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domingo, 20 de dezembro de 2020

4º Domingo do Advento

Anunciação  (BAV Chig.A.IV.74, f. 56v)

Que sempre, em nossa vida, seja feita a vontade do Senhor! Sejamos seus colaboradores em tudo que Ele solicitar nossa participação! O SIM de Maria mudou o rumo da Humanidade.

Padre César Augusto, SJ

Continuamos com o ambiente alegre, promovido pela liturgia como anúncio da instauração do Reino de Deus, trazido pelo Messias.

Na primeira leitura de hoje, Samuel 7, 1-5.8-12.14,16, nos é dada a certeza, pela Palavra de Deus, de que será Ele quem construirá uma habitação eterna para nós, ao mesmo tempo em que rejeita a casa desejada por Davi, para Ele. Assim, como na resposta que Jesus dá à samaritana, Deus deve ser adorado em espírito e verdade e não tanto em Jerusalém e nem em outro lugar (Jo 4, 20-24). O Senhor habita no meio do seu povo e não pode estar restrito a um lugar. Do mesmo modo como esteve presente em todos os lugares onde o rei Davi caminhou, assim também o Senhor caminha conosco, afinal Ele é o Emanuel, Deus conosco, e também sempre foi e é o Senhor quem nos liberta de todos os nossos inimigos.

Para concretizar o que foi dito anteriormente de o Senhor ser o nosso protetor, nosso libertador e habitar entre nós, o Verbo se encarna no seio de Maria e se torna um homem semelhante a nós, como afirma São Paulo no capítulo 2 , versículo 7 da carta aos Filipenses. Lemos em Jo 1,14 “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós;”

Esse anúncio da encarnação, encontramos no Evangelho de hoje, extraído de Lucas 1, 26-38. O próprio nome que receberá o filho de Maria, Jesus, já nos revela a missão do Menino: Deus Salva!

Além da certeza do amor de Deus por nós, que poderemos apreender da liturgia de hoje? Certamente a figura de Maria, com sua disponibilidade para fazer a vontade do Senhor, nos tocou e sentimos uma grande vontade de imitar nossa mãe.

Que sempre, em nossa vida, seja feita a vontade do Senhor! Sejamos seus colaboradores em tudo que Ele solicitar nossa participação! O SIM de Maria mudou o rumo da Humanidade, colaborou extremamente com a História da Salvação, do mesmo modo a humildade de José, que com sua fé e sem pedir explicações, colaborou com a maior glória de Deus!

Vatican News

São Domingos de Silos

S. Domingos | ArqSP

É historicamente reconhecida a influência das ordens religiosas na formação da sociedade européia na Idade Média. Numa época onde a força era a suprema lei e o valor militar de um homem se sobrepunha a todos os outros, os monastérios eram verdadeiros oásis de paz e os monges, os guardiões da cultura, do direito e da liberdade. Talvez o maior defensor dos valores monásticos tenha sido o religioso Domingos de Silos, que valorizava nos mosteiros o ensino não só da agricultura como dos demais ofícios e artes.

Domingos nasceu no ano 1000, em Navarra, Espanha, no seio de uma família pobre e cristã. Quando menino, foi pastor de ovelhas. Já desse período se conta que era bondoso ao extremo, oferecia leite de ovelha para alimentar os caminhantes pobres. Ao mesmo tempo, gostava muito de estudar, motivo que levou seus pais a entregá-lo ao padre da paróquia onde moravam. Ele criara uma escola ao lado da igreja.

Saiu-se tão bem que o padre quis ordená-lo sacerdote. Antes disso, Domingos resolveu experimentar a vida de eremita para depois, enfim, entrar num convento beneditino, onde descobriu sua verdadeira vocação, pois logo se tornou exemplo para os demais monges. Quando completou trinta anos, foi encarregado de restaurar e reabrir o Mosteiro de Santa Maria, havia muito tempo fechado. Para isso tornou-se esmoleiro, trabalhou como operário, fez de tudo um pouco para conseguir recursos e poder receber os candidatos à vida monástica. A surpresa veio, quando viu que, entre eles, estava seu próprio pai, além de alguns parentes.

Terminada essa obra, foi convidado a ser o abade do Mosteiro de São William de la Cogola. Foi perseguido, porém, pelo príncipe de Navarra, que tinha a intenção de apossar-se dos bens do convento. Assim, teve de refugiar-se em Castela. Lá, recebeu com prazer a missão de reavivar o Mosteiro de São Sebastião de Silos, em Burgos, quase desabitado e em decadência total. Domingos foi abade do mosteiro por mais de trinta anos, sendo considerado seu novo fundador. Imprimiu espírito novo, atividade intensa e fecunda, tornando-o um centro de cultura e cenáculo de evangelização.

Ao final da vida, era chamado de "apóstolo de Castela". Previu a data da própria morte, que ocorreu em 20 de dezembro de 1073. Festejado nesse dia pela Igreja como são Domingos de Silos, a sua popularidade é muito vasta. Depois de sua morte, o nome do abade foi impresso, na história da Espanha, ao lado de "el Cid Campeador", o libertador do povo espanhol do jugo dos invasores infiéis.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

Arquidiocese de São Paulo

sábado, 19 de dezembro de 2020

A FESTA DA PRESENÇA DE DEUS

Katedrale

Por meio da Igreja, o Mistério da Encarnação permanece para sempre presente em nossa história e, por isso, o Natal é a Festa da presença de Deus, pois o Menino que nasceu para nós continua a caminhar conosco através do tempo e em todos os lugares. Deste modo, ser alcançados pela presença de Deus, que se faz próximo de nós no Natal, é um dom inestimável.

Graças à presença de Deus em nosso meio, a vida se torna bela, a alegria é permanente, o amor se expande e a misericórdia se alastra, pois o Natal é uma efusão de luz para todos, porque nos revela os sinais da caridade de Cristo e nos faz sentir o carinho e a ternura divina. Mas donde nasce esta alegria tão pura, tão doce, tão misteriosa? Nasce da contemplação do Menino Deus e da certeza de que o Cristo é o dom maior e mais precioso que o Pai fez a nós e por Ele exultam os nossos corações de entusiasmo e de esperança.

Quem é este Menino Deus? É o nosso Deus adorado e amado, é o Filho de Deus feito Homem. É “o Verbo que se fez Carne e habitou entre nós!” (Jo 1, 14).  Ele é a Palavra de Deus que nos fala de modo novo, com força nova. Da presença da Palavra de Deus, do próprio Deus no atual momento da história, nasce a certeza de que, apesar das sombras que ainda existem no mundo, Deus está ao nosso lado, Ele confia em nós; afinal, Ele é o Deus generoso, bom e fiel. Ele vem habitar entre nós, escolhe a terra como sua morada para estar ao nosso lado e caminhar conosco no cotidiano da fé.

A partir de Belém, a Terra do Pão, o Planeta Terra, de algum modo, passou a ser a tenda de Deus, o lugar do encontro de Deus conosco, o lugar da solidariedade de Cristo para conosco e, por isso, a presença de Deus nos revela que as dificuldades, as perseguições, as ameaças e as sombras passam, desaparecem, mas o amor e a misericórdia permanecem.

Desde Belém, na sucessão dos tempos e dos séculos, todos nós devemos procurar a Jesus. Seguindo os Suas Palavras e ensinamentos, certamente, nós iremos encontrá-Lo assim como os Reis Magos e os Pastores que foram testemunhas oculares do nascimento do nosso Redentor. Algumas vezes será preciso procurá-Lo, porque O perdemos pelo mau uso da liberdade; outras, pelo contrário, O procuraremos para conhecê-Lo melhor, para amá-Lo mais e sem reservas e para fazer com que o nosso próximo O conheça e ame, pois nada é mais belo, urgente e importante do que voltar e conceder gratuitamente aos nossos contemporâneos tudo aquilo que recebemos gratuitamente de Cristo. Nada nos pode eximir ou livrar deste fascinante compromisso.

Na Manjedoura de Belém, nós encontramos o Menino Deus nos braços da Virgem Santa Maria e sob os atentos cuidados de São José. Da contemplação do Verbo que veio nos salvar, nós percebemos que Deus está presente nos sacramentos, em especial, na Eucaristia, na Palavra celebrada, na comunidade reunida e no serviço desprendido em prol dos pobres e dos excluídos. Deus está presente em nosso coração e em nossa vida, no aprendizado da Verdade e do Bem.

Neste Natal e sempre, confiemo-nos a Deus e à intercessão de Maria e de São José, a fim de que nos ajudem a reconhecer no rosto do nosso próximo, especialmente das pessoas mais frágeis e marginalizadas, o rosto do Filho de Deus que se fez Homem, para nos revelar que a nossa presença no mundo, a vivência da santidade e a correspondência à vida da graça são dons inestimáveis do amor redentor de Cristo que assumiu a nossa natureza humana para nos ensinar a permanecer na doce e suave presença de Deus, revelando ao mundo que Cristo está presente em nosso meio, fazendo caminho conosco, renovando nossa pertença à Igreja e atualizando a estória da nossa salvação.

Aloísio Parreiras

(Escritor e membro do Movimento de Emaús)

Arquidiocese de Brasília

O Arcanjo Gabriel

Arcanjo Gabriel | Semente das Estrelas
ARCANJO GABRIEL

Etimologia hebraica: homem de Deus ou Deus se mostrou forte.

Gabriel pertence às classificações dos anjos da época do jadaísmo tardio, especialmente na literatura apocalíptica.

Aparece no livro de Daniel, onde explica a visão do carneiro e do bode (Dn 8, 15-16). Sob o nome de "homem Gabriel", retornando a profecia das 70 semanas (Jr 25, 11; 29, 10), precisa-lhe o sentido (Dn 9, 20-27).

Gabriel aparece no livro de Henoc, sob o nome arcanjo, como "posto à frente do paraíso, dos dragões e dos querubins". Ora sua tarefa é guardar o paraíso, ora ele intercede pelos homens.

A tradição judaica conservou esses dados.

Lucas os retorna em seu evangelho da infância. Gabriel tem a missão de anunciar a Zacarias o nascimento de João Batista, e, à Virgem Maria (Lc 1, 11-20.26-28).

Combinando Lc 1, 19; Tb 12, 15 e Ap 8, 2, a tradição cristã viu em Gabriel um dos sete arcanjos ou "anjos da face" conhecidos pela tradição judaica. Com Miguel e Rafael, é um dos três anjos a quem a Bíblia dá um nome próprio.

O arcanjo Gabriel aparece, portanto, como um mensageiro de boas notícias. Talvez sua representação tradicional, com asas, venha de Dn 9, 21, de conformidade com a interpretação geral dos dados da literatura apocalíptica sobre os anjos.

Dicionário Bíblico Universal
Editoras: Aparecida (SP) e Vozes (Petrópolis - RJ)

O que foi realmente a "Estrela de Belém"?

vovan | Shutterstock

O fenômeno celestial que guiou os Magos até Jesus é considerado extremamente raro e carregado de simbologia. Será que ele pode se repetir este ano?

O objeto luminoso no céu que guiou os Magos a Jesus e ficou conhecido como “Estrela de Belém” foi um acontecimento extremamente raro e cheio de símbolos.

Da mesma forma, o alinhamento de Saturno e Júpiter em 21 de dezembro de 2020 está sendo anunciada como uma “Estrela de Natal”. Como os dois planetas deverão ficar a apenas 0,1 grau de distância, eles aparecerão aos terráqueos como uma grande estrela brilhante, lembrando a Estrela de Belém que anunciou o nascimento de Jesus.

Estrela de Belem e astronomia

Grant Mathews, professor de astrofísica teórica e cosmologia e diretor do Centro de Astrofísica da Universidade de Notre Dame, normalmente desenvolve pesquisas nas áreas de origem e evolução da matéria no universo.

Mas, por diversão, ele tem refletido sobre o que era tão significativo nos céus por volta do ano 6 a.C. e que seria imortalizado no Evangelho.

De fato, Mathews diz que os magos eram sacerdotes zoroastrianos da Babilônia, e que eles entendiam que a constelação de Áries se referia à terra da Judeia. Diz ele:

“Há evidências nos escritos do famoso astrônomo Cláudio Ptolomeu e também na cunhagem de moedas romanas na época de que Áries era a constelação que se pensava estar associada à região da Judeia. Isso foi particularmente significativo porque Áries era também a constelação que continha o Equinócio Vernal  naquela época e um evento que ocorreu em Áries implicaria, portanto, a redenção e uma nova vida associada com a chegada da primavera.”

Portanto, um grande alinhamento planetário naquela parte específica do céu – onde Áries estava – chamaria a atenção deles.

“Curiosamente, eles tinham sua própria crença na vinda de um messias, mas suas crenças refletiam um senso de determinismo, que em sua visão estava conectado com os movimentos do Sol, da Lua e dos planetas no céu. Em seu sistema de crenças, cada constelação do Zodíaco foi atribuída a uma região geográfica diferente de influência. A localização do Sol, da Lua ou dos planetas em uma constelação indica o caráter de uma pessoa nascida naquele dia. Especialmente se eles nasceram na localização geográfica associada a essa constelação. ”

Alinhamento planetário

Em uma entrevista de 2016, Mathews observou que Michael Molnar, no livro The Star of Bethlehem (“A Estrela de Belém”, apresentou a hipótese de que o Sol, a Lua, Júpiter e Saturno apareceram em Áries, “com Vênus na constelação de Peixes ao lado, junto com Mercúrio e Marte do outro lado, na próxima constelação de Touro.”

Além disso, o que também é significativo é que Júpiter estava em posição regressiva, o que significa que da perspectiva da Terra, o planeta estava seguindo um curso contrário aos outros planetas, mas que então inverteu o curso, depois de parecer ter parado.

O Evangelho de Mateus observa: “A estrela veio descansar no lugar onde a criança estava”. Mathews explica que ela estaria “voltando ao repouso”em Áries – a constelação associada à Judeia, onde estava o Menino Jesus. O pesquisador, então, afirma:

“Neste caso, a estrela que descansou seria o planeta Júpiter (o símbolo de uma régua) que literalmente parou seu movimento retrógrado e ‘parou’ no céu durante seu movimento entre as estrelas. Os outros planetas e a presença do Sol e da Lua teriam fortalecido isso e teriam grande importância para os Magos. É por isso que eles teriam chegado ao tribunal de Herodes para perguntar: ‘onde está o governante recém-nascido da Judeia?'”

No sistema de crenças dos Magos, este foi um acontecimento muito incomum e especial. Naquela época, Áries era o local do “Equinócio Vernal”. O Sol localizado ali era um símbolo de primavera e redenção. A ocorrência da Lua e de Júpiter ali ao mesmo tempo era o símbolo de um destino especial do novo governante. Saturno era o símbolo da vida.

Acontecimento único

De fato, Mathews calculou que tal alinhamento não ocorreria novamente por mais de 16.000 anos, e mesmo assim não estaria na constelação do equinócio vernal. “Foi um acontecimento verdadeiramente único”, afirmou.

Ademais, outro fato intriga Mathews: foram os sacerdotes zoroastrianos os protagonistas da história.

“Esta era uma religião muito antiga que tinha sua própria crença em uma ‘trindade’ e um messias vindouro. Zoroastro significa literalmente ‘luz brilhante’. Eles acreditavam que as estrelas, planetas, Sol e Lua eram símbolos do divino. O olíbano para eles era um símbolo de ‘luz eterna’ usado em suas cerimônias”, afirmou.

Estrela de Belém: presente dos céus

Mathews ainda acrescentou:

“A coisa mais surpreendente para mim sobre essa história é que Deus teria programado Sua chegada para coincidir com o sistema de crenças de um grupo de astrólogos não hebreus. De fato, a astrologia era proibida no sistema de crenças judaico. Isso explica por que ninguém na corte de Herodes sabia da existência da ‘estrela no oriente’, de que falavam os Magos. O que Deus pretendia dizer com isso?”

Mathews acredita, portanto, que a resposta pode ser dupla.

“Uma é que isso simboliza o presente da redenção a todos os povos trazidos pelo Menino Jesus. A outra é algo como uma mensagem pessoal para a humanidade. Como alguém que estuda os céus, posso sentir empatia pelos Magos, pois mesmo na ciência moderna, como foi o caso daqueles astrônomos antigos, exploramos os céus em busca de evidências da criação e do criador. E então, como hoje, Deus é um galardoador daqueles que o buscam de todo o coração. Acredito que os Magos buscaram com todos os seus recursos e sendo a prova do criador de todas as coisas nos céus. E que Deus escolheu recompensar isso.”

Aleteia 

Patriarcado de Jerusalém: “no Natal, Deus está conosco e traz esperança, renovação, encorajamento”

Foto: Fides

O Natal nos afirma: a presença de Deus Conosco é fonte de encorajamento e refrigério nos tempos excepcionais que vivemos.

Jerusalém – Terra Santa (18/12/2020, 10:30, Gaudium Press) A Mensagem de Natal divulgada nesta sexta-feira, 18/12, pelo Patriarcado e autoridades religiosas de Jerusalém destaca que o nascimento de Jesus e a celebração de seu Natal “nos lembram constantemente que Deus está conosco e sempre estará”.

A presença de Deus conosco é fonte de encorajamento e refrigério nos momentos excepcionais em que vivemos

Para os autores da Mensagem, a iminente solenidade litúrgica do nascimento do Senhor nos chama a reconhecer que “a presença de Deus conosco é uma fonte de encorajamento e refrigério em todas as circunstâncias, especialmente nestes momentos excepcionais” em que vivemos.
E eles recordam características destes momentos excepcionais “marcados pela pandemia da covid-19, a crise econômica, as muitas injustiças e o aumento da violência contra os vulneráveis ​​e os fracos ”.

O mistério da Natividade do Senhor lança luz também sobre os acontecimentos atuais

A Mensagem de Natal do Patriarcado e autoridades religiosas de Jerusalém divulgada hoje, expressa solidariedade e proximidade para com “todas as pessoas do mundo afetadas pela pandemia e suas implicações para todos os níveis, especialmente a população de Belém e arredores ”.
A Mensagem traz reflexões espirituais sobre o mistério da Natividade do Senhor e sobre a luz que este acontecimento lança também sobre os acontecimentos atuais:
“Por meio da encarnação do Filho de Deus, o Verbo feito carne, o céu e a terra foram unidos, e o Criador de todas as coisas, visíveis e invisíveis, foi envolto em faixas e colocado em uma manjedoura”, lemos na Mensagem.

Na época do Nascimento do Senhor os tempos eram maus: Jesus nasceu em um tempo de angústia, violência, exclusão e pobreza

O Patriarcado e autoridades religiosas de Jerusalém recordam que também naquela época do Nascimento do Senhor os tempos eram maus e Jesus “nasceu em um tempo de angústia, violência, exclusão e pobreza. Ele compartilhou conosco a carne humana e suas limitações, exceto o pecado, porque por meio de Sua paixão, morte e ressurreição, todos podemos ter vida e tê-la em abundância. ”

Nosso presente de Natal: Deus está conosco e traz esperança, renovação, encorajamento

Ao encerrar, os signatários da Mensagem de Natal deste ano 2020 comentam que o “presente de Deus para nós nestes tempos difíceis traz esperança, renovação e encorajamento a toda a criação, porque se Deus está conosco, quem será contra nós? (JSG)

( Foto: FIDES)

https://gaudiumpress.org/

As diretrizes da formação cristã

"A conversão de cada fiel, itinerário de formação cristã." 
(AFP or licensors)

"Nesse rito de iniciação cristã para os adultos a formação é gradual, progressiva, através de passos que o catequizando vai tomando a cada etapa. A formação dos catecúmenos não deve ser apenas intelectual, mas vital, existencial e eclesial."

Jackson Erpen – Vatican News

No nosso espaço Memória Histórica – 50 anos do Concílio Vaticano II, vamos falar hoje sobre “as diretrizes da formação cristã”.

Damos continuidade neste nosso espaço às reflexões do padre Gerson Schmidt* sobre os documentos do Concílio Vaticano II, em particular, sobre a Constituição Sacrosanctum Concilium, da qual tem destacado nos últimos programas a participação dos leigos da liturgia e o catecumenato de adultos.

Como refere o Catecismo da Igreja Católica em seu número 1232, o Concílio Vaticano II “restaurou, para a Igreja latina, «o catecumenato dos adultos, distribuído em várias fases». O respectivo ritual encontra-se no Ordo initiationis christianae adultorum (1972). Aliás, o Concílio permitiu que, «para além dos elementos de iniciação próprios da tradição cristã», se admitam, em terras de missão, «os elementos de iniciação usados por cada um desses povos, na medida em que puderem integrar-se no rito cristão».

As diretrizes para a formação cristã, é o tema de nosso programa de hoje. Padre Gerson:

A Constituição Sacrosanctum Concilium falou sobre a restauração da iniciação cristã para adultos, ou seja, o catecumenato de adultos. Afirma assim o documento no número 64: “Restaure-se o catecumenato dos adultos, com vários graus, introduzindo-se seu uso segundo o parecer do Ordinário do lugar, de modo que o tempo do catecumenato, dedicado à conveniente instrução, possa ser santificado por meio de ritos sagrados que se hão de celebrar em ocasiões sucessivas” (SC, 64). Depois de diversos estudos e encaminhamentos se chegou ao texto final chamado Ordo initiationis christianae adultorum, conhecido como Rica – Rito de Iniciação Cristã de Adultos, aprovado pelo Papa Paulo VI, em 30 de novembro de 1971. O volume foi publicado com decreto da congregação para o Culto divino, de 06 de janeiro de 1972.

Nesse rito de iniciação cristã para os adultos a formação é gradual, progressiva, através de passos que o catequizando vai tomando a cada etapa. A formação dos catecúmenos não deve ser apenas intelectual, mas vital, existencial e eclesial. Ao mais profundo conhecimento de Deus e de Cristo deve corresponder um esforço contínuo de renovação da própria vida, esforço que a Igreja apoia santificando por meio de bênçãos, exorcismos, escrutínios, eleição... A grande finalidade do catecumenato é a conversão de cada fiel que percorre esse itinerário de formação cristã. Entende-se que a cada etapa de formação, o catecúmeno vá progredindo na busca de conversão contínua, gradual, progressiva, sempre mais profunda.

Há vários anos, todas as diretrizes da ação Pastoral da Igreja do Brasil falam da formação cristã de novos discípulos missionários. Em outra oportunidade já falamos sobre isso. Depois de vários anos, sempre propondo uma decisiva formação aos fiéis, os bispos do Brasil, reunidos em Assembleia Geral, trouxeram para todas as dioceses, uma proposta de um catecumenato diocesano, embasado no RICA – uma proposta catequética integrada, sistemática, litúrgica e progressiva para crianças, jovens e adultos. Em 2006, já havia sido aprovado o Diretório Nacional de Catequese que optou por motivar e afirmar a importância da Catequese inspirada no processo catecumenal[1].

Através do documento número 107, a CNBB lançou proposta a ser implantada sobre iniciação à vida cristã, aprovada na 55ª Assembleia Geral. O documento oferece novas disposições pastorais para a iniciação à vida cristã, presente nas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora desde 2011. Para os bispos, a dedicação em torno da temática revela o propósito de “buscar novos caminhos pastorais e reconhecer que a inspiração catecumenal é uma exigência atual”.

A inspiração catecumenal permitirá formar discípulos conscientes, atuantes e missionários. Sabemos que para acontecer esse precioso projeto em nossas paróquias, é necessário um requisito fundamental: a conversão de cada evangelizador e catequista. A pedido dos bispos e Igrejas particulares, em 2014, foi elaborado o Itinerário Catequético: Iniciação à vida cristã.

Na Assembleia Geral de 2017 foi aprovado o texto proposto.  Segundo a introdução desse documento 107 da CNBB, “esse caminho proposto permitirá formar discípulos conscientes, atuantes e missionários” (introdução, n. 07).

*Padre Gerson Schmidt foi ordenado em 2 de janeiro de 1993, em Estrela (RS). Além da Filosofia e Teologia, também é graduado em Jornalismo e é Mestre em Comunicação pela FAMECOS/PUCRS.

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[1] CNBB, Diretório Nacional de Catequese. Documentos da CNBB 84, Brasília, Edições CNBB, 2006.  

Vatican News

Santo Urbano V

S. Urbano V | ArqSP

O Papa Urbano V assumiu o cargo em 1362, numa época em que a Europa sofria agitações sociais muito intensas. Numa tentativa de manter o pontífice longe das intrigas e das lutas políticas e revolucionárias, que dominavam Roma, a sede da Igreja fôra transferida para Avignon, na França.

Urbano era monge beneditino e pertencia a uma nobre família francesa. Quando jovem estudou ciências jurídicas e depois lecionou direito em Montpellier e na própria Avignon. Um dia, trocou a laureada toga pelo humilde hábito de monge, chegando a ocupar altos cargos dentro da Ordem beneditina.

Sua biografia é cheia de adjetivos elogiosos: "professor emérito, estudioso de renome, abade de iluminada doutrina e espiritualidade". Por tudo isso foi escolhido pelo Papa Inocêncio IV para desempenhar missões diplomáticas delicadas. Pelo mesmo motivo, quando Inocêncio morreu, foi eleito seu sucessor, mesmo não sendo cardeal.

Seu pontificado durou somente oito anos, mas caracterizou-se, segundo os registros oficiais, pela sábia administração, pelo esforço de renovar os costumes e pela nobreza de intenções. Ele reformou a disciplina eclesiástica e reorganizou a corte pontifícia de maneira que fosse um exemplo de vida cristã, cortando pela raiz muitos abusos. Mas também se preocupava com a instrução do povo. Era o período do humanismo e o ex-professor de direito não mediu esforços para promover as ciências e criar novos centros de estudos. A pedido do rei da Polônia, ergueu e fundou a universidade da Cracóvia e, na universidade de Montpellier, fundou um colégio médico, ajudando pessoalmente estudantes pobres.

No terreno político e militar seu trabalho também foi reconhecido. Organizou uma cruzada contra os turcos muçulmanos que ameaçavam a Europa. No plano missionário, enviou numerosos grupos de religiosos às regiões européias ainda necessitadas de evangelizadores, como a Bulgária e a Romênia. Além de organizar uma expedição missionária para levar a palavra aos mongóis da longínqua Ásia.

O grande sonho do Papa Urbano V, porém, era levar de volta a sede da Igreja para Roma. Conseguiu isso, em outubro de 1367, sendo recebido com entusiasmada aclamação popular. Foi o primeiro a se estabelecer no palácio ao lado da Basílica de São Pedro, no Vaticano. E, desde então, se tornou a residência oficial dos pontífices. Mas a paz durou pouco. Alguns anos depois Urbano V foi novamente obrigado a deixar Roma, e voltar para Avignon, onde faleceu em 19 de dezembro de 1370.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.brArquidiocese

Arquidiocese de São Paulo

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Da Carta a Diogneto

Aleteia

(Cap. 8, 5–9, 5: Funk 1, 325-327)    (Séc. II)

Por seu Filho, Deus nos revelou seu amor

Nenhum homem viu a Deus nem o conheceu, mas ele mesmo se manifestou. Manifestou-se pela fé, pois só a ela é concedida a visão de Deus. O Senhor e Criador do universo, Deus, que fez todas as coisas e as dispôs em ordem, não só amou os homens, mas também foi paciente com eles. Deus sempre foi, é e será o mesmo: benigno e bom, isento de ira, veraz; só ele é bom. E quando concebeu seu grande e inefável desígnio, só o comunicou a seu Filho. Enquanto mantinha oculto e em reserva seu plano de sabedoria, parecia abandonar-nos e esquecer-se de nós. Mas, quando revelou por seu Filho amado e manifestou o que havia preparado desde o princípio, ofereceu-nos tudo ao mesmo tempo: participar de seus benefícios, ver e compreender. Quem de nós poderia jamais esperar tamanha generosidade?

Tendo Deus, portanto, tudo disposto em si mesmo com o seu Filho, deixou-nos, até estes últimos tempos, seguir nossos impulsos desordenados, desviados do caminho reto pelos maus prazeres e paixões. Não que ele tivesse algum gosto com nossos pecados; tolerando-os, não aprovava aquele tempo de iniqüidade, mas preparava este tempo de justiça. Assim, convencidos de termos sido, naquele período, indignos da vida em razão de nossas obras, tornemo-nos agora dignos dela pela bondade de Deus. E depois de mostrar nossa incapacidade de entrar pelas próprias forças no Reino de Deus, nos tornemos capazes disso pelo poder divino.

Quando, pois, a nossa iniquidade atingiu o auge e se tornou manifesto que a paga merecida do castigo e da morte estava iminente, chegou o tempo estabelecido por Deus para revelar sua bondade e poder. Ó imensa benignidade e amor de Deus! Ele não nos odiou, não nos rejeitou nem se vingou de nós, mas nos suportou com paciência. Cheio de compaixão, assumiu nossos pecados, entregou seu próprio Filho como preço de nossa redenção: o santo pelos pecadores, o inocente pelos maus, o justo pelos injustos, o incorruptível pelos corruptíveis, o imortal pelos mortais. O que poderia apagar nossos pecados a não ser sua justiça? Por quem poderíamos ser justificados, nós, ímpios e maus, senão pelo Filho de Deus?

Ó doce intercâmbio, ó misteriosa iniciativa, ó surpreendente benefício, ser a iniquidade de muitos vencida por um só justo e a justiça de um só justificar muitos ímpios!

https://liturgiadashoras.online/

Papa Francisco: não há paz sem a cultura do cuidado

Papa Francisco, Dia Mundial da Paz 2021

Na mensagem para o Dia Mundial da Paz de 2021, o Papa Francisco lança um apelo para que todos se tornem "profetas e testemunhas da cultura do cuidado, a fim de preencher tantas desigualdades sociais.”

Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano

Todos remando juntos no mesmo barco, cujo leme é a dignidade da pessoa e a meta, uma globalização mais humana.

Em síntese, esta é a ideia que o Papa Francisco expressa na mensagem para o Dia Mundial da Paz de 2021, celebrado em 1° de janeiro.

O texto foi publicado esta quinta-feira pela Sala de Imprensa da Santa Sé, cujo título é “A cultura do cuidado como percurso de paz”.

Solidariedade às vítimas da pandemia

A mensagem não deixa de analisar a marca deste 2020: a pandemia. A crise provocada pelo novo coronavírus “se transformou num fenômeno plurissetorial e global, agravando fortemente outras crises inter-relacionadas como a climática, alimentar, econômica e migratória, e provocando grandes sofrimentos e incômodos”.

O pensamento do Pontífice foi às pessoas que perderam um familiar ou uma pessoa querida ou a quem ficou sem emprego. E um agradecimento especial a quem trabalha em hospitais e centros de saúde, com um renovado apelo às autoridades para que as vacinas sejam acessíveis a todos.

Sou o guardião do meu irmão? Com certeza!

No longo texto, o Papa faz uma “gênese” da cultura do cuidado desde os primórdios da criação, como narram vários episódios bíblicos. No Antigo Testamento, talvez o mais emblemático seja a relação entre Caim e Abel, e a famosa resposta depois do assassinato: Sou eu, porventura, o guardião do meu irmão? “Com certeza”, responde o Papa sem pestanejar.

Já no Novo Testamento, Jesus encarna o ápice da revelação do amor do Pai pela humanidade. “No ponto culminante da sua missão, Jesus sela o seu cuidado por nós, oferecendo-Se na cruz e libertando-nos assim da escravidão do pecado e da morte.”

Esta cultura do cuidado se aprimorou na Igreja nascente com as obras de misericórdia corporal e espiritual, que no decorrer dos séculos ficaram visíveis em hospitais, albergues para os pobres, orfanatos, lares para crianças e abrigos para forasteiros.

O Cristianismo, portanto, ajudou a amadurecer o conceito de pessoa, a ponto que hoje podemos dizer que “toda a pessoa humana é fim em si mesma, e nunca um mero instrumento a ser avaliado apenas pela sua utilidade: foi criada para viver em conjunto na família, na comunidade, na sociedade, onde todos os membros são iguais em dignidade. E desta dignidade derivam os direitos humanos.”

Bússola para um rumo comum

Se o ser humano tem direitos, tem também deveres, como o cuidado dos mais vulneráveis e também da criação.

Para Francisco, todos esses princípios elucidados na mensagem constituem uma bússola para dar um rumo comum ao processo de globalização, "um rumo verdadeiramente humano".

“Através desta bússola, encorajo todos a tornarem-se profetas e testemunhas da cultura do cuidado, a fim de preencher tantas desigualdades sociais.”

Aqui o Papa chama em causa um “forte e generalizado protagonismo das mulheres na família e em todas as esferas sociais, políticas e institucionais”.

Como converter nosso coração?

O Pontífice recorda que esta “bússola dos princípios sociais” vale também para as relações entre as nações. E pede o respeito pelo direito humanitário em conflitos e guerras. “Infelizmente, constata o Santo Padre, muitas regiões e comunidades já não se recordam dos tempos em que viviam em paz e segurança.”

“As causas de conflitos são muitas, mas o resultado é sempre o mesmo: destruição e crise humanitária. Temos de parar e interrogar-nos: O que foi que levou a sentir o conflito como algo normal no mundo? E, sobretudo, como converter o nosso coração e mudar a nossa mentalidade para procurar verdadeiramente a paz na solidariedade e na fraternidade?”

Mais uma vez o Santo Padre lamenta o desperdício de dinheiro com armamentos, quando poderia ser utilizado “para prioridades mais significativas”, relançando a ideia de São Paulo VI de criar um “Fundo mundial” com a utilização dos recursos da corrida armamentista para o desenvolvimento dos países mais pobres.

Outro elemento fundamental para a promoção da cultura do cuidado é a educação. Neste projeto, estão envolvidos famílias, escolas, universidades e os líderes religiosos. Francisco se dirige a quem trabalha neste campo “para que se possa chegar à meta duma educação «mais aberta e inclusiva”, fazendo votos de que neste contexto o Pacto Educativo Global “encontre ampla e variegada adesão”.

Não há paz sem a cultura do cuidado

Toda a mensagem do Pontífice, enfim, é estruturada para afirmar o princípio de que não há paz sem a cultura do cuidado.

“Neste tempo, em que a barca da humanidade, sacudida pela tempestade da crise, avança com dificuldade à procura dum horizonte mais calmo e sereno, o leme da dignidade da pessoa humana e a «bússola» dos princípios sociais fundamentais podem consentir-nos de navegar com um rumo seguro e comum. Como cristãos, mantemos o olhar fixo na Virgem Maria, Estrela do Mar e Mãe da Esperança.”

“Não cedamos à tentação de nos desinteressarmos dos outros, especialmente dos mais frágeis”, é o apelo final do Papa.

Vatican News

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF