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quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

São João Câncio

S. João Câncio | ArqSP

Considerado um dos santos mais representativos e queridos da heróica Polônia, são João Câncio é chamado, pelo povo, de a "glória da nação polonesa" e o "pai da pátria". Isso num país que sempre teve orgulho de sua fé no cristianismo e da fidelidade à cátedra de Pedro.

João Câncio nasceu em 23 de junho de 1390, no povoado de Kenty, e viveu sempre em sua cidade, Cracóvia. Lá, conquistou todos os graus acadêmicos e lecionou em sua principal universidade até morrer. A grande preocupação de seu magistério era transmitir aos alunos os conhecimentos "não à luz de uma ciência fria e anônima, mas como irradiação da ciência suprema que tem sua fonte em Deus".

Mesmo depois de ordenar-se sacerdote, continuou a cultivar a ciência, ao mesmo tempo que fazia seu trabalho pastoral como vigário da paróquia de Olkusz. Homem de profunda vida interior, jejuava e penitenciava-se semanalmente, ao mesmo tempo que espalhava o amor pelo próximo entre os estudantes e os pobres da cidade.

Há um exemplo claro de sua personalidade em sua biografia, que remonta às inúmeras peregrinações e romarias aos túmulos dos mártires em Roma, bem como aos lugares santos da Palestina. Numa dessas incontáveis viagens, foi assaltado. Os bandidos exigiram que João Câncio lhes desse tudo que tinha, depois perguntaram ainda se não estava escondendo mais nada. Ele afirmou que não.

Depois que os ladrões partiram, ele se lembrou de que ainda tinha algumas moedas no forro do manto. Achou-as, correu atrás dos bandidos, deu-lhes as moedas e ainda pediu desculpa pelo esquecimento.

Anos depois, ao perceber a proximidade da morte, distribuiu os poucos bens que possuía aos pobres, falecendo às vésperas do Natal de 1473. Foi canonizado por Clemente II em 1767. São João Câncio era celebrado no dia 20 de outubro, mas agora sua festa acontece um dia antes daquele que marca sua morte.

Para homenagear o "professor santo", que foi modelo para gerações inteiras de religiosos, o papa João Paulo II foi à Polônia em 1979. Na ocasião, consagrou uma capela em memória do padroeiro da Polônia, são João Câncio, na igreja de São Floriano. Nela, na metade do século XX, o mesmo papa, então um jovem sacerdote, iniciava o seu serviço de vigário paroquial.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

Arquidiocese de São Paulo

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Deus nos espera de braços abertos no Natal

Thomas Hawk | Flickr CC BY-NC 2.0
por Philip Kosloski

Precisamos, com alegria, ir ao encontro desse abraço que nos espera.

Se alguma vez precisamos de um “convite” para encontrar Deus, a festa do Natal é esse convite. É uma época do ano em que nos lembramos não apenas da vinda de Jesus, mas também esperamos quando ele voltará para nos convidar para aquele abraço eterno.

São João Paulo II refletiu sobre esta realidade durante uma homilia de 1998, focalizando o salmo responsorial: “Vamos com alegria ao encontro do Senhor”.

“No Advento, esperamos um acontecimento que ocorre na história e ao mesmo tempo a transcende. Como acontece todos os anos, este evento acontecerá na noite do nascimento do Senhor. Os pastores correrão para o estábulo em Belém; mais tarde os Magos chegarão do Oriente. Tanto uns quanto os outros, em certo sentido, simbolizam toda a família humana. A exortação que ressoa na liturgia de hoje: ‘Vamos com alegria ao encontro do Senhor’ se estende por todos os países, por todos os continentes, entre todos os povos e nações.”

Ir ao encontro de Deus no Natal

Nosso relacionamento com Deus é sempre uma via de mão dupla. Deus abre seus braços e espera por nós, principalmente no Natal. Precisamos tomar a iniciativa e correr com alegria para encontrá-lo e sermos abraçados por ele.

“[O] refrão: ‘Vamos com alegria ao encontro do Senhor’ parece muito apropriado. Podemos encontrar Deus porque ele nos alcançou. Fê-lo como pai na parábola do filho pródigo (cf. Lc 15, 11-32), porque é rico em misericórdia, mergulha na misericórdia e quer encontrar-nos onde quer que estejamos e onde quer que o nosso caminho nos leve. Deus vem até nós mesmo quando o procuramos, o ignoramos ou mesmo o evitamos. Ele estende a mão para nós primeiro, seus braços abertos como um pai amoroso e misericordioso.Se Deus se move para nos alcançar, podemos virar as costas para ele?”

Em certo sentido, a festa do Natal pode facilitar isso para nós, pois ele aparece como uma criança de braços abertos. Quem pode recusar o convite de uma criança adorável?

Portanto, ao nos prepararmos para o Natal, tomemos a iniciativa e respondamos generosamente ao amor de Deus, correndo para ele e permitindo que Deus nos abrace. Os pastores e magos foram ao encontro do Senhor – não deveríamos ir também?

Aleteia

VIDA, SIM. PANDEMIA, NÃO!

Dom Sérgio | Vaticam News
por Cardeal Sérgio da Rocha
Arcebispo de Salvador (BA)

A desejada vacina contra a Covid-19 tem sido assunto de grande interesse, gerando expectativas e polêmicas. Infelizmente, a politização da pandemia tem gerado desinformação e equívocos que só enfraquecem o combate ao vírus. A chegada da vacina traz esperança, mas não permite decretar o fim da pandemia, nem descuidar das medidas de saúde pública para evitar contágio e preservar a vida. Os números divulgados pela mídia mostram a piora da pandemia na maior parte do país. Além disso, neste final de ano, o cenário da pandemia tende a se agravar com a chegada do Natal, do Ano Novo e das férias. Medidas restritivas estão sendo repropostas pelas autoridades competentes em saúde pública, mas com maior dificuldade de aceitação por parte da população, sem dúvida, cansada e sofrida com as inegáveis consequências da Covid-19. A ocupação de leitos nos hospitais tem crescido, gerando grande preocupação e medidas urgentes. Como era previsto, uma segunda onda tende a ser pior que a primeira, encontrando as pessoas cansadas e fragilizadas pelos efeitos econômicos e sociais da pandemia. Contudo, não podemos nos cansar de observar as medidas de saúde pública necessárias para evitar contágios, pois a irresponsabilidade de uns pode custar vidas de outros. É preciso dizer “sim” à vida e “não” ao coronavirus, com palavras e atitudes.

            Dizer “sim” a vida implica em dizer “sim” ao uso de máscara, à higienização com álcool gel e ao necessário distanciamento social, cuidados que sabemos serem indispensáveis, segundo a ciência e as pessoas de bom senso.  Dizer “não” ao coronavirus é dizer não à indiferença, às aglomerações e ao lazer irresponsável. É tempo de perguntar-nos, com seriedade, quantas vidas podem custar aglomeração em praias, em festas ou em comemorações de final de ano? Vale a pena fazer sacrifícios e renúncias para preservar a vida, especialmente das pessoas mais fragilizadas, a começar daquelas que mais amamos.

            Somos todos chamados a contribuir para a superação da pandemia, sabedores de que fazemos parte de uma grande família que habita em uma casa comum. O que alguém faz ou deixa de fazer na prevenção do vírus repercute na vida dos outros. As Igrejas são chamadas a permanecer vigilantes, dispondo-se a oferecer sua contribuição para a saúde pública, que inclui a saúde espiritual das pessoas. Entretanto, é inegável e urgente o papel do governo na execução de um plano nacional de vacinação em massa e a ação conjunta, com o empenho das autoridades nos estados.  O momento deve ser de diálogo, de respeito e de corresponsabilidade e não de polêmicas inúteis, pois estão em jogo a vida e a saúde da população.

            Seja a preparação para o Natal um tempo especial de cuidado e responsabilidade pela vida, dom de Deus a ser acolhido com gratidão e vivido com responsabilidade!

CNBB

Vacinas contra covid-19 são moralmente aceitáveis, diz Vaticano

M-Foto | Shutterstock
por Francisco Vêneto

Nota da Congregação para a Doutrina da Fé esclarece questões ligadas a objeção de consciência, bem comum e uso de células de fetos abortados.

Vacinas contra covid-19 são moralmente aceitáveis, diz Vaticano: a declaração foi emitida em nota pela Congregação para a Doutrina da Fé, com aprovação do Papa Francisco.

Assinada pelo prefeito dessa congregação, cardeal Luis Ladaria, e pelo secretário, dom Giacomo Morandi, a nota que o Papa Francisco aprovou no último dia 17 de dezembro afirma que “podem ser usadas todas as vacinas reconhecidas como clinicamente seguras e eficazes, com a consciência certa de que o uso de tais vacinas não significa cooperação formal com o aborto do qual derivam as células com as quais as vacinas foram produzidas”.

A menção ao aborto se refere ao fato de que algumas vacinas, não apenas contra a covid-19, utilizaram ou utilizam linhas celulares de fetos que foram abortados.

A nota vaticana retoma três pronunciamentos anteriores sobre o tema:

  • um de 2005, da Pontifícia Academia para a Vida;
  • a instrução “Dignitas Personae“, de 2008, também da Congregação para a Doutrina da Fé;
  • e uma outra nota de 2017 da Pontifícia Academia para a Vida.

A nota atual da Congregação para a Doutrina da Fé, especificamente sobre as vacinas contra a covid-19, considera:

  • Não é seu objetivo “julgar a segurança e eficácia” destas vacinas, que são de responsabilidade de pesquisadores e indústrias farmacêuticas.
  • O foco da congregação está no aspecto moral do uso das vacinas desenvolvidas com tecidos de dois fetos que não foram abortados espontaneamente na década de 1960.
  • A nota evoca a instrução “Dignitas Personae”, aprovada pelo Papa Bento XVI, que diferencia as responsabilidades: “nas empresas que utilizam linhas celulares de origem ilícita, a responsabilidade dos que decidem a direção da produção não é idêntica à daqueles que não têm poder de decisão”.
  • Seguindo este mesmo raciocínio da instrução de 2008, a nota atual da congregação afirma que, não havendo disponibilidade de vacinas contra a covid-19 “eticamente não objetáveis”, é “moralmente aceitável” aplicar as vacinas que usaram linhas celulares de fetos abortados.

A razão desta análise é que as pessoas que se vacinam não estão cooperando direta e voluntariamente com o mal do aborto e não são moralmente obrigadas a evitarem as vacinas devido à gravidade do agente patógeno que é preciso agora controlar (o coronavírus). Por isto, prossegue a Congregação para a Doutrina da Fé, “podem-se usar todas as vacinas reconhecidas como clinicamente seguras e eficazes, com a consciência certa de que o uso de tais vacinas não significa uma cooperação formal com o aborto do qual derivam as células a partir das quais as vacinas foram produzidas”.

Além disso, a congregação esclarece:

“O uso moralmente lícito desses tipos de vacinas, devido às condições particulares que o possibilitam, não pode, por si só, constituir uma legitimação, mesmo que indireta, da prática do aborto, e pressupõe a oposição a essa prática por parte daqueles que a ela recorrem”.

A congregação vaticana acrescenta que o ato de receber essas vacinas também não deve implicar a aprovação moral do uso de linhas celulares provenientes de fetos abortados. De fato, a nota pede às indústrias farmacêuticas e às agências de saúde dos países para produzirem vacinas “eticamente aceitáveis, que não criem problemas de consciência”.

No tocante à obrigatoriedade da vacina contra a covid-19, a congregação declara que a vacinação, como regra, não é uma obrigação moral e, portanto, deve ser voluntária. No entanto, também recorda que existe o dever de buscar o bem comum, que, “na ausência de outros meios para deter ou mesmo prevenir a epidemia, pode recomendar a vacinação especialmente para proteger os mais fracos e expostos”. Neste sentido, aquele que se recusar por razões de consciência a tomar vacinas produzidas com linhas celulares originárias de fetos abortados deve “tomar medidas para evitar, por outros meios profiláticos e comportamentos apropriados, tornar-se veículo de transmissão do agente infeccioso”, visando evitar “qualquer risco à saúde” das pessoas mais vulneráveis.

A nota da Congregação para a Doutrina da Fé qualifica como “imperativo moral” garantir o acesso das pessoas a “vacinas eficazes e eticamente aceitáveis”, especialmente nos países mais pobres “e de forma não onerosa para eles”, já que a falta de acesso às vacinas “se tornaria outro motivo de discriminação e injustiça”.

Aleteia

Ao colocar o Menino Jesus no presépio, reze em família

Presépio / Foto: Pixabay. Domínio Público

REDAÇÃO CENTRAL, 22 dez. 20 / 05:00 am (ACI).- À meia-noite de 25 de dezembro, muitas famílias se reúnem para colocar a imagem do Menino Jesus no presépio. É um momento para rezar juntos, pedindo que o Senhor nasça também nos corações de cada um. Por isso, a ACI Digital selecionou estas duas orações para serem rezadas diante do presépio.

Oração da família diante do presépio

Menino Jesus, Deus que se fez pequeno por nós, diante da cena do teu nascimento, do presépio, estamos reunidos em família para rezar.

Mesmo que fisicamente falte alguém, em espírito somos uma só alma.

Olhando Maria, tua Mãe Santíssima, rezamos pelas mulheres da família, que cada uma delas acolha com amor a palavra de Deus, sem medo e sem reservas, que elas lutem pela harmonia e paz em nossa casa.

Vendo teu pai adotivo, São José, pedimos ó Menino Deus, pelos homens desta família, que eles transmitam segurança e proteção, estejam sempre atentos às necessidades mais urgentes, que saibam proteger nossos lares de tudo que não provém de ti.

Diante dos pastores e reis magos, pedimos por todos nós, para que saibamos render-te graças, louvar-te sempre em todas as circunstâncias, e que não nos cansemos de te procurar, mesmo por caminhos difíceis.

Menino Jesus, contemplando tua face serena, teu sorriso de criança, bendizemos tua ação em nossas vidas.

Que nesta noite santa, possamos esquecer as discórdias, os rancores, possamos nos perdoar.

Jesus querido, abençoa nossa família, cura os enfermos que houver, cura as feridas de relacionamentos.

Fazemos hoje o propósito de nos amar mais.

Que neste Natal a bênção divina recaia sobre nós.

Amém.

Natal Feliz é Natal com Cristo

Menino das palhas, Menino Jesus, Menino de Maria, aqui estamos diante de ti. Tu vieste de mansinho, na calada da noite, no silêncio das coisas que não fazem ruído.

Tu é o Menino amável e santíssimo, deitado nas palhas porque não havia lugar para ti nas casas dos homens tão ocupados e tão cheios de si.

Dá a nossos lábios a doçura do mel e à nossas vozes o brilho do cantar da cotovia, para dizer que vieste encher de sentido os dias de nossas vidas.

Não estamos mais sós: tu és o companheiro de nossas vidas. Tu choras as nossas lágrimas e te alegras com nossas alegrias, porque tu és nosso irmão.

Tu vieste te instalar feito um posseiro dentro de nós e não queremos que teu lugar seja ocupado pelo egoísmo que nos mata e nos aniquila, pelo orgulho que sobe à cabeça, pelo desespero.

Sei, Menino de Maria, que a partir de agora, não há mais razão para desesperar porque Deus grande, belo, Deus magnífico e altíssimo se tornou nosso irmão.

Santa Maria, Mãe do Senhor e Palácio de Deus, tu estás perto do Menino que envolves em paninhos quentes.

José, bom José, carpinteiro de mãos duras e guarda de nosso Menino, protege esse Deus que se tornou mendigo de nosso amor.

Menino Jesus, hoje é festa de claridade e dia de luz. Tu nasceste para os homens na terra de Belém.

ACI Digital

Papa: Não deixemos o consumismo sequestrar o Natal, Jesus é o centro do Presépio

Guadium Press

Cidade do Vaticano (21/12/2020, 9:50, Gaudium Press) Para que Jesus nasça em nós, reparemos o coração, rezemos, não nos deixamos levar pelo consumismo”, disse o Papa Francisco durante o Angelus deste IV Domingo do Advento, 20/12, acrescentando ainda: “preparemos o coração como o de Maria: livre do mal, acolhedor, pronto para receber Deus”.
O Papa desaconselhou a mentalidade de que “tenho que comprar presentes, tenho que fazer isto, isto…’ Aquele frenesi de fazer coisas, coisas, coisas… o importante é Jesus”, disse.
Francisco ainda acrescentou: “o consumismo, irmãos e irmãs, nos sequestrou o Natal. O consumismo não está na manjedoura de Belém: ali está a realidade, a pobreza, o amor”.

Convite de Nossa Senhora nas vésperas do Natal: não adiar, dizer “Sim”

“Hoje, às portas do Natal, Maria nos convida a não adiar, a dizer ‘sim’. Cada ‘sim’ custa, mas é sempre menos que o custo para ela daquele corajoso e pronto ‘sim’, aquele ‘faça-se em mim segundo a tua palavra’ que nos trouxe a salvação. ”

Foram palavras do Papa ao comentar o Evangelho do dia que, narrando a Anunciação, nos descreve o “sim” de Maria a Deus:

“Alegra-te”, diz o anjo a Maria, “conceberás um filho, o darás à luz e o chamarás Jesus” (Lc 1,28.31). “Parece ser um anúncio de pura alegria, destinado a fazer a Virgem feliz: quem entre as mulheres da época não sonhava em se tornar a mãe do Messias?”, ainda perguntou Francisco na alocução que precedeu a oração mariana.

Para o Papa Francisco, “Junto com a alegria, essas palavras predizem a Maria uma grande provação. Por quê? Porque naquele momento ela estava ‘prometida em casamento’ com José. Em tal situação –explicou o Pontífice– a Lei de Moisés estabelecia que não deveriam haver coabitação.

Papa: Não deixemos o consumismo sequestrar o Natal, Jesus é o centro do presépio
Guadium Press

Dizendo “sim” a Deus, Maria arriscou tudo

Tendo um filho, prosseguiu Francisco, a Virgem Maria teria transgredido a Lei, e as penalidades para as mulheres que transgredissem essa Lei eram terríveis: era previsto o apedrejamento.
Segundo o Papa, a mensagem divina encheu o coração de Maria de luz e força; contudo, ela se viu diante de uma escolha crucial: dizer “sim” a Deus, arriscando tudo, inclusive sua vida, ou recusar o convite e seguir seu caminho comum.

“O que ela fez?”, perguntou Francisco, “Ela responde assim: ‘Faça-se em mim segundo a tua palavra’ (Lc 1,38)”.  E o Papa ainda comentou que , “na língua em que o Evangelho é escrito, há mais que isso. A expressão verbal indica um forte desejo, a vontade firme de que algo se torne realidade.”

Em outras palavras, Maria não diz: “Se deve acontecer, que aconteça…, se não pode ser feito de outra forma…”. Não, recorda o Pontífice, “Ela não expressa uma aceitação fraca e remissiva, mas um desejo forte e vivo. Não é passiva, mas ativa. Não é subjugada por Deus, adere a Deus”.

Maria está “disposta a servir a seu Senhor em tudo e imediatamente. Poderia ter pedido um pouco de tempo para pensar sobre isso, ou maiores explicações sobre o que aconteceria; talvez estabelecer alguma condição… Ao invés, não toma tempo, não faz Deus esperar, não adia.” Ela aceita imediatamente.

Quando Deus nos pede, dizemos “sim” ou adiamos?

Francisco observou aos seus ouvintes: “Quantas vezes nossa vida é feita de adiamentos, inclusive na vida espiritual! “Sei que é bom para mim rezar, mas hoje não tenho tempo; sei que ajudar alguém é importante, mas hoje não posso. Amanhã o farei, isto é, nunca”.

Tendo ressaltado o “sim” incondicional de Maria que nos trouxe a salvação, o Santo Padre perguntou:
“E nós, quais ‘sim’ podemos dizer? Neste tempo difícil, em vez de nos lamentarmos do que a pandemia nos impede de fazer, façamos algo por aqueles que têm menos: não o enésimo presente para nós e para nossos amigos, mas para um necessitado em quem ninguém pensa! ”

A última frase da Virgem, o último conselho na véspera do Natal

Ainda antes da oração do Angelus, o Papa deu um último conselho:
“para que Jesus nasça em nós, preparemos o coração, rezemos, não nos deixemos levar pelo consumismo.
Preparemos o coração como o de Maria: livre do mal, acolhedor, pronto para receber Deus”.

“Faça-se em mim segundo a tua palavra”. É a última frase da Virgem neste último domingo do Advento, e é o convite para dar um passo concreto em direção ao Natal. “Porque se o nascimento de Jesus não toca a vida, passa em vão.”
No Angelus nós também diremos agora: “realize-se em mim a tua palavra”: que Nossa Senhora nos ajude a dizê-lo com a vida”, disse o Papa, concluindo, antes rezar com os fiéis a oração mariana do Angelus. (JSG)

https://gaudiumpress.org/

Sacerdote e microbiologista trabalha em vacina COVID de baixo custo

Padre Nicanor Austríaco. Crédito: Frades Dominicanos

Providence, 21 dez. 20 / 11:28 am (ACI).- O sacerdote dominicano e doutor em microbiologia, Pe. Nicanor Austriaco, está nos estágios iniciais de um projeto para desenvolver uma vacina contra a COVID19, que seja de baixo custo e, portanto, acessível para os mais pobres.

Pe. Austriaco é filipino e professor de Biologia e Teologia no Providence College, em Providence, Rhode Island (Estados Unidos). Sua iniciativa se chama "Projeto Pagasa" e decidiu lançá-la ao ver que "muitas das vacinas disponíveis já foram oferecidas a nações ricas com recursos".

Seu projeto "ainda está em estágios de desenvolvimento pré-clínico e deverá primeiro ser testado em animais antes de que se fale em voluntários humanos".

A vacina na qual está trabalhando é à base de levedura, não precisa de refrigeração e será administrada por via oral.

O sacerdote acredita ter fundos suficientes para realizar o processo e explica que só pedirá a aprovação do governo se os testes em animais derem certo, embora demore muitos meses para testar a eficácia da vacina.

Os experimentos serão realizados em laboratórios nos Estados Unidos, enquanto os testes em animais serão realizados nos laboratórios da Universidade de Santo Tomás, em Manila (Filipinas).

Pe. Austriaco se formou em bioengenharia pela Universidade da Pensilvânia, com o grau de suma cum laude, em 1989. Depois, estudou no prestigioso Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), em 1996.

Entrou para a Ordem dos Pregadores (Dominicanos), em 1997, quando era estudante no Howard Hughes Medical Institute. Em seguida, fez estudos eclesiásticos e obteve o doutorado em liturgia na Universidade de Friburgo (Suíça), em 2005.

É autor do livro "Biomedicina e bem-aventuranças: uma introdução à bioética católica".

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

ACI Digital

S. FRANCISCA XAVIER CABRINI, VIRGEM, FUNDADORA DO INSTITUTO DAS MISSIONÁRIAS DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

S. Francisca Xavier Cabrini  (© Missionarie del Sacro Cuore di Gesù)

Francisca nasceu em Sant’Angelo Lodigiano, região da Lombardia, em 15 de julho de 1850. Ao ficar órfã de pai e mãe, quis retirar-se para um convento, mas seu pedido foi rejeitado por causa da sua saúde precária. Então, decidiu cuidar de um orfanato.

Tendo-se formado em magistério, criou, com algumas companheiras, o primeiro núcleo das Irmãs Missionárias do Sagrado Coração, sob a proteção do santo missionário Francisco Xavier. Quando professou os primeiros votos religiosos, quis acrescentar ao seu nome o de Xavier.

Vocação missionária

“Francisca havia entendido que a era moderna seria marcada por enormes fluxos migratórios e por homens, mulheres e crianças em fuga por um futuro melhor e pacífico”. Este caráter profético de Santa Francisca Xavier destaca-se nas reflexões do Papa Francisco. Em uma Carta às Missionárias do Sagrado Coração de Jesus, o Pontífice afirma que Santa Francisca “recebeu de Deus uma vocação missionária particular: formar e enviar mulheres consagradas ao mundo inteiro, com um horizonte missionário sem confins; elas não seriam, simplesmente, auxiliares de Institutos Religiosos ou Missionários masculinos, mas tinham um carisma próprio de vida consagrada; estariam, plena e totalmente, disponíveis a colaborar com as Igrejas locais como também com as diversas Congregações que se dedicavam ao anúncio do Evangelho ad gentes”.

Obras no mundo e Canonização

Foi exatamente o seu carisma que levou Francisca aos Estados Unidos para dar assistência aos italianos, que ali buscavam mais sorte. Também ela, na primeira das suas tantas travessias oceânicas, passou por incômodos, problemas e incertezas de quem deixava tudo à busca de um futuro melhor. Ela também dedicou sua vida aos órfãos e enfermos, criando centros de assistência na Itália, Espanha, Grã-Bretanha e em várias regiões dos Estados Unidos, América Central, Argentina e Brasil.

Santa Francisca Xavier Cabrini morreu em 22 de dezembro de 1917 no hospital para Migrantes, que ela mesma havia construído em Chicago. Seu corpo foi trasladado para Nova Iorque à “Mother Cabrini High School”. Foi proclamada Santa por Pio XII em 7 de julho de 1946; graças ao seu trabalho, em 1950, tornou-se “Padroeira Celeste de todos os Migrantes”.

Vatican News

segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Papa à Cúria: o conflito divide a Igreja, a crise a purifica

Papa em audiência à Cúria Romana

A crise provocada pela pandemia foi a ocasião para o Papa analisar os desafios que a Igreja enfrenta e o fez em audiência aos membros da Cúria Romana para os votos de Natal: "Amados irmãos e irmãs, conservemos uma grande paz e serenidade, plenamente conscientes de que todos nós, a começar por mim, somos apenas 'servos inúteis'".

Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano

Colaboração generosa e apaixonada: o Papa Francisco pediu um presente de Natal aos membros da Cúria Romana, ao recebê-los em audiência esta segunda-feira para as tradicionais felicitações natalinas.

O discurso do Pontífice foi dedicado a analisar a crise provocada pela pandemia e suas repercussões na sociedade, mas, sobretudo, na Igreja.

Francisco recordou o memorável 27 de março passado, quando a Praça estava aparentemente vazia, mas, na realidade, “estava cheia graças à pertença fraterna que nos acomuna nos vários cantos da terra”. Esta mesma fraternidade o levou a escrever a encíclica “Fratelli tutti”, para que este princípio se torne um anseio mundial.

A crise que estamos vivendo é um tempo de graça, afirma o Papa citando alguns episódios narrados na Bíblia: desde crise de Abraão até a “mais eloquente”, que é a de Jesus, e a “crise extrema na cruz”, que abre o caminho da ressurreição.

Ler a crise à luz do Evangelho

Francisco reconhece as muitas pessoas na Cúria que dão testemunho com o seu trabalho humilde, discreto, silencioso, leal, profissional, honesto.

Mas há também problemas, com a única diferença de que estes “vão parar imediatamente aos jornais, enquanto os sinais de esperança fazem notícia só depois de muito tempo e… nem sempre”.

Esta reflexão sobre a crise, prossegue, alerta para não julgarmos precipitadamente a Igreja com base nos escândalos de ontem e de hoje. Quem não olha a crise à luz do Evangelho, afirma o Papa, limita-se a fazer a autópsia de um cadáver.

“Estamos assustados com a crise não só porque nos esquecemos de a avaliar como o Evangelho nos convida a fazê-lo, mas também porque olvidamos que o Evangelho é o primeiro a colocar-nos em crise.”

É preciso reencontrar a coragem e a humildade de dizer em voz alta que o tempo da crise é um tempo do Espírito. E junto do Menino deitado numa manjedoura, bem como na presença do homem crucificado, “só encontramos o lugar certo se nos apresentarmos desarmados, humildes, essenciais”.

https://youtu.be/AoXcbeOILAQ

A crise é positiva, o conflito corrói

Francisco faz também uma distinção entre crise e conflito.

“A crise geralmente tem um desfecho positivo, enquanto o conflito cria sempre um contraste, uma competição, um antagonismo aparentemente sem solução, entre sujeitos que se dividem em amigos a amar e inimigos a combater, com a consequente vitória de uma das partes.”

A lógica do conflito sempre busca os “culpados” a estigmatizar e desprezar e os “justos” a justificar. Isso favorece o crescimento ou a afirmação de certas atitudes elitistas e de “grupos fechados” que promovem lógicas restritivas e parciais.

“Lida com as categorias de conflito – direita e esquerda, progressista e tradicionalista –, a Igreja divide-se, polariza-se, perverte-se e atraiçoa a sua verdadeira natureza: é um Corpo perenemente em crise.”

Um Corpo em conflito produz vencedores e vencidos, temor, rigidez, falta de sinodalidade. Já a novidade introduzida pela crise desejada pelo Espírito nunca é uma novidade em contraposição ao antigo, mas uma novidade que germina do antigo e o torna sempre fecundo.

O Papa exemplifica este conceito com uma frase de Jesus: "Se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto". "Só morrendo para uma certa mentalidade é que conseguiremos também abrir espaço à novidade que o Espírito suscita constantemente no coração da Igreja."

Crise exige atualização

Francisco recorda que a "Igreja é sempre um vaso de barro, precioso pelo que contém e não pelo que às vezes mostra de si mesma".

"Temos de esforçar-nos por que a nossa fragilidade não se torne obstáculo ao anúncio do Evangelho, mas lugar onde se manifeste o grande amor de Deus."

A Tradição custodia a verdade e a graça, mas a Igreja tem que lidar com os vários aspectos da verdade que pouco a pouco vamos compreendendo.

“Nenhuma modalidade histórica de viver o Evangelho esgota a sua compreensão. Se nos deixarmos guiar pelo Espírito Santo, iremos dia após dia aproximando-nos cada vez mais da 'Verdade completa'.”  

Deixar o conflito de lado, abraçar a crise e colocar-se a caminho

Como comportar-nos na crise? Questiona-se por fim o Papa. Antes de mais nada, aceitá-la como um tempo de graça que nos foi dado para compreender a vontade de Deus sobre cada um de nós e a Igreja inteira. É preciso entrar na lógica, aparentemente contraditória, de que, "quando sou fraco, então é que sou forte".

Ponto fundamental é não interromper o diálogo com Deus, nunca se cansar de rezar. "Não conhecemos outra solução para os problemas que estamos a viver, senão a de rezar mais e, ao mesmo tempo, fazer tudo o que nos for possível com mais confiança."

Eis então a exortação final do Papa:

“Amados irmãos e irmãs, conservemos uma grande paz e serenidade, plenamente conscientes de que todos nós, a começar por mim, somos apenas «servos inúteis», com quem usou de misericórdia o Senhor.”

A crise é movimento, faz parte do caminho. Ao contrário, o conflito é permanecer no labirinto, perdidos em murmurações e maledicências.

Francisco pede que cada um de nós, independentemente do lugar que ocupa na Igreja, interrogue-se se quer seguir Jesus na crise ou defender-se Dele no conflito.

O Papa conclui pedindo um presente de Natal: a colaboração generosa e apaixonada da Cúria no anúncio da Boa Nova, sobretudo aos pobres. E citou Dom Hélder Câmara e sua famosa frase: "Quando dou comida aos pobres, me chamam de santo. Quando pergunto por que eles são pobres, chamam-me de comunista”.


Vatican News

Uma coisa boa e agradável ao Senhor

Revista 30Dias
dezembro/2009
de Aloysius Jin Luxian

O prefácio da edição de Quem reza se salva em língua chinesa


“Quem reza não tem medo; quem reza nunca está sozinho; quem reza se salva.” Foi assim, em julho passado, durante a audiência geral da quarta-feira, que o papa Bento XVI repetiu aos fiéis presentes na praça de São Pedro e a toda a Igreja as palavras que intitulam também este pequeno livro, em que se reúnem as mais simples orações empregadas pelos cristãos ao longo dos séculos.
Já faz alguns anos que centenas de milhares de cristãos do mundo todo têm usado este livrete como instrumento simples e conciso com o qual caminhar na fé que receberam. Hoje, com a presente edição em língua chinesa, muitos católicos da China também poderão tirar proveito e conforto desta pequena dádiva, tão preciosa para sua vida cotidiana. Nela encontrarão orações simples, mediante as quais, com confiança e esperança, poderão depositar nas mãos de Jesus, de Maria, de São José e de todos os santos suas expectativas, seus pedidos de consolo nas aflições e de que sejam tomados nos braços no tempo da provação. No livro encontrarão também palavras com as quais dizer obrigado pelos grandes e pequenos dons recebidos, além de uma ajuda para confessar bem seus pecados e, assim, receber o perdão do Senhor.
A simples repetição dessas orações na trama do dia a dia será também sinal íntimo e sincero da comunhão com a Igreja de Roma, que se fundamenta no martírio dos apóstolos Pedro e Paulo. Beber da mesma fonte de graça, compartilhando os mesmos sacramentos e as mesmas orações, leva a florescer no mundo a comunhão de todos os filhos da Igreja, na mesma fé dos apóstolos. Nesse sentido, nos tempos antigos, a comunhão com a Igreja de Roma também se expressava e era confirmada pelo fato de serem compartilhadas as mesmas fórmulas de oração.
Estou certo de que muitos de meus compatriotas ficarão contentes e saberão aproveitar uma pequena dádiva, tão simples e bonita. Muitas vezes, ao longo da história, os católicos da China experimentaram a doce e desarmada potência dessas simples orações e devoções. Deu-se o mesmo com muitos adultos de hoje, a começar por nós, mais velhos: nas tribulações deste mundo, o Senhor os fez perseverar na promessa de Sua salvação graças ao tesouro de orações que aprenderam desde crianças, que qualquer um pode repetir sempre, seja qual for a circunstância em que se encontre.
Faço votos de que agora, em companhia deste pequeno livro, muitos jovens da China de hoje também tenham a sorte de saborear a vida de graça descrita por São Paulo na Primeira Carta a Timóteo, que o papa Bento XVI também desejou citar em sua Carta aos Católicos Chineses: “Antes de tudo, peço que se façam súplicas, orações, intercessões, ação de graças, por todas as pessoas, pelos reis e pelas autoridades em geral, para que possam levar uma vida calma e tranquila, com toda a piedade e dignidade. Isto é bom e agradável a Deus, nosso Salvador. Ele quer que todos sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade” (1Tm 2, 1-4).

Revista 30 Dias

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF