. A paixão muitas vezes tenta eliminar o outro. Não deixa o outro ocupar o seu lugar.”

Existe muita inimizade social

“Ideologias e paixões em todo o mundo vão contra a amizade social. É verdade que existem bons núcleos de amizade social no mundo, mas também é verdade que existe muita, muita inimizade social”, frisa o Papa.

O Pontífice mencionou como exemplo as guerras, mas convidou a olhar para algumas periferias. “Olhamos para as crianças sem escola, para as pessoas que passam fome, para as pessoas que não têm assistência médica, para a imensa quantidade de pessoas que não têm água encanada, para as pessoas que não têm acesso ao mínimo para viver com dignidade. Esses são os sinais de que no mundo de hoje não existe amizade social.”

De acordo com o Papa, devemos nos perguntar se existe amizade social ao nosso redor, nos lugares onde vivemos, onde trabalhamos.

Se houver amizade social, não haverá guerras

“Se houver amizade social, não haverá guerras ou necessidades de qualquer tipo, e nenhuma educação que não funcione bem. Não nos esqueçamos dos dois grandes inimigos: as ideologias que querem tomar posse da experiência vivida de um povo e as paixões, que são sempre como um rolo compressor, que vão adiante e destroem em vez de dialogar.”

O Papa conclui a videomensagem, convidando os participantes do 23º Dia da Pastoral Social a darem o melhor de si e serem concretos, “a não refletir no abstrato, mas com os pés no chão, com dados concretos”.

Vatican News

Papa transforma Rede Mundial de Oração em Fundação vaticana

Papa Francisco em oração. Foto: Vatican Media
Por Miguel Pérez Pichel

Vaticano, 03 dez. 20 / 10:40 am (ACI).- O Papa Francisco aprovou a transformação da Rede Mundial de Oração do Papa em uma Fundação com pessoa jurídica canônica e vaticana, para o qual também aprovou os seus novos estatutos.

Esta nova Fundação vaticana é responsável pelo vídeo das intenções de oração do Papa, que é transmitido todos os meses com algumas palavras gravadas pelo Pontífice no qual convida a rezar por uma intenção particular.

Através de um quirógrafo, assinado em 17 de novembro, o Santo Padre lembra que “a Rede Mundial de Oração do Papa, antigo Apostolado da Oração, teve início na França, em 1844, com o jesuíta pe. François-Xavier Gautrelet”.

Fundamenta-se “na espiritualidade do Sagrado Coração de Jesus e acolhe as intenções de oração mensal propostas pelo Santo Padre à Igreja”.

"Há alguns anos instituí a Rede Mundial de Oração do Papa como uma Obra Pontifícia para destacar o caráter universal desse apostolado e a necessidade de que todos rezemos cada vez mais e com o coração sincero".

Sua transformação agora em pessoa jurídica canônica e vaticana como Fundação tem “o objetivo de coordenar e animar este movimento espiritual tão querido para mim, dotando-o de uma estrutura adequada aos tempos em que vivemos”.

Segundo um comunicado divulgado pela Sala de Imprensa do Vaticano, “o objetivo da Fundação é coordenar e animar o vasto movimento espiritual, muito querido ao Santo Padre, que acolhe e difunde as intenções de oração mensais propostas pelo Papa à Igreja”.

De acordo com os estatutos da nova Fundação, terá sede no Estado da Cidade do Vaticano e será promovida pela Companhia de Jesus. Tem a missão de “coordenação e animação em todo o mundo, nos países e dioceses que assumem a oração como forma de apostolado e, em particular, acolhem as intenções de oração mensal propostas pelo Santo Padre à Igreja como tema ou conteúdo para o oração pessoal ou em grupo, colaborando assim com a missão da Igreja de se colocar a serviço dos desafios da humanidade”.

A Rede Mundial de Oração do Papa "propõe aos católicos uma jornada espiritual chamada ‘O Caminho do Coração’ que integra duas dimensões".

Em primeiro lugar, "a compaixão pelo mundo e pelos seres humanos". Neste sentido, “o Santo Padre confia à Fundação a missão de dar a conhecer, promover e estimular a oração pelas intenções que expressam desafios para a humanidade e a missão da Igreja”.

Em segundo lugar, “a comunhão com a missão do Filho”. A este respeito, afirma-se nos estatutos que “este caminho espiritual, animado e coordenado pela Rede, desperta a vocação missionária dos batizados, projetando-a a colaborar na sua vida quotidiana com a missão que o Pai confiou ao seu Filho”.

Os estatutos desta nova Fundação serão válidos ad experimentum, ou seja, durante um período experimental que será, neste caso, de três anos.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

ACI Digital

quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

JMJ 2023: os jovens portugueses que receberam os símbolos

Portugal - jovens, símbolos JMJ 2023 

A Cruz Peregrina e o Ícone Mariano das Jornadas Mundiais da Juventude foram-lhes entregues e esses jovens de dioceses de Portugal testemunham a sua experiência em Roma lançando um olhar para o futuro.

Rui Saraiva - Porto

No passado Domingo de Cristo Rei teve início um longo caminho de peregrinação dos símbolos das Jornadas Mundiais da Juventude pelas dioceses portuguesas. Na presença do Papa Francisco, os jovens do Panamá entregaram a Cruz Peregrina e o Ícone Mariano “Salus Populi Romani” aos jovens de Portugal.

O Santo Padre na homilia da Missa na Basílica de S. Pedro exortou os jovens para “grandes sonhos” vividos com “júbilo e ousadia” praticando “as obras de misericórdia” e assumindo escolhas que renunciem ao egoísmo. “Se nos gastarmos pelos outros, tornamo-nos livres” – disse o Papa.

Os jovens portugueses que receberam os símbolos foram a Daniela Calças, o João Amaral, o Guilhermino Sarmento, o Fernando Vieira e a Tatiana Severino. Uma experiência intensa com a particularidade de ser vivida em tempo de pandemia. E foi grande a emoção no momento de receber os símbolos das mãos dos jovens do Panamá.

Levar Jesus e Maria a todos

A Daniela Calças tem 26 anos é da diocese de Lisboa da Paróquia do Parque das Nações. Revela-nos as emoções sentidas em Roma e a importância da presença dos símbolos da JMJ em Portugal:

“Ainda é difícil expressar por palavras o turbilhão de emoções que senti e que na realidade ainda sinto. E, sinceramente, não sei se algum dia vou conseguir colocar por palavras tudo aquilo que vivi e que ainda estou a viver. Foi uma honra poder representar a minha diocese e ter a certeza que a oportunidade de ir e viver aquele momento foi, sem dúvida, um presente de Deus e não podia estar mais grata por isso. Claro que estar junto do Papa foi um sonho tornado realidade e quero muito que a alegria imensa que senti naqueles dias e que ainda sinto continue a ser partilhada com todos os que não puderam lá estar fisicamente. E a peregrinação dos símbolos será o momento certo para partilharmos esta alegria. O encontro com a Cruz e o Ícone de Maria é um passo importante para que não tenhamos dúvidas de que vivermos este sonho da JMJ no nosso país vai mesmo acontecer! Desejo que a presença dos símbolos nas nossas dioceses seja um impulso para que nós jovens levemos Jesus e Maria a todos sem medos e sem vergonhas.”

Jovens para um mundo melhor

Tem 21 anos e é cadete aluno da Guarda Nacional Republicana na Academia Militar. O João Amaral representou em Roma a Diocese das Forças Armadas e de Segurança numa “celebração de fé e de esperança” – afirma:

“Esta celebração em Roma foi essencialmente uma celebração de fé e de esperança que temos nos nossos jovens para um mundo melhor. Todos os que ali estavam acreditavam que podem fazer a diferença, que podem viver num mundo em que se pratique o bem. Para mim, foi um momento que vou recordar para a vida toda. E poder transportar a Cruz é algo extraordinário que guardarei para sempre no meu coração. Foi uma emoção muito forte que nem se consegue explicar. Esta celebração possibilitará agora a Portugal organizar a JMJ em 2023. Espero contribuir para a paz e a harmonia no mundo nessa comunhão com os jovens cristãos.”

Oportunidade única para a Igreja

O Guilhermino Sarmento tem 27 anos, é da Diocese de Lisboa da Paróquia de S. Bento de Massamá e considera que a peregrinação dos símbolos da JMJ é uma oportunidade única para a Igreja em Portugal:

“A minha experiência em Roma foi marcante. Com muita coisa a acontecer e, portanto, muito intensa. Senti-me muito em Igreja, pertença de uma família alargada. Vi isso no rosto de cada um dos que faziam parte desta comitiva. Foi um sentimento de profunda alegria e, para além disso, também de gratidão por aquilo que vivi ao longo destes dias. Correu tudo tão rápido que ainda estou a fazer uma síntese de tudo o que vivi! Ter estado naquela celebração com o Papa Francisco foi também perceber que ele também nos confirma na fé e nesta caminhada para a JMJ. E eu acho que esta é uma oportunidade única para a Igreja em Portugal de fazermos e sentirmos esta jornada, não apenas, como Lisboa a diocese que acolhe, mas para fazermos este caminho em conjunto. Sentir isto em Igreja. Acho que esta peregrinação dos símbolos pode despertar precisamente isto.”

Evangelizar os jovens e dar ânimo

Fernando Vieira, tem 24 anos, é da Pastoral da Juventude da Arquidiocese de Braga e afirma que a experiência em Roma teve um significado de missão e de evangelização:

“Tem um significado de missão e de evangelização procurado e até comentado por parte de D. Tolentino Mendonça na sua intervenção conosco, de que esta é uma forma de evangelizar os jovens portugueses e de dar um significado e um novo ânimo depois destes tempos tão complicados de pandemia nesta caminhada até à JMJ Lisboa 2023. Foi um momento que ficará na minha memória como um sentido de missão que quero passar para as pessoas que estão junto a mim. Foi também um momento bom de conhecer e estarmos juntos, os elementos que farão parte da organização das pré-jornadas com as várias dioceses.”

A Cruz como sinal de esperança

A Tatiana Severino, é de Leça da Palmeira, na diocese do Porto. Tem 26 anos, recorda a experiência de Roma como inesquecível e acha que a peregrinação dos símbolos pelas dioceses será uma oportunidade para reconhecer a Cruz como um sinal de esperança:

“Quando se abriram as portas da Basílica de S. Pedro e tenho os símbolos das JMJ bem ali à minha frente, com a possibilidade de lhes tocar, foi único e inesquecível. Como se já não bastasse, minutos depois, estou perante a figura máxima da Igreja, o Papa Francisco, mesmo ali à minha frente. E passados uns minutos estou a receber das mãos de um panamenho o ícone de Nossa Senhora e a transportá-lo. Foi um momento de emoções fortes, uma honra, um privilégio, uma felicidade enorme. Dei por mim a pensar de que estar perante a Cruz Peregrina e o Ícone também é estar perante milhares de jovens que já rezaram em frente a eles. É o recordar todos os jovens, todas as mãos que por eles já passaram e que para quantos deles foram lugar de salvação, de transformação e de conversão. A peregrinação dos símbolos nas dioceses portuguesas é o sentirmos cada vez mais próxima a realização da JMJ, é sentir a importância de todo o significado que a Cruz acarreta em si e que o Ícone de Nossa Senhora nos invoca, o que faz que para além de serem símbolos, ser também uma oportunidade que nós portugueses temos de nos aproximar mais da Cruz. Não como sacrifício, mas como salvação e configuração a Cristo e de nos aproximar também a Nossa Senhora, sendo, à sua semelhança, discípulos. As dioceses terão um caminho longo a percorrer, para que a juventude e as pessoas reconheçam que a Cruz não só um lugar de sofrimento, mas um sinal de esperança. Cada um de nós é um Cristo Ressuscitado.”

Roma foi a etapa inicial no caminho de preparação da Jornada Mundial da Juventude de 2023. No Vaticano, junto do Papa Francisco, estiveram presentes jovens das dioceses de Viana do Castelo, Funchal, Beja, Bragança-Miranda, Portalegre, Vila Real, Coimbra, Porto, Lisboa, Lamego, Braga e ainda da Diocese das Forças Armadas e de Segurança.

Laudetur Iesus Christus

Vatican News

Jesus nasceu em 25 de dezembro? (Parte 1/7)

Nascimento de Jesus | Caravaggio

Jesus nasceu em 25 de dezembro?

Todos os anos, à medida que o Natal se aproxima, é comum ouvir afirmações como estas:

·         Jesus não nasceu em 25 de dezembro.

·          Ele não poderia ter nascido, porque os pastores não teriam seus rebanhos no campo (Lucas 2: 8).

·         Os cristãos receberam 25 de dezembro de um feriado pagão.

Por outro lado, às vezes encontramos essas afirmações:

·         Jesus nasceu definitivamente em 25 de dezembro.

·         A Igreja Católica afirma que ele nasceu.

·         A negação disso é um ataque ao cristianismo.

·         Os primeiros cristãos teriam se interessado intensamente no dia do nascimento de Jesus e teriam registrado isso com base na memória de Maria do dia.

Vamos analisar os dois conjuntos de reivindicações, embora primeiro vejamos o ano em que ele nasceu.

O ano em que Jesus nasceu

Uma visão comum- embora incorreta – é que ele nasceu por volta de 6-7 a.C. Isto é baseado na idéia de que Herodes, o Grande, morreu em 4 a.C. e Jesus deve ter nascido cerca de dois anos antes, já que Herodes “matou todos os meninos em Belém e em toda aquela região que tinha dois anos de idade ou menos” (Mateus 2:16).

No entanto, estudos melhores indicam que Herodes morreu em 1 a.C. Isso concorda com os dados dos Evangelhos, que indicam que João Batista começou seu ministério “no décimo quinto ano de Tibério César” (Lucas 3: 1) – ou seja, 29 d.C. – que Jesus foi batizado logo depois (3:21), e que ele começou seu ministério quando tinha “cerca de trinta anos de idade” (3:23).

Se você subtrair trinta anos a partir de 29 de A.D., então – já que não há “Ano Zero” -você pousará em 2 a.C.

Isto concorda com a data dada pelos Padres da Igreja, que esmagadoramente colocam o nascimento de Jesus no quadragésimo segundo ano de Augusto César ou 3/2 a.C. (isto é, a última parte de 3 a.C e a primeira parte de 2 a.C.).

Para mais informações sobre o nascimento de Jesus, veja Jack Finegan, Handbook of Chronicology, 2nd ed., E Andrew Steinmann, From Abraham to Paul.

Agora, para as reivindicações sobre o dia do nascimento de Jesus. . .

“Vigiando seu rebanho”

Lucas diz que os pastores saíram à noite com seu rebanho, mas isso não elimina o dia 25 de dezembro – ou qualquer outra data de inverno.

Os judeus antigos não tinham grandes espaços internos para abrigar ovelhas. Os rebanhos eram mantidos ao ar livre durante o inverno na Judéia, como são em outras partes do mundo hoje, inclusive em lugares onde a neve é comum.

Pesquise na internet por “cuidado das ovelhas no inverno” e você encontrará páginas de proprietários de ovelhas modernas explicando que é perfeitamente bom manter os rebanhos do lado de fora no inverno. Carneiros são adaptados para a vida ao ar livre. É por isso que eles têm lã, que mantém o calor e a umidade do corpo.

Ovelhas são mantidas ao ar livre em Israel durante o inverno ainda hoje:

William Hendricksen cita uma carta datada de 16 de janeiro de 1967, recebida do estudioso do Novo Testamento Harry Mulder, então ensinando em Beirute, na qual este último conta estar no Campo de Pastorio em Belém na recém-passada noite de Natal e diz: Bem perto de nós, alguns rebanhos de ovelhas estavam aconchegados. Mesmo os cordeiros não estavam faltando. . .. Portanto, definitivamente não é impossível que o Senhor Jesus tenha nascido em dezembro” (Jack Finegan, Manual de Cronologia Bíblica, 2ª ed., §569).

Continua...

https://apologistasdafecatolica.wordpress.com/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF