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segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

Secretário de Bento XVI: O Papa Emérito está fisicamente "muito fraco”

Bento XVI. Crédito: Vatican Media

Vaticano, 04 jan. 21 / 09:54 am (ACI).- Em uma recente entrevista ao tabloide alemão "Bunte", o secretário pessoal de Bento XVI, Dom Georg Gänswein, disse que o Papa Emérito permanece muito alerta mentalmente, mas disse que fisicamente "ele se tornou muito fraco".

Dom Gänswein disse que celebrou o Natal e o Ano Novo com Bento XVI no mosteiro Mater Ecclesiae, no Vaticano.

“Rezo a Liturgia das Horas diariamente com o Papa Emérito Bento e também o Terço. Uma parte considerável do meu tempo é reservada à oração”, indicou.

“Todo sacerdote, todo bispo, inclusive o Papa, reza não só por si próprio, mas pelas pessoas que lhe foram confiadas. Também e especialmente por aqueles que não querem ou não podem rezar”, acrescentou.

Na entrevista, Dom Gänswein também falou sobre os desafios do ano que terminou. “Estou grato a Deus porque 2020 finalmente acabou”, assinalou e disse que Roma às vezes esteve “estranhamente tranquila” durante a pandemia de coronavírus COVID-19.

O Prelado é também prefeito da Casa Pontifícia, mas está de licença desde fevereiro para poder dedicar seu tempo exclusivamente a Bento XVI como seu secretário pessoal.

Desde a eleição do Papa Francisco em 2013, Dom Gänswein ocupou os dois cargos, até que o estresse cobrou seu preço. O Arcebispo sofreu de perda auditiva aguda em 2017 e agora vive com um caso grave de zumbido. No final de janeiro de 2020, o Papa Francisco informou a Dom Gänswein que ele deveria dedicar seu tempo e energia inteiramente ao seu papel como secretário do Papa Emérito.

“Para isso, ele me dispensou do serviço na prefeitura. Minhas funções lá foram realocadas por tempo indeterminado", disse.

Após um tratamento para problemas renais em setembro de 2020, disse, teve um "encontro esclarecedor, muito fortalecedor e encorajador com o Papa Francisco" sobre a decisão de ser afastado do cargo de prefeito.

Dom Gänswein sublinhou que sabia que a disposição do Papa Francisco não era nenhum tipo de "castigo".

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Natalia Zimbrão.

ACI Digital

Frases e pensamentos de Santa Ângela de Foligno

Guadium Press
Confira aqui uma seleção de pensamentos e frases de Santa Ângela de Foligno sobre espiritualidade e doutrina católica.

Redação (04/01/2021 09:30, Gaudium Press) No dia de hoje, 04 de janeiro, a Igreja Católica celebra a memória de Santa Ângela de Foligno, nascida no ano de 1248, em Foligno (Itália).

Após uma vida distante de Deus, entregue às festas e vaidades, foi tocada pela misericórdia divina e sentiu um vazio existencial que a fez procurar pelos sacramentos e pedir forças a Nossa Senhora.

Aos 40 anos, fez uma peregrinação a Assis, vivenciando uma profunda experiência com o amor de Deus. Logo depois, doou todos os seus bens aos pobres, ingressando na ordem terceira da família franciscana e entregue a uma vida reclusa, saindo apenas para peregrinações em Assis.

Seu exemplo de vida e sua virtude, serviram como instrumentos de conversão para muitas almas. Confira abaixo uma seleção de pensamentos e frases de Santa Ângela de Foligno sobre espiritualidade e doutrina católica:

“Quem quiser conservar a graça, não deve afastar os olhos da alma da Cruz, tanto na alegria como na tristeza”.

“Através de um pouco de penitência, feita com esforço e dor, (a alma) possuirá com infinita docilidade e consolação o sumo Bem, Deus eterno”.

“O amor verdadeiro e puro, que vem de Deus, está na alma e faz com que ela reconheça os próprios defeitos e a bondade divina. Tal amor leva a alma a Cristo e ela compreende com segurança que não se pode verificar nem haver qualquer engano. A tal amor não se pode misturar algo deste mundo”.

“Através da pobreza temporal, a alma encontrará riquezas eternas; mediante o desprezo e a vergonha, ela alcançará a suma honra e uma glória excelsa”.

“A alma (em pecado) sente vergonha e amargura, e ainda não experimenta o amor, mas sim a dor e sente-se insatisfeita”.

“Quanto mais rezares tanto mais serás iluminado; quanto mais fores iluminado, tanto mais profunda e intensamente verás o sumo Bem, o Ser sumamente bom; quanto mais profunda e intensamente O vires, tanto mais O amarás; quanto mais O amares, tanto mais serás feliz; e quanto mais fores feliz, tanto mais compreenderás e serás capaz de o compreender. Em seguida, chegarás à plenitude da luz, porque entenderás que não podes compreender”.

“Ó filhos de Deus transformai-vos totalmente no Deus-homem apaixonado, que vos amou a ponto de se dignar morrer por vós com uma morte extremamente ignominiosa, total e inefavelmente dolorosa, de modo penosíssimo e amarguíssimo. E isto somente por amor a ti, ó homem!”

“Ó meu Deus tornai-me digna de conhecer o mistério excelso, que o vosso amor ardentíssimo e inefável realizou, juntamente com o amor pela Trindade, ou seja, o mistério altíssimo da vossa santíssima encarnação por nós”.

“Ó amor incompreensível! Acima deste amor, que fez com que o meu Deus se tenha feito homem para me fazer Deus, não existe amor maior”.

“Quanto mais a alma contempla a dor inefável de Deus e do homem Jesus Cristo, tanto mais sofre e é transformada em dor”. (EPC)

https://gaudiumpress.org/

Santa Ângela de Foligno

Sta. Ângela | Franciscanos

Viúva, mística da Terceira Ordem (1248-1309). Clemente XI, no dia 7 de maio de 1701, concedeu em sua honra ofício e missa.

A história de Santa Ângela, considerada uma das primeiras místicas italianas, poderia ser o roteiro de um romance ou novela, com final feliz, é claro. Transformou-se de mulher fútil e despreocupada em mística e devota, depois literata, teóloga e, finalmente, santa. A data mais aceita para o nascimento de Ângela, em Foligno, perto de Assis e de Roma, é o ano 1248. Ela pertencia à uma família relativamente rica e bem situada socialmente. Ainda muito jovem casou-se com um nobre e passou a levar uma vida ainda mais confortável, voltada para as vaidades, festas e recreações mundanas. Assim viveu até os trinta e sete anos, quando uma tragédia avassaladora mudou sua vida.

Num curto espaço de tempo perdeu os pais, o marido e todos os numerosos filhos, um a um. Mas, ao invés de esmorecer, uma mulher forte e confiante nasceu daquela seqüência de mortes e sofrimento, cheia de fé em Deus e no seu conforto espiritual. Como conseqüência, em 1291 fez os votos religiosos, doando todos os seus bens para os pobres e entrando para a Ordem Terceira de São Francisco, trocando a futilidade por penitências e orações. O dom místico começou a se manifestar quando Santa Ângela recebeu em sonho a orientação de São Francisco para que fizesse uma peregrinação a Assis. Ela obedeceu, e a partir daí as manifestações não pararam mais.

Contam seus escritos que ela chegava a sentir todo o flagelo da paixão de Cristo, nos ossos e juntas do próprio corpo. Todas essas manifestações, acompanhadas e testemunhadas por seu diretor espiritual, Santo Arnaldo de Foligno, foram registradas em narrações que ela escrevia em dialeto úmbrio e que eram transcritas imediatamente para o latim ensinado nas escolas, para que pudessem ser aproveitados imediatamente por toda a cristandade. Trinta e cinco dessas passagens foram editadas com o título “Experiências espirituais, revelações e consolações da Bem-Aventurada Ângela de Foligno”, livro que passou a ser básico para a formação de religiosos e trouxe para a Santa o título de “Mestra dos Teólogos”. Muitos dos quais a comparam como Santa Tereza d’Ávila e Santa Catarina de Sena.

Ângela terminou seus dias orientando espiritualmente, através de cartas, centenas de pessoas que pediam seus conselhos. Ao Santo Arnaldo, à quem ditou sua autobiografia, disse o seguinte: “Eu, Ângela de Foligno, tive que atravessar muitas etapas no caminho da penitencia e conversão. A primeira foi me convencer de como o pecado é grave e danoso. A segunda foi sentir arrependimento e vergonha por ter ofendido a bondade de Deus. A terceira me confessar de todos os meus pecados. A quarta me convencer da grande misericórdia que Deus tem para com os pecadores que desejam ser perdoados. A quinta adquirir um grande amor e reconhecimento por tudo o que Cristo sofreu por todos nós. A sexta sentir um profundo amor por Jesus Eucarístico. A sétima aprender a orar, especialmente rezar com amor e atenção o Pai Nosso. A oitava procurar e tratar de viver em contínua e afetuosa comunhão com Deus”. Na Santa Missa, ela muitas vezes via Jesus Cristo na Santa Hóstia. Morreu, em 04 de janeiro 1309, já sexagenária, sendo enterrada na Igreja de São Francisco, em Foligno, Itália.

Seu túmulo foi cenário de muitos prodígios e graças. Assim, a atribuição de sua santidade aconteceu naturalmente, àquela que os devotos consideram como a padroeira das viúvas e protetora da morte prematura das crianças. Foi o Papa Clemente XI que reconheceu seu culto, em 1707. Porém ela já tinha sido descrita como Santa por vários outros pontífices, à exemplo de Paulo III em 1547 e Inocente XII em 1693. Mais recentemente o Papa Pio XI a mencionou também como Santa em uma carta datada de 1927.

Fonte: “Santos Franciscanos para cada dia”, Edição Porziuncola

domingo, 3 de janeiro de 2021

Para Francisco um ano difícil mas cheio de esperança

Papa Francisco na Missa de Natal  (Vatican Media)

Abraçar o Senhor para abraçar a esperança: esta é a mensagem do Papa Francisco aos fiéis de todo o mundo que, neste momento, se encontram em meio à tempestade causada pela pandemia do coronavírus.

Silvonei José – Vatican News

Para o nosso Papa Francisco foi um ano muito intenso e é difícil resumir um ano que foi atipico também para o nosso Pontíficie. Vamos recordar então alguns momentos que creio resumam a intensidade de trabalhos e atenções do nosso Santo Padre....Começamos pelo mês de fevereiro com a publicação da Exortação Apostólica pós Sinodal Querida Amazonia: Uma Exortação em forma de sonhos: assim é "Querida Amazonia", o documento pós-sinodal do Papa Francisco referente ao Sínodo Amazônico de outubro do ano passado. Primeiro o sonho social do Pontífice; uma Igreja ao lado dos oprimidos. Francisco recorda que já Bento XVI havia denunciado “a devastação ambiental da Amazônia”. Os povos originários, afirma, sofrem uma “sujeição” seja por parte dos poderes locais, seja por parte dos poderes externos. Para o Papa, as operações econômicas que alimentam devastação, assassinato e corrupção merecem o nome de “injustiça e crime”. E com João Paulo II, reitera que a globalização não deve se tornar um novo colonialismo…. Ao sonho cultural é dedicado o segundo capítulo da "Querida Amazonia". O Pontífice esclarece que “promover a Amazônia” não significa “colonizá-la culturalmente”.

Para Francisco, é urgente “cuidar das raízes” ....Depois o Sonho ecológico: "Sonho com uma Amazônia que guarde zelosamente a sedutora beleza natural que a adorna, a vida transbordante que enche os seus rios e as suas florestas." Enfim o Sonho eclesial: Inovação e criatividade.... A Exortação traz muita esperança para todos nós ..... Abraçar o Senhor para abraçar a esperança: esta é a mensagem do Papa Francisco aos fiéis de todo o mundo que, neste momento, se encontram em meio à tempestade causada pela pandemia do coronavírus. No dia 27 de março, diante de uma Praça São Pedro completamente vazia, mas em sintonia com milhões de pessoas através dos meios de comunicação, o trecho escolhido para a oração foi a tempestade acalmada por Jesus, extraído do Evangelho de Marcos....E foi esta passagem bíblica que inspirou a homilia do Santo Padre, que começa com o “entardecer…”. “Há semanas, disse, parece que a tarde caiu. Densas trevas cobriram as nossas praças, ruas e cidades; apoderaram-se das nossas vidas, enchendo tudo de um silêncio ensurdecedor e de um vazio desolador… nos vimos amedrontados e perdidos.” Estes mesmos sentimentos, porém, acrescentou o Papa, nos fizeram entender que estamos todos no mesmo barco, “chamados a remar juntos”. Neste mesmo barco, seja com os discípulos, seja conosco agora, está Jesus. “A tempestade desmascara a nossa vulnerabilidade e deixa a descoberto as falsas e supérfluas seguranças com que construímos os nossos programas, os nossos projetos, os nossos hábitos e prioridades.” Com a tempestade, afirmou o Papa, cai o nosso “ego” sempre preocupado com a própria imagem e vem à tona a abençoada pertença comum que não podemos ignorar: a pertença como irmãos...O Senhor então nos dirige um apelo, um apelo à fé. Nos chama a viver este tempo de provação como um tempo de decisão: o tempo de escolher o que conta e o que passa, de separar aquilo que é necessário daquilo que não é. “O tempo de reajustar a rota da vida rumo ao Senhor e aos outros.” .... Com a interdição das celebrações eucarísticas com a presença dos fiéis nas igrejas teve início a transmissão ao vivo da Missa na Casa de Santa Marta presidida pelo Papa Francisco: exemplo de um notável esforço de comunicação global. Para dar esperança em tempo de pandemia….

Neste período de pandemia e de confinamento dos católicos nas suas casas, o tempo é da igreja doméstica. A Eucaristia é vivida em casa onde se faz comunhão espiritual....Francisco criou o Fundo de Emergência junto às Pontifícias Obras Missionárias (POM) para responder às necessidades determinadas pela emergência de Covid-19 nas Igrejas dos territórios de missão, e através deste fundo foi possível ajudar dioceses e paróquias que passam por necessidades particulares....E uma das iniciativas para o quarto Dia Mundial dos Pobres, em 15 de novembro, com a Missa celebrada pelo Papa na Basílica de São Pedro na presença de cerca de uma centena de pessoas foi a rede de solidariedade para levar alimentos, máscaras e ajuda a milhares de famílias necessitadas…. E o Papa dedicou uma série de reflexões na Audiência Geral às quartas-feiras sem a presençs dos fiéis ao pós Covid, centralizando suas reflexões sobre a esperança e que todos somos irmãos.... Num livro publicado nos meses passados Francisco falou que na sua vida teve três situações "Covid": a doença, a Alemanha e Córdoba. Quando tinha 21 anos contraiu uma doença muito grave, e ai teve a primeira experiência de limitação, dor e solidão. ….

Depois o período alemão em 1986, foi a "Covid do exílio". Foi um exílio voluntário, porque foi para estudar a língua e procurar material para concluir minha tese, mas me sentia como um peixe fora d'água... Depois a permanência em Cordoba…A "Covid" de Córdoba foi uma verdadeira purificação. Deu-me mais tolerância, compreensão, capacidade de perdoar., escreveu.... Depois a publicação da Enciclica Fratelli tutti.... A mensagem da nova encíclica social do Papa Francisco: ninguém se salva sozinho. A proposta de uma sociedade fraterna para não ser dominada por guerra, ódio, violência, indiferença e novos muros…. Estamos circundados pelas “sombras de um mundo fechado”, mas há quem não se rende ao avanço da escuridão e continua a sonhar, a ter esperança, a sujar as mãos, comprometendo-se a criar fraternidade e amizade social. Com a nova encíclica social “Fratelli tutti”, o Sucessor de Pedro mostra o caminho concreto para reconhecer-se como irmãos e irmãs. A nova encíclica se apresenta como uma soma do magistério social de Francisco, e reúne de forma sistemática as ideias oferecidas por pronunciamentos, discursos e intervenções dos primeiros sete anos de pontificado....

No final de novembro o Colégio Cardinalício ganhou 13 novos membros, oriundos de quatro continentes e de oito países. -E o anúncio: Papa retoma viagens: anunciada visita ao Iraque em março de 2021... O Papa conclui o ano com a convocação do "Ano de São José", que nasce do seu coração paternal, que deseja chegar ao coração de todos os católicos, convidando cada um a conhecer melhor o pai adotivo do Senhor e a sua importância no plano salvífico de Deus. E o último ato: o desafio lançado pelo Papa Francisco, o Ano “Família Amoris laetitia”. Um ano para repensar e valorizar a família e dar um novo impulso à aplicação da Exortação Apostólica Amoris laetitia. O Ano “Família Amoris laetitia” começa justamente no aniversário de 5 anos da Exortação Apostólica do Papa Francisco, ou seja, em 19 de março de 2021. 

Vatican News

Papa Francisco pede que os jovens sejam castos: "O amor não é um sentimento romântico"

Catholic Match Institute

Postado por A Catequista

“Eu sei que já ganhamos várias almas através do prazer. Ainda assim, o prazer é invenção d'Ele, não nossa”, confessa o demônio-chefe ao diabinho aprendiz, na célebre ficção de C.S. Lewis (“Cartas de um diabo a seu aprendiz”). O prazer sexual é um dom de Deus, mas o Inimigo tem sido eficaz em convencer as pessoas de que só pecando poderão encontrar alegria no sexo.

Como os jovens católicos namoram? Mesmo sendo participantes assíduos em atividades da Igreja, grande parte deles namoram exatamente como os pagãos: transando. E por quê? Porque sua mentalidade a respeito do amor e do sexo é formada pelas imagens dos filmes, das novelas e das séries TV, muito mais do que pela catequese.

E assim, dizem: “Eu amo meu namorado (ou namorada), então não há mal em fazer sexo com ele(a)”. Coitados, confundem o sentimento romântico com amor! E por isso estão sempre quebrando a cara.

Ao praticamente suplicar que os jovens sejam castos, em um de seus discursos, o Papa Francisco bem sabia que estava a dizer "uma palavra que não agrada, uma palavra impopular". Ele tinha a consciência de que seu ensinamento entraria por uma orelha e sairia pela outra, para muitos ali (reparem no vídeo o seu semblante pouco otimista).

Poucos jovens estão realmente empenhados em ser livres do condicionamento cultural da sociedade em que vivem. Querem ser da Igreja, mas sem abrir mão de agir como todo o mundo. Querem passar para seus amigos a imagem de espiritualizados, mas tirando onda de moderninhos.

Mas a culpa não é só dos jovens. Muitas catequeses são um verdadeiro fiasco! Certas lideranças de grupos de jovens nem sequer tocam na questão da sexualidade (e assim pecam por omissão) e outras insistem nesse ponto de forma patética e legalista.

Encurralados entre o mundo hedonista e os líderes igrejeiros incapazes de comunicar o sentido da castidade, os jovens perdem a oportunidade de experimentar as delícias dessa virtude. Sim, amigo: talvez ninguém tenha lhe contado, mas quem vive a castidade no namoro – vive de coração, não como um fardo – é premiado com um sentimento de gratificação inexplicável!

O maligno nos ilude com a ideia de que, se formos castos, estaremos perdendo algo. Ele coloca desconfiança no nosso coração, nos faz ver Deus como alguém que nos impede de viver o melhor da vida. Burros, caímos nessa lorota, e não percebemos que estamos nos distraindo com um prazer que é uma ninharia, perto dos verdadeiros e grandes prazeres que a castidade pode nos dar.

Mas essa é uma alegria que só quem tem fé pode tocar. É o “pote no fim do arco-íris”, que o Senhor reserva somente para aqueles que têm fé em Sua Palavra e a põe em prática. Nem falo aqui dos preciosos frutos que se colhe depois, no casamento (o post ficaria enorme).

A seguir, leiam com atenção um trecho que destacamos de um discurso do Papa Francisco aos jovens de Turim, em 2015.

*****

PAPA FRANCISCO

Visita Pastoral a Turim – Encontro com os Jovens

21 de junho de 2015

Mas o que é o amor? «É a telenovela, padre? Aquilo que vemos nos romances televisivos?». Há quem pense que é esse o amor. Falar do amor é tão bom, podem-se dizer coisas agradáveis, muito bonitas. Mas o amor tem dois eixos sobre os quais se move, e se uma pessoa, um jovem não tem estes dois eixos, estas duas dimensões do amor, não é amor. Antes de tudo, o amor está mais nas obras do que nas palavras: o amor é concreto. (...)

Não é amor dizer apenas: «Eu amo-te, eu amo todas as pessoas». Não. O que fazes por amor? O amor dá-se. (...)

E a segunda dimensão, o segundo eixo sobre o qual o amor se move é que o amor se comunica sempre, isto é, o amor ouve e responde, o amor faz-se no diálogo, na comunhão: comunica-se. (...) Estas duas dimensões são muito úteis para compreender o que é o amor, que não é um sentimento romântico do momento nem uma história (...).

E agora, eu sei que vós sois bons e permitireis que eu fale com sinceridade. Não pretendo ser moralista, mas dizer uma palavra que não agrada, uma palavra impopular. Também o Papa algumas vezes deve arriscar sobre as coisas para dizer a verdade. O amor consiste nas obras, em comunicar, mas o amor é muito respeitador das pessoas, não as usa, isto é, o amor é casto. E a vós jovens deste mundo, deste mundo hedonista, neste mundo onde só o prazer é publicitado, passar bem, levar uma vida descontraída, eu digo-vos: sede castos, sede castos.

Todos nós na vida passamos por momentos nos quais esta virtude é muito difícil, mas é precisamente a vida de um amor genuíno, de um amor que sabe dar a vida, que não procura usar o outro para o próprio prazer. É um amor que considera a vida da outra pessoa sagrada: eu respeito-te, eu não quero usar-te, não quero usar-te. Não é fácil. Todos sabemos as dificuldades para superar este conceito «facilitador» e hedonista do amor. Perdoai-me se digo uma coisa que não esperáveis, mas peço-vos: fazei o esforço de viver o amor castamente.

23 Abril 2017

https://ocatequista.com.br/

Uma pandemia de abortos vendida como se fosse vacina

© Corinne Simon/Ciric
por Francisco Vêneto

O aborto proposital vem matando, a cada ano, 45 vezes mais do que o coronavírus matou em 2020.

Uma pandemia de abortos vendida como se fosse vacina. É o que se comprova com base em números autoexplicativos, recordados com objetividade por um editorial publicado neste mês de dezembro pelo jornal O São Paulo, da arquidiocese paulistana.

O texto parte do fato de que, desde o seu começo, a pandemia de covid-19 já matou mais de 1,8 milhão de pessoas segundo as estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS):

“O dado é, sem dúvida, lamentável – mas ele muda um pouco de figura se colocado em perspectiva com as outras causas de morte. Com efeito, a mesma OMS informa que no ano passado houve no mundo um total de 55,4 milhões de mortes – mas este número não contabiliza os bebês que foram mortos no ventre de suas mães. Aqui, sim, o número é assustador: segundo a OMS (e os mesmos dados são confirmados pelo Guttmacher Institute), entre 2015 e 2019, ocorreram, A CADA ANO, 73,3 milhões de abortos não espontâneos”.

O editorial comenta então a aprovação, na Argentina, de um projeto de lei que legaliza o aborto até a 14ª semana de gestação, um morticínio que “não deveria ser, numa sociedade sadia, nem sequer aventado como proposta”.

Uma pandemia de abortos

O texto do jornal arquidiocesano de São Paulo prossegue:

“Em média, o aborto vem matando, anualmente, 45 vezes mais do que o coronavírus matou neste ano. Se o compararmos com a cardiopatia isquêmica – que depois dele foi a maior causa de letalidade em 2019, com 8,9 milhões –, o aborto ainda mata oito vezes mais. E, mesmo que confrontado com todas as outras mortes juntas (55,4 milhões), o aborto as excede em quase 20 milhões”.

É, de fato, uma pandemia de abortos, mas vendida como se fosse vacina.

As narrativas ideológicas do ativismo pró-aborto, fantasiadas de ciência e sociologia, tentam alegar que o aborto é um direito, é uma questão de saúde pública, é uma solução para o estupro, é um remédio mágico para problemas dos quais o bebê não é a causa nem tem qualquer culpa. Assim, o bebê é sacrificado como se o seu sangue realmente sanasse os traumas, combatesse os estupros, melhorasse a saúde pública e fizesse a humanidade progredir no respeito aos direitos humanos – negando o primeiro deles, que é o de viver. As incoerências e contradições abundam sob a verborreia da militância, com sua manipulação de números, sua generalização de casuísticas e sua tergiversação do conceito de ciência.

O aborto, afinal, justamente por abortar a racionalidade, também aborta a própria biologia. Para driblar o fato de que um aborto é o extermínio de um ser humano em seu estágio inicial de desenvolvimento, é preciso mentir que um ser humano não é ainda um ser humano, mas só virá a sê-lo, num passe de mágica, a partir da semana x ou y, conforme o arbítrio dos políticos deste ou daquele país. Em nome da ciência, a ciência é reduzida a magia – nada mais natural quando se eleva o assassinato de um inocente a um direito humano.

“O maior destruidor da paz hoje”

O editorial de O São Paulo prossegue recordando que a Câmara dos Deputados da Argentina aprovou a descriminalização do livre extermínio de seres humanos em seu estágio inicial de desenvolvimento num dia 11 de dezembro:

“Neste mesmo dia do ano de 1979, dizia a Madre Teresa de Calcutá, em seu discurso ao receber o Prêmio Nobel da Paz, que ‘o maior destruidor da paz hoje é o aborto (…) Muitas pessoas estão muito preocupadas com as crianças na Índia, com as crianças na África, que morrem em grande número, talvez por desnutrição, por fome, e assim por diante – porém, milhões de crianças estão morrendo deliberadamente pela vontade da mãe, e este é o maior destruidor da paz hoje”.

Embora a citação emblemática seja de uma santa canonizada, o texto recorda:

“A condenação do aborto não é, fundamentalmente, uma discussão religiosa – como, aliás, gosta de lembrar o Papa Francisco. A questão, na verdade, é bastante simples: por acaso, é justo que um ser humano elimine a vida de outro, inocente, para resolver um problema? Não é necessário ser religioso para enxergar que não – por isso, o aborto não é uma questão religiosa, é uma questão humana”.

“Várias formas de controle de natalidade”

Ainda assim, o jornal da arquidiocese paulistana não deixa de reforçar que estamos em pleno tempo de Natal. E convida os cristãos:

“Podemos muito bem meditar sobre o tema a partir da encarnação do Menino Deus, que também um dia foi feto e nascituro. Quando Ele se encarnou no seio da Virgem Maria, ela pôs-se a caminho da casa de Santa Isabel, para auxiliar sua idosa e gestante parenta. No instante mesmo em que Isabel ouviu a saudação de Maria, ‘a criança estremeceu no seu seio’ (Lc 1,41) – ou seja, um feto (São João Batista) reconheceu a presença de outro (Jesus) e exultou de alegria. Meses depois, quando Cristo nasceu em Belém, o tirano Herodes ordenou a chacina indiscriminada de todos os bebês inocentes da cidade. Comentando o episódio em seu ‘A vida de Cristo‘, o Venerável Fulton Sheen lamentava, irônico: ‘Há várias formas de praticar o controle de natalidade…'”.

A pior de todas, certamente, é vender uma pandemia de abortos como se fosse vacina.

Aleteia

Solenidade da Epifania do Senhor (Ano B)

Imaculada Canção

Primeira Leitura

Isaías 60, 1-6

O texto canta a glória da Jerusalém renovada, figura da «Jerusalém nova descida do Céu» (cf. Apoc 21, 2.23-24). A visão universalista que o poema apresenta corresponde à realidade da Igreja, que é católica, universal.

3 «As nações caminharão à tua luz, e os reis ao esplendor da tua aurora». Não há dúvida de que se pode adaptar perfeitamente este texto isaiano ao mistério hoje celebrado: os «magos» – este texto terá contribuído para se lhes chamar «reis» –, que seguem a «luz» da estrela, são os pioneiros de entre os povos gentios a acorrer ao encontro do Messias.

6 A menção de povos do Oriente – «Madiã e Efá» –, dos ricos comerciantes de «Sabá», a sul da Arábia (Yémen) e, sobretudo, os produtos que trazem – «ouro e incenso» – fazem lembrar o que nos relata o Evangelho: a vinda dos Magos do Oriente que trazem «oiro, incenso e mirra».

Segunda Leitura

Efésios 3, 2-3a.5-6

Nesta passagem de Efésios, S. Paulo define em que consiste o «mistério de Cristo» (v. 4). Os gentios, que vêm à Igreja, estão no mesmo pé de igualdade que os judeus procedentes do antigo povo de Deus: não há lugar para cristãos de primeira e de segunda! O texto original é muito expressivo: os gentios vêm a ser «co-herdeiros»(«recebem a mesma herança que os judeus», traduz, parafraseando, o texto português oficial), «com-corpóreos» (isto é, «pertencem ao mesmo Corpo» Místico de Cristo, que é a Igreja una), e «com-participantes na Promessa» («beneficiam da mesma promessa» de salvação). E é este o mistério que também se celebra na Festa da Epifania: Cristo igualmente Salvador de gentios e judeus.

Evangelho

São Mateus 2, 1-12

O Evangelho da adoração dos Magos foi objecto das mais belas reflexões teológico-espirituais ao longo da história: já nos fins do séc. II, Tertuliano via nas ofertas dos Magos símbolos do reconhecimento de quem era Jesus: oferecem-lhe «ouro» como Rei, «incenso» como Deus, «mirra» (outra resina aromática, usada na sepultura) como Homem. Santo Ambrósio fixa-se em que os Magos vão por um caminho e voltam por outro, porque regressam melhores, depois do encontro com Cristo. Santo Agostinho vê nos Magos as primitiæ gentium, a par dos pastores que são as primícias dos judeus, etc.. Mas ainda hoje os comentadores retomam e actualizam os temas do relato: Cristo como verdadeira luz, o caminho dos pagãos para Cristo, o simbolismo dos presentes, a fé e perseverança dos Magos, a busca do sentido da Escritura e o sentido de procura do caminho, etc..

O próprio relato encerra um grande alcance teológico: Jesus é o verdadeiro «rei» que merece ser procurado e adorado por todos; a Ele acorrem, vindas de longe, gentes guiadas por uma estrela e pela Escritura; ainda menino e sem falar, já divide os homens a favor e contra Ele; a homenagem que Lhe prestam os Magos é a resposta humana ao «Emanuel, Deus connosco»; n’Ele se cumprem as profecias que falavam da vinda de reis e de todos os povos a Jerusalém (Is 60 e Salm 72). Mais ainda, ao nível da própria redacção de Mateus, o relato ilustra a teologia específica do evangelista: sendo este Evangelho dirigido a judeo-cristãos, confrontados com a Sinagoga, que não aceita Jesus, o episódio dos Magos documenta bem a teologia do «messias rejeitado», pois Jesus, logo ao nascer, encontra a hostilidade do poder e a indiferença das autoridades religiosas; é também uma ilustração das palavras de Jesus, «virão muitos do Oriente…» (Mt 8, 11).

Em face de tudo isto, o estudioso não pode deixar de se interrogar se não estaremos perante um teologúmeno, uma criação de Mateus para dar corpo a uma ideia teológica. A verdade é que em toda a tradição cristã se deu grande valor à adoração dos Magos e à festa da Epifania. Se detrás disto não há realidade nenhuma, o significado de tudo fica privado da sua base mais sólida.

Nota sobre a questão da historicidade do relato: A crítica bíblica moderna tem proposto teorias bastante discordantes; por um lado, temos um grupo em que R. E.Brown reúne as objecções que se têm levantado contra a historicidade do relato, que denotam – diz – «uma inverosimilhança intrínseca»: o movimento da estrela de Norte para Sul (Jerusalém – Belém), a sua paragem sobre a casa, a consulta de Herodes aos escribas e sacerdotes, seus inimigos, a indicação de Belém como um dado desconhecido ao contrário de Jo 7, 42, a imperdoável ingenuidade de Herodes que não manda espiar os Magos, o facto de não se ter identificado o menino após a visita de homens de fora a uma pequena povoação, o silêncio de Lucas sobre a visita; estes autores concluem que se trata, então, de uma construção artificial feita com textos do Antigo Testamento. Por outro lado, temos autores mais recentes como R. T. France (The Gospel according to Mathew) que defendem a credibilidade histórica do relato, demonstrando que as dificuldades contra têm solução. Com efeito, embora estejam subjacentes no relato vários textos do A. T., apenas um é citado, podendo mesmo ser suprimido sem interromper o discurso (vv. 5b-6), o que é sinal de que a citação foi acrescentada a um relato preexistente, não sendo a citação a dar origem ao relato. Os pretensos traços duma dita lenda edificante, ou midraxe hagadá, nada têm de historicamente improvável, fora o caso da estrela que pára sobre a casa, mas já S. João Crisóstomo observava que a estrela não vinha de cima, mas de baixo, pois não era uma estrela natural e não é provável que a Igreja, que bem cedo entrou em conflito com a astrologia, tivesse inventado uma história a favorecê-la. O facto de Herodes não ter mandado espiar os Magos não revela ingenuidade, mas prudência para que os seus guardas não viessem a dificultar a descoberta do Menino, e também uma plena confiança em que os Magos voltassem; finge colaborar com eles, a fim de obter mais dados. Também René Laurentin sublinha a credibilidade histórica de certos pormenores, como a existência de astrólogos viajantes («magos») no Oriente, ou a astúcia e crueldade de Herodes (matou a maior parte das suas 10 mulheres, vários filhos e muitas pessoas influentes na política); e, sobretudo, Mateus revela «sensibilidade histórica», ao não fazer coincidir bem os factos que narra com as citações e alusões ao A. T.: se os factos fossem inventados, teriam sido forjados de molde a que se adaptassem bem às passagens bíblicas (a estrela da profecia de Balaão – Num 24, 17 – não é a estrela que indica o Messias, mas sim o próprio Messias, etc.). Também a propaganda religiosa judaica tinha despertado a expectativa do nascimento do Messias (ver, por ex., a IV écloga de Virgílio) e fervorosos aderentes entre os gentios, o que torna mais compreensível a visita destes estranhos. A. Díez Macho afirma que «a intenção de Mateus é narrar história confirmada com profecias ou paralelos vétero-testamentários», e descobre no episódio do Magos uma grande quantidade de «alusões» ao A. T. (o chamado rémez, figura retórica muito do gosto dos semitas e frequente na Bíblia). Este célebre biblista espanhol (assim também G. Segalla) diz que o fenómeno da estrela pode muito bem corresponder à conjunção de Júpiter e Saturno que se deu na constelação de Peixe, e que teve lugar três vezes no ano 7 a. C., data provável de nascimento de Cristo. Mas a verdade é que não se pode negar o carácter popular do relato, pouco preocupado com o rigor das coisas, pois até dá a entender que a estrela se deslocava de Norte para Sul até parar sobre a casa.

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Santa Genoveva

Santa Genoveva | Canção Nova

Genoveva nasceu, entre 411 e 416, em Nanterre, uma pequena aldeia nos arredores de Paris, no seio de uma família da nobreza galo-românica. Destinada a uma vida de aventura, embora nas pegadas de Cristo, sua vocação se manifestou já na infância, como muitas vezes acontecia em um encontro especial.

Encontro com São Germano de Auxerre

São Germano de Auxerre partiu, em 429, para a Grã-Bretanha, acompanhado por São Lupo de Troyes: sua missão era evangelizar aqueles povos e combater a heresia desencadeada pelo pelagianismo. Passando por Paris, se encontraram com a jovem Genoveva. Ao vê-la, São Germano reconhece, de alguma forma, seu dom e avisa aos seus pais que ela era uma menina especial. Depois, dirigindo-se a Genoveva, lhe pergunta se gostaria de se tornar noiva de Cristo e permanecer virgem e intacta por Ele. A menina não teve dúvidas.

Ameaça dos Hunos de Átila

Genoveva consagrou-se como virgem: vestia-se de modo diferente das outras jovens, seguia dieta vegetariana, usava cilício e jejuava com frequência, mas ficava na casa da sua família. Aliás, trancou-se em uma cela, da qual nunca saía, da Epifania até Quinta-feira Santa. Ali recebia a visita de outras pessoas consagradas e se dedicava à ascese.
Em 451, espalhou-se a notícia de que os Hunos, liderados pelo rei Átila, após terem saqueado várias cidades no norte da França, estavam se dirigindo para Paris. Por isso, muitos queriam fugir da cidade, mas Genoveva lhes pediu para ficar: "Só fogem os homens que não sabem combater; nós mulheres rezaremos a Deus até nos ouvir". Por estas suas posições, alguns queriam a sua morte, mas, no final, ela tinha razão: os Hunos passaram longe de Paris, rumo à cidade de Orléans, onde foram derrotados pelo general romano Ezio.

Escassez e milagres

Cinco anos depois, Genoveva e os parisienses tiveram que enfrentar outra grande ameaça: o assédio do rei dos francos, Meroveu, e, depois, de seus filhos. Genoveva opôs-se, com coragem, até que Childerico I - futuro fundador da dinastia dos merovíngios - subiu ao trono, esperando que esta dinastia pudesse ajudar a difundir a fé cristã entre os bárbaros.
No entanto, as pessoas passavam por uma grave escassez. A Santa, guiou um grupo de onze barcos, ao longo do rio Sena, com destino a Troyes, fazendo milagres, entre os quais a cura da esposa de um oficial romano, paralítica por quatro anos, além do restabelecimento da visão de muitos cegos. Por isso, os beneficiários doavam trigo suficiente para alimentar seus concidadãos.
Ao regressar a Paris, continuou a distribuir trigo e fazer pão para os pobres. Com a sua morte - que ocorreu em idade avançada, no início do ano 500 - os parisienses começaram a invocar Santa Genoveva diante das grandes calamidades, como peste e fome, até que foi proclamada padroeira da Cidade de Paris.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

sábado, 2 de janeiro de 2021

Folia de Reis: Mais do que folclore, uma manifestação da religiosidade popular

Folia de Reis / Foto: Wikimedia / Domínio público (CC BY-SA 4.0)

REDAÇÃO CENTRAL, 02 jan. 21 / 06:00 am (ACI).- Após o Natal, por diversas cidades do Brasil vários grupos de Folia de Reis saem batendo de porta em porta, cantando, levando a alegria pela Boa Nova do nascimento do Senhor e recordando a visita dos Reis Magos ao Menino Jesus.

Trata-se de uma tradição que, mais do que apenas parte do folclore nacional, é uma grande demonstração da religiosidade popular e também é conhecida como Festa dos Santos Reis.

A Folia de Reis costuma ter início logo após a celebração do nascimento de Jesus e segue até o dia 6 de janeiro, quando a Igreja celebra a Solenidade da Epifania (manifestação) do Senhor. No Brasil, quando esta data cai durante a semana, a celebração é transferida para o domingo, assim, neste ano será celebrada em 3 de janeiro.

Esta é uma tradicional festa trazida pelos colonizadores portugueses no século XVIII e que ainda se mantém viva em diversas cidades e estes tradicionais grupos podem receber também outros nomes como Terno de Reis ou Reisado.

Conforme recordou o Bispo emérito de Bauru (SP), Dom Caetano Ferrari, em um artigo por ocasião desta celebração em 2018, “as folias são festejos populares de tradição religiosa existente entre nós, sobretudo no interior”.

“Revestem-se de grande beleza, com músicas, cantos, orações, recitação dos Evangelhos, especialmente das passagens que relatam o nascimento de Jesus, em Belém, desde o anúncio do anjo Gabriel, passando naturalmente pela vinda dos Reis Magos, a fuga da Sagrada Família ao Egito e a sua volta do exílio e a infância de Jesus”, acrescentou.

A Folia de Reis reúne cantadores e instrumentistas, usando suas roupas coloridas e com a tradicional bandeira que identifica o grupo. Eles percorrem as ruas, como uma forma de remeter ao percurso feito pelos Magos até encontrarem o Menino Jesus.

Ao pararem nas casas, estes grupos costumam se apresentar em torno do presépio, cantando canções em louvor a Jesus e aos Santos Reis.

“As folias caminham de casa em casa, fazendas, vilas, bairros, convidando os fiéis a descobrirem a estrela da graça que leva a Deus como o fizeram os Reis do Oriente”, assinalou Dom Ferrari.

Por sua vez, em um artigo de 2016 no qual aborda a origem e tradição do Dia de Santos Reis, o professor e coordenador do Curso de Jornalismo na Faculdade Canção Nova, João Rangel, explicou que a Folia de Reis conta com diferentes figuras que formam o grupo, sendo o líder o Capitão, que carrega a Bandeira.

Há outros membros cantam e tocam seus instrumentos musicais, como violas, violões, caixas, pandeiros, também enfeitados com fitas e tecidos coloridos. O grupo ainda é antecedido pelo palhaço, com suas roupas coloridas, máscara e uma espada ou varinha de madeira. “É ele o responsável por abrir passagem para a Folia”, conta o artigo.

Em relação a este último, Dom Ferrari explicou que há também um significado específico, pois os palhaços “distraem os carrancudos soldados de Herodes, para facilitar a fuga da Sagrada Família ao Egito”.

Outro elemento que demonstra a religiosidade da Folia, conforme explicou Rangel, são as cores, pois cada uma “possui o seu próprio simbolismo”. Assim, “rosa, amarelo e azul, podem representar a Virgem Maria; branco e vermelho, o Espírito Santo”.

Ainda de acordo com a tradição popular, o Dia dos Santos Reis é considerado pelos fiéis como a data para desmontar suas árvores de Natal e o presépio.

De acordo com o calendário litúrgico da Igreja Católica Romana, o Tempo do Natal tem início na véspera da Solenidade do Natal de Nosso Senhor e continua até o primeiro domingo depois da Festa da Epifania, no começo de janeiro. Durante este período são celebradas pela Igreja as festas da Apresentação do Senhor, da Sagrada Família, de Santa Maria Mãe de Deus, da Epifania e do Batismo de Jesus.

ACI Digital

Qual a diferença entre solenidade, festa e memória?

Foto: Wesley Almeida | cancaonova.com

O que é uma solenidade litúrgica?

A Igreja vive o anúncio Pascal de Cristo, de maneira especial na liturgia. Você já deve ter percebido que, mesmo num determinado tempo litúrgico, onde a Igreja se reveste de roxo, por exemplo, em alguns momentos dá espaço para o branco e o vermelho. Por quê? Isso acontece porque também se celebra outras comemorações de importância, e assim se muda o paramento litúrgico. As celebrações litúrgicas são comemoradas em três graus: Solenidade, Festa e Memória.

A “Solenidade” é uma grande comemoração como o Natal do Senhor, a Páscoa, também outras comemorações da Mãe de Deus como Imaculada, Santa Mãe de Deus e, ainda, alguns santos importantes como o precursor do Senhor São João Batista e São Pedro e São Paulo. Enfim, a Igreja celebra esta data, de maneira vibrante, intensa e solene, por se tratar de um grande acontecimento.

Um exemplo é o Natal, uma solenidade, porque comemoramos a Encarnação de Deus. Temos de celebrar, alegremente, esse evento, que é um dos principais de nossa fé. Deus se fez homem para nos salvar. Da mesma forma, na Páscoa do Senhor, devemos comemorar o solene triunfo de Jesus sobre o mal em obediência ao Pai, e assim nos alegramos: Ele ressuscitou e venceu o pecado. A solenidade contém três leituras, canta-se ou reza-se o Glória, canta-se ou reza-se a Profissão de Fé.

Solenidades gerais

Existem as solenidades “gerais”, quando toda a Igreja celebra como tal; e existem as solenidades “particulares”. Por exemplo: uma diocese, normalmente, eleva seu padroeiro a uma comemoração solene, comemora-se de maneira solene seu patrocínio, sua vida, e pede-se a bênção para sua diocese. Da mesma forma, alguns institutos e congregações comemoram seus fundadores de forma solene, enquanto o restante da Igreja comemora como memória.

Festa

Depois, temos a celebração vivida como “Festa”, que também tem um grande valor, porém, inferior ao grau de solenidade. A celebração de festa é reservada aos apóstolos, alguns santos especiais e mártires. Esses santos têm seu grau de importância para toda Igreja devido ao seu testemunho em Jesus Cristo, sua doação ao próximo pela fé perseverante. Assim como acontece nas solenidades, alguns santos podem, numa determinada diocese ou congregação, ter o grau festivo, enquanto no restante da Igreja se comemora como memória. Na celebração festiva, normalmente, canta-se ou recita-se o Glória e há leituras próprias para aquele dia.

Memória

Por fim, temos a comemoração da “Memória”, que é inferior à solenidade e à festa, porém, são aquelas comemorações de alguns títulos de Jesus, de Nossa Senhora ou de algum santo. Celebra-se o mistério do sacrifício de Jesus nos alegrando com aquele título de relevância para fé ou se faz memória daquele santo que viveu uma vida conforme o Evangelho pode ser ou não mártir.

Há algumas memórias para as quais há leituras próprias, mas a maioria proclama as leituras feriais (leituras do dia). Dentro das comemorações das “memórias”, algumas podem ser facultativas, ou seja, pode ou não as celebrar, também aqui vai do grau de importância para aquela congregação, instituto ou paróquia.

Assim vemos quanta riqueza há em nossa liturgia, além do tempo comum, da Quaresma, Advento, Natal e Igreja celebra, até mesmo dentro desses tempos, outras comemorações que enriquecem a fé e motivam o povo de Deus a viver o Mistério Pascal com solenidades, festas e memórias.

Fonte: Canção Nova
https://catholicus.org.br/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF